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02/08/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 02 de agosto de 2022                                                        Ano 16 - N° 3.715


Qualidade do leite do RS propicia industrialização

A Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, processou entre janeiro e junho deste ano, em torno de 600 toneladas de queijos. De acordo com o diretor da cooperativa, Alexandre Guerra, 31% do leite captado entre os produtores associados são reservados à fabricação de queijos. Guerra explica que 65% da produção da Santa Clara se concentram nos queijos muçarela e prato, os mais consumidos. Mas a cooperativa também investe nos chamados queijos nobres, com períodos de maturação entre três e 12 meses. Nesta linha, produz as variedades de queijo montanhês, parmesão, fontina, gruyère e vaccino romano. 

Alexandre Guerra revela que a cooperativa também adotou a estratégia de porcionamento dos queijos especiais, que podem ser encontrados nas grandes redes de varejo. “Percebemos que a venda de queijos em porções caiu no gosto do consumidor, pois permite a ele um menor desembolso, podendo adquirir peças de diferentes tipos, podendo conhecer outros sabores e apurar o paladar”, comenta o diretor. Para os restaurantes e pizzarias, ele recomenda como alternativa mais viável a aquisição de peças inteiras. 

Egresso da Santa Clara e hoje supervisor de produção da queijaria recém aberta pela Dália Alimentos, o presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas e Latícinios (AGL), Amado Mendez Ambrósio, acredita que o interesse do Rio Grande do Sul em produzir queijos vem caminhando junto com a qualificação da produção do leite gaúcho. Para ele, os grandes laticínios, antes dedicados quase que exclusivamente à produção de Leite UHT e leite pó, começaram a enxergar o mercado de queijo como uma alternativa vantajosa, pelo valor agregado que o produto traz e pela própria expectativa de mercado. “Seguramente a qualificação do leite produzido na região sul e a qualificação das próprias empresas estão por trás deste investimento mais recentes nas queijarias”, analisa. 

O dirigente confirma que dos cerca de 12 milhões de litros de leite que o Estado capta por dia, pouco mais de 2 milhões de litros são destinados à produção de queijo, sendo que apenas 10% deste volume é convertido em queijo. O restante, é o soro, que passou a ser um subproduto de luxo na produção. Antes considerado efluente, de difícil descarte, e que gerava custo, o soro passou a ter muitas aplicações na indústrias em decorrência da presença em sua composição de proteínas nobres, entre as quais a lactoalbumina e a lactoglobulina. “Elas são diferentes alternativas para a industrialização e para a exportação. Hoje, temos do soro um aproveitamento que não se tinha antes e, por isso, uma rentabilidade adicional”, ressalta. Conforme Mendez, de cada litro de leite usado na produção de queijo (pago pela indústria ao produtor entre R$ 2,90 e R$ 3,40) resultam entre 800 ml a 900 ml de soro, cujo litro vale entre R$ 0.22 e R$ 0,25. 

Quanto ao consumo, o especialista uruguaio acredita que ele tende a aumentar, mas está sujeito ao determinante do poder aquisitivo. “É um produto cuja venda cresce junto com a disponibilidade de recursos da população de cada lugar”, completa. (Correio do Povo)


GDT - 02/08/2022
 

(Fonte: GDT)
 
 
Câmara aprova urgência para projeto que incentiva a pecuária leiteira
 
A Câmara dos Deputados aprovou, na segunda-feira (1º), um requerimento de urgência para votação do projeto de lei que institui a Política Nacional de Apoio e Incentivo à Pecuária Leiteira. O objetivo da política, de acordo com o texto, é aumentar a produtividade, ampliar o mercado e elevar o padrão de qualidade do leite brasileiro.
 
Com a aprovação do requerimento de urgência, a proposta poderá ser votada diretamente pelo plenário sem precisar passar pelas comissões. Além da produção, o estímulo será voltado para o transporte, a industrialização e a comercialização do produto. Entre as diretrizes da política, está a isenção de PIS/Cofins do milho e da soja usados na produção de ração para bovinos.
 
A proposta voltada a incentiva a pecuária leiteira também prevê, entre outras iniciativas, os seguintes itens:

  • Oferta de linhas de crédito e financiamento;
  • Ações de proteção fitossanitária;
  • Fomento à pesquisa;
  • Desenvolvimento genético.

Incentivo à pecuária leiteira: a quem se destina
Agricultores familiares, pequenos e médios produtores rurais, envolvidos na cadeia produtiva do leite e cooperativas, terão prioridade de acesso ao crédito e financiamento. A proposta estabelece ainda que as empresas de beneficiamento e comércio de laticínios ficarão proibidas de pagar a produtores de leite menos do que o preço médio praticado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
 
De acordo com o projeto de incentivo à pecuária leiteira, o prazo máximo para pagamento ao fornecedor não poderá exceder 15 dias contados do fechamento do mês, com pena de pagamento de multa de 2% por dia excedente. Além disso, as empresas ficam obrigadas a firmar contrato com os produtores para fornecimento e aquisição de leite. O rompimento sem justa causa dos contratos poderá ocorrer mediante comunicado prévio de no mínimo 60 dias. (Canal Rural)


Jogo Rápido 

Proteína de alto valor
Antes descartado como resíduo da produção de queijos, hoje, o soro que resulta deste processo de fabricação é um produto precioso para os laticínios e outros ramos da indústria alimentícia, podendo ser usado como emulsificante, espumante e geleificante. Ele corresponde a 80 ou 90% do volume de leite usado para fazer o queijo, ou seja, de 10 litros de leite, dois são queijo e o restante é o soro, com a vantagem de carregar consigo 55% dos nutrientes do leite. De acordo com a Associação Brasileira das Indústria de Queijo (Abiq), o teor desses nutrientes se deve à presença de carboidratos como a lactose, proteínas e minerais como cálcio, sódio, fósforo e potássio. As proteínas do soro já foram reconhecidas por análises da Organização Mundial de Saúde (OMS). São fonte dos oito aminoácidos essenciais que o corpo humano não é capaz de produzir e dos três aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina). Além disso, as proteínas do soro possuem propriedades relacionadas às funções fisiológicas, podendo apresentar aplicações na indústria farmacêutica. No ano passado, o Brasil exportou 20,2 mil toneladas de soro de leite, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. A estimativa da Abiq é de que a indústria de lácteos nacional produza por ano pelo menos 9 milhões de toneladas de soro. (Correio do Povo)


 
 
 
 
 
 
 

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