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03/03/2017

 

Porto Alegre, 03 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.452

 

Cadeias da proteína animal expõem gargalos ao governo

 
Foto: Vitorya Paulo

ncentivo à competitividade, ajustes na legislação trabalhista, isonomia fiscal e melhorias na assistência técnica e no acesso à informação foram os assuntos que pautaram as apresentações dos grupos de trabalho (GTs) dos setores de aves/ovos, suínos, lácteos, bovinos/ovinos e peixes, na manhã dessa quinta-feira (02/03), na sede do BRDE, em Porto Alegre (RS). A fim de exibir os seus diagnósticos e identificar gargalos da produção, os grupos apresentaram os pontos que precisam ser avaliados e discutidos com os órgãos públicos para alavancar a produção de proteína gaúcha. Estavam presentes o secretário da Agricultura, Ernani Polo, o secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcisio Minetto, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fábio Branco, além do presidente do BRDE, Odacir Klein. Representando o setor lácteo, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, apresentou os gargalos da cadeia leiteira, elencando tópicos principais como produção, indústria, mercado e políticas públicas. Guerra citou como um dos entraves do setor as leis trabalhistas que precisam ser atualizadas para a realidade da vida no campo, uma vez que a rotina é diferente da cidade. "Quem produz leite trabalha de segunda à segunda e só encerra seu dia tarde da noite. Precisamos de uma legislação que seja condizente com essa realidade", afirmou. Posteriormente, outros setores usaram o exemplo de Guerra para argumentar favoravelmente sobre as mudanças nas leis.

Os laticínios, de acordo com Guerra, tem seu maior problema concentrado na questão tributária. "Para enfrentar o desafio da guerra fiscal, precisamos da força do governo", disse ele, citando outros aspectos, como a necessidade de capacitação de profissionais, a baixa adesão ao Sisbi e os novos hábitos de consumo, entre outros. Sobre as políticas públicas, Guerra citou a necessidade de simplificação tributária, rejeição do PL 214 e a aplicação racional da IN 62, com atendimento nas propriedades e o uso dos dados para fomentar a melhoria da qualidade do produto. "Precisamos trabalhar em conjunto e criar um programa de incentivo para o aumento da produção de leite, devido à ociosidade da indústria no Rio Grande do Sul", concluiu.

O secretário Fábio Branco citou que as demandas dos setores têm curto, médio e longo prazo, e todas devem ser elencadas como responsabilidade do Estado, assim como a conscientização por parte pública, para mostrar o que prejudica o RS. A opinião também foi partilhada pelo secretário Tarcisio Minetto, que pontuou a necessidade das conversas e alinhamentos internos no Executivo. Em seu pronunciamento, Ernani Polo focou na necessidade de rever a burocracia dos processos. "Há um descompasso da legislação com a realidade", disse, afirmando que as leis devem, sim, ser adaptadas. Para ele, alguns setores estão perdendo a sua "musculatura" devido a essas dificuldades. Após algumas dúvidas levantadas sobre a vacinação da febre aftosa, as entidades presentes marcaram reunião no próximo dia 15 para discutir apenas esse assunto. No dia 30 de março, os GTs e os representantes dos órgãos públicos se reunirão novamente para encaminhar os assuntos tratados na reunião de hoje e avaliar a possibilidade de operacionalização das demandas. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

 
Índice de preços da FAO é o maior em 2 anos

O índice de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ficou em 175,5 pontos em fevereiro, 0,5% acima do indicador revisado de janeiro e 17,2% mais que no mesmo mês de 2016. Com isso, o índice que representa uma cesta de produtos comercializados em todo o mundo atingiu o maior valor desde fevereiro de 2015. À exceção dos óleos vegetais, todos os alimentos tiveram alta no mês passado, segundo a FAO, com destaque para os cereais, que subiram 2,5% e chegaram ao maior valor desde junho de 2016. "As cotações do trigo aumentaram 3% devido à maior intensidade no comércio mundial e problemas logísticos nos EUA. O milho e o arroz mantiveram os preços em alta em função de uma demanda forte", afirma a FAO. O indicador de lácteos chegou ao maior valor desde agosto de 2014, com alta mensal de 0,6%, também devido ao aumento da demanda por leite e derivados.

 

As carnes subiram 1,1% em Fevereiro ante janeiro, sendo que as de bovinos e ovinos se valorizaram mais que a de aves e suínos. Já o indicador para os óleos vegetais caiu 4,1% em fevereiro. Essa é a primeira queda desde outubro de 2016. "Enquanto houve um aumento na produção de óleo de palma na Ásia, a demanda pelo produto manteve-se estável. A cotação da soja caiu em razão da expectativa de superprodução no Brasil e Argentina e pelos grandes estoques de óleo nos EUA e Argentina", diz a FAO. (Valor Econômico)

UE: queda na produção de leite no último trimestre supera o determinado pelo programa de redução

Pelo programa de redução da produção de leite, lançado pela Comissão Europeia para o período de outubro a dezembro de 2016, foi marcada uma redução de 1,029 bilhão de litros, o que representaria uma diminuição de 2,9% das captações da UE-28. De acordo com os dados mais recentes da Comissão Europeia, as entregas no último trimestre de 2016 diminuíram 3,4%, ou seja, a redução foi maior do que o esperado pelo programa.

Esta diferença é devido ao fato de que, em vários países, a produção caiu mais do que requerido. É o caso da França e do Reino Unido, onde a produção caiu mais de duas vezes do que o solicitado, bem como Alemanha, com uma redução um pouco maior do que o solicitado.

Em contrapartida, em outros países, apesar do programa de redução, a produção aumentou. É o caso dos Países Baixos, Itália e Polônia. Na Irlanda, a produção caiu, mas menos do que o solicitado. (As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoin)

 
 

Rede varejista britânica Asda lança leite de animais criados a pasto

A rede varejista britânica, Asda, lançou o leite free range - de animais criados ao ar livre, fora de confinamento - em mais de 100 de suas lojas. A decisão veio nove meses depois que os defensores da World Animal Protection enviarem e-mails para supermercados, incluindo a Asda, pedindo leite free range. A campanha "Full Fact Milk", da instituição, vem convocando os supermercados a estocar leite de vacas criadas fora de confinamento desde dezembro de 2014.

leite free range - Asda 

Uma pesquisa da YouGov, encomendada pela World Animal Protection em 2015, descobriu que 87% dos entrevistados queriam comprar leite de vacas livres, que fossem criadas em pastagens e que isso significasse que os produtores receberiam um bom preço pelo seu leite. A mesma pesquisa revelou que 56% das pessoas pagariam mais pelo leite.

pasture promise O novo leite terá o rótulo Pasture Promise, que garante que as vacas foram criadas em pastagens por um período mínimo de seis meses do ano. Ian Woodhurst, diretor de campanhas agrícolas da World Animal Protection, disse que a Free Range Dairy Network estabeleceu um conjunto simples de padrões para os produtores, para fornecer aos consumidores uma clara garantia de que estão comprando leite de vacas que desfrutam da liberdade de pastar. "Para usar o rótulo Pasture Promise, os produtores devem comprometer-se a deixar suas vacas em pastagens por pelo menos seis meses do ano. A Free Range Dairy Network (a empresa de interesse comunitário por trás do rótulo) desenvolveu padrões de produção que serão auditados independentemente como parte da avaliação Red Tractor realizada na fazenda, garantindo que os produtores cumpram os padrões".

Woodhurst disse que o rótulo Pasture Promise é um esquema de rotulagem credenciado que, juntamente com alguns outros critérios, exige que as vacas permaneçam em pastagem por 180 dias e noites. "É executado através de Red Tractor e, até onde sabemos, esse é o único rótulo que tem esses requisitos de pastejo e é totalmente auditado".

O leite, em variantes integral e semidesnatado, está disponível em garrafas de um e dois litros por £ 0,90 (US$ 1,11) e £ 1,50 (US$ 1,85), respectivamente. Woodhurst disse que espera que a liderança da Asda seja um catalisador para que outros varejistas sigam o exemplo. "Parabenizamos a decisão da Asda de ser o primeiro supermercado a vender uma linha de leite que satisfaça as preocupações dos consumidores sobre o bem-estar das vacas e lhes permite comprar leite com a garantia de que é oriundo de animais que tiveram a liberdade de pastar durante pelo menos seis meses do ano".

"O produto também resolve as preocupações de que os produtores de leite devem receber um preço justo pelo seu leite. Esperamos que outros supermercados sigam o exemplo da Asda". Ele acrescentou que a Free Range Dairy Network recrutou produtores de leite a pasto para fornecer o produto e que, a partir das evidências até agora, ele estava "confiante de que haverá muitos produtores que podem satisfazer os critérios para o rótulo Pasture Promise - aumentando a oferta de leite free range para atender a demanda futura dos consumidores".

Woodhurst disse que sua comunicação tem ocorrido majoritariamente com varejistas. "Nós nos reunimos com a First Milk, mas atualmente não temos planos para entrar em um diálogo com os principais processadores, embora estejamos sempre abertos para nos reunir com eles. O foco da nossa campanha Full Fact Milk foram os supermercados e seus dedicados grupos de laticínios - a quem pudemos demonstrar a demanda dos consumidores para que eles estocassem e vendessem leite free range. Nós pensamos que é importante que os consumidores possam escolher o leite que é produzido na maneira que querem, isto é, de vacas que são livres pastar nos campos onde podem demonstrar seus comportamentos naturais, particularmente em termos de suas hierarquias sociais". 

Para ele, a nova marca free range pode até mesmo agregar valor ao leite, para que ele não seja considerado apenas como uma commodity barata, mas também, ajude as pessoas a compreender como é produzido e o trabalho exigido. 

A World Animal Protection (antiga WSPA) procura criar um mundo onde o bem-estar animal seja valorizado e a crueldade animal termine. Ativa em mais de 50 países, trabalha diretamente com animais e com as pessoas e organizações que podem garantir que os animais sejam tratados com respeito e compaixão. Woodhurst destacou que a instituição trabalhou em questões do setor leiteiro na Índia, Holanda e Suécia, apoiando melhorias de bem-estar para vacas leiteiras através de uma série de campanhas públicas, trabalhando com produtores, empresas e governos. 

Em 02/03/17 - 1 Libra Esterlina = US$ 1,23471
0,80978 Libra Esterlina = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (Dairy Reporter, traduzido pela Equipe MilkPoint)

  

Outono - período importante para produção de matéria gorda e melhorar o BCS
Produção/NZ - O outono é uma estação importante para aumentar a produção de matéria gorda e o melhorar o escore corporal dos animais (BCS) antes de chegar o inverno. A Costa central da Ilha Sul continua seca, com poucas chuvas e temperaturas elevadas, em todo o mês de fevereiro, fazendo com que o crescimento das pastagens fique em níveis baixos, apenas compatíveis com a terra árida. Enquanto isso, a maior parte da Nova Zelândia desfruta de tempo quente depois das recentes chuvas. As chuvas de outono precisam começar logo nas regiões secas, e com noites frescas, pois qualquer recuperação ficará limitada às temperaturas do solo. Os agricultores da Costa Oeste focam no crescimento das pastagens. A abundância de alimentos para armazenar e o bom estabelecimento das culturas de inverno precisam compensar a umidade excessiva da primavera e do verão. A produção global encontra-se estagnada, tendo a Europa registrado quedas pelo sexto mês consecutivo, que são contrabalançadas pela produção dos Estados Unidos, que está em alta nos últimos quatro meses. (interest.co.nz - Tradução livre: Terra Viva)
 

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