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31/01/2018

 

Porto Alegre, 31 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.667

 

Setor agrícola do Mercosul rejeita oferta dos europeus
Produtores agropecuários do Mercosul se recusam a aceitar a proposta feita pela União Euro¬peia (UE) de abertura de mercado e alertam que o acordo final entre os dois blocos pode ficar desequilibrado. Na noite de segunda-feira, dia 29, e ontem, num encontro ministerial em Bruxelas, a Comissão Europeia elevou sua oferta de abertura de 70 mil toneladas para 99 mil toneladas de carnes do Mercosul. O tema era cen¬tral para destravar o impasse no processo, que já dura 19 anos. O Brasil já havia deixado claro que, sem maior acesso para o segmento, não haveria um acordo. 

Agora, os ministros retornam aos seus países. Mas técnicos e negociadores ficam até dia 8 de fevereiro para tentar aproximar posições e fechar a base de um acordo. Uma reunião foi marcada para o dia 18, em Assunção. Negociadores revelaram que a meta é acelerar o processo e concluir o entendimento até março. Fontes no Palácio do Planalto acreditam que o acordo é "possível". 

Os europeus se reúnem hoje com os 28 governos do bloco e serão cobrados pelas concessões que fizeram. A Irlanda, por exemplo, deixou claro, nesta semana, que não aceitaria uma ampliação das cotas de carne. No entanto, a proposta que foi apresentada ao chanceler Aloysio Nunes Ferreira foi alvo de dura crítica por parte das entidades que representam o setor agropecuário no Mercosul, entre elas a Associação Brasilei¬ra das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Sociedade Rural Brasileira.
 
"A oferta de 99 mil toneladas de carne não cumpre o mandato de 2010 e não contempla a ambi¬ção do setor no Mercosul", disse¬ram os grupos, que ainda aponta¬ram para a "falta de informação" sobre o restante das condicionali¬dades. "A oferta não atende às ex¬pectativas do setor agropecuário do Mercosul", insistiram as enti¬dades, num documento assinado por Gedeão Silveira Pereira, pre¬sidente da Federação de Agricul¬tura do Rio Grande do Sul, e en-viado aos ministros do bloco. 

A demanda do setor é de que a cota seja estabelecida inicialmente em 100 mil toneladas e que haja um incremento anual até atingir 160 mil toneladas por ano. O setor também criticou a falta de "transparência" do pro¬cesso. "Confiávamos que os go¬vernos do bloco buscariam um acordo amplo e equilibrado, que trouxesse reais benefícios para os produtores rurais sul-america¬nos", disseram as entidades. (Jornal do Comércio) 

 

Glanbia Ingredientes comanda projeto de pesquisa sobre soro do leite de 30 milhões de euros

A Glanbia Ingredients vai coordenar um projeto da Comissão Europeia chamado AgriChemWhey. O projeto de 30 milhões de euros (US $ 37,2 milhões), "uma biorefinaria integrada para a conversão de fluxos líquidos de produtos lácteos para produtos químicos baseados em compostos biológicos de alto valor", está recebendo 22 milhões de euros (US $ 27,33 milhões) no âmbito da Bio-based Industries Joint Technology Initiative (BBI-JTI).
O permeado de soro de leite e o permeado de soro desidratado são os principais fluxos secundários do processamento de produtos lácteos e representam um desafio fundamental para o setor lácteo devido à falta de confiabilidade nas rotas de descarte atuais e representam um gargalo de sustentabilidade para a expansão da produção de leite na Europa na "era pós-cota de produção leite".

A AgriChemWhey irá construir uma biorefinaria, a primeira desse tipo, em escala industrial, com cadeias de valor industrial e agrícola integradas simbióticas que valorizarão mais de 25.000 toneladas (100% de matéria seca) por ano de excesso de permeado de soro de leite e de permeado de soro desidratado para vários produtos de valor agregado para mercados globais crescentes, incluindo ácido lático, ácido polilático, minerais para nutrição humana e fertilizantes biológicos.

Isso será alcançado através de um processo de investimento coordenado e de desenvolvimento para realizar a planta principal, representando o primeiro grande empreendimento industrial a converter resíduos do processamento de alimentos, como matéria-prima de segunda geração, em produtos biológicos de valor agregado. A planta investigará a viabilidade tecnoeconômica da inovadora tecnologia de biorrefinação de permeado de soro de leite e de permeado de soro desidratado em ácido lático e estabelecerá uma nova cadeia de valor para a simbiose industrial com outras empresas locais para a produção de alimentos sustentáveis de alto valor (incluindo cogumelos de alta qualidade) de outros fluxos secundários, como uma abordagem de bioeconomia circular aprimorada para a agricultura e resíduos agro-alimentares.

Projeto de desenvolvimento
A Comissão Europeia disse que isso oferece à sociedade e à indústria a oportunidade de aumentar a eficiência dos recursos - menos desperdício de alimentos, mais produtos do leite cru e integração de alimentos e produção de material não alimentar.
A AgriChemWhey também desenvolverá um sistema de um conceito de sustentabilidade econômica e planos de replicação para outras regiões em toda a Europa, maximizando tanto os impactos a curto como a longo prazo, contribuindo para o desenvolvimento da bioeconomia europeia para promover o crescimento rural, a competitividade e a criação de emprego, e alinhando-se com os objetivos de sustentabilidade da Europa. A Glanbia Ingredients receberá 15 milhões de euros (US$ 18,64 milhões) do projeto, que vai até 31 de dezembro de 2021. (As informações são do Dairy Reporter)

Produção de lácteos na Rússia aumentou em 4% desde 2013

Em 2013-2017, a produção de produtos lácteos na Rússia cresceu em 4% e atingiu 11,1 milhões de toneladas. Na estrutura, a produção foi dominada pelo leite e creme. De acordo com a "Análise da indústria de lácteos da Rússia", preparado pelo Businesstat em 2018, de 2013 a 2017, a produção de leite no país aumentou em quase 0,5 milhão de toneladas, ou 4%. Em 2017, o volume de produção de produtos lácteos subiu para 11,136 milhões de toneladas.

Apesar do fato de que em 2014 foi imposto o embargo de alimentos e as importações diminuíram, o crescimento significativo da produção doméstica de produtos lácteos não foi seguido. Em relação ao enfraquecimento do Rublo, o custo de produção de produtos lácteos e os preços de varejo restringem consideravelmente o poder de compra da população. Nessas circunstâncias, os recursos de crédito estavam inacessíveis para os produtores. Além disso, as restrições ao crescimento dos volumes de produção colocam o déficit da base de recursos - o número de vacas mostra uma diminuição anual e inibe o crescimento dos volumes de produção de leite cru.
Em meio a todos esses fatores, a indústria continua concorrendo com produtos importados, especialmente da Bielorrússia. Sobre isso, no biênio 2015-2017, o crescimento da produção de lácteos foi de apenas 15%, e em 2017 e diminuiu para 0,2%. Entre os principais grupos de produtos lácteos, a participação mais significativa da produção foi de leite e creme. Em 2017, a participação de leite e creme representou 51,4% do total produzido na Rússia de produtos lácteos. A perspectiva é que em 2018-2022 anos, a produção da indústria de lácteos russa crescerá anualmente. Espera-se que, em 2022, o volume de produção de produtos lácteos na Rússia seja de 11,7 milhões de toneladas. (As informações são do UkrAgroConsult Ltd)

 

VETERINÁRIOS EM PÉ DE GUERRA
Fechou o tempo no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS). A divisão teve o auge na semana passada, quando o presidente Air Fagundes dos Santos colocou em votação a intenção de assinar convênio com a Secretaria da Agricultura para treinar profissionais que trabalharão na inspeção de produtos de origem animal no Estado, que poderá ser terceirizada. Foi derrotado por 6 a 1, mas cassou a decisão da plenária. Com isso, o conselho votará o tema novamente. Os opositores da posição do presidente, colegas da chapa vencedora da eleição do conselho, no ano passado, lembram que um dos posicionamentos do grupo à época era ser contra a privatização do trabalho em indústrias de carnes e leite. - Está todo mundo se perguntando o porquê dessa posição do presidente - diz Paulo Ricardo Centeno Rodrigues, tesoureiro do CRMV-RS, repetindo questionamento da Associação dos Fiscais Agropecuários do Estado (Afagro). O secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, avalia que, com a terceirização aprovada, nada melhor do que o CRMV, responsável por fiscalizar a profissão, treinar os veterinários para tarefa. Os posicionamentos pré-eleitorais, pondera o secretário, são um problema interno da entidade. Em nota, Fagundes alega que, diante da mudança na legislação, cabe ao conselho ajudar na inspeção e fiscalização dos produtos de origem animal no Estado. Excesso de arroz no mercado não é exclusividade do Brasil. A China confirmou que pretende reduzir a área plantada em 2,2%, o equivalente a 670 mil hectares. Inédita, a atitude tenta conter o crescimento dos estoques no segundo maior produtor do grão no mundo. (Zero Hora)
 

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