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Porto Alegre, 03 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.436

 

  Menor oferta de leite limitou queda dos preços ao produtor em janeiro

A redução da oferta de leite em algumas regiões do país fez os preços da matéria-¬prima ao produtor brasileiro ficarem praticamente estáveis em janeiro, diferentemente do que costuma ocorrer nessa época do ano. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço médio do leite ¬ que foi entregue aos laticínios em dezembro passado ¬ teve ligeira queda de 0,2% sobre o mês anterior, e ficou em R$ 1,102 por litro. Acompanhamento do Cepea/Esalq também mostrou leve recuo, de 0,15%, no preço médio no mês, para R$ 1,1885 por litro. Entre as bacias leiteiras onde a produção diminuiu estão o Sul do país ¬ um movimento já esperado. Mas também houve queda no Sudeste, onde normalmente o auge da produção acontece em janeiro. "Este ano, o pico foi em dezembro", explicou Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria. 
 
O Índice Scot de Captação de Leite mostra que a produção da matéria-¬prima, na média nacional, caiu 0,1% em dezembro em relação a novembro e 0,6% em janeiro na comparação com o mês anterior. Além da menor oferta no Sudeste ¬ que ainda reflete problemas climáticos em algumas regiões e o menor investimento em alimentação do rebanho ¬, a reposição de estoques de leite longa vida no fim do ano pelo varejo também contribuiu para segurar os preços da matéria¬prima. Segundo o levantamento da Scot Consultoria, o preço médio do longa vida no atacado paulista em janeiro subiu para R$ 2,42 o litro ¬ em dezembro, havia ficado em R$ 2,38. A expectativa, agora, é de que a produção de leite siga em queda no país até junho, o que deve manter os preços ao produtor firmes, de acordo com Ribeiro. No curto prazo, a expectativa é de que uma melhora na demanda ¬ que esteve minguada durante o período de férias ¬ também contribua para deixar os preços mais firmes. A pesquisa da Scot, que é feita com mais de 140 laticínios em 17 Estados, indica que os preços ao produtor do país devem seguir estáveis no pagamento deste mês. Essa é avaliação de 50% dos ouvidos. Outros 26% falam em alta da matériaprima e 24% acreditam em queda das cotações. (Valor Econômico)
 

Mapa: secretário viaja à Rússia para intensificar negociações e participar de feira agropecuária
 
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, embarca nesta quarta-feira (1°) para a Rússia, onde participa de mais uma rodada de negociação para ampliar o comércio entre os dois países. O primeiro compromisso será na sexta-feira (3), quando Novacki se reunirá com o vice-ministro de Agricultura da Rússia, Evgeny Gromyko.

No mesmo dia, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Eduardo Rangel, mantém encontro com o chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) da Rússia, Sergey Dankvert, para discutir sobre a legislação dos dois países.

 
No dia seguinte, os representantes do Mapa participarão da Prod Export, maior feira de produtos agropecuários da Rússia. No evento, o secretário-executivo fará uma apresentação sobre a qualidade dos produtos brasileiros, e Rangel falará sobre as garantias fitossanitárias do país.

A Rússia é um país com quase 150 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de U$ 1,3 trilhão. De acordo com dados do Mapa, o agronegócio representa 92% do total das exportações para o país asiático. Em 2015, as carnes - bovina, suína e aves - somaram 60% do total das exportações do setor para os russos. 

 
Essa será a segunda visita do secretário-executivo do Mapa à Rússia em um período de quatro meses. A primeira foi em outubro do ano passado, quando Novacki negociou a ampliação do número de plantas frigoríficas autorizadas a exportar carnes para aquele país.

Na oportunidade, Novacki ainda discutiu com os russos a abertura do mercado para mel, frutas, ovos, lácteos e rações para animais de pequeno porte (pets). Por sua vez, os russos pretendem aumentar as exportações de pescados e trigo para o Brasil. (As informações são do Mapa)

Leite em pó/MG

Além da tendência de recuperação dos preços no mercado interno, a alta na cotação do leite em pó no exterior pode contribuir para que Minas Gerais retome as exportações do produto e mantenha a oferta ajustada à demanda. 

Em janeiro, de acordo com o analista de agronegócios da Faemg, Wallisson Lara Fonseca, foi verificado incremento de 68,1% nos preços do leite em pó, na comparação com igual período do ano passado, com a tonelada negociada a US$ 3,2 mil. "Com os preços atuais do mercado externo e a taxa cambial em torno de R$ 3,20, as exportações são favorecidas. Este mesmo cenário torna a importação de leite inviável, o que também é positivo para a cadeia produtiva". A expectativa de consumo bem ajustado à demanda também foi sentida no mercado spot (negociação entre as empresas). Nas últimas quinzenas foi verificada alta de 4% nos preços do leite, que foi negociado a R$ 1,36. "O preço praticado no mercado spot mostra a tendência de valorização, que deve chegar aos produtores".

Consumidor 

Mesmo com a expectativa de alta, os preços do leite para os consumidores não devem atingir patamares tão elevados como os registrados em 2016. Fonseca explica que as empresas já começaram a recompor os estoques. "Em 2016, o preço do leite para o consumidor chegou a um patamar nunca atingido, o que em período de crise econômica e desemprego em alta, provocou queda na demanda pelos lácteos. A retração não é positiva para nenhum segmento da cadeia produtiva. Por isso, as empresas do varejo estão investindo na recomposição dos estoques de leite longa vida, para que, no momento da entressafra, não tenha desequilíbrio como ocorreu em 2016". (Diário do Comércio)

Fonterra

A gigante de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, entrou para o mercado de mussarela no Brasil com o individual Quick Frozen (IQF). Desembarcou na pizzaria mais antiga de São Paulo, a Cantina Castelões. O gerente de serviços de alimentos da Fonterra, o brasileiro Hugo Melo, disse que o potencial do mercado é enorme. Ele disse que a mussarela IQF economizará o tempo dos pizzaiolos, dinheiro, custos da mão de obra e reduzirá o desperdício.

Nova fábrica
A Fonterra anunciou recentemente que está investindo NZ$240 milhões em uma nova fábrica para atender à crescente demanda - o maior investimento em serviços de alimentação na história da indústria de lácteos da Nova Zelândia. Isso permitirá que a empresa dobre a capacidade de produção de mussarela, que é feita em um dia, ao invés dos habituais dois a três meses dos processos convencionais. Ela será inaugurada em setembro de 2018. Uma vez concluída, a fábrica de Clandeboye da Fonterra passará a ser a maior produtora de mussarela natural no Hemisfério Sul. A mussarela IQF é resultado de uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Fonterra com apoio da Cadeia de Transformação de Valor Agregado (Transforming the Dairy Value Chain) - um programa de Parceria Público Privada (PGP) entre o Ministério da Indústria da Nova Zelândia, a Fonterra e, o DairyNZ. (Dairy Reporter - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Pacote do setor de leite da UE poderá ser prorrogado para além de 2020
Os ministros da União Europeia (UE) apoiaram a ideia de estender o pacote do setor de leite para além de 2020, destacando que ele ajuda a melhorar o posicionamento dos produtores na cadeia de alimentos. O pacote foca no fortalecimento das relações contratuais entre produtores e processadores, a fim de melhorar a fraca posição dos produtores na cadeia e permitir-lhes obter um melhor retorno do mercado. O mercado leiteiro da UE melhorou desde a pior da crise no ano passado. Os preços do leite vêm aumentando desde agosto de 2016, principalmente devido ao aumento da procura da China e dos EUA, bem como às medidas tomadas pela Comissão Europeia desde junho de 2016. Porém, algumas cooperativas agrícolas da EU pediram à Comissão e aos ministros da UE que se mantenham vigilantes, pois os mercados ainda estão frágeis, levando um tempo para que os produtores recuperem seu fluxo de caixa. O vice-presidente da Copa (uma das cooperativas), Henri Brichart, disse: "Recentemente, os produtores de leite têm sofrido muito e os contratos sob o pacote ajudam a reduzir o impacto da volatilidade do mercado, dando aos produtores alguma previsibilidade". A União Nacional dos Produtores Rurais também disse que o pacote de leite da UE deve continuar após 2020. (As informações são do https://www.farminguk.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 

Porto Alegre, 01 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.435

 

  Regulamentado o novo programa de parcelamento de débitos tributários do RS
 
No último dia 06 de janeiro, foi publicado o Convênio ICMS nº 02/17, pelo qual o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) autorizou o Estado do Rio Grande do Sul a instituir programa de parcelamento dos débitos de ICMS e ICM em até 120 (cento e vinte) meses. Com fundamento neste Convênio, o Governador do Estado, por meio do Decreto Estadual nº 53.417, de 30 de janeiro de 2017, instituiu o "REFAZ 2017". Para maiores informações sobre o assunto, CLIQUE AQUI. (SBSP Advogados/Sindilat)
 

 
Sartori sanciona lei do Queijo Serrano

Foi enaltecendo as qualidades de produtos simples e cuja grandiosidade está exatamente em preservarem métodos tradicionais de fabricação e receitas seculares que o governador José Ivo Sartori sancionou, nesta terça-feira (31), o projeto de lei 63/2016. A nova legislação reconhece os municípios que integram os Coredes Campos de Cima da Serra, Hortênsias e Serra como tradicionais produtores de queijo artesanal serrano e define algumas normas de captação e comercialização. A iniciativa fortalece o setor e dá mais segurança para o produtor investir na fabricação, que utiliza leite cru. "Nem sempre tudo o que se faz é novo. Às vezes, preservar o que é antigo tem um valor imensurável ", frisou o governador, lembrando da importância de assegurar as condições sanitárias necessárias acima de tudo. O encontro, realizado na Palácio Piratini, contou com a presença do secretário de Desenvolvido Rural, Tarcísio Minetto, do deputado Sérgio Turra, de lideranças do setor, prefeitos, vereadores e integrantes da Secretaria da Agricultura. 

Questionado sobre a importância da nova legislação, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, destacou que o queijo serrano abre uma nova frente de atuação para o setor lácteo gaúcho uma vez que resguarda características únicas da produção colonial gaúcha. "Legislações como esta reforçam a qualidade e a origem da produção do Rio Grande do Sul e dão gás para as empresas investirem", frisou o executivo. 

De autoria do deputado Vinícius Ribeiro, a lei prevê que o leite utilizado na produção do queijo artesanal deva ser da propriedade ou posse rural em que se situa a queijaria, sendo proibida a aquisição de leite de outros locais, mesmo que próximos ao estabelecimento. O queijo também deverá ser comercializado somente sob registro ou título de relacionamento, ambos emitidos pelo órgão de controle sanitário do Estado ou por serviço de inspeção municipal. Além disso, deve estar identificado, contendo o número do cadastro, registro e nome do município de origem do estabelecimento.   "Este projeto de lei tem uma dimensão muito grande para inúmeras famílias que trabalham neste setor. Além de qualificar a comercialização, é um resgate histórico que valoriza o pequeno produtor e incentiva os seus filhos a permaneceram no campo, crescendo junto com a região", destacou Ribeiro. (Assessoria de Imprensa Sindilat, com informações Palácio Piratini)

 

Crédito: Carolina Jardine

Associados do Sindilat debatem a Lei do Leite 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) realiza, na próxima terça-feira (07/02), às 10h30min, na sede da entidade, em Porto Alegre (RS), reunião com associados para esclarecer dúvidas referentes à aplicação da Lei do Leite. À tarde, os representantes dos laticínios estarão com os representantes da Secretaria da Agricultura (Seapi) Fernando Groff e Karla Oliz para responder apontamentos. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a agenda atende a pedido feito pelas próprias empresas em encontro mensal. "Sempre ficam alguns assuntos a serem esclarecidos. E é importante que se abra caminho para as indústrias apresentarem suas dificuldades, como o caso da substituição dos caminhões", citou o executivo, referindo-se a necessidade de criar um plano B para o transporte do leite em caso de caminhões avariados. 

A Lei do Leite, sancionada em junho de 2016, foi construída a partir da realização de diversos encontros com a participação de representantes do setor. A lei institui o Programa de Qualidade na Produção, Transporte e Comercialização de Leite no Estado e outras providências. O texto foi complementado pela Instrução Normativa (IN) 13, publicada em dezembro do ano passado, que estabelece aspectos operacionais necessários à aplicação da lei e seus regulamentos, o que também sugere discussão para esclarecimentos aos produtores.  (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Reunião discute linhas de crédito para compra de milho

Para aproveitar os preços atraentes do milho produzido no Estado, representantes de entidades do setor de aves, suínos e leite reuniram-se para discutir a possibilidade de linhas de crédito específicas para a compra do grão. O encontro, realizado nesta terça-feira, na sede do Sindicato da Indústria dos Laticínios do RS (Sindilat), foi articulado pelo deputado Luis Carlos Heinze. 

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, ressaltou a importância da disponibilidade deste recurso para abastecimento dos produtores de leite e das indústrias que fabricam ração. "O milho é um insumo essencial para uma produção de alta qualidade. Garantir o grão ao produtor a preços competitivos é sinônimo de estabilidade na captação e receita nos tambos e nos laticínios", comenta.

Diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber explica que a intenção das agroindústrias é adquirir milho para aproveitar a oferta local e fazer estoque do grão. Entretanto, os produtores apresentam preocupação com a queda do preço do milho. 

"É um indicativo que nós teremos de ter posicionamento para preservar o milho no Rio Grande do Sul, sem interferir no produtor e na capacidade competitiva do estado", pontua Sérgio Feltraco, representante da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro), ressaltando que serão necessários mecanismos de intervenção pública, uma vez que os preços atuais são incompatíveis com o produtor. 

Um levantamento será feito para verificar a dimensão da demanda de crédito. O deputado Luis Carlos Heinze relata que existem recursos disponíveis para tal finalidade. O parlamentar solicitou às entidades uma lista com as suas respectivas demandas. Até o momento, a colheita de milho chega a 20% da produção gaúcha, enquanto a área cultivada para grãos no RS é de 805,6 mil hectares. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Mais uma alta de preço dos lácteos no atacado
No mercado atacadista, considerando a média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria, os preços dos lácteos subiram 0,5%, na segunda quinzena de janeiro, em relação à primeira metade do mês. O preço do leite longa vida subiu 1,3% no período. O produto ficou cotado, em média, em R$2,42 por litro. As cotações estão firmes desde dezembro de 2016. De maneira geral, a menor produção no Sul do país e em importantes regiões produtoras do Sudeste colabora para este cenário de preços firmes no mercado do leite. Além disso, desde dezembro/16 o varejo vem comprando para reabastecer os estoques. Outro fator importante é a volta às aulas escolares, que colabora para uma maior movimentação no mercado de lácteos. (Scot Consultoria)
 

Porto Alegre, 31 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.434

 

  Lactose deverá ser citada com destaque em rótulo de produto

Depois dos alergênicos, a lactose deve ser o próximo item a ser citado com destaque em rótulos de produtos industrializados vendidos no País.  Até a primeira quinzena de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai analisar propostas apresentadas por meio de consulta pública sobre o tema para, então, regulamentar a Lei 13.305/2016, em vigor desde o dia 1.º, que determina que a presença e a quantidade do açúcar encontrado no leite, caso ele tenha sido modificado, sejam informados pelos fabricantes.

A inclusão da informação é considerada uma vitória para as pessoas com intolerância à lactose. Diagnosticada com a incapacidade de digerir a substância aos 21 anos, a enfermeira Flávia Regina Georgete, de 35, diz que mesmo os alimentos vendidos como zero lactose não são garantia de que ela não terá reações. "Com algumas marcas, eu passo mal. Tenho gases, diarreia e coceira. Então, tenho de ir tentando, experimentando. Para facilitar, procuro produtos sem leite nem traços de leite para não ter problemas. "

A leitura detalhada dos rótulos faz parte de sua rotina no supermercado e, quando quer garantir que não terá sintomas, precisa pagar mais. "Faço compras em um empório que tem uma prateleira só com produtos sem lactose, mas eles são caros." A alternativa é consultar diretamente os fabricantes. 

A gerente comercial Vera Ribeiro, de 44 anos, demorou para descobrir que o filho Guilherme, hoje com 12, tinha intolerância. "Ele tinha muito refluxo quando mamava e, com um ano, ficou 30 dias com diarreia, estava quase com desidratação. A médica pediu para tirar o leite, porque, na época, não tinha tantas opções de produtos sem lactose. Com 4 anos, fez o exame e deu positivo."

Ela conta que, por mais ciente que esteja de que não pode consumir produtos com lactose, o garoto acaba ingerindo, principalmente quando não está em casa. "Sempre aviso que ele tem intolerância às mães. Se consome algum produto, tem diarreia e crises de cólica."

Os sintomas são causados pela incapacidade do organismo de digerir lactose. "Há uma enzima no intestino, a lactase. Se a pessoa tem deficiência dessa enzima, não consegue digerir lactose. Com isso, bactérias intestinais agem em cima do açúcar, provocando fermentação, que resulta na produção de gases e ácidos orgânicos, causando diarreia, por exemplo", diz Eduardo Berger, gastroenterologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
Avaliação. Segundo a Anvisa, mais de 400 propostas recebidas estão sendo analisadas. A regulamentação deve ocorrer ainda neste semestre, mas o processo de adequação pode ser concluído em dois anos.

"A expectativa é de que o tema seja pautado nas reuniões da Dicol (Diretoria Colegiada) até a primeira quinzena de fevereiro e, tão logo seja aprovado, será publicado", diz Nélio Cézar de Aquino, gerente de registro de alimentos da Anvisa. "Foi proposto prazo de 12 meses para permitir que os fabricantes façam as adequações necessárias, especialmente os fabricantes de matérias-primas para fins industriais. E foi estabelecido um prazo adicional de 12 meses para adequação dos produtos destinados ao consumidor final", acrescenta.
Para ser considerado sem lactose, a quantidade do açúcar deverá ser inferior ou igual a 10 miligramas por 100 gramas. Esse limite, segundo Aquino, está em vigor nos países nórdicos desde a década de 1990. (Estadão)

 

 
Embrapa coordena no Brasil projeto internacional para aproveitamento do soro de leite

Com financiamento da Agência Australiana para o Desenvolvimento Internacional (Ausaid), a Embrapa Agroindústria de Alimentos está coordenando, no Brasil, um projeto internacional que busca dar maior competitividade e sustentabilidade a pequenas queijarias, a partir do aproveitamento do soro de leite gerado pela produção de queijos. O projeto reúne pesquisadores do Brasil, da Colômbia, do Uruguai, da Argentina e da Austrália.

A primeira atividade do projeto foi um workshop, feito na semana passada em Buenos Aires, Argentina, no qual as instituições dos países participantes definiram o planejamento que será iniciado a partir deste mês.

No Brasil, será feito o levantamento da produção do soro para elaborar a modelagem da captação do produto, visando a definir onde serão instaladas unidades processadoras e o aproveitamento da capacidade ociosa de unidades já existentes. "Em paralelo, a gente vai estudar alternativas de agregação de valor", disse hoje (2) à Agência Brasil o líder do projeto no Brasil, Amauri Rosenthal.

A proposta da Ausaid é incrementar a competitividade e sustentabilidade de comunidades rurais de baixa renda, com prioridade para a América do Sul. Por isso o projeto foi focado inicialmente no Brasil, Argentina, Uruguai e Colômbia, países que têm cadeias lácteas importantes e com diferentes níveis de organização.

Segundo Rosenthal, o soro de leite tem um elevado potencial de agregação de valor. Atualmente, o soro ou é jogado fora, causando danos ao meio ambiente, por ser altamente poluente, ou é destinado à alimentação animal. "O soro tem uma proteína de alto valor biológico, de elevada qualidade, que além de poder contribuir para a melhoria nutricional, tem a questão de agregação de valor e competitividade", salientou.

O aproveitamento do soro do leite inclui desde a melhoria das rações animais, com a incorporação da proteína de valor biológico, até a elaboração de produtos como o queijo ricota e bebidas lácteas. Também são alterativas econômicas o aproveitamento do isolado proteico - conhecido como wheyprotein, muito usado por atletas em academias - até a incorporação do soro em outros produtos, como doces, explicou Rosenthal.

O coordenador disse que as alternativas serão definidas "de acordo com o volume de produção, com a capacidade de investimento e também levando em consideração os próprios custos do soro e a agregação de valor, ou seja, os preços dos produtos". Outra aplicação que está sendo considerada é a utilização do soro de leite para a agroenergia. "Uma alternativa seria o biogás", disse.

O modelo de tomada de decisão envolve estudos sobre alternativas de produtos, além da confecção de um manual de orientação às comunidades relativo às opções de produtos de soro de leite. O projeto prevê envolver as pequenas queijarias no processo e aproveitar o soro para a geração de renda adicional para essas unidades produtoras.

Rosenthal estimou que os investimentos poderão ser feitos via financiamento de fontes governamentais ou por meio de parcerias público-privadas (PPPs). Os pesquisadores pretendem ainda promover uma aproximação com grupos privados para disseminar o projeto.

Atualmente, o Brasil é um grande importador de soro de leite em pó, em especial da Argentina e do Uruguai, disse o pesquisador da Embrapa. Somente no ano passado, foram importadas 24 mil toneladas de soro em pó, segundo ele. Rosenthal acredita que o projeto em curso poderá não só permitir ao Brasil ser autossuficiente no produto, como criar fontes de agregação de valor para os pequenos produtores, tendo em vista a demanda crescente pelo soro de leito no mercado mundial.

A atuação inicial será nas regiões Sudeste e Sul, e a expectativa é começar o mapeamento da produção desse soro entre outubro e novembro próximos, com perspectiva de ter um panorama dos dados referentes a Minas Gerais até fevereiro de 2014, para apresentação no workshop programado para março do ano que vem, na Austrália. Simultaneamente, será efetuado o levantamento de uma região fluminense.

O projeto tem duração prevista de um ano e meio, com chance de ser estendido para dois anos. Além da Embrapa Agroindústria de Alimentos, sediada no Rio de Janeiro, participam da equipe do Brasil pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de outras duas unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): a Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), e a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS). (Edairynews)

 
 
Mercosul 

O ministro Marcos Pereira afirmou nesta segunda-feira, durante a abertura da III Reunião da Comissão Bilateral de Produção e Comércio, no MDIC, em Brasília, que Brasil e Argentina estão empenhados em ampliar a rede de acordos comerciais do Mercosul. "Em um momento em que o mundo assiste ao retorno do protecionismo, é imperioso fortalecer a integração regional. Brasil e Argentina têm papel de liderança no Mercosul, principalmente no que tange ao fortalecimento da dimensão comercial do bloco e à ampliação da sua rede de acordos internacionais", disse Marcos Pereira, que, antes da reunião, teve um encontro privado com o ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, que chefia a delegação argentina.

"O presidente Temer nos orientou que, juntamente com a liderança na Argentina no Mercosul, possamos trabalhar uma agenda de diálogo com os países da Bacia do Pacífico, haja vista a postura do presidente Trump. E que também possamos ampliar o diálogo com outros players, como Canadá, Japão e países do EFTA", disse o ministro na abertura da reunião.

"Estamos vivendo um momento em que há uma convergência no Mercosul, sobretudo entre Brasil e Argentina, o que nos dá condições de avançar no tema de abertura do Mercosul e reinserção do bloco no cenário internacional", completou. O ministro Francisco Cabrera pediu que a reunião sirva não somente para tratar dos temas de conjuntura, mas também para tratar de assuntos mais amplos que permitam a Brasil e Argentina, junto com os outros países do Mercosul, ter um aprofundamento institucional de suas relações e façam o que for possível para levar adiante uma negociação exitosa com a União Europeia, Japão, Canadá, e EFTA.

"Temos que dar um passo adiante na solidez e na previsibilidade dos acordos entre Argentina e Brasil, em princípio, e dentro do próprio Mercosul", defendeu Cabrera. O ministro também destacou a atuação do embaixador argentino no Brasil, Carlos Magariños, que deverá se dedicar integralmente ao fortalecimento do Mercosul. Cabrera lembrou que há temas entre Brasil e Argentina sem avanços há 19 anos. "Temos pedido ao embaixador Carlos Magariños que fique responsável por esse desafio, por esse projeto. Vamos ter alguém com sua cabeça exclusivamente neste projeto", anunciou.

Crescimento
O ministro Marcos Pereira afirmou que a reunião se insere em um contexto de necessidade da retomada do crescimento do comércio bilateral e aprofundamento da parceria. Ele lembrou que a recessão em ambas as economias e a existência de entraves levou à forte contração do fluxo comercial entre Brasil e Argentina, mas que já se iniciou um processo de reversão deste quadro.
"Houve, nos últimos três meses, aumento das vendas recíprocas entre Brasil e Argentina - fato que não ocorria desde julho de 2013. Para consolidarmos esse movimento, destaco o singular e fundamental papel desta Comissão Bilateral. Temos pela frente uma agenda intensa de trabalho, reflexo do compromisso que já assumiram os nossos presidentes em avançar na inserção de nossas economias no cenário regional e global", disse.

Marcos Pereira disse ainda que o encontro bilateral tem um significado especial porque precede a vinda do presidente Mauricio Macri ao Brasil na próxima semana. "Brasil e Argentina têm um papel de liderança no Mercosul. O contexto em que nós nos inserimos no presente momento faz com que possamos, não obstante a crise econômica pela qual passaram os dois países, trabalhar pela retomada do crescimento".

Resultados
Desde a primeira reunião da Comissão Bilateral de Produção e Comércio, em abril do ano passado, Brasil e Argentina assumiram o compromisso de dar impulso efetivo para a solução de questões que afetam a fluidez do comércio bilateral. "Posso assegurar que, em menos de um ano, desde a primeira reunião que tivemos, alcançamos resultados significativos no âmbito bilateral e regional. Cito, apenas a título de exemplo que, no nosso último encontro em Buenos Aires, registramos ganhos concretos ao firmarmos acordos sobre Facilitação de Comércio e Certificado de Origem Digital. Ações como essas amenizam a burocracia e criam melhor ambiente de negócios para nossas empresas", destacou o ministro.

Intercâmbio Comercial
Em 2016, a soma das exportações e importações entre o Brasil e a Argentina atingiu US$ 22,5 bilhões, com superávit de US$ 4,333 bilhões para o Brasil. As empresas brasileiras venderam para a Argentina, no ano passado, principalmente automóveis de passageiros (25% do total das exportações brasileiras para o país), veículos de carga (8,8%) partes e peças de veículos (6,5%), e outros produtos manufaturados (4,7%). Entre os produtos que as empresas argentinas vendem para o Brasil em 2015, tiveram destaque veículos de carga (16%), automóveis de passageiros (16%), e trigo em grãos (8,5%). No período em análise, a Argentina foi o terceiro principal destino das vendas externas brasileiras e o quarto mercado de origem de nossas importações. (MDIC)

 

No radar
O dia de hoje será um marco importante para um item tipicamente gaúcho: o queijo serrano. O governador José Ivo Sartori sanciona a lei que regulamenta a produção e a comercialização, trazendo ainda uma definição do conceito desse produto. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 30 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.433

 

Fonterra fornece alimentos para mudança do café da manhã na China

A renda e a classe média crescentes na China alimentam a demanda por itens do café da manhã ocidental, como manteiga, creme e queijo, diz a Fonterra.  Para atender à demanda, a Fonterra aumentou a disponibilidade de sua linha de produtos Anchor Dairy Foods, de 1.400 lojas para 1.700 nos últimos meses e elevando a presença de seus produtos em plataformas de comércio eletrônico - uma forma popular de comprar alimentos na China.  Também lançou uma campanha de aplicativos para dispositivos móveis, convidando os usuários a compartilharem suas receitas de café da manhã favoritas usando vários ingredientes lácteos.
Mais de 8.000 receitas foram compartilhadas durante dezembro e janeiro por compradores dos produtos Anchor. 

 
Aproximadamente 70% das receitas compartilhadas eram pratos ocidentais tais como: paninis e omeletes, enquanto 30% eram pratos de inspiração chinesa tais como: a sopa de creme de batata doce, torrada com amendoim, queijo e ovo.
"O café da manhã, como conhecemos, está mudando na China", disse Chester Cao, vice-presidente de Marcas da Greater China. "À medida que a renda e a classe média crescem, vemos uma maior demanda por itens de café da manhã ocidental, como manteiga, queijo e creme."
"A Fonterra fornece esses produtos para a indústria de alimentos aqui há muitos anos, mas agora estamos nos focando mais nos compradores, encorajando-os a ver os produtos lácteos como saudáveis e repletos de proteínas."
Para promover os lácteos como alimentos essenciais do café da manhã, a campanha da Fonterra também envolveu uma série de demonstrações de chefs, incluindo uma estrela da Michelin, Steven Liu, que organizou um evento culinário em Xangai, em dezembro. A campanha também incluiu publicidade digital e ativação com o aplicativo chinês de distribuição de alimentos Eleme, que gerou 89 milhões de acessos entre usuários de aplicativos.
"É ótimo ver o grande engajamento de nossa campanha e de nossos produtos", disse Christina Zhu, presidente da Fonterra Greater China. "Isso reafirma que há um crescente apetite por ingredientes lácteos de alta qualidade na China".

Dados da China Customs mostram que as importações de manteiga, creme e queijo aumentaram significativamente nos primeiros onze meses de 2016 em comparação com o ano anterior, com creme 57%, queijo 31% e manteiga 21%.
"Esse aumento na demanda é significativo", disse Zhu. "É impulsionado por fatores como a urbanização, aumento de renda e um maior desejo por mais produtos Premium. Estamos empenhados em atender a essa demanda com os produtos certos nos lugares certos." (Fonterra - Tradução Livre: Terra Viva)

 

 
Parlamento inicia ano com projetos do pacote 
A Assembleia Legislativa inicia os trabalhos deste ano legislativo amanhã, quando ocorre a posse do novo presidente do Parlamento, deputado Edegar Pretto (PT). Mas a primeira sessão deliberativa ocorre na próxima semana, no dia 7 de fevereiro. Os projetos remanescentes do pacote de reestruturação do Estado estarão na pauta de votação e o debate deverá se estender por mais de uma sessão, a exemplo do que aconteceu com as primeiras medidas apreciadas. Das pautas que ficaram pendentes, está o Projeto de Lei (PL) 214/2015, que estabelece uma redução de até 30% nos créditos fiscais presumidos do ICMS, que o Estado concede como estímulo às empresas, nos exercícios de 2016 a 2018. 

Encaminhado pelo governo ainda em 2015, o projeto foi incluído no pacote para ser apreciado em regime de urgência. A redação do PL permite ao Executivo exceções à limitação prevista em casos determinados, como quando os créditos presumidos estiverem vinculados a programas de investimento, ao financiamento de programas educacionais, entre outros, ou ainda em casos "a serem definidos pelo Poder Executivo". O projeto já conta com cinco emendas parlamentares. Outra medida de ajuste fiscal com impacto no setor empresarial é a proposta de alteração da data de vencimento do ICMS da indústria, passando do dia 21 para o dia 12 de cada mês, mesmo prazo adotado pelo comércio. Com isso, o governo prevê antecipação no fluxo financeiro em torno de R$ 300 milhões por mês. 

Também faz parte do grupo de matérias pendentes a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a obrigatoriedade de plebiscito para a privatização ou federalização de companhias estaduais como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Sulgás. A maior resistência ao avanço dessa pauta está na própria apresentação do pacote pelo governo, que reconhece as empresas como superavitárias 

PROPOSTAS A SEREM APRECIADAS
 1. PEC PLEBISCITO CEEE, CRM E SULGÁS: prevê retirada da obrigatoriedade de realizar plebiscito para privatização ou federalização 
2. PEC LICENÇA CLASSISTA: elimina a remuneração dos servidores que estiverem cedidos a entidades de classe - PEC 256/2016. 
3. LICENÇA-PRÊMIO: enviada à Assembleia em junho de 2015, transforma a licença-prêmio em licença capacitação profissional - PL 242/2015. 
4. PEC VANTAGENS TEMPORAIS: extingue adicionais salariais por tempo de serviço. Quem já possui tem o direito preservado. 
5. TETO DO PAGAMENTO DE PENSÕES: limita ao teto constitucional o pagamento de pensão somada a outros rendimentos. 
6. PEC FIM DO TEMPO FICTO: impossibilita formas de contagem de tempo de contribuições fictícias a civis e militares, sem o efetivo trabalho e respectiva contribuição. 
7. LICENÇA ESPECIAL DOS MILITARES: transforma a licença de três meses, que é cumulativa ao tempo de aposentadoria, e 
transforma em licença-capacitação, sem contagem para a aposentadoria. 
8. TEMPO DE SERVIÇO MILITAR: serão exigidos ao menos 25 anos de efetivo serviço público militar para completar os 30 anos exigíveis para a reserva. 
9. MUDANÇA NA RESERVA COMPULSÓRIA: aumenta o período de permanência no exercício das funções. A reserva compulsória ocorrerá aos 65 anos para oficiais e 60 anos para praças. 
10. AUMENTO IDADE DA REFORMA: idade limite para convocação de militares será até 70 anos para oficiais e até 65 anos para praças. 
11. EXTINÇÃO DE PROMOÇÃO NA RESERVA: fim da promoção na reserva aos novos militares estaduais e aqueles sem estabilidade. 
12. ESTRUTURA SSP-RS: reduz de 10 para cinco departamentos e de 34 para 20 divisões na estrutura da Secretaria de Segurança Pública (SSP-RS). 
13. REGIME DE TRABALHO DA SUSEPE: suprime da lei o regime de plantão. 
14. PEC RECURSOS CAIXA ÚNICO: retira saldo dos demais poderes e órgãos que estão consignados no Caixa Único, revertendo para o Fundo de Reforma do Estado. 
15. BENEFÍCIOS FISCAIS: projeto tramita na Assembleia desde 2015 e estabelece redução de até 30% nos Créditos Fiscais Presumidos até 2018 - PL 214/2015. 
16. ICMS DA INDÚSTRIA: altera o vencimento do ICMS da indústria, que hoje é no dia 21, para o dia 12 de cada mês. 
17. PEC PAGAMENTO e 13º SALÁRIO: retira da Constituição a data do pagamento dos salários mensais até o último dia do mês e do 13º até o dia 20 de dezembro. (Jornal do Comércio)

 
 
Argentina: fazendas leiteiras de Santa Fé estão sem reservas, silos e pastagens por causa das chuvas

As chuvas abundantes das últimas semanas na Argentina têm ameaçado as principais atividades produtivas das regiões mais afetadas, como Córdoba, Santa Fé e Buenos Aires. O setor leiteiro é um dos mais comprometidos e, neste contexto, os técnicos do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) assistem às autoridades provinciais e municipais com assessoria técnica, enquanto acompanham os produtores de leite com oficinas, recomendações e relatórios técnicos que ajudam na tomada de decisões estratégicas. Gustavo Almada, chefe do INTA Carlos Pellegrini, em Santa Fé, confirmou que a situação nas fazendas leiteiras é "realmente muito complexa", porque os produtores estão "sem reserva, sem silos de milho e sem pastagens, depois de terem passado por uma crise semelhante há menos um ano".

Neste sentido, ele disse que "a grande maioria das fazendas leiteiras de Santa Fé está com problemas, especialmente aquelas localizadas no centro e no sul da província, áreas mais afetadas pela chuva". "Os tempos biológicos não conseguiram se recuperar. Em 10 dias, foram registrados entre 350 e 450 milímetros de chuva". Nesta região, os técnicos do INTA participam de um comitê de crise onde projetam estratégias de acompanhamento para os produtores, coletam informações para refinar o diagnóstico e organizam workshops com recomendações produtivas e de manejo durante a emergência.

Por sua vez, em conjunto com os produtores e autoridades sanitárias e autoridades políticas, o instituto colabora na coordenação de movimentos de animais em risco para campos secos, que recebem gado da área inundada. "Há fazendas leiteiras capazes de absorver uma parte das vacas, mas de qualquer maneira, haverá um grande impacto sobre a produção leiteira", descreveu Almada. Para Daniela e Carlos Callaci, do INTA Rafaela - Santa Fé - "a situação em áreas urbanas e áreas rurais, como resultado da precipitação que ocorreu desde dezembro e atingindo registros entre 300 e 500 mm é muito complicada". Os especialistas visitam regularmente o departamento Castellanos e ajudam várias fazendas leiteiras afetadas por excesso de água nessa área.

"A situação é muito complicada no departamento", concordaram Faure e Callaci em seu relatório, que reconhece as diferenças devido à situação topográfica de cada setor da bacia e suas possibilidades de escoamento. Ainda assim, eles apontaram um fator comum: "O lençol freático está perigosamente perto em quase toda a superfície, e até mesmo nos lugares mais baixos está na superfície ou acima do solo". Neste contexto, uma alta porcentagem dos campos está alagada e estão começando a surgir sinais evidentes de mortalidade das plantas, tanto em pastagens de alfafa como em cultivos de soja, milho e sorgo. (As informações são do Infocampo, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Avaliação Final da Chamada Pública do Leite é realizada em Santa Margarida do Sul

Aconteceu na quinta-feira (26/01), na sede da Cooplesma (Cooperativa dos Produtores de Leite de Santa Margarida) a avaliação final da Chamada Pública do Leite - lote 16, que atendeu durante os três anos a 28 produtores de leite no município. A chamada pública do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) foi executada pela Emater/RS-Ascar e tinha os objetivos de organizar a produção dos agricultores, melhorar a gestão da atividade e da unidade de produção familiar, aumentar a produtividade e a qualidade do produto e a comercialização. 

Nestes três anos de atividade foram realizadas várias ações de assistência técnica e social, com metodologias coletivas e individuais, como visitas, dia de campo, reuniões, palestras e oficinas, como também trocas de experiências nas propriedades. Os principais temas abordados nesse período foram higiene e qualidade na produção leiteira, saúde animal, alimentação, criação correta da terneira, sistemas de piqueteamento, crédito rural, cooperativismo, questões ambientais, sucessão familiar e acesso às políticas públicas. 

Na avaliação final foi aplicado um questionário aos participantes da chamada, que foi considerada positiva, já que através deste acompanhamento, os técnicos do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar conseguiram dar uma assistência de forma mais contínua. De acordo com o agrônomo da Emater/RS-Ascar Fabiano Santos, "a Chamada oportunizou avanços na cadeia produtiva do leite, já que foi proporcionado mais conhecimento ao produtor, refletindo na qualidade do leite. Uns dos aspectos positivos da Chamada é que muitos implantaram o sistema de piqueteamento nas pastagens, com o manejo dos animais, melhoraram a conservação do solo e diminuíram a incidência do carrapato", ressalta o extensionista. Além dos técnicos do escritório municipal, participou da reunião o supervisor regional, Eliseu Gonçalves. (Emater/RS)

 

ENSINANDO A PESCAR
Começou na última semana a terceira etapa do programa de inclusão social e produtiva tocado pela Emater. Serão beneficiadas 1,4 mil famílias em 42 municípios de seis regiões. A ação dura três anos e é feita com recursos de convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O público-alvo são pessoas que recebem o Bolsa Família. (Zero Hora)
 
 

Porto Alegre, 27 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.432

 

Fecoagro reelege Pires

 

O agrônomo Paulo Pires foi reeleito, ontem, para mais um mandato de três anos à frente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). A eleição contou com chapa única e ocorreu em assembleia da entidade na sede da CCGL, em Cruz Alta, com a presença de representantes de 40 cooperativas. O vicepresidente será Darci Hartmann, da CCGL, que substitui Rui Polidoro Pinto. Entre os principais desafios para o próximo mandato, Pires aponta a necessidade de incentivar ações sistêmicas dentro do cooperativismo agropecuário, baseado no trabalho em conjunto entre cooperativas para ganhar escala. Como exemplo, cita a própria CCGL, que é uma central de cooperativas, e a Central de Compras, em Soledade. "Queremos fortalecer esse modelo e, de repente, estendê-lo para outros negócios", afirma. Outra prioridade é trabalhar pela capacitação no cooperativismo rural.

Um dos desafios que permanecem para o próximo mandato é a condição econômica de algumas cooperativas. Nove delas estão em liquidação extrajudicial, segundo a FecoAgro/RS. De acordo com Pires, o número não é grande, se comparado, em porcentuais, com setores da iniciativa privada. "Estamos trabalhando cada vez mais para evitar estas situações, por isso a necessidade de capacitação e de instrumentos de análise de controle", destacou. (Correio do Povo)

  

 
EUA: projeto pioneiro cria estrutura para cuidado de bezerros com grande valor genético, diz ABS

Líder em melhoramento genético, a ABS Global anunciou esta semana a construção de uma estrutura denominada Future Genetics (em português: Genética do futuro). O local será utilizado como abrigo e cuidado de bezerros com menos de seis meses de idade, que possuem alto valor genético.

A instalação, localizada perto de Madison, Wisconsin, EUA, permitirá que a equipe da ABS aprimore o cuidado dos animais, que receberão melhor nutrição, cuidados veterinários e estarão sujeitos a normas de biossegurança em idade mais precoce. "Esses pequenos são nossos touros mais valiosos, porque eles são o nosso futuro", disse o Dr. Jim Meronek, responsável Global pelo setor de Saúde da ABS Global.

No passado, os touros eram comprados de criadores com cerca de oito meses de idade. Hoje, com a Genômica, os bezerros que são identificados como geneticamente superiores podem ser adquiridos com dois e três meses de idade. "Devido ao alto valor que os animais genômicos de elite podem gerar, eles precisam receber cuidados mais rigorosos desde muito novos para garantir a maximização do seu potencial", disse Devan Funk, Gerente Global de Aquisição de Produtos Leite da ABS.

A estrutura com tecnologia de ponta foi construída em 2016, tem capacidade para aproximadamente 45 bezerros, com possibilidade de expansão em breve. Atualmente, o local foi projetado para ser o mais eficiente possível e é considerado o de mais alto controle biosseguro da ABS, priorizando a saúde dos animais. A área foi projetada para manter a separação entre bezerros de diferentes rebanhos. Inclusive, o acondicionamento é feito de modo que evite o contato "nariz-nariz", o que propagaria possíveis doenças ou infecção.

"Com a assistência de um especialista em saneamento da indústria de alimentos, implantamos um tecnológico sistema de purificação de água no local para ajudar a eliminar a propagação da doença", disse Daniel Hodgkin, gerente de Produção da ABS na América do Norte.
Uma vez que os bezerros atingem cerca de seis meses, eles avançam para a instalação de Gorman, construídas em 2014 e que representam o maior investimento em estrutura em US $ 3,4 milhões. (ABS)

Produtores de leite europeus exigem medidas para o leite em pó

Estoques/UE - O estoque de leite em pó é uma nuvem negra que ameaça a Europa e a África, fardo difícil para ambos os lados do planeta, suprimindo lentamente a recuperação dos preços do leite. 

Os produtores do European Milk Board (EMB) protestaram na segunda-feira (23 de Janeiro) em Bruxelas contra a venda de leite em pó dos estoques da União Europeia (UE) e em favor da introdução de um instrumento de crise permanente. Esboços dos mapas da Europa e da África foram colocados no chão em frente ao edifício do Conselho da União Europeia. Uma pá mecânica derrama continuamente leite em pó, de modo que os dois continentes são rapidamente cobertos. "Os produtores de leite de toda a Europa ainda estão em crise", disse Sieta van Keimpema, produtor de leite e vice-presidente do EMB, em um discurso dirigido aos ministros e à Comissão Europeia. "Aumentar a pressão nesta conjuntura e oferecer leite em pó dos estoques no mercado é seriamente problemático. Mesmo se nas últimas semanas as ofertas de preços extremamente baixos fossem rejeitadas - fato que acolhemos, esse leite não deve ser vendido nos próximos meses ", disse Keimpema. "Assim como para a Europa, também é devastador para os mercados africanos serem inundados com o leite em pó barato da UE."

A recuperação ligeira do mercado, graças a cortes voluntários na produção, não pode ser anulada!

Os cortes voluntários na produção contribuíram para a recuperação dos preços na Europa no final do ano passado. No entanto, o preço atual do leite, cerca de 32 centavos por litro, ainda não cobre os custos de produção que são mais de 40 centavos em toda a Europa. Os preços devem subir ainda mais para finalmente atingir os níveis necessários para cobrir os custos. "Isto mostra claramente o quão importante é reduzir o fardo do mercado de produtos lácteos utilizando instrumentos inteligentes - onde não atiraríamos nos próprios pés", disse o Sr. van Keimpema, tratando das demandas dos produtores europeus. "Um Programa de Responsabilidade de Mercado (MRP), que inclui medidas como cortes voluntários na produção juntamente com uma limitação da produção à escala da UE, pode realmente evitar danos excedentes". É, no entanto, impossível que essa intervenção - simplesmente ao comprar e armazenar leite em pó ou manteiga - forneça algum alívio. Isso ocorre porque os excedentes continuam a existir e impedem o aumento urgentemente necessário dos preços do leite. "A intervenção pode definitivamente ajudar a planejar nossas flutuações cíclicas e, portanto, não deve ser completamente excluída da lista de medidas possíveis. No entanto, ela não pode ajudar tanto na crise crônica que assola o setor lácteo", acrescentou van Keimpema.

Pare a venda do leite em pó dos estoques! - Elabore uma lei para um instrumento de crise permanente!

Enquanto montanhas de leite em pó continuam a chover em frente ao edifício do Conselho, Erwin Schöpges, produtor de leite e membro belga do Comitê Executivo do EMB, afirma claramente a posição dos produtores de leite. Dirigindo-se aos Ministros da UE e à Comissão, ele pede: "Parem as vendas de leite em pó dos estoques! Comecem a trabalhar numa proposta legislativa para criação de um instrumento de crise permanente e apresente ao Parlamento! Não há tempo a perder. Nossos produtores foram tão atingidos pela crise que só um aumento real dos preços e uma estabilidade a longo prazo no mercado podem salvar a produção de leite em toda a UE da extinção." A produção de leite equilibrada na Europa também é importante na perspectiva dos mercados africanos. "Parem de colocar leite em pó barato da UE nos mercados dos países em desenvolvimento! Temos que dar uma oportunidade à produção de leite na África e permitir que os produtores locais ganhem a vida com sua atividade", frisou o Sr. Schöpges, falando sobre o leite em pó, olhando o mapa da África em frente ao edifício do Conselho. (The Dairy Site - Tradução Livre: Terra Viva)

Mais Piá para Gramado

Cooperativa Piá de Nova Petrópolis, que possui 135 associados produzindo frutas e leite em Gramado, pretende ampliar sua parceria com os produtores rurais do município, segundo o presidente Gilberto Kny. A ideia é implantar lá culturas de frutas não comuns como mirtilo e framboesa, utilizadas na produção de iogurtes. (Jornal do Comércio) 
 

Veículos para os municípios
A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação entregou 13 vans, 270 impressoras 9 veículos aos municípios que aderiram ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal de Pequeno Porte (Susaf) e ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) ou que firmaram convênios com os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, ontem, em Porto Alegre. Os veículos e equipamentos serão usados nos serviços de vigilância e fiscalização do trânsito de animais e produtos de origem animal e vegetal, eventos de grande aglomeração e educação sanitária. Entre os contemplados com vans estão Ijuí, Cruz Alta, Santa Rosa e Caxias do Sul. (Correio do Povo)
 
 

Porto Alegre, 26 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.431

 

Mapa libera registro de rótulos com sistema eletrônico

Dando sequência à política de desburocratização que norteia o Programa Agro+, o Ministério da Agricultura implementou simplificações no processo de registro, renovação, alteração, auditoria e cancelamento de registro de produtos de origem animal produzidos por estabelecimentos ligados ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), entre eles os lácteos. Segundo a Instrução Normativa 1/2017, publicada no dia 18 de janeiro no Diário Oficial da União, produtos que têm Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) aprovado ou que estejam homologados pelo Riispoa podem pedir automaticamente registro para novos rótulos. Até então, o processo era feito com base em análise dos processos de rotulagem um a um, o que geralmente levava meses até a liberação final. O texto na íntegra da IN 1/2017 está no site do Sindilat na aba Legislação.

Agora, explica a consultora Letícia Cappiello, as empresas podem registrar os rótulos, sem necessidade de aprovação prévia, remeter eletronicamente os mesmos ao ministério e já encaminhar à impressão e levar ao mercado. Ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) caberá auditar os rótulos e, em caso de inconformidades, as empresas poderão ser notificadas. "As indústrias ficam responsáveis por atender às exigências de rotulagem e, assim como antes, seguem respondendo pelas embalagens", salientou. Os procedimentos para o registro, renovação, alteração e cancelamento devem ser realizados eletronicamente em sistema informatizado disponível no site do Mapa (www.agricultura.gov.br). O acesso se dá mediante autorização prévia, por meio de identificação pessoal.

A mudança era um dos pedidos do setor lácteo ao Ministério da Agricultura. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, ela contribui com uma simplificação dos processos, o que, sem dúvida, é um ganho competitivo aos laticínios. "O Mapa vem adotando uma política pró-ativa, dando autonomia aos setores para que trabalhem e consigam se desenvolver e, com isso, abram mercados ao Brasil.", salientou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)  

  

 
Governo muda fiscalização trabalhista para máquinas e equipamentos agrícolas
Os fiscais do trabalho não poderão mais emitir, automaticamente, autos de infração e multa ao proprietário rural nos casos relacionados ao operador de máquinas e equipamentos agrícolas.

Com a mudança, formalizada na Instrução Normativa nº 129, do Ministério do Trabalho, o fiscal deverá adotar o critério da dupla visita, com prazo de até 12 meses para o proprietário se adequar aos termos identificados pela fiscalização.

Até então, o Auditor Fiscal emitia o auto de infração ao encontrar alguma irregularidade no momento da visita à fazenda. No mesmo ato, o agricultor já recebia a multa, esclarece o assessor jurídico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Eduardo Batista de Queiroz.

A Instrução Normativa vigora desde o dia 12 deste mês, quando o texto foi publicado no Diário Oficial da União, alterando a Norma Regulamentadora 12 (NR-12) que trata das inspeções sobre segurança do trabalho na área rural.

Casos mais complexos terão tratamento específico. Se o produtor comprovar inviabilidade técnica ou financeira para o cumprimento das adequações solicitadas, ele poderá elaborar um plano de trabalho, em até 30 dias, após o recebimento da notificação, propondo cronograma alternativo na solução das pendências. (CNA)

 
 
Uruguai: mega-fazenda já tem 1000 vacas compradas e começa a produzir em março.

A mega-fazenda leiteira que está sendo instalada em Mendoza Chico (Flórida), no Uruguai, pertencente a capitais venezuelano-argentinos, já tem todo o gado comprado e avançam as obras nos campos adquiridos para instalar a infraestrutura (incluindo o equipamento de ordenha) e começar a produzir em março. Isso foi confirmado pelo gerente da companhia, Ruben Urchitano, que comprou com exclusividade as vacas que farão parte do empreendimento e vendeu o campo ao grupo de investidores.

"As primeiras vacas que parirão em março começarão a entrar em pré-parto no mês que vem, creio que no mesmo estabelecimento, para começar a parir um mês depois. Serão entregues de pouco em pouco, entre um mês e um mês e meio, antes da data programada para o parto". A princípio, a companhia começaria ordenhando 450 vacas para ir crescendo e chegar a 1000 ou 1200 cabeças, mas agora, já há 1000 ventres comprados.

A fazenda trabalhará com sistema de estabulação e contará com uma indústria que processe o leite produzido, priorizando a elaboração de seis toneladas de queijos por dia para exportar a mercados da América Central e cadeias de supermercados dos Estados Unidos, mais precisamente na Flórida. Urchitano selecionou os animais com a equipe de veterinários e agrônomos dos investidores, inclinando-se às compras de novilhas prontas para parir em abril e maio.

Os cerca de 1.800 metros quadrados de galpões pré-fabricados foram importados da China, e ainda que tenha um sistema de instalação bastante rápido, o clima levou à demora no avanço das obras de nivelação do terreno e estradas. Os investimentos correspondentes aos poços para entrega de água - tanto para a fazenda, como para a indústria - e o prédio onde funcionará a indústria já estão feitos. Por sua vez, eles conseguiram os campos de apoio para plantar o alimento que chegará aos silos, garantindo a alimentação do gado na produção. (Fonte: El País Digital)

Blairo convida parlamentares europeus a conhecerem de perto o agronegócio brasileiro

Em reunião no Parlamento Europeu nesta quarta-feira (25) o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse que há muito desconhecimento sobre a agropecuária brasileira. "Nossa legislação ambiental, trabalhista e social é mais rígida até do que a europeia", garantiu. Maggi convidou os parlamentares europeus para virem ao Brasil conhecer de perto a sua produção agropecuária.

O ministro esclareceu várias dúvidas em relação à produção brasileira e explicou que existem dois modelos no Brasil: a agricultura familiar e a industrial. Ele disse que nos estados das regiões Sul e Sudeste do país, a maioria das propriedades é pequena. Já no Centro-Oeste, acrescentou, as propriedades são maiores.

Lembrou que existe um ministério responsável por oferecer assistência técnica e financiamento aos pequenos produtores e que esse tipo de agricultura atua mais para o mercado interno. O Brasil vende à União Europeia 12 bilhões de euros em produtos agropecuários e compra 1,2 bilhão. Blairo observou que há vantagens comparativas no comércio bilateral, como o fato de o bloco europeu comprar matérias-primas brasileiras e agregar valor a esses produtos. É o caso de café, cacau, carnes, soja e milho.

O ministro reuniu-se ainda, em Bruxelas, com o comissário europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phill Hogan. (As informações são do Mapa)

 

Importações de lácteos da China subirão este ano
As importações chinesas de produtos lácteos deverão aumentar 20% em equivalentes litros de leite, em 2017, de acordo com o Rabobank. Isto devido aos baixos níveis de estoques e queda na produção interna de leite durante 2016. Além disso, é esperado que a recuperação da produção seja prejudicada pelas maiores taxas de abate e pelo número de pequenas/médias fazendas que estão abandonando a atividade. Como resultado, o Rabobank prevê que os volumes de leite interno só aumentarão 1% durante 2017. No entanto, os aumentos recentes nos preços mundiais dos produtos lácteos deixaram os preços do leite em pó integral (WMP) importado em equilíbrio com os preços do leite interno da China. Portanto, os processadores podem recorrer cada vez mais às fontes internas de leite, mas apenas se a produção conseguir acompanhar o ritmo. (AHDB - Tradução Livre: Terra Viva)
 

Porto Alegre, 25 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.430

 

Embrapa apresenta sistema de monitoramento do leite a ministro interino da Agricultura

Em visita a Juiz de Fora - MG, nesta segunda-feira (23), onde participou do Encontro Regional da Agropecuária, o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Eumar Novacki, esteve na Embrapa Gado de Leite. Novacki falou do plano "Agro +", que tem entre os objetivos desburocratizar as ações do setor agrícola nacional e investir em cadeias produtivas com potencial de crescimento. Com isso, o MAPA pretende aumentar a participação da agricultura brasileira no mercado internacional de 7% para 10% em cinco anos.

Segundo Novacki, um dos produtos com grande potencial é o leite. O Brasil é o quinto maior produtor mundial, mas atende basicamente ao mercado doméstico. No entanto, de acordo com o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, nos últimos 20 anos, o setor passou por uma grande revolução, investindo no aumento da qualidade e da produtividade. Uma das ações neste sentido é o Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro (SIMQL), que visa ampliar o conhecimento a respeito do leite nacional e estabelecer políticas para a melhoria da qualidade.

O SIMQL foi apresentado por Martins ao ministro interino durante sua visita à Embrapa. O Sistema reúne dados relativos à qualidade do produto, como contagem de células somáticas e contagem total de bactérias. "Trata-se de um software que já possui mais de 70 milhões de dados e fornece informações em tempo real sobre a composição do leite produzido nas diversas regiões do país", explicou Martins. Em breve, instituições públicas e privadas credenciadas poderão acessar o Sistema via computador, tablet ou celular.

O SIMQL permite ao usuário gerar informações em esfera macrorregional, microrregional e até mesmo municipal. Possibilita, ainda, comparar localidades entre si e identificar as regiões mais críticas, que demandam ações voltadas à melhoria de qualidade com maior urgência. A expectativa é que o Sistema possa otimizar a locação de recursos públicos e privados e os trabalhos de fiscalização, inspeção e fomento. O Sistema foi desenvolvido em 2016 pela Embrapa em conjunto com o MAPA por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) e Secretaria de Integração e Mobilidade Social (SIMS). (Embrapa)

 

 
A cadeia láctea recuperou o otimismo e espera um ano melhor

A instabilidade preços dominou o setor lácteo mundial durante todo ano de 2016 e 2017 começa com algumas incertezas, dentre elas, Como a política comercial do governo Donald Trump afetará fortes compradores de lácteos, como a China? Mas as vacas continuam produzindo leite e é preciso ordenhá-las duas vezes ao dia (existem países que ordenham três vezes) e o produtor sabe muito bem dos sacrifícios. 

No Uruguai, apesar do endividamento de toda a cadeia láctea, estimado em US$ 300 milhões, o setor mostra mais otimismo este ano e pouco a pouco, começa a ver algumas luzes no horizonte, que esteve bastante sombrio no ano passado. A indústria de laticínios, ou pelo menos algumas indústrias, estão dando sinais de que falta leite no Uruguai e os produtores estão esperançosos de que os preços subam mais, para pelo menos, começar a recuperar as perdas de 2016. O Uruguai produz anualmente em torno de 2,3 bilhões de litros de leite; são 3.200 produtores que entregam leite para a indústria e 950 que fabricam queijo artesanal. "A impressão que se tem é que o produtor precisaria receber mais de 10 pesos por litro, para ganhar alguma coisa. 

Pelo menos hoje não estamos perdendo dinheiro, mas, também não estarmos recuperando nada do que perdemos", afirmou a El País o assessor do setor lácteo e secretário da Câmara Uruguaia de Produtos de Leite, Dario Jorcin. Entre suas fazendas e as que assessora, são mais de 2.500 vacas ordenhadas, diariamente. No ano passado o produtor tinha duas opções, perder dinheiro ou endividar-se. Na maioria das fazendas ocorreram as duas coisas. Jorcin disse ter a convicção de que está faltando leite no Uruguai. 

"Neste momento, pelo menos até antes da chuva, havia muitas fábricas pequenas buscando leite e pagando 9,50 e 9,60 pesos por litro, sem nunca chegar a 10", reconhece. Alguns produtores reivindicam à Conaprole, a maior indústria de laticínios do Uruguai, que comece a pagar 10 pesos em fevereiro, mas o certo é que em 2016 a indústria também esteve muito mal, com preços internacionais deprimidos, investimentos em curso e menor volume exportado. "Saíram do Uruguai duas importantes indústrias de laticínios - A Ecolat e a Schreiber Foods - no ano passado e que demandavam muito leite. Ficaram muitas fábricas pequenas que trabalhavam com 3.000 litros", explicou Jorcin. Do ponto de vista deste assessor e produtor, "A Indulacsa (Lactalis Uruguai) está precisando de leite, mas não paga muito mais". A boa notícia é que os investimentos continuam. 

"A Granja Pocha está construindo uma queijaria nova em Juan Lacaze para 200.000 litros e na primavera passada esteve captando quase 100.000", lembrou Jorcin, mostrando alguns exemplos de que será necessário mais leite. Mas, além do preço interno para que o produtor uruguaio receba 10 pesos por litro (e a isto precisa descontar o pagamento ao Fundo Leiteiro), sempre haverá a dependência dos preços internacionais. Pois, mesmo com a excelente temporada turística e as fábricas de queijo de Nueva Helvécia estejam vendendo bem, isto dura até fevereiro. E depois? Apesar da cadeia láctea uruguaia, Jorcín, e alguns assessores agrícolas inclusive autoridades do governo estar mais otimistas em relação ao ano passado, o setor sofreu golpes severos no ano passado, e continua "caído".

"O impulso que vinha nos três ou quatro anos anteriores, que todo mundo procurava novas áreas, e cresciam as fazendas, agora parou", reconheceu Jorcín. Hoje não existe capacidade de poupar e se não perde dinheiro, gasta tudo o que ganha. "A impressão que tenho é que em 2017 haverá mais leite do que em 2016, que foi muito ruim, mas não chegará aos níveis de 2014 e 2015", afirmou o secretário da Câmara Uruguaia de Produtores de Leite. (El País - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 
Macro|Cepea: Agronegócio soma 19 milhões de pessoas ocupadas, metade dentro da porteira

Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, revela que, atualmente, chega em cerca de 19 milhões o número de pessoas ocupadas no agronegócio brasileiro, com destaque para o segmento primário ("dentro da porteira"), com 9,09 milhões de trabalhadores ou quase metade do total. Agroindústria e serviços empregam, respectivamente, 4,12 milhões e 5,67 milhões de pessoas, enquanto, no segmento de insumos do agronegócio, estão outras 227,9 mil pessoas. Esses números referem-se ao ano de 2015 (dados mais recentes) e não incluem os trabalhadores que produzem exclusivamente para próprio consumo.
 
No segmento primário agrícola do agronegócio, destaca-se a quantidade expressiva de pessoas ocupadas no grupo "outras lavouras"*, de 2,9 milhões de trabalhadores, correspondentes à metade do total empregado, de 5,9 milhões. Outros 16% estão ligados a atividades com grãos e 12%, com café. No segmento primário da pecuária, por sua vez, a bovinocultura, de corte e leite, predomina no que diz respeito à quantidade de pessoas ocupadas, participando com 65% do total, de 3,16 milhões de trabalhadores.
 
Apesar do grande número de pessoas ocupadas no segmento primário do agronegócio, ainda é elevada a parcela sem carteira assinada neste segmento. Por outro lado, na indústria e nos insumos, os trabalhadores com carteira assinada representam a maioria do total. Considerando-se todos os segmentos do agronegócio, 36% dos empregados têm carteira assinada e 33% atuam por conta própria. Outros 15% estão como empregados sem carteira assinada e apenas 4%, como empregadores. Os demais 12% se distribuem entre as categorias de trabalhadores domésticos, familiares auxiliares ou militares.  
 
O estudo do Cepea aponta, ainda, que, no agronegócio, tem-se elevada concentração de pessoas que não chegaram a iniciar o ensino médio, somando quase 60% do total de pessoas ocupadas. Ao mesmo tempo, o percentual de pessoas com ensino superior completo no agronegócio se limita a 8,5%, frente a uma taxa de quase 17% para o mercado de trabalho brasileiro em geral. Esse quadro reflete principalmente os dados verificados no segmento primário, em que mais de 80% das pessoas ocupadas não iniciaram o ensino médio.
 
SALÁRIOS - Empregados** do agronegócio brasileiro recebem, em média, R$ 1.499 mensais, conforme dados de 2015. O segmento que mais remunera é o de insumos, que inclui a produção de fertilizantes, defensivos, rações, produtos veterinários e máquinas e equipamentos agrícolas, com rendimento médio mensal habitual de R$ 2.331 (para a mesma categoria de empregados*). O segmento primário, por sua vez, paga, em média, R$ 998 mensais na pecuária e R$ 891 por mês na agricultura, correspondendo aos menores salários entre os segmentos do agronegócio, ainda considerando-se os dados de 2015. Os empregados na área de serviços recebem R$ 2.019 por mês. Para os trabalhadores da indústria agrícola e pecuária, os salários são de R$ 1.663 e R$ 1.397, respectivamente. (Agrolink)
 

General Mills pede patente para criar produtos alternativos aos laticínios
A grande empresa de alimentos General Mills recentemente entrou com um pedido de patente nos Estados Unidos para um projeto que se concentra na criação de alternativas a laticínios a partir de vários feijões e leguminosas.A empresa afirmou que irá explorar opções de ingredientes à base de vegetais, como feijão fava, grão de bico, lentilha, feijão adzuki e outras leguminosas na criação de produtos como iogurte, maionese e leites vegetais.A General Mills divulgou que pretende testar vários métodos de hidratação e aquecimento de leguminosas, adição de um agente de acidificação (como vinagre), bem como aromatizantes para criar alternativas aos produtos lácteos animais e à base de soja."A proteína é um ingrediente que continua despertando interesse na saúde do consumidor e é necessária no mundo em desenvolvimento", afirma a aplicação antes de discutir as tendências dos consumidores em relação às alternativas sem laticínios, apontando razões éticas e ambientais, como também a intolerância à lactose. Esta não é a primeira vez em que a multinacional tem explorado opções sem leite. Em maio de 2016, a General Mills fez investimentos de US$ 18 milhões na companhia vegana Kite Hill, localizada na Califórnia, por meio de seu fundo de capital de risco, segundo a Veg News. (Fonte: Redação ANDA/Guialat)

 

Porto Alegre, 24 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.429

 

Ano começa com leve redução e tendência de estabilidade no leite
 
O preço de referência projetado para o litro do leite em janeiro de 2017 no RS é de R$ 0,9367, 0,91% abaixo do consolidado de dezembro de 2016 (R$ 0,9453). Os dados, divulgados na reunião desta terça-feira (24/01) pelo Conseleite, indicam que a redução foi puxada pela queda de 6,59% no leite em pó, um produto que vinha se mantendo estável apesar da crise. O tesoureiro do Conseleite, Jorge Rodrigues, pontuou que o cenário é de estabilidade uma vez que a projeção realizada para dezembro (R$ 0,9407) foi superada, fechando em R$ 0,9453. "Tudo depende dos próximos 20 dias, mas o que enxergo é que essa leve queda já deve estar recuperada com o andamento do mês", ressaltou Rodrigues.

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, informou que os números dos primeiros dez dias de janeiro (base do levantamento do Conseleite) mostram recuperação em outros itens importantes no mix de produtos do setor lácteo, a exemplo do UHT que teve elevação de 5,68%. Ao apresentar os números tabulados pela UPF, Palharini mostrou que a maioria dos produtos pesquisados começa o ano um pouco acima dos valores praticados em janeiro de 2016, como o UHT e o leite pasteurizado. O 2º vice-presidente do Sindilat, Raul Amaral, lembrou que vem sendo verificada redução de consumo de lácteos devido à sazonalidade tradicional do período de verão e férias escolares.

Política de apoio - Durante a reunião do Conseleite, lideranças dos produtores e indústrias reforçaram a necessidade de levar ao governo do Estado uma proposta efetiva de incentivo à produção dentro do Rio Grande do Sul. O 1º vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, citou a quantidade de queijos especiais e leite condensado que vem de outros estados para abastecer o mercado gaúcho, itens que poderiam ser fabricados dentro do Rio Grande do Sul se houvesse uma política de apoio que tornasse o processamento competitivo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Foto: Carolina Jardine/ Divulgação Sindilat

Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ - Dezembro de 2016.

Matéria-prima

Valores Projetados Dezembro / 16

Valores Finais

Dezembro / 16

Diferença

(final - projetado)

I - Maior valor de referência

1,0818

1,0871

0,0052

II - Preço de referência

0,9407

0,9453

0,0046

III - Menor valor de referência

0,8466

0,8507

0,0041

(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)

Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ - Janeiro de 2017.

Matéria-prima

Janeiro /17 *

I - Maior valor de referência

1,0772

II - Preço de referência

0,9367

III - Menor valor de referência

0,8430

(1) Valor para o leite posto na plataforma do laticínio com Funrural incluso (preço bruto - o frete é custo do produtor)

 
Indústrias buscam novos esclarecimentos sobre a Lei do Leite


 Foto: Guilherme Portella (E) em reunião de associados Sindilat
Crédito: Carolina Jardine

Reunidos nesta terça-feira (24/1) em Porto Alegre, executivos dos principais laticínios gaúchos manifestaram algumas dúvidas sobre a regulamentação da Lei do Leite. Para esclarecer sobe o regramento, o Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat) solicitará uma reunião para o início de fevereiro com a equipe responsável pelo tema na Secretaria da Agricultura (Seapi). Presidindo o encontro, o 1º vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, lembrou que a Lei do Leite foi construída com participação do setor e em inúmeros encontros, mas que dúvidas são naturais nessa fase de implementação. O Sindilat defende um alinhamento na prática das medidas que estão entrando em vigor nos próximos meses e uma sistematização das informações para que as empresas saibam onde esclarecer questões que surgirão no dia a dia. 

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, esteve esta semana com a técnica da Seapi Karla Pivato Oliz buscando alguns esclarecimentos, que serão ampliados no novo encontro ainda a ser agendado. Uma das principais dúvidas é o que farão as indústrias quando um caminhão de coleta for danificado, uma vez que a lei não prevê substituição imediata. Também surgiram dúvidas sobre a capacitação dos transportadores e as informações que deverão ser repassadas ao serviços de inspeção estadual, federal e municipal. 
 
Contribuição Patronal - Durante a reunião, também foi alertado sobre o prazo para pagamento da Contribuição Patronal, que deve ser repassada até 31 de janeiro pelas empresas para o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS para auxiliar no custeio das despesas de representação ao longo do ano. Portella ressaltou a importância de as empresas que operam em diversos estados fazerem o recolhimento parcial por região e assegurarem fatia de recursos para a ação no Rio Grande do Sul. O diretor tesoureiro do sindicato, Angelo Sartor, ainda apresentou o orçamento do quarto trimestre de 2016. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Hemisférios se compensam na produção mundial de leite em 2016

A produção mundial de leite apresentou uma taxa de crescimento anual de 2% nos últimos 15 anos, com valores variando entre 0,7 e 3,1%. Quando os dados de dezembro estiverem disponíveis, é altamente provável que mostrem que a produção em 2016 não cresceu e tenha tido um volume igual ao de 2015.

Esta neutralidade apresenta um comportamento diferente quando se compara ao nível de países e blocos, observando que os países produtores de leite do hemisfério norte apresentaram crescimento em 2016 e quase todos os países do hemisfério sul tiveram níveis inferiores aos de 2015.

Além das questões climáticas às quais esse quadro pode ser atribuído, vale fazer uma análise mais profunda sobre o grau de força dos aspectos estruturais de países do Norte, bem como a capacidade de adaptação dos modelos produtivos e gestão das situações de crise de preços internacionais registrados entre o final de 2015 e boa parte de 2016.

 

Rússia e Ucrânia, com quedas de 2,9 e 0,5%, respectivamente, nivelam os resultados entre os hemisférios. Na América Latina, a maioria dos países teve queda na produção. Em outros países da América Latina, que não estão no quadro, em geral, também houve uma diminuição no volume, mas não fornecem grandes diferenças nos valores globais. (As informações são do Observatorio de la Cadena Láctea Argentina, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

A Fonterra criou manteiga branca para o Oriente Médio

A Fonterra desenvolveu uma nova manteiga branca para atender a demanda de indústrias do Oriente Médio. Embora a manteiga Fonterra seja conhecida dos consumidores do Oriente Médio por sua aparência dourada em razão das vacas serem alimentadas em pastos, um pequeno grupo de indústrias prefere manteiga branca como ingrediente para processamento de outros alimentos
. Essas indústrias, tradicionalmente, utilizam manteiga procedente de vacas alimentadas com grãos, o que torna a manteiga pálida, sem cor. Casey Thomas, diretor da categoria de alimentos lácteos da NZMP [marca de ingredientes da Fonterra], disse que a cooperativa desenvolveu a manteiga branca por um processo que reduz a aparência dourada sem afetar a qualidade.

 "Vimos a oportunidade de explorar esta nova área para que os clientes possam usar em pastas, combinar com queijo cremoso, e também poder utilizar em sorvetes". O gerente da NZMP para o Oriente Médio e África, Santiago Aon, disse, "Já estamos obtendo grandes resultados. Nossos clientes deram um feedback positivo sobre a manteiga branca, e o desempenho vem atendendo nossas expectativas". No centro de Pesquisa e Desenvolvimento da cooperativa, a NZMP está atrás de novos produtos; ambos com parceria histórica para desenvolver soluções criativas para os clientes. O produto está agora disponível na Arábia Saudita, Irã, Bahrein, Turquia e Paquistão. Deverá ser lançado no Egito, Argélia, Marrocos e América do Sul. (Rural News - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Paridade no valor de exportação de leite em pó aos principais mercados
Os pedidos de exportação de leite em pó ao Uruguai, segundo dados da Alfândega neste mês de janeiro mostram grande paridade entre os valores de venda aos principais países com os quais a indústria local fechou negócios. O Brasil lidera as compras, 68%, sendo o principal destino ao preço médio de US$ 3.210 FOB, o segundo destino (Rússia) tem participação de 20%, ao preço médio de US$ 3.220/tonelada. O ranking é fechado com a participação de 8,5% da Argélia do total das vendas ao valor de US$ 3.180/tonelada. Até agora os pedidos totalizam quase 6 mil toneladas ao preço médio de US$ 2.190/tonelada. É um grande contraste com as 4.340 toneladas exportadas em todo o mês de janeiro do ano passado, ao preço médio de US$ 2.300/tonelada. (Tardaguila - Tradução Livre: Terra Viva)
 

Porto Alegre, 23 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.428

 

Marcelo Martins: "as indústrias lácteas brasileiras estão se posicionando para a exportação"

Em entrevista exclusiva para o MilkPoint, Marcelo Costa Martins, presidente da Viva Lácteos, comentou sobre a instabilidade do setor lácteo no ano passado - com alguns meses muito bons tanto para a indústria como para o produtor. "A queda na oferta de leite em 2016 foi um fator importante que estimulou as importações. Para 2017 acreditamos que não teremos uma diferença significativa entre mercado interno e mercado internacional. Em abril de 2016, por exemplo, tivemos uma diferença de aproximadamente 87% entre o preço praticado no mercado interno e o preço praticado no mercado internacional. A medida que nós temos um aumento da oferta de leite no mercado interno, uma reação dos preços do mercado internacional e uma menor variação entre os mercados, nós passamos a ter uma condição mais favorável às exportações ou uma redução no déficit da balança comercial que tivemos esse ano". 

Sobre os custos de produção, ele comentou que em virtude da redução dos preços dos ingredientes usados na ração (principalmente milho e farelo de soja) junto com uma melhoria das condições climáticas e sem o efeito do El Niño, em 2017 provavelmente não veremos uma queda significativa na produção de leite como observamos em 2016. "Com relação ao consumo interno, as melhorias são dependentes da estabilidade econômica do país - o que também é preponderante para a manutenção e abertura de novos investimentos, gerando empregos e melhorando a renda, o que está intimamente relacionado com o consumo de lácteos. Pressuponho que este ano veremos uma menor volatilidade dos preços, maior oferta de produção e redução das importações". 

Exportações
Marcelo destacou que as indústrias estão se posicionando para a exportação e a orientação das empresas associadas é que a Viva Lácteos faça o máximo de ações no sentido de promover os produtos lácteos brasileiros no exterior e também, abra novos mercados. "A Rússia, logo após o embargo, passou a demandar produtos lácteos de países como Brasil, Argentina e Uruguai. Nós tivemos que cumprir uma série de pré-requisitos necessários para exportação e até então, não tínhamos nos posicionado para o mercado russo. Demoramos aproximadamente quatro meses para habilitar as plantas para exportação enquanto algumas plantas no Uruguai e na Argentina já estavam habilitadas - passando a exportar o que tinham e o que não tinham. Quando nós passamos a ter condições de exportar, a demanda do mercado já não era mais a mesma. Isso foi um grande aprendizado para todos nós". 

De acordo com ele, muitos importadores nem sequer imaginam que o Brasil é o quarto maior produtor de leite do mundo. "Acredito que essa informação tem que ficar muito clara e para isso, a participação em eventos é muito importante. Em relação às feiras, já confirmamos este ano a presença em Dubai, Moscou e Miami. Também estamos aguardando a nossa participação em Anuga, na Alemanha". 

Expansão dos mercados importadores 
Em relação aos possíveis mercados importadores, hoje a Viva Lácteos tem uma parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e, para o início do primeiro semestre de 2017, temos duas novas missões de habilitações: Chile e Peru. "É muito importante que tenhamos novas aberturas de mercado e diversifiquemos. Até novembro de 2016, exportamos 53% do total de lácteos, em valor, para a Venezuela - menos do que o ano passado (que foi de quase 75%) - mas de certa forma ainda muito concentrado. Com relação ao leite condensado, a nossa participação no mercado total exportado pelo Brasil passou de 13% para 26% do total enviado. É importante que consigamos ampliar a nossa participação em mercados importantes. Temos hoje alguns mercados que são alvo, que foram escolhidos estrategicamente para atuação prioritária". 

Esses mercados correspondem hoje a quase R$ 2 bilhões de dólares em importações de lácteos, com uma taxa média de crescimento de 17% ao ano nos últimos cinco anos. Ao mesmo tempo, a participação brasileira nesses mercados é inferior a 1%. "Não seria um trabalho de curto prazo, ele está sendo construído, e o ano de 2016 foi muito desafiador porque tivemos que remar contra a corrente, mas, por outro lado, há algumas empresas demandando a abertura de novos mercados e novos acordos comerciais, enxergando no mercado internacional uma oportunidade interessante. A expectativa para 2017 com certeza é mais favorável, tanto do ponto de vista do mercado interno com o aumento da oferta de matéria-prima, quanto do mercado internacional - na medida que enxergamos um reaquecimento dos preços dos mercados internacionais". 

Rússia - uma porta já aberta? 
Martins pontuou que algumas empresas brasileiras mandam hoje uma pequena quantia de produtos lácteos para a Rússia e que perto do nosso potencial, a quantidade é ínfima. Porém, ele acredita que essa ação contribua para a criação de um relacionamento com os importadores russos a fim de aumentarmos a participação. "A questão é estar dentro do mercado. O mais difícil é entrar nele, depois fica mais favorável. Nossa expectativa é muito boa com relação ao mercado internacional. Acredito que ao mesmo tempo que as empresas se estruturam, elas também se tornam mais interessantes no exterior". 

Melhorias do mercado interno 
Com relação ao consumo, a Viva Lácteos está trabalhando junto ao Mapa para agilizar o registro de novos produtos. O Ministério está atualizando o RIISPOA (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), modernizando e desburocratizando processos. Na área de qualidade do leite, além das ações junto ao Mapa para melhorar as questões referentes à IN 62, a associação estimula as indústrias a trabalharem de uma forma coordenada no esclarecimento dos produtores com relação ao uso correto dos medicamentos veterinários. 

"Essa é uma das prioridades que temos. Elaboramos uma cartilha de orientação sobre o uso correto de medicamentos, principalmente de antibióticos. Hoje, todas as empresas associadas à Viva Lácteos estão trabalhando dentro desse formato e temos mais de 70 milhões de reais aplicados em melhorias na qualidade. Que continuemos avançando para ter cada vez mais condições de produzir alimentos seguros para os consumidores".

Do ponto de vista da imagem do leite, a entidade está trabalhando com uma assessoria de comunicação e com porta vozes da área da saúde que expõem a importância do leite na nutrição humana com base em pesquisas científicas. "Divulgamos esses releases para todos. As informações negativas sobre o leite existem, assim como em outros produtos, mas, o balanço que fazemos no final é que o consumidor brasileiro vê o leite como um alimento seguro. Nossa aposta é que os consumidores continuem usufruindo dos produtos lácteos e que o leite permaneça na cesta básica". 

Marcelo disse acreditar na inovação do mercado lácteo, o que é dependente da economia do país, já que são investimentos direcionados à agregação de valor. "Os produtos zero lactose hoje por exemplo estão bem mais disseminados e com custos mais acessíveis, assim como o iogurte grego. De certa forma, a inovação atrai o consumidor". (Milkpoint)

 

 
Senar/RS atenderá a 1.140 propriedades leiteiras

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entre os muitos aspectos significativos de suas ações desenvolvidas por meio das suas 27 administrações regionais no País, cabe destaque ao convênio entre o Sistema CNA/Senar e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para implementação de um modelo de gestão e operação de assistência técnica e gerencial e continuado voltado para pequenos e médios produtores de leite do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Goiás.

Gilmar Tietböhl, superintende do Senar-RS, informa que, em 2017, serão intensificados investimentos em assistência técnica, com a realização do Programa Mapa Leite, que deve atender a 1.140 propriedades em 112 municípios gaúchos; e em saúde e qualidade de vida, por meio de treinamentos, palestras nas atividades do meio rural. Ele explica que a ação atenderá principalmente produtores leiteiros que vivem na Metade Norte do Rio Grande do Sul.

Tietböhl diz que o Senar-RS registrou um aumento de 11,6% na oferta de cursos de formação profissional rural e de promoção social no Rio Grande do Sul em 2016, totalizando 9.677 iniciativas. Ele comenta também que o Senar-RS atendeu 162.214 pessoas com as suas atividades, que englobaram palestra, oficinas, seminários, programas e cursos. Isto, segundo o superintendente, representou um crescimento de 10,48% em comparação ao ano de 2015.

O curso de Inclusão Digital foi o que teve maior procura em 2016. Tietböhl considera que o setor quer conhecimento com o objetivo de melhorar a sua vida e as tarefas na propriedade rural. Lembra que foram formadas no curso de Inclusão Digital, no ano passado, 1.128 pessoas. Já o segundo curso mais procurado, conforme o superintende, foi sobre Aplicação Correta e Segura de Agroquímicos.

O superintendente do Senar-RS diz que os proprietários rurais gaúchos estão entre os primeiros no País e no exterior a realizarem o manejo correto no descarte de embalagem de defensivos agrícolas. No que diz respeito ao uso de EPIs, os agricultores estão buscando informações, e há um crescimento em sua utilização. Ele lembra também que o terceiro curso mais procurado no ano passado foi o voltado ao Saneamento Rural Básico.

Tietböhl comenta também que as palestras que receberam maior presença, em 2016, foram Qualidade de Vida no Meio Rural, com a participação de 12.452 pessoas, seguida pela que tratou o assunto Zoonoses, com 9.826 participantes, e a Saúde da Mulher Rural, com 2.106 pessoas. Já o programa mais procurados foi o Junto para Competir, que registrou 3.264 interessados.

Em seu balanço, Tietböhl citou o Programa Alfa, voltado à alfabetização de trabalhadores do meio rural. Segundo ele, mais de 30 mil pessoas no Estado já foram alfabetizadas ao longo dos últimos 15 anos. O Senar Nacional foi criado pela Lei nº 8.315, de 23/12/91, já o Senar-RS foi criando um ano depois.

Informações podem ser encontradas no site do Senar-RS. Ainda pelo fone (51) 3215-7500, ou pessoalmente na praça Professor Saint-Pastous, 125, em Porto Alegre. (As informações são do Jornal do Comércio)

Panorama do Mercado Lácteo - Relatório USDA 03/2017

Os dados sobre a produção total de leite da Nova Zelândia, em dezembro, ainda não foram apurados. Um dos principais processadores de lácteos do país informou que sua produção de leite contratada nos sete meses da temporada, até 31 de dezembro, caiu 5,5% em comparação com o mesmo período no ano passado. A primavera da Nova Zelândia foi mais úmida do que o normal. 

Isso afetou negativamente o crescimento das pastagens. Os preços do leite em pó integral (WMP) encontram-se estáveis, com leve queda nos valores máximos. Os processadores da Nova Zelândia estão produzindo mais WMP, fugindo do leite em pó desnatado (SMP). As exportações australianas acumuladas até novembro de 2016 aumentaram 5,7%, em elação ao mesmo período de 2015, segundo a Eucolait. Os principais destinos e percentual foram: China (19%); Sri Lanka (17,2%); e Cingapura (12,7%). Europa - As perspectivas futuras para 2017 apontam para algum aumento modesto na produção de leite ao longo do ano na Europa Ocidental. Neste início de 2017 é provável que a produção fique abaixo dos níveis iniciais de 2016. No entanto, espera-se que o volume de leite aumente em termos anuais em relação a 2016 a partir de meados de 2017. O frio em muitas regiões produtoras de leite da Europa Ocidental durante as primeiras semanas de 2017 deverá atenuar os volumes. 

Segundo relatórios da Alemanha os preços do leite pagos aos produtores de leite tiveram uma ligeira recuperação. Se continuarem firmes e esse padrão ocorrer em outros países da Europa Ocidental, é natural que seja um incentivo a uma maior produção de leite à medida que o ano avança. As indústrias projetam aumento na produção de queijo e queda nos volumes de manteiga e de leite em pó desnatado (SMP). Quinta-feira, 19 de Janeiro, a Eucolait divulgou informações preliminares de que não foram negociados contratos de venda de SMP na terceira licitação dos estoques de intervenção, que aconteceram na terça-feira, 17 de Janeiro. O Leste Europeu continua sendo afetado pela manutenção do embargo russo, prejudicando produtores de leite e indústrias de laticínios. As vendas para a Rússia antes do embargo eram significativas para vários países. O embargo exigiu esforços para chegar a novos mercados. Alguns players menores foram sufocados, enquanto os maiores jogadores se expandiam. A Polônia é frequentemente mencionada como um país que ajudou outros países da região a terem bom desempenho no setor lácteo.

 

América do Sul - Na Argentina, a produção de leite na fazenda tende a diminuir devido às atuais inundações nas principais bacias leiteiras. Algumas fazendas tiveram a coleta de leite suspensa, temporariamente, em decorrência do isolamento pelas águas e/ou estradas intransitáveis. Há redução notável na captação de leite. Os cronogramas operacionais de algumas fábricas de queijos e iogurtes ficaram irregulares. Em todo o país, muitas lavouras de alfafa foram arruinadas pelas tempestades. Inversamente, parece que as chuvas ajudaram a colheita de alfafa no Uruguai. Neste país, a produção de leite é sazonalmente mais baixa, principalmente devido às altas temperaturas do verão. O volume de leite está, em grande parte, equilibrado com o processamento, principalmente no que se refere à produção de queijo. Além disso, o creme está prontamente disponível para fazer a manteiga. Entretanto, no Brasil, há um grave déficit hídrico na principal bacia leiteira, afetando o crescimento de forragens em diversas bacias leiteiras. Consequentemente, a produção de leite na fazenda está em queda. A maioria das instalações de processamento de queijo está recebendo menos do que o adequado de volume de leite. No entanto, a fabricação de queijo permanece ativa com um interesse leve / moderado dos setores de varejo e serviços de alimentação. 

A oferta de queijo no mercado à vista está limitada, uma vez que alguns processadores preferem aumentar os estoques, aguardando preços internos mais elevados no curto prazo. Em dezembro de 2016, a Venezuela foi afastada do Mercosul. Conforme relatado pela Quarterra, a mudança significa que a Venezuela deixará de se beneficiar do acesso livre às mercadorias de outros países do bloco, como Argentina, Uruguai e Brasil. No passado, a Venezuela importou quantidades significativas de produtos lácteos, principalmente da Argentina. Os possíveis impactos futuros para a indústria de laticínios da América do Sul são desconhecidos neste momento, de acordo com contatos diversos. 

LEITE EM PÓ INTEGRAL (WMP) - No Cone Sul da América do Sul, o preço de exportação FOB do leite em pó integral (WMP) permanece inalterado. O preço mais baixo reflete uma atividade moderada de exportação de WMP para fora do bloco, enquanto os valores máximos correspondem às exportações dentro do bloco, principalmente da Argentina e do Uruguai para o Brasil. A produção de WMP na Argentina está instável em várias fábricas, já que os processadores estão recebendo menos leite devido aos problemas de transporte causados pelas inundações atuais. A produção de WMP encontra-se estável no Uruguai. No Brasil, a produção de WMP está ativa, já que muitos processadores estão secando mais leite, ao invés de usar a matéria-prima para outros fins. A demanda pelo WMP brasileiro está melhorando. Portanto, as importações de WMP do Brasil estão ligeiramente mais baixas. Os estoques são variados na Argentina, estáveis no Uruguai e ligeiramente mais elevados no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE), as exportações acumuladas de WMP do Uruguai, de janeiro a dezembro de 2016, totalizaram 127.075 MT, 32% acima da do mesmo período em 2015. 

LEITE EM PÓ DESNATADO (SMP) - No Cone Sul da América do Sul, o preço FOB de exportação do SMP se ajustou para cima. As vendas ficaram mais fracas em relação às duas últimas semanas. As exportações para fora do Mercosul estão representadas pelos preços mínimos. Enquanto o preço máximo reflete as importações brasileiras de SMP dentro do bloco, principalmente da Argentina e do Uruguai. No Brasil, a produção de SMP está em andamento e as ofertas estão se tornam mais disponíveis. Consequentemente, as importações brasileiras de SMP estão menores. Por outro lado, o processamento de SMP está em baixa na Argentina, devido ao menor consumo de condensados. Os estoques variam em todo o Cone Sul. De acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE), as exportações acumuladas de SMP do Uruguai, de janeiro a dezembro de 2016, totalizaram 17.411 TM, 33% abaixo da do mesmo período em 2015. (USDA - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Produção Mundial de Leite é a menor em 3 anos
No mês de outubro, a produção de leite das cinco principais regiões exportadoras registrou seu menor nível em três anos. As ofertas globais de leite normalmente aumentam em outubro devido ao período de pico da produção da Oceania. Este ano, no entanto, a Nova Zelândia (NZ) teve o pico mais baixo desde 2012, enquanto a Austrália está produzindo volumes semelhantes a nove anos atrás. A produção na UE-28 também está diminuindo e deve terminar 2016 com crescimento de apenas 0,5% em relação a 2015. A maior parte dos principais Estados Membros produtores de leite comunicou quedas substanciais nas entregas em novembro: Alemanha (-5,2%); França (-7,6%); e Reino Unido (-7,3%). Embora em novembro, a Holanda e a Irlanda não tenham apresentado reduções em relação aos níveis do ano anterior, o crescimento da produção diminuiu consideravelmente em ambos os países. (The Dairy Site - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Porto Alegre, 20 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.427

 

  Mercado de leite no Brasil pode se recuperar em 2017

Os números de 2016 só serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 17 de março, mas a expectativa é que a produção de leite no Brasil sofra a maior queda em 55 anos, desde que os índices passaram a ser registrados.

"Embora a captação formal de leite no terceiro trimestre do ano passado tenha apresentado uma recuperação de 12,1% em relação ao trimestre anterior, o volume total captado teve uma quebra de 4,9% quando comparado ao mesmo período de 2015", informa o pesquisador da Embrapa Gado de Leite João César Resende.

Os dados iniciais sugerem que a recuperação tenha se mantido no último trimestre, mas o País deve fechar 2016 com uma produção pouco acima dos 23 bilhões de litros, uma retração acima de 3% em relação a 2015, e há entre os analistas quem aposte em um índice de 4%. Os dois últimos anos não foram bons para o setor. Desde 2014, quando o Brasil registrou o maior volume de produção de leite sob inspeção (24,7 bilhões de litros), os índices vêm retrocedendo. Em 2015, a queda foi de 2,8%. 

Ano de extremos - Um dos fatores que favoreceu o menor volume produzido foi o preço internacional do leite. Nos leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT), a tonelada do leite em pó chegou a ser vendida em julho por US$ 2,062.00, preço muito abaixo da média, segundo analistas.

Isso favoreceu a importação de leite da Argentina e do Uruguai. "Importamos o equivalente a 8% da nossa captação de leite no ano que passou", explica Glauco Rodrigues Carvalho, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

Em dezembro, o leilão da GDT já estava pagando pela tonelada do leite em pó US$ 3,568. A expectativa de Carvalho é que essa seja a média dos preços internacionais ao longo de 2017, reduzindo a competitividade das importações, possibilitando uma recuperação da produção doméstica.

Outro fator que prejudicou o setor foi a quebra de safra do milho. Enquanto a safra do grão em 2014/2015 foi de 84,3 milhões de toneladas, no período de 2015/2016 houve uma queda de 21% (66,5 milhões de toneladas). Isso encareceu a alimentação concentrada do rebanho, aumentando os custos para o produtor. "Vivemos fatos extremos em 2016, o que demonstrou a desorganização e a fragilidade da cadeia produtiva do leite no Brasil", argumenta Carvalho. O reflexo dessa fragilidade se deu, principalmente, nos preços pagos ao produtor. O ano começou com preços muito baixos, com o pecuarista recebendo R$ 1,06/litro. A média do primeiro semestre ficou abaixo de R$ 1,20.

A consequência foi a queda da atividade industrial, com as indústrias chegando a conviver com uma capacidade ociosa em torno de 40%. Para ampliar a captação do produto, a reação foi aumentar os preços, cuja média no segundo semestre foi de R$ 1,49/litro. Carvalho informa que o pico ocorreu em agosto (R$ 1,69), mas teve leite sendo comprado de alguns produtores por mais R$ 2/litro. "Com uma amplitude tão grande de preços, fica difícil para qualquer setor se planejar", afirma o pesquisador.

Apesar de um ano de tão grandes variações, desde 2010, o valor pago ao produtor tem mantido uma certa regularidade. A produção total do Brasil (leite inspecionado mais leite informal) apresenta uma curva ascendente enquanto os preços caem, o que, segundo Resende, demonstra o potencial da atividade:

"A longo prazo, a queda dos preços pagos ao produtor reflete a diminuição dos custos de produção que ocorreu no período. Temos um setor produtivo mais eficiente, que se modernizou tecnologicamente. E os preços para o consumidor também acompanham a tendência de queda. Se não houvesse essa modernização, estaríamos pagando hoje mais de R$ 4 pelo litro de leite".

Tendências favoráveis - Carvalho afirma que, para este ano, espera-se um volume de produção superior aos registrados em 2015 e 2016, mas sem excesso de oferta. "Será um ano de recuperação de safra, já que a relação preço do leite e insumo, na média, tende a ser melhor".

O milho, vilão do aumento dos custos de concentrado em 2016, tende a ter preços mais amigáveis. A expectativa é que a safra 2016/2017 do grão gire em torno de 84 milhões de toneladas. A previsão somente para a safra de inverno é de 56 milhões de toneladas. O pesquisador espera que a safra de grãos no Brasil, capitaneada pela soja, seja recorde este ano.

Como já foi dito, os preços internacionais do leite tendem a subir, dificultando as importações, o que favorece o cenário interno. A tendência de aumento dos preços internacionais se ancora principalmente na desaceleração da produção na Europa e na queda recente da oferta na Oceania e na América Latina. A manutenção da cotação do dólar em patamares mais elevados também é um estímulo à produção interna, aumentando a competitividade relativa da exportação em relação à importação.

"Do ponto de vista do consumo interno, a tendência também é de melhora gradual", aponta Carvalho. "A despeito do frágil cenário político e econômico nacional, os indicadores têm melhorado e as perspectivas são de que inflação, taxa de juros e PIB caminhem no sentido de estimular o consumo, promovendo uma retomada do crescimento econômico, ainda que modesto", conclui. (Embrapa Gado de Leite)

 

 
Ex-secretário da agricultura dos EUA presidirá Conselho de Exportação de Lácteos

Na terça-feira, dia 17 de janeiro, o ex-secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, foi formalmente anunciado como o segundo presidente da história do Conselho de Exportações de Lácteos do país (USDEC). Vilsack sucede a Tom Suber, que se aposentou recentemente e presidiu a organização desde seu início.

Apesar de o anúncio oficial ter sido feito apenas no dia 17, especulações já vinham sendo feitas sobre a entrada de Vilsack nesse cargo desde outubro, após a reunião anual conjunta da Federação Nacional de Produtores de Leite dos Estados Unidos (NMPF) com o Dairy Management Inc. Essas conversas tornaram-se mais frequentes após os resultados da eleição de novembro.

Vilsack traz muitas experiências a sua nova posição no USDEC, não somente por ter sido o secretário de Agricultura que atuou por mais tempo em 40 anos, mas também, porque ele entende de comércio. "A agricultura é uma das nossas estrelas brilhantes no comércio", disse Vilsack, ao ser introduzido como novo presidente e CEO do USDEC.

Enquanto ele era secretário de Agricultura do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país teve os seis anos mais fortes para o comércio agrícola - 2009 a 2014. Além disso, Vilsack trabalhou com o presidente Obama para criar e assinar acordos comerciais com Colômbia, Coreia do Sul e Panamá. "Estaremos constantemente atentos para as barreiras comerciais", disse ele em sua primeira conferência como presidente do USDEC. "Queremos abrir mercados. Estamos felizes por competir, mas queremos condições iguais".

Do ponto de vista dos lácteos, Vilsack sabe que a nutrição e o condicionamento físico andam de mãos dadas. Sob sua liderança, o USDA se uniu com a primeira dama, Michelle Obama, na iniciativa Let's Move! para melhorar a saúde das crianças do país. Vilsack também ajudou a aprovar e implementar o Healthy, Hunger Free Kids Act, permitindo que o USDA ajudasse a combater a fome e a obesidade de crianças, fazendo algumas das melhoras mais significativas nas refeições escolares em 30 anos.

Acima de tudo, o ex-governador de Iowa, por dois mandatos, vem de um Estado agrícola e tem bastante experiência no setor. Vilsack trabalhou de forma bipartidária em várias ocasiões. Como governador Democrático em Iowa, ele trabalhou com a legislatura Republicada para aprovar leis. Ele fez o mesmo como secretário do USDA para aprovar a Lei Agrícola.

Ele entende a complexidade do comércio e aprecia os grandes avanços leiteiros feitos nos últimos 21 anos para aumentar as exportações de 3% para 16%. Vilsack também traz uma credibilidade instantânea para impulsionar relações com parceiros comerciais ao redor do mundo. "Aumentar o mercado global para os produtos lácteos dos Estados Unidos é essencial para o futuro da indústria de lácteos e dos produtores de leite do país. Passei minha carreira no serviço público como um defensor incansável dos produtores rurais e da agricultura americana e não posso pensar em uma forma melhor para continuar esse serviço do que liderar o USDEC", disse ele.

"Estou ansioso para me associar com a equipe dinâmica do USDEC, bem como do setor agrícola, da indústria de alimentos dos principais membros domésticos e estrangeiros para progredir com a missão do Conselho e fortalecer a confiança na indústria de lácteos americana". (As informações são da Hoards.com, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

33% dos consumidores priorizam marcas engajadas

Um novo estudo internacional encomendado pela Unilever e realizado pela Europanel revela que, atualmente, 33% dos consumidores preferem marcas que impactem positivamente a sociedade ou o meio ambiente. O estudo também mostra que essa tendência é mais forte em economias emergentes do que em mercados desenvolvidos. Enquanto 53% de consumidores no Reino Unido e 78% nos EUA afirmam se sentir melhor quando compram produtos fabricados de maneira sustentável, essa porcentagem aumenta para 88% na Índia e para 85% no Brasil e na Turquia. Foram entrevistadas 20 mil pessoas em cinco países - Brasil, Índia, Reino Unido, EUA e Turquia. Além de confirmar a expectativa do público em relação à necessidade das empresas provocarem um impacto social e ambiental positivo, o estudo revela ainda uma oportunidade de negócio para as companhias que investirem nessa tendência: 21% dos entrevistados disseram que escolheriam marcas que comuniquem melhor suas credenciais de sustentabilidade em embalagens e campanhas de marketing. Isso representa uma oportunidade potencial inexplorada de €966 bilhões em relação a um mercado total de bens sustentáveis, estimado em €2,5 trilhões. A escala dessa oportunidade é confirmada pelo desempenho das marcas sustentáveis da Unilever - aquelas que tem um propósito social e/ou ambiental. Marcas como Dove, OMO, Hellmann's, Lifebuoy, VIM e Ben & Jerry's crescem, juntas, 30% mais rápido que o restante do negócio e entregaram quase metade do crescimento global da companhia em 2015. Keith Weed, chefe global de Marketing e Comunicações da Unilever, diz: "A pesquisa confirma que a sustentabilidade é, de fato, um incremento desejável para os negócios. Para obter êxito global, especialmente em economias emergentes, as marcas precisam ir além das áreas de foco tradicionais como desempenho de produto e acessibilidade. Ao invés disso, precisam agir depressa para demonstrar suas credenciais sociais e ambientais e mostrar aos consumidores que, além de bem geridas, são confiáveis no que tange ao futuro do planeta e das comunidades". O estudo identifica dois motivos prováveis pelo maior engajamento do consumidor em economias emergentes: a exposição direta ao impacto negativo de práticas empresariais insustentáveis - como falta de água e energia, escassez de alimentos e qualidade de ar inferior -; e o poder de influência de familiares, amigos e filhos para a compra de produtos mais verdes e socialmente responsáveis. (Supermercado Moderno)

 
 
Avança negociação para rastreabilidade da produção de alimentos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estão avançando na parceria, estabelecida em Termo de Cooperação, que amplia o acesso do agricultor a boas práticas de produção integrada agropecuária. O objetivo é reduzir custos de produção, com vantagens para o consumidor e o abastecimento de alimentos mais saudáveis, livres de resíduos que ofereçam riscos à saúde. Segundo o coordenador de Produção Integrada Agropecuária da Secretaria de Mobilidade e Cooperativismo do Mapa, Helinton Rocha, a cooperação entre o governo e o setor deverá expandir o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama). Houve experiência piloto bem sucedida em Santa Catarina, envolvendo mais de 30 grandes redes de supermercados.

O Rama será implantado no Rio Grande do Sul e no Paraná. As centrais de abastecimento de São Paulo (Ceagesp) e a de Minas Gerais (Ceasa Minas) também deverão estimular seus fornecedores a produzir alimentos mais seguros e com rastreabilidade. O Rama é baseado no monitoramento e rastreabilidade de frutas, de legumes e de verduras (FLV), monitora resíduos de agrotóxicos utilizados desde a produção até o ponto de venda. O principal objetivo é garantir que resíduos de defensivos agrícolas encontrados nos alimentos não estejam acima de níveis que ofereçam riscos à saúde e também do nível permitido legalmente, estando, portanto, seguros para o consumo humano.

O superintendente da Abras, Márcio Milan, disse que a entidade e o Mapa buscam maneiras de incluir todos os envolvidos na produção de vegetais e de frutas, até mesmo fabricantes de agrotóxicos, para que garantam produtos seguros e de qualidade. Agricultores irão receber treinamento para fornecer produtos com maior valor agregado e varejistas para vender alimentos seguros.  Milan informou que os produtos que mais preocupam em relação ao excesso de agrotóxicos são o pimentão, o morango e a laranja. Garantiu que as medidas de proteção não deverão aumentar os custos para os consumidores.

Em reunião realizada nesta terça-feira (17) no Mapa, participaram representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade Federal de Viçosa (MG), da Associação Brasileira de Automação (GS1) e da Associação Brasileira de Sementes (Abrasem). 

 
A Produção Integrada Agropecuária - PI Brasil, que respalda o selo oficial "Brasil Certificado" é um Sistema de Produção capaz de produzir comida segura para o consumo, com menor impacto ambiental, maior responsabilidade social e rastreabilidade garantida, assegurando que a procedência do alimento é conhecida. Na Europa, mais de 90% das frutas, legumes e verduras são produzidos no sistema integrado. (Mapa)
 

Lácteos: Índia precisa melhorar acesso de produtores ao mercado, diz ministro
O ministro de Agricultura da Índia, Radha Mohan Singh, destacou que o país precisa de uma conexão melhor entre os produtores e o mercado para impulsionar a produção de lácteos local. "É necessário que as instalações de coleta de leite sejam melhoradas e os pecuaristas recebam um preço compatível pelos seus produtos. (...) Isso só é possível (melhorar a produção) quando um sistema de gestão eficaz está em vigor para ligar os agricultores ao mercado", disse o ministro. (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas pelo Estadão)