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Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.670

 

Clima de otimismo no lançamento da 19ª Expodireto Cotrijal


Credito da foto: Vitorya Paulo

Alta tecnologia e inovação no campo serão as bases da 19° edição da Expodireto Cotrijal. Lançada na manhã dessa terça-feira (6/2), em Porto Alegre (RS), o tradicional evento representa um dos maiores do ramo do agronegócio brasileiro, com expressividade internacional. Neste ano, a feira ocorre de 05 a 09/03, em Não-Me-Toque (RS). 

Uma das metas da Expodireto é dar visibilidade à agricultura familiar gaúcha, destacou o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, durante café da manhã com a imprensa no Hotel Plaza São Rafael. "Todos sabem que o agronegócio tem sido um dos tentáculos da economia desse país". Conforme afirmou Mânica, foi o segmento que manteve a inflação baixa no último ano, contribuindo expressivamente para o desenvolvimento do Brasil. 

Reiterando o otimismo com o evento, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, comparou a Expodireto com outras grandes feiras do país, como a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), e a Coopavel, em Cascavel (PR). "A Expodireto retrata aquilo que é o nosso Rio Grande: forte e aguerrido, apesar de todas as dificuldades". 

Sartori ainda chamou a atenção dos deputados presentes para o projeto de regime de recuperação fiscal, proposição encaminhada pelo Executivo para a Assembleia Legislativa, mas que nem chegou a entrar em regime de votação apesar da convocação emergencial da semana passada. "O Estado não pode ser de direita nem de esquerda. Ele precisa ser para todos", afirmou o governador. 

Presente no evento, o diretor secretário do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Angelo Sartor, lembrou que o evento se destaca como uma feira muito profissional e uma boa oportunidade para os produtores gaúchos se atualizarem. Para o representante, a cada ano, a Expodireto cresce de uma forma extraordinária. "O segmento do agronegócio está muito bem representado pela Expodireto", afirmou. O Sindilat deverá se fazer presente na exposição, como apoiador do 14º Fórum Estadual do Leite, que ocorrerá no dia 7/03, com início às 8h30min, no Auditório Central da feira. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Forte queda no leilão da Fonterra
 
O resultado do GDT de hoje continuou surpreendendo. O Índice fechou em US$ 3.553/tonelada, com a impressionante elevação de 5,9%. Todos os produtos apresentaram desempenhos positivos em todos os períodos. Se, por si só já é uma raridade, duas vezes seguidas, é excepcional. No evento 204 de 16 de janeiro de 2018, também houve recuperação generalizada nos preços.
 
O maior aumento ocorreu com a cotação da manteiga de leite em pó (+8,4%), voltando a superar os US$ 2.000 a tonelada, o que não ocorria desde setembro do ano passado. Os produtos mais negociados na plataforma, e que mais impactam na produção primária, tiveram resultados inesperados: o leite em pó desnatado, mesmo que os elevados estoques da União Europeia continuem pressionando as cotações no mercado internacional; e o leite em pó integral. A manteiga, que vem determinando as tendências dos preços mundiais desde o final de 2016, voltou a ter elevação considerável, recuperando 18% do seu valor nos últimos três leilões.   No ano de 2018, o índice GDT já teve valorização de 13,5%. (globaldairytrade/Terra Viva/GDT)
 
 
Argentina: em momento chave do ano, produtores de leite perdem competitividade novamente
 
Um relatório do analista Marcos Snyder ressalta a evolução dos preços relativos dos principais insumos ligados à produção de leite na Argentina. Isso confirma que, durante janeiro de 2018, a equação produtiva voltou a se desconfigurar seguindo a evolução dos preços relativos de alguns insumos importantes que afetam a atividade de produção de produtos lácteos, como:
 
alimento balanceado (os alimentos representam cerca de 60% dos custos diretos);
a gasolina (impactos em 15% dos custos de produção);
o dólar (60% dos insumos leiteiros são cotados em dólares);
a soja (cujo valor afeta o pagamento de aluguéis que representam uma média de 35 a 40% da terra em produção) e;
o preço do leite.
Observamos neste gráfico - que começa em 2014, ano antes da crise - um resumo das tendências, onde após 2 anos de defasagem, o produtor trabalhou com perdas e o preço do leite se recuperou em relação a quase todos indicadores. Em janeiro de 2018, a equação de produção é novamente desconfigurada com um preço que não cresce, enquanto os principais insumos do negócio de produção de leite aumentam.
 
 
Neste contexto, em seu portal DairyLando, Snyder enfatiza que, para recuperar a competitividade do leite frente ao avanço de preços relativos, a matéria-prima entregue em janeiro de 2018 deve valer 6,50 pesos (US$ 0,33) por litro. O produtor está em plena campanha de silagem e planos de plantio de pastagens, o que afetará a produção. (As informações são do www.todoagro.com.ar, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

O papel dos lácteos em dietas sustentáveis
FIL-IDF - A FIL-IDF [Federação Internacional do Leite] organizou o seminário "O papel dos lácteos em dietas sustentáveis", que foi realizado nos dias 1º e 02 de fevereiro de 2018, em Sevilha, na Espanha. Foram abordados temas como a percepção da população sobre os lácteos, as alegações dos lácteos para a saúde, nutrição e saúde pública, dietas sustentáveis, mitigação dos impactos ambientais e adaptação às mudanças climáticas. Dentre os palestrantes esteve Piercristiano Brazzale, da tradicional família de queijeiros italianos, que iniciaram a produção no final do século XVIII. O tema desenvolvido por Piercristiano, "O impacto ambiental da produção de alimentos", foi apresentado no dia 02 de fevereiro. "As apresentações foram muito interessantes", disse Piercristiano, acrescentando: "Discutimos sobre o valor real dos lácteos na nutrição e sugeri uma abordagem diferente para avaliar o real impacto ambiental na produção de alimentos. Procurei trazer mais clareza para o conceito, dado que existem muitos indicadores e abordagens para caracterizar o impacto ambiental. Isto tende a criar confusão entre os consumidores e nas pessoas envolvidas. Assim apresentei duas diferentes abordagens adotadas na Itália, que estão alinhadas com outros estudos pelo mundo. Nesses estudos, existe uma conexão entre o valor nutricional de cada alimento com o impacto ambiental calculado através de indicadores como a pegada da água e a de carbono. Apresentei uma abordagem holística e uma sugestão de adotar diferentes sistemas no futuro, para demonstrar o real impacto ambiental dos produtos lácteos e melhorar sua imagem. O objetivo final é fazer com o consumidor entenda que o impacto efetivo é menor do que o que se imagina". (Terra Viva)

Porto Alegre, 05 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.669

 

Importação menor reduz o déficit da balança de lácteos

Depois de um ano em que o déficit na balança comercial de lácteos caiu, em que a participação da Venezuela entre os principais mercados para o Brasil despencou e os embarques de queijos ganharam fôlego, o segmento considera que o principal desafio é conseguir elevar as vendas externas de commodities lácteas, como o leite em pó.

No ano que passou, o Brasil importou US$ 561,91 milhões em produtos lácteos, uma queda de quase 15% sobre os US$ 658,37 milhões de 2016, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) compilados pela Viva Lácteos, que reúne empresas do segmento. As exportações brasileiras de lácteos em 2017 também recuaram de forma expressiva, 34%, para US$ 112,58 milhões. Com isso, o déficit da balança ficou em US$ 449 milhões, 7,4% abaixo de 2016.

 

Segundo Marcelo Martins, diretor- executivo da Viva Lácteos, o aumento da produção doméstica de leite em 2017 explica o menor volume importado. As compras de leite em pó, o principal produto importado pelo Brasil, caíram mais de 20% no ano passado, para US$ 332,2 milhões. Em volume, a queda foi de 36%, para 103,4 mil toneladas.

Embora a produção de leite no país tenha crescido 4% no ano passado, o descolamento entre os preços dos mercados doméstico e internacional continuou a afetar as exportações de lácteos. Segundo a Viva Lácteos, em 2017, em média, os preços no mercado interno ficaram 25% acima das cotações internacionais, o que tirou a competitividade dos lácteos brasileiros.
Em novembro, quando o preço do leite em pó nacional estava mais competitivo em relação ao mercado internacional, os embarques do produto ganharam força, segundo a Viva Lácteos. Só naquele mês, foram exportadas 2,3 mil toneladas de leite em pó, ou 42% do total embarcado no ano.

Em 2017, a participação da Venezuela nas importações brasileiras de lácteos caiu ainda mais, conforme a associação. O país ainda é o principal destino, mas comprou só 15% do total em 2017. No ano anterior, responderá por 48% das exportações brasileiras de lácteos.

Outro destaque, segundo ele, foram os embarques de queijos, que cresceram 37% em 2017. Ainda que produtos de maior agregado entusiasmem, Martins afirma que o Brasil precisa ampliar as exportações de commodities para consolidar sua posição no mercado internacional.
A expectativa do executivo é que o déficit na balança de lácteos volte a cair este ano. "Com oferta mais estável, não deve haver grande descolamento de preços. A tendência é que não haja grandes picos de importação", avalia. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 
 

Benefícios do Bolsa Família sustentam 21% da população do país 

Os beneficiários do Bolsa Família representam mais de um terço da população de 11 Estados brasileiros, todos das regiões Norte e Nordeste. No Brasil, 21% da população vive com os benefícios do programa. Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) a pedido do Valor e evidenciam a importância dos recursos para a população daquelas regiões. O Maranhão é o Estado com a maior relação entre a população e quem vive dos valores do Bolsa Família. De acordo com o ministério, 48% da população do Estado recebe os recursos. Piauí e Acre vêm a seguir, ambos com 41%. 

O cálculo chega ao número de beneficiários a partir do tamanho das famílias inscritas no programa. Em seguida, o ministério calcula quanto isso representa na população do município a partir das estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são referentes a dezembro de 2017. Por serem baseados em estimativa do IBGE, o percentual pode diferir da realidade já que o último Censo foi realizado em 2010. Para fazer parte do programa, é necessário ter a renda mensal por pessoa da família de até R$ 185. O Bolsa família repassa entre R$ 39 e R$ 372 para os inscritos no programa, a depender do número de filhos do beneficiário. Os valores repassados, apesar de pequenos, acabam significando parte importante da economia dos municípios mais pobres do Brasil. Os valores repassados pelo programa representam mais de 6% do PIB local para 579 municípios. Aninho Irachande, professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), analisou os dados a pedido da reportagem. "O impacto na vida das cidades é muito grande, quanto mais beneficiários, mais dinamizada é a economia do lugar", disse. Na avaliação dele, os benefícios do programa vão além da pessoa ou família beneficiada. "Cada R$ 1 real produz R$ 1,6 em circulação da economia", afirma Irachande. Segundo o professor, "é um tiro no pé imaginar que o beneficiário é quem mais ganha com o Bolsa Família". Para o secretário-executivo do MDS, Alberto Beltrame, "o programa gera um círculo virtuoso de desenvolvimento na economia local", porque " estimula a economia, melhora a renda e os indicadores sociais como um todo". Os dados do ministério indicam uma taxa de crescimento maior no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para as cidades com mais inscritos no Bolsa Família em relação ao total. 

Entre 2000 e 2010, a taxa média de crescimento no IDH municipal das cidades brasileiras foi de 26%. Nas cidades onde os beneficiários representam menos de metade da população local, o número foi de 22%. Nos municípios em que os beneficiários são mais da metade, a taxa é de 43%, Dentre as cidades onde mais de dois terços vivem do programa, a taxa atinge 58%. Alguns municípios servem de exemplo para o impacto do Bolsa Família na economia local. Em São Raimundo do Doca Bezerra (MA), a 379 quilômetros de São Luís, por exemplo, 99,98% da população de 4,946 mil habitantes é beneficiária do programa, segundo números do ministério. O cálculo leva em conta dados do Cadastro Único e a estimativa de população do IBGE. Dados oficiais reforçam a validade desse número. Não há quem receba o benefício de Prestação Continuada (BPC) na cidade, por exemplo. Não é possível acumular o BPC e o Bolsa Família. "É através desse benefício que as famílias têm o pão na mesa", disse ao Valor o gestor do Bolsa Família na cidade maranhense, Aldeman Dias. Segundo o gestor, "o Maranhão tem poucos recursos naturais e nossa cidade está situada centro do Estado, onde a pobreza prevalece". Dias conta que o Bolsa Família é "praticamente o único recurso que entra na nossa cidade, além da prefeitura. Sem esse benefício, o comércio da cidade cai totalmente, afirmou. Antonio Basilio, dono do mercado Comercial Basilio, em São Raimundo do Doca Bezerra, faz a mesma ponderação. "A renda aqui só o Bolsa Família. Difícil ter algum comércio sem ele." Quando o critério é a participação dos recursos que chegam pelo programa no Produto Interno Bruto (PIB), as dez primeiras colocadas estão no Estado do Maranhão. 

Em Cajari, a 225 quilômetros de São Luís, a relação chega a 13,8%. Irachande ressalta também que a importância econômica que os recursos têm para as pequenas cidades mais pobres do país acaba provocando fraudes. "A maior parte dos recursos vai para consumo de produtos básicos de higiene e alimentação", explicou o professor. Esses produtos, por sua vez, são comprados em pequenos mercados e mercearias que, nessas localidades, costumam pertencer a autoridades locais, que têm interesse em ter o máximo possível de pessoas registradas no programa, mesmo que não atendam a todos os requisitos. Para combater fraudes no programa, o Ministério do Desenvolvimento Social começou a partir de 2016 a realizar uma variedade de cruzamentos em bancos de dados públicos. Antes, ele era feito apenas uma vez por ano com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que agrupa dados do mercado de trabalho brasileiro por ano. Agora, são dez bases de dados, o que permitiu que a fila de espera fosse zerada a partir da retirada do programa de beneficiários que não atendiam mais ao requisito de renda. "Com isso, cancelamos 4,7 milhões de beneficiários com renda superior a R$ 170 per capita. O pente-fino promove justiça social. No mesmo período, 4,2 milhões entraram", disse Beltrame. (Valor Econômico) 

 

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 05/2018 de 01 de fevereiro de 2018

Leite/América do Sul - O Sul do Brasil e outros países do Cone Sul da América, que consiste no Paraguai, Uruguai, Argentina, e Chile, estão sofrendo os efeitos de La Niña com condições climáticas variáveis. Em decorrência disso a produção de leite está sendo afetada de diferentes formas, dependendo da região. 

Em dois dos principais estados produtores de leite, mais especificamente, Minas Gerais e Goiás, a produção continua melhorando. No entanto, as elevadas temperatura e condições severas de seca nas bacias leiteiras da Argentina, como Buenos Aires, Córdoba, e Entre Rios continuam derrubando a produção. No geral, a produção de leite na Argentina e Uruguai tendem para baixo, mas, continuam acima dos níveis do ano passado. Com as escolas de férias, os pedidos de leite engarrafado continuam em baixa, e o volume de leite é suficiente para que as fábricas atendam outras necessidades de processamento como queijo e iogurte. No entanto, dada à sazonalidade, a oferta de creme está menor e a demanda continua forte. A produção de manteiga continua intensa, especialmente no Uruguai, com boa demanda nos mercados domésticos, bem como alguma exportação para a Rússia. De acordo com relatório do governo, em dezembro de 2017, a produção de leite da Argentina caiu 5% em relação ao mês anterior, mas, aumentou 3% em relação a um ano atrás. Em dezembro de 2017, o preço nominal pago aos produtores de leite aumentou 22% em relação a dezembro de 2016.

Enquanto no Brasil, como foi mencionado antes, a produção de leite está em alta. Os pedidos de leite fluido e engarrafado pelos canais de varejo começam a melhor com o retorno às aulas de algumas instituições nesta última semana. Em geral os volumes entregues nas fábricas estão adequados. A produção de queijo continua ativa enquanto a demanda de atacadistas e serviços de alimentação está justa. No entanto, os estoques de queijo, especialmente mozarela, permanecem elevados em muitas fábricas. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

NO RADAR
A Fundação Banco do Brasil investiu R$ 150 mil na construção de nove miniqueijarias nos municípios de Bom Jesus e São José dos Ausentes. A parceria com a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite dos Campos de Cima da Serra (Aprocampos) tenta fomentar negócios sustentáveis com geração de renda para as famílias participantes. (Zero Hora)
 

 

Porto Alegre, 01 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.668

 

65% pessoas não tolera a lactose. Mas pintá-la como vilã é um exagero, e abandonar os laticínios sem necessidade pode ser uma roubada para a sua saúde

A primeira coisa que você provou na sua vida foi leite. Foi leite também a única coisa que você "comeu" até os 6 meses de idade, substituindo qualquer outra comida, bebida e até mesmo a água. É "leite que nunca azeda" o que jorra no paraíso muçulmano e é ele que existe em abundância na terra prometida dos judeus. Cleópatra se banhava em leite para ficar eternamente jovem. 

Segundo a lenda, Rômulo, o irmão de Remo, só fundou Roma porque foi amamentado por uma loba. Hoje, o leite é o segundo alimento mais consumido do planeta - atrás apenas do milho - e nós brasileiros tomamos 60 litros desse líquido milagroso por ano. E ele é milagroso mesmo: um copo de leite de vaca tem os carboidratos de uma fatia de pão, as proteínas de um ovo, o fósforo de uma concha e meia de feijão e o cálcio de 1,4 kg de espinafre.

Recentemente, porém, o leite anda sofrendo de uma estranha má reputação. Cada vez mais pessoas estão se descobrindo intolerantes à lactose - e fazendo cara feia para pães de queijo, pizzas e outras delícias lácteas. A intolerância acontece quando o corpo não consegue metabolizar direito o açúcar do leite, a lactose. Resultado:   gases, diarreia, cólicas, numa intensidade que varia de acordo com o grau da intolerância. Assim como já aconteceu com o glúten, o ovo e a gordura animal, a lactose é o novo vilão da alimentação, e está perdendo lugar nas prateleiras dos supermercados. Segundo a Tetra Pak, o mercado de leite sem lactose cresceu 224% nos últimos três anos no Brasil. Nos EUA, ocupou um nicho de US$ 6,7 bilhões em 2015 - e a expectativa é que chegue a US$ 8,8 bilhões até 2020.

Os efeitos da intolerância não são agradáveis, mas o fenômeno não deveria ser novidade: segundo um estudo da Universidade de Uppsala, na Suécia, apenas 35% da população mundial consegue metabolizar normalmente a lactose. Em alguns países asiáticos e africanos, como a Tailândia e a Namíbia, só 10% dos habitantes digerem leite. No Brasil, segundo uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP1, 57% dos brancos e pardos, 80% dos negros e 100% dos descendentes de japoneses são intolerantes no Brasil. Ou seja, com base nos critérios de cor e raça do IBGE, temos que 60% da população presenta algum grau de intolerância.
Mas, se o intestino de tanta gente não sabe lidar com o leite, como ele ainda é tão popular? E, se ele faz tão mal, por que não é cortado de vez da dieta? Para essas respostas, precisamos entender primeiro nossa longa vida de amor e ódio com esse líquido branco.
 
 

Há 280 milhões de anos, a Terra era um lugar inóspito. A Pangeia - aquele imenso continente único - havia se formado há pouco tempo e a vida longe dos litorais estava cada vez mais quente e seca. Por essa época, caminhava sobre o nosso planeta um estranho tipo de animal. Eles tinham rabos compridos, quatro patas curtas que sustentavam um corpo rechonchudo, e mandíbulas poderosas: se você olhasse hoje, os chamaria de "dinossauros", embora os verdadeiros ainda demorassem 50 milhões de anos para surgir. Esses bichos ancestrais eram os sinapsídeos, e tinham o hábito de ficar sentados sobre seus ovos. As fêmeas chocavam suas crias ainda encapsuladas não só para aquecê-las, mas para hidratá-las. Sim, os ovos desses sinapsídeos ainda não haviam desenvolvido as cascas duras e calcárias que conhecemos hoje em pássaros e répteis: eles eram molengas e cobertos por películas permeáveis, que permitiam a entrada e a saída de líquidos. Como esses bichos viviam em terra firme (e quente), cada vez que uma mãe sinapsídia desse uma voltinha para buscar comida, seus ovos ficavam lá, debaixo do sol, perdendo água. A solução, então, era sentar sobre os filhotes e "suar" em cima deles para que se enchessem de líquido de novo. Ao longo de milhões de anos de evolução, porém, esse "suor" foi ficando mais enriquecido: ganhou açúcares, sais minerais e proteínas - e os poros que secretavam essa água inicial foram se transformando em glândulas mamárias. Sim, esse protodinossauro gorducho era a sua tataravó - e a de todos os mamíferos que existem hoje em dia: os primeiros animais a alimentar a prole com um líquido que jorrava de seu próprio corpo.

Assim como todos os outros mamíferos do mundo - do ornitorrinco à baleia -, excretamos leite: é a maneira com a qual mantemos nossos filhotes vivos nos primeiros meses de vida. Mas, ao contrário de todos os outros mamíferos, somos os únicos que continuam tomando o líquido depois de adultos - isso porque somos os únicos que produzem lactase, a enzima que quebra a lactose, depois da infância. O leite que alimenta todos os filhotes do planeta (menos os de algumas espécies de leão-marinho) contém lactose, o que explica por que é raro haver crianças intolerantes (há crianças alérgicas à proteína do leite, o que é diferente e pode matar). A dificuldade de digerir leite só aparece a partir dos 7 ou 8 anos, à medida que o sistema digestivo se desenvolve - e acomete muita gente, como já vimos. Produzir lactase é uma habilidade recente na história do Homo sapiens. Há 11 mil anos, todos os humanos do planeta eram intolerantes. Nessa época, estávamos apenas começando a desenvolver a agricultura e a domesticar animais, deixando para trás os hábitos caçadores-coletores, na chamada Revolução Neolítica. Foi no Oriente Médio que nossos antepassados aprenderam que era muito mais fácil manter um estábulo do que ficar andando de um lado para o outro para encontrar o almoço. Começamos criando cabras, e logo estávamos amarrando ovelhas, porcos e vacas no quintal. Um pouco depois disso, graças ao excedente de leite gerado pela pecuária, já estávamos também produzindo queijo. Quem descobriu isso foi um grupo de pesquisa internacional chamado Lactase Persistence in the early Cultural History of Europe - ou, espertamente, LeCHE - liderado por Mark Thomas, um geneticista da University College de Londres. O objetivo da equipe era descobrir como os seres humanos começaram a digerir a lactose e de que maneira esse traço se espalhou pela população. Os cientistas encontraram cerâmicas de 8.500 anos de idade repletas de furos minúsculos, na Mesopotâmia, sul do Iraque. Logo surgiu a teoria de que os vasos eram usados para produzir queijo, já que recipientes parecidos são usados até hoje. A certeza final veio quando uma geoquímica britânica descobriu que a parte interna das cerâmicas estava coberta de resquícios de gordura animal, o que provava que os potes eram usados para separar o soro da parte sólida do leite. Ou seja, para fazer queijo. O que é mais difícil de explicar - e o que justifica um pouco da confusão atual sobre a intolerância - é que esses nossos antepassados estavam produzindo queijo antes mesmo de conseguir digerir lactose, o que só aconteceu há 7.500 anos.
 
 

Mutantes com orgulho
O pequeno milagre que fez com que você pudesse comer pizza no domingo à noite é uma mutação que surgiu entre pastores húngaros há sete milênios. É nessa época que viveram os primeiros humanos capazes de produzir lactase em seus intestinos, e que podiam tomar litros de leite sem passar mal depois. Foi uma mutação fulminante para a espécie humana, que gerou aquilo que cientistas chamam de "os genes mais fortes já vistos no genoma". Em pouco tempo, ela tomou o continente europeu. Pudera: um estudo de Harvard calcula que indivíduos que conseguiam digerir leite deixaram descendentes 19% mais férteis3 do que os outros. Essa vantagem evolutiva é consequência direta da composição do leite. Ele era muito melhor do que quase todos os alimentos que havia ao redor.
Graças a ele, o homem passou a não depender apenas da carne para consumir aminoácidos essenciais, aqueles que nosso corpo não fabrica. Sua alta concentração de cálcio desenvolveu ossos que fraturavam menos - e permitiu que habitássemos regiões com menor incidência de sol, como o norte da Europa. Lá, o leite se tornou a principal fonte de vitamina D - não à toa, os escandinavos até hoje são o povo mais tolerante à lactose do mundo. O leite também não dependia do clima e das condições do solo para ser cultivado: mesmo que o inverno fosse rigoroso, o gado seguia sendo ordenhado. E o melhor: o leite é fonte de proteínas e gorduras ao longo de toda a vida do animal - não apenas uma única vez, no abate. Valia muito mais que um bifinho.
 

 
Mas eis aqui o maior mito que cerca a intolerância à lactose: nem todo produto feito de leite contém lactose. É por isso que aqueles homens mesopotâmios já comiam queijo antes de carregarem a mutação. Cientistas acreditam que, antes da mutação, os humanos tenham tentado tomar leite - e corrido para o banheiro depois. Mas também acreditam que alguns tenham tentado tomar um copo de leite depois de deixá-lo parado por um tempo no calor do Oriente Médio, quando já estava meio fermentado. Produtos fermentados, como iogurtes, coalhadas e queijos têm muito menos lactose do que leite fresco, e podem ser ingeridos mesmo por quem é intolerante (ver na página ao lado). No caso do iogurte, por exemplo, as bactérias que são adicionadas ao leite quebram de 25 a 50% do açúcar que havia antes. Queijos duros e curados por muito tempo, então, quase não têm lactose - repasse essa informação até chegar àquela sua tia que paga mais caro pelo parmesão zero lactose. Justamente porque a intolerância não é mortal, a mutação se espalhou de forma irregular pelo planeta - o que explica por que até hoje há tantas pessoas com a condição no mundo. E é assim que chegamos aos intolerantes modernos.
 
 

A era da intolerância
 Desde criança, Flavia Machioni tinha problemas de digestão. Sem um diagnóstico para explicar os constantes enjoos e dores de barriga que sentia, ela seguia uma alimentação normal, cheia de brigadeiros, pizzas e doces. A despreocupação com o que colocava no prato acabou em 2011, quando, numa visita ao médico, descobriu que era intolerante à lactose. A publicitária começou então a procurar alternativas para uma dieta sem leite, mas não encontrou. Assim, Flavia resolveu ela mesma criar um blog de receitas, o Lactose Não. "São seis anos estudando e mudando meus hábitos alimentares. No mercado, você passa a olhar para as prateleiras que nunca olhou", diz ela. Desde 2011, Flavia foi diagnosticada com outras restrições alimentares e se especializou em culinária funcional. Além das receitas, ela dá cursos para pessoas que sofrem quadros parecidos com o dela - sua página no Facebook tem 125 mil seguidores; no Instagram, são 105 mil.
 
 
 
Assim como Flavia, a maior parte dos intolerantes relata sofrer de enjoos, diarreias e dores de barriga depois de consumir leite. Isso porque a lactose é digerida no intestino delgado. É ele que produz a lactase, e a quebra em outras duas partículas menores, a glicose e a galactose, que serão absorvidas pelo sangue. Em uma pessoa intolerante, no entanto, a lactose passa pelo intestino delgado e chega inteira ao intestino grosso. Quando chega inalterada ao cólon, ela é fermentada por bactérias, que fabricam dióxido de carbono, hidrogênio e ácido lático - daí o mal-estar.

 A condição costuma se agravar à medida que as pessoas envelhecem. Imagine o sistema digestivo como um encanamento fino e sensível que absorve os nutrientes úteis para o corpo. Se, ao longo do tempo, passarem muitas substâncias corrosivas por lá, as paredes dos canos vão enferrujar e não conseguirão reter o que é valioso. Essas "ferrugens" são as lesões no intestino que atrapalham a digestão da lactose: elas se agravam com o uso frequente de antibióticos, com infecções repetidas e em quem tem síndrome do intestino irritável, por exemplo. "A forma como nos alimentamos não é mais a mesma. Hoje, com tanta comida industrializada, estamos sempre inflamados, o que dificulta a capacidade de metabolizar alimentos", diz Ana Paula Moschione Castro, imunologista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Ao contrário da alergia à proteína do leite - que atinge apenas 3,5% dos adultos e que, essa sim, pode gerar sintomas perigosos, como choques anafiláticos ou sangue nas fezes - a intolerância não é fatal. É incômoda, mas não perigosa. Por isso, há quem defenda que o leite não deve ser eliminado da dieta sem critério. Justamente por ser um alimento tão rico e insubstituível, cientistas alertam que cortá-lo pode fazer mais mal do que bem. Os benefícios vão além do óbvio. A caseína, a proteína do coalho, transporta vitaminas e sais minerais dentro do sangue, e o soro ajuda a matar bactérias, fungos e vírus. Já as proteínas do leite liberam hormônios que aumentam a massa muscular e saciam a fome - ou seja, até ajudam a controlar o peso. 

"O leite é um alimento que traz mais benefícios que riscos. Até a versão integral traz vantagens: por ter gordura, é uma fonte de vitaminas lipossolúveis, como a A, a D, a E e a K. O leite desnatado tem menos dessas vitaminas", diz Anna Carolina di Creddo Alves, nutricionista do Hospital das Clínicas de São Paulo. 

Mas o maior argumento a favor do leite está no cálcio. Ele é o mineral mais abundante do corpo, e funciona como um combustível para as células. Quem não ingere a quantidade recomendada (1,2 grama/dia) pode sofrer de osteoporose, insuficiência cardíaca, depressão, demência - e 98% dos brasileiros não consomem esse valor. Além disso, o cálcio do leite é quase insubstituível: um prato cheio de  espinafre ou brócolis não tem o mesmo efeito no corpo que tomar um copo de leite, porque enquanto a lactose e as proteínas do leite ajudam na absorção do mineral no intestino, o ácido fítico presente em vegetais a diminui.  Pesquisas comprovam que a grande maioria dos intolerantes pode consumir até 12 gramas de lactose sem consequências graves, o equivalente a um copo de leite ou pouco mais de dois potes de iogurte, sem sintoma algum. A agência de saúde australiana também defende que intolerantes podem consumir até três copos de leite, se a pausa entre eles for de boas horas. Por isso, não é recomendado cortar os laticínios sem aval médico. O diagnóstico só pode ser feito com testes clínicos: exames de sangue, de fezes, de hálito ou biópsias intestinais. O problema é que muita gente acaba se rotulando intolerante mesmo sem fazer os testes - e começa a cortar laticínios por conta própria. 

De fato, um estudo4 feito com 200 voluntários em Milão, na Itália, mostrou que as pessoas não sabem detectar a condição sozinhas: aqueles que achavam que eram intolerantes não necessariamente eram intolerantes. Outra pesquisa5 feita pelo Departamento de Agricultura americano mostrou que pessoas que acreditavam ser intolerantes consumiam menos cálcio (obviamente), e já tinham índices mais altos de diabetes e pressão alta. Isso não quer dizer, é claro, que todo mundo deve tomar leite independente de como se sente depois - mas mostra que é melhor fazer os testes antes de mexer na dieta. "Cada época tem sua vítima. O ovo era demonizado, depois foi o glúten, a carne, agora o leite. E a maioria das pessoas não faz os exames para se certificar de que é o leite que está fazendo mal e deixa de consumir um ótimo alimento. Antes de entrar na onda da indústria zero lactose, é necessário fazer os exames clínicos", diz a diretora da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, Olga Amancio.
 
 

Mercado branco
Quem se dá bem com a moda da lactose zero são as empresas, que não param de lançar produtos "zero lactose". Se fosse hoje, Flavia Machioni não sentiria tanta dificuldade ao passear pelas gôndolas do supermercado: elas agora estão cheias de queijo, sorvete napolitano, iogurte grego de frutas vermelhas, capuccino instantâneo e até doce de leite mineiro sem lactose. No Brasil, o primeiro produto lácteo para intolerantes foi lançado em 2012, e hoje mais de 20 marcas fabricam sem lactose. Desde 2014, as vendas de leite UHT sem lactose cresceram 224% no Brasil, e representam 4% do mercado de laticínios. As versões sem lactose costumam ser mais adocicadas: têm lactase adicionada e a glicose e a galactose já vêm quebradas na caixinha.
 
 

O aumento das vendas de produtos sem lactose também pode explicar a febre da intolerância. Se você vê uma prateleira de mercado lotada de iogurtes zero lactose, é natural que comece a se questionar se você também não precisa tomar um desses no café da manhã. Para Isleide Fontenelle, professora da FGV e autora do livro O Nome da Marca, os produtos sem lactose fazem parte de uma tendência que já conhecemos bem: o consumo responsável. A comida não pode apenas alimentar: ela precisa fazer bem, ter uma história para contar. "O consumo responsável pode ser pelo planeta (ambiental), pelo outro (social) ou por si mesmo (individual). 

No último caso, o consumo precisa ser saudável, algo que forneça um equilíbrio físico e mental para o consumidor", diz. "É uma resposta do mercado diante de uma desconfiança que temos da indústria alimentícia. Aí o mercado inventa um produto novo." Para as empresas, os produtos zero lactose também têm a vantagem de ser 30% mais caros do que os tradicionais - além disso, a margem de lucro sobre mercadorias mais caras costuma ser maior. De fato, não seria de se estranhar se um novo laticínio invadisse o Brasil nos próximos anos: o A2 Milk, que já é sucesso na Nova Zelândia, o maior exportador de leite em pó do mundo. O A2 Milk é um leite de ultranicho: ele tem um tipo específico de caseína que é parecida com a do leite materno, e que não causa reações em algumas pessoas alérgicas à proteína do leite - ou seja, não serve nem para todos os alérgicos. Ainda assim, esse novo leite corresponde a 12% do mercado neozelandês. 

No Brasil, a Embrapa já está selecionando vacas geneticamente para que elas produzam o leite menos alergênico. Ou seja, não será surpreendente se nos próximos anos cada vez mais pessoas descobrirem que são alérgicas à proteína do leite também - e que o A2 Milk vire febre no Brasil. Todo esse malabarismo mercadológico, na verdade, só mostra o óbvio: ninguém quer parar de tomar leite - seja sem gordura, sem proteína, sem lactose. O que faz todo sentido. Sem o leite, não seríamos nada mesmo. Melhor ainda se não precisarmos pagar mais caro por ele. . (Super Interessante/Terra Viva)

 

MISSÃO RUMO AO ORIENTE
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, vai integrar missão comercial organizada pelo governo federal que passará por Coreia do Sul, Singapura, Malásia e Emirados Árabes. A intenção é ampliar o volume de negócios na área de carnes e arroz. A futura retirada da vacina da febre aftosa será um dos argumentos para prospectar exportações na área de proteína animal. A viagem é de 6 a 16 deste mês. (Zero Hora)
 

 

Porto Alegre, 31 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.667

 

Setor agrícola do Mercosul rejeita oferta dos europeus
Produtores agropecuários do Mercosul se recusam a aceitar a proposta feita pela União Euro¬peia (UE) de abertura de mercado e alertam que o acordo final entre os dois blocos pode ficar desequilibrado. Na noite de segunda-feira, dia 29, e ontem, num encontro ministerial em Bruxelas, a Comissão Europeia elevou sua oferta de abertura de 70 mil toneladas para 99 mil toneladas de carnes do Mercosul. O tema era cen¬tral para destravar o impasse no processo, que já dura 19 anos. O Brasil já havia deixado claro que, sem maior acesso para o segmento, não haveria um acordo. 

Agora, os ministros retornam aos seus países. Mas técnicos e negociadores ficam até dia 8 de fevereiro para tentar aproximar posições e fechar a base de um acordo. Uma reunião foi marcada para o dia 18, em Assunção. Negociadores revelaram que a meta é acelerar o processo e concluir o entendimento até março. Fontes no Palácio do Planalto acreditam que o acordo é "possível". 

Os europeus se reúnem hoje com os 28 governos do bloco e serão cobrados pelas concessões que fizeram. A Irlanda, por exemplo, deixou claro, nesta semana, que não aceitaria uma ampliação das cotas de carne. No entanto, a proposta que foi apresentada ao chanceler Aloysio Nunes Ferreira foi alvo de dura crítica por parte das entidades que representam o setor agropecuário no Mercosul, entre elas a Associação Brasilei¬ra das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Sociedade Rural Brasileira.
 
"A oferta de 99 mil toneladas de carne não cumpre o mandato de 2010 e não contempla a ambi¬ção do setor no Mercosul", disse¬ram os grupos, que ainda aponta¬ram para a "falta de informação" sobre o restante das condicionali¬dades. "A oferta não atende às ex¬pectativas do setor agropecuário do Mercosul", insistiram as enti¬dades, num documento assinado por Gedeão Silveira Pereira, pre¬sidente da Federação de Agricul¬tura do Rio Grande do Sul, e en-viado aos ministros do bloco. 

A demanda do setor é de que a cota seja estabelecida inicialmente em 100 mil toneladas e que haja um incremento anual até atingir 160 mil toneladas por ano. O setor também criticou a falta de "transparência" do pro¬cesso. "Confiávamos que os go¬vernos do bloco buscariam um acordo amplo e equilibrado, que trouxesse reais benefícios para os produtores rurais sul-america¬nos", disseram as entidades. (Jornal do Comércio) 

 

Glanbia Ingredientes comanda projeto de pesquisa sobre soro do leite de 30 milhões de euros

A Glanbia Ingredients vai coordenar um projeto da Comissão Europeia chamado AgriChemWhey. O projeto de 30 milhões de euros (US $ 37,2 milhões), "uma biorefinaria integrada para a conversão de fluxos líquidos de produtos lácteos para produtos químicos baseados em compostos biológicos de alto valor", está recebendo 22 milhões de euros (US $ 27,33 milhões) no âmbito da Bio-based Industries Joint Technology Initiative (BBI-JTI).
O permeado de soro de leite e o permeado de soro desidratado são os principais fluxos secundários do processamento de produtos lácteos e representam um desafio fundamental para o setor lácteo devido à falta de confiabilidade nas rotas de descarte atuais e representam um gargalo de sustentabilidade para a expansão da produção de leite na Europa na "era pós-cota de produção leite".

A AgriChemWhey irá construir uma biorefinaria, a primeira desse tipo, em escala industrial, com cadeias de valor industrial e agrícola integradas simbióticas que valorizarão mais de 25.000 toneladas (100% de matéria seca) por ano de excesso de permeado de soro de leite e de permeado de soro desidratado para vários produtos de valor agregado para mercados globais crescentes, incluindo ácido lático, ácido polilático, minerais para nutrição humana e fertilizantes biológicos.

Isso será alcançado através de um processo de investimento coordenado e de desenvolvimento para realizar a planta principal, representando o primeiro grande empreendimento industrial a converter resíduos do processamento de alimentos, como matéria-prima de segunda geração, em produtos biológicos de valor agregado. A planta investigará a viabilidade tecnoeconômica da inovadora tecnologia de biorrefinação de permeado de soro de leite e de permeado de soro desidratado em ácido lático e estabelecerá uma nova cadeia de valor para a simbiose industrial com outras empresas locais para a produção de alimentos sustentáveis de alto valor (incluindo cogumelos de alta qualidade) de outros fluxos secundários, como uma abordagem de bioeconomia circular aprimorada para a agricultura e resíduos agro-alimentares.

Projeto de desenvolvimento
A Comissão Europeia disse que isso oferece à sociedade e à indústria a oportunidade de aumentar a eficiência dos recursos - menos desperdício de alimentos, mais produtos do leite cru e integração de alimentos e produção de material não alimentar.
A AgriChemWhey também desenvolverá um sistema de um conceito de sustentabilidade econômica e planos de replicação para outras regiões em toda a Europa, maximizando tanto os impactos a curto como a longo prazo, contribuindo para o desenvolvimento da bioeconomia europeia para promover o crescimento rural, a competitividade e a criação de emprego, e alinhando-se com os objetivos de sustentabilidade da Europa. A Glanbia Ingredients receberá 15 milhões de euros (US$ 18,64 milhões) do projeto, que vai até 31 de dezembro de 2021. (As informações são do Dairy Reporter)

Produção de lácteos na Rússia aumentou em 4% desde 2013

Em 2013-2017, a produção de produtos lácteos na Rússia cresceu em 4% e atingiu 11,1 milhões de toneladas. Na estrutura, a produção foi dominada pelo leite e creme. De acordo com a "Análise da indústria de lácteos da Rússia", preparado pelo Businesstat em 2018, de 2013 a 2017, a produção de leite no país aumentou em quase 0,5 milhão de toneladas, ou 4%. Em 2017, o volume de produção de produtos lácteos subiu para 11,136 milhões de toneladas.

Apesar do fato de que em 2014 foi imposto o embargo de alimentos e as importações diminuíram, o crescimento significativo da produção doméstica de produtos lácteos não foi seguido. Em relação ao enfraquecimento do Rublo, o custo de produção de produtos lácteos e os preços de varejo restringem consideravelmente o poder de compra da população. Nessas circunstâncias, os recursos de crédito estavam inacessíveis para os produtores. Além disso, as restrições ao crescimento dos volumes de produção colocam o déficit da base de recursos - o número de vacas mostra uma diminuição anual e inibe o crescimento dos volumes de produção de leite cru.
Em meio a todos esses fatores, a indústria continua concorrendo com produtos importados, especialmente da Bielorrússia. Sobre isso, no biênio 2015-2017, o crescimento da produção de lácteos foi de apenas 15%, e em 2017 e diminuiu para 0,2%. Entre os principais grupos de produtos lácteos, a participação mais significativa da produção foi de leite e creme. Em 2017, a participação de leite e creme representou 51,4% do total produzido na Rússia de produtos lácteos. A perspectiva é que em 2018-2022 anos, a produção da indústria de lácteos russa crescerá anualmente. Espera-se que, em 2022, o volume de produção de produtos lácteos na Rússia seja de 11,7 milhões de toneladas. (As informações são do UkrAgroConsult Ltd)

 

VETERINÁRIOS EM PÉ DE GUERRA
Fechou o tempo no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS). A divisão teve o auge na semana passada, quando o presidente Air Fagundes dos Santos colocou em votação a intenção de assinar convênio com a Secretaria da Agricultura para treinar profissionais que trabalharão na inspeção de produtos de origem animal no Estado, que poderá ser terceirizada. Foi derrotado por 6 a 1, mas cassou a decisão da plenária. Com isso, o conselho votará o tema novamente. Os opositores da posição do presidente, colegas da chapa vencedora da eleição do conselho, no ano passado, lembram que um dos posicionamentos do grupo à época era ser contra a privatização do trabalho em indústrias de carnes e leite. - Está todo mundo se perguntando o porquê dessa posição do presidente - diz Paulo Ricardo Centeno Rodrigues, tesoureiro do CRMV-RS, repetindo questionamento da Associação dos Fiscais Agropecuários do Estado (Afagro). O secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, avalia que, com a terceirização aprovada, nada melhor do que o CRMV, responsável por fiscalizar a profissão, treinar os veterinários para tarefa. Os posicionamentos pré-eleitorais, pondera o secretário, são um problema interno da entidade. Em nota, Fagundes alega que, diante da mudança na legislação, cabe ao conselho ajudar na inspeção e fiscalização dos produtos de origem animal no Estado. Excesso de arroz no mercado não é exclusividade do Brasil. A China confirmou que pretende reduzir a área plantada em 2,2%, o equivalente a 670 mil hectares. Inédita, a atitude tenta conter o crescimento dos estoques no segundo maior produtor do grão no mundo. (Zero Hora)
 

 

Porto Alegre, 30 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.666

 

  Comissão vai apurar a dívida
Uma comissão externa da Câmara dos Deputados irá investigar qual o tamanho do endividamento no setor agrícola do país e propor alternativas que permitam ao produtor negociar e solucionar seu passivo. Criado ontem, o colegiado será formado por oito parlamentares e coordenado pelo gaúcho Jerônimo Goergen, que afirma que, ainda neste semestre, será apresentada uma solução. O trabalho será agilizado para não se estender até o período das eleições. "Muitos produtores de arroz, leite, trigo e outras culturas estão vivendo uma situação dramática, com a renda diminuindo e as dívidas aumentando", afirma Goergen. O parlamentar adiantou que a securitização feita durante o governo de Fernando Henrique Cardoso será usada como parâmetro para estabelecer uma forma de pagamento de dívidas com bancos e empresas. "Tem muita gente inadimplente com os bancos, mas também com as cooperativas e as indústrias", observa. A comissão também promoverá audiências públicas para ouvir entidades e produtores. (Correio do Povo)
 

 

Leite/Uruguai

A produção de leite em 2017 cresceu 7,4% em relação ao ano anterior. A captação das indústrias totalizou 1.905,6 milhões de litros, acima dos 1.775 milhões de litros do ano anterior. Foi a segunda maior captação desde 2012, de acordo com os dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional do Leite (Inale).

 

Na comparação interanual mês a mês, somente em março de 2017 a captação foi menor que no mesmo mês de 2016. Em dezembro o leite remetido para as indústrias totalizou 171,2 milhões de litros, 2,8% acima dos 166,5 milhões de litros de um ano antes, e o preço recebido pelo produtor caiu pelo sexto mês consecutivo. A média do litro foi $ 9,40 pesos, [R$ 1,05/litro], 1% menos que os $ 9,53 pesos, [R$ 1,06/litro], do mês anterior, sendo o segundo menor valor mensal do ano ($ 9,03 pesos em janeiro), de acordo com os dados processamentos pelo Inale.

 

O preço do litro de leite em dezembro, no entanto foi 4% superior ao de dezembro de 2016. A maior média mensal de 2017 foi alcançada em maio, $ 10,23 pesos por litro, [R$ 1,14/litro]. Em dólares o panorama é de maior estabilidade, obtendo em dezembro o quarto mês consecutivo de média, US$ 0,33/litro. Foi um valor 4% superior aos US$ 0,31/litro de um ano atrás. O valor médio em pesos durante 2017 foi $ 9,74 pesos por litro, [R$ 1,08/litro], 15,5% a mais que no ano anterior. (Blasina y Asociados - Tradução livre: Terra Viva)

 

Bill Gates está financiando pesquisas genéticas para criar a vaca perfeita

Bill Gates está financiando uma pesquisa genética sobre como criar a vaca perfeita - que produza mais leite e que possa suportar melhor as temperaturas do que a vaca média. O fundador da Microsoft investiu US$ 40 milhões na Global Alliance for Livestock Veterinary Medicines, ou GALVmed, uma organização sem fins lucrativos com sede em Edimburgo, na Escócia, que realiza pesquisas sobre vacinas para animais de produção e genética.

Gates quer ajudar a criar a vaca perfeita que produzirá tanto leite quanto uma vaca europeia, mas poderá suportar o calor como uma africana. "O impacto por dólar que gastamos é super-alto nesta área. Você pode ter uma vaca que é quatro vezes mais produtiva com a mesma capacidade de sobrevivência".

Embora não esteja claro como exatamente essas vacas serão criadas, Gates propôs anteriormente criar vacas através de inseminação artificial. Sua doação, feita através de sua organização filantrópica, Fundação Bill e Melinda Gates, faz parte de um investimento maior que inclui dinheiro do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido.

Ele falou sobre como fica animado "em ver como a liderança do Reino Unido em pesquisa e inovação não apenas beneficia a Grã-Bretanha, mas também salva e melhora a vida nas partes mais pobres do mundo". Embora cientistas do clima tenham avisado que as vacas e produtos lácteos podem levar a uma maior degradação ambiental, Gates disse que elas podem ajudar a mitigar a pobreza global e a fome.

Ele disse em uma publicação em seu blog em julho passado: "Embora existam questões legítimas sobre se o mundo pode satisfazer o apetite por produtos de origem animal sem destruir o meio ambiente, é fato que muitas pessoas pobres contam com gado para alimentação e renda". (As informações são do Business Insider, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Competitividade/AR 

Em 2017 a Argentina caiu do segundo para o quinto lugar no ranking de exportadores de queijos para o Chile apesar da vantagem geográfica que o país tem em relação a outros concorrentes localizados a milhares de quilômetros de distância. Também definhou a participação na exportação de leite em pó. 

Nos últimos dois anos as importações de queijos realizadas pelo Chile aumentaram de maneira significativa, passando de 28.169 toneladas em 2015 para 34.041 e 44.439 toneladas em 2016 e 2017, respectivamente, segundo dados oficiais da ODEPA. Mas a participação argentina no negócio que em 2015 foi de 21,3%, caiu para 20,4% em 2016, e acabou em 12,56% em 2017. Processo similar registrou o Uruguai.

Holanda e Alemanha, que até 2015 eram fornecedores marginais do mercado chileno, em 2017 ocuparam 19,4% e 17,3% do mesmo, respectivamente, enquanto que Estados Unidos e Nova Zelândia ficaram com 20,2% e 15,4%. O bom desempenho das vendas de leite em pó obtida pelos Estados Unidos se explica porque o país tem um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Chile (o que lhes permite exportar o produto sem restrições alfandegárias ou não) enquanto que, no caso da Nova Zelândia, além de contar com um esquema de integração comercial dentro do Acordo Transpacífico de Associação Econômica e Estratégica (TPP), tem em seu território a filial (Soprole) da indústria de laticínios neozelandesa, Fonterra.

Os últimos dados oficiais publicados pela União Europeia (UE) mostram que em apenas dois anos as exportações europeias de queijos com destino ao Chile quase que quintuplicaram, elevando a nação sul-americana a ocupar o nono posto no ranking de clientes ao nível global. Entre janeiro e novembro de 2015 as compras chilenas de queijos europeus eram de apenas 3.722 toneladas, no mesmo período de 2016 e 2017, foram 8.871 e 18.144 toneladas, respectivamente.

Depois que a Rússia instituiu o bloqueio comercial aos produtos lácteos europeus, em agosto de 2014, as autoridades da UE instituíram programas de ajuda orientados a evitar que o excesso de oferta de manteiga, leite em pó e queijos derrubassem o preço do leite ao produtor a níveis críticos.

Entre os programas está incluído o de subsidiar indústrias queijeiras que optaram por armazenar tais produtos, o que, efetivamente ocorreu em 2015, começando a ser desativado de maneira progressiva em 2016, para finalmente encerrar em 2017. Com isto, houve incentivo à concorrência agressiva do produto junto a nações com economias abertas.

A perda de competitividade em laticínios da Argentina e Uruguai não se limitou apenas aos queijos - um produto com alto valor agregado - mas também em commodities como leite em pó, o qual o Chile importou um total de 27.043 toneladas em 2017, contra 18.166 e 16.575 toneladas em 2016 e 2015, respectivamente. A participação argentina no negócio, que em 2015 foi de apenas 5,8%¨do total, se recuperou em 2016 para alcançar 26,4%, e cair para 15,5% em 2017. O Uruguai - nesse mesmo período - passou de 21,1%, para 6,8%, e 3,9%. O segmento, considerando dados de 2017, foi dominado pelos Estados Unidos (45,6%) e Nova Zelândia (24,1%).

O que ocorre no mercado chileno é um exemplo de como a integração comercial melhora o acesso a mercados de nações localizadas a grandes distâncias, enquanto que, sem um esquema de integração comercial, as vantagens de proximidade são anuladas de maneira significativa. (valorsoja - Tradução livre: Terra Viva)

 

Leite UHT
O preço do leite UHT negociado no mercado atacadista de São Paulo entre 22 e 26 de janeiro registrou alta de 1,72% frente ao da semana anterior, fechando com média de R$ 1,91 por litro. O valor do queijo muçarela, por sua vez, subiu 0,22% na mesma comparação, para R$ 14,32 por quilo. Conforme agentes do setor consultados pelo Cepea, essas valorizações não refletem um aumento da demanda, mas a tentativa da indústria de estabilizar o mercado e recuperar a margem perdida frente aos custos de produção. (Cepea)

 

Porto Alegre, 29 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.665

 

Entidades consideram compras insuficientes

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal fechou 2017 com a aplicação de R$ 18,2 milhões no Rio Grande do Sul. Ao todo, beneficiou 2,3 mil assentados da reforma agrária e agricultores familiares que forneceram seus produtos para o programa. Grande parte do orçamento executado no ano passado é resultado da compra direta de leite em pó, no valor de R$ 13,7 milhões, pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Mesmo que tenham superado os R$ 11,9 milhões que beneficiaram 1,6 mil produtores em 2016, os recursos foram considerados insatisfatórios por entidades dos pequenos produtores. 

O coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado (Fetraf/ RS), Rui Valença, observa que, apesar de o MDS ter lançado os valores da compra de leite em pó no orçamento de 2017, essas aquisições devem se concretizar somente em 2018, o que significa que o desembolso efetivo do PAA no Rio Grande do Sul foi de apenas R$ 4,5 milhões no ano passado. "Se em 2017 os valores foram pequenos, as perspectivas para 2018 são ainda piores por conta do enxugamento do orçamento do governo federal", calcula Valença. 

"O PAA é importantíssimo porque, além de contribuir com a renda, ajuda o agricultor a ir se qualificando e se preparando para disputar mercados maiores", complementa.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, os valores destinados ao PAA nos últimos anos demonstram que o poder público está querendo abandonar este tipo de operação. "O governo está deixando que o controle de estoques fique na mão do produtor e do mercado, só que o produto sempre perde esta guerra", comenta. Silva considera que, quando o governo deixa de interferir no controle de estoques, os preços acabam baixando para o produtor e se elevando para o consumidor. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), informou que as compras de leite em pó de cooperativas da agricultura familiar, autorizadas no final do ano passado, estão em andamento. (Correio do Povo)   

 

UE: As montanhas de manteiga dos anos 80 se transformaram em montanhas de leite em pó em 2018

A União Europeia (então CEE) introduziu em 1984 as cotas de produção de leite para eliminar as montanhas de manteiga armazenadas pela intervenção estatal. Agora, as montanhas de manteiga desapareceram, mas foram substituídas por montanhas de leite em pó. Estas montanhas vão pesar nos preços que os produtores receberão em 2018. Na intervenção, estão armazenadas 378.538 t de leite em pó desnatado (LDP) de acordo com os dados da Comissão Europeia. Na última licitação de leite em pó desnatado realizada em 16 de janeiro, 1.864 t foram vendidas ao preço mínimo de € 1.190  (US$ 1.479,17) por tonelada. Este é o maior volume vendido nas 16 licitações realizadas até à data e a primeira que é vendida a um preço abaixo do leite em pó desnatado para alimentação animal. Há um estoque de 99.156 t (quantidade armazenada até abril de 2016) de leite em pó desnatado em poder da intervenção para a próxima licitação de 20 de fevereiro.

O Comissário da Agricultura, Phil Hogan, mencionou em várias ocasiões que a Comissão deveria tomar medidas para administrar esses estoques, mas semanas e meses vão passando sem que haja qualquer proposta sobre a mesa, como por exemplo, destinar o leite  a pessoas menos favorecidas ou à alimentação animal. Os produtores franceses estão muito nervosos com a pressão negativa que este leite em pó armazenado pode exercer e por causa da inatividade da Comissão. Por esta razão, pediram à sua ministra da Agricultura, Stéphane Travert, que na reunião de segunda-feira do Conselho de Agricultura da UE, levante este problema e obtenha um compromisso da Comissão de administrar estes excedentes.

A organização European Milk Board está pressionando por uma redução geral no atual volume de intervenção de 109.000 toneladas por ano, além de um aumento simultâneo do preço de intervenção. Eles consideram que o leite em pó de intervenção deve ser vendido a um preço estável e não a preços de dumping. Eles não desejam demonizar o conceito de intervenção em si, pois é útil para captar excedentes sazonais e redistribuí-los, mas não é apropriado como instrumento de crise permanente. (As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Em forte crise, campo uruguaio protesta contra o governo

Protesto/Uruguai - Queda acontece na produção de grãos, leite, carne e frutas, carros-chefe da economia uruguaia. O campo uruguaio protestou durante a semana passada contra a administração do presidente Tabaré Vázquez em uma grande mobilização com tratores e bandeiras uruguaias no município de Durazno, onde se costumam realizar feiras agrícolas. O protesto reuniu não somente produtores, mas também técnicos, consultores, contratistas de maquinário, transportadores, industriais e outros envolvidos na cadeia agropecuária. O Frente Amplio, coalizão governista de esquerda no Uruguai, governo o país há 13 anos.

A crise no campo uruguaio é tão aguda que a temporada atual teve uma redução de área plantada de cultivos como soja, milho, trigo, arroz e cevada superior a 20%. O setor reivindica reduções de impostos, principalmente os de propriedade, e menores tarifas de combustível e energia elétrica. As entidades agropecuárias uruguaias também querem uma forte redução do déficit fiscal e um peso uruguaio mais fraco. A grande preocupação é a falta de competitividade em comparação a Brasil e Argentina, mas principalmente com relação ao Paraguai. Após a manifestação, que teve 17 dias de promoção nos grandes meios de comunicação e no WhatsApp, o presidente uruguaio Tabaré Vázquez não recebeu as principais entidades agropecuárias que organizaram o protesto.

As principais entidades agropecuárias que organizaram a manifestação não descartam organizar uma greve geral do setor rural pedindo a destituição do presidente Vázquez. O protesto uruguaio lembra episódios de 2008 e 2011 na Argentina, quando o setor rural se uniu para protestar contra a ex-presidente Cristina Fernandez de Kirchner, que conseguiu terminar o seu mandato. (Agrolink)

Benefícios do leite e seus derivados

Leite e derivados - O leite e seus derivados são alimentos muito completos já que possuem os três princípios básicos que são: proteínas, lipídios e glicídios. Além de serem ricos em vitaminas do grupo B, vitaminas A e D e minerais como o cálcio. O leite, por sua composição nutricional é considerado como um dos alimentos mais completos que existem. Os mamíferos, ao nascer, se alimentam exclusivamente do leite de sua espécie, já que durante esta época o leite atende todas as suas necessidades nutricionais. Trata-se do alimento completo. Precisa ser destacado seu alto teor de cálcio. No leite que consumimos, de vaca, existem 300 mg de cálcio, aproximadamente, em um copo de leite. E não é somente uma fonte de cálcio, pois, pela própria composição do leite, o seu cálcio é o de melhor absorção, do que através de qualquer outro alimento. Ao contrário do que muita gente pensa, o cálcio não se perde ao desnatar o leite. No processo, são retiradas as gorduras, e as vitaminas lipossolúveis, como a A, D, e E. Por isso, ao consumir produtos desnatados, é recomendável dar preferência aos enriquecidos com essas vitaminas. Felizmente, hoje em dia, existem leites enriquecidos com cálcio que fornecem cálcio extra, para manter nosso tecido ósseo, importante para aquelas pessoas que não tomam a quantidade diária recomendada.  

 O iogurte
O iogurte é produzido pela fermentação do leite. Este processo, devido à ação de certas bactérias, parte da lactose se transforma em ácido lático, de forma que o leite se acidifica e suas proteínas se coagulam. Estas bactérias permanecem vivas e são muito benéficas para o sistema digestivo já que contribuem para a manutenção da flora bacteriana intestinal, que é fundamental para a formação da lactase (enzima que nos ajudam a digerir a lactose).

O queijo
O queijo é o resultado da coagulação do leite mediante a adição de coalho, ou outro produto coagulante, a adição de sal e a extração da maior parte do soro. Seu valor nutritivo é elevado, já que ao perder água seus nutrientes estão muito concentrados, o que também contribuiu para que sua quantidade de gordura seja maior do que do leite.

Bebidas lácteas
O leite é um alimento mais completo e equilibrado que existe. É fundamental para o crescimento e para a atividade física. Sem dúvida, algumas crianças e adolescentes não tomam leite suficiente. A causa mais frequente é a rejeição do sabor. Nestes caso, as bebidas lácteas, sempre que elaboradas com qualidade nutricional, é um recurso utilizado para que haja o consumo da quantidade diária recomendada. Fornecem proteínas de grande valor nutricional, vitaminas e minerais, entre eles o cálcio. Além disso existem as bebidas lácteas acrescidas de cereais, melhorando ainda mais o valor nutricional do leite. Bebidas lácteas tomadas quentes são excelentes reconstituintes e gelados são alternativas saudáveis aos refrigerantes.

Outros derivados
- Coalhada. Outro derivado do leite é a coalhada, que se obtém adicionando coalho ao leite, que coagula suas proteínas e lhe dá uma consistência mais firme.

- Sobremesas e cremes - Também existe uma enorme quantidade de produtos à base de leite e que, de certo modo, são considerados derivados de leite, como flans, e cremes. Em muitos casos se abusa deles na alimentação das crianças, e é preciso ter cuidado, já que são elaborados fundamentalmente com leite, mas podem ter elevadas quantidades de açúcar, elevando o teor calórico.

Recomendações nutricionais
A fonte mais acessível de cálcio na dieta é o leite e derivados. É recomenda uma quantidade média de 1.200 mg de cálcio por dia para crianças dos 10 aos 18 anos, de 800 a 1.000 mg nos adultos, e de 1.500 mg para mulheres após a menopausa e idosos. Um copo de leite normal fornece 300 mg de cálcio, um copo de leite enriquecido com cálcio uns 400 mg e o iogurte, cerca de 150 mg de cálcio. Os queijos frescos têm menos quantidades por unidade de peso do que os curados, por terem maior proporção de água. (ExporLacChile - Tradução livre: Terra Viva)

NO RADAR 
Boletim meteorológico da Secretaria da Agricultura indica que Campanha e Zona Sul do Estado continuam com pouca chuva nesta semana, com acumulados em torno de 20 milímetros. O norte gaúcho segue mais beneficiado, com volumes que podem chegar a 60 milímetros. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 26 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.664

 

   Queijos/Reino Unido 

As exportações de queijo de janeiro a novembro de 2017 totalizaram 153.000 toneladas, 3% mais que no mesmo período de 2016, e 32% a mais do que foi exportado cinco anos atrás. Em 2012, perto de 90% das exportações de queijo do Reino Unido eram vendidas para países da União Europeia (UE). Passados cincos anos, no entanto, isso começou mudar, e em 2017, 81% das exportações (janeiro a Novembro) foram para a UE. Em termos de volume, o principal crescimento ocorreu nas exportações de cheddar, com substancial incremento nas exportações tanto para a UE, como para países terceiros. Na UE, o aumento foi principalmente nas exportações para a Irlanda, Holanda, e Dinamarca. Fora do bloco, o principal crescimento ocorreu para os Estados Unidos e parte do Oriente Médio.

 

Outra área importante de crescimento foi a exportação de outros queijos para países não pertencentes à UE. Os aumentos foram principalmente nas categorias de queijos frescos, incluindo mozzarella, juntamente com queijos ralados e em pó. As exportações não pertencentes à UE destinam-se principalmente para países asiáticos e Oriente Médio.

Embora o comércio não comunitário tenha aumentado, a UE ainda é o principal mercado de exportação para a maioria dos queijos. Com o Brexit no horizonte e os acordos comerciais ainda incertos nestea fase, o acesso a novos mercados de exportação é muito positivo, e é preciso manter a competitividade para garantir a permanência nesses mercados.  (AHDB - Tradução livre: Terra Viva)

 

UE pretende concluir o acordo com Mercosul nas próximas semanas

Depois do fiasco no anúncio de um acordo preliminar com o Mercosul em Buenos Aires, no mês passado, a União Europeia (UE) dá indicações de que agora poderá ser para valer. A comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, declarou-se ontem confiante de que a conclusão do acordo de livre comércio birregional possa ocorrer nas próximas semanas. "Esse é o nosso objetivo", afirmou ela ao Valor, à margem do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Malmstrom disse esperar "progresso concreto" no encontro que terá com ministros do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, a seu convite, na terça-feira, em Bruxelas. A comissária reiterou que "os dois lados estão empenhados em concluir o acordo nas próximas semanas. Estamos perto, mas ainda há trabalho a ser feito em ambos os lados e vamos enfrentar isso". O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, afirmou que será o maior acordo comercial negociado pela UE.

Malmstrom recusou, porém, confirmar se Bruxelas colocará na mesa, na semana que vem, nova oferta para carne bovina e etanol do Mercosul, alegando que não negocia por meio da imprensa. Conforme negociadores, os europeus já indicaram que apresentarão oferta melhorada. Em Bruxelas, fontes admitem que os europeus examinam oferecer cota entre 90 mil e 100 mil toneladas para a entrada de carne bovina do Mercosul com tarifa menor, ainda inferior à demanda do bloco do Cone Sul. A oferta ainda na mesa é de apenas 70 mil toneladas. Para etanol, cota de 600 mil toneladas.

Na reta final de negociações decisivas, a ampliação das cotas para os dois produtos ganha tanta importância que o presidente da Argentina, Mauricio Macri, agendou escala em Paris antes da volta dos Alpes suíços para Buenos Aires. "Espero ter boas notícias", disse Macri, que se encontrará amanhã com o colega francês, Emmanuel Macron, e pretende arrancar um compromisso de apoio da França a uma oferta melhor. "Faremos disso um tema central da nossa visita." Ele reconheceu que o país, por sua sensibilidade agrícola, é ponto-chave para permitir mais avanços da Comissão Europeia. E fez um apelo: "O acordo com a UE é uma grande oportunidade, inclusive para a Europa depois do Brexit."

Em seguida, cometeu gafe ao dizer que o tratado não é importante apenas por questões comerciais, mas pelos laços históricos e culturais. "Na América do Sul, somos todos descendentes de europeus", disse Macri. Fontes do Mercosul afirmam que a UE sinalizou colocar na mesa novas cotas para carne e etanol. Se não, argumentam, sequer haveria sentido na ida dos ministros a Bruxelas. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acha que dificilmente a oferta será suficiente para satisfazer também a Argentina e o Uruguai.

A UE ofereceu ao Mercosul cota de 70 mil toneladas de carne bovina e de 600 mil toneladas de etanol por ano com acesso privilegiado ao mercado europeu. A proposta desagradou, porque está abaixo dos volumes de 2004, quando os dois lados estiveram bem perto de assinar um acordo, que eram respectivamente de 100 mil e 1 milhão de toneladas.

Sentindo o vento soprar a favor de um tratado, a poderosa central agrícola europeia Copa-Cogeca voltou a soltar as baterias contra a negociação. Nesta semana, o secretário-geral da entidade, Pekka Pesonen, reclamou que a UE já ofereceu muito ao Mercosul sem ter obtido o mesmo retorno, e um potencial acordo custaria mais de € 7 bilhões ao setor agrícola europeu. "A maioria das importações europeias de carne bovina, açúcar, frango e suco de laranja já vem desses países", disse. Segundo ele, o açúcar e o etanol do Mercosul são "altamente subvencionados".

Ao falar em Davos, Macri procurou conter as preocupações de caráter protecionista no bloco sul-americano. Depois de um "pré-acordo político", em que estaria fechada toda a parte de acesso a mercados (produtos contemplados e prazo de abertura para cada um), o tratado ainda precisaria de "uns oito meses" para o detalhamento de textos e mais dez anos para a eliminação gradual de tarifas. "Há tempo de sobra para nos prepararmos."

Para o líder argentino, é hora de adotar uma postura de maior abertura. "Até agora, o Mercosul tem sido a região mais fechada e protecionista do mundo. Entendemos que isso não ajudou a reduzir a pobreza", disse Macri. O ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, disse ao Valor que espera o anúncio do "pré-acordo" em fevereiro ou março. Sem minimizar a importância das cotas para produtos agrícolas, negociadores brasileiros ponderam que ainda existem outros pontos pendentes, como regras de origem e o regime de "drawback" - pelo qual há isenção na tarifa de importação para insumos usados na fabricação de bens industriais depois exportados. A UE não aceita esse regime aduaneiro especial no Brasil. (Por Assis Moreira e Daniel Rittner | De Davos (Suíça)/As informações são do Valor Econômico)

Sucesso futuro dos produtos lácteos "depende da produção sustentável e responsável"

O sucesso futuro da indústria de lácteos depende da sua capacidade de contar a história sobre como o leite é produzido de forma sustentável e responsável, de acordo com especialistas do setor. Líderes da indústria de lácteos de todo o mundo discutirão a percepção pública combinada com o impacto ambiental e socioeconômico dos produtos lácteos no Simpósio da Federação Internacional de Lácteos (IDF) em Sevilha, Espanha, nos dias 1 e 2 de fevereiro. Os consumidores estão mostrando um interesse crescente pela origem de seus alimentos e estão procurando a garantia dos produtores, processadores e varejistas de que o alimento é produzido de forma responsável.

Por exemplo, esse crescente interesse levou o secretário do Departamento de Meio-Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais (Defra), no Reino Unido, Michael Gove, a anunciar um "padrão-ouro" na rotulagem de alimentos, que destaca as credenciais e a qualidade dos produtos britânicos nos supermercados. Como consequência desse crescente interesse, os varejistas estão buscando maneiras de fornecer essa garantia aos seus consumidores, seja através da criação de avaliação de origem sustentável seja por programas de auditoria ou endosso de programas existentes da indústria de lácteos.

FARM
Nos Estados Unidos, cerca de 98% de todas as fazendas pertencem ao Programa Nacional de Lácteos FARM (Farmers Assuring Responsible Management), que estabelece padrões mais elevados para cuidados com animais, uso de antibióticos e sustentabilidade ambiental - tudo no espírito de melhoria contínua. O Programa FARM foi recentemente aprovado como compatível com a Especificação Técnica ISO sobre Bem-estar Animal - indicando que o programa agora atende aos mais altos padrões internacionais para o cuidado e bem-estar dos animais.

Emily Meredith, da Federação Nacional de Produtores de Leite (EUA), explicou: "O sucesso futuro da indústria de lácteos depende da nossa capacidade de contar a nossa história sobre como o leite é produzido de forma sustentável e responsável. Os programas da indústria, como o National Dairy FARM Program, nos Estados Unidos, ajudam tanto a estabelecer padrões para os produtores quanto para contar a nossa história de sustentabilidade de forma confiável para produtores e consumidores de alimentos". Meredith disse que a produção de leite tem uma "posição muito única". Por um lado, ela fornece meios de subsistência para centenas de milhões de pessoas e para muitos é essencial para sua sobrevivência. Mas, por outro lado, representa uma grande proporção do custo, dos recursos utilizados e das emissões de gases de efeito estufa da cadeia de produtos lácteos.

Mensagens anti-lácteos
A indústria britânica de lácteos está sendo estimulada a combater as mensagens anti-lácteos com mensagens positivas sobre a indústria, a fim de negar a crescente crítica dos grupos contrários ao setor. Essa foi a mensagem da consultora de sustentabilidade na pecuária, Judith Capper, na Conferência Anual de Produtos Lácteos da Semex, quando pediu aos produtores de leite que enviassem as mensagens certas aos consumidores.

Enquanto os veganos e os vegetarianos constituem uma pequena parte da população, Capper, que já sofreu agressões por parte de manifestantes, disse que eles "falam alto" e que ela havia notado um número crescente de mensagens focadas no impacto da indústria de lácteos sobre o meio ambiente. Mas ela disse que o leite fluido tem uma pegada de carbono "bastante baixa" ao considerar sua densidade de nutrientes para o impacto climático, menor do que as alternativas de soja ou aveia.
"Quanto maior o rendimento, geralmente, menor a pegada de carbono e produtividade é vital para o impacto ambiental", acrescentou. Mas ela disse que a indústria não deve se concentrar em "extremos", mas nos consumidores sem uma opinião fixa sobre a agricultura. "Nós não vamos transformá-los em consumidores felizes de carne e leite assim como eles não vão nos transformar em vegetarianos e veganos", acrescentou.

Jovens
Como o grupo provavelmente está considerando um abandono dos lácteos, as pessoas mais jovens precisavam ser o alvo. Dominic Brown, da Kantar Worldpanel, destacou como os produtos lácteos se beneficiaram de um impulso crescente para que fossem vistos como alimentos saudáveis, com muitas pessoas voltando a consumir manteiga. As pessoas estão procurando mais  produtos naturais, em vez de produtos com pouca gordura e estão dispostas a pagar um prêmio por isso. Há também oportunidades para que os produtos lácteos sejam consumidos juntamente com produtos relacionados à saúde, já que 95% dos produtos lácteos são consumidos junto com outro alimento.

Ela também disse que o leite fluido possui espaço para inovação, com os produtos tradicionais podendo ter maior valor agregado sendo ultrafiltrados, orgânicos, oriundos de animais criados ao ar livre,  entre outras coisas. A iniciativa de pagar um pouco a mais aos produtores pelas redes de varejo Asda e Morrisons também fez sucesso. Quarenta e seis por cento dos consumidores disseram que ficariam felizes de gastar um pouco mais no leite se o valor retornasse aos produtores. (As informações são do FarmingUK e do Farmers Guardian, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 

FAO divulga projeto gaúcho
Um projeto que certificou a produção orgânica de 70 agricultores familiares e agroindústrias
das Missões e Noroeste do Estado é destaque na Plataforma de Boas Práticas para o Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que divulga iniciativas a serem replicadas. A certificação foi conduzida pela Emater, com parceria da Associação Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa e do Núcleo Missões da Rede Ecovida de Agroecologia. (Correio do Povo) 

 

Porto Alegre, 25 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.663

 

   Rússia x Argentina 

"Existe vontade política para que a Argentina e a Rússia intensifiquem a relação comercial", afirmou o ministro da Agroindústria, Luis Miguel Etchevehere durante a visita que realizou à Rússia, em missão oficial com o presidente Mauricio Macri.

O comércio com a Rússia é praticamente inexistente: nos primeiros onze meses de 2017 a Argentina exportou US$ 475 milhões de dólares, a maior parte com o envio de carnes, lácteos, peras, maçãs, cítricos, tabaco, mandioca, produtos de pesca, vinhos, farelo de soja e sementes de girassol, entre outros.

"Hoje nos encontramos com um nível de comércio relativamente baixo que não é representativo do potencial da relação. Podemos complementar em muitos aspectos, mas, para isso devemos resolver algumas questões como também sermos mais proativos de ambos os lados", assegurou Etchevehere.

Em agosto de 2014 parecia que a Rússia abria uma oportunidade comercial histórica com o embargo (ainda em vigor) à entrada de carne bovina, suína, aves, pescados, lácteos, frutas e vegetais procedentes dos Estados Unidos (EUA), Canadá, União Europeia (UE), Austrália, e Noruega como resultado da crise na Ucrânia. Passou o tempo e foi apenas ilusão, porque a Rússia, além de facilitar o abastecimento de alimentos para nações vizinhas (muitas integrantes da antiga União Soviética), começou a estabelecer cotas para a entrada de produtos agropecuários para incentivar a produção local. Em 2013 a Rússia importou 465.861 toneladas de queijos, sendo 261.504 toneladas procedentes da UE. Em 2014 caiu para 349.416 toneladas (39% com origem na UE). 

Esse ano, graças ao bloqueio, a Argentina conseguiu enviar 18.562 toneladas para a Rússia, contra as 7.371 toneladas vendidas em 2013. Mas, essa oportunidade não durou muito: as vendas argentinas caíram para 10.254 e 8.889 toneladas em 2015 e 2016, respectivamente. O único país que conseguiu aumentar a venda de queijos para a Rússia foi a Bielorrússia, e a maior parte do déficit de queijos europeus provocado pelo bloqueio foi preenchido com fabricantes russos, segundo boletim do USDA. Com a importação de manteiga e leite em pó desnatado ocorreu algo similar. Os volumes totais baixaram logo depois do bloqueio e a maior parte do negócio ficou nas mãos da Bielorrússia. Somente as vendas argentinas e uruguaias de leite em pó integral cresceram, e a partir de 2016, passaram a ser os segundo fornecedores depois da Bielorrússia. (valorsoja - Tradução livre: Terra Viva)

 

Maior parte do crescimento da produção de leite da UE ocorrerá no primeiro semestre

A maior parte do crescimento da produção de leite da União Europeia (UE) em 2018 acontecerá no primeiro semestre do ano, uma vez que 2017 terminou com altas taxas de produção que podem durar algum tempo. Até meados de maio, o padrão sazonal acompanhará o crescimento cíclico. O crescimento cíclico provavelmente continuará após o pico, mas a taxas reduzidas em relação ao primeiro trimestre. Em média em toda a área da UE, o pico sazonal habitual será alcançado em maio, com França e Itália tendo o pico mais cedo e Estados Membros do Nordeste, mais tarde. O principal motivo para a desaceleração esperada do crescimento é que é mais fácil aumentar a produção de leite na estação de baixa adiantando o parto e com o uso de concentrados, em particular nas fazendas onde o manejo de alimentos é tradicionalmente feito principalmente na primavera e pastagens de verão ou forragens são fornecidas diariamente aos animais. Isto é diferente da situação sob as cotas, quando os esforços para aumentar a produção de leite no final do ano não compensava, com os  países tendo que pagar multas por exceder a cota.

Conforme ocorre nas flutuações cíclicas dos preços e das ofertas de leite, a resposta dos produtores de leite às perspectivas piores em relação aos preços de pagamento do leite virá mais tarde, se houver alguma resposta significativa de qualquer maneira. Isso pode acontecer no segundo semestre de 2018, dependendo se o mercado vai entrar em uma depressão mais longa dos preços do leite.

Reconhecer isso agora, no início de 2018, parece ser prematuro. A diferença de 2017 para situações de mercado observadas anteriormente com altos níveis de preços é que essa é unilateralmente baseada no componente de gordura do leite. Os retornos da gordura do leite diminuíram dos níveis elevados de meados de 2017, mas são ainda maiores do que em qualquer situação de baixa do mercado de manteiga no passado. Contrastando com a situação da gordura do leite estão os mercados dos componentes não gordurosos do leite. Grandes estoques públicos de leite em pó desnatado são o principal obstáculo para que os preços possam estabilizar em níveis mais altos e, portanto, a volatilidade neste setor será limitada. (As informações são do CLAL.it)

 

Colômbia: importações de leite caíram 35%

No final do décimo mês do ano, a Colômbia tinha importado 38 mil toneladas de leite, contra 52.275 toneladas no mesmo mês do ano anterior. Durante os primeiros dez meses do ano passado, o valor das importações de lácteos da Colômbia foi de US$ 96,5 milhões, informou a Federação Nacional de Criadores de Gado (Fedegan). O valor é menor em relação ao mesmo período de 2016, quando foram importadas 51.789 toneladas para um valor CIF de US$ 124 milhões de dólares; em relação ao valor em dólares, só excede o ano de 2012, já que já foram gastos até o final de outubro de 102 milhões. "Analisando o décimo mês da última década, outubro de 2017 ocupou o terceiro lugar em termos de número de toneladas, quando foram importadas 2.993 toneladas; esse valor é menor se compararmos o décimo mês de 2015 (3.326 t) e 2016 (3.996 t), e superior ao de 2014."

O maior fornecedor de lácteos para a Colômbia foi Estados Unidos (46%), seguido da Bolívia (14%). Com menores porcentagens de compras de leite estiveram México, França e Espanha; o resto da lista é ocupada por países como Equador, Argentina, Holanda, Chile e Uruguai, entre outros. Sobre o assunto, José Félix Lafaurie, presidente da Fedegan, indicou que este primeiro semestre do ano será difícil para os pecuaristas do país.

"À falta de solidariedade da indústria, somam-se dois fatores. Por um lado, teremos um bom clima, representado por chuvas abundantes, o que aumentará os volumes de produção, enquanto as importações crescerão devido às cotas negociadas nos acordos de livre comércio em vigor entre a Colômbia e outros países." Finalmente, Lafaurie pediu ao governo que fique atento sobre a "posição dominante" de algumas indústrias de processamento de leite, para evitar menores preços de compra para os produtores do país, aumentando suas importações. Regularmente, segundo os produtores, a indústria de processamento alega uma situação de "enlechada" (produção abundante), a fim de reduzir os preços de compra, ao mesmo tempo que faz importações. (As informações são do Portafolio, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 

Menos milho nos EUA
Analistas consultados pela publicação americana Informa Economics estimam queda nas áreas plantadas de milho e soja nos EUA na próxima safra (2018/19). Para o milho, a média das projeções ficou em 36,09 milhões de hectares, enquanto para a soja resultou em 36,9 milhões de hectares. No ciclo 2017/18, o milho ocupou 36,5 milhões de hectares e a soja se espalhou por 36,46 milhões. No ano passado, a publicação indicou que os produtores planejavam um aumento significativo na área plantada de milho. De acordo com Michael McDougall, da ED&F Man, a alta dos preços de algodão, sorgo e cevada pode levar os agricultores a plantar mais dessas culturas em detrimento do milho e da soja. (As informações são do Valor Econômico)


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Porto Alegre, 24 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.662

 

Produção de leite deve crescer 2,5% em 2018

A produção brasileira de leite deve crescer entre 2% e 2,5% neste ano, em um cenário de custo de produção mais elevado em relação a 2017, estima a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A projeção representa um incremento menor que o reportado em 2017, estimado pela CNA em 4%, ou 34,9 bilhões de litros. Se a estimativa da entidade para o período se concretizar - os dados serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março -, a produção brasileira de leite em 2018 deverá chegar a 35,8 bilhões de litros, voltando aos patamares de 2014.

De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Thiago Rodrigues, o aumento da captação de leite está amparado na expectativa de um incremento do consumo esperado para este ano com a melhora da economia. Tanto indústria quanto produtores estão animados com a projeção de crescimento do PIB para 2018. 

"Esse aumento da demanda deve garantir um cenário um pouco melhor de preços ao produtor neste ano", afirma o dirigente. 

Essa perspectiva de recuperação de preços ocorre após um ano de margens apertadas para o produtor de leite. Ainda que o custo de produção tenha recuado 4% no ano passado, devido à oferta farta de soja e milho (principais insumos para a alimentação dos animais), o preço pago ao produtor recuou 8,7% no ano passado, para um valor médio de R$ 1,1769/litro em 2017, segundo o Cepea. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, 2018 será um período de margens ajustadas tanto para a indústria quanto ao produtor, após um ano trabalhando no prejuízo. "Isso será importante para recuperar as margens da indústria e, em um segundo momento, permitirá repasses ao produtor."

A melhora dos preços deve ganhar fôlego em março, quando a safra termina no Sudeste e no Centro-Oeste, com o enfraquecimento das pastagens causado pelo término do período de chuvas, reduzindo a oferta de leite, ao passo que a demanda tende a aumentar com o fim das férias escolares. 

Desafios
Embora aposte em um cenário otimista para este ano, Rodrigues destaca que o produtor terá questões preocupantes para lidar neste ano. A começar pela perspectiva de um aumento dos custos de produção, que deve ocorrer devido à queda da oferta de grãos, especialmente do milho, projetadas para este ano.

Outro fator que exigirá atenção é o mercado externo. "Os estoques elevados em dois grandes players, Estados Unidos e União Europeia, podem reduzir os preços internacionais e tornar a importação do produto mais atrativa para as indústrias que operam no Brasil", salienta Rodrigues. 

"Hoje os nossos preços estão em linha com o mercado externo, mas não está descartada a hipótese de que as importações se tornem mais atrativas", diz.

Segundo ele, isso deve ocorrer se os preços internacionais recuarem para patamares abaixo de US$ 3 mil a tonelada de leite em pó, em um cenário de manutenção da cotação atual do dólar. No ano passado, a importação de leite e derivados recuou 31%, e somou 169,1 mil toneladas. "Na realidade, a importação foi maior do que o habitual em 2016, e está voltando aos patamares normais", explica Guerra, do Sindilat. 

Ele salienta que isso foi possível devido à redução dos preços pagos ao produtor no ano passado, o que deixou o produto interno mais competitivo. "Nos níveis atuais, ainda está mais atrativo para a indústria adquirir o produto interno, mas a continuidade desse cenário vai depender se as perspectivas que temos para este ano vão se concretizar", destaca o dirigente, referindo-se ao crescimento da demanda. (As informações são do DCI)  

Cadeia leiteira da Argentina faz convênio em Buenos Aires

Objetivo de garantir a segurança da industrialização do leite para a comercialização de produtos e subprodutos derivados.

O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina e o Ministério da Agroindústria da província de Buenos Aires assinaram um acordo de cooperação para o controle coordenado da cadeia de lácteos com o objetivo de garantir a segurança da industrialização do leite para a comercialização de produtos e subprodutos derivados.

A assinatura do acordo contou com a presença do presidente do Senasa, Ricardo Negri, e do ministro da Agroindústria de Buenos Aires, Leonardo Sarquís, junto com autoridades e técnicos de ambas as agências.

Entre os pontos do acordo, que reforçam o cumprimento do Decreto nº 815/99 do Sistema Nacional de Controle de Alimentos, destacam-se o estabelecimento de um procedimento consensual de inspeção e controle, o acordo de procedimentos de compartilhamento de informações, priorizando o uso de sistemas informatizados, a definição de um programa de controle analítico mínimo dos produtos, o treinamento contínuo e a concordância no controle das plantas de consumo interno quando solicitado.

Por outro lado, e com base na Lei 27.233, que declara as normas sanitárias e de segurança de interesse nacional e ordem pública, promove-se uma visão de melhoria contínua e adoção de programas de autocontrole pelas empresas, como a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) por empresas.

Através da ação conjunta da Nação e da Província de Buenos Aires, não só é esperado otimizar o uso de recursos, mas também melhorar em quantidade e qualidade os controles de higiene e segurança dos produtos lácteos que chegam aos consumidores argentinos. (Infortambo, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Sudeste da Ásia é a área mais importante para o setor de produtos lácteos

O Sudeste da Ásia está se tornando a área mais importante para o comércio de produtos lácteos. No período de janeiro a novembro de 2017, a região importou produtos semi-processados e processados no volume de 3.717.000 toneladas, 10% a mais que no mesmo período do ano anterior. Esse crescimento da demanda no Sudeste da Ásia corresponde a um aumento da oferta de leite nos principais países produtores, que exportam para essa área.

De fato, em novembro de 2017, a tendência de produção de leite foi positiva para: Austrália (+ 4,3%), Nova Zelândia (+ 4,2%), EUA (+ 1%) e UE-28 (+ 4,2%, dados de outubro). A China continua sendo o principal país importador, com um aumento de 13,4% em volume e 39,7% em valor, no período de janeiro a novembro de 2017. Em novembro, os aumentos no volume foram registrados para: leite em pó desnatado (+ 52,8%); fórmulas de leite infantil (+ 46,6%); leite fluido (+ 12,2%) e creme de leite (+ 77,4%). Enquanto reduções foram registradas para: manteiga (-11,7%) e queijo (-22,3%).

Em novembro de 2017, os preços unitários das importações da China, em relação aos dados de novembro de 2016, aumentaram para: manteiga (+ 71,0%); leite fluido (+ 20,3%); creme de leite (+ 31,3%); leite em pó integral (+ 31,1%); soro de leite em pó (+ 20,7%); queijo (+ 13,4%); leite em pó desnatado (+ 5,6%). (As informações são do CLAL.it.\)

 

 

Consumidores americanos confiam nas informações dos rótulos dos lácteos
A revista Dairy Foods Magazine publicou alguns dados sobre como os consumidores dos Estados Unidos avaliam os rótulos dos produtos lácteos. Confira: 42% Essa é a porcentagem de consumidores dos EUA que dizem que contam com o rótulo do produto como fonte de informações úteis e precisas sobre saúde e bem-estar.  65% Essa é a porcentagem de consumidores dos EUA que dizem que olham o rótulo do produto para ver se os alimentos ou bebidas são "minimamente processados". Alguns dos identificadores chave para um produto menos processado são ingredientes curtos, pronunciáveis e reconhecíveis; ingredientes que "fazem sentido" para o produto; cores adequadas aos ingredientes do produto primário; e as adições de sabor "desnecessárias" conhecidas, como açúcares e sais, aparecendo abaixo na lista de ingredientes. 8,4% É o crescimento anual projetado para o mercado global de kefir de 2017 a 2025. A associação de benefícios para a saúde pelo consumo da bebida probiótica inclui melhora na imunidade, aumento da força óssea, maior digestão e risco reduzido de osteoporose e asma. Em 2016, a Europa representou a maior participação na receita, seguida pela América do Norte. US$ 59 bilhões Esse é o valor que o mercado global de ingredientes de proteínas deverá atingir até 2025. O mercado de proteínas animais ocupou uma participação de 75% no mercado de ingredientes de proteínas em 2016 devido ao aumento do consumo de ovos e produtos lácteos globalmente. (Dairy Foods Magazine, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint)

 

Porto Alegre, 23 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.661

 

  Pedrinho Signori eleito presidente do Conseleite

A Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS) elegeu sua nova diretoria para o biênio 2018/2019 na manhã desta terça-feira (23/1), em Porto Alegre. A gestão será presidida no primeiro ano pelo secretário geral da Fetag, Pedrinho Signori, e terá o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, como vice-presidente. Em 2019, as posições se invertem. "Vivemos um momento crítico, mas esse espaço é um instrumento importante de construção da cadeia. Os problemas são nossos e estamos aqui para colaborar e construir juntos", disse Signori, empossado no ato. 

Durante a reunião, o Conseleite divulgou levantamento sobre o preço de referência do leite. Para janeiro, o valor ficou em R$ 0,9079, 1,68% abaixo do consolidado de dezembro de 2017, que fechou em R$ 0,9234. Importante lembrar que o Conseleite promoveu, em dezembro passado, ajuste na pesquisa, atualizando parâmetros de forma a considerar as mudanças tecnológicas registradas na produção nos últimos anos. 

Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, os números refletem a sazonalidade da safra e uma pequena variação negativa de mercado. Além disso, lembra, reportam o reflexo da venda de leite ao governo dentro do Programa de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), o que impactou o valor do leite em pó no período. Para o professor da UPF Eduardo Finamore, a tendência do valor de referência da matéria-prima leite é de recuperação gradual no longo prazo. 

A posição é compartilhada pelo presidente do Sindilat, uma vez que o setor entra no período de menor produção do ano, entre os meses de fevereiro e março. "O produtor está ajustando suas contas, produzindo mais para compensar o impacto da redução de preço na sua receita. Para os próximos meses, a expectativa é que o leite tenha reação, principalmente em relação ao UHT, que vem tendo seus preços achatados no varejo", frisou Guerra. Contudo, avalia que o consumidor está mais seletivo nas compras, buscando preços menores.

Finamore ainda apresentou os dados finais do Conseleite de 2017. Segundo o levantamento realizado pela UPF, o ano de 2017 foi o pior em 12 anos para o setor lácteo gaúcho. O estudo indica que o ano fechou com queda de -7,64% no valor de referência do leite recebido pelo produtor. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Pedrinho Signori e Alexandre Guerra
Crédito Foto: Carolina Jardine

 

Mapa autoriza redução da dose da vacina contra aftosa

A Instrução Normativa nº 11 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (22) autorizou a redução da dose da vacina contra a aftosa de 5 mililitros para 2 mililitros. Um dos principais objetivos na mudança da vacina será a injeção de menor volume de óleo mineral, com consequente redução de reações locais.

Alguns países, como Argentina, Uruguai e Bolívia já adotam essa prática, com resultados satisfatórios, tanto em relação à diminuição às reações, quanto na preservação da potência da vacina. Em que pesem essas experiências, a adequação dos métodos de controle de potência e de tolerância que serão submetidas cada partida de vacina produzida, garantirão a eficácia e a segurança do produto.

O componente oleoso, que tem a finalidade de promover imunidade mais longa, é também um dos principais responsáveis pela indução de reações do tipo alérgica no local da aplicação. Considerando a não ocorrência de focos da doença no país, desde 2005, e a tendência de suspensão gradativa da vacinação, a área técnica do Mapa concluiu não haver necessidade de utilização de vacinas que induzam resposta rápida, mas que assegurem a manutenção de resposta longa. Dessa forma, também foi alterarada a avaliação da potência de cada partida de vacina de 28 para 56 dias pós-vacinação, para as vacinas já registradas, e a implantação da avaliação aos 168 dias pós-vacinação, além da avaliação aos 56 dias, para vacinas em processo de registro ou de alteração pós registro.

A atualização do teste de estabilidade da emulsão visa melhor avaliar a qualidade da produção da vacina no que refere à consistência do processo de emulsificação para garantir a emulsão água em óleo. Isso, em razão da alteração do volume do conteúdo da vacina nos frascos, gerada pela redução da dose e da mudança na densidade da fase aquosa, em razão da alteração na proporção da massa antigênica dos antígenos "O" e "A", ocorrida após a recente retirada do vírus "C" da composição da vacina. O teste de tolerância é realizado por meio da vacinação de um grupo de animais e posterior observação no local da aplicação, de eventual ocorrência de nódulos, os quais devem ser mensurados. A metodologia atual prevê a vacinação pela via intramuscular profunda que, por essa razão não possibilita uma visualização adequada de nódulos, nem permite mensuração de forma adequada. A mudança para a via subcutânea permitirá avaliação mais eficiente. (As informações são do Mapa)

EUA: Sabor é atributo mais importante na hora de comprar iogurte, mostra pesquisa

O sabor é o direcionador número 1 das compras de iogurte para mais da metade (52%) dos adultos dos EUA, seguido por benefícios para a saúde (37%), de acordo com um estudo do comportamento do consumidor da Comax Flavors. O estudo do consumidor também revelou que o iogurte grego é o estilo mais popular entre os adultos, enquanto o iogurte de leite integral é preferido pelas crianças. O estudo foi conduzido em junho de 2017 e pesquisou 500 consumidores dos EUA entre 18 e 70 anos, metade dos quais eram pais de crianças entre as idades de um e 17.

"Ao longo do último ano, vimos o mercado de iogurte dos EUA, bem como a luta contra o mercado de leite com forte concorrência de proteínas alternativas à base de plantas. Queríamos entender melhor o uso do consumidor e os direcionadores do mercado de iogurte", disse Catherine Armstrong, disse a vice-presidente de comunicações corporativas da Comax Flavors. Embora o mercado global de iogurte deva crescer em uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 6,5% entre 2017 e 2022, de acordo com a Mordor Intelligence, o mercado de iogurte dos EUA se contraiu levemente, em 0,6%, em 2016.

Sabores
O sabor de frutas vermelhas foi considerado o preferido entre os adultos (61%) e crianças (58%), seguido por sabores "tropicais" consumido por 45% dos adultos e 47% das crianças que participaram da pesquisa. O iogurte de baunilha veio em terceiro, igualmente consumido por adultos (44%) e crianças (43%). Mais sabores de nicho, como iogurte botânico/floral e vegetal, foram consumidos igualmente pela Geração X e pelos Baby Boomers (8%), enquanto 20% dos pais adultos disseram dar iogurte com sabor de vegetais para os seus filhos de 3 a 5 anos de idade e 21% dos pais compraram sabores botânicos para seus filhos entre 9 e 11 anos de idade.

Os sabores picantes de iogurte foram os menos populares entre os respondentes da Silent Generation (0%) e Geração Z (5%). Metade dos pais relatou que acrescenta outros sabores ao iogurte de seus filhos (frutas frescas e congeladas, granola, nozes, cereais e edulcorantes) e 32% dos entrevistados adultos disseram que fazem isso com seu próprio iogurte. A Comax Flavors também descobriu que o iogurte está sendo usado em mais preparação de alimentos e bebidas do que apenas como um lanche isolado. Por exemplo, 51% dos participantes da pesquisa usam iogurte em suas bebidas, 39% usam em "preparações doces", 28% usam como ingrediente em "molhos e temperos", e 18% usam em outros preparações salgadas. Mais de dois terços dos adultos (69%) e 79% das crianças consomem iogurte como alternativa a uma sobremesa ou sorvete. Aproximadamente um terço (36%) de adultos e 47% dos pais usam iogurtes em vez de maionese, creme azedo, crème fraiche e/ou óleo. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

 

Exportações/Uruguai 
O Uruguai obteve um bom desempenho em matéria de exportação de leite em pó integral em 2017, ocupando o segundo lugar junto com a Oceania, e atrás apenas da União Europeia (UE) em termos de aumento do valor do produto em relação a 2016.Além destes países, o GlobalDairyTrade teve melhora importante no ano passado, informou o Instituto Nacional do Leite (INALE). Se comparar os preços recebidos em dezembro de cada ano, o Uruguai conseguiu incremento de 6%. Durante todo o ano de 2017, o aumento da cotação (27%) dos exportados chegou a US$ 3.220/tonelada, contra US$ 2.542/tonelada no ano anterior. A UE incrementou o valor em 32%, em relação a 2016, obtendo média de US$ 3.321/tonelada. A Oceania exportou a US$ 3.021/tonelada com elevação de 27%, e o GlobalDairyTrade teve aumento de 17%, ficando com a média de US$ 3.049/tonelada. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)