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Porto Alegre, 16 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.443

 

Maggi: país vive momento difícil e não há recursos para política de estoques

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, avaliou nesta segunda-feira (13/02) que o momento econômico do país impede que o governo destine recursos para uma política agrícola de estocagem e que poucos produtos são beneficiados pela ajuda estatal. "Nosso País vive momento difícil na economia e não temos recursos para exercer a política agrícola de estoques, por exemplo", disse o ministro após reunião com pecuaristas leiteiros em Uberaba (MG) e ser cobrado por eles para a criação de uma política para estoques reguladores e de preços mínimos para a cultura. "Não existe nada no governo e é muito difícil", afirmou.

Segundo ele, a saída para o setor enfrentar a oscilação de preços do leite vem da ampliação da produção e da posterior "ida ao mercado internacional, que é mais aberto e não tão exigente em questão de sanidade quanto a carne". Outra medida é o trabalho conjunto entre indústria e pecuaristas. "Indústria de leite e produtor têm de ter, juntos, uma política mais duradoura durante o ano e não deixar que haja a oscilação", opinou.

No encontro, Maggi ouviu novas reclamações de produtores sobre a entrada de leite em pó do Uruguai, que foi limitada em outubro do ano passado e, segundo ele, é investigada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). "O Ministério já abriu uma verificação do leite que foi importado do Uruguai em volumes muito superiores à capacidade de produção e encaminhamos à Camex. Temos de seguir o caminho normal da burocracia (...) e, se comprovado que o Uruguai usou de subterfúgios para trazer leite ao Brasil, podemos colocar cota e deixar de importar leite deles", disse.

O ministro afirmou, ainda, ser favorável à criação de uma linha de crédito para a silagem utilizada na alimentação animal durante a seca. "É a primeira vez a reivindicação apareceu. Anotamos e penso que é possível que haja um crédito especial para a silagem, que tem um custo muito elevado", concluiu. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)

 

 
Riispoa foi encaminhado para a Casa Civil

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) encaminhou para a Presidência da República a revisão do RIISPOA, processo nº 00001.000978/2010-41. Os técnicos da Casa Civil estão analisando e na sexta-feira, 17/02, o chefe da Secretaria Jurídica, receberá o texto para análise técnica do processo e tomará as suas decisões. Em resumo: torna-se passível de publicação. (G100)

EUA - Exportações recordes de ingredientes lácteos em 2016

Vendas melhores no segundo semestre puxam os volumes exportados para o território positivo. Os volumes de exportação de lácteos dos EUA melhoraram durante 2016, liderados por vendas recordes de ingredientes lácteos. Os exportadores enviaram 1,89 milhões de toneladas de leite em pó, soro de leite, lactose, queijo e manteiga no ano passado, 3% acima do nível de 2015. As exportações totalizaram US$4,70 bilhões, queda de 10% em relação a 2015. O menor valor desde 2010. O número final de exportações foi auxiliado pelo forte segundo semestre do ano, quando o volume exportado subiu 15%, 19% só no quarto trimestre. Em termos de valor, as exportações subiram 11% no quarto trimestre.

 

O México continua sendo o maior mercado exterior para os produtos lácteos dos EUA, comprando US$1,22 bilhões em 2016, 5% menos em relação ao ano anterior. Os embarques para o Sudeste Asiático caíram 21%, para US$671 milhões, enquanto as exportações para o Canadá aumentaram 14%, atingindo o recorde de US$632 milhões. As exportações para a China caíram 15%, para US$384 milhões, e os embarques para a Coréia do Sul, Japão, Oriente Médio/Norte da África (MENA) caíram mais de 20%.

As exportações de leite seco desengordurado/leite em pó desnatado (NDM / SMP) atingiram o recorde de 602.268 toneladas em 2016, um aumento de 8% em relação ao ano anterior, segundo cálculos do USDEC. Dados oficiais do USDA mostram um aumento nas exportações de leite em pó integral (WMP) para o México. No entanto, dados de importação e fontes de comércio mexicanas não confirmam isso, e acreditamos que este volume representa vendas de SMP que foram classificadas erroneamente no porto. Portanto, ajustamos os dados de comércio de NDM/SMP e WMP para abril-dezembro para explicar essa classificação errada.

 

As exportações ajustadas para o México foram de 280 mil toneladas, 11% a mais, enquanto as vendas para o Sudeste Asiático (lideradas pelas Filipinas e Indonésia) foram de quase 200 mil toneladas, subindo 16%. As exportações de soro de leite dos EUA também atingiram alta recorde em 2016 de 500 mil toneladas, crescimento de 14%. As remessas para a China foram particularmente robustas, representando 211.949 toneladas, um aumento de 27%, enquanto as vendas para o Sudeste Asiático (100.249 toneladas) subiram 10%.

 

Os exportadores dos EUA enviaram 141.402 toneladas de proteína concentrada de soro de leite no ano passado, 36% a mais em relação ao ano anterior. Metade disso foi para a China, que aumentou as compras em 78% na comparação anual. As exportações totais de soro de leite modificado (principalmente soro de leite permeado) foram de 134.013 toneladas, um aumento de 11%, com a China, novamente, comprando quase a metade do volume. As exportações de soro de leite em pó foram de 191,763 toneladas, um aumento de 7%, 50% importadas pela China. As exportações de proteínas isoladas de soro de leite caíram 5% em 2016, o primeiro declínio em oito anos. As exportações de lactose superaram as altas anteriores, totalizando 362.110 toneladas, em 2016, aumento de 1%. As exportações de queijo caíram 9% em 2016 para o menor volume em quatro anos de 287.028 toneladas. As vendas para o México caíram apenas 1%, mas os volumes para a Coréia do Sul, Japão e MENA caíram entre 20-25%. No entanto, as exportações de queijo dos EUA melhoraram no quarto trimestre, com as remessas crescendo 10%, em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de leite fluido e creme atingiram alta recorde de 114,4 milhões de litros, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. As vendas para o Canadá e México subiram 30% cada. As exportações de WMP (-25%, ajustado) e proteína concentrada de leite (-30%) ficaram abaixo dos níveis do ano anterior. As exportações de manteiga aumentaram 13%, mas totalizaram apenas 24.332 toneladas. (USDEC- Tradução Livre: Terra Viva)

Produtor rural de menor porte tem regras facilitadas para crescer e formalizar atividade

Instrução Normativa (IN) assinada pelo ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), nesta terça-feira (14), estimula a criação e a formalização de agroindústrias familiares. As regras que orientavam a produção de laticínios, ovos e mel comuns aos médios e grandes produtores agora foram flexibilizadas para viabilizar os pequenos negócios. "A medida é para a indústria quase artesanal, formada por milhares de produtores, que só precisavam de oportunidade para crescer", afirmou o ministro.

A IN, que será publicada nesta quarta-feira, é voltada para estabelecimentos de até 250 metros quadrados. Com a mudança são adequadas as exigências de equipamentos e de instalações para essas pequenas agroindústrias sem, abrir mão de parâmetros higiênicos e sanitários, preservando a segurança dos alimentos e a saúde pública, explicou o secretário Luis Rangel (Defesa Agropecuária), acrescentando que são mantidos cuidados relativos à temperatura e tempo de cozimento ou de resfriamento dos produtos.

Exemplos de adequações são a dispensa, em situações específicas, de equipamentos, como o resfriador à placa, o tanque de estocagem e equipamento de pasteurização rápida. No caso da utilização de leite proveniente somente da produção própria é dispensado também o laboratório. As instalações também podem ser anexadas à residência, desde que tenham acessos independentes. Também, não precisam ter uma sede para o Serviço de Inspeção. A altura (pé direito), não teve medida mínima definida, mas deve ser suficiente para a disposição dos equipamentos e permitir boas condições de temperatura, ventilação e iluminação.

O secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, lembrou que a principal preocupação do ministro Blairo Maggi desde que assumiu o cargo foi o de desburocratizar e modernizar o agronegócio, lançando logo no início de sua gestão o programa Agro+ com esse objetivo. Segundo ele, de 380 problemas elencados por produtores, desde então, 300 estarão resolvidos. (As informações são do Mapa)

 

 
Emater auxilia prefeituras
Os técnicos da Emater vão auxiliar os municípios na elaboração dos Planos Municipais de Desenvolvimento Rural, exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para aprovar a utilização de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares destinadas a investimentos na agricultura. O convênio que disponibiliza os profissionais da instituição para as prefeituras foi assinado com a Famurs, ontem, em Porto Alegre. O assessor técnico de Agricultura da Famurs, Ismael Horbach, diz que o ideal é que, mesmo sem prazo estipulado, os municípios finalizem o plano quanto antes. A gerente adjunta de Planejamento da Emater, Magda Tonial, diz que a instituição coloca seu conhecimento e ferramentas à disposição dos municípios. "Esse plano legitima e dá segurança aos gestores e ao próprio órgão que disponibiliza os recursos". (Correio do Povo)
 

Porto Alegre, 15 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.442

 

  IMPORTAÇÃO DE LÁCTEOS DISPAROU EM JANEIRO

Após fechar 2016 com um déficit de US$ 485 milhões - quase cinco vezes mais que no ano anterior -, a balança comercial do setor de lácteos iniciou 2017 com mais um déficit expressivo, contrariando as expectativas de analistas e empresas, que esperavam um arrefecimento das importações.

Em janeiro, as compras de lácteos no exterior cresceram 126% sobre igual mês de 2016, para 19.042 toneladas. O volume importado custou US$ 58,809 milhões, 176% mais do que em janeiro de 2016. Ao mesmo tempo, as exportações de lácteos em janeiro cresceram 11,4% em receita, para US$ 10,997 milhões e 51,8% em volume, para 4.154 toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela MilkPoint (ver infográfico).


 
Os números surpreenderam porque a expectativa, no fim de 2016, era de que a recente alta dos preços internacionais dos lácteos - que voltaram a níveis históricos de US$ 3.500 por tonelada - desestimulasse as importações em meio à perspectiva de recuperação da produção de leite no Brasil. Mas os analistas não contavam com um fator: a queda expressiva do dólar, que incentiva as importações. Em janeiro de 2016, o valor médio do dólar ficou em R$ 4,0547 e em janeiro deste ano, em R$ 3,1969.

Há outra razão tão relevante quanto o dólar, segundo analistas e indústria. Embora esteja em recuperação, a oferta doméstica de leite para processamento ainda é apertada, como indicam os preços ao produtor e dos produtos finais. "O mercado interno entrou 2017 com preço mais alto do que na mesma época do ano passado porque a produção caiu", observa Valter Galan, analista do MilkPoint.

Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, que reúne laticínios, concorda que a menor disponibilidade doméstica de leite estimula as importações, mas diz que a perspectiva ainda é de que as importações fiquem abaixo do ano passado à medida que o produção se recupera.

Um industrial afirma que ainda há falta de matéria-prima no mercado e que, diante da queda do dólar, a importação compensa. "Os preços subiram em dólar, mas a moeda americana caiu em janeiro deste ano sobre janeiro de 2016", diz. Ele acredita que a produção brasileira de leite deve parar de cair em 2017 após dois anos de recuo em decorrência de alta dos custos e problemas climáticos. Mas avalia que neste momento o produtor de leite ainda "está desanimado, resultado do baixo preço do leite no fim do semestre".

No atual ambiente de preços e do câmbio, a exportação de lácteos está menos competitiva. O cenário ideal, segundo Martins, da Viva Lácteos, seria um câmbio na casa dos R$ 3,50 e leite em pó a US$ 4 mil no mercado internacional. Mas ele aponta razões para otimismo. Em janeiro, diz, o Brasil exportou volumes significativos de leite condensado para Arábia Saudita e Emirados Árabes, reduzindo a dependência da Venezuela, que já foi o maior importador de lácteos do país. Há ainda expectativa de ampliar mercados, como o Chile, que enviará missão ao Brasil em março para habilitar ou reabilitar 18 estabelecimentos para exportação de lácteos. O México também está no radar dos exportadores. Conforme Martins, está em curso processo de habilitação de plantas e há pedido para corte de tarifas de importação, que em alguns casos, chegam a 60%. (As informações são do Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint)
 

MISSÃO COMERCIAL JAPONESA VISITA SETOR LEITEIRO DO URUGUAI

Uma missão de empresários japoneses e representantes da Corporação de Empresas Agrícolas e Pecuárias do Japão (ALIC), visitaram na semana passada no Uruguai algumas fazendas leiteiras e indústrias, procurando saber mais sobre a realidade do setor, seus produtos e analisar a possibilidade de negócios. O interesse está focado no leite em pó e queijo, basicamente, com a firme convicção de realizar as primeiras compras para aceitar as operações comerciais e compreender melhor os produtos.

A ALIC é uma agência estatal do governo japonês, dependente do Ministério da Agricultura do país, que se dedica à compra de alimentos e tem empresas associadas. É o órgão responsável por distribuir as cotas de importação de alimentos. "Aproximaram-se as empresas que concorreram especificamente para a compra de leite", disse Ricardo De Izaguirre, presidente do Instituto Nacional de Leite (INALE). Até agora as importações japonesas são feitas da Austrália e da Nova Zelândia, mas eles estão buscando expandir a lista de fornecedores e o Uruguai aparece como um produtor confiável de alimentos, com alta qualidade, certificações e controles estritos sobre matérias-primas e produção.

Além de leite em pó e queijo, as empresas japonesas importam da Austrália um outro produto que é uma espécie de leite congelado que não é fabricado no Uruguai.

De acordo com De Izaguirre, os empresários japoneses se reuniram com empresas de produtos lácteos uruguaios como Estancias del Lago (empreendimento do argentino Alejandro Bulgheroni), Indulcsa (agora propriedade do grupo francês Lactalis) e Cooperariva Nacional de Produtores de Leite (Conaprole), mas também visitaram algumas fazendas leiteiras para ver como funciona o setor leiteiro uruguaio. "Nós mostramos as análises que são feitas, as características dos produtos lácteos uruguaios, a qualidade e a sanidade dos produtos fabricados e a tranquilidade que significa ser livre de antibióticos e hormônios", disse De Izaguirre.

Ele disse que "há grandes possibilidades de realizar os primeiros negócios", embora o Japão deva pagar uma taxa que excede 50% do valor do produto. Na opinião do De Izaguirre "não se farão negócios de grande volume", mas sim "a compra de pequenos itens para ver como a operação comercial funciona" e assim, determinar como as empresas uruguaias cumprem as disposições acordadas. "Eles procuram seriedade nos produtos, mas também no cumprimento dos compromissos. Dizem que, quando fazem um acordo, cumprem os prazos estabelecidos no mecanismo comercial".

O primeiro encontro com a ALIC foi em 2015. Os visitantes conheceram uma fazenda de gado leiteiro e a planta Conaprole de Flórida, onde receberam informações e viram os processos de produção. Também visitaram a sede do INIA La Estanzuela, onde conheceram a produção de leite e visitaram o Instituto de Melhoramento Leiteiro, informando-se sobre as medidas tomadas pelo Uruguai para melhorar suas raças leiteiras. (As informações são do El País Digital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

NZ: PRODUÇÃO DE LEITE NÃO DEVE TER GANHO NO ATUAL ANO PRODUTIVO

A Nova Zelândia não deverá ter um ganho na produção de leite no atual ano produtivo, mas o declínio pode ser significativamente menor do que muitos acreditam. O clima extremamente úmido na Ilha do Norte e uma abordagem cautelosa dos produtores após dois anos de aperto do cinto contribuíram para um declínio de 3% na produção de leite da Nova Zelândia durante a primeira metade do ano 2016/17 a partir de 1º de junho. Para outubro-novembro (pico da produção na primavera no Hemisfério Sul), a captação de leite caiu 5% com relação do mesmo período de 2015.


 
Os analistas projetam atualmente um declínio de 7% no leite da Nova Zelândia para a estação de 2016/17 inteira, mas dadas as condições de mercado e história de produção da Nova Zelândia, o Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) estima um declínio perto de 3%.

O clima úmido na primavera da Nova Zelândia certamente corroeu a produção da Ilha do Norte, e agora algumas partes da ilha estão enfrentando uma seca potencial. Entretanto, as condições de pastagem melhoraram em grande parte do país, em comparação com três meses atrás, tanto na Ilha do Norte como do Sul. E a produção da Ilha do Sul para o período de junho a novembro já estava superando a do Norte, que foi afetada pelo clima.

Após dois anos de operações deficitárias com preços ao produtor bem abaixo dos níveis de equilíbrio, os preços do leite cru na Nova Zelândia voltam a apoiar o crescimento. As estimativas de pagamento saíram do vermelho na primeira metade de 2016 e deverão permanecer assim no restante do ano 2016/17.

A Fonterra Co-operative Group, a maior produtora de lácteos do país - que capta mais de 80% do leite da Nova Zelândia - recentemente ajustou sua estimativa de produção de leite na estação inteira de -6% para -4%.

E as previsões de produção de leite da Nova Zelândia historicamente inclinam-se para o lado conservador, às vezes, de forma duvidosa. Por exemplo, durante os quatro meses do ano produtivo de 2015/16 (junho-maio), por exemplo, a Fonterra e analistas da indústria estavam alertando para um declínio de 6% naquele ano, com base nos baixos preços do leite ao produtor e nas preocupações climáticas relacionadas ao El Niño. 

Essas projeções foram indiscutivelmente uma força motriz por trás da subida do preço das commodities de curta duração no outono de 2015. Quando a poeira baixou no final do ano produtivo da Nova Zelândia, em 31 de maio de 2016, a produção de leite caiu apenas 1,6%.

Um episódio semelhante ocorreu nesta estação. Os preços das commodities subiram no último outono em conjunto com as previsões de queda da produção neozelandesa. (As informações são do http://blog.usdec.org, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 

 
PP pede ao governo retirada da urgência
Em reunião, ontem, a Bancada do Partido Progressita (PP) na Assembleia Legislativa decidiu solicitar ao governador José Ivo Sartori a retirada da urgência ao PL 214, que reduz em 30% os créditos presumidos concedidos pelo governo do Estado às Indústrias. "Tiramos uma posição conjunta e é consenso entre os deputados do PP que a bancada não tem como votar o projeto da forma como está, pois fragiliza o setor produtivo, em especial a indústria", disse o líder João Fischer, o Fixinha. (Jornal NH)
 

Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.441

 

Sindicato discute financiamentos e linhas de crédito para maquinário

A fim de buscar caminhos para aumentar a competitividade da cadeia láctea, o Sindicato das Indústrias dos Laticínios do RS (Sindilat) reuniu-se na sede do BRDE no início da tarde dessa terça-feira (14/02), em Porto Alegre, com representantes de empresas de consultoria especializadas em desenvolvimento ambiental para debater financiamentos e linhas de crédito para compra de maquinários para produtores de leite do Estado.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e o secretário executivo, Darlan Palharini, apresentaram dados da produção gaúcha, destacando a posição e o crescimento do setor lácteo no Estado nos últimos anos. Guerra afirmou que ações de sustentabilidade ambiental são fundamentais para manter o equilíbrio no meio rural, e que o Sindilat projeta estudar esse assunto.  "O sindicato está sempre atuante em busca de novas alternativas e projetos que tornem o agronegócio uma atividade mais lucrativa e sustentável para todos os elos da cadeia", concluiu. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 

 
Anvisa define regras para rótulos de produtos com lactose
 
Indústrias de alimentos terão 24 meses para atender às novas normas de rotulagem em produtos que contém lactose. As resoluções RDC 135/2017 e RDC 136/2017, publicadas pela Anvisa na última quinta-feira (9/2), instruem como os fabricantes deverão proceder para se adequar às mudanças. A determinação estava prevista pela Lei 13.305, de julho de 2016, regulamentada somente agora pela Anvisa.
 
Todos os alimentos com mais de 100 miligramas de lactose para cada 100 gramas ou mililitros do produto (ou seja, acima de 0,1%) deverão conter o escrito "CONTÉM LACTOSE" no rótulo. Para os alimentos na faixa entre 100mg e 1g por 100g, poderá ser usada a expressão "baixo teor de lactose" ou "baixo em lactose". Os produtos que tiverem quantidade menor de 100mg a cada 100g devem apresentar a inscrição "isento de lactose" ou similares, como "0% lactose" e "sem lactose". O limite estabelecido é baseado em referências técnicas de países que já adotam a mesma rotulagem, como Alemanha e Hungria. Entende-se que o valor é seguro para pessoas com intolerância à lactose. De acordo com a avaliação da Anvisa, a rede de laboratórios brasileiros tem capacidade para avaliar esses níveis do componente. 
 
A informação deverá ser escrita em caixa alta, em negrito e em contraste com o fundo da caixa, em local que não seja encoberto, removível pela abertura do lacre ou de difícil visualização. A altura mínima deve ser de 2mm e não pode ser menor que a letra da lista de ingredientes do alimento.
 
O prazo de 24 meses de adaptação foi definido com base no tempo que a indústria e os seus fornecedores necessitam para adequação e o fim dos estoques de embalagens atualmente existentes.  A engenheira de alimentos e fundadora da Viva Nutrição, Geórgia de Castro, explica que as empresas que não respeitarem as novas normas estão sujeitas a advertência, multa, apreensão de produto e até cancelamento de registro de produto, interdição parcial ou total do estabelecimento. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Sindilat participa do lançamento da Expodireto Cotrijal 2017

A 18ª edição da Expodireto Cotrijal, que acontece entre os dias 6 e 10 de março, em Não-Me-Toque, foi lançada nesta terça-feira (14/02), em Porto Alegre. O diretor do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat/RS) Renato Kreimeier, esteve presente e destacou que o evento deve reunir um importante debate para a cadeia produtiva a partir da realização do Fórum Estadual do Leite, em sua 13ª edição. "A cadeia produtiva do leite é muito importante para o agronegócio gaúcho, gera renda para mais de 90% dos municípios, e o debate é necessário para o seu desenvolvimento". 

A Expodireto deve reunir mais de 500 expositores nacionais e internacionais de máquinas e equipamentos para a produção vegetal e animal, pesquisa, agricultura familiar, serviços, instituições financeiras e entidades de cerca de 70 países. A expectativa dos organizadores para este ano é de que o evento supere em pelo menos 15% o faturamento registrado no ano anterior, que ficou na casa de R$ 1,5 bilhão. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 14 de Fevereiro de 2017 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Janeiro de 2017 e a projeção dos valores de referência para o mês de Fevereiro 2017, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada "Leite Padrão", se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas /ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Janeiro de 2017 é de R$ 2,3061/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

 

 

 
EXPANSÃO NOS ESTADOS UNIDOS
O veterinário gaúcho Jonas Baroni, que trabalha há três anos nos Estados Unidos, conta que o Compost Barn é bastante disseminado em fazendas de leite de menor porte daquele país. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, 70%das fazendas com menos de cem animais em lactação abrigam seus rebanhos sem Compost Barn e Tie-stall Barns (em que os animais são criado sem baias individuais). Baroni observa que uma estratégia comum entre os norte-americanos é priorizar, no Compost Barn, os animais com queda na imunidade ou aqueles que necessitam de mais conforto, como as vacas recém-paridas e animais de segunda lactação ou mais. Segundo Baroni, produtores do estado de Kentucky também observaram o aumento da detecção do cio, tendo em vista o maior conforto térmico proporcionado pelo galpão. "Não existe uma forma mágica. É necessário um trabalho de reconhecimento da área rural e disponibilidade de alimento. Acredito que o CompostBarn seria uma excelente estratégia para o Rio Grande do Sul, porque, em muitos casos, os produtores sofrem com terrenos irregulares, sem sombreamento, os quais causam enorme estresse térmico e machucamos animais em produção. Os técnicos, veterinários e zootecnistas estão aptos a ajudar a introduzir o melhor sistema para cada propriedade", complementa. (Zero Hora)
 
 

Porto Alegre, 13 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.440

 

Conseleite/MS 

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 10 de fevereiro de 2017, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de janeiro de 2017 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de fevereiro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)

 
 

 
Confinamento confortável

Em 2015, o Rio Grande do Sul perdeu o posto de segundo maior produtor de leite do Brasil. Hoje, aparece atrás de Minas Gerais e Paraná, com um volume de 4,5 bilhões de litros por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para retornar à vice-liderança, precisa encontrar formas de aumentar a produtividade do seu plantel. Uma das possibilidades, já em testes desde 2011 em várias regiões do País, é o uso de um novo tipo de confinamento, o Compost Barn. Diversos produtores gaúchos que já apostaram na prática acreditam que o sistema gera mais conforto e bem-estar animal com reflexos no aumento da produtividade. A experiência estará em discussão no 4˚ Fórum Itinerante do Leite, em Palmeira das Missões, em 25 de abril. O pesquisador da área de Saúde Animal e Qualidade do Leite da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Alessandro de Sá Guimarães, explica que o Compost Barn, que pode ser traduzido por "estábulo de compostagem", chegou ao Brasil depois de ser adotado por produtores norte-americanos dos estados de Virgínia e Minnesota, no início dos anos 2000. O Compost Barn consiste em manter o rebanho leiteiro o tempo todo dentro de um galpão. O chão é coberto por uma "cama", de serragem ou outro material orgânico de fácil disponibilidade, que também absorve a urina e as fezes dos animais. Pelo menos duas vezes ao dia, com o uso de um trator, essa cama tem que ser revolvida para facilitar a entrada de oxigênio e favorecer o processo de compostagem. Esse manejo ocorre quando as vacas são levadas para a ordenha. 

A cama orgânica ajuda a evitar lesões de casco nos animais, ao substituir o piso de concreto usado no sistema de confinamento Free Stall. No Compost Barn as vacas não ficam retidas em baias e podem caminhar pelo galpão. Guimarães diz que o espaço que tem que ser disponibilizado é de 10 a 13 metros quadrados por animal, dependendo das características e do tamanho de cada raça. Os galpões também são equipados com ventiladores para aliviar o calor e manter seca a cama orgânica. De acordo com a Embrapa Gado de Leite, o investimento necessário para instalação do sistema varia entre R$ 3,5 mil e R$ 5 mil por vaca. O veterinário Marcos Souza de Freitas, único produtor de leite a adotar o sistema até o momento no município de Santa Rosa, trabalha com o Compost Barn desde outubro do ano passado. Em quatro meses, já comemora o resultado. Atualmente, ele usa o galpão para acomodar32 vacas Jersey - a capacidade máxima é para 60 animais. A produção média de cada vaca passou de 17 litros para os atuais 25 litros por dia. "No Compost Barn as tarefas são mais pontuais", acrescenta. Apesar de perceberem adesão crescente ao sistema tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, pesquisadores e veterinários ainda não dispõem de números que deem a dimensão desse aumento. A Embrapa Gado de Leite deve concluir neste ano uma pesquisa sobre o Compost Barn no Brasil. O levantamento começou em 2014, focado em fazendas da região Sudeste. Apesar disso, foram enviados questionários eletrônicos para propriedades de todas as regiões brasileiras. " Queremos publicar um material com recomendações técnicas para orientar os produtores", adianta Guimarães.

É por conta da ausência da comprovação de dados que o vice-presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado (Conseleite/RS), Jorge Rodrigues, recomenda cautela a quem pensa em apostar na prática. "Podemos dizer que ainda é um investimento de risco, porque não temos o domínio dessa tecnologia. No Rio Grande do Sul tem muita chuva e sabemos que a umidade é um limitador", alerta. Para Rodrigues, outro ponto que pode inviabilizar o sistema é a carência da matéria utilizada para acama orgânica - geralmente, serragem. " O produtor tem que estar ciente de que vai ter que ter esse material sempre disponível", adverte. A professora de Medicina Veterinária da Unijuí, Denize Fraga, diz que tem crescido muito a opção pelo Compost Barn no Nordeste e Noroeste do Estado. " Em função de a soja ter se alastrado na região, os produtores passaram a procurar alternativa para o seu rebanho em áreas pequenas", observa. Apesar da carência de estudos, este tipo de confinamento tem gerado resultados satisfatórios, segundo Denize. "É um sistema que proporciona mais conforto para o animal, porque reduz o estresse térmico, sobretudo no verão. É preciso ter em mente que a vaca necessita de água e alimento de qualidade, uma cama confortável e temperatura adequada. Disponibilizados esses itens, ela atinge o máximo de conforto e gera mais leite e mais renda para a propriedade". O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, diz que a produtividade é fundamental para aumentar a competitividade dos produtores gaúchos. "Por estarmos mais distantes dos estados consumidores, nosso custo logístico é maior; e tem ainda a questão tributária, que impacta a nossa produção", comenta. (Zero Hora)

  
 
A volta de um antigo inimigo das dietas de emagrecimento inquieta o mercado

Depois de décadas de ostracismo dietético a manteiga volta a ser tendência. Seu preço explode nos mercados mundiais e a escassez ameaça, mesmo a França, terra de bolos e croissants. Na Europa, o consumo subiu 1,4% em 2016 e a demanda continua crescendo, assim como nos Estados Unidos. De repente, as cotações da manteiga para a indústria voaram. "Em janeiro, a manteiga indústrial foi cotada a 4.350 €/tonelada na Europa, depois de ter atingido seu menor valor em abril, quando foi vendida a 2.450 €/tonelada", explica Gérard Calbrix, diretor financeiro da Associação de Processadores de Leite da França: um boom de 77%. "Já observamos mudanças da mesma amplitude, mas, não tão rápida", acrescenta Gérard Calbrix. Na Bretanha, o diretor de compras da Bridor, fornecedor do Brioche Dorée confirmou à AFP que a situação afeta os preços das compras em grande quantidade para seus brioches. A demanda exterior de bolos e doces industriais da França cresce mais do que nunca. Pela primeira vez em 2015, a França exportou mais de um bilhão de euros de bolos, confirmou Matthieu Labbé, da Federação de Empresas de Confeitaria e Doces (FEB). Dominique Chargé, da Federação Nacional dos Produtores de Leite não chega a falar em "escassez" de manteiga, mas, usa a palavra "tensão", porque "não temos estoque" admite ele, enquanto a União Europeia (UE) está com elevados estoques de leite em pó desnatado (cerca de 350.000 toneladas em janeiro de 2017). O coração desta crise, a superprodução mundial de leite em 2014/2015, coincidiu com a inversão histórica da abordagem científica em relação à manteiga na alimentação. Depois da queda no preço do leite, os produtores em dificuldade abateram suas vacas, reduzindo os volumes, para tentar sustentar as cotações dos lácteos.

"Comer Manteiga"
"O abate de vaca aumentou em toda a Europa", diz Gérard Calbrix. Desde o início da década de 2010, teses científicas mundiais reabilitaram a manteiga e as gorduras animais, que foram, durante muito tempo, acusadas de serem responsáveis por doenças cardiovasculares, grandes causadoras de morte em países ricos. Uma análise recente, muito comentada, divulgada no British Medical Journal, diz que não há aumento no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares o consumo moderado de gorduras saturadas, encontrada, principalmente, na manteiga. Em junho de 2014, a revista norte-americana Time antecipou a mudança de tendência publicando uma enorme avelã de manteiga derretendo, com o título "consuma manteiga". Desde então o consumo explodiu nos Estados Unidos, que foi acompanhado pelo Canadá e Japão "aumentando as importações de manteiga", disse Gérard Dalbrix.

Reintegrar a matéria gorda ao leite
Em relação aos preços, agora que o pacote de 250 gramas na Alemanha, referência de mercado, subiu 40% nas varejistas Lidl e Aldi em outubro, o consumidor francês está até o momento, protegido desta explosão. Os preços franceses dependem de uma negociação anual entre os produtores e as grandes redes de distribuição. Para 2017 a negociação deverá ocorrer no final de fevereiro. "Por enquanto, as grandes redes não querem ouvir falar de aumentos, estamos em uma camisa de força, e temos um grande problema", acrescenta Gérard Calbrix. Um outro fator que protege os consumidores franceses, os maiores consumidores de manteiga do mundo por habitante (8 kg/ano): eles tendem a comer menos. No ano passado, as vendas de manteiga nas grandes redes caíram 1,9% em volume, ou 180.000 toneladas. Existe entretanto, um grande problema a resolver, restabelecer a matéria gorda ao leite, que serve para fabricar a manteiga, alerta o ministro da agricultura Stéphane Le Foll. Durante 15 anos o teor de gordura do leite na França, e na Europa tem diminuído a cada ano, inclusive através da seleção genética de vacas. "Serão necessários 10 a 15 anos para mudar a situação", prevê Gérard Calbrix. (Web-Agri - Tradução livre: Terra Viva)

 

 
Piá quer se tornar referência na produção de iogurtes
Na convenção de vendas realizada no final de janeiro em Gramado (RS), a Cooperativa Piá anunciou sua mudança de posicionamento. A alteração consiste em deixar de ser uma marca de leite que também tem iogurte para passar a ser uma marca de iogurte que também produz leite. "Queremos quebrar o paradigma do leite, com novo foco de marketing e eficiência total nas operações", afirma Gilberto Kny (foto), presidente da cooperativa. O leite sempre foi o carro-chefe da Piá desde o início da produção, em 1972, quando eram processados 2 mil litros de leite por dia. Hoje, o volume diário ultrapassa os 600 mil litros. A partir da década de 1980, a cooperativa passou a fabricar iogurtes. É nesta onda que a Piá pretende surfar, vendendo produtos de maior valor agregado e aproveitando o aumento de sua capacidade industrial a partir de março, quando a fábrica de iogurtes terá nova capacidade de produção. O novo posicionamento é um desdobramento do salto dado em 2001, quando a empresa, sem se descuidar da venda de leite longa vida, passou a investir em produtos de maior valor agregado, especialmente nos iogurtes. De lá para cá, a linha de produtos vem aumentando consideravelmente, de tal forma que a Piá possui a liderança absoluta no Sul. É a única região do Brasil onde a liderança não pertencia às grandes multinacionais lácteas, mas a uma forte marca regional. Para seguir conquistando o mercado, a Piá priorizará a ampliação da participação em Estados como Santa Catarina, Paraná e São Paulo, onde a marca já está nos refrigeradores das principais redes supermercadistas. De acordo com Kny, a localização da cooperativa é estratégica, pois a sede fica em Nova Petrópolis, próxima da região metropolitana de Porto Alegre. "Mais de 40% da população gaúcha está a menos de 90 quilômetros da nossa indústria, o que nos deixa fortalecidos comercialmente", explica. No ano passado, a Piá obteve um faturamento de R$ 708 milhões. (Amanhã)
 

Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.439

 

Secretaria da Agricultura esclarece dúvidas sobre a Lei do Leite 

Os principais laticínios que operam no Rio Grande do Sul reuniram-se nesta terça-feira (7/2) para debater dúvidas sobre a operacionalização da Lei do Leite. Após uma rodada de apontamentos realizada na manhã pela área técnica das empresas na sede do Sindilat, em Porto Alegre, à tarde foi a vez de esclarecer alguns dos pontos com a técnica da Secretaria da Agricultura (Seapi) Karla Oliz, que trabalha com a legislação. Ela explicou as mudanças propostas e levará para a Seapi pedidos de revisão na redação de alguns pontos da legislação.  As principais dúvidas referem-se ao cadastramento dos transportadores e à validação do treinamento. As empresas ainda têm dúvidas sobre como proceder no caso de avarias nos caminhões uma vez que o transvase (troca de leite de um tanque para outro) só está autorizado dentro de regras e locais específicos. Nesses casos, explicou Karla Oliz, o transportador deve realizar o registro da ocorrência, emitindo comunicado, de preferência, antes do transvase do leite para novo caminhão. Em caso de inviabilidade, explicou ela, os motoristas podem realizar fotos do caminhão para comprovar o ocorrido. Além disso, sempre devem ser consideradas as determinações estabelecidas pelo Serviço de Inspeção ao qual o estabelecimento esteja registrado. Karla Oliz explicou que uma reunião de alinhamento com a fiscalização já foi feita para aparar arestas e padronizar abordagens. 

Outro ponto de polêmica foi a obrigatoriedade de as indústrias informarem aos órgãos de fiscalização sobre cargas rejeitadas no ato da coleta nas propriedades rurais. Atualmente, cargas com teste do Alizarol (teste de qualidade) fora do padrão estipulado por uma determinada indústria podem não ser coletadas, mas não precisam ser reportadas à fiscalização, o que não impede que o produto seja recolhido por outros laticínios desde que atendam aos padrões mínimos de 72% no Alizarol e temperatura de 4°C para tanque de expansão e 7°C para imersão. "Uma empresa pode ter um padrão de exigência e só aceitar cargas com Alizarol acima de 73%. O que não quer dizer que uma carga com resultado 72% não possa ser processada para outro tipo de produto ou por outra empresa", explicou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. 

PERGUNTAS E RESPOSTAS: 
1) As indústrias estão com dificuldade em obter os códigos das propriedades rurais onde estão os animais no Sistema de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura (Seapi). Como as empresas devem proceder para obter esses códigos? 
RESPOSTA: A Seapi revisará a necessidade de fornecimentos dos códigos. 
2) Em caso de empresas que têm diferentes entrepostos e diferentes CNPJs, como deve ser feito o cadastramento dos transportadores? 
RESPOSTA: Os transportadores devem estar cadastrados em todos os estabelecimentos para os quais entregam leite. 
3) Há dúvidas sobre o treinamento de transportadores, aprovação do profissional e validade de cursos anteriores já ministrados. 
RESPOSTA: Ao fim do processo, o transportador passará por um teste de conhecimentos e a aprovação depende de acerto mínimo de 50%. O Treinamento será promovido pelos 
estabelecimentos, seja através de profissionais contratados ou através de instituições. O Serviço de Inspeção ao qual os estabelecimentos estejam registrados são responsáveis pela verificação do conteúdo programático e carga horária apresentados. Treinamentos anteriores à publicação da Instrução Normativa e que não tenham contemplado o disposto na mesma terão validade de 4 meses, a partir da data da publicação da Normativa. 
4) As empresas não têm condições de fornecer certificados aos transportadores aprovados por risco de processos trabalhistas. Como fazer para garantir a homologação sem esse risco? 
RESPOSTA: A SEAPI orienta na Instrução Normativa que estão aptas a ministrar treinamentos as instituições de ensino, de capacitação técnica, os profissionais das empresas ou consultores independentes na condição de que devam estar devidamente registrados em conselho profissional que esteja capacitado a atender o conteúdo programático. Cabe a cada estabelecimento decidir sobre a melhor opção, de acordo com cada situação específica. 
5) Os cadastros de transportadores já estão sendo recebidos pela Seapi? 
RESPOSTA: Não. A Seapi não fará o cadastramento de transportadores, apenas dará publicidade dos transportadores autorizados e cadastrados pelos estabelecimentos. O encaminhamento dessa informação ocorrerá entre os Serviços de Inspeção (SIF e SIM para a SEAPI). 
6) Como serão validados cadastros de transportadores e em que tempo? 
RESPOSTA: O cadastramento é realizado pelos estabelecimentos de processamento e pelos postos de refrigeração de leite e deverá estar disponível para o serviço de inspeção local respectivo como registro auditável desde 29/12/2016. 
7) Sobre cursos já realizados, como fica a questão da validade uma vez que a lei prevê duração de apenas 4 meses para os já realizados e duração de 24 para os novos? 
RESPOSTA: Treinamentos anteriores à publicação da Instrução Normativa e que não tenham contemplado o disposto na mesma terão validade de 4 meses, a partir da data da publicação da Normativa. 
As indústrias querem duração de 24 meses a contar da realização do último curso. O pedido será levado para análise da equipe técnica na Seapi. 
8) Como fica o treinamento de transportadores de fora do estado que atuam no RS? 
RESPOSTA: Todos os transportadores que transitarem com leite cru no RS deverão cumprir a lei, sendo submetidos a treinamento como os de mais. 
9) O transportador que atua para duas empresas diferentes, pode realizar o curso em uma empresa e ele valerá para a outra? 
RESPOSTA: Sim. Basta um treinamento para o transportador, ministrado por profissional habilitado a cada dois anos. O certificado é individual por transportador. 
10) Como se dará a identificação de caminhões? 
RESPOSTA: Os caminhões serão identificados com adesivo resistentes em formato de losango (50cmX50cm) com o escrito "Veículo Exclusivo para Transporte de Lácteos". Serão três adesivos por tanque, dois nas laterais e um na traseira que deverão ser aplicados com a supervisão da indústria e do Serviço de Inspeção local. Ao perder a habilitação, o caminhão deverá ter o adesivo removido no ato. 
11) Estabelecimentos cadastrados no SIF (regidas pela inspeção federal) devem se reportar à Secretaria da Agricultura (Seapi) quanto à Lei do Leite? 
RESPOSTA: Em um primeiro momento não haverá centralização de dados. Caso contrário, as informações serão repassadas entre os Serviços de Inspeção. 
12) O que deve ser feito no caso de férias de transportadores ou substituição esporádicas? Muitas vezes, aos domingos, quem faz a coleta é o filho do transportador, por exemplo. 
RESPOSTA: Todos os profissionais devem estar devidamente treinados e cadastrados, mesmo que atuem de forma esporádica. 
13) Quando o transportador tem um auxiliar para a coleta de amostras, como deve ser feito o credenciamento desse profissional? 
RESPOSTA: O auxiliar deverá ser treinado e cadastrado assim como o motorista. 
14) O transportador precisa portar o certificado ou apenas uma carteirinha? 
RESPOSTA: A legislação não prevê "carteirinha", bem como não prevê que o transportador cadastrado esteja portando o certificado de conclusão de treinamento. 
15) No caso das empresas identificarem um transportador como possível fraudador, a quem devem informar o fato para não correr risco de ser acionada civilmente pela fraude? Em caso de solicitar descredenciamento desse profissional, como será garantido que ele não será recontratado por outra empresa? 
RESPOSTA: As denúncias devem sempre ser reportadas ao Serviço de Inspeção ao qual o estabelecimento esteja registrado. O transportador que for condenado em processo judicial fica impedido de transportar de forma definitiva. O seu nome será excluído da relação de transportadores autorizados e as empresas a que ele estava cadastrado serão notificadas da exclusão do transportador. 
16) Como será feito o cadastro de transportadores que transportam leite de indústria para indústria, uma vez que eles não têm o menor contato com o produto? 
RESPOSTA: Todos os profissionais das empresas de transporte devem estar devidamente treinados e cadastrados, mesmo que não tenham contato direto com o produto. O treinamento serve também como conscientização dos profissionais, para que eles saibam da sua importância no processo de transporte do produto. 
17) As avaliações e provas dos transportadores devem estar nas indústrias e serem guardadas. As empresas precisam pedir os laudos ao Pas/Leite? 
RESPOSTA: Todos os testes e documentos que comprovem treinamento dos transportadores devem estar em posse das empresas, ficando à disposição do Serviço de Inspeção, como registros auditáveis. Aqueles que fizeram pelo PAS/Leite a empresa contratante deverá solicitar os documentos que comprovem a sua participação e aprovação. 
18) Quando um caminhão for danificado durante o transporte do leite, como deve ser feito a substituição uma vez que o transvase só fica autorizado em determinadas situações e regras especificas que delimitam o local onde deve ocorrer o processo? 
RESPOSTA: A Seapi entende que, em caso de danos que inviabilizem o caminhão de seguir a rota normal, a retirada do leite fica autorizada desde que o transporte seja feito por outro caminhão identificado e transportador cadastrado. O dano no caminhão deve ser registrado e notificado à empresa. A Seapi sugere que o motorista fotografe o caminhão avariado para justificar o infortúnio. Além disso, sempre devem ser consideradas as determinações estabelecidas pelo Serviço de Inspeção ao qual o estabelecimento esteja registrado. 
19) A lei diz que os caminhões não podem parar em lugar qualquer. Como fica a questão de necessidade de um reparo, ou se furar um pneu, e o motorista precisar parar em uma mecânica ou borracharia? 
RESPOSTA: O episódio deve ser notificado à empresa e, se possível, registrado com foto. Além disso, sempre devem ser consideradas as determinações estabelecidas pelo Serviço de Inspeção ao qual o estabelecimento esteja registrado. 
20) Como o trasvase deve ser feito obrigatoriamente em circuito fechado, como fica a questão de coleta de amostras no ato do trasvase? 
RESPOSTA: A equipe técnica da Seapi revisará a redação do artigo. 
21) É permitido a uma empresa pedir apoio esporádico de um caminhão de outra empresa? 
RESPOSTA: Sim, desde que o transportador esteja cadastrado com a empresa destinatária do leite e o veículo devidamente identificado E a apto a transportar leite. 
22) Ao rejeitar uma determinada carga no campo em função de não conformidade, por exemplo como resultado indevido para alizarol (mínimo de 72) ou temperatura acima do permitido, a empresa deve informar o leite a quem? 
RESPOSTA: O transportador deverá estar treinado e informar na sua planilha de trabalho os dados que inviabilizaram a coleta e o volume rejeitado. Os dados deverão ser armazenados na empresa e disponibilizados em casos de solicitação pela inspeção ou em auditorias. 
Em se tratando de empresas que utilizem alizarol em graduação superior ao preconizado na legislação específica, a Seapi sugere que o produtor tenha sempre vínculo com mais de uma empresa para que cargas instáveis a graduações superiores, mas estáveis ao mínimo preconizado pela legislação específica quanto ao alizarol, possam ser processadas. 
23) Dúvidas sobre o artigo 37, que fala sobre a perda de benefícios fiscais em casos de fraude. As indústrias alertam para que esse regramento seja mais específico para evitar penalizações indevidas. 
RESPOSTA: A redação vincula essa penalidade em caso de condenação em processo judicial por fraude em leite cru. Acreditamos estar bem especificado. Os casos omissos serão julgados pelo serviço de inspeção local ou em nível central correspondente. 
24) Na planilha a ser preenchida pelo transportador, cita "horário de saída da empresa". Como fica quando o transportador sair de sua casa? 
RESPOSTA: A Seapi avaliará substituição da expressão para "início da rota". 
25) A planilha com os dados documento de trânsito poderá ser aceito na versão digital? 
RESPOSTA: A Seapi informa que o documento digital pode ser aceito desde que possa ser auditado pelo fiscal no momento da fiscalização, mesmo em caso de ausência de sinal de internet. Do contrário, não será aceito. 
26) pela lei, os veículos não podem carregar nada além de produtos lácteos. Como as empresas farão para transportar insumos como acontece atualmente dentro das cabines e no espaço entre o caminhão e o tanque? 
RESPOSTA: A Seapi está reavaliando a redação da legislação como forma de definir que apenas ao tanque de aço inoxidável é considerado para fins da fiscalização a que trata essa legislação. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

 
WASDE: Rentabilidade dos lácteos deverá aumentar

A produção de leite prevista para 2017 aumentou desde o mês passado. A previsão é de que melhores retornos em 2017 resultem em um plantel de vacas levemente superior até o final de 2017. A produção de leite por vaca também aumentou, já que se espera que esses retornos continuem a aprimorar a qualidade das rações. Os estoques iniciais com base e matéria gorda e sólidos totais do leite aumentaram, de acordo com os dados de sobre estoques em 31 de dezembro; os estoques no final de 2017 estarão altos, refletindo o aumento dos estoques iniciais e a maior produção de lácteos em 2017. As importações de manteiga serão reduzidas, uma vez que a manteiga de leite interna estará mais competitiva em relação à da União Europeia (UE); as importações de sólidos do leite, menos matéria gorda, permanecem inalteradas. As exportações de manteiga mantêm-se inalteradas e as exportações de sólidos totais do leite aumentam levemente. As importações de sólidos totais estarão praticamente inalteradas devido às exportações mais fracas de leite seco desengordurado (NDM) que serão compensadas pelas maiores vendas de soro de leite. 

Em 2016, a produção de leite, a produtividade animal, o comércio e as estimativas de estoque foram atualizadas com base em dados até dezembro. As previsões dos preços do queijo e da manteiga são para menos, uma vez que a produção dos produtos deve refletir uma maior da produção de leite, além dos estoques iniciais estarem relativamente elevados.
A previsão dos preços de NDM permanece inalterada, mas o preço do soro de leite aumentou desde o mês passado, com base na demanda interna e internacional. O preço do leite ao produtor classe III aumentará, pois, os elevados preços do soro de leite compensará as perdas nas cotações dos queijos. O preço do leite ao produtor classe IV diminuirá à medida que a previsão do preço da manteiga também diminui. A previsão é de que a média do preço do leite subirá de US$17,70, [R$ 1,27/litro], para US$18,40/cwt, [R$ 1,31/litro]. (Dairy Herd- Tradução Livre: Terra Viva)
 

 
Leite: Diminuição das importações requer estímulo à produção nacional
O volume de leite importado pelo Brasil em 2016 foi 78,3% maior se comparado ao resultado de 2015, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Este cenário, avalia o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), entre outros fatores, foi reflexo da queda na captação brasileira, devido aos baixos preços pagos ao produtor em 2015, e o encarecimento nos custos com suplementação neste ano. Além disso, de acordo com o instituto, os preços no comércio internacional estavam atrativos, fomentando as importações brasileiras. Contudo, a partir do segundo semestre de 2016, as cotações no leilão GDT ganharam sustentação, mas tamanha queda na produção interna fizeram as importações se manterem firmes e, somente com a entrada da safra leiteira no Brasil, as compras externas recuaram. Segundo o Imea, a diminuição da importação de leite requer maior estímulo à produção nacional, ou seja, melhores preços ao produtor e a retomada do crescimento econômico fomentando todos os elos. (Uagro)
 

Porto Alegre, 09 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.438

 

Região Sul pode unir inspeção de produtos de origem animal

 Na primeira reunião de 2017 do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul, o Codesul, ontem, na Rural Show em Cascavel, no Paraná, os governadores José Ivo Sartori, Beto Richa (Paraná), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul) e Raimundo Colombo (Santa Catarina) assinaram resolução que prevê unificar a inspeção de produtos de origem animal. Com isso, o serviço pode ser realizado por servidores estaduais e empresas credenciadas para essa finalidade. 

A proposta deve ser submetida à apreciação das assembleias legislativas. Se aprovada, dará permissão aos estados de reconhecimento bilateral na fiscalização de produtos de origem animal. Isso significa que um produto vistoriado em um estado não precisaria novamente ser verificado em outro estado que faz parte do Codesul, como exige o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa). 

Na reunião, Sartori reafirmou o papel estratégico do Mercosul e convidou os governadores a participarem do Encontro Brasil Sul e Argentina, no dia 31 de março, em Porto Alegre, para debater novas alternativas de integração. "Buscaremos juntos conseguir novos mercados", afirmou, lembrando do trabalho iniciado com a missão governamental do Rio Grande do Sul à Argentina em 2016. 

O presidente da Zona de Integração do Centro-Oeste Sul Americano (Zicosur), Juan Luis Mansur, governador da Província de Tucumán, disse que somando e articulando forças a região tem potencial para alimentar grande parte do mundo. Na terça-feira (7), Sartori e o presidente argentino, Mauricio Macri, trataram do encontro, durante reunião de trabalho em Brasília. 

Outros temas que entraram em pauta foram a criação de ouvidoria para o BRDE, atendendo à exigência do Banco Central (Bacen), e a aprovação de flexibilização das condições de crédito para ampliar e facilitar as operações no Mato Grosso do Sul, além da aprovação de financiamento para agroindústrias de produtores do Paraná. 

A Show Rural Coopavel dá a largada no calendário de grandes feiras agropecuárias do Brasil e vai até o dia 10. A mostra é o maior evento do agronegócio no Paraná e um dos mais importantes no País, com repercussão internacional. Promovida pela Coopavel Cooperativa Agroindustrial, a feira é um espaço de difusão de novas tecnologias para o aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais, trazendo o que há de mais moderno em termos de máquinas, equipamentos e técnicas de utilização sustentável do solo. (Jornal do Comércio)

 

 
Três grupos de consumidores impulsionam a demanda por proteína de soro

As exportações de soro de leite dos EUA estão altas e alguns fornecedores ampliam as fábricas para atender a demanda global por mais proteína. As exportações de soro de leite dos EUA aumentaram graças, em parte, a três grupos de consumidores ansiosos por mais energia procedente das proteínas. O último relatório mensal de dados comerciais do Conselho de Exportação dos Estados Unidos (USDEC) documentou o aumento nas exportações de soro de leite. No segundo semestre de 2016 até novembro, as exportações totais de soro subiram 32% em relação ao mesmo período em 2015, com um ganho de 47% somente em novembro, escreveu Al Levitt, do USDEC. "Mais da metade das vendas de novembro foram para a China, que registrou um novo recorde de 24.130 toneladas, 147% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior. Cerca de 15.000 toneladas desse volume foram de proteína concentrada do soro de leite, também um recorde. Enquanto isso, as vendas para o Sudeste da Ásia subiram 63% ano a ano." O USDEC projeta que o comércio global de soro de leite crescerá 4,6% ao ano até 2021, o que deverá gerar mais de 400.000 toneladas de vendas adicionais de soro em 2021 em comparação a 2016. Apoia esse otimismo a crescente demanda pelas proteínas concentrada e isolada de soro de leite para atender as necessidades nutricionais dos consumidores. É um componente fundamental, e constitui a base para a discussão a seguir. 

Três grupos demográficos impulsionam a demanda global
Kristi Saitama, vice-presidente de ingredientes de marketing para exportação do USDEC, vê três grupos demográficos impulsionando a demanda global, cada um apresentando oportunidades de exportação em mercados identificáveis.

Esses grupos são:
1. Adultos e idosos conscientes da saúde. Em países como o Japão, a Coreia do Sul e a Costa Leste da China (incluindo as cidades de Pequim, Xangai e Cantão), há oportunidades de crescimento para alimentos e bebidas convencionais para saúde e bem-estar, e alimentos e bebidas com proteínas de soro de leite para um envelhecimento saudável. Nota-se que os Estados Unidos também se enquadram nesta categoria. De acordo com projeções das Nações Unidas, o número de pessoas com mais de 65 em todo o mundo triplicará de 530 milhões em 2010 para mais de 1,5 bilhões em 2050. Esta é uma oportunidade para a proteína de soro de leite, porque pode reduzir o risco de sarcopenia, a perda da massa muscular e da força relacionada a idade. 

2. Bebês e crianças. Em países como a China, Vietnã e Arábia Saudita, há potencial de crescimento para o uso de proteína de soro de leite em fórmulas de nutrição infantil. Cingapura também é incluída porque serve como uma base de produção para produtos de nutrição infantil para o Sudeste Asiático. Enquanto a amamentação continua a ser o método preferido de alimentação infantil, a proteína láctea pode desempenhar um papel importante na imagem global da nutrição infantil. 
3. Entusiastas fitness de classe média. Há oportunidades em países com uma classe média em ascensão, onde o mercado de nutrição esportiva é relativamente pequeno agora, mas pronto para decolar. Na China, no Sudeste Asiático e nas nações do Conselho de Cooperação do Golfo no Oriente Médio, há potencial para a nutrição de proteínas de soro de leite em pó e produtos para energia/nutrição para consumidores esportistas/fitness. Os benefícios da proteína de soro de leite para os atletas são bem documentados.

Alguns exportadores de produtos lácteos dos EUA apostam no soro de leite para expandir fábricas e construir outras. A Hilmar Cheese Company de Hilmar, Califórnia, é a maior fábrica de soro de leite e queijo do mundo, aponta Gwen Bargetzi, diretor de comunicações de marketing. E a fábrica de Dalhart, Texas, está quase atingindo a capacidade de produção da planta de Hilmar. A mais recente ampliação, a fábrica de leite em pó em Turlock, Califórnia, "contribuiu para fortalecer nosso posicionamento no mercado global de soro de leite, permitindo-nos oferecer portfólio de produtos lácteos para grandes clientes", acrescenta. "Nossa linha de produtos inclui proteínas de soro de leite concentradas projetadas para as bebidas UHT que ajudam os mercados emergentes a se familiarizarem com o soro de leite. Também oferecemos frações de ponta como a lactoferrina e alfa-lactalbumina para fórmulas infantis especiais na China, e proteínas isoladas de soro de leito tão populares entre atletas de elite que já estão se preparando para as próximas Olimpíadas", disse Bargetzi. "Estamos entusiasmados com a oportunidade de crescimento global para proteína de soro de leite", acrescenta. "As pessoas não veem o soro de leite como uma fonte barata de proteína, eles veem como um alimento eficiente. Essa é uma excelente oportunidade para ofertarmos proteínas de soro de leite tanto para alimentos funcionais, como complementos nutricionais." 

Swiss Valley Farms, eleito o Exportador do Ano 2016 pela revista Dairy Foods, está também otimista. O crescimento no mercado de soro de leite foi uma das razões pelas quais a Swiss Valley expandiu sua unidade de produção de queijos em Luana, Iowa, em 49 mil pés quadrados, [4.550 metros quadrados], ao custo de US$20,6 milhões. A fábrica produzirá mais queijo, aumentando significativamente o soro disponível para ser exportado e vendido no mercado interno, diz o CEO da Swiss Valley, Chris Hoeger.

"Os consumidores estão utilizando a proteína em pó como fonte proteica de alta qualidade adicionada facilmente aos produtos", disse Kara McDonald, vice-presidente de comunicações globais de marketing do USDEC. "Na verdade, 60% dos consumidores procuram lanches energéticos fáceis. Usam a proteína do leite em lanches, como bebidas esportivas, smoothies e barras que promovem consumo de proteína durante todo o dia. As proteínas lácteas também podem ser adicionadas a sopas e assados." O interesse crescente na proteína do soro de leite pode ser visto na popularidade de receitas online, tanto no mercado doméstico como no mercado global. Considere, por exemplo,  os cookies de proteína de morango e o sorvete de proteína.

Em todo o mundo, as pessoas estão encontrando várias maneiras de usar a proteína de soro de leite. Conforme relatado no Dairy Spotlight do USDEC, o número de lançamentos de novos produtos com proteína de soro de leite rastreados globalmente aumentou para cerca de 6.000 em 2015, de acordo com a Innova Market Insights. E o ritmo dos lançamentos está acelerando, a uma taxa composta de 34% de crescimento anual entre 2010 e 2015, em comparação com 6% entre 2005 e 2009. A concorrência global está disposta a aproveitar essas tendências. Mas os exportadores de produtos lácteos dos EUA estão se posicionando para atender à crescente demanda mundial. (USDEC - Tradução Livre: Terra Viva)

Rótulos/Itália 

Foi publicado no Diário Oficial da Itália o decreto que regulamenta rotulagem da origem do leite e produtos lácteos. O decreto entrará em vitor no próximo dia 19 de abril. Outros países como França e Portugal também receberam a aprovação da Comissão Europeia para a publicação de normas similares. 

A Itália, ao que parece, não recebeu aprovação explícita, mas, publicou seu decreto sem sofrer censura e Comissão Europeia, cujo projeto foi encaminhado há três meses atrás. O decreto italiano afeta não somente o leite de vaca, mas também de ovelha, cabra, búfala, e outros animais. O decreto estabelece que o leite e os produtos lácteos devem indicar obrigatoriamente no rótulo, claramente visível, e com fácil leitura, a origem da matéria-prima. Os termos a serem utilizados são os seguintes:
a)"País de ordenha: nome do país no qual o leite foi ordenhado".
b)"País de embalagem ou processamento: nome do país onde o produto foi embalado ou processado".

Quando o leite, ou o leite utilizado como ingrediente nos produtos lácteos, tiver sido ordenhado, embalado e processado no mesmo país, a indicação da origem pode ser uma só palavra: por exemplo, "LEITE DE ORIGEM: Itália". Se as fases de processamento e envase ocorrerem em território de vários países, com exceção da Itália, se pode utilizar, em função da origem, as seguintes indicações:
       - leite de países da UE: Se a ordenha ocorreu em um dos outros países europeus;
       - leite embalado ou processado em países da UE: se as etapas ocorrerem em mais de um país europeu.

Se os processo forem realizados fora da União Europeia, serão utilizadas as palavras "países fora da UE". Ficam excluídos do decreto, os produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP), ou Indicação Geográfica Protegida (IGP). (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)
  

FATOR JOVEM NAS COMPRAS
A chegada dos jovens ao comando das propriedades rurais e a profissionalização do agricultor estão tendo impacto direto sobre as vendas de equipamentos de irrigação da Fockink. Acostumado ao uso da internet, esse público quer tecnologia também na hora do cultivo. - Aumentou muito a quantidade de equipamentos vendidos com telemetria e automação. Hoje, o produtor já quer fazer o controle à distância - afirma Siegfried Kwast, diretor-superintendente da Fockink. E essa percepção se traduz em números. Em cinco anos, as vendas desse tipo de equipamento passaram de fatia de 1% para 40% do total da empresa. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 08 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.439

 

  Recém-criado o Conselho Empresarial Brasil-¬Argentina 

O presidente Mauricio Macri mal havia terminado o almoço em sua homenagem no Palácio do Itamaraty ¬ bacalhau com crosta de broa, linguiça e azeitonas como principal e batatas ao murro de acompanhamento ¬ quando avistou um conhecido dos seus tempos de prefeito de Buenos Aires. "Ei, Ricardo, não vai faltar cimento na Argentina, vai?", questionou. O alvo da brincadeira era Ricardo Lima, presidente da Intercement, que chefiou durante anos a Loma Negra na década passada. Controlada pela brasileira Camargo Corrêa, a empresa é líder no mercado local de cimento e uma das marcas mais fortes do país vizinho. Lima, que deixou o comando da Loma Negra em 2010, circula com desenvoltura nos meios políticos e empresariais da Argentina. Essa experiência o tornou a escolha ideal do setor privado para presidir a seção brasileira do recém¬criado Conselho Empresarial Brasil-¬Argentina, o Sembrar, que inicia suas atividades neste semestre.

A ideia é ocupar o vazio deixado pelo Grupo Brasil, que reunia companhias brasileiras com negócios no sócio do Mercosul e perdeu sua relevância nos últimos anos. Agora, tal como o Conselho Empresarial Brasil¬-Estados Unidos (Cebeu), o Sembrar juntará a iniciativa privada dos dois lados para aproximar posições em temas como comércio e investimentos. Lima já tem viagem prevista nas próximas semanas para definir com o presidente da União Industrial Argentina (UIA), Adrián Kauffmann, as prioridades do novo conselho. A expectativa é fazer uma primeira reunião plenária em meados do ano, com empresários de ambos os países, em Buenos Aires. Não apenas companhias, mas federações estaduais e associações empresariais, devem fazer parte do Sembrar. 

O agronegócio também vai ter representantes. "As coisas mudaram de maneira positiva de um ano e meio para cá", diz a gerente de política comercial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Constanza Negri. Sinal disso é o estancamento na queda de participação de produtos brasileiros no total das importações argentinas. O Brasil vinha perdendo espaço no mercado de manufaturados para a China. De 2014 para 2016, a participação subiu de 22% para 25%, segundo a consultoria Abeceb. Em pesquisa com multinacionais, a CNI detectou nove medidas desejadas pelo setor privado para aumentar os negócios na Argentina. A celebração de um acordo de investimentos, a ampliação do acordo para evitar a bitributação e a restituição ágil de créditos fiscais do IVA no país vizinho são os pontos mais mencionados. (Valor Econômico)

 

 
USDA: lucro líquido do setor agropecuário nos EUA deve cair 8,7% em 2017

O lucro do setor que engloba lavouras e a produção pecuária nos Estados Unidos deve recuar 8,7% em 2017, o quarto ano consecutivo de queda, de acordo com estimativa do Departamento de Agricultura do país (USDA). O lucro líquido deve somar US$ 62,3 bilhões em 2017, metade do recorde de US$ 123 bilhões registrado em 2013.

A estimativa evidencia a desaceleração cada vez mais acentuada da economia agrícola, resultado de quatro anos de safras volumosas de milho e soja. No ano passado, produtores nos EUA colheram volumes recorde dos dois grãos: 15,2 bilhões de bushels (386 milhões de toneladas) de milho e 4,3 bilhões de bushels (117 milhões de t) de soja.

A receita com lavouras deve diminuir 0,5% ante 2016, refletindo a queda dos preços de importantes commodities, com exceção da soja e do algodão, disse o USDA. Os futuros de soja acumulam ganho de quase 4% em 2017, com a forte demanda externa pelo grão produzido nos EUA. Já as receitas com trigo devem cair mais de 16% no ano, com preços mais baixos e fraca demanda. Já a receita da pecuária deve aumentar levemente em 2017, com a melhora dos preços de lácteos e de ovos. Segundo o governo, preços de carne vermelha e de peru devem recuar, enquanto os de carne de frango devem se manter estáveis.  (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas no jornal O Estado de São Paulo)

 
Preços/UE

A LTO acaba de publicar o preço médio do leite na União Europeia (UE), recebido pelos produtores em dezembro passado. Este preço subiu para 32,09 €/100 kg, [R$ 1,10/litro], o que representa incremento de 1,23 €/100 kg quando comparado com o mês anterior e 2,91 €/100 kg em comparação com dezembro de 2015 (+10%). Uma vez encerrado dezembro, a LTO calculou o preço médio na UE em 2016, chegando a 27,91 €/100 kg, [R$ 0,96/litro], o que representa 2,77 €/100 kg menos que em 2015 (-9%). Este preço de 2016 é o mais baixo registrado nos últimos 7 anos. Além de baixo, o preço do leite em 2016 foi caracterizado por elevada volatilidade. Os preços chegaram a níveis baixíssimos no verão para voltarem a crescer no final do ano. 

Também foi observado que quanto maior o preço pago por uma empresa, menor a volatilidade. Assim por exemplo, as empresas que registraram os maiores preços médios em 2016, como a italiana Granarolo (36,83 €/100 kg, [R$ 1,26/litro]), a finlandesa Valio (34,53 €/100 kg, [R$ 1,18/litro]), a francesa Danone (31,57 €/100 kg, [R$1,08/litro], em Pas de Calais) e a também francesa Sodiaal (30,29 €/100 kg, [R$ 1,04/litro], em Pas de Calais), foram as que menos apresentaram volatilidade durante o ano. 

Por outro lado, os preços pagos pela alemã DMK (fusão das cooperativas Humana e Nordmilch) e a holandesa (DOC Kass, filial da DMK) não somente registraram os menores valores, como também foram as que apresentaram maior variação. Os preços médios em 2016 foram 24,21 €/100 kg, [R$ 0,83/litro], e 23,96 €/100 kg, [R$ 0,82/litro], respectivamente. Também as duas empresas foram as que pagaram o menor valor no meio do ano 20,25 €/100 kg, [R$ 0,69/litro] e em dezembro o preço chegou a 30 €/100 kg, [R$ 1,03/litro], ou seja, uma volatilidade de quase 10 €/100 kg. (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)

Uruguai 

Para todos os produtores do mundo 2016 foi um ano mais que difícil. A produção caiu em quase todas as partes. Os chineses não compravam fazendo uso de seus estoques. Brasileiros e venezuelanos não comprava, ou não pagavam no caso da Venezuela, pressionados pela crise em suas economias. 

No caso do Uruguai a queda foi grave. A indústria captou 1.773 milhões de litros no ano passado. Um desempenho de destaque se for levado em consideração os poucos hectares utilizados pelo setor leiteiro Uruguai. Mas, foram 1.974 milhões de litros em 2015, e mais de 2.000 milhões em 2013 e 2014. Pode se dizer que 2016 foi um pesadelo nos oito primeiros meses. Os preços não paravam de cair e no Uruguai o excesso de chuvas tornava quase impossível as pastagens, aumentando custos e problemas sanitários. Mas, além do efeito climático, a profunda queda de mais de 10% é mais grave, pelo terceiro ano consecutivo de queda na produção. E a aguda redução afeta o faturamento das fazendas, porque o preço pago também foi menor. 

Dessa forma o faturamento caiu 13% em dólares, e baixo também, nominalmente, em pesos. Os produtores que faturaram US$ 840 milhões por sua produção de leite em 2013 e US$ 850 milhões em 2014, aterrissaram em US$ 500 milhões no ano passado. Uma parte suportou apertando o cinto, outra se converteu em dívida necessária para continuar funcionando. E quando a recuperação começou, subiu a luz elétrica e o diesel, significando outro golpe. A venda de queijos a preços altos para a Venezuela acabou entrando em colapso e as incertezas no Brasil no início de 2016 gerou dúvidas em relação ao leite em pó e os queijos uruguaios, que poderiam vir a engrossar os elevados estoques. O setor começa 2017 com perspectivas melhores, mas, como uma caravela depois de uma tempestade. Velas rotas e precisando de financiamento para melhorar as estruturas e recuperar a produção, que por enquanto segue com muita cautela. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

Produção/UE

A captação de leite nos países da União Europeia (UE) caiu 3,7% interanual em novembro passado, constituindo o sexto mês consecutivo de queda, segundo o último boletim do Observatório do Mercado Lácteo da UE. Em termos absolutos, as indústrias do bloco receberam 440 mil toneladas menos que em novembro de 2015. Nos primeiros 11 meses de 2016 a captação caiu 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No último trimestre de 2016, a Comissão Europeia aprovou um plano de incentivos para reduzir a oferta de leite, estabelecendo bonificações para os produtores que reduzissem o volume. A isso se somaram as compras de intervenção de leite em pó desnatado para evitar maior queda nos preços do leite. (Fonte: Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva )

 

Preço mínimo
Pequenos e médios produtores de leite no Brasil poderão ser beneficiados com a garantia de preço mínimo. É o que estabelece um projeto aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA). O projeto em discussão no Senado (PLC 215/2015) autoriza o governo federal a incluir o leite na Política de Garantia de Preços Mínimos. Isto ajudaria pequenos e médios produtores em várias regiões do país, especialmente nos períodos de safra, quando o valor do produto normalmente sofre uma queda acentuada. A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), relatora do projeto, já estava diretamente envolvida com a questão desde que era ministra da Agricultura. (Reportagem de Floriano Filho, da Rádio Senado)
 

Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.438

 

  Secretaria da Agricultura esclarece dúvidas sobre a Lei do Leite
 
Os principais laticínios que operam no Rio Grande do Sul reuniram-se nesta terça-feira (7/2) para debater dúvidas sobre a operacionalização da Lei do Leite. Após uma rodada de apontamentos realizada na manhã pela área técnica das empresas na sede do Sindilat, em Porto Alegre, à tarde foi a vez de esclarecer alguns dos pontos com a técnica da Secretaria da Agricultura (Seapi) Karla Oliz, que trabalha com a legislação. Ela explicou as mudanças propostas e levará para a Seapi pedidos de revisão na redação de alguns pontos da legislação.
 
As principais dúvidas referem-se ao cadastramento dos transportadores e à validação do treinamento. As empresas ainda têm dúvidas sobre como proceder no caso de avarias nos caminhões uma vez que o transvase (troca de leite de um tanque para outro) só está autorizado dentro de regras e locais específicos. Nesses casos, explicou Karla Oliz, o transportador deve realizar o registro da ocorrência, emitindo comunicado, de preferência, antes do transvase do leite para novo caminhão. Em caso de inviabilidade, explicou ela, os motoristas podem realizar fotos do caminhão para comprovar o ocorrido. Além disso, sempre devem ser consideradas as determinações estabelecidas pelo Serviço de Inspeção ao qual o estabelecimento esteja registrado. Karla Oliz explicou que uma reunião de alinhamento com a fiscalização já foi feita para aparar arestas e padronizar abordagens.
 
Outro ponto de polêmica foi a obrigatoriedade de as indústrias informarem aos órgãos de fiscalização sobre cargas rejeitadas no ato da coleta nas propriedades rurais. Atualmente, cargas com teste do Alizarol (teste de qualidade) fora do padrão estipulado por uma determinada indústria podem não ser coletadas, mas não precisam ser reportadas à fiscalização, o que não impede que o produto seja recolhido por outros laticínios desde que atendam aos padrões mínimos de 72% no Alizarol e temperatura de 4°C para tanque de expansão e 7°C para imersão. "Uma empresa pode ter um padrão rígido de qualidade e só aceitar cargas com Alizarol 80. O que não quer dizer que uma carga com resultado 72 não possa ser processada para outro tipo de produto ou por outra empresa", explicou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.  (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Fotos: Carolina Jardine
 

 
GDT: volume de vendas cai, mas preços do leite em pó integral e desnatado se mantêm
O leilão GDT que aconteceu nesta terça-feira (07/02), novamente não apresentou grandes variações. O preço médio dos lácteos fechou a US$3. 537/tonelada, valor 1,30% maior em relação ao leilão passado. 

O leite em pó integral fechou a US$3.314/tonelada, apenas 1% maior em relação ao anterior. Já o leite em pó desnatado seguiu estável, com variação de 0,10%, ficando com média final de US$2.608/tonelada. Já o queijo cheddar foi o produto que apresentou maior queda (-3,70%) em comparação com o último leilão, fechando a US$3.798/tonelada.

Os produtos lácteos apresentaram queda de -13% em suas vendas, quando comparado com o mesmo período do ano de 2016. No total, foram comercializadas 21.273 toneladas. A previsão é de que os preços futuros do leite em pó integral no leilão GDT fiquem em torno de US$3.320/tonelada - demonstrando estabilidade até o início do segundo semestre de 2017. (GDT/Milkpoint)

 
 
Balança comercial inicia 2017 com saldo negativo

Em janeiro, o saldo da balança comercial de lácteos teve queda de 3,7% em relação a dezembro, com um déficit de US$ 47,3 milhões. 

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto. Fonte: MDIC. 
 

Pelo segundo mês consecutivo, tanto as movimentações de importação quanto de exportação caíram. O volume exportado foi 9,8% menor quando comparado com dezembro/16 e, em termos de valores, foi 9,9% inferior. Já o volume de importações caiu 3,8% e em valores 5%. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, observa-se que o volume exportado aumentou 58%, e as importações aumentaram 126%. 

O volume exportado de leite em pó integral caiu 57%, sendo comercializadas 66 toneladas. Em relação às importações, o leite em pó integral teve queda de 10,8% no volume importado. No caso do leite em pó desnatado, o volume adquirido pelo país apresentou alta de 68,7% em relação a dezembro. 

Em relação a manteiga, o volume importado caiu 38%, totalizando 616 toneladas do produto. Quando comparado com janeiro/16, o volume importado foi 151% maior. O soro de leite continuou sendo um produto altamente adquirido, com um volume de 2,06mil toneladas, volume 3,3% maior que o mês anterior. (Elaborado pela Equipe MilkPoint, com dados do MDIC)

 
 
 
Grupo de trabalho sobre proteína animal apresenta gargalos e soluções ao governo
 
Representantes de diversas entidades do agronegócio estiveram na manhã desta quarta-feira (01/02) em reunião com representantes do governo e o presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Odacir Klein, para apresentar gargalos do setor produtivo, além de sugerir soluções. O ponto crucial abordado pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, foi o projeto de lei (PL) 214, que contingencia benefícios fiscais concedidos por meio de créditos presumidos de ICMS às empresas. O pleito é pela manutenção da medida em vigor para não impactar na competitividade dos laticínios. Fazem parte do grupo de trabalho sobre proteína animal representantes ligados ao leite, aves, suínos, bovinos e peixes.
 
Na ocasião, o dirigente fez um panorama do setor lácteo, enumerando as dificuldades e os gargalos para produtor, indústria, mercado e políticas públicas. A disponibilização de uma linha de crédito especial para pequenos produtores também está entre as demandas apresentadas. "Precisamos de algo facilitado, sem burocracia, que possa prever um limite mínimo para que o produtor tenha um oxigênio", descreveu Guerra. Para o dirigente, o ideal para garantir e fortalecer a atividade é ter um limite base de crédito pré-aprovado. Segundo dados do Sindilat, 30% dos produtores são responsáveis pela produção de 70% do leite captado no Estado, dado que demonstra a importância dos pequenos produtores. Guerra ainda citou a necessidade de implementação da Lei do Leite e formação de banco de dados sobre o setor subsidiar o aprimoramento de políticas públicas.
 
Este foi o primeiro de uma série de encontros que serão realizados no primeiro semestre de 2017. O objetivo é contribuir com a elaboração e o aprimoramento de políticas públicas que fomentem as atividades no Estado. Também participaram da reunião o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fábio Branco, o secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, e o coordenador das Câmaras Setoriais da Secretaria da Agricultura, Rodrigo Rizzo. 

Principais sugestões:

1. Manutenção dos créditos presumidos de forma isonômica (PL 214/2015).
2. Matriz tributária de incentivo nos produtos lácteos e de valor agregado para ampliação do mix e de novos produtos. 
3. Programa de incentivo à produção de Leite (Assistência técnica mediante Créditos Fiscais)
4. Carência na aplicabilidade das exigências das NRs nas indústrias.
5. Isonomia fiscal (competividade - guerra fiscal)
6. Convênio entre estado e municípios para melhoria dos acessos às propriedades. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Blairo Maggi diz que o Riispoa está sendo reformulado
O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), anunciou nesta segunda-feira (6) ter enviado à Casa Civil da Presidência da República sugestões de mudanças no Riispoa que facilitarão a vida dos produtores rurais. O Riispoa (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal) prevê normas de inspeção industrial e sanitária de recebimento, manipulação, transformação, elaboração e preparo de produtos. Maggi participou, em São Paulo, de reunião comemorativa de 10 anos do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), órgão técnico da Fiesp, que teve a presença de Paulo Skaf, e do presidente do conselho, Jacyr Costa. No encontro, em que tratou do Riispoa, o ministro defendeu o programa Agro+, programa de desburocratização do setor, lançado no ano passado pelo Mapa, e que terá uma versão local no estado a partir do dia 20 deste mês. (As informações são do Mapa)
 

Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.437

 

Governo da Índia anuncia fundo para o setor leiteiro

O setor de cooperativas lácteas da Índia está animado com o anúncio de um fundo de Rs 80 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em três anos para o setor leiteiro. Isso deverá ajudar a instalar plantas de processamento para 50 milhões de litros de leite por dia.

Isso foi demandado pelo do setor de lácteos, já que a infraestrutura existente se tornou obsoleta. "O setor cooperativo não tinha fundos para investir. A infraestrutura criada durante o movimento da Operation Flood tinha 30 a 40 anos de idade", disse RS Sodhi, diretor-gerente da Gujarat Cooperative Milk Marketing Federation (GCMMF).

O Orçamento da União anunciou a criação do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura da Indústria de Lácteos, de Rs 80 bilhões (US$ 1,18 bilhão) nos próximos três anos com o Banco Nacional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Nabard). No primeiro ano, o governo anunciou que daria Rs 20 bilhões (US$ 295,97 milhões) para a criação do fundo.

De acordo com Sodhi, este é um investimento enorme e ajudará a criar uma renda rural adicional. "Terá um efeito multiplicador na economia rural e no setor de lácteos". O setor cooperativo comanda uma grande participação na indústria de lácteos do país. 

Em 03/02/17 - 1 Rúpia Indiana = US$ 0,01480
67,4226 Rúpia Indiana = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (As informações são do The Economic Times, traduzidas pela Equipe MilkPoint)  

 

 
Glúten, lactose e outras modas

Nunca houve tantos modismos na dieta. Dieta sem glúten, sem lactose, sem gordura, sem carboidratos, sem nada que venha dos animais e até dietas sem alimentos que contenham DNA (pedras, talvez).

A história de nossos antepassados é a da miséria. Dos 6 milhões de anos de nossa espécie, pelo menos 99,9% do tempo caçávamos, pescávamos, coletávamos frutos e raízes e disputávamos carcaças de animais com outros carnívoros famintos.

Há insignificantes 10 mil anos, o surgimento da agricultura criou a oportunidade de abandonarmos a vida nômade e armazenarmos víveres para a época das vacas magras.

Ainda assim, as epidemias de fome e a desnutrição chegaram até os dias atuais. Na metade do século passado havia fome coletiva na França, Inglaterra, Alemanha e demais países da Europa deflagrada.

Comida farta só chegou à mesa de grandes massas populacionais depois da Segunda Guerra Mundial, graças à mecanização e aos avanços da agricultura e da tecnologia de conservação de alimentos. Hoje, um brasileiro de classe média tem acesso a refeições mais variadas e nutritivas do que as dos nobres nos castelos medievais.

A fartura trouxe o exagero. Um cérebro com circuitos de neurônios moldados em tempos de penúria não desenvolveu mecanismos de saciedade, capazes de frear os impulsos viscerais despertados pela fome, antes de nos empanturrarmos até passar mal de tanto comer.

Essencial à sobrevivência quando precisávamos acumular reservas para os longos períodos de jejum que se sucediam, essa estratégia se voltou contra nós.

Ao mesmo tempo, vão distantes os dias em que gastávamos energia para alimentar a família. Pela primeira vez na história da humanidade, desfrutamos o privilégio de ganhar o sustento sentados em cadeiras confortáveis. A um toque de celular o disque-pizza nos entrega 5.000 calorias à porta, sem sairmos do sofá.

Fartura e sedentarismo, gula e preguiça, criaram as raízes da epidemia de obesidade que assola o mundo. Novembro de 2016 foi o primeiro mês dos tempos modernos em que a expectativa de vida diminuiu em relação à do mês anterior, nos Estados Unidos. Seguimos pelo mesmo caminho. A continuar nesse passo, a obesidade e a vida sedentária farão nossos filhos viverem menos do que nós.

Sem disposição nem coragem para encarar a realidade de que comemos mais do que o necessário e andamos menos do que deveríamos, procuramos uma saída mágica que nos mantenha saudáveis.

Inventamos teorias mirabolantes que a internet divulga com tal velocidade que se transformam em ideologias com manadas de defensores ardorosos: carne é veneno, nenhum animal adulto toma leite, glúten engorda e incha, suco de berinjela reduz colesterol, e tantas outras.

É desperdício de tempo e risco de perder amigos questionar essas crenças. Não adianta dizer que nossos antepassados não teriam sobrevivido não fosse a carne, que alimentos com glúten costumam conter carboidratos simples com índices glicêmicos elevados, que a coitada da berinjela jamais teve a pretensão de proteger alguém contra o ataque cardíaco e que onças adultas não tomam leite pela mesma razão que não bebem chope nem água encanada.

Para confundir ainda mais, estudos com resultados que exigiriam interpretações estatísticas cautelosas e confirmação em pesquisas mais elaboradas ganham destaque nas mídias como se apresentassem conclusões definitivas. Num dia, o ovo é uma bomba de colesterol prestes a explodir as coronárias; no outro, asseguram que tem alto valor nutritivo. A carne de porco que já foi a mãe de todos os males está reabilitada, a de boi enfrenta suspeitas.

A confusão acontece porque esses estudos costumam ser observacionais. Neles, são analisadas as características dietéticas de uma população e as enfermidades que a afligem. Em ciência, publicações desse tipo são consideradas apenas geradoras de hipóteses. Para confirmá-las são fundamentais os estudos prospectivos, randomizados, muito mais complexos, dispendiosos e demorados.

Perdido na selva de informações desencontradas, o que você deve fazer, leitor? Coma frutas, saladas e verduras com liberalidade; do resto, de tudo um pouco. Procure comer o que sua avó considerava comida. (Por Drauzio Varella, médico cancerologista, dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer. Um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil e do trabalho em prisões / Folha de São Paulo / Milkpoint)

 
 
RS: oficina sobre produtos lácteos é realizada em Serafina Corrêa

Serafina Corrêa/RS
A fim de foi mostrar para os agricultores, de forma prática, as etapas e os cuidados necessários na fabricação de diferentes tipos de queijo e iogurte, a Emater/RS-Ascar de Serafina Corrêa promoveu, na última quarta-feira (01), uma Oficina sobre Produtos Lácteos, ministrada pelo médico veterinário e assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, João Carlos Santos da Luz.

A atividade, que aconteceu na Sede dos Conselhos do município, destinou-se aos produtores de leite que participam do projeto federal da Chamada Pública do Leite, mas também foi aberta a outros agricultores do município, contando com a participação de 19 pessoas. (Emater/RS)

Uruguai pretende aumentar exportação de alimentos para Rússia

Os produtores do Uruguai estão preparados para aumentar os fornecimentos de soja, queijo, arroz e carne de carneiro para a Rússia. A informação foi dada pelo ministro da Agricultura uruguaio, Tabare Aguerre, em entrevista à agência TASS.

"Estamos definitivamente prontos para exportar mais soja, arroz, certos tipos de queijo e manteiga, embora a Rússia já seja um dos principais consumidores desses produtos. Os produtores estão prontos para entregar carne de carneiro também, um mercado em que ainda não entramos na Rússia", disse Aguerre.

O ano de 2016 foi "muito bem sucedido", segundo o ministro, nas exportações de produtos lácteos e cítricos à Rússia. "Os fornecimentos de carne foram menores do que em 2011 e 2012, quando a Rússia respondia por quase 30% da exportação de carne bovina do Uruguai. Mas o mercado russo continua potencialmente importante para nós", acrescentou Aguerre.

"Os suprimentos de carne dependem em grande parte do poder aquisitivo da população e preços no mercado russo e do crescimento da produção interna de carne bovina, o que foi registrado na Rússia no ano passado", continuou o ministro. Os produtores do Uruguai não têm dificuldades para entrar no mercado russo, uma vez que "os serviços fitossanitários de ambos países estabeleceram bons contatos, possibilitando a resolução rápida dos problemas emergentes", disse Aguerre.

Uma delegação composta pelo presidente do Uruguai, Tabare Vazquez, e um grupo de empresários visitará a Rússia, a Alemanha e a Finlândia entre os dias 7 a 17 de fevereiro. O objeto das reuniões é discutir questões de comércio e investimentos. (As informações são da Gazeta Russa/Milkpoint)

 

PREÇOS MAIORES NO ÍNDICE DA FAO
O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) fechou em janeiro com o maior nível em quase dois anos: 173,8 pontos, alta de 16,4 pontos na comparação com igual mês de 2016. Os valores de cereais também cresceram, 3,4 pontos, chegando ao maior nível em seis meses, com aumento em trigo, milho e arroz. Os mercados de trigo reagiram a condições climáticas desfavoráveis e a uma área plantada menor nos EUA, enquanto os preços mais altos de milho refletiram forte demanda e perspectiva incerta para a safra da América do Sul. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 03 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.436

 

  Menor oferta de leite limitou queda dos preços ao produtor em janeiro

A redução da oferta de leite em algumas regiões do país fez os preços da matéria-¬prima ao produtor brasileiro ficarem praticamente estáveis em janeiro, diferentemente do que costuma ocorrer nessa época do ano. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço médio do leite ¬ que foi entregue aos laticínios em dezembro passado ¬ teve ligeira queda de 0,2% sobre o mês anterior, e ficou em R$ 1,102 por litro. Acompanhamento do Cepea/Esalq também mostrou leve recuo, de 0,15%, no preço médio no mês, para R$ 1,1885 por litro. Entre as bacias leiteiras onde a produção diminuiu estão o Sul do país ¬ um movimento já esperado. Mas também houve queda no Sudeste, onde normalmente o auge da produção acontece em janeiro. "Este ano, o pico foi em dezembro", explicou Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria. 
 
O Índice Scot de Captação de Leite mostra que a produção da matéria-¬prima, na média nacional, caiu 0,1% em dezembro em relação a novembro e 0,6% em janeiro na comparação com o mês anterior. Além da menor oferta no Sudeste ¬ que ainda reflete problemas climáticos em algumas regiões e o menor investimento em alimentação do rebanho ¬, a reposição de estoques de leite longa vida no fim do ano pelo varejo também contribuiu para segurar os preços da matéria¬prima. Segundo o levantamento da Scot Consultoria, o preço médio do longa vida no atacado paulista em janeiro subiu para R$ 2,42 o litro ¬ em dezembro, havia ficado em R$ 2,38. A expectativa, agora, é de que a produção de leite siga em queda no país até junho, o que deve manter os preços ao produtor firmes, de acordo com Ribeiro. No curto prazo, a expectativa é de que uma melhora na demanda ¬ que esteve minguada durante o período de férias ¬ também contribua para deixar os preços mais firmes. A pesquisa da Scot, que é feita com mais de 140 laticínios em 17 Estados, indica que os preços ao produtor do país devem seguir estáveis no pagamento deste mês. Essa é avaliação de 50% dos ouvidos. Outros 26% falam em alta da matériaprima e 24% acreditam em queda das cotações. (Valor Econômico)
 

Mapa: secretário viaja à Rússia para intensificar negociações e participar de feira agropecuária
 
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, embarca nesta quarta-feira (1°) para a Rússia, onde participa de mais uma rodada de negociação para ampliar o comércio entre os dois países. O primeiro compromisso será na sexta-feira (3), quando Novacki se reunirá com o vice-ministro de Agricultura da Rússia, Evgeny Gromyko.

No mesmo dia, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Eduardo Rangel, mantém encontro com o chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) da Rússia, Sergey Dankvert, para discutir sobre a legislação dos dois países.

 
No dia seguinte, os representantes do Mapa participarão da Prod Export, maior feira de produtos agropecuários da Rússia. No evento, o secretário-executivo fará uma apresentação sobre a qualidade dos produtos brasileiros, e Rangel falará sobre as garantias fitossanitárias do país.

A Rússia é um país com quase 150 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de U$ 1,3 trilhão. De acordo com dados do Mapa, o agronegócio representa 92% do total das exportações para o país asiático. Em 2015, as carnes - bovina, suína e aves - somaram 60% do total das exportações do setor para os russos. 

 
Essa será a segunda visita do secretário-executivo do Mapa à Rússia em um período de quatro meses. A primeira foi em outubro do ano passado, quando Novacki negociou a ampliação do número de plantas frigoríficas autorizadas a exportar carnes para aquele país.

Na oportunidade, Novacki ainda discutiu com os russos a abertura do mercado para mel, frutas, ovos, lácteos e rações para animais de pequeno porte (pets). Por sua vez, os russos pretendem aumentar as exportações de pescados e trigo para o Brasil. (As informações são do Mapa)

Leite em pó/MG

Além da tendência de recuperação dos preços no mercado interno, a alta na cotação do leite em pó no exterior pode contribuir para que Minas Gerais retome as exportações do produto e mantenha a oferta ajustada à demanda. 

Em janeiro, de acordo com o analista de agronegócios da Faemg, Wallisson Lara Fonseca, foi verificado incremento de 68,1% nos preços do leite em pó, na comparação com igual período do ano passado, com a tonelada negociada a US$ 3,2 mil. "Com os preços atuais do mercado externo e a taxa cambial em torno de R$ 3,20, as exportações são favorecidas. Este mesmo cenário torna a importação de leite inviável, o que também é positivo para a cadeia produtiva". A expectativa de consumo bem ajustado à demanda também foi sentida no mercado spot (negociação entre as empresas). Nas últimas quinzenas foi verificada alta de 4% nos preços do leite, que foi negociado a R$ 1,36. "O preço praticado no mercado spot mostra a tendência de valorização, que deve chegar aos produtores".

Consumidor 

Mesmo com a expectativa de alta, os preços do leite para os consumidores não devem atingir patamares tão elevados como os registrados em 2016. Fonseca explica que as empresas já começaram a recompor os estoques. "Em 2016, o preço do leite para o consumidor chegou a um patamar nunca atingido, o que em período de crise econômica e desemprego em alta, provocou queda na demanda pelos lácteos. A retração não é positiva para nenhum segmento da cadeia produtiva. Por isso, as empresas do varejo estão investindo na recomposição dos estoques de leite longa vida, para que, no momento da entressafra, não tenha desequilíbrio como ocorreu em 2016". (Diário do Comércio)

Fonterra

A gigante de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, entrou para o mercado de mussarela no Brasil com o individual Quick Frozen (IQF). Desembarcou na pizzaria mais antiga de São Paulo, a Cantina Castelões. O gerente de serviços de alimentos da Fonterra, o brasileiro Hugo Melo, disse que o potencial do mercado é enorme. Ele disse que a mussarela IQF economizará o tempo dos pizzaiolos, dinheiro, custos da mão de obra e reduzirá o desperdício.

Nova fábrica
A Fonterra anunciou recentemente que está investindo NZ$240 milhões em uma nova fábrica para atender à crescente demanda - o maior investimento em serviços de alimentação na história da indústria de lácteos da Nova Zelândia. Isso permitirá que a empresa dobre a capacidade de produção de mussarela, que é feita em um dia, ao invés dos habituais dois a três meses dos processos convencionais. Ela será inaugurada em setembro de 2018. Uma vez concluída, a fábrica de Clandeboye da Fonterra passará a ser a maior produtora de mussarela natural no Hemisfério Sul. A mussarela IQF é resultado de uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Fonterra com apoio da Cadeia de Transformação de Valor Agregado (Transforming the Dairy Value Chain) - um programa de Parceria Público Privada (PGP) entre o Ministério da Indústria da Nova Zelândia, a Fonterra e, o DairyNZ. (Dairy Reporter - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Pacote do setor de leite da UE poderá ser prorrogado para além de 2020
Os ministros da União Europeia (UE) apoiaram a ideia de estender o pacote do setor de leite para além de 2020, destacando que ele ajuda a melhorar o posicionamento dos produtores na cadeia de alimentos. O pacote foca no fortalecimento das relações contratuais entre produtores e processadores, a fim de melhorar a fraca posição dos produtores na cadeia e permitir-lhes obter um melhor retorno do mercado. O mercado leiteiro da UE melhorou desde a pior da crise no ano passado. Os preços do leite vêm aumentando desde agosto de 2016, principalmente devido ao aumento da procura da China e dos EUA, bem como às medidas tomadas pela Comissão Europeia desde junho de 2016. Porém, algumas cooperativas agrícolas da EU pediram à Comissão e aos ministros da UE que se mantenham vigilantes, pois os mercados ainda estão frágeis, levando um tempo para que os produtores recuperem seu fluxo de caixa. O vice-presidente da Copa (uma das cooperativas), Henri Brichart, disse: "Recentemente, os produtores de leite têm sofrido muito e os contratos sob o pacote ajudam a reduzir o impacto da volatilidade do mercado, dando aos produtores alguma previsibilidade". A União Nacional dos Produtores Rurais também disse que o pacote de leite da UE deve continuar após 2020. (As informações são do https://www.farminguk.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)