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Porto Alegre, 14 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.220

 Liminar suspende desconto de contribuições ao Sistema “S” 

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional afirma, porém, que a decisão só alcança empresas do comércio do Distrito Federal e diz que já recorreu

Uma liminar do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região suspendeu o desconto de 50% das alíquotas recolhidas pelas empresas ao Sistema “S”, assim como o aumento da taxa cobrada pela Receita Federal, de 3,5% a 7%, para arrecadar essas contribuições. As alterações foram impostas, em razão da pandemia, pela Medida Provisória nº 932.

Como o pedido de liminar foi feito pelo Sesc e Senac do Distrito Federal, mas a arrecadação da taxa pela Receita Federal vai para o Tesouro Nacional e o texto da decisão judicial é genérico, empresas ficaram sem saber o que fazer no próximo dia 20, prazo para o primeiro recolhimento dos novos percentuais. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) afirma, porém, que a decisão só alcança empresas do comércio do DF e diz que já recorreu. 

"Defiro o pedido de liminar para suspender os efeitos da Medida Provisória nº 932, de 2020, editada para reduzir em 50% as alíquotas das contribuições para os serviços sociais autônomos e duplicar o valor cobrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil a título de pagamento pelo serviço de arrecadação dessas contribuições”, declara a desembargadora Ângela Maria Catão Alves na liminar.

Segundo o advogado que representa o Sesc e Senac-DF no processo, Johann Homonnai, até a sentença ser proferida, a MP não se aplica ao Sesc e ao Senac do Distrito Federal. “Alegamos desvio de finalidade, por se aproveitarem de um momento de crise, e retrocesso social pelo impacto no ano letivo das escolas do Senac”, diz.

Por nota, a PGFN afirma que a própria exposição de motivos da MP aponta que a maioria das entidades do Sistema “S” possui reservas equivalentes a vários meses de arrecadação. Portanto, a redução de receitas no período proposto pela medida provisória, não prejudicaria a prestação de serviços. 

Para o advogado Alessandro Mendes Cardoso, do escritório Rolim, Viotti & Leite Campos, o mandado de segurança foi proposto com pedido amplo, o que não seria cabível nesse tipo de ação. “Para isso, deveria ser ajuizada uma ação de controle concentrado no Supremo”, afirma. “Portanto, a decisão também não poderia suspender o efeito da MP de maneira genérica”.
Processualmente, o meio foi completamente equivocado, segundo Cristiane Costa, do Thomazinho, Monteiro, Bellangero & Jorge Advogados. Mas em relação ao mérito, ela concorda com a argumentação do Sesc e Senac-DF. “O Sistema “S” tem seus funcionários e finalidades institucionais, tudo o que fazem é fiscalizado e três meses com menos da metade do faturamento pode ser muito pesado para suas atividades”, afirma.

“Sem dúvidas, a via escolhida foi errada”, diz Luca Salvoni, especialista do Cascione Pulino Boulos Advogados. “Nossos clientes, por exemplo, não são citados na ação, mas passa a haver insegurança jurídica porque a Receita agora tem em mãos uma decisão que lhe permite aplicar a alíquota cheia das contribuições”, diz. Procurada pela reportagem, a Receita Federal diz que não comenta o assunto.

Por nota, a Confederação Nacional do Comércio, que administra os Sesc e Senac do país, diz analisar se ingressará como parte interessada (amicus curiae) na ação direta de inconstitucionalidade (ADI 6373) da Confederação Nacional dos Transportes contra a MP 932. A relatoria é do ministro Ricardo Lewandowski. (Valor Econômico)

                    

Produção Trimestral/IBGE
Os primeiros resultados da produção animal no 1º trimestre de 2020 apontam que o abate de bovinos recuou 9,2%, o de suínos aumentou 5,0% e o de frangos teve alta de 4,8% na relação com o mesmo período de 2019. 

Na comparação com o 4º trimestre de 2019, o abate de bovinos e suínos caiu 10,8% e 0,2%, respectivamente, enquanto o de frangos subiu 2,5%. A aquisição de leite foi de 6,30 bilhões de litros, aumento de 1,4% na comparação anual, mas queda de 5,2% em relação ao trimestre anterior. Já a aquisição de PEças de couro pelos curtumes caiu 12,2% frente ao 1º tri de 2019 e foi 5,7% menor que a do 4° tri de 2019, somando 7,44 milhões de peças inteiras de couro. Foram produzidos 960,61 milhões de dúzias de ovos de galinha no 1º trimestre deste ano, um aumento de 3,4% na comparação anual e queda de 2,5% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.
 
 
Aquisição de leite aumenta e chega a 6,30 bilhões de litros: A aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) foi de 6,30 bilhões de litros no 1º trimestre de 2020. Essa quantidade corresponde a um aumento de 1,4% em comparação ao volume registrado no 1º trimestre do ano anterior. Já em relação ao 4º trimestre de 2019, verificou-se retração de 5,2%. (IBGE)

Emater/RS-Ascar recomenda ações no curto prazo para amenizar efeito da estiagem

Produtor de leite tem agora de enfrentar a escassez de silagem

Como se não bastasse a já esperada queda na produção de pasto, por conta do vazio forrageiro (período caracterizado pelo fim do ciclo das culturas de verão e início de cultivo das culturas de estação fria), o produtor de leite tem agora de enfrentar a escassez de silagem, devido à estiagem que prejudicou as lavouras de milho. Os dois problemas somados têm gerado preocupação no segmento produtivo que gera renda para aproximadas 51 mil famílias no Rio Grande do Sul. 
A estiagem, segundo estimativa da Emater/RS-Ascar, retirou 114,3 milhões de litros da produção estadual de leite, no período de dezembro do ano passado a março deste ano. Essa diminuição na produção resulta em menos R$ 137 milhões de reais na renda dos produtores, o que significa dizer que, durante três meses, cada família deixou de receber uma renda aproximada de R$ 2.700,00.

Em meio a este cenário, a Emater/RS-Ascar, parceira da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), recomenda aos produtores de leite ajuste no rebanho e ajuste na alimentação dos animais, duas ações que podem ser adotadas imediatamente, no curto prazo. 

Ajustes: Para ajustar o rebanho, o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Oldemar Weiller, sugere as seguintes medidas:

- descarte: sabendo que na propriedade há diferentes categorias de animais, competindo o tempo todo por espaço e comida, no momento atual o descarte de machos, mestiços e animais com limitada produção é uma alternativa a ser considerada; neste período, recomenda-se preservar somente os animais imprescindíveis para a manutenção do sistema de produção de leite: vacas jovens, novilhas prenhas, terneiras de boa qualidade e animais no terço final de gestação; outra recomendação, secar as vacas prenhas e com lactação avançada, para que se consiga reduzir seu consumo de alimentos, em benefício de animais recém paridos, que necessitam de mais alimento e que darão melhor resposta à produção;

- avaliação da disponibilidade de volumoso na propriedade (silagem, cana de açúcar, capins, pastagens perenes, fenos e palhas);

- prioridade a vacas em início de lactação no acesso ao concentrado (alimentos energéticos ou proteicos);

- não desperdiçar concentrado.

Ajuste alimentar: O ajuste na alimentação, de acordo com Weiller, pode ser feito da seguinte maneira:

- planejamento forrageiro: estimar o tempo necessário para se iniciar a utilizar as culturas de inverno e dimensionar a quantidade de matéria seca que será possível incrementar;

- aquisição de alimentos volumosos: avalizar a qualidade do produto e a viabilidade econômica da sua utilização;
- forrageiras de inverno: para diminuir o uso de concentrado e aumentar a produção de leite, forrageiras como a aveia e azevém prolongam o período de uso, podendo ser superior a seis meses, pois a aveia concentra sua produção no outono-inverno e o azevém, no inverno-primavera;

- semeadura: o momento certo de semear as forrageiras é a partir de março, em casos extremos em junho, pois umidade e baixa temperatura no solo irão reduzir o crescimento das plantas e atrasar a refeição das vacas;

- ponto de entrada e saída dos animais dos piquetes: para garantir o rebrote da pastagem, os animais devem ingressar nos piquetes quando as gramíneas anuais de inverno estiverem a uma altura aproximada de 30 centímetros; quando as gramíneas forem reduzidas a uma altura mínima de sete centímetros, é hora de retirar os animais. (Agrolink)

                     

Agricultores familiares têm novo canal para comunicar perdas de alimentos.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), anunciou nesta quarta-feira (13) um novo canal exclusivo e gratuito no WhatsApp para que agricultores familiares comuniquem o órgão federal sobre possíveis perdas de alimentos ocasionadas por problemas na comercialização em função da Covid-19. Para acessar a nova ferramenta, chamada Disque Perdas de Alimentos, basta clicar aqui ou salvar o número (61) 9873-3519 na agenda de contatos do telefone e enviar um “Oi” por mensagem no WhatsApp. O atendimento será iniciado automaticamente com o envio de perguntas essenciais para que a situação do agricultor familiar seja analisada. Segundo o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, o objetivo do canal é garantir que as informações cheguem ao órgão de forma rápida e organizada para que novas medidas sejam avaliadas. “Queremos saber e poder ajudar. Além de organizar o fluxo das comunicações sobre perdas de alimentos, este canal vai nos aproximar ainda mais dos agricultores e suas organizações, como cooperativas, agroindústrias e associações, que estão com dificuldades na comercialização dos seus produtos, permitindo um contato direto com o Mapa, que continua estudando novas medidas para auxiliar os pequenos produtores afetados pela pandemia”, diz. Informações sobre as ações adotadas pelo Mapa para garantir o abastecimento de alimentos no país e apoiar os produtores rurais neste momento de pandemia do novo coronavírus estão reunidas na página especial “Mapa Contra Coronavírus”.
 


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Porto Alegre, 13 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.219

  Pedidos de seguro-desemprego crescem 22% em abril

Maior parte dos requerentes é homem e tem ensino médio completo

Os pedidos de seguro-desemprego aumentaram 1,3% de janeiro a abril deste ano, totalizando 2,337 milhões, informou ontem o Ministério da Economia. Em abril, foram 748,5 mil solicitações, alta de 22,1% em relação ao mesmo mês em 2019.

O governo considera positivo o fato de os pedidos não haverem disparado, na esteira das medidas de contenção da pandemia. Esse é o resultado considerado positivo da flexibilização de normas trabalhistas, com a possibilidade de suspender contratos ou reduzir proporcionalmente a jornada de trabalho e os salários, ambos com complementação de renda pelo governo. Até ontem, 6,6 milhões de trabalhadores haviam tido seus empregos preservados por esses mecanismos. Até 250 mil pedidos de seguro-desemprego podem estar represados, devido ao fechamento de postos do Sine em razão das medidas de afastamento social. Neste ano, 39,3% dos requerimentos foram realizados pela internet, apontam dados do Ministério da Economia - o índice foi para 87% em abril.

“Como o trabalhador tem até 120 dias para requerer o seguro-desemprego, é possível estimar que até 250 mil pedidos ainda possam ser feitos nos meses seguintes por não terem sido realizados presencialmente nos meses de março e abril”, informou a pasta, em nota. 

Das pessoas que pediram o benefício em abril, 57% eram homens. No corte por idade, a parte mais expressiva dos benefícios foi solicitada por pessoas com 30 a 39 anos (33,1%). Por nível de escolaridade, 62,4% dos requerentes têm ensino médio completo. O setor de serviços liderou os pedidos de seguro-desemprego em abril, com 41,6% do total, ante 27,7% do comércio, 19,9% da indústria e 3,7% da agropecuária.

Os Estados que registraram o maior número de pedidos foram São Paulo (217.247), Minas Gerais (85.990) e Rio de Janeiro (58.945). Os que tiveram maior proporção de requerimentos via web foram Amazonas (98,9%), Acre (98,5%) e Rio de Janeiro (97,8%). O Ministério da Economia fez uma notificação sobre a possibilidade de obtenção do seguro-desemprego por meio digital no último dia 27. A informação foi transmitida por meio da Carteira de Trabalho Digital. Com isso, foi registrado mais de 1,5 milhão de acessos, aumento de 350% na comparação com o dia anterior. (Valor Econômico) 
                     

Milk Monitor: o aplicativo para deixar produtor e indústria na mesma página

Vivemos hoje em um mundo extremamente conectado e dinâmico, em que mudanças antes distantes, agora afetam cada vez mais nossos negócios. Neste período de pandemia, a velocidade dessas mudanças tem sido ainda maior, aumentando a importância da análise do impacto das alterações externas em nosso ambiente.

Não só para o momento que passamos, ter acesso a informações de forma ágil facilita a tomada de decisão e com isso melhoramos nossas relações comerciais e resultados.

A relação entre produtor e laticínio é um ótimo exemplo do quão prejudicial pode ser o mau aproveitamento das informações disponíveis. É comum observarmos uma notícia de relevante mudança nos preços dos produtos lácteos no início do mês, e no fim do período o cenário ser diferente, o que pode causar surpresas desagradáveis no momento de receber o valor pelo leite entregue a indústria. Caso a informação chegasse para ambos com a mesma velocidade, o produtor ampliaria a capacidade de previsão da tendência do seu preço, evitando situações indesejadas por falta de comunicação.

Com o intuito de sanar essas dores e oferecer possibilidade de ampliação de resultados para a cadeia do leite, o MilkPoint lança um novo serviço: o Milk Monitor! Um aplicativo para produtores de leite com informações de mercado exclusivas sobre leite, derivados, insumos e custos de produção, no Brasil e no mundo. Neste aplicativo, colocamos toda a nossa expertise em mercado, melhorando e o fluxo de informações de mercado aos produtores de leite.

Diariamente, são publicados conteúdos e análises sobre tendências de mercado, produção, consumo e comércio exterior, sempre com a preocupação de explicar como cada uma dessas variáveis podem afetar os resultados do negócio do produtor de leite.

Se interessou? Cadastre-se aqui para informarmos ao seu laticínio! A versão beta, já em pleno funcionamento, está sendo distribuída através dos laticínios, que veem no Milk Monitor uma oportunidade de reduzir a assimetria de informação com seu fornecedor, melhorando a coordenação de sua rede de fornecimento.

Confira se seu laticínio já está disponibilizando o serviço! Entre em contato conosco (milkpoint.mercado@agripoint.com.br / (19) 99885-9916) para mais informações. (Milkpoint)

#MilkPoint20anos: Dia do Zootecnista
O setor agropecuário vem se desenvolvendo cada vez mais em termos de qualidade e volume de produção no Brasil. Neste cenário de progresso, há uma equipe de profissionais qualificados por trás das cortinas, comprometidos com o produtor rural no planejamento de atividades para incrementar a produtividade. Dentre eles, quem merece o destaque hoje são os Zootecnistas.

Dia 13 de maio é comemorado o Dia do Zootecnista, representado pelos profissionais da produção animal, que auxiliam diariamente a atividade através dos conhecimentos em nutrição, sanidade, reprodução e melhoramento genético, priorizando o bem-estar animal e a sustentabilidade da produção. 

Nesse dia tão especial, gostaríamos de parabenizar a todos que optaram por seguir na profissão. No MilkPoint, também temos o prazer de contar com a colaboração de 3 Zootecnistas, mulheres, engajadas e apaixonadas pela pecuária leiteira, que contribuíram e continuam contribuindo com grande parte da história de sucesso dos 20 anos do nosso portal. Elas dividiram um pouco de suas experiências e deixaram um recado para os colegas de profissão:

“Nesse dia nacional do Zootecnista, queria parabenizar todos os meus colegas de profissão que se fazem presentes no dia a dia de todo brasileiro, garantindo o alimento de qualidade e com segurança! Hoje, aqui no MilkPoint, embora não tenha mais contato diretamente com o campo, eu ajudo a cadeia láctea gerando informações de qualidade sobre o mercado de leite e derivados, fomentando a produção e auxiliando nas tomadas de decisão dos profissionais da pecuária de leite. ”  Marcela Morelli, analista do MilkPoint Mercado.

“A Zootecnia é incrível! Uma baita profissão dinâmica e que carrega uma enorme responsabilidade: a produção de alimentos de origem animal. Com relação ao leite - minha paixão - atuamos de diversas maneiras e no meu caso, contribuindo com o conteúdo do MilkPoint, fico sempre de antenas ligadas para entender o que se passa do campo à indústria. Um trabalho sensacional, abrangente e de ponta para quem está no setor. Parabéns a todos os Zootecnistas e a missão honrosa de levar alimentos de qualidade para a mesa dos brasileiros! ” Raquel Rodrigues, responsável pelo conteúdo do MilkPoint.

"A Zootecnia possui um mercado de trabalho muito amplo e incrível! Eu, por exemplo, trabalho na área de marketing e ajudo as empresas do setor a atingirem os produtores de leite da melhor forma, levando os produtos e conhecimentos que eles precisam! Seja com o pé no barro ou em escritório, os Zootecnistas têm o propósito de levar alimento de qualidade para a mesa dos consumidores! Parabéns a todos!” Mariana Paganoti, diretora comercial do MilkPoint e Eventos.

Agradecemos também aos colunistas e parceiros do MilkPoint que são Zootecnistas e contribuem de alguma forma com o nosso conteúdo diário. (Milkpoint)

                     

Capim Kurumi é alternativa de pastagem permanente para produtores no RS
Desde o final do ano passado, a implantação de pastagens perenes com capim elefante anão, conhecido como Kurumi, tem sido alternativa para os pequenos produtores de leite do município de Colinas. A ideia de adotar essa variedade surgiu em setembro do ano passado, quando a Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), e a Secretaria Municipal da Agricultura passaram a incentivar os produtores para a aquisição de mudas do Kurumi, que foram adquiridas no viveiro florestal da Afubra. A extensionista da Emater/RS-Ascar, Lídia Dhein, salienta que especialmente os pequenos produtores de leite podem ser beneficiados pela implantação do capim, que tem dado ótima resposta em áreas menores. A nossa intenção será consolidar pequenas unidades didáticas para acompanhamento da cultivar, que será divulgada para outros agricultores, explica a extensionista. O que temos percebido é que, por ter porte baixo, ter crescimento vigoroso e sem pilosidade, o Kurumi tem se adaptado muito bem à região, sendo ainda um alimento ao mesmo tempo barato e nutritivo, salienta Lídia. Entre os produtores que já adotaram o Kurumi está Genir Tischer, da localidade de Linha Ano Bom, que afirma estar satisfeito com o capim por ser um pasto barato, rústico e que não necessita de muitos cuidados e nem de roçadas. Por meio da Emater/RS-Ascar, agricultores interessados podem saber mais a respeito da variedade. O nosso objetivo é que mais propriedades adotem as mudas que servirão de pastejo para as matrizes leiteiras, especialmente para os bovinocultores que possuem pequenas áreas que muitas vezes não são ocupadas ou exploradas, finaliza Lídia. (As informações são da EMATER/RS)
 
 

 

 

Porto Alegre, 12 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.218

  Governo prorroga vencimentos de parcelas de tributos federais em função da pandemia

O governo federal, por meio da Portaria 201/2020, publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (11), estabeleceu a prorrogação dos prazos de vencimentos mensais de programas de parcelamento administrados pela Receita Federal e pela Procuradoria-Geral da Fazenda. A medida foi tomada como forma de alívio financeiro às empresas em decorrência da pandemia de coronavírus. A medida não tem validade aos parcelamentos de tributos devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que trata da Lei Complementar n° 123, de 14/12/2006.

A Portaria 201/2020, assinada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, se aplica somente às  parcelas vincendas a partir da publicação desta norma, em 11/05/2020. Além disso, informa que a prorrogação dos prazos de vencimento de parcelas descritas na portaria não implica direito à restituição ou compensação de quantias eventualmente já recolhidas. 

Veja aqui como ficou a prorrogação válida até o último dia útil de cada mês: 
Parcelas vincendas em maio 2020: prorrogadas para agosto 2020
Parcelas vincendas em junho 2020: prorrogadas para outubro 2020
Parcelas vincendas em julho 2020: prorrogadas para dezembro 2020

Confira a íntegra da Portaria no DOU clicando aqui. (Imprensa Sindilat)
                      
Decisões impedem corte de energia elétrica de indústrias

Empresas em recuperação judicial também têm conseguido decisões para manutenção de serviços essenciais 

Indústrias têm conseguido decisões judiciais para evitar interrupção no fornecimento de energia elétrica e outros serviços essenciais, como água, gás e internet. A alegação é a de que passam por dificuldades financeiras em razão da crise gerada pela pandemia de covid-19.

Uma das liminares beneficia uma indústria de metais sanitários em Mogi Mirim (SP), que não poderá sofrer corte de energia elétrica pela concessionária da região, a Elektro, pelo prazo de 90 dias. O período deve ser contado desde a edição, em 24 de março, da Resolução nº 878, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A decisão é do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O pedido tem com base a norma da Aneel, que não contemplou a indústria. Só determina a impossibilidade de interrupção de serviço de distribuição de energia basicamente para residências e imóveis rurais.

No pedido, o advogado que assessora a indústria, Artur Ratc, sócio do escritório Ratc & Gueogjian Advogados, alegou que deveria ser repeitado o princípio da equidade, uma vez que empresas também estão em dificuldades financeiras. No caso, a indústria paga uma conta mensal de energia de aproximadamente R$ 200 mil. “Esse valor ajuda a pagar a folha de salários da empresa, que preferiu prestigiar o pagamento dos funcionários”, diz. Na unidade em Mogi Mirim, segundo o advogado, há cerca de 200 trabalhadores.

Além da resolução da Aneel, Ratc também argumentou que a assistência aos desamparados é um direito social, com base no artigo 6º da Constituição. “Neste momento emergencial, todos que sofrem as consequências econômicas da pandemia podem se enquadrar como desamparados”, afirma. Ele acrescenta que a suspensão da energia e a paralisação de atividades poderiam agravar ainda mais a crise financeira da empresa.

Ratc ainda pedia a postergação dos pagamentos e o diferimento do ICMS que consta nas faturas. Em primeira instância, todos os pedidos foram negados. A liminar foi concedida em agravo de instrumento (nº 2069088-96.2020.8.26. 0000), analisado pelo desembargador Gil Coelho, da 11ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP.

Para o advogado, a decisão cria um viés objetivo de princípio de preservação da empresa. “É uma forma de manter um fluxo de caixa mínimo para a empresa conseguir pagar salários e se planejar pelos próximos 90 dias”, diz.

Por nota, a Elektro informa que não foi notificada sobre a decisão liminar, “esclarecendo ainda que, como empresa regulada, atende as deliberações da Agência Nacional de Energia Elétrica”.

Empresas em recuperação judicial também têm conseguido decisões para manutenção de serviços essenciais. A Fundição Balancins, fabricante de peças automotivas, conseguiu uma decisão no processo de recuperação que suspende corte de energia elétrica, água, luz, gás e internet por conta da covid-19.

O juiz da Vara Única do Foro da Comarca de Embu-Guaçu (SP), Will Lucarelli, entendeu que, diante do quadro excepcional do coronavírus, seria o caso de acolher o pedido para a suspensão do corte desses serviços até o dia 1º de junho, sob pena de multa diária de R$ 20 mil (processo nº 1000809-97.2018.8.26.0177).

A empresa decidiu formular o pedido após ter sido notificada pela concessionária de energia elétrica que o corte seria efetuado no último dia 24. Segundo o advogado Daniel Machado Amaral, do Dasa Advogados, que assessora a empresa, a interrupção paralisaria atividades empresariais e colocaria em risco seu plano de recuperação, frustrando dezenas de credores e postos de trabalho.

O pedido teve como base a Lei de Falências e Recuperação Judicial (nº 11.101, de 2005), que trata do princípio de preservação da empresa. “Se tivesse seus serviços cortados, o prejuízo da empresa com a pandemia poderia ser ainda maior. Ela precisa estar em atividade para pagar seus credores”, afirma o advogado.

De acordo com ele, outras empresas em recuperação judicial conseguiram decisões judiciais semelhantes. Algumas, porém, tiveram pedidos negados porque os juízes responsáveis pelos processos de recuperação entenderam não ter competência para analisar o assunto. (Valor Econômico)

Auxílio emergencial pode ser mantido após pandemia, diz Costa 
Programas de apoio adotados durante a crise, como o auxílio emergencial, poderão ser mantidos mesmo após a pandemia, disse nesta segunda-feira (11) o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Da Costa, em live realizada pelo BTG Pactual. Ele informou que o governo analisa se as medidas devem ser mantidas temporárias, como foram na origem, ou se é o caso de fazer uma transição para uma nova estrutura econômica. 

“Não podemos virar a chave e desligar tudo de uma hora para outra”, disse, referindo-se ao segundo semestre deste ano. O auxílio emergencial, disse ele, é “extremamente liberal”, na linha do Imposto de Renda negativo. No entanto, ressalvou, é necessário estudar de que forma manter o programa, se for o caso. Pode ser feito um phasing out, de forma que os auxílios sejam desmontados à medida em que entrarem em operação as medidas de recuperação econômica. A perenização não deverá ficar restrita ao auxílio emergencial, segundo sinalizou. 

“Talvez alguns programas tenham vindo para ficar”, disse. Em outro momento, descreveu o “novo normal” da economia brasileira como um cenário em que há menos ônus sobre as empresas. O secretário informou que os financiamentos às microempresas poderão ser destravados esta semana, com a sanção da lei que trata do tema. O governo fará aporte de R$ 15 bilhões no FGO, do Banco do Brasil, que poderá ser alavancado para até R$ 18 bilhões. O FGO cobrirá até 85% da primeira perda das instituições financeiras que emprestarem às micro e pequenas. (Valor Econômico)
                      

Coronavírus de bovinos não é transmitido a seres humanos
Tendo em vista a confusão gerada pelo fato de o rebanho bovino poder ser acometido por um coronavírus chamado BCoV, pesquisadores do Instituto Biológico, ligado à Secretaria da Agricultura de São Paulo, esclarecem que esse vírus é diferente da covid-19 e não é transmitido para seres humanos a partir de contato com animais doentes ou do consumo de sua carne e outros subprodutos. “O BCoV traz prejuízos econômicos ao produtor, seja na pecuária de corte ou leite, por causar diarreia neonatal em bezerros e disenteria de inverno em bovinos adultos, associado em alguns casos com doenças respiratórias, segundo pesquisadores do IB. Já a Covid-19, causada pelo Sars-CoV-2, se restringe a transmissão entre humanos, embora já tenha sido identificada a presença desse agente em cães, gatos, tigres e leões, sempre associado à transmissão do homem para os animais”, informou a secretaria. “Os coronavírus animais são espécie-específicos, ou seja, cachorro acomete somente o cachorro, gato somente o gato e assim por diante. Dessa forma, os bovinos também são acometidos por coronavírus, nesse caso denominado de BCov", explica Liria Hiromi Okuda, pesquisadora do Instituto Biológico, em comunicado. Segundo Liria e a também pesquisadora Adriana Hellmeister de Campos Nogueira Romaldini, “o BCoV pertence à família Coronaviridae, gênero Alphabetacoronavirus enquanto o Sars-CoV-2, pertence ao gênero Betacoronavirus. Distribuído mundialmente, o BCoV é considerado endêmico e sua frequência é influenciada pelos sistemas de criação e tipo de exploração, sendo que os manejos intensivos propiciam maior taxa de transmissão entre os animais”. (As informações são do Valor Econômico) 
 

 

 

 

Porto Alegre, 11 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.217

  NOTA SINDILAT E APIL: Foco da indústria é manter captação, abastecimento e pagamentos em dia

Frente à pandemia de Covid-19 que impôs à indústria uma situação sem precedentes, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) vêm alertar:

- As indústrias estão concentrando seus esforços, neste momento, em manter as fábricas abertas e a captação normalizada, evitando perda de leite no campo. O foco é produzir para abastecer a população que está em casa e manter pagamentos em dia ao produtor para que os tambos e as famílias que deles dependem tenham estabilidade financeira para atravessar a quarentena.

- Sobre dados divulgados pelo Conseleite no dia 28/04 que indicaram elevação de preço do leite em abril, as indústrias informam que eles limitam-se à realidade de um momento atípico e pontual vivido até o dia 10/4. Qualquer pretensão de usar esse indexador para um prognóstico do mês inteiro, como de costume, resultará em uma margem de erro elevada. Sindilat e Apil reconhecem a seriedade e eficiência do estudo realizado pelo colegiado ao longo dos últimos 14 anos, tanto que o utilizam como referência para negociação do preço do leite no campo. Pontualmente neste último levantamento, a projeção do Conseleite foi desviada de seu curso estatístico pelo imprevisto da pandemia. Além disso, o estudo não considera cenários de não-venda de derivados e, desta forma, não avalia a existência de estoques elevados que geram desequilíbrio severo entre oferta e demanda.

- Temos consciência que o futuro do setor lácteo, assim como de diversos outros ramos da economia, é incerto e preocupante. Enfrentamos falta de colaboradores nas linhas de produção, dificuldades logísticas e, mesmo assim, mantemos a fabricação conscientes da responsabilidade do setor industrial com a sociedade e o produtor. Entendemos que, juntos, dialogando e explicando o momento, poderemos enfrentar essa crise e sair dela mais fortes e unidos.

Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS)
Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) 
                       
Balança comercial: exportações e importações lácteas menores em abril

Os dados publicados nesta sexta-feira (08/05) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), sobre volume e preço dos lácteos importados e exportados pelo Brasil, sinalizaram uma redução do volume das negociações no mês de abril. De acordo com o órgão, o saldo negativo da balança comercial de lácteos, no mês, foi de 38 milhões de litros de leite equivalentes, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial brasileira de lácteos, 2017 a 2020.
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT

Em abril, tanto o volume importado quanto o exportado sofreram significativas reduções. As exportações que haviam aumentado no mês de março, sofreram uma redução de 5 milhões de litros (-36%) em abril, totalizando 8,8 milhões de litros enviados ao exterior. No entanto, no acumulado do ano (jan a abril), em 2020, foram exportados 6,8 milhões de litros a mais que em 2019 (+16%).

O volume de leite importado foi 34% menor em abril, em comparação a mar/20, redução de 24,3 milhões de litros (em equivalente). Comparando com a média do volume importado no mês de abril dos últimos 5 anos, em 2020, houve uma redução de 56,3%. No acumulado do ano, em 2020, importamos 135 milhões de litros a menos do que no mesmo período de 2019 (-33%).

O leite em pó integral segue sendo o produto mais significativo nas importações. Em abril, o produto somou 15,23 milhões de litros (equivalentes) internalizados e representou 32% das importações brasileiras no mês. Apesar disto, o volume foi 52% menor que o importado em mar/20 e 74,7% inferior à média das importações dos últimos cinco anos em abril.

Esta redução dos volumes negociados está diretamente atrelada à paralisação parcial do comércio, em decorrência das medidas de segurança contra a Covid-19. A radical retração da demanda das indústrias e varejo, que se intensificou em todo o mundo no mês de abril, contribuiu para a restrição da produção e comercialização entre países, afetando a oferta e demanda de lácteos.

Outro fator bastante importante que intensificou a diminuição das importações foi o aumento expressivo da taxa de câmbio no último mês, deixando os lácteos importados mais caros no mercado brasileiro. Por outro lado, a taxa de câmbio elevada pode ser considerada um incentivo à exportação, que poderia ter sido menor, se não fosse este fato.

Na tabela 2, é possível observar as movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de abril deste ano.

Tabela 2. Balança comercial láctea em abril de 2020
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint, com base em dados COMEXSTAT.

 
 
 

Leite: após quatro meses de alta, preço pago ao produtor recua, diz Scot
Considerando a média dos dezoito estado pesquisados, houve recuo de 0,2% no pagamento realizado em abril, que remunera o leite entregue em março deste ano

O mercado do leite perdeu força, com a demanda fraca. Depois de quatro meses de alta, os preços pagos aos produtores tiveram ligeiro recuo no Sudeste e Brasil Central e subiram no Sul do país, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. 

Considerando a média ponderada dos dezoito estado pesquisados, houve recuo de 0,2% no pagamento realizado em abril, que remunera o leite entregue em março deste ano. O produtor recebeu, em média, R$1,281 por litro. 

Já o valor médio com bonificações por qualidade e volume ficou em R$1,670 por litro, 0,1% mais frente ao pagamento anterior. Nem mesmo a produção caindo com mais força neste início de entressafra foi suficiente para dar sustentação aos preços do leite, em meio as dificuldades de escoamento na ponta final. 

Para o pagamento a ser realizado em maio de 2020, referente a produção entregue em abril, a expectativa é de queda no preço do leite pago ao produtor em 68,0% dos laticínios pesquisados e nos 32,0% restantes, a previsão é de manutenção. (Canal Rural)                            

Distanciamento controlado
Entrou em vigor o modelo de distanciamento controlado no RS. Para saber mais sobre o sistema, conferir a bandeira e os protocolos para o teu município, basta acessar distanciamentocontrolado.rs.gov.br. As bandeiras serão atualizadas em todos os sábados. (Governo do Estado)
 
 

 

  

Porto Alegre, 08 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.216

  Cepea: efeitos do coronavírus sobre o setor lácteo podem forçar queda de preço 

Os impactos da pandemia de coronavírus sobre o consumo de lácteos no Brasil são analisados nesta sexta edição de especial temático de “Coronavírus e o Agronegócio”, realizado por pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
 
De acordo com levantamento do Cepea, após terem registrado demanda intensa em março – e consequente alta de preços naquele mês, quando o coronavírus começou a avançar no Brasil –, as negociações envolvendo derivados lácteos e leite spot se enfraqueceram em abril no mercado brasileiro.
 
Além do atendimento dos serviços de alimentação (importantes canais de distribuição de lácteos) terem sido prejudicados pelo agravamento da pandemia, também houve a diminuição da frequência das compras por parte dos consumidores e a redução da renda de muitas famílias – fatores que impactaram negativamente sobre a demanda de diversos derivados em abril, especialmente os refrigerados (perecíveis), que têm maior valor agregado para as indústrias. Muitas empresas podem se deparar, em poucas semanas, com um cenário de baixo faturamento, o que certamente será transmitido aos produtores em maio.
 
O consumo de queijos foi o mais afetado. Agentes de mercado consultados pelo Cepea relataram muitas dificuldades em assegurar a liquidez durante abril, o que tem desestimulado a produção do derivado. Como consequência, houve o aumento da oferta de leite cru no mercado spot (negociação entre indústrias) em abril – o que pode pressionar as cotações do leite ao produtor em maio. 
 
A queda na receita de pecuaristas leiteiros em maio é atípica por conta do período da entressafra e ocorreria num momento de alta nos custos de produção, o que levaria à diminuição da oferta. Frente às bruscas variações na receita, produtores mais fragilizados, com sistemas menos eficientes, podem aumentar o abate de fêmeas e decidir pela saída da atividade. 
 
Pesquisadores do Cepea alertam, portanto, que o momento é delicado, pois privilegia decisões focadas no curto prazo, o que pode trazer consequências negativas no longo prazo – ainda mais para uma atividade tão complexa como a produção de leite. Clique aqui e confira o relatório completo. (As informações são do Cepea)
                            

Embalagens de leite longa vida ganham explicação sobre o que são as barrinhas coloridas

Para combater a fake news que circula há algum tempo em aplicativos de mensagens e em redes sociais, que diz que a presença de barras coloridas no fundo de embalagens de leite indica que o produto teria sido reprocessado, a fabricante de embalagens Tetra Pak incorporou às suas caixinhas breve explicação sobre o real significado das marcações.

A partir de agora, todas as embalagens de leite produzidas pela companhia serão acompanhadas da seguinte frase: "marcações ou barrinhas coloridas são exclusivamente para controle de qualidade de impressão das embalagens". Por padrão, as caixinhas contêm no fundo as famosas barrinhas para garantir a tonalidade correta das cores ou pequenos círculos pretos ou coloridos em trajetória linear, que garantem o registro de impressão e, portanto, a nitidez da imagem.

"A presença de barrinhas coloridas ou de qualquer marcação no fundo da embalagem não tem qualquer relação com o produto ali dentro. Basicamente, elas ajudam no controle de qualidade de impressão, garantindo que a identidade visual proposta pelo cliente seja reproduzida de forma fidedigna", explica Salvador Marino, diretor da fábrica da Tetra Pak em Monte Mor (SP).

Apesar de serem envasadas somente na fábrica do produtor de alimentos, a fabricação das embalagens acontece dentro das fábricas da Tetra Pak em Monte Mor (SP) e em Ponta Grossa (PR).

 

O envio das embalagens para o cliente não acontece no mesmo formato em que elas são encontradas nas gôndolas dos mercados. Elas saem em bobinas e, já na indústria de alimentos, são introduzidas em máquinas de envase responsáveis por dar forma à embalagem – exatamente do modo como são conhecidas - e por transferir o alimento ou bebida para o seu interior, por fim selando-as.

O processo de impressão: A produção das embalagens cartonadas começa com a impressão da identidade visual do produto em papel-cartão. Na sequência, as camadas de plástico e a de alumínio são integradas à de papel para formar as diferentes camadas da caixinha. Por fim, são cortadas e encaminhadas em bobinas para as indústrias de alimentos, para posterior envase.

As barrinhas coloridas surgem quando a identidade visual do produto é transposta para os rolos de papel. Como em cada rolo são impressas mais de uma embalagem, não há necessidade de imprimir o teste de cores em todas as unidades. Por isso, as impressoras realizam as marcações de forma intercalada, o que também refletirá em fileiras de marcação intercaladas.

Essa mesma sequência se repetirá no momento de envio das embalagens para o fabricante de alimentos e no envase dos produtos. Deste modo, os consumidores conseguem observar que muitas caixas compostas por 12 embalagens de leite longa vida, por exemplo, trazem parte das embalagens com o teste de cores e outra sem a marcação.

Por se tratar de um processo gráfico, barras coloridas podem ser encontradas em embalagens de outros produtos e em diversos materiais impressos. Além disso, tecnicamente é impossível realizar o reprocessamento do leite ou de qualquer alimento ou bebida. Todo fabricante precisa seguir rigorosamente os padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (As informações são da Assessoria de Comunicação da Tetra Park)

Selo de produção totalmente a pasto será lançado na Irlanda

A organização irlandesa Bord Bia vai lançar o que alega ser o primeiro padrão nacional de lácteos produzidos a pasto do mundo — o que permitirá que fornecedores e processadores mostrem provas ??de que o leite utilizado em seus produtos veio de vacas criadas a pasto.

"Desenvolvido pela Teagasc — Autoridade Irlandesa para Agricultura e Desenvolvimento Alimentar — o Bord Bia Grass Fed Standard reconheceu a crescente demanda dos consumidores por maior clareza na proveniência de alimentos e bebidas, bem como o desejo de comprar lácteos de sistemas sustentáveis e a pasto", disse a Bord Bia. "Os produtos lácteos irlandeses com o logotipo Grass Fed Standard devem começar a aparecer ainda este ano", acrescentou.

Para se qualificar, o rebanho deve ser alimentado com, no mínimo, 90% de pasto. O leite coletado de vários produtores deve atingir uma média produzida a pasto de 95%.

Com as vacas irlandesas vivendo em média 240 dias por ano em pastagens, o Bord Bia espera que 99% das fazendas atinjam o limite de qualificação do novo padrão.

O desenvolvimento do padrão veio em resposta aos consumidores que se tornam cada vez mais conscientes da qualidade e sabor dos lácteos produzidos a pasto. Uma pesquisa mostrou que os sistemas a pasto influenciaram 50% dos consumidores globalmente em sua escolha de marcas de laticínios, enquanto outros 58% declararam que estariam dispostos a pagar mais por esses produtos.
"Os laticínios da Irlanda sempre estiveram enraizados em um sistema de produção base", disse Mary Morrissey, gerente sênior de laticínios da Bord Bia. "Nossos campos verdes, ar puro e chuva abundante criaram o ambiente perfeito para a pecuária leiteira, que converte o capim em produtos lácteos e ingredientes ricos em nutrientes e de alta qualidade".

A criação do novo padrão permitiria que os produtores de leite irlandeses diferenciassem seus produtos nos mercados de serviços alimentícios e varejo, além de atrair os consumidores "que estão cada vez mais buscando detalhes sobre a narrativa e a proveniência dos produtos que compram", disse a organização.

“Desde o início deste ano, a relação estreita e contínua entre a indústria de laticínios irlandesa e o Reino Unido é evidente, com mais de 1 milhão de libras em exportações chegando às prateleiras do Reino Unido, garantindo a disponibilidade de produtos lácteos. Essa iniciativa fortalece ainda mais esse relacionamento e reforça a confiança que os consumidores britânicos têm nos métodos de produção sustentável e de alta qualidade da Irlanda.” (As informações são do The Grocer, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
                            

Muco respiratório? A culpa não é do leite
Existe uma crença entre algumas pessoas de que o consumo de leite ou produtos lácteos aumenta a produção de muco no sistema respiratório. E, por isso, essas pessoas reduzem o consumo ou deixam de consumir leite. Mas, várias pesquisas publicadas não mostram qualquer associação entre consumo de leite e aumento da produção de secreção nasal. Um desses estudos, desenvolvido na Austrália e publicado no "Journal of American College of Nutrition", um dos mais importantes periódicos da área de nutrição humana, mostrou que é a crença que faz com que as pessoas relatem aumento na ocorrência de sintomas respiratórios após o consumo de leite. Para o desenvolvimento da pesquisa, os voluntários foram inoculados com o vírus da gripe, e aqueles que afirmavam que o leite aumentava a ocorrência dos sintomas relataram entupimento nasal, coriza, presença de secreção na garganta, dentre outros, logo após consumirem leite. Mas, o resultado mais interessante é que elas relataram os mesmos sintomas ao tomar uma bebida à base de soja, com sabor idêntico ao do leite, mostrando que é a percepção (não o consumo em si) do consumo do leite que desencadeia os sintomas descritos por aqueles que creem que os lácteos são responsáveis por aumentar seus problemas respiratórios. Segundo os autores, também não houve nenhum tipo de associação entre o consumo de leite e a exacerbação dos quadros de bronquite asmática, uma inflamação crônica do trato respiratório inferior. (Beba mais leite / Journal American College Nutrition / American Review Respiratory Disease / Appetite / Med Hypotheses)
 
 

 

Porto Alegre, 07 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.217

  Lácteos: preços caem em plena entressafra devido à menor demanda

Em relatório, a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio aponta quais são as tendências para os preços do leite e derivados

O setor de lácteos tem sido um dos mais afetados com a crise da covid-19, com queda de preços em vários itens da cesta em decorrência do recuo acentuado de consumo, principalmente no food service. Segundo a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio, isso afetou o segmento de queijos e outros refrigerados e gerou excesso de oferta de leite cru, deprimindo os preços dos derivados em plena entressafra.

A empresa destaca que esse recuo de preços no atacado já está impactando as cotações ao produtor. “A rentabilidade das fazendas leiteiras está piorando, sobretudo com a elevação do custo de alimentação. A desvalorização cambial e seu efeito sobre o custo, somada à piora no ambiente econômico deixam o momento ainda mais complicado para o setor”, diz.

O preço do leite ao produtor em abril (referente ao volume captado em março) registrou leve alta de 0,9% frente ao mês anterior, para R$ 1,4515 por litro na média dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Como o valor pago ao produtor é formado depois das negociações quinzenais do leite spot (comercialização de leite cru entre indústrias) e das vendas de derivados lácteos, as cotações no campo de abril refletem o cenário de março e, por isso, em abril, ainda não foram fortemente influenciadas pela crise da covid-19, que começou a ganhar força na segunda quinzena de março no Brasil”, informa.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) registrou nova queda de fevereiro para março, de 4,3% na média do Brasil e acumula baixa de 11,5% neste ano. “O recuo na captação se deve ao clima menos favorável à atividade, com destaque para a estiagem no Sul do país”, informa.

Confira tendências no relatório completo da Cogo –  Inteligência em Agronegócio clicando aqui (Canal Rural)
                 

França: queda de 60% nas vendas de queijos
Á medida que as vendas de queijos caem 60% na França durante a crise dos coronavírus, a Organização Francesa de Laticínios (Centre National Interprofessionnel de l'Economie Laitière - CNIEL), está pedindo ao país que ajude a indústria de queijos.

A organização lançou uma campanha, #Fromagissons, para incentivar o consumo de queijos franceses tradicionais. A CNIEL disse que, nas primeiras semanas de confinamento, as vendas de produtos lácteos "regulares" aumentaram drasticamente, especialmente leite fluido, manteiga, creme e queijo.

No entanto, segundo a organização, isso levou a um aumento nas vendas de produtos básicos, enquanto outras categorias, como queijos tradicionais, tiveram uma redução no faturamento de até 60%. A CNIEL disse que os consumidores estão comprando itens básicos e não se permitindo os prazeres de alimentos mais indulgentes, muitos dos quais perecíveis.

Enquanto os laticínios que produzem alimentos básicos estão funcionando a toda velocidade para atender ao aumento na demanda, empresas menores foram afetadas pela redução nas vendas para restaurantes e pela queda nas exportações. Eles também estão sendo afetados pela perda nos serviços de alimentação e fechamento de mercados onde os queijeiros tradicionalmente vendiam seus produtos.

A CNIEL disse que está particularmente preocupada com os muitos queijos DOP (Denominação de Origem Protegida) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) que o país produz e deseja manter a imagem da nação como um país de 1.000 queijos.

No mês passado, a Sodiaal, a principal cooperativa francesa de laticínios, pediu aos distribuidores que promovessem a diversidade do queijo francês em suas lojas. A Sodiaal disse que sem ajuda, alguns produtos, cujas vendas caíram de 25% para 80%, podem não sobreviver à crise. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Nas redes sociais, “Tá no Mapa” vai mostrar políticas e serviços para o agro e a sociedade
A cada vídeo, cidadão poderá conhecer ações desenvolvidas pelo Ministério. O primeiro episódio é sobre políticas focadas na agricultura familiar

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou na segunda-feira, 27 de abril, em suas redes sociais a série de vídeos de utilidade pública “Tá no Mapa”.

A cada episódio, o cidadão poderá conhecer o trabalho desenvolvido pelo Ministério para apoiar e aprimorar as diversas áreas do setor agropecuário, como políticas de apoio ao agricultor familiar, aos produtores artesanais, à agricultura orgânica, abertura de mercados externos para os produtos agropecuários, além de garantir o funcionamento da cadeia produtiva e o abastecimento de alimentos no país durante a pandemia do Coronavírus.

>> Veja aqui o primeiro episódio

O primeiro episódio vai mostrar como os produtos da agricultura familiar estão cada vez mais presentes na mesa dos brasileiros. A agricultura familiar é a maior responsável por levar alimentos para quem está em casa, restaurantes comunitários, as escolas, os hospitais e casas de repouso.

Nesta segunda-feira, o governo federal destinou R$ 500 milhões para a compra de produtos da agricultura familiar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos. No programa, os agricultores, cooperativas e associações vendem seus produtos para órgãos públicos, importante ajuda ao setor. Os alimentos são entregues a entidades e famílias em situação de vulnerabilidade social. (MAPA)
                   


Expointer é confirmada para setembro, mas calendário segue indefinido
A assessoria do Secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, informou ao Canal Rural nesta terça-feira, 5, que a Expointer 2020 será realizada no mês de setembro. Segundo informações apuradas junto à pasta, o novo calendário será definido pelas secretarias de Agricultura e Saúde, em conjunto com as entidades co-promotoras, que neste ano celebra os 50 anos do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A expectativa é de que o calendário oficial seja definido no prazo de 30 dias. (Canal Rural)
 
 

 

 

Porto Alegre, 06 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.216

  MG: pequenos pecuaristas enfrentam desafios para escoar produção de leite

O isolamento social que proibiu a abertura de diversas atividades econômicas, incluindo bares e restaurantes, e suspendeu as aulas tem impactado de forma negativa a demanda por alguns alimentos.
 

O reflexo já está chegando ao campo e atingindo os produtores de leite e de hortaliças da agricultura familiar. De acordo com levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), foi verificada dificuldade de pequenos pecuaristas de leite em escoar a produção para os laticínios.
 
Da mesma forma, agricultores familiares enfrentam desafios em comercializar hortaliças. Com o acompanhamento semanal que vem sendo feito pela Seapa e pelas vinculadas, várias ações têm sido discutidas para ajudar os produtores a solucionar os problemas e garantir o abastecimento.
 
Segundo o levantamento, o funcionamento das indústrias de lácteos e derivados em Minas Gerais apontou situação de alerta na semana de 13 a 19 de abril, com uma piora em comparação à semana anterior. Do total de estabelecimentos pesquisados, 56% apresentaram algum tipo de comprometimento no funcionamento.
 
O principal fator responsável pelo comprometimento foi o fechamento do comércio varejista, citado por 50% dos pequenos estabelecimentos. No cenário analisado, não há risco de desabastecimento de leite e derivados, porém a pesquisa aponta impacto significativo para pequenos produtores de leite devido à redução da captação pelos estabelecimentos.
 
O superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, Carlos Eduardo Oliveira Bovo, explica que parte dos pecuaristas tem encontrado problema na hora de comercializar.
 
“Identificamos que pequenos laticínios, com captação abaixo de 10 mil litros dia, estão com dificuldade em vender os produtos industrializados e isso acaba reduzindo a aquisição do leite no campo. Parte desse problema estava sendo resolvido com escoamento para laticínios maiores, mas ainda tem produtores com dificuldade. Os produtos lácteos têm maior valor agregado e, devido à crise, o consumo está menor no mercado final. Vamos acompanhar o setor e tentar achar soluções”, disse.
 
A Seapa, junto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e o setor lácteo, está em busca de medidas para reduzir os prejuízos. Dentre as ações estão o direcionamento do leite antes comprado pelos pequenos laticínios para empresas de maior porte e o estímulo ao processamento do leite para produção de queijo, que pode ser vendido no mercado local e regional.
 
Agricultura familiar: Já a comercialização de produtos da agricultura familiar, segundo o relatório da Seapa, apresentou normalidade em 42,9% dos municípios do Estado, em 34% houve comprometimento parcial e em 23,1% o comprometimento foi efetivo.
 
Dentre os fatores que contribuíram para a redução da comercialização estão a queda das vendas para mercados institucionais como Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tendo comprometimento de 88,4%. Também houve redução da comercialização em bares e restaurantes e em feiras livres, que foram afetados pelas medidas de isolamento para o controle do novo coronavírus.
 
“A Emater tem orientado os produtores a realizarem televendas, vendas e entrega de cestas e a organização de feiras livres, tomando todos os cuidados devidos para evitar a contaminação pelo coronavírus”, disse Bovo.
 
O relatório da Seapa mostrou também que, em mais de 40% dos municípios pesquisados, os produtos com maior dificuldade de comercialização foram as hortaliças, queijos e outros derivados do leite.
 
Em relação aos preços pagos aos agricultores, 65,9% dos municípios mantiveram, em 9,9% houve alta e em 24,4% foram identificadas quedas nos preços. Comparado com o cenário do período anterior, houve um aumento de 2% no percentual de municípios que identificaram recuo nos preços pagos aos agricultores.
 
Alta dos insumos:
Outra situação desfavorável encontrada no campo é o aumento do preço dos insumos. “Foi percebida uma valorização nos preços de fertilizantes e adubos, que tiveram, provavelmente, a cotação elevada devido à desvalorização do real frente ao dólar”, destacou Bovo.
 
Apesar de mais caro, o abastecimento do mercado de insumos continua normal. O estudo da Seapa mostrou que, em 77,6% dos municípios, o status de abastecimento e comercialização de insumos agropecuários apresentou situação de normalidade, 15% dos municípios tiveram impacto parcial e apenas 7,4% deles tiveram comprometimento efetivo. (Diário do Comércio)
                  

Governo libera R$ 500 milhões para compra de produtos da agricultura familiar

Os alimentos serão destinados a entidades e a famílias em vulnerabilidade 

O governo federal vai destinar R$ 500 milhões para a compra de produtos da agricultura familiar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A suplementação orçamentária foi articulada entre os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Ministério da Economia e o Ministério da Cidadania, que executa o PAA.

A Medida Provisória 957/2020, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (27) e abre crédito extraordinário em favor do Ministério da Cidadania para ações de segurança alimentar e nutricional, no âmbito do enfrentamento ao novo Coronavírus. 

Por meio do PAA, agricultores, cooperativas e associações vendem seus produtos para órgãos públicos e os alimentos são destinados a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, à rede socioassistencial, aos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e à rede pública e filantrópica de ensino.

Para a ministra Tereza Cristina, a medida é importante para auxiliar as cooperativas de agricultura familiar e os pequenos produtores de leite. “Esses recursos chegarão lá na ponta, esperamos que de maneira muito rápida, para atender esses que passam por problemas muito grandes de sobrevivência”, avalia a ministra.

De acordo com a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), com os recursos, cerca de 85 mil famílias de agricultores familiares deverão ser beneficiadas, além de 12,5 mil entidades e 11 milhões de famílias em vulnerabilidade social, que receberão os alimentos.

“Esses recursos vão potencializar ainda mais o PAA. É um programa importante, porque ele atende a dois públicos: a agricultura familiar e a rede socioassistencial dos municípios, as pessoas que são as mais vulneráveis nas cidades”, destaca o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke.

Recursos: Segundo a SAF, do total de recursos, R$ 220 milhões serão destinados para a Conab, que fará a compra de alimentos das cooperativas de agricultores familiares, por meio da modalidade do PAA Compra com Doação Simultânea. Depois disso, o Ministério da Cidadania indica a rede socioassistencial para onde os alimentos serão doados. Na mesma modalidade, estados e municípios terão R$ 150 milhões para termos de adesão para a compra de alimentos de agricultores familiares.

E R$ 130 milhões serão alocados para a modalidade PAA Leite, que possibilita a compra de leite in natura de laticínios e agricultores familiares do semi-árido brasileiro. Após processamento, o leite é distribuído às entidades. (MAPA)

Camponesa lança aplicativo de e-commerce para facilitar a vida dos consumidores

Os consumidores das marcas Embaré e Camponesa agora podem fazer compras dos produtos por meio do novo aplicativo “Sou Camponesa”. 

O lançamento da ferramenta vem, exatamente, no momento em que o brasileiro mais precisa de iniciativas que facilitem sua vida devido ao período de isolamento contra o Covid-19.

“O mercado está em constante evolução e apresentando novas demandas e oportunidades. Estamos sempre escutando as necessidades dos nossos clientes e o momento atual destaca a necessidade de um consumo mais seguro e prático. O investimento em uma plataforma de e-commerce é, portanto, o caminho natural para responder a esses anseios”, explica o diretor de Marketing da Embaré, Martim Ibrahim Bernadara, destacando que a criação de uma plataforma deste tipo, no atual momento de crise, é uma tendência que se destaca no mercado. 

Com uma comunicação customizada e pensada no usuário, o aplicativo é gratuito e pode ser encontrado para download para usuários de android e iOS nas lojas de aplicativos. A novidade tem como objetivos: tornar o dia-a-dia dos usuários mais prático, sem a necessidade de sair de casa; oferecer uma opção de compras on-line sem filas e sem a necessidade de carregar sacolas e caixas de leite; e trazer mais comodidade e segurança, com entrega na porta de casa.

“Além disso, o App Sou Camponesa premia o cliente com pontos para que ele acumule e troque por prêmios, transformando a compra em uma experiência de ganha-ganha, mais rentável para o consumidor”, completa Martim.

Os produtos que podem ser encontrados na loja virtual hoje são: a linha de lácteos da Camponesa – leite UHT tradicional e zero lactose nas versões desnatado, semidesnatado e integral; creme de leite; doce de leite; leite condensado; leite em pó; manteiga; requeijão; bebida láctea Embaré Kids; o queijo fresco (1º queijo de caixinha do Brasil) e linha Camponesa Profissional. Além dos tradicionais caramelos da Embaré, nas opções leite, leite/chocolate, chocolate, chocolate com laranja, toffees e muito mais.

A companhia está com um projeto de distribuição direta para suas áreas de atuação. O piloto acontecerá em Belo Horizonte (MG), onde está alocada uma de suas sedes. A ideia é que essa frente se estenda para outras regiões do Brasil. Enquanto isso, os usuários de outras cidades poderão adquirir os produtos e recebê-los pelos Correios.

Vantagens ao consumidor: O aplicativo vai além de uma simples plataforma de vendas. Ela oferece mais vantagens ao consumidor que adquirir produtos da marca Camponesa ou Embaré diretamente no app, como promoções exclusivas e um sistema de acúmulo de pontos e troca por prêmios, sem qualquer custo adicional.

Como promoção de lançamento do aplicativo Sou Camponesa, a empresa está dando um cupom de R$10 de desconto na primeira compra dentro do app. 

A Embaré afirma, ainda, que novas funcionalidades estão sendo desenvolvidas para a ferramenta, ainda para este ano. O objetivo é aprimorar cada vez mais o aplicativo a partir da experiência do usuário. “Não queremos criar somente uma plataforma de e-commerce. O objetivo é nos aproximar de nossos consumidores, garantindo a eles uma experiência única, inovadora e sempre em evolução. A transformação digital, por si só, de nada serve se não for para servir às pessoas. Temos certeza de que vamos sair dessa muito melhores, com estruturas mais eficientes e com uma consciência bem maior, de que já era hora de mudar”, conclui o diretor de Marketing. (Embaré/Camponesa)
                   

Avisulat é adiado
De acordo com Asgav, Sips e Sindilat foi analisada a atual situação da pandemia, da segurança das pessoas e perspectivas dos desdobramentos e etapas de recuperação pós pandemia. Está em estudo um evento virtual com temas e palestrantes relevantes para o setor para novembro deste ano. “Até a metade de abril tínhamos a esperança de que poderíamos manter o evento, mas o senso de responsabilidade e prudência nos levaram a rever este posicionamento”, disse Eduardo Santos, coordenador do Avisulat. A previsão de público era de 5 mil pessoas e o evento aconteceria ob novo conceito com espaço para mostra de projetos e trabalhos científicos de Universidades e Instituições de Pesquisa; Central de Startups com tecnologias e soluções para o agronegócio; participações de Instituições, Bancos, empresas, investidores. (Agrolink)
 
 

 

Porto Alegre, 05 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.215

  STF reconhece Covid como acidente de trabalho

Pouco mais de um mês após ser criada a medida provisória 927/2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em liminar julgada no dia 29 de abril, que o fato de o trabalhador ser contaminado por Covid-19 é considerado como doença ocupacional, o que, por sua vez, equipara-se a acidente de trabalho.

Na sessão virtual, feita por videoconferência, os ministros do Supremo julgaram em conjunto sete ADis (Ações Diretas de Inconstitucionalidade), apresentadas por partidos políticos e confederações de trabalhadores para discutir dispositivos da MP do governo. A maioria dos ministros votou a favor do relator, Marco Aurélio Mello, e suspendeu os artigos 29 e 31 da medida provisória do governo. O primeiro artigo restringia as possibilidades de considerar a contaminação por Covid-19 como doença ocupacional. Já o artigo 31 tratava da atuação de auditores fiscais do trabalho.

A norma flexibilizou as regras trabalhistas no período de enfrentamento da pandemia e definiu no seu artigo 29 que os casos de contaminação pelo coronavírus “não serão considerados ocupacionais, exceto mediante comprovação do nexo causal [quando precisa comprovar que se pegou o vírus em razão do trabalho]”.

Embora o artigo não tivesse proibido caracterizar a Covid-19 como doença ocupacional, pois é admissível se provado o nexo causal, a redação do texto dificultava a luta pelo direito.

Com a decisão do STF, ficará mais fácil que o empregado contaminado ou familiares de vítimas fatais sejam reparados pela perda.

Não é que a decisão do STF permita reconhecer o direito automaticamente, mas diminui o obstáculo quando classifica a doença como acidente de trabalho sem necessariamente precisar provar o nexo causal, principalmente a depender da categoria profissional.

Por exemplo, empregados da área de saúde terão maior facilidade em serem ressarcidos pelos danos. Segundo o ministro Roberto Barroso, é uma prova diabólica exigir a comprovação do nexo causal de quem se contaminou por coronavírus. “Eu penso que a maior parte das pessoas que desafortunadamente contraíram a doença não são capazes de dizer com precisão onde e em que circunstâncias adquiriram”, votou.

A decisão do STF ajuda, mas não dá para confiar só nela. É preciso que se leve em consideração outros fatores da relação de trabalho, a exemplo do fornecimento de equipamento de proteção individual (máscara, álcool e luva), histórico ocupacional do trabalhador e a identificação dos riscos.

Mesmo durante a pandemia, não se deve relaxar as medidas de segurança no trabalho por ser direito fundamental, sob pena de o empregador arcar pelo adoecimento do empregado. As principais implicações jurídicas são garantidas nas áreas trabalhista (ressarcimento de despesa médica e hospitalar, FGTS, dano moral e pensão civil) e previdenciária (estabilidade de 12 meses e influência positiva no cálculo do benefício). (Agora Folha)
                  

Leilão GDT fecha com baixo volume negociado e preços estáveis
O leilão da plataforma Global Dairy Trade, ocorrido nesta terça-feira (05/05), apresentou queda de 0,8% em seu índice médio de preços em relação ao evento anterior, que fechou em US$2.866/ton, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT x GDT Price Index.

 
Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.

Neste evento foram negociadas 16,44 mil toneladas, menor volume vendido no GDT desde maio de 2019. O baixo volume é causado, principalmente, pela redução da participação dos leites em pó no evento, reflexo da redução da oferta nesta época do ano na Nova Zelândia e dos recuos sofridos pelo mercado de lácteos em decorrência da redução da demanda causada pela Covid-19.

Os leites em pó permaneceram estáveis em preço, com oscilação positiva de 0,1% para ambos (integral e desnatado). Por outro lado, os queijos e manteiga fecharam com desvalorização no índice, -5,8% e 6,8%, respectivamente. A Tabela 1 indica os preços médios de fechamento dos principais produtos negociados no último leilão, e suas variações, em comparação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 05/05/2020.
 

O mercado lácteo internacional segue impactado pela crise do coronavírus, que tem empurrado o preço das commodities para baixo e derrubou também o preço do barril de petróleo nos últimos dias, afetando diretamente a demanda de leite. Como mostra o Gráfico 2, o preço internacional do leite possui boa correlação com o preço de petróleo, países como Argélia, Rússia e Irã, são grandes importadores de leite e possuem sua economia estruturada na exploração petrolífera.

Gráfico 2. Evolução de preços do petróleo e do leite em pó integral (média do leilão GDT).
 
Fonte: elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trad e The World Bank.

Ao analisar os contratos futuros, nota-se que as negociações futuras da NZX apontam preços mais baixos no leite em pó integral em relação ao GDT. Desta forma, a tendência para os próximos meses é de desvalorização nos preços do produto, como ilustra o gráfico 3.

Gráfico 3. Evolução da quantidade negociada no leilão GDT.
 
Fonte: elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.

EUA: descarte de leite e preços baixos como consequência do coronavírus
Os produtores de leite do interior de Nova York — que enfrentaram a difícil tarefa de descartar leite no início do mês passado, agora encaram um futuro sombrio: meses de preços baixos.

A pandemia levou as autoridades a fecharem escolas, restaurantes e outros negócios não essenciais nas últimas semanas de março. Isso causou uma queda repentina e acentuada na demanda por produtos lácteos e um excesso de oferta imediata.

Os proprietários da fazenda leiteira Dykeman and Sons, em Fultonville, disseram que precisaram descartar mais de duas dúzias de caminhões de leite após a indústria, que compra o produto para fazer queijo, reduzir suas operações.

A Allenwaite Farms, em Schaghticoke, que ordenha cerca de 2.800 vacas, despejou aproximadamente 10 cargas este mês e agora está desenvolvendo planos para reduzir o horário dos colaboradores, segundo o gerente de operações Paul Molesky. Ele disse que foi criado para “comer toda a comida em seu prato” e ver um bom leite transformado em fertilizante é extremamente difícil.

O surto trouxe uma grande reversão para os produtores de leite de Nova York, que sofreram "não um corte profundo, mas um longo arranhão" nos últimos cinco anos, segundo Andrew Novakovic, economista agrícola da Universidade de Cornell. Os preços do leite estão em queda desde 2015, mas os produtores viram a economia acelerar recentemente e esperavam obter ganhos.

“O setor de serviços de alimentação consome cerca de 50% do leite produzido em Nova York e a demanda caiu da noite para o dia”, disse Novakovic. As cadeias de suprimentos não foram capazes de se concentrar imediatamente na entrega de bens de consumo vendidos em supermercados.

Mas, como as vacas não podem ser simplesmente “desligadas”, o excesso de leite se acumula rapidamente. O resultado foi paradoxal e perturbador para a cadeia láctea: consumidores sem aceso ao produto e produtores foram forçados a descarta-lo.
Ed Townley, diretor executivo da cooperativa de laticínios Agri-Mark, escreveu em uma carta aberta na semana passada que a indústria nacional de laticínios estava produzindo 15% mais leite do que o necessário. Os produtores de sua cooperativa, que opera fábricas em Vermont e no norte de Nova York produtoras de queijos Cabot e McCadam, estavam produzindo 5% a mais de leite. Isso se traduz em uma perda mensal de US $ 2 milhões.

Em janeiro, o Departamento de Agricultura dos EUA calculou que o preço no mercado de Nova York para o leite Classe III, usado para fazer queijos duros, seria de US$ 16,25 por cada cem libras (US$ 36/100 kg). Os contratos futuros para essa série estão sendo negociados a pouco mais de US$ 13 em abril e menos de US$ 12 em maio.

O USDA previa que o preço do leite para 2020 seria de US$ 142,7 por 100 quilos. Em 9 de abril, revisou essa previsão para US$ 31,8 por 100 quilos. Os produtores de Nova York dizem que custa entre US$ 33,3 e US$ 44,4 para produzir 100 quilos de leite, dependendo do tamanho de sua operação.

“O cheque que recebemos em maio vai ser horrível. E é aí que colocamos muitas de nossas colheitas no solo”, disse Roy Dykeman, sócio da Dykeman and Sons. A fazenda está lentamente diminuindo sua produção e reconsiderando o que plantará, disse ele.

Vários membros do Congresso que representam áreas do interior pediram ao USDA que comprasse leite para distribuição nos bancos de alimentos. O senador Kirsten Gillibrand (D., Nova York) apresentou um projeto de lei que daria aos agricultores empréstimos com juros baixos.

O governador Andrew Cuomo anunciou na segunda-feira que o estado compraria o excesso de leite, iogurte e cream cheese e doaria para bancos do estado. "Temos que fazer esse casamento entre o produto no norte do estado e a demanda no sul", disse ele.

O leite é o principal bem agrícola de Nova York e os produtos lácteos geraram US$ 2,5 bilhões para os produtores em 2018, de acordo com o mais recente relatório estatístico do Departamento de Agricultura do Estado de Nova York. O relatório disse que o número de fazendas leiteiras tem diminuído constantemente: havia 4.194 fazendas em 2018, ante 5.622 em 2008.

O presidente do Farm Bureau, David Fisher, disse em uma entrevista que espera que mais fazendas fechem. Sua fazenda, Mapleview Dairy, no condado de St. Lawrence, ordenha 3.000 vacas. "A demanda do mercado está baixa, os preços estão caindo, os custos com insumos e mão de obra estão altos — se é que você pode encontrar mão de obra", disse Fisher. "Será um ano difícil para a economia agrícola."

O CEO da Cooperativa do Norte do Niagara, Larry Webster, cujo grupo inclui 320 produtores, disse que foi capaz de minimizar o descarte de leite, mas está pedindo a seus membros que tentem reduzir a produção.

As fábricas de leite fluido da cooperativa estão sendo reconfiguradas para fornecer aos consumidores, mas ele não vê preços mais altos no horizonte. "Detesto dizer, mas será catastrófico", disse Webster. "Vai ser enorme." (As informações são do The Wall Street Journal, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
                   

Portaria da SES regulamenta prevenção e controle da Covid-19 nas indústrias gaúchas
As ações contidas no documento foram debatidas com parlamentares, Ministério Público do Trabalho e representantes do setor de carnes e derivados, um dos mais atingidos por surtos da doença. O objetivo, de acordo com a secretária da Saúde, Arita Bergmann, é conter possíveis transmissões em espaços industriais em tempo oportuno e evitar que o coronavírus se espalhe nesses ambientes, onde geralmente muitas pessoas trabalham em locais fechados. Indústrias de qualquer área ou porte deverão se adequar às normas. Cada empresa deve criar seu próprio Plano de Contingência para prevenção, monitoramento e controle do coronavírus, que, de acordo com o texto, “contemple no mínimo adequação estrutural, fluxo e processo de trabalho, identificação de forma sistemática o monitoramento de saúde dos trabalhadores, podendo ser solicitado a qualquer tempo pelos órgãos de fiscalização”. Para acessar a portaria na íntegra clique aqui. (Saúde RS)
 
 

 

 

Porto Alegre, 04 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.214

  Dilema na produção do leite

A formação de estoques maiores nas indústrias e o alto custo de produção são alguns dos efeitos da pandemia do coronavírus no mercado lácteo. As compras que o atacado faz da indústria caíram 30% em relação ao movimento tido como normal para esta época. O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, afirma que o setor passou por algumas mudanças profundas na última semana de abril, principalmente com a queda acentuada do preço ao atacado do leite UHT (de caixinha). 

“Os queijos tiveram vendas, mas com preço muito abaixo dos custos de produção. Os estoques estão altos e a empresa tem um prazo para comercializar isso”, observa. O setor lácteo trabalha com margens curtas e depende desse mix de comercialização. Porém, o leite UHT está sendo vendido com viés de queda de preço e de consumo. O leite em pó segue esta tendência e seus estoques também estão aumentando. Segundo Palharini, esse cenário forma uma situação inversa ao valor de referência do leite projetado para abril, apresentado pelo Conseleite, de R$ 1,3541 o litro, alta de 9,79% em relação ao consolidado de março, de R$ 1,2333 pelo litro. “Foi apresentado um indicador de alta e o mercado, na prática, vai trabalhar com queda”, constata.

O dirigente explica que o produtor vai receber o mês de abril entre 10 e 15 de maio. Há empresas que vão manter no máximo o preço pago no mês anterior, mas muitas vão pagar abaixo disso, visto que hoje o leite spot, comercializado entre elas, está em torno de R$ 1,05, quase abaixo do custo de produção, o que é preocupante. 

“O mercado está paralisado. Tomara que não se jogue leite fora, como nos Estados Unidos”, comenta Palharini, que aconselha o produtor a cuidar da produtividade. “Se tiver animal com produtividade baixa, terá de ser descartado, caso contrário acaba comprometendo a rentabilidade da propriedade rural”, raciocina. As indústrias, por sua vez, precisam avaliar a formação de estoques e calcular se vale a pena manter ou vender o leite spot, que pode ser transformado em pó e ficar estocado por um ano, prazo maior que o dos demais produtos, que duram de três a quatro meses. (Correio do Povo)
                  

Embrapa e Abraleite avaliam consumo de leite e derivados durante a pandemia
Como anda o consumo de leite e derivados no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19)? Isso é o que a Embrapa Gado de Leite e a Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de Leite) querem saber para que possam reforçar as ações de apoio à cadeia produtiva leiteira e garantir o abastecimento do mercado. Para tanto, lançaram uma pesquisa para avaliar o comportamento dos consumidores neste período de isolamento social.

Clique aqui para participar da pesquisa

O levantamento, que também tem a participação do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, envolve o consumo de leite pasteurizado, leite UHT, leite fermentado, queijos, petit suisse e bebidas vegetais (produtos que não substituem o leite e seus derivados e que são feitos com vegetais como soja, amêndoa, castanha etc).

A pesquisa da Embrapa e da Abraleite busca detectar se as restrições impostas pela pandemia afetaram o acesso dos consumidores ao leite e derivados, se ocorreram mudanças nos hábitos de consumos desses produtos e quais são os lácteos prioritários na hora da compra.

Os questionários devem ser enviados até as 24h deste domingo 3. No dia 5, a Embrapa e a Abraleite vão conceder entrevista coletiva para apresentar os resultados da pesquisa. (Agro em Dia)

Venda e aplicação de vacinas contra aftosa está proibida a partir de 1º de maio no RS
O Diário Oficial do Estado na quinta-feira (30) publicou a Instrução Normativa (IN) 006/2020 da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), que proíbe a aplicação, a manutenção e a comercialização de vacinas contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul a partir de 1º de maio. Assinada pelo secretário Covatti Filho, a medida determina que os estabelecimentos comerciais que ainda tiverem estoque de vacina deverão comunicar o Serviço Veterinário Oficial (SVO), para a contabilização das doses, que deverão ficar lacradas e guardadas no próprio estabelecimento.

As doses não vendidas poderão ser enviadas para outros Estados onde é permitida a vacinação ou inutilizadas, mediante prévia autorização da Unidade Veterinária Local e acompanhamento oficial. Os animais vacinados contra febre aftosa no Estado após 1º de maio de 2020 serão apreendidos e encaminhados aos estabelecimentos de abate, com inspeção oficial.

Conforme a IN 006, fica proibido o ingresso de bovinos e bubalinos vacinados contra febre aftosa no território do Estado do Rio Grande do Sul, com exceção de animais oriundos de zonas livres de febre aftosa com vacinação trazidos ao Estado através de
Postos de Fiscalização de Divisa (PFD) diretamente para abate, desde que transportados em veículos lacrados pelo SVO ou por médico veterinário habilitado para a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA), encaminhados diretamente a estabelecimento de abate com inspeção oficial, destinados à exportação e encaminhados diretamente para Estabelecimento de Pré-Embarque (EPE) autorizado pelo SVO e para o local de partida.

Os animais não exportados, por não atendimento aos requisitos do país importador ou qualquer outro motivo, deverão ser encaminhados para abate. Os proprietários dos animais apreendidos não terão direito à indenização e estarão sujeitos às demais sanções previstas em lei.

Os produtos originados do abate dos animais apreendidos poderão custear as despesas de transporte e beneficiamento e/ou poderão ser doados a instituições beneficentes. O ingresso de animais não vacinados contra a febre aftosa, através dos PFD, será permitido desde que cumpridos os requisitos estabelecidos na legislação sanitária.

De forma excepcional, fica autorizada a realização de testes oficiais de qualidade e potência para a vacina contra febre aftosa no 

Posto Agropecuário de Sarandi. Os bovinos que ingressarem para testes oficiais por esse local deverão receber identificadores individuais eletrônicos (“brinco defesa”), compatíveis com a numeração estabelecida pelo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) e gerenciados através do Sistema de Defesa Agropecuária da Seapdr. Após os testes oficiais, os animais deverão ser encaminhados para abate, em estabelecimentos sob inspeção oficial, sendo vedada a comercialização para qualquer outra finalidade. O PAP Sarandi manterá registros auditáveis das entradas, das ocorrências sanitárias e das saídas dos bovinos.

Evolução do status sanitário: A campanha antecipada de vacinação contra a aftosa no Rio Grande do Sul faz faz parte da estratégia do Estado para ser declarado como livre de aftosa sem vacinação. Com o fim da vacinação, agora o Rio Grande do Sul deverá encaminhar pedido para mudança de status sanitário a fim de obter, num segundo momento, o reconhecimento internacional dessa condição pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Até o momento, no Brasil, apenas os estados de Santa Catarina e Paraná conquistaram o status sanitário de zona livre de aftosa sem vacinação. (Seapdr)
                   

Vendas de queijos e derivados do leite registram queda
O secretário-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, fez um panorama da produção e das vendas da indústria de laticínios. Ouça a entrevista na íntegra clicando aqui. (Agert)
 
 

 

 

Porto Alegre, 30 de abril de 2020                                              Ano 14 - N° 3.213

  Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 30 de Abril de 2020 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Março de 2020 e a projeção dos valores de referência para o mês de Abril de 2020. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.
 
VALORES DE REFERÊNCIA1 DA MATÉRIA-PRIMA (LEITE)

 
 1 - Valor, em R$/litro, para o leite posto propriedade com Funrural incluso.
 
Períodos de apuração
Mês de Fevereiro/2020: De 03/02/2020 a 01/03/2020
Mês de Março/2020: De 02/03/2020 a 05/04/2020
Decêndio de Abril/2020: De 06/04/2020 a 26/04/2020
 
O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite/SC)
                  Conseleite/MG: leite entregue em abril a ser pago em maio tem alta de 5,62%, mas entidade alerta
A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 27 de abril de 2020 na cidade de Belo Horizonte, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) os valores de referência finais do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Fevereiro/2020 a ser pago em Março/2020;
b) os valores de referência finais do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Março/2020 a ser pago em Abril/2020;
c) os valores de referência projetados do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Abril /2020 a ser pago em Maio/2020.
 
Períodos de apuração:
• Mês de Fevereiro/2020: De 31/01 a 27/02/2020
• Mês de Março /2020: De 28/02 a 02/04/2020
• Decêndio de Abril/2020: De 03/04 a 23/04/2020
 
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.
 
Nota técnica: 
Desde a sua constituição o Conseleite-MG divulga o valor de referência projetado para o leite que está sendo entregue no mês corrente. Isto atende a uma antiga reivindicação dos produtores rurais para que as indústrias lhes dessem uma sinalização de preços futuros para que eles pudessem melhor administrar seus processos produtivos. Fato muito importante na busca de uma relação harmônica entre produtores de leite e indústrias de laticínios e indispensável para a realização de investimentos duradouros no setor lácteo a fim de garantir seu crescimento sustentável.
 
No Conseleite-MG, o valor de referência projetado é calculado com base na efetiva comercialização dos derivados durante as duas primeiras semanas do mês em curso. Isto sempre implica que o valor de referência final do mês será maior que o valor de referência projetado quando o mercado de derivados está em alta e, o inverso quando o mercado está em baixa.
 
Em abril de 2020 foi registrado um incremento do valor de referência a ser pago ao produtor pelo litro de leite, devido ao aumento da demanda pelos produtos estocáveis, em consequência das medidas de isolamento social que levaram os consumidores a adquirir e conservar alimentos em casa, temendo pelo desabastecimento.
 
Entretanto, o Conseleite-MG alerta para as rápidas e inesperadas mudanças nos mercados dos derivados lácteos nesses tempos de pandemia da Covid-19, podendo ser observadas alterações no curto prazo, já em maio de 2020. Isso porque apesar da alta nos preços dos derivados observada no final de março e início de abril, o mesmo se reverteu nas últimas semanas com indicação de baixa para diversos produtos importantes como o leite UHT, queijos, leite SPOT, entre outros.
 
Neste momento, o subsetor mais prejudicado tem sido o de queijos, especialmente o muçarela em peças que normalmente são direcionadas para restaurantes, pizzarias, lanchonetes, entre outros, e que estão quase totalmente paralisados.
 
As incertezas sobre os rumos futuros desses mercados são muito grandes e os principais derivados lácteos produzidos e comercializados pelas empresas participantes tem apresentado comportamentos diversos, levando a diferentes capacidades de pagamento para com a matéria-prima leite aos produtores rurais. Acrescenta-se que o objetivo do Conseleite-MG é definir um valor de referência para o produto e não um tabelamento de preço. (Conseleite/MG)
 
 
 
Exportações/UR
Nos primeiros meses do ano o setor lácteo exportou US$ 138 milhões, o que implicou um leve crescimento em relação ao mesmo período de 2019. O destaque foi para a liderança da Argélia e o crescimento da China e Egito.
Cibils Soto Consultores (CSC) publicou que “73% dos valores exportados correspondeu ao leite em pó (tanto integral como desnatado). Os queijos representaram 20% e quase 3% foi de manteiga. Os 5% restantes foram de outros produtos”.
 
Os destinos apresentaram mudanças substanciais: “No primeiro trimestre houve maior diversificação de mercados chegando a 49 países, contra 45 em igual período de 2019”, destaca a consultoria, acrescentando que a Argélia foi confirmada como “o principal mercado com 40% das exportações setoriais”. Em 2019 o mercado argelino representava 25%.
 
Importações da China cresceram 462%: Enquanto isso, a China se consolida no mercado internacional. “As vendas para aquele mercado passaram de US$ 1,4 milhões para US$ 13,8 milhões”, o que representa “crescimento de 462%, sempre comparando com o primeiro trimestre de 2019 com o de 2020”, destaca a CSC. Esse incremento “é registrado ainda em um cenário de crise pelo coronavírus que atravessa o nosso principal parceiro comercial”.
 
Egito cresceu de zero para US$ 4,5 milhões: O mercado do Egito já é o sétimo mercado do setor. “O Mercosul e o Egito têm um tratado de livre comércio vigente, e “foram US$ 4,5 milhões em vendas” este ano, contra zero no mesmo período de 2019.
 
Conaprole, o principal exportador: De acordo com a CSC “o principal exportador continua sendo a Conaprole com 71% de participação, seguida pela Estancias del Lago (9%), Bonprole (7%), e a lista é completada com participações menores de outros pequenos exportadores. (Terra Viva)
                   
Vacinação contra febre aftosa está suspensa no Rio Grande do Sul e no Bloco I do Plano Estratégico do PNEFA
A expectativa é o reconhecimento desses estados como zonas livres de febre aftosa sem vacinação em maio de 2021. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quinta-feira (30), no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa nº 36, que proíbe a manutenção, comercialização e o uso de vacinas contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul e no Bloco I do Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE PNEFA), composto pelos estados do Acre e de Rondônia e por alguns municípios e parte de municípios do Amazonas e de Mato Grosso. Como medida adicional, a Secretaria de Defesa Agropecuária publicou a Instrução Normativa nº 23, com normas complementares para restrição e controle do ingresso de animais vacinados contra a febre aftosa nos estados e regiões informadas. Essa nova área junta-se ao estado do Paraná no projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, após atendidas as premissas e ações do PE-PNEFA. A decisão conta com apoio e participação dos setores público e privado nos estados envolvidos. A expectativa é o reconhecimento pela Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) desses estados como zonas livres de febre aftosa sem vacinação em maio de 2021. “Para isso, uma das condições exigidas pela OIE é a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes. Além de Acre e Rondônia, o Bloco I do PE PNEFA inclui os municípios de: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini e parte do município de Tapauá, no Amazonas; e o município de Rondolândia e partes dos municípios de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína, em Mato Grosso.  (MAPA)