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30/01/2018

 

Porto Alegre, 30 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.666

 

  Comissão vai apurar a dívida
Uma comissão externa da Câmara dos Deputados irá investigar qual o tamanho do endividamento no setor agrícola do país e propor alternativas que permitam ao produtor negociar e solucionar seu passivo. Criado ontem, o colegiado será formado por oito parlamentares e coordenado pelo gaúcho Jerônimo Goergen, que afirma que, ainda neste semestre, será apresentada uma solução. O trabalho será agilizado para não se estender até o período das eleições. "Muitos produtores de arroz, leite, trigo e outras culturas estão vivendo uma situação dramática, com a renda diminuindo e as dívidas aumentando", afirma Goergen. O parlamentar adiantou que a securitização feita durante o governo de Fernando Henrique Cardoso será usada como parâmetro para estabelecer uma forma de pagamento de dívidas com bancos e empresas. "Tem muita gente inadimplente com os bancos, mas também com as cooperativas e as indústrias", observa. A comissão também promoverá audiências públicas para ouvir entidades e produtores. (Correio do Povo)
 

 

Leite/Uruguai

A produção de leite em 2017 cresceu 7,4% em relação ao ano anterior. A captação das indústrias totalizou 1.905,6 milhões de litros, acima dos 1.775 milhões de litros do ano anterior. Foi a segunda maior captação desde 2012, de acordo com os dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional do Leite (Inale).

 

Na comparação interanual mês a mês, somente em março de 2017 a captação foi menor que no mesmo mês de 2016. Em dezembro o leite remetido para as indústrias totalizou 171,2 milhões de litros, 2,8% acima dos 166,5 milhões de litros de um ano antes, e o preço recebido pelo produtor caiu pelo sexto mês consecutivo. A média do litro foi $ 9,40 pesos, [R$ 1,05/litro], 1% menos que os $ 9,53 pesos, [R$ 1,06/litro], do mês anterior, sendo o segundo menor valor mensal do ano ($ 9,03 pesos em janeiro), de acordo com os dados processamentos pelo Inale.

 

O preço do litro de leite em dezembro, no entanto foi 4% superior ao de dezembro de 2016. A maior média mensal de 2017 foi alcançada em maio, $ 10,23 pesos por litro, [R$ 1,14/litro]. Em dólares o panorama é de maior estabilidade, obtendo em dezembro o quarto mês consecutivo de média, US$ 0,33/litro. Foi um valor 4% superior aos US$ 0,31/litro de um ano atrás. O valor médio em pesos durante 2017 foi $ 9,74 pesos por litro, [R$ 1,08/litro], 15,5% a mais que no ano anterior. (Blasina y Asociados - Tradução livre: Terra Viva)

 

Bill Gates está financiando pesquisas genéticas para criar a vaca perfeita

Bill Gates está financiando uma pesquisa genética sobre como criar a vaca perfeita - que produza mais leite e que possa suportar melhor as temperaturas do que a vaca média. O fundador da Microsoft investiu US$ 40 milhões na Global Alliance for Livestock Veterinary Medicines, ou GALVmed, uma organização sem fins lucrativos com sede em Edimburgo, na Escócia, que realiza pesquisas sobre vacinas para animais de produção e genética.

Gates quer ajudar a criar a vaca perfeita que produzirá tanto leite quanto uma vaca europeia, mas poderá suportar o calor como uma africana. "O impacto por dólar que gastamos é super-alto nesta área. Você pode ter uma vaca que é quatro vezes mais produtiva com a mesma capacidade de sobrevivência".

Embora não esteja claro como exatamente essas vacas serão criadas, Gates propôs anteriormente criar vacas através de inseminação artificial. Sua doação, feita através de sua organização filantrópica, Fundação Bill e Melinda Gates, faz parte de um investimento maior que inclui dinheiro do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido.

Ele falou sobre como fica animado "em ver como a liderança do Reino Unido em pesquisa e inovação não apenas beneficia a Grã-Bretanha, mas também salva e melhora a vida nas partes mais pobres do mundo". Embora cientistas do clima tenham avisado que as vacas e produtos lácteos podem levar a uma maior degradação ambiental, Gates disse que elas podem ajudar a mitigar a pobreza global e a fome.

Ele disse em uma publicação em seu blog em julho passado: "Embora existam questões legítimas sobre se o mundo pode satisfazer o apetite por produtos de origem animal sem destruir o meio ambiente, é fato que muitas pessoas pobres contam com gado para alimentação e renda". (As informações são do Business Insider, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Competitividade/AR 

Em 2017 a Argentina caiu do segundo para o quinto lugar no ranking de exportadores de queijos para o Chile apesar da vantagem geográfica que o país tem em relação a outros concorrentes localizados a milhares de quilômetros de distância. Também definhou a participação na exportação de leite em pó. 

Nos últimos dois anos as importações de queijos realizadas pelo Chile aumentaram de maneira significativa, passando de 28.169 toneladas em 2015 para 34.041 e 44.439 toneladas em 2016 e 2017, respectivamente, segundo dados oficiais da ODEPA. Mas a participação argentina no negócio que em 2015 foi de 21,3%, caiu para 20,4% em 2016, e acabou em 12,56% em 2017. Processo similar registrou o Uruguai.

Holanda e Alemanha, que até 2015 eram fornecedores marginais do mercado chileno, em 2017 ocuparam 19,4% e 17,3% do mesmo, respectivamente, enquanto que Estados Unidos e Nova Zelândia ficaram com 20,2% e 15,4%. O bom desempenho das vendas de leite em pó obtida pelos Estados Unidos se explica porque o país tem um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Chile (o que lhes permite exportar o produto sem restrições alfandegárias ou não) enquanto que, no caso da Nova Zelândia, além de contar com um esquema de integração comercial dentro do Acordo Transpacífico de Associação Econômica e Estratégica (TPP), tem em seu território a filial (Soprole) da indústria de laticínios neozelandesa, Fonterra.

Os últimos dados oficiais publicados pela União Europeia (UE) mostram que em apenas dois anos as exportações europeias de queijos com destino ao Chile quase que quintuplicaram, elevando a nação sul-americana a ocupar o nono posto no ranking de clientes ao nível global. Entre janeiro e novembro de 2015 as compras chilenas de queijos europeus eram de apenas 3.722 toneladas, no mesmo período de 2016 e 2017, foram 8.871 e 18.144 toneladas, respectivamente.

Depois que a Rússia instituiu o bloqueio comercial aos produtos lácteos europeus, em agosto de 2014, as autoridades da UE instituíram programas de ajuda orientados a evitar que o excesso de oferta de manteiga, leite em pó e queijos derrubassem o preço do leite ao produtor a níveis críticos.

Entre os programas está incluído o de subsidiar indústrias queijeiras que optaram por armazenar tais produtos, o que, efetivamente ocorreu em 2015, começando a ser desativado de maneira progressiva em 2016, para finalmente encerrar em 2017. Com isto, houve incentivo à concorrência agressiva do produto junto a nações com economias abertas.

A perda de competitividade em laticínios da Argentina e Uruguai não se limitou apenas aos queijos - um produto com alto valor agregado - mas também em commodities como leite em pó, o qual o Chile importou um total de 27.043 toneladas em 2017, contra 18.166 e 16.575 toneladas em 2016 e 2015, respectivamente. A participação argentina no negócio, que em 2015 foi de apenas 5,8%¨do total, se recuperou em 2016 para alcançar 26,4%, e cair para 15,5% em 2017. O Uruguai - nesse mesmo período - passou de 21,1%, para 6,8%, e 3,9%. O segmento, considerando dados de 2017, foi dominado pelos Estados Unidos (45,6%) e Nova Zelândia (24,1%).

O que ocorre no mercado chileno é um exemplo de como a integração comercial melhora o acesso a mercados de nações localizadas a grandes distâncias, enquanto que, sem um esquema de integração comercial, as vantagens de proximidade são anuladas de maneira significativa. (valorsoja - Tradução livre: Terra Viva)

 

Leite UHT
O preço do leite UHT negociado no mercado atacadista de São Paulo entre 22 e 26 de janeiro registrou alta de 1,72% frente ao da semana anterior, fechando com média de R$ 1,91 por litro. O valor do queijo muçarela, por sua vez, subiu 0,22% na mesma comparação, para R$ 14,32 por quilo. Conforme agentes do setor consultados pelo Cepea, essas valorizações não refletem um aumento da demanda, mas a tentativa da indústria de estabilizar o mercado e recuperar a margem perdida frente aos custos de produção. (Cepea)

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