Pular para o conteúdo

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 14 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.682


Modelo de inspeção opõe indústrias a auditores
 
PL que cria programa de autocontrole sanitário às empresas é um dos motivadores da paralisação dos agentes federais por 48 horas
 
Tema de discórdia entre representantes do agronegócio e auditores fiscais agropecuários, o projeto de lei 1.293/2021 deverá ser votado no próximo dia 23 na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado. A proposta estabelece um novo modelo de fiscalização agropecuária, no qual indústrias do setor poderão adotar programas de autocontrole, com registros sistematizados e auditáveis de todo o processo produtivo, desde a matéria-prima ao produto final. 
 
O PL 1.293/2021 é um dos principais motivos da paralisação dos auditores fiscais federais, por 48 horas, a contar da meia-noite de hoje. Para a delegada do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários no Estado (Anffa Sindical-RS), Soraya Elias Marredo, ao transferir a responsabilidade pela fiscalização ao setor privado, a mudança proposta fragiliza a atividade dos auditores e dificultará a rastreabilidade do processo. “O
projeto põe em risco a saúde da população, ao colocar atribuições tão importantes na mão do interessado. Nossas auditorias terão intervalos longos, as etapas desse processo não foram acompanhadas, e vamos auditar o que foi feito nesse meio-tempo”, critica Soraya. A categoria também pede realização de concurso público, reforma em plano de carreira e recomposição salarial.
 
De autoria do Executivo, a matéria foi aprovada pela Câmara dos Deputados em maio. Na semana passada, teve votação adiada após pedido de vistas de senadores, que pedem discussão mais aprofundada e avaliação de outros colegiados.
 
O texto, que já obteve parecer favorável do relator, senador Luís Carlos Heinze, tramita em caráter conclusivo sem necessidade de análise em plenário. Entidades do setor de proteína animal argumentam que o Estado não acompanhou o crescimento das empresas, que saem prejudicadas pela falta de fiscais para atender às plantas. “Apesar da ociosidade nas plantas, quando há necessidade de um abate extra ou de horário estendido, há dificuldade de o Ministério disponibilizar profissionais”, diz o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Lauxen. 
 
Segundo ele, a maioria das indústrias adotam programas de autocontrole, com profissionais nos setores de responsabilidade técnica e de garantia de qualidade.

A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) considera que o projeto traz modernização ao sistema de inspeção, pois permitirá às indústrias produzirem dentro das normas com a agilidade. “As indústrias vêm crescendo a cada ano. E o serviço oficial, aguardando concursos, vê-se em dificuldades em atender a toda a demanda”, afirma o presidente da entidade, José Eduardo dos Santos. Ele explica que, com a aprovação do projeto,, as empresas serão orientadas e terão prazos para adaptação. (Correio do Povo)


Balança comercial de lácteos: exportações voltam a cair
 
Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (13/06) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -53 milhões de litros em equivalente-leite no mês de maio, uma diminuição de 33 milhões, ou aproximadamente 62% em comparação ao mês anterior. Ao se comparar ao mesmo período do ano passado (maio/2021), o saldo foi mais negativo, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -41 milhões de litros, representando uma diferença de aproximadamente 22%. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no gráfico 1.
 
Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos.

 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
 
No mês de maio as exportações tiveram uma forte queda, de aproximadamente 48% em relação ao mês anterior, com um decréscimo de 10,7 milhões de litros no volume exportado. Ao se comparar com 2021, as exportações também foram inferiores em maio, com um decréscimo de -6,0 milhões de litros, representando um recuo de aproximadamente -34,5% no volume exportado. Dessa forma, após passar por um aumento expressivo nos volumes de lácteos destinados às exportações, no mês de maio as exportações voltaram a perder força.
 
Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.


 
Do lado das importações, o cenário também foi reverso do que o observado em abril. O mês de maio apresentou um aumento de 52% nas importações, com um acréscimo no volume de importações de 21,9 milhões de litros em equivalente-leite. Analisando o mesmo período do ano passado, também nota-se um aumento entre os volumes importados; em maio de 2021, 58,1 milhões de litros em equivalente-leite foram importados, já em 2022 esse valor teve uma variação positiva de aproximadamente 10%, totalizando um aumento de 5,8 milhões de litros em equivalente-leite comparando-se os anos, o que pode ser observado no gráfico a seguir:
 
Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.


 
Esse aumento nos volumes importados e recuo das exportações acarretaram em um saldo mais negativo da balança comercial de lácteos para o mês de maio, recuando para os patamares observados em março.
 
Este cenário é consequência da dinâmica que vem sendo formada ao longo dos últimos meses, com o recuo dos preços internacionais, conforme indicado pelo leilão Global Dairy Trade, visto que os preços médios praticados na plataforma de comercialização internacional passaram por sucessivas quedas, em meio a menor demanda por parte da China. Este fato impulsionou uma disruptura do cenário que estava vigente, contribuindo para elevar a competitividade dos produtos internacionais.
 
O dólar, que vinha operando em patamares elevados, também registrou quedas ao longo do mês de maio, devido a políticas monetárias, tanto do Brasil, quanto dos Estados Unidos, associado ao retorno econômico da China e melhora no apetite por risco.
 
Outro fator que contribuiu para este cenário foi a ascensão dos preços dos derivados lácteos no mercado interno. A baixa disponibilidade de leite acarretou em sucessivos aumentos nos preços médios praticados, elevando a competitividade dos produtos internacionais e afetando a viabilidade das exportações, em alguns momentos tornou-se mais vantajoso comercializar no mercado nacional do que destinar às exportações, ocorrendo um desestimulo às exportações.
 
Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em maio, temos o leite em pó integral, os queijos, o leite em pó desnatado e o soro de leite, que juntos representaram 89% do volume total importado. O leite em pó integral teve uma elevação de 31% em seu volume importado. Os produtos que tiveram maior variação com relação a importação foram o leite em pó desnatado, os queijos e as manteigas, com aumentos de 158%, 37% e 121%, respectivamente.
 
Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite em pó integral, o leite condensado, o leite UHT, o creme de leite e os queijos, que juntos, representaram 75% da pauta exportadora. O leite em pó integral teve um recuo de 65% em seu volume exportado, e o leite condensado um recuo de 35%, sendo os dois produtos principais comercializados, representando juntos 40% da pauta exportadora.
 
A tabela 1 mostra as principais movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de maio deste ano.
 
Tabela 1. Balança comercial láctea em maio de 2022.

 

Rabobank: preços elevados do leite não garantem margem e custos continuam desafiadores
 
A resposta do Rabobank para “Já chegamos lá?”, referindo-se aos picos de preços do leite em pó, é: sim. Parece que os preços globais do leite em pó atingiram o pico durante o primeiro semestre de 2022.
 
Embora a produção de leite esteja no meio de uma desaceleração significativa, que deve durar pelo menos quatro trimestres consecutivos (do terceiro trimestre de 2021 ao segundo trimestre de 2022), o enfraquecimento das expectativas de demanda está criando o cenário para algumas quedas moderadas nos preços das commodities lácteas durante o segundo semestre de 2022. 
 
O excesso de oferta na China está reduzindo as importações de lácteos

O forte crescimento da oferta doméstica de leite no primeiro trimestre de 2022 de 8% no comparativo anual e os altos estoques devido às fortes importações do ano passado estão colidindo com a demanda mais fraca devido aos lockdowns relacionados ao Covid. Isso está criando a condição perfeita para a redução das importações de lácteos chineses.
 
As importações totais LME (equivalente de leite líquido, excluindo soro de leite) já estão 4% mais baixas nos primeiros quatro meses do ano, com algumas categorias em queda acentuada (soro -40%). Olhando para o futuro, espera-se que a demanda de importação sem soro da China diminua 34% em relação ao ano anterior em 2022
 
A produção de leite deverá se recuperar modestamente nos próximos trimestres

Custos recordes de alimentação e problemas relacionados ao clima impactaram diretamente as margens dos produtores de leite nas regiões produtoras de leite chamada de Big-7 (que inclui União Europeia, EUA, Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argentina e Uruguai) há algum tempo.
 
Os rebanhos globais estão enfrentando barreiras para crescer, dificultando a recuperação da produção de leite após a atual queda. Se o enfraquecimento dos preços das commodities se traduzir em preços mais baixos ao produtor nos próximos trimestres, isso poderá resultar em uma recuperação menos impressionante.
 
Pela primeira vez desde 2016, a produção de leite nas regiões exportadoras de lácteos Big-7 contraiu com relação ao ano anterior por três trimestres consecutivos. E o Rabobank prevê que as regiões Big-7 estão a caminho de contrair pelo quarto trimestre consecutivo no segundo trimestre de 2022, algo que não acontecia desde 2012-2013. Espera-se que a produção de leite diminua 1,1% no segundo trimestre de 2022, após uma queda de 1,9% no primeiro trimestre de 2022.
 
Um crescimento anual positivo – versus um baixo comparável – é esperado no segundo semestre 2022, resultando em uma perda estimada de -0,5% para 2022. As previsões preliminares para 2023 sugerem um ganho abaixo da tendência de 0,5%.
 
Os preços mais altos do leite ao produtor na maioria das regiões não garantiram o crescimento da produção

Produtores de leite em todo o mundo estão enfrentando preços mais altos de milho e soja e problemas climáticos em certas regiões, principalmente na Oceania e na América do Sul. As pressões inflacionárias gerais no combustível energético e nos salários também estão impactando a lucratividade em todo o Big-7. Apesar dos preços mais altos do leite, o crescimento da produção de leite e o cenário de custos com ração continuam desafiadores.
 
Os custos de alimentação permanecerão elevados em 2022/23
O relatório mais recente sobre o mercado de commodities agrícolas do Rabobank – Agri Commodities markets monthly (ACMR Mensal de maio de 2022) – mostra que as previsões de preços para o milho CBOT tiveram uma leve queda em relação ao relatório anterior, mas ainda estão perto de níveis recordes.
 
O milho deve atingir o pico no segundo trimestre de 2022 e permanecer acima de 700 USc/bu pelo menos no segundo trimestre de 2023. Enquanto isso, as perspectivas para os preços da soja também permanecem desafiadoras para os produtores de leite, com as previsões sugerindo preços acima de 1500 USc/bu para a soja CBOT para os próximos 12 meses.
 
Pressões inflacionárias devem desencadear uma demanda menor em países ricos e pobres, já que os consumidores estão sendo atingidos por uma onda de inflação global não vista desde a década de 1970. Embora os consumidores dos países desenvolvidos sejam geralmente mais resistentes a preços mais altos, desta vez o impacto nos preços da energia e dos combustíveis é severo e está resultando em mudanças no comportamento do consumidor.
 
O consumo de lácteos dos EUA em março caiu 1,3% em relação ao ano anterior em uma base de sólidos totais. Alguns países, como o Reino Unido, já estão implementando medidas para proteger famílias de baixa renda com pagamentos únicos e descontos na conta de energia devido ao poder de compra diminuído.
 
Na maioria das regiões, os consumidores estão sentindo o impacto da inflação em seu poder de compra de forma significativa. Nos EUA e na UE, a inflação em alta em 40 anos é um choque para o consumidor e impacta desproporcionalmente as famílias de baixa renda. Nos mercados emergentes, a inflação não é nova, mas a gravidade do atual aumento dos preços, especialmente para os países importadores de commodities, foi amplificado pelos efeitos da guerra na Ucrânia e um dólar muito forte. Ainda assim, os altos preços do petróleo podem sustentar a demanda de importação de laticínios para alguns países exportadores de petróleo, como vimos em ciclos anteriores de commodities.
 
Brasil
Queda recorde na produção do primeiro trimestre de 2022 – Os desafios climáticos contínuos impactaram ainda mais a produção de leite nas principais regiões do Brasil durante o primeiro trimestre. Os preços dos grãos permaneceram elevados e há um alívio limitado à vista. Embora os preços do leite ao produtor tenham subido recentemente, as margens dos produtores continuaram sob pressão durante os primeiros meses do ano.
 
Como resultado, dados preliminares do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam uma queda de 10% na produção de leite no primeiro trimestre de 2022 em relação ao primeiro trimestre de 2021.
 
A redução do rebanho ajuda a explicar o declínio – a produção de leite enfrentou obstáculos significativos desde o início da pandemia. Os altos custos sustentados dos grãos e dois anos consecutivos de chuvas irregulares afetaram a pecuária leiteira. Mas os preços da carne bovina também atingiram níveis recordes nos últimos trimestres, incentivando os produtores de leite a reduzir seus rebanhos ou a deixar o setor por completo. Embora a contagem oficial do rebanho leiteiro do Brasil seja publicada com um atraso significativo, evidências sugerem que é provável uma redução de 10% no rebanho leiteiro nos últimos 18 meses.
 
Os preços do leite ao produtor aumentaram com a baixa oferta – o declínio acentuado na produção de leite fez com que os preços do leite nas fazendas aumentassem significativamente nas últimas semanas. Os processadores tiveram que pagar preços mais altos do leite ao produtor, mesmo em um ambiente de fraca demanda do consumidor. Os preços de abril registraram um recorde nominal de R$ 2,43/litro médio e devem subir em maio. Os preços podem atingir o pico em julho, à medida que a produção de leite da temporada de fluxo do sul aumenta. 
 
A demanda do consumidor vai melhorar marginalmente – a inflação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) superou 11% nos últimos doze meses em abril, com alimentos e bebidas aumentando quase 13% no mesmo período. Os consumidores sentiram os impactos da alta inflação no Brasil desde o início de 2021, ajustando os padrões de consumo de acordo. As vendas de lácteos no varejo caíram cerca de 6%, segundo fontes do setor.
 
No entanto, a demanda deve começar a se estabilizar nos próximos meses, à medida que o desemprego diminui e a inflação começa a atingir o pico. Pode haver alguma recuperação da demanda no terceiro trimestre de 2022. As projeções econômicas foram revisadas recentemente para cima e o Brasil pode apresentar um crescimento mais forte do que o esperado no segundo semestre de 2022. No entanto, a demanda continuará tendo um desempenho inferior até que a inflação recue.
 
Uma moeda mais forte ajuda a aumentar as importações no segundo semestre 2022
As exportações devem se recuperar no segundo semestre do ano com o aumento dos preços domésticos do leite e a recuperação do Real com relação às baixas vistas no quarto trimestre de 2021. Se os preços do leite ao produtor continuarem altos no Brasil, algumas importações adicionais do Mercosul são esperadas.
 
A janela de exportação se fechou para o Brasil
Com os atuais preços internacionais e taxas de câmbio, as exportações brasileiras perderam competitividade e não devem contribuir para os fluxos comerciais globais de maneira significativa durante o terceiro trimestre de 2022. (As informações são do Rabobank)


Jogo Rápido 

Fazendo a tecnologia funcionar: a gestão no centro do negócio leiteiro
 A tecnologia está cada vez mais difundida nas mais diversas atividades e também nas fazendas de leite. O estoque de conhecimento e o entendimento técnico já são alicerces sólidos e com grau de amadurecimento. Por outro lado, como fazer a tecnologia funcionar? Como gerenciar para avançar? Neste cenário tecnológico, temos e sempre teremos, as pessoas. São elas que com ou sem tecnologia fazem a lida das propriedades, os processos funcionarem. Então, não basta mais ter domínio do conhecimento técnico e dispor de tecnologias, é preciso gerenciar pessoas! Sabendo da importância do desenvolvimento dos colaboradores e formação de times, bem como da crescente inserção da tecnologia no leite, o terceiro painel do Interleite Brasil 2022, “Fazendo a tecnologia funcionar: a gestão no centro do negócio leiteiro,” no dia 04 de agosto, trará dois casos de produtores de sucesso e uma palestra sobre gestão de pessoas. Se você pensou em gestão, tecnologia e pessoas, o terceiro painel do Interleite Brasil 2022 é para você! Este ano, o Interleite chega a sua 20ª edição e será sediado pela primeira vez no Brasil Central, em Goiânia, nos dias 03 e 04 de agosto. Com correalização do Sistema Faeg/Senar - GO, do Sebrae-GO e do Governo de Goiás e demais apoiadores, o Interleite Brasil abordará outras pautas importantíssimas para o leite brasileiro: sistemas de produção, sustentabilidade, índices de produtividade, rentabilidade e muito mais! No dia 02 de agosto, antes do primeiro dia do Interleite Brasil, ocorrerão três eventos paralelos: worskhops temáticos exclusivos ministrados por especialistas, Fórum MilkPoint Mercado e Jantar dos Top 100. Além disso, o evento contará com transmissão ao vivo em plataforma exclusiva os participantes que optarem por assistir online. Associados ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) têm 20% de desconto na inscrição dos eventos, clicando aqui. (Milkpoint) 
 

 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 13 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.681


EUA: exportações de lácteos atingem o segundo maior valor mensal

As exportações de lácteos dos EUA cresceram 1% em base equivalente de leite em abril, estabelecendo um novo recorde de volume para o mês.

O crescimento foi modesto, mas o valor dessas exportações ultrapassou 200.000 toneladas em uma base equivalente de sólidos de leite. O valor dessas exportações, atingindo quase US$ 850 milhões, marca um aumento em relação a abril de 2021. Este é o segundo maior valor mensal de todos os tempos, superado apenas em março de 2022.

De acordo com Phil Plourd, chefe de inteligência de mercado da ever.ag, as exportações recordes refletem algumas coisas. Primeiro, ele diz que a produção de leite na UE e na Nova Zelândia vem caindo, deixando vazios na oferta global e criando oportunidades para as exportações dos EUA. “Além das restrições de oferta global, os preços são importantes, é claro, e no final do ano passado e no início deste ano, os preços nos EUA estavam bem abaixo dos valores em outras partes do mundo”, compartilha Plourd. “Várias circunstâncias têm dado aos EUA uma vantagem e os profissionais de marketing têm aproveitado a oportunidade. E, notavelmente, tudo isso aconteceu em um ambiente de logística desafiador.”

O queijo continua a ser a estrela das exportações dos EUA em 2022. Depois de enviar um recorde de 41.693 toneladas de queijo em março, os fornecedores dos EUA repetiram o desempenho em abril com 41.375 toneladas em exportações. Foi a primeira vez que os Estados Unidos exportaram mais de 40.000 toneladas em dois meses consecutivos.

As commodities individuais e seus volumes que sofreram alterações a partir de abril de 2021 incluem:

Leite em pó desnatado – queda de 6%
Produtos de soro de leite – queda de 1%
Queijo – até 2%
Lactose – até 12%
Gordura de manteiga – até 25%
Whey Protein Concentrado (WPC) 80 – até 5%
Leite em pó integral – queda de 14%
Leite e creme fluidos – queda de 7%

Cenário futuro

Plourd disse que as coisas não são tão claras daqui para frente. A produção de leite da UE e da Nova Zelândia não melhorou muito. A produção de abril na Holanda, por exemplo, ainda caiu 2,5% ano a ano. Além disso, a produção ano a ano na Nova Zelândia caiu 5,6%. “Portanto, não estamos lidando com muita oferta extra de grandes concorrentes de exportação”, diz Plourd. “Do lado negativo, as diferenças de preços não são tão grandes quanto no início deste ano. De fato, a manteiga da Nova Zelândia está cerca de 30 centavos de dólar por libra mais barata. Os preços dos queijos dos EUA, da UE e da Nova Zelândia estão todos dentro de 15 a 20 centavos um do outro, estreitando qualquer vantagem dos EUA.”

Erick Metzger, gerente geral da National All-Jersey, disse que os produtores vão aproveitar as verificações de leite de maio na próxima semana, quando chegarem. “Muitos produtores verão preços mais altos do que jamais viram antes.”

Plourd disse que os preços mais altos dos produtos lácteos, as pressões inflacionárias gerais e a deterioração do desempenho econômico significam que a demanda está mais vulnerável. “O resultado é que os EUA ainda estarão no mix de exportação nos próximos meses, mas os volumes podem se estabilizar ou até diminuir”, disse ele.

As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


Custo de produção de leite recuou -1,4% em maio
 
Produção de leite - A inflação de custos de produção de leite, que vinha apresentando desaceleração no crescimento a partir do mês de março, teve queda no mês de maio. 
 
Dos sete grupos que compõem o ICPLeite/Embrapa, quatro registraram queda de preços, enquanto dois grupos tiveram elevação de preços e um se manteve estável. O resultado no custo de produção de leite foi um forte recuo em maio, com deflação de -1,4%. Este fenômeno de deflação, que é o inverso da inflação, não acontecia desde maio de 2020 e foi a maior deflação registrada desde agosto/2019. Isso não alivia muito a condição do produtor, em função da ascensão inflacionária dos custos de produção, acumulada nos meses anteriores. Nos grupos com queda de preços os destaques foram para soja, milho, adubos e energia elétrica, demonstrando que a deflação não foi localizada em grupos de custos específicos e teve múltiplas explicações.
 
Vários fatores influenciaram a deflação no mês pelo segundo mês consecutivo o grupo
 
Concentrado, que representa a alimentação baseada em ração formulada com grãos, apresentou queda de preços. No mês de maio, foi - 1,7%, resultante da queda de preços de soja e milho. O custo de produção do grupo Volumosos também teve retração de -1,3% em maio, motivado pela queda dos preços de adubos. Milho, soja e adubos têm preços formados no mercado internacional e estavam inflados desde os primeiros dias do conflito na Ucrânia, dadas as elevadas incertezas geradas naquele momento, e agora recuam. Os grupos Concentrados e Volumosos respondem pelo custo da alimentação das vacas e, somados, pesam muito no resultado final do ICPLeite/Embrapa (61,7%). O grupo Qualidade do Leite também registrou retração no custo, resultante da queda de preço do material de limpeza. A maior queda de preços ocorreu no grupo Energia e Combustível, principalmente por conta da energia elétrica, que estreou redução de tarifa, com o fim do período de escassez hídrica e o retorno da tarifa de bandeira verde.
 
O grupo Sanidade e Reprodução, que engloba medicamentos, vacinas, sêmen e material de reprodução, teve elevação de custos expressiva (2,9%), mas foi o grupo Minerais que, pelo quarto mês seguinte, registrou variação positiva nos custos. Desta vez atingiu patamar de dois dígitos de elevação (11,7%). O Gráfico 1 reproduz a variação nos grupos que compõem os custos de produção, para o mês de maio.

Gráfico 1. ICPLeite/Embrapa. Variação em maio/22, por grupos de despesa (em %). Fonte: Embrapa (2022).

 

 

CCGL capacita corpo técnico sobre manejo nutricional para produção de sólidos 

Com o objetivo de capacitar os técnicos da CCGL e cooperativas com informações importantes da cadeia do leite, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda. – CCGL, através do setor de Difusão de Tecnologias, promoveu entre os dias 6 e 8 de junho, no auditório da CCGL em Cruz Alta, o treinamento Manejo Nutricional para Produção de Sólidos focado no Programa Mais Sólidos, Maior Valor.

O treinamento foi ministrado pelo zootecnista Renato Palma Nogueira, com os temas: introdução à formação de sólidos no leite; importância dos sólidos para saúde do rebanho; manejo alimentar com foco em saúde do rebanho e sólidos e de gerenciamento do estresse térmico; nutrição para alta produção de leite e de sólidos, do período seco e do período de transição; conforto para vacas secas e em lactação; consumo de matéria seca e curva de lactação; e sistemas de agrupamento para vacas em lactação.

O gerente da indústria de rações e médico veterinário da Cotripal, Rodrigo Chaves, entende que o treinamento vai ajudar no alinhamento do trabalho técnico com o programa Mais Sólidos, Maior Valor e visando melhorar a produtividade e rentabilidade do produtor — Primeiro é necessário um entendimento e compreensão da equipe técnica deste novo modelo para posteriormente, com credibilidade, levar informações e as soluções para os produtores, para que eles entendam quais os processos de manejo precisam ser seguidos para que o rebanho melhore os resultados — explica Rodrigo.

Para o médico veterinário da Coopermil Jair André Veit, o conteúdo adquirido no curso é fundamental para a cadeia do leite. — O que aprendemos aqui sobre nutrição, manejo, balanceamento de dietas, entre outros temas, será essencial para o produtor maximizar a produção de sólidos em suas propriedades — completa Jair.

O Projeto Mais Sólidos, Maior Valor inicia um novo momento no sistema de precificação do leite, com base na quantidade de gordura e proteína entregues pelos produtores à indústria. O treinamento foi exclusivo para a equipe de Difusão de Tecnologias da CCGL e área técnica das cooperativas associadas. (Rede Técnica Cooperativa)


Jogo Rápido 

Fazendo a tecnologia funcionar: a gestão no centro do negócio leiteiro
 A tecnologia está cada vez mais difundida nas mais diversas atividades e também nas fazendas de leite. O estoque de conhecimento e o entendimento técnico já são alicerces sólidos e com grau de amadurecimento. Por outro lado, como fazer a tecnologia funcionar? Como gerenciar para avançar? Neste cenário tecnológico, temos e sempre teremos, as pessoas. São elas que com ou sem tecnologia fazem a lida das propriedades, os processos funcionarem. Então, não basta mais ter domínio do conhecimento técnico e dispor de tecnologias, é preciso gerenciar pessoas! Sabendo da importância do desenvolvimento dos colaboradores e formação de times, bem como da crescente inserção da tecnologia no leite, o terceiro painel do Interleite Brasil 2022, “Fazendo a tecnologia funcionar: a gestão no centro do negócio leiteiro,” no dia 04 de agosto, trará dois casos de produtores de sucesso e uma palestra sobre gestão de pessoas. Se você pensou em gestão, tecnologia e pessoas, o terceiro painel do Interleite Brasil 2022 é para você! Este ano, o Interleite chega a sua 20ª edição e será sediado pela primeira vez no Brasil Central, em Goiânia, nos dias 03 e 04 de agosto. Com correalização do Sistema Faeg/Senar - GO, do Sebrae-GO e do Governo de Goiás e demais apoiadores, o Interleite Brasil abordará outras pautas importantíssimas para o leite brasileiro: sistemas de produção, sustentabilidade, índices de produtividade, rentabilidade e muito mais! No dia 02 de agosto, antes do primeiro dia do Interleite Brasil, ocorrerão três eventos paralelos: worskhops temáticos exclusivos ministrados por especialistas, Fórum MilkPoint Mercado e Jantar dos Top 100. Além disso, o evento contará com transmissão ao vivo em plataforma exclusiva os participantes que optarem por assistir online. Associados ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) têm 20% de desconto na inscrição dos eventos, clicando aqui. (Milkpoint) 
 

 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.680


Inflação desacelera em maio, mas cenário segue negativo

IPCA avança 0,47%, menos que o esperado por analistas

Após sustos com a inflação de abril e a prévia de maio, o IPCA fechado do mês passado surpreendeu para baixo ao avançar 0,47%, ante mediana de 0,59% do Valor Data. A situação dos preços no Brasil é tão ruim que economistas reconhecem que foi uma boa notícia, mas não a ponto de mudar a avaliação geral, que é de uma inflação alta, disseminada e com medidas tendenciais pressionadas.Em 12 meses, a inflação desacelerou de 12,13% para 11,73%, indicando que analistas podem estar certos ao apostar que o pico foi em abril. Ainda assim, é uma métrica que está há nove meses em dois dígitos, sequência que não se via desde 2002/2003.
“Não dá para reclamar de surpresa baixista no cenário atual, mas a guarda não pode baixar”, diz Vitor Martello, economista-chefe da Parcitas Investimentos. O dado, segundo ele, não aponta para a volta a uma realidade muito diferente daquela de abril, “que já era ruim”, afirma. “A surpresa de hoje nem de longe compensa as surpresas [altistas] anteriores.”A deflação no grupo “habitação” (-1,7%) já era esperada por causa do impacto da bandeira tarifária verde (sem cobrança extra) na conta de luz. Não fosse a queda de 7,95% da energia em maio, o IPCA teria subido 0,83% no mês.

Boa parte da surpresa se deu em “alimentação e bebidas”, que desacelerou para 0,48% em maio. Mas houve surpresas também espalhadas por serviços, bens industriais, higiene pessoal e transportes. Economistas ponderam que muitos dos desvios ocorreram em itens mais voláteis. “Não invalida que foi um resultado mais positivo, o que fazia tempo”, diz João Savignon, economista da Kínitro Capital. Ele observa que não se via um IPCA mensal abaixo de 0,50% desde abril de 2021 (0,31%) - e desde fevereiro deste ano os números rodavam acima de 1%.

“Transportes” foi o grupo com maior contribuição altista para o índice, ao subir 1,34%, mas também desacelerando em relação ao mês anterior. A alta foi puxada pelas passagens aéreas (18,33%). Elas ajudam também a empurrar a inflação de serviços, que passou de 0,66% em abril para 0,85% em maio. Em 12 meses, atingiu 8,01%, a maior taxa para o período desde dezembro de 2015 (8,09%).

“Acreditamos que a leitura reforça nossa visão de que a inflação atingiu o pico em 12 meses, mas as medidas subjacentes permanecem bastante desfavoráveis, sugerindo riscos ascendentes”, comenta Daniel Karp, economista do Santander.

Ontem, incorporando a possibilidade de aprovação de algumas medidas de corte de impostos, o J.P. Morgan reduziu sua projeção para inflação em 2022 de 8,7% para 7,6%, enquanto o Credit Suisse cortou de 9,8% para 7,6%. (Valor Econômico)

 

CUSTOS | CHINA IMPORTARÁ MENOS LEITE EM PÓ ESTE ANO, DIZ O USDA

O escritório do USDA em Pequim espera uma redução nas importações de leite em pó da China este ano e uma maior produção interna de leite. 

“Em 2022, com o ressurgimento do Covid-19 e as restrições governamentais, espera-se que os bloqueios afetem o uso e a distribuição de produtos lácteos”, disse ele no relatório Semestral GAIN Dairy and Products, publicado no início de junho. 

Espera-se que os altos preços dos produtos lácteos importados tenham impacto no crescimento das compras externas. Este ano, a produção de leite em pó integral deve aumentar ligeiramente para 1,02 milhões de toneladas. Políticas restritivas para conter a expansão da covid limitaram a distribuição e a compra de leite líquido, “fazendo com que alguns processadores de leite aumentassem a produção de leite em pó integral”. 

Para este ano, estima-se que as importações de sejam reduzidas para 820.000 toneladas, a partir de 849.000 toneladas registradas em 2021. As compras externas de queijos também diminuirão de 176 milhões de toneladas no ano passado para 170 milhões de toneladas projetadas para este ano, em um mercado que concentra seu consumo em hotéis, restaurantes e instituições, que têm sido negativamente afetados pelas restrições à cobiça. Preços mais altos devido ao aumento dos custos logísticos internacionais são outro fator que contribui para a redução das importações de queijo em 2022. 

Em contraste, as importações de manteiga devem aumentar de 139 milhões de toneladas para 150 milhões de toneladas, apoiadas pelo setor de panificação.(Fonte Edairy news - traduzido com DeepL)

Argentina – O preço subiu até abril pelo quarto mês seguido, mas sem cobrir o custo

Preços/AR – O preço do litro de leite que o produtor argentino recebeu em abril superou pelo quarto mês consecutivo o índice de inflação.

Segundo um boletim publicado pelo Consorcio Regional de Pesquisa Agrícola (CREA), o preço do leite ao produtor no mês de abril chegou a 43,4 pesos, 7,3% acima do valor de março.

É um percentual acima do aumento de preços, que segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) foi de 6%.

Os números do relatório evidenciam uma leve recuperação no faturamento dos produtores, mas não o suficiente para cobrir o aumento dos custos de alimentação com os animais. A firmeza do preço nos primeiros quatro meses de 2022 foi possível, em grande parte, devido às elevadas cotações das commodities lácteas no mercado internacional.

Variação interanual
O Crea avaliou, no entanto, que a variação interanual (abril de 2022 x abril de 2021) do valor do leite pago ao produtor foi de 54%, enquanto a inflação no mesmo período subiu 58%. Ao mesmo tempo, os reajustes de alguns produtos lácteos no mercado foram: sachet de leite integral, 53,9%; queijos, 62,1%; manteiga, 58,9%; e iogurte firme 85%.

Estimativa da produção
A produção acumulada nos primeiros quatro meses de 2022 foi de 3.425 milhões de litros. Comparando com o mesmo período de 2021, representou aumento de 1,7%. As expectativas de produção das indústrias de laticínios filiadas ao CREA para o curto e médio prazo são positivas (+4,4% e +5,7%, respectivamente), variações menores do que as verificadas em anos anteriores.

As causas podem ser as condições climáticas e seu impacto, principalmente na oferta de pastagens.

Fonte: La Voz – Tradução livre: www.terraviva.com.br 


Jogo Rápido 

Próxima semana será de frio e geadas no Rio Grande do Sul
A próxima semana terá frio e geadas no Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Agrometeorológico nº 22/2022, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta-feira (10), o ingresso de ar seco e frio provocará o declínio das temperaturas e áreas próximas ao Litoral, e nos setores Norte e Nordeste, há possibilidade de chuvas fracas e isoladas. No sábado (11) e domingo (12), a presença do ar seco e frio manterá o tempo firme e as temperaturas baixas, com mínimas negativas em algumas áreas e formação de geadas na maioria das regiões. Na segunda (13) e terça-feira (14), o tempo firme e frio seguirá predominando em todo o Estado e ainda ocorrerão geadas no Planalto, Serra do Nordeste e nos Campos de Cima da Serra. Na quarta-feira (15), o tempo seco vai predominar, mas o frio perderá intensidade, e as temperaturas terão uma ligeira elevação. No decorrer do dia a aproximação de uma área de baixa pressão vai aumentar a nebulosidade e poderão ocorrer pancadas de chuva na Fronteira Oeste e na Campanha. Os volumes de chuva previstos são baixos e deverão ser inferiores a 5 mm na maioria das regiões e somente no Norte e no Extremo Sul poderão ocorrer totais próximos de 10 mm em alguns municípios. Veja o boletim completo clicando aqui. (SEAPDR)
 

 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 09 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.679


IBGE: Evolução dos preços do leite cru pago trimestral - 2017 a 2022
 
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço líquido médio do litro de leite pago ao produtor no 1º trimestre de 2022 foi de R$ 2,15, valor 8,3% acima do praticado no trimestre equivalente do ano anterior. Em comparação ao preço médio auferido no 4° trimestre de 2021, houve decréscimo de 2,6%. (Gráfico I).
 
 
 
Fonte: IBGE
 

Comissão da Agricultura vai discutir rotulagem de alimentos plant-based
 
Data e hora da audiência pública ainda serão definidas
 
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados aprovou hoje o Requerimento 39/2022, que solicita a realização de audiência pública para discutir a rotulagem de produtos alimentícios de origem vegetal que imitam produtos de origem animal.
 
Segundo o deputado Jerônimo Goergen (PP/RS), autor do requerimento, o objetivo é provocar o debate sobre a legalidade ou não de uso do termo “carne” nos rótulos alimentícios de origem vegetal. O parlamentar entende que é preciso informar e orientar os consumidores sobre a real composição expressa nas embalagens desses produtos. “Em minha opinião, não se pode permitir a utilização de expressões que tenham por objetivo enganar o consumidor final”, escreveu, em nota à imprensa.
 
O deputado lembra que algumas empresas de produtos plant-based usam a palavra “carne” em suas embalagens e campanhas publicitárias. “Acredito que é mesma situação do hambúrguer de picanha que não tem picanha e o hambúrguer de costela que não contém costela, situações que levaram duas redes de fast-food a se explicar aos consumidores”, afirmou. A data e a hora da audiência pública ainda serão definidas pela secretaria da Comissão de Agricultura.
 
Goergen também é autor do Projeto de Lei 5499/2020, que trata da inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal e sugere proibir a utilização da palavra “carne” e de seus sinônimos para anunciar ou comercializar alimentos que não contenham, em sua composição, proporção mínima de tecidos comestíveis de espécies de açougue, nos termos do regulamento. A proposta altera a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950.
 
Há dois dias, o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) da Secretaria de Defesa Agropecuária, Glauco Bertoldo, afirmou em evento que o Ministério da Agricultura Agricultura pretende regulamentar a rotulagem de produtos plant-based e processados de origem vegetal.
 
Em 2021, o ministério abriu uma consulta pública sobre o tema e, segundo Bartoldo, das pessoas que responderam aos questionários, a maioria quer informações claras nos rótulos para saber o que exatamente elas estão comendo. Há uma consulta específica sobre bebidas vegetais ainda aberta. (Valor Econômico)Senadores debatem Autocontrole em audiência pública de 4 horas de duraçãoPerguntas feitas por diversos segmentos da sociedade foram esclarecidas por técnicos e senadores

A Comissão de Agricultura (CRA) do Senado Federal discutiu em Audiência Pública, nesta quarta-feira (08), proposta que trata da fiscalização agropecuária por autocontrole. O texto prevê a revisão das leis de defesa do setor agropecuário e permite que as empresas criem os próprios programas, com responsabilização pelo cumprimento das normas determinadas pelo Estado nas atividades agropecuárias. 

Ao longo dos últimos meses, parlamentares envolvidos com o texto justificam o projeto em questão como uma modernização necessária, visto que, num cenário em que o agronegócio brasileiro se expandiu vertiginosamente nas últimas quatro décadas, torna-se necessário que os setores público e privado se reestruturem para atender às novas demandas apresentadas pela sociedade. 

O presidente da CRA, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), entende que o projeto de lei atende a necessidade de dar ainda  mais segurança e qualidade alimentar para o consumidor. Além disso, o parlamentar afirma que a revisão das leis de defesa agropecuária permitirão às empresas uma participação mais efetiva nos mecanismos de controle e completo aperfeiçoamento do sistema.

“Adotar procedimentos mais modernos é garantir agilidade para a agroindústria. Sempre cobramos o fortalecimento das empresas e do quadro de fiscais porque todos devem ser valorizados e respeitados, mas igualmente, defendemos mais controle, agilidade e menos custos no controle dos alimentos, e é isso que o Autocontrole traz”, explicou Acir.

O senador Luis Carlos Heinze, relator do projeto, destacou que “não é a invenção da roda”, mas sim um avanço que já ocorre mundo afora. “A Europa, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia já usam esse sistema. Não podemos ficar para trás e impedir a evolução que o país precisa. Temos leis dos anos 1940 que precisam ser revistas. O Autocontrole vai destravar o processo produtivo e não prejudicará a carreira do fiscal ou do auditor”, garantiu.

A comissão do Senado contou também com a presença da deputada federal e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS). A parlamentar destacou que o tema vem sendo discutido há algum tempo, tanto pela classe empresarial, quanto pelo Ministério da Agricultura (MAPA). Para ela, não existe o número necessário de fiscais para o atual modelo.

“Os fiscais fazem tudo com excelência, mas é necessário avançar pelo tamanho que o setor ficou. Nos transformamos na maior potência agro do mundo e isso pede mudanças em nossas legislações que comportem essa crescente. Vamos dar a modernidade que é pedida e continuaremos seguindo os protocolos internacionais”, afirmou.

 
Para o representante do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, com a aprovação do Projeto de Lei, as auditorias serão ainda mais eficientes, o que dará ainda mais garantias ao consumidor. Na visão dele, o aperfeiçoamento do Autocontrole vai trazer melhorias nas inspeções em todo o país. “Muita coisa precisa ser ajustada e o projeto é o início dessa retomada. Isso se chama evolução. Precisamos andar para frente e continuar sendo uma referência mundial, com ainda mais rigidez nas nossas fiscalizações”, disse.

Josélio Andrade, presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abramvet), ressaltou o caráter didático da Audiência Pública desta quarta-feira. Segundo ele, “esperava ser mais um dia de apresentações e poucos esclarecimentos. O que vi aqui foi um debate em alto nível para o bem do Brasil. Quatro horas de falas importantes de diversos atores que entendem da matéria e souberam dar o encaminhamento que o tema precisa”, concluiu.

A mesma sensação de convencimento partiu do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. De acordo com ele, a audiência rompeu barreiras que ainda estavam no caminho e resolveu dúvidas do setor. “Nós queremos continuar produzindo alimentos de qualidade e precisamos dar instrumentos para que os auditores e empresas evoluam. A mudança é necessária, pois o mundo precisa da nossa sustentabilidade e segurança alimentar. O debate foi primordial para elucidar essas questões”, finalizou. (FPA)


Jogo Rápido 

AUDITORES: Fiscais param por 48 horas
Os auditores fiscais federais agropecuários irão parar por 48 horas a partir da próxima terça-feira. A decisão foi tomada ontem na assembleia geral nacional extraordinária da categoria. A greve tem como pauta a reestruturação da carreira, a não aprovação do PL do Autocontrole, e a realização de concurso público. Na votação, também foi decidido pela manutenção do indicativo de greve pelos fiscais. (Correio do Povo)
 

 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 08 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.678


IBGE: Os resultados da produção animal no 1º trimestre de 2022

No 1º trimestre de 2022, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) foi de 5,90 bilhões de litros, equivalente à redução de 10,3% em relação ao 1° trimestre de 2021, e decréscimo de 9,3% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. No Gráfico 1 é possível perceber um comportamento cíclico no setor leiteiro, em que os 1° trimestres regularmente apresentam queda de produção em relação ao último período de cada ano. Porém, a diferença entre o produto captado entre o 4º e o 1º trimestres é a maior registrada na série histórica da Pesquisa, iniciada em 1997. Janeiro foi o mês de maior captação, com 2,08 bilhões de litros, 11,3% a menos do que o registrado no mesmo mês do ano anterior. O segmento foi impactado pelos altos custos de produção, tanto na alimentação dos animais, quanto da energia elétrica e combustíveis, combinados
com a dificuldade no repasse destes devido à demanda enfraquecida. A ocorrência de secas na Região Sul também contribuiu para pior qualidade das pastagens e queda na oferta de grãos, influenciando na redução da produção.A Região Sudeste apresentou a maior proporção na captação de leite cru, 38,4% do total, seguida pelas Regiões Sul (38,1%), Centro-Oeste (11,5%), Nordeste (8,3%) e Norte (3,7%).  

No comparativo do 1º trimestre de 2022 com o mesmo período de 2021, o decréscimo de 678,01 milhões de litros de leite captados em nível nacional é proveniente de reduções registradas em 19 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, as variações negativas mais significativas ocorreram em: Goiás (-160,15 milhões de litros), Minas Gerais (-158,73 milhões de litros), Rio Grande do Sul (-100,77 milhões de litros), Paraná (-73,06 milhões de litros), São Paulo (-64,26 milhões de litros) e Santa Catarina (-57,71 milhões de litros). Em compensação, os acréscimos mais relevantes ocorreram em Sergipe (+20,07 milhões de litros), Ceará (+11,44 milhões de litros) e Pernambuco (+9,94 milhões de litros). Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,5% da captação nacional, seguida por Paraná (13,8%) e Rio Grande do Sul (12,5%). 

Fonte: IBGE

 

Mapa apresenta programa para redução da emissão de carbono no agro
 
Na segunda-feira (06/06), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou o Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizantes no Seminário de Iniciativas Descarbonizantes da Agropecuária Brasileira, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
 
O objetivo do programa, que será lançado em breve pelo Mapa, é estimular as reduções voluntárias de emissões de gases de efeito estufa em cadeias e produtos agropecuários, por meio do uso de tecnologias sustentáveis de produção agropecuária.
 
Baseado em três eixos (mitigação, sequestro de carbono e captura e estocagem de carbono), o Programa irá reconhecer os produtores rurais brasileiros pelo trabalho que já vêm realizando para garantir a sustentabilidade dos produtos. “Se essas ações já são consagradas na agropecuária brasileira, por que os produtores não podem ser remunerados por isso? Por que não podemos ter a confiança dos nossos consumidores, sabendo que aquele produto que eles vêem no mercado tem todo um trabalho científico brasileiro o subsidiando?”, explicou a coordenadora-geral de de Produção Animal do Mapa, Marcella Teixeira.
 
De Brasília, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, participou da abertura do evento por videoconferência, falando sobre a importância de garantir a segurança alimentar com sustentabilidade. “O Brasil é uma potência agroambiental. Com programas extremamente importantes, o Brasil é peça chave neste contexto. Outro ponto é a segurança alimentar, que precisa estar acompanhada de projetos e processos que garantam a sustentabilidade. Por isso esse evento é muito importante”, disse o ministro.
 
A diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação, Fabiana Villa Alves, também representou o Mapa falando sobre a Agenda de Metano na Agropecuária. Em 2021, o Brasil foi uma das nações que aderiram ao compromisso global para redução das emissões de metano durante a COP 26, em Glasgow.
 
O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação, Fernando Camargo, explicou que a agropecuária é parte da solução e não do problema das mudanças climáticas. “A agropecuária brasileira tem tecnologias e o nosso Programa ABC+: Agricultura de baixa emissão de Carbono, para mitigar gases de efeito estufa e, mais do que isso, remover carbono da atmosfera e fixar no solo”, disse.
 
O evento contou com a presença de autoridades públicas, acadêmicos, especialistas do setor privado, produtores e representantes da sociedade civil. 
 
Plano ABC+
O Plano ABC+ é a segunda etapa do Plano ABC, que foi realizado entre 2010 e 2020, e trouxe resultados para além do previsto, mitigando cerca de 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em uma área de 52 milhões de hectares, superada em 46,5% em relação à meta estabelecida. Com base em comprovações científicas, a atuação do ABC+ foi ampliada para reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas até 2030 a partir de oito tecnologias: recuperação de pastagens degradadas, sistema de plantio direto, sistemas de integração, florestas plantadas, sistemas irrigados, bioinsumos, manejo de resíduos da produção animal e terminação intensiva.  Para avançar na conservação do meio ambiente enquanto produz, o foco é uma abordagem integrada da paisagem das áreas produtivas, o que consiste em olhar a propriedade não apenas como produtora de alimentos, mas levando em consideração toda a sua paisagem ao redor de forma sistêmica com o cumprimento ao Código Florestal; a saúde do solo; a conservação de água e de toda a biodiversidade. Assim, a abordagem integrada ainda possibilita a valoração econômica dos serviços ambientais gerados pelos ecossistemas durante a produção agropecuária e também se presta ao equacionamento do ambiente rural, especialmente em relação ao ordenamento do território. Os valores estabelecidos como meta para esta década são adicionais aos já atingidos pelo ABC, que devem ser mantidos. (Mapa)
 
  
Piracanjuba Health e Nutrition apresenta novidades no Ganepão 2022
 
Piracanjuba - Nos dias 8 e 9 de junho, a Piracanjuba Health & Nutrition é presença confirmada no Ganepão 2022, um encontro exclusivo dos profissionais de nutrição, que acontecerá no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
 
Além da linha excellence e do Leite Piracanjuba A2 de caixinha, apresentados ao mercado no mês passado, o estande também reforçará as opções da marca com a linha Zero Lactose, os produtos Piracanjuba Whey e Whey + Protein e o Imunoday.
 
Para levar informações relevantes aos participantes, os médicos Tulio Konstantyner e Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira ministrarão simpósio exclusivo no evento, a convite da Piracanjuba. Com o tema "Micronutrientes na primeira infância: recomendações e manejo de casos clínicos", os especialistas apresentarão evidências científicas sobre a importância da alimentação para o desenvolvimento infantil. “O público do Ganepão tem grande valor para a Piracanjuba, afinal nosso portfólio conta com produtos de qualidade, que atendem diferentes necessidades dos consumidores. Inclusive, acabamos de entrar no mercado infantil, com a marca excellence, e será uma oportunidade de apresentar a linha para os profissionais presentes”, comenta a Gerente de Marketing, Lisiane Campos.
 
Considerado um dos maiores congressos de nutrição da América Latina, a organização do evento optou pelo formato híbrido para contemplar o público, portanto, além dos encontros presenciais nos dias 8 e 9 de junho o evento continuará sua programação, na versão on-line, nos dias 10 e 11 de junho.
 
Últimos lançamentos
Quem passar pelo estande da empresa vai poder conhecer o primeiro Leite A2 de caixinha do mercado, proveniente de vacas com genética diferenciada e de fácil digestibilidade.  “Extraído de vacas com genótipo A2A2, o Piracanjuba A2 não causa desconforto abdominal em função da ausência do peptídeo BCM-7 (betacasomorfina-7) na proteína do leite. O lançamento possui a mesma composição nutricional do leite convencional, ou seja, ambos são fontes ricas em proteína e cálcio” esclarece Lisiane. O Leite Piracanjuba A2 é ultrapasteurizado (UHT) e tem validade de 5 meses.
 
Outra novidade apresentada recentemente e que poderá ser conferida no evento é a linha Piracanjuba excellence, que contempla a bebida pronta para consumo Piracanjuba excellence e o Composto Piracanjuba excellence. Indicada para a idade pré-escolar, a bebida é segura e prática para alimentar as crianças em qualquer local. Possui 23 vitaminas e minerais, e oferece variados benefícios, afinal, é nutricionalmente equilibrada, com presença dos minerais ferro e zinco (quelato), que facilitam a absorção pelo organismo.
 
Vendido em embalagem reciclável e estéril Tetra Pak 200 ml, o produto dispensa diluição e uso de utensílios. “A bebida é uma ótima alternativa para os momentos fora de casa, afinal, proporciona praticidade e segurança para complementar a alimentação, com menor risco de contaminação, já que dispensa o uso de água para dissolução”, explica a Gerente.
 
Já o Composto Piracanjuba excellence conta com 23 vitaminas e minerais, é rico em Vitaminas A, B1, B2, B6, B12, K, Niacina, Ácido Fólico, Biotina e Colina, que fornecem energia e contribuem com o desenvolvimento e crescimento das crianças; e fonte de Minerais: Cálcio, Zinco, Ferro, Fósforo, Cobre, Selênio, Magnésio, Manganês e Iodo, que ajudam na defesa e crescimento.
 
Os últimos lançamentos Piracanjuba já estão disponíveis no canal farma e nos maiores e-commerces nacionais. Em breve, também poderão ser encontrados nas grandes redes de supermercado. (Assessoria De Imprensa Piracanjuba)

Jogo Rápido 

Consulta Pública - Regulamento da Inspeção de Produtos de Origem Vegetal
Foi lançada consulta pública referente ao Regulamento da Inspeção de Produtos de Origem Vegetal que institui a classificação de produtos vegetais, seus subprodutos e resíduos de valor econômico, na forma do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal. Submete à Consulta Pública a Minuta do Regulamento da Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, que institui a classificação de produtos vegetais, seus subprodutos e resíduos de valor econômico, na forma do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal. Início: 24/05/2022 Término: 22/08/2022. Acesse a Portaria SDA n° 578, de 13 de maio de 2022 clicando aqui. (MAPA)
 

 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 07 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.677


 A nata do leite: as melhores manteigas dos supermercados
 
Ingrediente essencial na cozinha, seja no pão ou na panela, merece atenção; time de especialistas degustou às cegas as manteigas mais populares nas gôndolas; confira como elas se saíram
 
Como já dizia Julia Child "manteiga nunca machuca". A cozinheira, responsável por popularizar a culinária francesa nos Estados Unidos, nunca escondeu sua paixão pela manteiga, e nem nós. Ela é o par perfeito do pãozinho da manhã e o ingrediente "secreto" de 10 em cada 10 cozinheiros franceses. 
 
Tamanha importância merece atenção na hora da escolha do tablete. Por isso, o Paladar decidiu testar algumas das marcas mais populares dos mercados, a fim de te ajudar a escolher um produto digno de passar no seu pão (ou fazer uma torta, um croissant, finalizar um molho, fritar um bife, as possibilidades são infinitas.
 
Para tal missão, convidamos um time de jurados de peso, composto por cinco especialistas, que provou às cegas 11 amostras de manteigas sem sal de diferentes procedências, entre nacionais e importadas. Escolhemos esta versão por serem mais "puras". "O sal pode ser usado para mascarar alguns defeitos'', explica o técnico agrícola especialista em laticínios, Ricardo Bonilla. 
 
Cada jurado recebeu em casa uma caixa contendo porções descaracterizadas dessas manteigas; identificadas apenas por números. Eles foram solicitados a responder um questionário e comentar sobre aroma, sabor, textura e quaisquer sentimentos que as manteigas evocassem. 
 
Mais abaixo, você conhece como as marcas mais populares foram classificadas, de “nunca mais” para as mais deliciosas. Mas já anote aí: uma boa manteiga deve ser cremosa, delicada e com sabor de leite. Ranço e acidez em excesso são sinais de manteiga velha ou matéria-prima de má qualidade. A sua textura deve ser untuosa, nunca esfarelenta. 
 
Puro acidente 
Creme de leite batido, primeiro, vira chantilly e depois manteiga. Isso mesmo, se você esquecer o creme de leite fresco na batedeira, ele não vai estragar, vai virar manteiga. 
 
Simples, mas não simplório. A manteiga é a combinação de dois opostos, a água e a gordura, contidas na nata do leite, que, quando agitadas vigorosamente, se unem e formam esse ouro em barra, como afirma o cientista Harold McGee, no Cozinha & Comida, "a formação da manteiga é um milagre cotidiano, uma ocasião para admiração e deleite… Ela se transforma naquele tesouro dourado que confere riqueza cálida e doce a muitos alimentos". 
 
Nata da nata
Há diversos estilos de manteiga, cada qual com suas características e qualidades, ela pode ser diferente em aspectos como sabor, teor de gordura e até mesmo textura, a depender de seu país de origem.
 
De um modo geral, as manteigas europeias (em especial as francesas) possuem um sabor mais rico, resultado de seu alto percentual de gordura - o requisito mínimo é que as manteigas tenham pelo menos 85% na maior parte da Europa. 
 
Já as produzidas no Brasil, por sua vez, precisam ter no mínimo 80% de gordura, conforme regulamentação do Ministério da Agricultura. Essas manteigas, no entanto, têm um sabor relativamente mais neutro que as do velho continente. Pode não parecer uma grande diferença, mas alguns pontos percentuais fazem muita diferença quando se trata de sabor. 
 
A raça e alimentação dos animais também influencia diretamente nas características da manteiga. "Manteiga de diferentes espécies de vacas, resultam em sabores diferentes, assim como a alimentação do animal também impacta na coloração e sabor do produto", explica Alan Davidson, em The Oxford Companion to Food. 
 
Por exemplo, leite de animais alimentados com capim têm, em geral, mais betacaroteno do que os de vacas que são alimentadas com ração - por isso algumas manteigas são mais amarelas que outras. No entanto, algumas marcas usam corantes, como urucum, para simular a cor, o que é permitido por aqui, basta indicar na embalagem. 
"A diferença aqui não é propriamente sobre a qualidade da manteiga, mas, sim, sobre as características que o produtor deseja serem mais marcantes no produto final", explica Rosana, da Fazenda Atalaia, que produz além do premiado queijo Tulha, manteiga fresquinha no interior de São Paulo. 
 
Independentemente de a manteiga ser mais amarela ou mais ácida, o segredo para uma boa manteiga é partir de um bom creme (a nata), conforme explica o Bonilla, à frente da Manteigaria Nacional marca de manteigas artesanais responsável por abastecer importantes restaurantes e padarias da cidade. "A manteiga é basicamente o creme, e não há como melhorá-lo depois que sai da vaca, dá para disfarçar com aditivos, mas é impossível alçar uma boa manteiga sem uma boa nata", explica. 
 
Apesar do processo industrial da produção da manteiga ser relativamente parecido com o artesanal, é o acesso ao tal creme que atrapalha na qualidade da maioria das manteigas que encontramos nos mercados - além de caro, é raro. "Conseguir um bom creme é o maior desafio do produtor de manteiga", conta Bonilla. 
 
Uma mudança recente e fundamental no processo de fabricação da manteiga, especialmente após o início de sua produção industrial, diz respeito à fermentação.
 
Antigamente, e até nos dias atuais em produções artesanais, a manteiga era fermentada, pois o processo de separação da nata tomava tempo e, com ele, vinham bactérias. A indústria, no entanto, utiliza-se, muitas vezes, de cremes pasteurizados, além de se servir de processos que aceleram a separação do leite. Assim, o produto resultante é uma manteiga fresca, mas menos complexa em sabor e textura.
 
O impacto da produção industrial é tamanho, que o paladar brasileiro parece ter se acostumado com manteigas pouco ácidas e de sabor mais neutro. No entanto, a acidez não é uma característica negativa, nem sinal de baixos padrões sanitários. Na Europa, sobretudo, costuma-se deixar a manteiga fermentar para desenvolver sabor e acidez, algo desejado por muitos produtores e consumidores. Isso se reflete no próprio ranking, apesar da expertise dos jurados, as manteigas de sabor mais fortes foram preteridas com relação às mais frescas e neutras. 
 
Confira o ranking abaixo:
Ranking 
 
1º  President 
(R$ 14,99; 200g no Pão de Açúcar) 
Douradinha, que já atrai o olhar! Tem sabor suave mas com personalidade. É levemente ácida, o que agradou aos jurados, com final frutado e retrogosto amendoado. Cremosa ao passar no pão ainda levemente gelada, ganhou muitos pontos nesse quesito. Tem tudo que se espera de uma manteiga sem sal. A versão testada da marca francesa é, na realidade, produzida no Brasil. 
 
2º La Serenissima 
(R$ 11,29; 200g no Mambo)
Com aroma fresco, sabor lácteo e de gordura suave, é saborosa e levemente adocicada - tem uma “doçura” leitosa”. Tem textura firme e cremosa. Foi muito elogiada. Agradou a todos os jurados. 
 
3º Paysan Breton 
(R$ 11,99; 200g no Natural da Terra)
De personalidade mais forte, a manteiga francesa é untuosa, não quebra (um ótimo sinal da gordura), tem sabor lácteo delicado e foi notada como "fresca" por alguns dos jurados, com leve acidez agradável no final.  Quase empatou com a segunda colocada. 
 
4º  Tirolez 
(R$ 13,99; 200g, no Pão de Açúcar)
Sem defeitos, descrita como uma manteiga correta, padrão, no bom sentido. Tem sabor, com leve amendoado no final, e gosto preciso - sem grandes altos ou baixos. Perdeu alguns pontos pela textura um tanto "quebradiça". 
 
5º Aviação 
(R$ 13,99; 200g, no Pão de Açúcar)
Aroma limpo e suave, sabor agradável, lácteo e levemente herbal. Uma manteiga correta, porém com certa timidez na boca. A textura é lisa e homogênea, apresenta untuosidade, mas esfarela mais do que o esperado ao passar no pão, poderia ser mais cremosa. 
 
6º Itambé 
(R$ 10,99; 200g, no Mambo)
Sabor pouco marcante, aroma neutro, leve lembrança láctea na boca, mas bem discreta no final. É homogênea, mas falta untuosidade, é quebradiça, mesmo em temperatura ambiente. Mais indicada para usar em preparos do que para passar no pão. 
 
7º Batavo 
(R$ 13,99; 200g, no Natural da Terra)
Sem grandes qualidades, mas também sem grandes defeitos. Textura aceitável, sabor neutro. Não impressionou, mas também não desagradou. 
 
8º Roni 
(R$ 36,40; 500g, na Casa Santa Luzia)
Bem amarela, mais forte do que as outras, já revela mais personalidade que as outras amostras, o que não agradou a todos os jurados. Intensa, mais rústica, tem sabor lácteo acentuado e acidez também. Foi a preferida por alguns dos jurados para passar no pão. Lembra pasto, que pode ser bom ou ruim, a depender da expectativa. 
 
9º Regina 
(R$ 10,90; 200g, no St.Marche)
Aroma forte denuncia um produto rançoso, mas na boca é neutra. Todos os jurados notaram defeitos na textura: muito quebradiça e porosa; falta untuosidade e gordura mais homogênea. Uma manteiga incorreta.  
 
10º Granarolo 
(R$ 18,50; 200g, na Casa Santa Luzia)
A marca italiana decepcionou os jurados: com aparência ressecada, sabor metálico, rançosa e artificial. A textura foi descrita como fibrosa, quase arenosa, "a menos cremosa de todas", escreveu um deles. 
 
11º Jersey de Itu 
(R$ 47,29; 500g, no Quitanda) 
De tom amarelo bem forte, a manteiga produzida na Fazenda Limeira, em Itu, interior de SP, foi a mais artesanal do painel - talvez por isso, tenha causado estranheza nos jurados. Menos padrão, com forte aroma que remete ao estábulo, tem sabor bem marcante, lácteo, com bastante gordura e lembra mato. Uma questão de costume. 
 
Os jurados
Alethea Suedt, @a_padeira
Carlos Si!ert,  @csi!ert
Francisco Lobello, @brividosp
Luiz Filipe Souza, @luizfilipe
Renata Braune, @renatabraune
(As informações são do Estadão)
 

Vigilância epidemiológica: o que é e como utilizá-la na gestão de programas de saúde animal
 
“Sistema de vigilância”, “sistema de monitoria e vigilância” (MOSS, do Inglês Monitoring and Surveillance System) ou simplesmente “vigilância epidemiológica” é um procedimento chave para identificar precocemente qualquer sinal de alteração na saúde em uma população.
 
No Brasil, temos um exemplo interessante da vigilância epidemiológica no âmbito da saúde pública, que é a vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que monitora a incidência de complicações da síndrome gripal. Foi através desse sistema que pesquisadores da Fiocruz relataram um aumento de casos de SRAG acima do esperado a partir da semana epidemiológica 7 do ano de 2020, antes da detecção do primeiro caso de COVID-19. Ou seja, esses casos estavam provavelmente relacionados com infecções por SARS-CoV-2. No entanto, nenhuma ação preventiva precoce foi tomada naquele momento. 
 
A vigilância deve servir para um propósito essencial: gerar informações úteis para a gestão de programas sanitários, ou seja, para a tomada de decisão. As informações geradas devem ser disseminadas às partes interessadas para que ações previamente programadas sejam tomadas. Vigilância sem ação não tem utilidade.
 
Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (Brasil, Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, art. 6º, § 2º).
 
Um trabalho publicado por Sousa e colaboradores (2017) monitorou dados de produção de granjas de matrizes com o objetivo de detectar surtos da Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS). Eles concluíram que o monitoramento e análise contínua de indicadores de produção - número de abortos - permitiu detectar a ocorrência de surtos de PRRS até 4 semanas antes de serem reportados pelo Projeto de Monitoramento da Saúde Suína nos EUA (MSHMP, do Inglês Morrison’s Swine Health Monitoring Project). 
 
A principal finalidade da vigilância, como exemplificado no trabalho de Sousa e colaboradores (2017), é detectar a ocorrência de doenças, síndromes ou fatores de risco para auxiliar na tomada de decisão sobre medidas de prevenção e controle de doenças ou, ainda, a mitigação do risco de forma precoce e coordenada. Além disso, a vigilância é um processo orientado a dados e, a boa gestão desses dados, é fator chave de sucesso para qualquer programa de vigilância.
 
Algumas questões fundamentais para o desenvolvimento de um sistema de vigilância eficiente são:
 
• Criação de um protocolo que defina o que, como e com que frequência monitorar a doença/síndrome alvo do programa de vigilância;
• Existência de um sistema informatizado de coleta, armazenamento e organização de dados que possibilite a sua disponibilização de forma rápida;
• Implementação de um sistema de Business Intelligence ou protocolo de análises de dados que gerem informações e, por fim, 
• Definição das ações a serem tomadas conforme a análise dos padrões de ocorrência da doença/síndrome alvo do programa de vigilância.
 
Um programa de vigilância pode ser desenvolvido pela agroindústria para a gestão de inúmeras doenças, existindo muitas possibilidades para a sua aplicação. Além do exemplo de PRRS citado anteriormente, a vigilância pode ser aplicada na agroindústria para auxiliar no uso racional de antibióticos, para o controle da salmonelose ou de doenças que podem ser monitoradas durante o abate. 
 
Dessa forma, a vigilância é uma ferramenta essencial não só para a saúde pública ou para o controle de doenças no âmbito de um país, mas também plenamente aplicável e útil numa agroindústria. (Corb Science - via Linkedin)
 
 
GDT - Global Dairy Trade
 
 
(Fonte: GDT - Global Dairy Trade - Adaptado Sindilat/RS)

Jogo Rápido 

PASTAGENS: Clima beneficia semeadura
O frio intenso dos últimos dias e a umidade do solo beneficiaram os criadores de gado leiteiro, que aproveitaram as baixas temperaturas da última semana para fazer a sobressemeadura de espécies forrageiras próprias para o clima gelado. De acordo com a Emater/RS-Ascar, as pastagens de inverno deram boa resposta às últimas chuvas e houve aumento da quantidade de áreas passíveis de pastejo. Na regional de Santa Rosa, os produtores intensificaram o corte do capim para fenação e pré-secado. “O único obstáculo pode ser a falta de luminosidade, capaz de prejudicar o crescimento das plantas”, explica o gerente técnico da Emater/RS-Ascar, Jaime Ries. (Correio do Povo)
 

 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.676


Sindilat faz doação de mais de mais de mil litros de leite para ação solidária
 
O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) fez uma doação de 1.024 litros de leite para a ação social De Mãos Dadas Vamos Ajudar Quem Precisa, organizada pelo empresário Marquinhos Kröeff.  
 
O alimento foi doado para ações sociais que atendem famílias de comunidades dos bairros Lomba do Pinheiro e Restinga. Segundo Kröeff, a arrecadação integra a ação deste inverno com a entrega de marmitas, cobertor e leite. “Estamos formando uma corrente do bem para ajudar cada vez maispessoas”, pontua, registrando que há cinco anos realiza as ações.
 
Ao longo do ano, são desenvolvidas ainda as campanhas de Dia das Crianças, Natal, Páscoa e Inverno. Segundo ele, além do Sindilat, que já é um tradicional doador, o Instituto Martinelli Solidariedade e a Trans Joy também contribuem com as ações. Além das instituições, Kröeff explica que busca contribuições com conhecidos e pelas redes sociais. Quem desejar contribuir pode entrar em contato pelo WhatsApp (51) 99974 3479. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)


Foto reprodução: Marquinhos Kröeff
 

Sistemas de produção de leite e rentabilidade
 
O Brasil, um país com dimensões continentais, com fazendas de leite pulverizadas pelo território nacional, carrega distintas realidades e particularidades. Especificamente sobre os sistemas de produção há uma heterogeneidade existente nas propriedades – em alguns casos, a mesma fazenda tem mais de um sistema.
 
É comum escutarmos na atividade que determinado sistema é melhor que o outro. Partindo desse pressuposto, o que explicaria a existência e utilização dos mais diferentes sistemas de produção nas fazendas de leite do Brasil? Por que existem produtores que conseguem ganhar e perder dinheiro com o mesmo sistema de produção?

Considerando esses questionamentos, é fundamental entender os índices econômicos e de eficiência de produtores que conseguem resultados financeiramente rentáveis. Para aprofundarmos no assunto, o Interleite Brasil 2022, terá como tema de seu segundo painel “Sistemas de Produção e Rentabilidade,” no dia 03 de agosto.
 
Se conseguirmos disseminar esses resultados e conhecimentos, somos capazes de mudar o todo, com mais produtores produzindo com eficiência e com melhores índices de produtividade.
 
No dia anterior ao Interleite Brasil, também em Goiânia, ainda teremos 3 eventos paralelos exclusivos: 13ª edição do Fórum MilkPoint Mercado, Jantar dos Top 100 e workshop exclusivo pré Interleite com tema: Estratégias, manejo e ferramentas nutricionais com impacto no período pós-parto ministrado por dois grandes especialistas, Prof. Felipe Cardoso, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e Gilson Dias, gestor técnico de bovinos de leite na Agroceres Multimix. Além disso, a 20ª edição do Interleite Brasil também será transmitida ao vivo online em plataforma exclusiva para os participantes!
 
Além disso, o Interleite Brasil 2022 também contará com uma transmissão online ao vivo em plataforma exclusiva para os participantes, que poderão participar ativamente. 
 
Para marcar a volta dos eventos presenciais e fazer da 20ª edição a maior já realizada, esperamos mais de 1500 pessoas presentes no evento, e uma dessas pessoas é você! 
 
Associados ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) têm 20% de desconto na inscrição dos eventos, clicando aqui. (Milkpoint)

 
 

Abertas inscrições para o Programa Bolsa Juventude Rural

O prazo para envio da documentação termina em 5 de julho de 2022

Estudantes do Ensino Médio, entre 15 e 29 anos, interessados em participar do programa Bolsa Juventude Rural, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) podem fazer a sua inscrição a partir desta quarta-feira (1/6). A autorização foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).

Vão ser 712 bolsas no valor de R$ 200 mensais cada, por um período de 10 meses, a serem pagas a partir de agosto de 2022, independentemente da data de concessão/contratação. Deste total, 311 foram disponibilizadas por meio do orçamento de 2022, 311 por meio do orçamento de 2021 e 90 são do saldo residual de anos anteriores.

“O programa é de extrema relevância para evitar a evasão escolar do jovem no campo e para dar oportunidade para que ele busque a profissionalização no meio rural”, afirma o secretário da Agricultura, Domingos Velho Lopes.

Das 712 bolsas oferecidas, serão disponibilizadas 282 para alunos regularmente matriculados no 2º ano e 430 para alunos matriculados no 3º ano do Ensino Médio. O prazo para envio da documentação termina em 05 de julho de 2022.

Para 2022, visando à qualificação do programa e o auxílio aos jovens, haverá a necessidade de envio, junto à documentação mínima exigida pela lei, de um pré-projeto, que deverá servir de base para a elaboração do Projeto Produtivo que é a contrapartida obrigatória apresentada pelo jovem durante o recebimento da bolsa. 

O programa Bolsa Juventude Rural tem por finalidade incentivar a permanência e o retorno dos jovens ao ensino médio e de criar condições para a permanência do jovem no meio rural. As bolsas são destinadas a estudantes regularmente matriculados no 2º ou 3º ano do Ensino Médio, em escolas públicas estaduais ou instituições educacionais comunitárias que trabalhem com a Pedagogia da Alternância. Este método propicia a interação entre o estudante que vive no campo e a realidade que vivencia no seu cotidiano. O edital na íntegra está disponível no site da Seapdr: https://www.agricultura.rs.gov.br/bolsa-juventude-rural (SEAPDR)

Jogo Rápido 

Embrapa sugere cereais de inverno para composição de rações 
Todas as cultivares de trigo podem ser utilizadas no mercado de rações, levando-se em conta a questão energética. Assista a matéria completa clicando aqui. (Canal Rural)
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.675


A importância do leite e derivados para a sociedade brasileira
 
De acordo com a FAO, o Brasil é o terceiro maior produtor de leite mundial. Quase 50% do volume de leite produzido no país vem de pequenas propriedades, sendo que nosso país conta com cerca de 1,1 milhão de propriedades leiteiras. Desta forma, é evidente que a relevância do leite abrange muito além dos aspectos nutricionais, sendo fundamental do ponto de vista social, visto que é uma das atividades que mais gera empregos no país.
 
É estimado que, aproximadamente, 4 milhões de brasileiros têm seus empregos relacionados à cadeia do leite, em todos os níveis, desde o campo até a cidade. A cadeia de lácteos é um dos setores econômicos que mais gera empregos no país.
 
Em Minas Gerais, que é a principal bacia leiteira do país, a pecuária leiteira está em 36% das propriedades rurais, envolvendo produtores especializados e sazonais, que fazem da produção de leite uma atividade complementar à agricultura e pecuária de corte.
 
Apesar de toda a importância socioeconômica da pecuária leiteira, na última década, pequenos produtores, com menor poder de capitalização, têm arrendado suas terras para diversos plantios, que são considerados mais lucrativos do que a atividade leiteira.
 
Além disso, o envelhecimento dos produtores, a saída dos jovens para a cidade, o baixo grau de escolaridade, a falta de incentivo do governo e limitações financeiras são entraves importantes para o crescimento e desenvolvimento da produção leiteira familiar (Fratari e Matos, 2019). Isto chama a atenção para o cuidado que devemos ter com os produtores que dedicam as suas vidas às atividades leiteiras, garantindo parte da alimentação saudável da nossa população.
 
Levando em consideração a relevância do leite nos diferentes campos, este “ouro branco” merece mesmo muito reconhecimento! (Fonte: Milkpoint)
 

Dia Internacional do Leite: Programação especial celebrou a data com produtores e envolveu toda a cadeia do leite
 
A segunda edição da programação que comemora o Dia Internacional do Leite promovida pelo município de Chiapetta, neste dia 1º de junho, encerrou com sentimento de dever cumprido por ter conseguido reunir e atingir um expressivo número de participantes, presencialmente ou através da transmissão pela Rádio Ciranda, assim como atividades envolvendo os diversos públicos. Com uma vasta programação que iniciou as 6h da manhã e seguiu até o fim do dia, o evento representa o reconhecimento e a valorização da Administração Municipal e da comunidade de Chiapetta aos produtores de leite do município e a toda cadeia envolvida.
 
De acordo com dados apresentados durante o evento, 67% do leite produzido no Rio Grande do Sul é da Região Noroeste do Estado.  “Somos a região que vai ser reconhecida em âmbito nacional como a maior produtora de leite”, compartilhou o Consultor Agropecuário Carlos Schefel na apresentação dos dados do setor leiteiro. No município, apesar da redução do número de produtores na atividade leiteira, a produção vem se mantendo estável. Atualmente, são 84 produtores exercendo a atividade de bovinocultura de leite, uma produção que ultrapassa os quinze milhões de litros por ano.
 
Durante o encerramento, o Prefeito Eder Both avaliou o evento. “Programação pensada para celebrar e comemorar com toda a cadeia do leite e também para divulgar este produto que tantos benefícios oferece na vida de todos nós, tanto na área da saúde quanto para desenvolvimento econômico do município. Agradecemos a todos os parceiros, colaboradores e patrocinadores. Ficamos muito felizes com a participação de todos no evento e já pensamos na terceira edição com muito mais novidades para nossa comunidade”, comemorou contente com o sucesso da programação.
 
A segunda edição da Comemoração alusiva ao Dia Internacional do Leite foi promovida pela Administração Municipal através da Secretaria da Agricultura e Pecuária (SMAP), Câmara Municipal de Vereadores e Fazenda San Diego, apoio da Schefel Consultoria Agrícola, Emater/Ascar, Sindilat/RS, Sindicato de Ijuí, Senar, SkyNet Telecom e Rádio Ciranda.(Prefeitura de Chiapetta)
 
Minha Felicidade é o Leite
A programação incluiu espaço para atividades com as escolas municipais e estadual. Com a parceria do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (SINDILAT/RS) durante a manhã e a tarde, foi realizada a palestra teatralizada intitulada “Minha Felicidade é o Leite”. Apresentada pela palestrante Diana Ceolin, “o momento oportunizou reflexões através do humor. Entre os temas abordados, tecnologia, vida do campo, a importância de sair da zona de conforto para crianças e jovens e ainda o olhar para o ciclo que estou e onde quero chegar”, salientou a palestrante. Outras atividades interativas, como a experiência de “tirar leite” e passeios de trenzinho também foram oferecidas aos estudantes.
 
Case de Sucesso: a trajetória da Queijaria D’Nena
Ainda durante a manhã, a programação se deslocou para a Sede da Comunidade Cristo Rei envolvendo, especialmente, os produtores de leite, os grandes homenageados do dia. Por lá, foi oportunizado conhecerem o case de sucesso da Queijaria D’Nena, agroindústria localizada na ERS-155, em Santo Augusto, comandada pela empreendedora Marilene da Silva, a “Nena”. Antes do almoço, ela contou ao público presente como iniciou a sua trajetória com a produção de leite e de queijos, percalços pelo caminho até chegar hoje a conhecida Queijaria que produz cerca de quarenta tipos de queijos. “O início foi mais difícil, mas a gente foi indo, sempre se aperfeiçoando. Faço minha atividade com muito amor e isso me engrandece bastante”, contou a empreendedora motivando os produtores a persistirem.
 
Concurso de Sobremesas Derivadas do Leite
Uma das novidades da segunda edição do evento foi o 1º Concurso de Sobremesas Derivadas do Leite. A divertida competição teve como objetivo resgatar as deliciosas receitas feitas para reunir as famílias aos domingos e feriados e que muitas vezes são passadas de geração em geração. Ao todo, nove sobremesas foram avaliadas por uma banca de juradas, as quais avaliaram os quesitos apresentação, criatividade, textura e sabor. Ao final do concurso, as vencedoras receberam premiação e certificado.
1º Lugar – Sobremesa: Creme de Leite com gelatina – Edir Zanella
2º Lugar – Sobremesa: Leite Ninho com chocolate trufado – Teresinha Klipstein
3º Lugar – Sobremesa: Romeu e Julieta – Mara Tânia Roncaglio
 
Oficina de Produtos Derivados do Leite
Além da comemoração, a organização se preocupou em oferecer espaços de aprendizagem, envolvendo o público da cidade. Por meio da parceria com o Serviço Nacional da Aprendizagem Rural (SENAR/RS) foi oportunizado Oficina de Produtos Derivados do Leite. Ministrada pela Instrutora Isabel Cenedese, a oficina realizada no Centro de Eventos reuniu em torno de 25 mulheres, entre elas, donas de casa e profissionais da área da culinária.  Com duração de duas horas, foram produzidos: rapadura de leite, doce de leite, iogurte natural, requeijão cremoso e queijo minas frescal. “A nossa ideia foi justamente isso, trazer esse produto tão importante em contato com vocês. Esperamos ter feito a diferença”, salientou a proprietária da Fazenda San Diego, Sula Zardin, idealizadora da capacitação. A oficina encerrou a programação do Dia Internacional do Leite. (Prefeitura Chiapetta)




Piracanjuba faz altos investimentos em projetos de sustentabilidade ambiental

Mais do que a qualidade e o sabor, a Piracanjuba se preocupa cada vez mais em ofertar opções que são produzidas com responsabilidade ambiental. Só no ano de 2021, 10,7 milhões foram investidos em novos projetos sustentáveis.

E continua em 2022, exemplo disso é que, nos próximos meses, será implementada a troca de todo o papel branco das caixas de embarque pelo modelo pardo. A produção de papel reciclado demanda um menor consumo de recursos naturais em relação ao papel de fibra virgem: 50% de economia de água e 33% de contenção no uso de energia elétrica. Além disso, a cada tonelada produzida de papel reciclado, evita-se o corte de 20 a 24 árvores.

“Falar de ações ambientais na rotina de produção é assunto constante nas pautas. Temos várias iniciativas ambientais e, por isso, queremos avançar na questão da governança que, para nós, é transparência e apresentação de resultados. Por isso, os investimentos são crescentes e as práticas cada vez mais otimizadas. Atualmente, o gasto de água nos processos é de 2,0 litros por quilo de matéria-prima processada, enquanto, na literatura, esse número vai até 6 litros. Além disso, ainda em relação aos recursos hídricos, 89,7% de toda a água retirada dos rios para a operação é devolvida com os devidos tratamentos realizados”, ressalta Jefferson Dias de Araújo, Gerente de Meio Ambiente.Em 2022, quando a data em comemoração ao Meio Ambiente completa 50 anos, a Piracanjuba celebra o dia 5 de junho com vários resultados sustentáveis, que reforçam a aderência às metas e compromissos mundiais de preservação dos recursos. “Celebrar a data com ações efetivas tem grande valor, afinal, mostra que tiramos ideais do papel e colocamos em prática. Hoje, 100% das embalagens enviadas para o mercado são recicláveis e 71,4% delas são de origem renovável. Além disso, 100% do papel e papelão utilizados nas embalagens possuem certificação FSC, confirmando que são provenientes de florestas responsáveis. 

A Piracanjuba também mantém zero impacto com desmatamento, já que 100% de toda a biomassa utilizada nas fábricas para geração de vapor é de origem reflorestada”, complementa Jefferson.


Em mais uma das práticas de sustentabilidade, em 2020, a Sede Administrativa recebeu a certificação LEED Platinum, na categoria New Construction. A construção é o prédio mais sustentável da América Latina e alcançou 97 pontos na validação internacional, confirmando que a estruturação e o funcionamento operam de acordo com critérios ambientais.

Antes disso, em 2015, uma das fábricas da empresa, na cidade de Bela Vista de Goiás (GO), ganhou uma das Estações de Tratamento de Efluentes mais modernas do país. “No local, é feita a coleta e o aproveitamento energético de biogás, gerado no tratamento anaeróbio de efluentes, reduzindo assim o impacto dos gases causadores do efeito estufa. Em 2021, foram gerados 3,88 milhões de Nm³ (normais metros cúbicos) de biogás. Isso corresponde a 69,8 milhões de toneladas de carbono equivalente, deixadas de ser enviadas para a atmosfera a cada ano”, finaliza o Gerente de Meio Ambiente. (As informações são da Assessoria de Imprensa da Piracanjuba)

Jogo Rápido 

Umidade, chuva e frio predominam no Estado nos próximos dias 
Nos próximos sete dias, a condição de umidade, chuva e frio predominarão no Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 21/2022, elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta (3/6), ainda deverão ocorrer chuvas fracas e isoladas nos setores Norte e Nordeste. No restante do Estado, a presença do ar seco e frio manterá o tempo firme, com temperaturas baixas e formação de geadas. No sábado (4) e domingo (5), a propagação de uma área de baixa pressão provocará chuva em todo o Estado, com possibilidade de temporais isolados. Na segunda (6) e terça-feira (7), o deslocamento de um Sistema Frontal, associado a um Ciclone Extratropical próximo ao litoral, manterá a chuva e provocará fortes rajadas de vento, com valores entre 60 e 80 km/h, que poderão alcançar 100 km/h, principalmente nos setores Leste e Nordeste. Na quarta-feira (8), o ingresso de ar seco e frio afastará a nebulosidade e provocará novo declínio das temperaturas. Os totais de precipitação esperados deverão oscilar entre 15 e 40 mm na Campanha, Serra do Sudeste e Zona Sul, e inferiores a 10 mm nas áreas mais próximas da fronteira com o Uruguai. Na Metade Norte, os volumes serão mais elevados e oscilarão entre 60 e 90 mm na maioria das regiões, podendo superar 120 mm em vários municípios. Acompanhe todas as edições do Boletim Integrado Agrometeorológico 21/2022 em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia (SEAPDR)
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 02 de junho de 2022                                                          Ano 16 - N° 3.674


A importância do leite e derivados na tecnologia de desenvolvimento do Brasil
 
É fato que a implementação de tecnologias permite que boa parte dos processos industriais sejam realizados com maior rapidez e eficiência, aumentando a produtividade da indústria. No setor lácteo brasileiro isso não é diferente, tendo a aplicação de tecnologias evoluído notoriamente ao longo das décadas.
 
A origem do leite para consumo humano no Brasil está relacionada com a introdução do gado europeu em 1532, na Capitania de São Vicente/SP, durante o período colonial. No entanto, até meados do século XX, o consumo de leite teve caráter secundário devido à pequena oferta. Nesse período, o leite consumido não possuía nenhum tratamento e podia ser veículo de doenças para a população.
 
A pasteurização, invenção tecnológica industrial de Louis Pasteur em 1864, foi um grande avanço para a industrialização e conservação dos alimentos, possibilitando a comercialização segura do leite e maior tempo de conservação. Mais tarde, em 1952, Getúlio Vargas assinaria o decreto que aprovava o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), tornando obrigatória a pasteurização do leite (Camoleze, 2019).
 
A primeira indústria de laticínios no Brasil surgiu em 1888, em Barbacena/MG. A Fábrica de Laticínios Mantiqueira foi pioneira no Brasil e na América do Sul na fabricação de queijos e manteiga, com importação de maquinários e tecnologia holandesa. Após essa iniciativa, tecnologias europeias e americanas foram trazidas por empresas multinacionais que se instalaram no país por meio da implantação do Parque Industrial de Laticínios do Brasil.
 
Entre estas, estava a Nestlé S/A, inaugurada na cidade de Araras/SP em 1921, sendo a primeira empresa a produzir leite condensado no país. Em 1946, na cidade de São Gonçalo/RJ, fundou-se a Cooperativa de Produtores de Leite-CCPL, que foi a pioneira na produção do leite UHT no Brasil, na década de 1970 (Camoleze, 2019). Entre os anos 1990 e 2000, houve significativa expansão da mecanização no setor agropecuário, incluindo o setor produtivo de leite, sendo a adoção de tecnologias responsável por 68% do aumento da produção nacional entre 1996 e 2006 (IBGE, 2006).
 
A constante adoção de tecnologias pelo setor lácteo favoreceu a participação do Brasil entre os países exportadores de produtos lácteos, como queijos, leite em pó e manteiga, apesar de ainda ser apenas o 12° maior exportador de lácteos no ranking mundial (EMBRAPA, 2021).
 
Recentemente, com o surgimento do conceito da indústria 4.0, espera-se que as indústrias de laticínios invistam cada vez mais em tecnologias, pois sabe-se que, atualmente, a eficiência da indústria está inteiramente ligada a maquinários modernos e à prática de tomada de decisões com base em dados.
 
O uso da tecnologia na indústria láctea é essencial por permitir acompanhar todas as etapas da cadeia de produção com precisão, garantindo produtos seguros e de alta qualidade ao consumidor. Portanto, a indústria 4.0 tem vindo para somar no setor lácteo brasileiro e, claro, para dar continuidade à contribuição deste tão importante setor para o desenvolvimento tecnológico do país. (Fonte: Milkpoint)
 

Brasil lidera avanço da produtividade agrícola
 
É o que aponta estudo que será divulgado nesta quinta pelo Ipea; de 2000 a 2019, Índia ficou em segundo
 
Mesmo que a um ritmo menor do que gostariam as cadeias produtivas do agronegócio no país, os avanços observados sobretudo nas áreas de pesquisa e financiamento nas últimas décadas permitiram que o Brasil ampliasse a oferta de alimentos e se tornasse um dos maiores exportadores do setor no mundo. E não apenas com a expansão das áreas de plantio, mas também com ganhos expressivos de produtividade.
 
O estudo “Produtividade total dos fatores na agricultura: Brasil e países selecionados”, assinado por José Garcia Gasques, coordenador-geral de Políticas e Informações do Ministério da Agricultura, e José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor do Ibmec e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), mostra que, em um grupo de 13 dos mais importantes países agrícolas do mundo, nenhum cresceu mais que o Brasil em produtividade agrícola a partir de 2000.
 
De 2000 a 2020, a produtividade total dos fatores (PTF), que mede a diferença entre o crescimento do produto e dos insumos, registrou alta de 3,18% ao ano no país. Apenas um pouco abaixo da média registrada entre 1975 e 2020 (3,79%) - intervalo maior que inclui o início da conquista do Cerrado e no qual a produção brasileira de grãos multiplicou-se por quatro (alta de 3,79% ao ano) -, e acima de “concorrentes” como Índia (2,93%), China (2,03%), Chile (1,82%), Canadá (1,8%), EUA (0,5%), Austrália (0,47%) e Argentina (0,05%). Os dados desses países são de 2000 a 2019, quando o aumento médio global foi de 1,66% ao ano.
 
Eles lembram que o fator terra continuou em expansão depois de 2020 no Brasil, principalmente com a consolidação de novas áreas de produção de grãos no “Matopiba” - confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia -, mas que a maior parte dos ganhos de produtividade observados veio de uma dinâmica tecnológica mais intensa, com mais capital e menos trabalho.
 
“O aumento da produtividade agrícola permitiu a expansão da oferta em nível maior do que o crescimento da demanda, o que reduziu o preço da cesta básica”, escreveram os autores do estudo, sem esquecer da forte alta registrada desde o ano passado, nos mercados doméstico e internacional.
Inflação dos alimentos
 
“Recentemente, a inflação de alimentos vem trazendo preocupações, mas esse aumento dos preços está relacionado a fatores externos (reabertura das economias pós-pandemia, preço elevado do petróleo, conflito Rússia e Ucrânia, bem como escassez de insumos importados da China) e internos (problemas climáticos, incerteza política e aumento dos gastos públicos). Contudo, manter o crescimento da produtividade é essencial para evitar o desabastecimento interno e contribuir, no médio e longo prazos, com o controle inflacionário”, dizem Gasques e José Eustáquio.
 
Entre 2000 e 2020, mostra o estudo que será divulgado nesta quinta-feira pelo Ipea, a taxa média de crescimento do produto na agricultura brasileira atingiu 3,76% ao ano, enquanto o avanço dos insumos foi de 0,56% ao ano. No caso dos insumos, houve incrementos médios de 0,18% em terra e de 1,22% em capital, mas recuo de 0,84% ao ano no fator trabalho.
 
“Houve aumento do crédito de investimento, com a criação de linhas de financiamento que atendessem aos diferentes portes produtivos. Pesquisas foram realizadas na tropicalização dos cultivos, na expansão do plantio direto, na integração produtiva lavoura-pecuária-floresta, assim como na maior mecanização do campo. Esses arranjos trouxeram acentuados ganhos de produtividade na agricultura brasileira”, dizem os autores do trabalho. (Valor Econômico)
 





Desemprego recua para 10,5% no trimestre
 
Resultado até abril é menor frente aos 11,1% apurados em leitura anterior. Pessoas sem trabalho são 11,3 milhões
 
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril, menor índice para o período, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da expectativa de 11% estimada por analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa entre 10,7% e 11,2%. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,8%. No trimestre imediatamente anterior, encerrado em março, o índice era de 11,1%. 
 
O país registrou abertura de 1,083 milhão de vagas em um trimestre, e a quantidade de pessoas sem trabalho diminuiu em 700 mil de uma leitura a outra. A população ocupada representou um recorde de 96,512 milhões de trabalhadores no trimestre fechado em abril, e em um ano mais 9,036 milhões de pessoas encontraram uma ocupação. O trimestre encerrado em abril também mostrou abertura de 690 mil vagas com carteira assinada no setor privado frente ao trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com igual trimestre de 2021, espaço de um ano, 3,659 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. A renda média real do trabalhador foi apurada em R$ 2.569, o que representa um resultado de queda de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
 
Quanto aos desalentados, com números que também já exibiram recordes, nesta leitura foi apurado um total de 303 mil pessoas a menos em comparação com o trimestre encerrado em janeiro, um recuo de 6,4%. Em um ano, 1,451 milhão de pessoas deixaram a situação de desalento, o que significou um declínio de 24,6%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho ou não tinha experiência ou era muito jovem ou idosa ou não encontrou trabalho na localidade. E se tivesse conseguido, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. (Correio do Povo)

Jogo Rápido 

PECUÁRIA: Seleção pública inscreve projetos 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), abre, hoje, um processo de seleção pública para executar estudo voltado à criação de mecanismos de incentivo para a redução das emissões de carbono proveniente da produção de carne e de leite bovinos no Brasil. A iniciativa ocorre no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica celebrado entre ambas as autarquias em fevereiro deste ano. De acordo com o cronograma do edital de seleção pública, as empresas e instituições interessadas em desenvolver o estudo técnico deverão submeter propostas até as 14h de 1º de agosto. O edital completo, assim como as orientações para inscrição e envio de propostas, está disponível em bit.ly/3zbA7pb.(Correio do Povo)