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26/01/2018

 

Porto Alegre, 26 de janeiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.664

 

   Queijos/Reino Unido 

As exportações de queijo de janeiro a novembro de 2017 totalizaram 153.000 toneladas, 3% mais que no mesmo período de 2016, e 32% a mais do que foi exportado cinco anos atrás. Em 2012, perto de 90% das exportações de queijo do Reino Unido eram vendidas para países da União Europeia (UE). Passados cincos anos, no entanto, isso começou mudar, e em 2017, 81% das exportações (janeiro a Novembro) foram para a UE. Em termos de volume, o principal crescimento ocorreu nas exportações de cheddar, com substancial incremento nas exportações tanto para a UE, como para países terceiros. Na UE, o aumento foi principalmente nas exportações para a Irlanda, Holanda, e Dinamarca. Fora do bloco, o principal crescimento ocorreu para os Estados Unidos e parte do Oriente Médio.

 

Outra área importante de crescimento foi a exportação de outros queijos para países não pertencentes à UE. Os aumentos foram principalmente nas categorias de queijos frescos, incluindo mozzarella, juntamente com queijos ralados e em pó. As exportações não pertencentes à UE destinam-se principalmente para países asiáticos e Oriente Médio.

Embora o comércio não comunitário tenha aumentado, a UE ainda é o principal mercado de exportação para a maioria dos queijos. Com o Brexit no horizonte e os acordos comerciais ainda incertos nestea fase, o acesso a novos mercados de exportação é muito positivo, e é preciso manter a competitividade para garantir a permanência nesses mercados.  (AHDB - Tradução livre: Terra Viva)

 

UE pretende concluir o acordo com Mercosul nas próximas semanas

Depois do fiasco no anúncio de um acordo preliminar com o Mercosul em Buenos Aires, no mês passado, a União Europeia (UE) dá indicações de que agora poderá ser para valer. A comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, declarou-se ontem confiante de que a conclusão do acordo de livre comércio birregional possa ocorrer nas próximas semanas. "Esse é o nosso objetivo", afirmou ela ao Valor, à margem do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Malmstrom disse esperar "progresso concreto" no encontro que terá com ministros do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, a seu convite, na terça-feira, em Bruxelas. A comissária reiterou que "os dois lados estão empenhados em concluir o acordo nas próximas semanas. Estamos perto, mas ainda há trabalho a ser feito em ambos os lados e vamos enfrentar isso". O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, afirmou que será o maior acordo comercial negociado pela UE.

Malmstrom recusou, porém, confirmar se Bruxelas colocará na mesa, na semana que vem, nova oferta para carne bovina e etanol do Mercosul, alegando que não negocia por meio da imprensa. Conforme negociadores, os europeus já indicaram que apresentarão oferta melhorada. Em Bruxelas, fontes admitem que os europeus examinam oferecer cota entre 90 mil e 100 mil toneladas para a entrada de carne bovina do Mercosul com tarifa menor, ainda inferior à demanda do bloco do Cone Sul. A oferta ainda na mesa é de apenas 70 mil toneladas. Para etanol, cota de 600 mil toneladas.

Na reta final de negociações decisivas, a ampliação das cotas para os dois produtos ganha tanta importância que o presidente da Argentina, Mauricio Macri, agendou escala em Paris antes da volta dos Alpes suíços para Buenos Aires. "Espero ter boas notícias", disse Macri, que se encontrará amanhã com o colega francês, Emmanuel Macron, e pretende arrancar um compromisso de apoio da França a uma oferta melhor. "Faremos disso um tema central da nossa visita." Ele reconheceu que o país, por sua sensibilidade agrícola, é ponto-chave para permitir mais avanços da Comissão Europeia. E fez um apelo: "O acordo com a UE é uma grande oportunidade, inclusive para a Europa depois do Brexit."

Em seguida, cometeu gafe ao dizer que o tratado não é importante apenas por questões comerciais, mas pelos laços históricos e culturais. "Na América do Sul, somos todos descendentes de europeus", disse Macri. Fontes do Mercosul afirmam que a UE sinalizou colocar na mesa novas cotas para carne e etanol. Se não, argumentam, sequer haveria sentido na ida dos ministros a Bruxelas. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acha que dificilmente a oferta será suficiente para satisfazer também a Argentina e o Uruguai.

A UE ofereceu ao Mercosul cota de 70 mil toneladas de carne bovina e de 600 mil toneladas de etanol por ano com acesso privilegiado ao mercado europeu. A proposta desagradou, porque está abaixo dos volumes de 2004, quando os dois lados estiveram bem perto de assinar um acordo, que eram respectivamente de 100 mil e 1 milhão de toneladas.

Sentindo o vento soprar a favor de um tratado, a poderosa central agrícola europeia Copa-Cogeca voltou a soltar as baterias contra a negociação. Nesta semana, o secretário-geral da entidade, Pekka Pesonen, reclamou que a UE já ofereceu muito ao Mercosul sem ter obtido o mesmo retorno, e um potencial acordo custaria mais de € 7 bilhões ao setor agrícola europeu. "A maioria das importações europeias de carne bovina, açúcar, frango e suco de laranja já vem desses países", disse. Segundo ele, o açúcar e o etanol do Mercosul são "altamente subvencionados".

Ao falar em Davos, Macri procurou conter as preocupações de caráter protecionista no bloco sul-americano. Depois de um "pré-acordo político", em que estaria fechada toda a parte de acesso a mercados (produtos contemplados e prazo de abertura para cada um), o tratado ainda precisaria de "uns oito meses" para o detalhamento de textos e mais dez anos para a eliminação gradual de tarifas. "Há tempo de sobra para nos prepararmos."

Para o líder argentino, é hora de adotar uma postura de maior abertura. "Até agora, o Mercosul tem sido a região mais fechada e protecionista do mundo. Entendemos que isso não ajudou a reduzir a pobreza", disse Macri. O ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, disse ao Valor que espera o anúncio do "pré-acordo" em fevereiro ou março. Sem minimizar a importância das cotas para produtos agrícolas, negociadores brasileiros ponderam que ainda existem outros pontos pendentes, como regras de origem e o regime de "drawback" - pelo qual há isenção na tarifa de importação para insumos usados na fabricação de bens industriais depois exportados. A UE não aceita esse regime aduaneiro especial no Brasil. (Por Assis Moreira e Daniel Rittner | De Davos (Suíça)/As informações são do Valor Econômico)

Sucesso futuro dos produtos lácteos "depende da produção sustentável e responsável"

O sucesso futuro da indústria de lácteos depende da sua capacidade de contar a história sobre como o leite é produzido de forma sustentável e responsável, de acordo com especialistas do setor. Líderes da indústria de lácteos de todo o mundo discutirão a percepção pública combinada com o impacto ambiental e socioeconômico dos produtos lácteos no Simpósio da Federação Internacional de Lácteos (IDF) em Sevilha, Espanha, nos dias 1 e 2 de fevereiro. Os consumidores estão mostrando um interesse crescente pela origem de seus alimentos e estão procurando a garantia dos produtores, processadores e varejistas de que o alimento é produzido de forma responsável.

Por exemplo, esse crescente interesse levou o secretário do Departamento de Meio-Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais (Defra), no Reino Unido, Michael Gove, a anunciar um "padrão-ouro" na rotulagem de alimentos, que destaca as credenciais e a qualidade dos produtos britânicos nos supermercados. Como consequência desse crescente interesse, os varejistas estão buscando maneiras de fornecer essa garantia aos seus consumidores, seja através da criação de avaliação de origem sustentável seja por programas de auditoria ou endosso de programas existentes da indústria de lácteos.

FARM
Nos Estados Unidos, cerca de 98% de todas as fazendas pertencem ao Programa Nacional de Lácteos FARM (Farmers Assuring Responsible Management), que estabelece padrões mais elevados para cuidados com animais, uso de antibióticos e sustentabilidade ambiental - tudo no espírito de melhoria contínua. O Programa FARM foi recentemente aprovado como compatível com a Especificação Técnica ISO sobre Bem-estar Animal - indicando que o programa agora atende aos mais altos padrões internacionais para o cuidado e bem-estar dos animais.

Emily Meredith, da Federação Nacional de Produtores de Leite (EUA), explicou: "O sucesso futuro da indústria de lácteos depende da nossa capacidade de contar a nossa história sobre como o leite é produzido de forma sustentável e responsável. Os programas da indústria, como o National Dairy FARM Program, nos Estados Unidos, ajudam tanto a estabelecer padrões para os produtores quanto para contar a nossa história de sustentabilidade de forma confiável para produtores e consumidores de alimentos". Meredith disse que a produção de leite tem uma "posição muito única". Por um lado, ela fornece meios de subsistência para centenas de milhões de pessoas e para muitos é essencial para sua sobrevivência. Mas, por outro lado, representa uma grande proporção do custo, dos recursos utilizados e das emissões de gases de efeito estufa da cadeia de produtos lácteos.

Mensagens anti-lácteos
A indústria britânica de lácteos está sendo estimulada a combater as mensagens anti-lácteos com mensagens positivas sobre a indústria, a fim de negar a crescente crítica dos grupos contrários ao setor. Essa foi a mensagem da consultora de sustentabilidade na pecuária, Judith Capper, na Conferência Anual de Produtos Lácteos da Semex, quando pediu aos produtores de leite que enviassem as mensagens certas aos consumidores.

Enquanto os veganos e os vegetarianos constituem uma pequena parte da população, Capper, que já sofreu agressões por parte de manifestantes, disse que eles "falam alto" e que ela havia notado um número crescente de mensagens focadas no impacto da indústria de lácteos sobre o meio ambiente. Mas ela disse que o leite fluido tem uma pegada de carbono "bastante baixa" ao considerar sua densidade de nutrientes para o impacto climático, menor do que as alternativas de soja ou aveia.
"Quanto maior o rendimento, geralmente, menor a pegada de carbono e produtividade é vital para o impacto ambiental", acrescentou. Mas ela disse que a indústria não deve se concentrar em "extremos", mas nos consumidores sem uma opinião fixa sobre a agricultura. "Nós não vamos transformá-los em consumidores felizes de carne e leite assim como eles não vão nos transformar em vegetarianos e veganos", acrescentou.

Jovens
Como o grupo provavelmente está considerando um abandono dos lácteos, as pessoas mais jovens precisavam ser o alvo. Dominic Brown, da Kantar Worldpanel, destacou como os produtos lácteos se beneficiaram de um impulso crescente para que fossem vistos como alimentos saudáveis, com muitas pessoas voltando a consumir manteiga. As pessoas estão procurando mais  produtos naturais, em vez de produtos com pouca gordura e estão dispostas a pagar um prêmio por isso. Há também oportunidades para que os produtos lácteos sejam consumidos juntamente com produtos relacionados à saúde, já que 95% dos produtos lácteos são consumidos junto com outro alimento.

Ela também disse que o leite fluido possui espaço para inovação, com os produtos tradicionais podendo ter maior valor agregado sendo ultrafiltrados, orgânicos, oriundos de animais criados ao ar livre,  entre outras coisas. A iniciativa de pagar um pouco a mais aos produtores pelas redes de varejo Asda e Morrisons também fez sucesso. Quarenta e seis por cento dos consumidores disseram que ficariam felizes de gastar um pouco mais no leite se o valor retornasse aos produtores. (As informações são do FarmingUK e do Farmers Guardian, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 

FAO divulga projeto gaúcho
Um projeto que certificou a produção orgânica de 70 agricultores familiares e agroindústrias
das Missões e Noroeste do Estado é destaque na Plataforma de Boas Práticas para o Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que divulga iniciativas a serem replicadas. A certificação foi conduzida pela Emater, com parceria da Associação Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa e do Núcleo Missões da Rede Ecovida de Agroecologia. (Correio do Povo) 

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