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05/02/2018

Porto Alegre, 05 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.669

 

Importação menor reduz o déficit da balança de lácteos

Depois de um ano em que o déficit na balança comercial de lácteos caiu, em que a participação da Venezuela entre os principais mercados para o Brasil despencou e os embarques de queijos ganharam fôlego, o segmento considera que o principal desafio é conseguir elevar as vendas externas de commodities lácteas, como o leite em pó.

No ano que passou, o Brasil importou US$ 561,91 milhões em produtos lácteos, uma queda de quase 15% sobre os US$ 658,37 milhões de 2016, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) compilados pela Viva Lácteos, que reúne empresas do segmento. As exportações brasileiras de lácteos em 2017 também recuaram de forma expressiva, 34%, para US$ 112,58 milhões. Com isso, o déficit da balança ficou em US$ 449 milhões, 7,4% abaixo de 2016.

 

Segundo Marcelo Martins, diretor- executivo da Viva Lácteos, o aumento da produção doméstica de leite em 2017 explica o menor volume importado. As compras de leite em pó, o principal produto importado pelo Brasil, caíram mais de 20% no ano passado, para US$ 332,2 milhões. Em volume, a queda foi de 36%, para 103,4 mil toneladas.

Embora a produção de leite no país tenha crescido 4% no ano passado, o descolamento entre os preços dos mercados doméstico e internacional continuou a afetar as exportações de lácteos. Segundo a Viva Lácteos, em 2017, em média, os preços no mercado interno ficaram 25% acima das cotações internacionais, o que tirou a competitividade dos lácteos brasileiros.
Em novembro, quando o preço do leite em pó nacional estava mais competitivo em relação ao mercado internacional, os embarques do produto ganharam força, segundo a Viva Lácteos. Só naquele mês, foram exportadas 2,3 mil toneladas de leite em pó, ou 42% do total embarcado no ano.

Em 2017, a participação da Venezuela nas importações brasileiras de lácteos caiu ainda mais, conforme a associação. O país ainda é o principal destino, mas comprou só 15% do total em 2017. No ano anterior, responderá por 48% das exportações brasileiras de lácteos.

Outro destaque, segundo ele, foram os embarques de queijos, que cresceram 37% em 2017. Ainda que produtos de maior agregado entusiasmem, Martins afirma que o Brasil precisa ampliar as exportações de commodities para consolidar sua posição no mercado internacional.
A expectativa do executivo é que o déficit na balança de lácteos volte a cair este ano. "Com oferta mais estável, não deve haver grande descolamento de preços. A tendência é que não haja grandes picos de importação", avalia. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 
 

Benefícios do Bolsa Família sustentam 21% da população do país 

Os beneficiários do Bolsa Família representam mais de um terço da população de 11 Estados brasileiros, todos das regiões Norte e Nordeste. No Brasil, 21% da população vive com os benefícios do programa. Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) a pedido do Valor e evidenciam a importância dos recursos para a população daquelas regiões. O Maranhão é o Estado com a maior relação entre a população e quem vive dos valores do Bolsa Família. De acordo com o ministério, 48% da população do Estado recebe os recursos. Piauí e Acre vêm a seguir, ambos com 41%. 

O cálculo chega ao número de beneficiários a partir do tamanho das famílias inscritas no programa. Em seguida, o ministério calcula quanto isso representa na população do município a partir das estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são referentes a dezembro de 2017. Por serem baseados em estimativa do IBGE, o percentual pode diferir da realidade já que o último Censo foi realizado em 2010. Para fazer parte do programa, é necessário ter a renda mensal por pessoa da família de até R$ 185. O Bolsa família repassa entre R$ 39 e R$ 372 para os inscritos no programa, a depender do número de filhos do beneficiário. Os valores repassados, apesar de pequenos, acabam significando parte importante da economia dos municípios mais pobres do Brasil. Os valores repassados pelo programa representam mais de 6% do PIB local para 579 municípios. Aninho Irachande, professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), analisou os dados a pedido da reportagem. "O impacto na vida das cidades é muito grande, quanto mais beneficiários, mais dinamizada é a economia do lugar", disse. Na avaliação dele, os benefícios do programa vão além da pessoa ou família beneficiada. "Cada R$ 1 real produz R$ 1,6 em circulação da economia", afirma Irachande. Segundo o professor, "é um tiro no pé imaginar que o beneficiário é quem mais ganha com o Bolsa Família". Para o secretário-executivo do MDS, Alberto Beltrame, "o programa gera um círculo virtuoso de desenvolvimento na economia local", porque " estimula a economia, melhora a renda e os indicadores sociais como um todo". Os dados do ministério indicam uma taxa de crescimento maior no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para as cidades com mais inscritos no Bolsa Família em relação ao total. 

Entre 2000 e 2010, a taxa média de crescimento no IDH municipal das cidades brasileiras foi de 26%. Nas cidades onde os beneficiários representam menos de metade da população local, o número foi de 22%. Nos municípios em que os beneficiários são mais da metade, a taxa é de 43%, Dentre as cidades onde mais de dois terços vivem do programa, a taxa atinge 58%. Alguns municípios servem de exemplo para o impacto do Bolsa Família na economia local. Em São Raimundo do Doca Bezerra (MA), a 379 quilômetros de São Luís, por exemplo, 99,98% da população de 4,946 mil habitantes é beneficiária do programa, segundo números do ministério. O cálculo leva em conta dados do Cadastro Único e a estimativa de população do IBGE. Dados oficiais reforçam a validade desse número. Não há quem receba o benefício de Prestação Continuada (BPC) na cidade, por exemplo. Não é possível acumular o BPC e o Bolsa Família. "É através desse benefício que as famílias têm o pão na mesa", disse ao Valor o gestor do Bolsa Família na cidade maranhense, Aldeman Dias. Segundo o gestor, "o Maranhão tem poucos recursos naturais e nossa cidade está situada centro do Estado, onde a pobreza prevalece". Dias conta que o Bolsa Família é "praticamente o único recurso que entra na nossa cidade, além da prefeitura. Sem esse benefício, o comércio da cidade cai totalmente, afirmou. Antonio Basilio, dono do mercado Comercial Basilio, em São Raimundo do Doca Bezerra, faz a mesma ponderação. "A renda aqui só o Bolsa Família. Difícil ter algum comércio sem ele." Quando o critério é a participação dos recursos que chegam pelo programa no Produto Interno Bruto (PIB), as dez primeiras colocadas estão no Estado do Maranhão. 

Em Cajari, a 225 quilômetros de São Luís, a relação chega a 13,8%. Irachande ressalta também que a importância econômica que os recursos têm para as pequenas cidades mais pobres do país acaba provocando fraudes. "A maior parte dos recursos vai para consumo de produtos básicos de higiene e alimentação", explicou o professor. Esses produtos, por sua vez, são comprados em pequenos mercados e mercearias que, nessas localidades, costumam pertencer a autoridades locais, que têm interesse em ter o máximo possível de pessoas registradas no programa, mesmo que não atendam a todos os requisitos. Para combater fraudes no programa, o Ministério do Desenvolvimento Social começou a partir de 2016 a realizar uma variedade de cruzamentos em bancos de dados públicos. Antes, ele era feito apenas uma vez por ano com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que agrupa dados do mercado de trabalho brasileiro por ano. Agora, são dez bases de dados, o que permitiu que a fila de espera fosse zerada a partir da retirada do programa de beneficiários que não atendiam mais ao requisito de renda. "Com isso, cancelamos 4,7 milhões de beneficiários com renda superior a R$ 170 per capita. O pente-fino promove justiça social. No mesmo período, 4,2 milhões entraram", disse Beltrame. (Valor Econômico) 

 

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 05/2018 de 01 de fevereiro de 2018

Leite/América do Sul - O Sul do Brasil e outros países do Cone Sul da América, que consiste no Paraguai, Uruguai, Argentina, e Chile, estão sofrendo os efeitos de La Niña com condições climáticas variáveis. Em decorrência disso a produção de leite está sendo afetada de diferentes formas, dependendo da região. 

Em dois dos principais estados produtores de leite, mais especificamente, Minas Gerais e Goiás, a produção continua melhorando. No entanto, as elevadas temperatura e condições severas de seca nas bacias leiteiras da Argentina, como Buenos Aires, Córdoba, e Entre Rios continuam derrubando a produção. No geral, a produção de leite na Argentina e Uruguai tendem para baixo, mas, continuam acima dos níveis do ano passado. Com as escolas de férias, os pedidos de leite engarrafado continuam em baixa, e o volume de leite é suficiente para que as fábricas atendam outras necessidades de processamento como queijo e iogurte. No entanto, dada à sazonalidade, a oferta de creme está menor e a demanda continua forte. A produção de manteiga continua intensa, especialmente no Uruguai, com boa demanda nos mercados domésticos, bem como alguma exportação para a Rússia. De acordo com relatório do governo, em dezembro de 2017, a produção de leite da Argentina caiu 5% em relação ao mês anterior, mas, aumentou 3% em relação a um ano atrás. Em dezembro de 2017, o preço nominal pago aos produtores de leite aumentou 22% em relação a dezembro de 2016.

Enquanto no Brasil, como foi mencionado antes, a produção de leite está em alta. Os pedidos de leite fluido e engarrafado pelos canais de varejo começam a melhor com o retorno às aulas de algumas instituições nesta última semana. Em geral os volumes entregues nas fábricas estão adequados. A produção de queijo continua ativa enquanto a demanda de atacadistas e serviços de alimentação está justa. No entanto, os estoques de queijo, especialmente mozarela, permanecem elevados em muitas fábricas. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

NO RADAR
A Fundação Banco do Brasil investiu R$ 150 mil na construção de nove miniqueijarias nos municípios de Bom Jesus e São José dos Ausentes. A parceria com a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite dos Campos de Cima da Serra (Aprocampos) tenta fomentar negócios sustentáveis com geração de renda para as famílias participantes. (Zero Hora)
 

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