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04/05/2020

 

Porto Alegre, 04 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.214

  Dilema na produção do leite

A formação de estoques maiores nas indústrias e o alto custo de produção são alguns dos efeitos da pandemia do coronavírus no mercado lácteo. As compras que o atacado faz da indústria caíram 30% em relação ao movimento tido como normal para esta época. O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, afirma que o setor passou por algumas mudanças profundas na última semana de abril, principalmente com a queda acentuada do preço ao atacado do leite UHT (de caixinha). 

“Os queijos tiveram vendas, mas com preço muito abaixo dos custos de produção. Os estoques estão altos e a empresa tem um prazo para comercializar isso”, observa. O setor lácteo trabalha com margens curtas e depende desse mix de comercialização. Porém, o leite UHT está sendo vendido com viés de queda de preço e de consumo. O leite em pó segue esta tendência e seus estoques também estão aumentando. Segundo Palharini, esse cenário forma uma situação inversa ao valor de referência do leite projetado para abril, apresentado pelo Conseleite, de R$ 1,3541 o litro, alta de 9,79% em relação ao consolidado de março, de R$ 1,2333 pelo litro. “Foi apresentado um indicador de alta e o mercado, na prática, vai trabalhar com queda”, constata.

O dirigente explica que o produtor vai receber o mês de abril entre 10 e 15 de maio. Há empresas que vão manter no máximo o preço pago no mês anterior, mas muitas vão pagar abaixo disso, visto que hoje o leite spot, comercializado entre elas, está em torno de R$ 1,05, quase abaixo do custo de produção, o que é preocupante. 

“O mercado está paralisado. Tomara que não se jogue leite fora, como nos Estados Unidos”, comenta Palharini, que aconselha o produtor a cuidar da produtividade. “Se tiver animal com produtividade baixa, terá de ser descartado, caso contrário acaba comprometendo a rentabilidade da propriedade rural”, raciocina. As indústrias, por sua vez, precisam avaliar a formação de estoques e calcular se vale a pena manter ou vender o leite spot, que pode ser transformado em pó e ficar estocado por um ano, prazo maior que o dos demais produtos, que duram de três a quatro meses. (Correio do Povo)
                  

Embrapa e Abraleite avaliam consumo de leite e derivados durante a pandemia
Como anda o consumo de leite e derivados no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19)? Isso é o que a Embrapa Gado de Leite e a Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de Leite) querem saber para que possam reforçar as ações de apoio à cadeia produtiva leiteira e garantir o abastecimento do mercado. Para tanto, lançaram uma pesquisa para avaliar o comportamento dos consumidores neste período de isolamento social.

Clique aqui para participar da pesquisa

O levantamento, que também tem a participação do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, envolve o consumo de leite pasteurizado, leite UHT, leite fermentado, queijos, petit suisse e bebidas vegetais (produtos que não substituem o leite e seus derivados e que são feitos com vegetais como soja, amêndoa, castanha etc).

A pesquisa da Embrapa e da Abraleite busca detectar se as restrições impostas pela pandemia afetaram o acesso dos consumidores ao leite e derivados, se ocorreram mudanças nos hábitos de consumos desses produtos e quais são os lácteos prioritários na hora da compra.

Os questionários devem ser enviados até as 24h deste domingo 3. No dia 5, a Embrapa e a Abraleite vão conceder entrevista coletiva para apresentar os resultados da pesquisa. (Agro em Dia)

Venda e aplicação de vacinas contra aftosa está proibida a partir de 1º de maio no RS
O Diário Oficial do Estado na quinta-feira (30) publicou a Instrução Normativa (IN) 006/2020 da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), que proíbe a aplicação, a manutenção e a comercialização de vacinas contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul a partir de 1º de maio. Assinada pelo secretário Covatti Filho, a medida determina que os estabelecimentos comerciais que ainda tiverem estoque de vacina deverão comunicar o Serviço Veterinário Oficial (SVO), para a contabilização das doses, que deverão ficar lacradas e guardadas no próprio estabelecimento.

As doses não vendidas poderão ser enviadas para outros Estados onde é permitida a vacinação ou inutilizadas, mediante prévia autorização da Unidade Veterinária Local e acompanhamento oficial. Os animais vacinados contra febre aftosa no Estado após 1º de maio de 2020 serão apreendidos e encaminhados aos estabelecimentos de abate, com inspeção oficial.

Conforme a IN 006, fica proibido o ingresso de bovinos e bubalinos vacinados contra febre aftosa no território do Estado do Rio Grande do Sul, com exceção de animais oriundos de zonas livres de febre aftosa com vacinação trazidos ao Estado através de
Postos de Fiscalização de Divisa (PFD) diretamente para abate, desde que transportados em veículos lacrados pelo SVO ou por médico veterinário habilitado para a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA), encaminhados diretamente a estabelecimento de abate com inspeção oficial, destinados à exportação e encaminhados diretamente para Estabelecimento de Pré-Embarque (EPE) autorizado pelo SVO e para o local de partida.

Os animais não exportados, por não atendimento aos requisitos do país importador ou qualquer outro motivo, deverão ser encaminhados para abate. Os proprietários dos animais apreendidos não terão direito à indenização e estarão sujeitos às demais sanções previstas em lei.

Os produtos originados do abate dos animais apreendidos poderão custear as despesas de transporte e beneficiamento e/ou poderão ser doados a instituições beneficentes. O ingresso de animais não vacinados contra a febre aftosa, através dos PFD, será permitido desde que cumpridos os requisitos estabelecidos na legislação sanitária.

De forma excepcional, fica autorizada a realização de testes oficiais de qualidade e potência para a vacina contra febre aftosa no 

Posto Agropecuário de Sarandi. Os bovinos que ingressarem para testes oficiais por esse local deverão receber identificadores individuais eletrônicos (“brinco defesa”), compatíveis com a numeração estabelecida pelo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) e gerenciados através do Sistema de Defesa Agropecuária da Seapdr. Após os testes oficiais, os animais deverão ser encaminhados para abate, em estabelecimentos sob inspeção oficial, sendo vedada a comercialização para qualquer outra finalidade. O PAP Sarandi manterá registros auditáveis das entradas, das ocorrências sanitárias e das saídas dos bovinos.

Evolução do status sanitário: A campanha antecipada de vacinação contra a aftosa no Rio Grande do Sul faz faz parte da estratégia do Estado para ser declarado como livre de aftosa sem vacinação. Com o fim da vacinação, agora o Rio Grande do Sul deverá encaminhar pedido para mudança de status sanitário a fim de obter, num segundo momento, o reconhecimento internacional dessa condição pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Até o momento, no Brasil, apenas os estados de Santa Catarina e Paraná conquistaram o status sanitário de zona livre de aftosa sem vacinação. (Seapdr)
                   

Vendas de queijos e derivados do leite registram queda
O secretário-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, fez um panorama da produção e das vendas da indústria de laticínios. Ouça a entrevista na íntegra clicando aqui. (Agert)
 
 

 

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