Pular para o conteúdo

08/03/2017

 

Porto Alegre, 08 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.455

 

Leite ajuda no crescimento infantil e no combate a doenças crônicas


 Na foto: Gil Bardini Alves - Crédito foto: Bruna Karpinski / Divulgação

Os benefícios do consumo do leite para a saúde humana em todas as faixas etárias foram apresentados pelo médico imunologista Gil Bardini Alves durante o Fórum Estadual do Leite, realizado nesta quarta-feira (8/3) na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). Convidado especial do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) para o evento, ele tem realizado tratamentos de dessensibilização exitosos em Santa Catarina. Com o auditório central do Parque da Expodireto Cotrijal lotado, o especialista formado pela USP garantiu que o leite é rico em cálcio, potássio, fósforo e vitaminas A, B2, B3, B12 e D. "O leite tem anticorpos que ajudam na imunidade e são muito eficazes para a saúde não só das crianças, mas também de adultos e idosos", afirmou. Segundo ele, os lipídios (gorduras) presentes no alimento auxiliam o sistema imunológico, ajudam a baixar os níveis de colesterol e a prevenir o câncer. Alves destacou ainda que as proteínas do leite de vaca (caseínas, lactoglobulina e lactoalbumina) atuam no crescimento das crianças, formação e manutenção dos órgãos e até na cicatrização. 
 
Segundo o médico, o alimento é uma importante fonte de cálcio para a nutrição humana, que faz parte da formação dos ossos e dos dentes. "A osteoporose pode ser prevenida com o consumo regular de cálcio, cuja fonte mais barata é o leite", ressalta. Já a proteína do soro de leite, acrescenta, está associada ao controle do diabetes, pois tem efeito que aumenta a produção de insulina pelo pâncreas. O imunologista aproveitou a oportunidade para esclarecer ao público sobre as diferenças entre a intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite de vaca. "São doenças cuja única similaridade é que as duas são relacionadas à ingestão do leite", disse.
 
A intolerância à lactose, mais comum em adultos, trata-se da dificuldade de digestão do alimento devido à diminuição ou ausência da lactase, enzima presente no organismo que auxilia na degradação da lactose. O tratamento é a restrição parcial ou total da lactose, mas não de leite. Já a alergia, "uma doença bem mais grave", é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas do leite. Mais comum em bebês a partir dos seis meses de vida, o tratamento é a exclusão total de leite e derivados.
 
Melhorias na propriedade leiteira  
Também palestrou no Fórum do Leite 2017 o agrônomo Alexandre Doneda, coordenador técnico de difusão da Cotrijal. Em apresentação sobre a importância do solo na produção leiteira, ele abordou a relevância de medir a fertilidade por amostragem para que seja possível fazer a correção. Além da palhada obtida por meio do plantio direto, Doneda chamou a atenção para a necessidade da adubação orgânica. Segundo ele, o manejo dos dejetos gerados na propriedade pode ajudar a melhorar a fertilidade do solo. "Sempre é importante fazer a análise dos dejetos antes de utilizar na lavoura", ressaltou. Para evitar a erosão e contribuir com a conservação do solo, o técnico recomenda evitar o uso de grade para implantação das forrageiras de inverno. 
 
A produtora rural Tatiane Zimpel, de Santo Ângelo, relatou o histórico da produção de leite na propriedade familiar e os resultados obtidos por meio da assistência técnica. Wagner Beskow, sócio-diretor da Transpondo, falou sobre tecnologia, conhecimento, manejo, gestão e eficiência na produção de leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

  

 
PREÇOS PAGOS AOS PRODUTORES APRESENTAM PRIMEIRA ALTA APÓS QUATRO MESES DE FORTE QUEDA

Os dados do MilkPoint Radar, referentes ao leite pago no mês de fevereiro (e fornecido em janeiro), apontam para alta nos preços pagos pelos produtores neste mês, após quatro meses de fortes quedas. 

O gráfico 1 mostra a evolução dos indicadores de preços, de setembro a fevereiro. O indicador de preços líquidos em média simples (média do preço pago a cada produtor, sem considerar o volume dos produtores) terminou o mês em R$ 1,303/litro, aumento de cerca de 5 centavos em relação ao valor monitorado no mês anterior. O preço médio ponderado pelo volume, por sua vez, fechou em R$ 1,443/litro, cerca de 4 centavos a mais do que o valor divulgado em janeiro. 

Gráfico 1: Evolução dos indicadores de preços líquidos do MilkPoint Radar, de setembro de 2016 a fevereiro de 2017.


Fonte: MilkPoint Radar

Além disso, os dados de fevereiro apontam para a alta no preço líquido em todas as faixas de produção. A maior alta nos preços pode ser vista pelos produtores com produção acima de 6.000 litros/dia, com aumento de 8 centavos em relação ao mês anterior. Além disso, as duas primeiras categorias (produtores abaixo de 250 litros/dia e de 250 a 500 litros/dia) apontaram alta de 3 centavos e, as demais categorias, apontaram alta de 6 centavos em média. Convém ressaltar ainda, que os produtores acima de 6.000 litros receberam em média 43 centavos a mais do que os produtores abaixo de 250 litros/dia. O gráfico 2 mostra os preços líquidos por média de volume de leite. 

Gráfico 2. Preços líquidos por faixa de produção (leite pago em fevereiro e janeiro).


 Fonte: MilkPoint Radar

O cenário de alta foi a realidade de grande parte dos produtores que participam do sistema: entre os usuários que inseriram os dados tanto de janeiro quanto de fevereiro, 70,8% apontaram altas nos preços enquanto 9,6% declararam estabilidade e 19,6% alta nos preços. Os motivos relatados pelos participantes que não apresentaram alta foram, principalmente, produtores com contratos em preços fixados em meses anteriores e o fato de que alguns laticínios acabaram pagando menos seus fornecedores pela diminuição das vendas de leite no período de férias escolares.

Gráfico 3. Tendência de variação do preço líquido - Fevereiro x Janeiro. 

 

Fonte: MilkPoint Radar

Neste mês, o sistema contou com 686 produtores de leite, um acréscimo de 2,1% sobre o mês passado. A média por produtor foi de 1.665 litros, volume 4,3% menor do que no mês anterior mas, ainda assim, muito acima da média nacional. O volume diário monitorado continuou próximo a 1,15 milhão de litros/dia, 1,6% mais baixo do que o valor monitorado em janeiro.

Os dados também indicam uma redução na oferta de leite: os produtores que inseriram dados nos dois últimos meses apresentaram uma queda no volume diário médio de -3,3%. 

A tendência de  pode ser explicada, principalmente, pelo perfil do sistema de produção dos produtores que participam do MilkPoint, que ainda são, em média, bem maiores dos que o produtor médio brasileiro, com um sistema de produção mais intensivo e que usam animais com perfil genético mais especializado na produção de leite. Nesta época do ano, de maior calor em todo o Centro-Sul, normalmente a produção deste perfil de fazendeiros começa a cair, notadamente em função da redução do conforto térmico das vacas. Além disso, podemos destacar como fatores secundários, a forte queda de preços observada no segundo semestre de 2016 e a ocorrência de veranicos em algumas importantes regiões de produção.

Entre os principais estados produtores de leite, todos apresentaram a mesma tendência. Quanto aos preços, o cenário foi de alta geral, indo de 2 centavos (Paraná) até 8 centavos (Minas Gerais). Já em relação a oferta, pudemos verificar quedar na produção de todos os estados analisados, sendo a maior delas vista em São Paulo (-6,4%) e a menor observada em Minas Gerais (-1,1%).

Gráfico 4 - Variação de preço por produtor nos principais estados em produção de leite - Pagamento de fevereiro (leite de janeiro) x janeiro (leite de dezembro).


Fonte: MilkPoint Radar

Dentre os preços líquidos médios destes estados, recebidos em cada faixa de produção, podemos ver que a tendência de preços foi semelhante à média nacional: produtores com maior volume diário ganham mais em média do que produtores com mais baixa produção. A maior média de preços pode ser observada em Minas Gerais, na faixa acima de 6.000 litros/dia, de R$ 1,66. Já o menor preço médio foi observado no Rio Grande do Sul, para produtores abaixo de 250 litros/dia, de R$ 1,05. Os preços médios de cada faixa de produção dos principais estados produtores podem ser observados no gráfico abaixo.

Gráfico 5 - Preço médio recebido por produtor nos principais estados em produção de leite - Pagamento de fevereiro (leite de janeiro) x janeiro (leite de dezembro).

 

Fonte: MilkPoint Radar

Em relação à qualidade, podemos ver que o teor de gordura apresentou alta neste mês, de 0,3%, fechando em 3,67%. Já o teor de proteína apresentou pequena queda em relação a janeiro, resultando em 3,23%, 0,3% a menos do que o valor divulgado no último mês. Quanto aos dados de CCS e CBT, podemos ver quem apresentaram queda: a CCS ficou em 379 mil/ml (-1,6%) e a CBT foi de 42 mil UFC/ml (-10,6%). Tais informações podem ser vistas na tabela 1 abaixo. (Fonte: MilkPoint Radar)

Tabela 1 - Indicadores MilkPoint Radar - Pagamento de Fevereiro x Janeiro. 

* Preço líquido (média nacional)
** Considerando produtores que colocaram dados nos dois meses

UE VINCULA ACORDO AGRÍCOLA A PROTEÇÃO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

A União Europeia avisou ao Mercosul que um acordo para acesso de mais produtos agrícolas do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai no mercado europeu dependerá de entendimento sobre indicações geográficas. Os dois blocos voltam a negociar entre os dias 20 e 24 em Buenos Aires, e os europeus elevam a prioridade para obter garantia do Cone Sul à proteção de dezenas de indicações geográficas - vinhos, queijos e outros produtos regionais.

As indicações geográficas definem vínculo entre um produto e um território. Certificam que certos produtos possuem qualidades e características particulares, ou reputação atribuída à uma origem geográfica e ao método de produção. Segundo fontes, o Brasil ignora desde 1997, por exemplo, a demanda europeia para reconhecer no país da indicação geográfica do presunto de Parma, de forma que produtores brasileiros não poderiam usar essa expressão em sua mercadoria.

O Brasil quer continuar a usar nomes como queijo parmesão ou salsicha tipo Viena, desde que não enganem o consumidor sobre a real procedência do produto. No entanto, os países europeus vêm endurecendo nas negociações comerciais que estão sendo feitas em todo o mundo.

A União Europeia diz ter obtido proteção em mercados que vão da Suíça a Honduras, passando por Vietnã, Ucrânia, África do Sul e Canadá. O recente acordo comercial com os canadenses prevê a proteção de 143 indicações geográficas europeias no mercado do Canadá.

No plano de Bruxelas, a próxima etapa é o Mercosul, onde técnicos europeus dizem estar os últimos países onde se pode ainda produzir "'vin blanc pétillant"' (espumante) e chamá-lo de "Champagne" impunemente.

Segundo a UE, o valor de produtos agrícolas protegidos pelo programa de indicações geográficas europeias alcançou US$ 54,3 bilhões em 2010. A perda de negócios seria significativa com outros países usando os mesmos nomes para vender seus próprios produtos.

Nos últimos cinco anos, o Brasil também passou a dar mais importância ao registro de indicações geográficas, devido ao valor agregado que pode proporcionar nas exportações. De 100 demandas, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) até recentemente concedeu 54 indicações geográficas. 

As negociações União Europeia-Mercosul, no fim do mês na Argentina, têm nova dimensão, com os dois lados insistindo que o interesse político para acelerar a conclusão de um acordo aumentou, em meio à retórica anticomércio adotada pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. O que ninguém ignora é a dificuldade para a UE melhorar sua oferta agrícola - e agora, com mais condicionantes. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 

CRV Lagoa lança Catálogo Leite Europeu 2017
A CRV Lagoa acaba de lançar o Catálogo Leite Europeu 2017, com reprodutores nacionais e importados das raças Holandês Preto e Branco, Holandês Vermelho e Branco, Jersey, Holandês Frisian, Jersolando e Pardo Suíço, incluindo 15 novidades. Todos os touros disponíveis na publicação foram selecionados seguindo a filosofia de melhoramento genético de bovinos leiteiros da Central: geração de vacas eficientes, saudáveis e de fácil manejo. Os reprodutores também contam com os índices exclusivos Vida + Eficiente e Vida + Saudável, exclusivo da CRV. "Através dos resultados práticos desses índices, pudemos comprovar que a qualidade genética do rebanho gera uma diferença significativa na performance fenotípica, nos desempenhos produtivo e sanitário e na fertilidade das vacas leiteiras", destaca Wiliam Tabchoury, gerente Contas Leite da CRV Lagoa. "Além dos reprodutores, o catálogo apresenta gama de produtos, serviços e soluções para a gestão inteligente dos rebanhos leiteiros, já que a CRV Lagoa atua como conselheira confiável dos produtores de leite brasileiros", completa Luis Adriano Teixeira, gerente de Vendas e Marketing da Central. A edição digital do Catálogo Leite Europeu 2017 já pode ser acessada no site www.crvlagoa.com.br ou no aplicativo CRV Lagoa Publicações, disponível nas plataformas Android e Apple. (Agrolink)
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *