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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 08 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.082


Balança comercial de lácteos: 2024 inicia com importações em patamar ainda alto

O primeiro mês de 2024 encerrou e a balança comercial de lácteos seguiu demonstrando um alto patamar para as importações, mantendo assim o saldo da balança em nível bastante negativo. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo registrado no mês de janeiro chegou a -199 milhões de litros em equivalente-leite. Apesar da recuperação mensal de 15 milhões em relação a dezembro de 2023, o saldo ainda se manteve próximo aos -200 milhões de litros, conforme pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Sobre as exportações, o volume total exportado continuou avançando, encerrando o mês de janeiro com uma alta de 39,5% em relação ao mês anterior. No total, foram exportados 7,84 milhões de litros em equivalente-leite, ficando 47% acima do resultado obtido em janeiro de 2023, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As importações passaram por um recuo mensal em janeiro, de aproximadamente 6%. No entanto, o volume total importado se manteve em um patamar bastante alto, com 206,5 milhões de litros em equivalente-leite importados em janeiro, representando uma alta de 36% em relação ao resultado obtido em janeiro de 2023, como pode ser observado no gráfico 3.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Dentre as categorias importadas, novamente o soro de leite enfrentou um aumento percentual em seu volume importado, de cerca de 68% em relação ao mês anterior. No entanto, o seu volume permaneceu abaixo das importações da categoria observadas em janeiro de 2023.

Outras categorias também enfrentaram aumento nas importações do último mês, como o leite em pó desnatado e os leites modificados. Apesar da baixa relevância dos leites modificados dentro das importações totais, janeiro encerrou com um expressivo aumento na categoria. Enquanto o leite em pó desnatado, que representa a segunda maior categoria dentro das importações, passou por um aumento de 35% nas importações do último mês, atingindo o maior patamar em volume desde janeiro de 2023.

Por outro lado, a categoria mais relevante dentro das importações, o leite em pó integral, passou por um recuo em seu volume importado no último mês, de 16%.

Enquanto para as exportações, diversas categorias apresentaram avanços em janeiro. As duas categorias de maior relevância, leite condensado e creme de leite, registraram aumento nas exportações do último mês, de 77% e 72%, respectivamente, com o creme de leite atingindo o maior patamar no volume exportado desde outubro de 2020.

Outras categorias como leite UHT, leites em pó integral, desnatado e semi-desnatado, iogurtes, manteigas e doce de leite também enfrentaram aumentos em seus volumes exportados no último mês.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de janeiro de 2024 e dezembro de 2023.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em janeiro de 2024

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em dezembro de 2023

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

O que podemos esperar para os próximos meses?

Nos últimos três meses observamos as importações brasileiras permanecerem em patamares bastante altos, e esta alta está alinhada principalmente com uma antecipação de compras, devido tanto as alterações tributárias relacionadas a produtos importados, que entrou em vigor neste mês de fevereiro, como com uma tendência de alta nos preços internacionais, que tornou mais vantajoso realizar as negociações antecipadamente.

Desta forma, apesar dos preços dos principais produtos importados seguirem competitivos em relação aos preços dos produtos locais, a tendência para os próximos meses é que as importações apresentem recuos mensais, por conta da antecipação das compras e da entrada do novo decreto, que penaliza indústrias lácteas que compram leite de produtores brasileiros e importam derivados lácteos.

Apesar do recuo esperado nos próximos meses, as importações de 2024 devem se manter em um patamar elevado quando comparado com os anos anteriores, como 2021 e 2022, devido a competitividade de preços, que impede, de certa forma, que as importações recuem de forma muito intensa. (Milkpoint)


Embrapa cria plataforma com métricas de carbono adaptadas às condições tropicais

Mais de 50 especialistas de várias Unidades da Embrapa vão reunir suas expertises para a criação de uma plataforma com dados, funcionalidades e métricas sobre balanço de carbono adaptados aos sistemas agrícolas brasileiros.

A iniciativa, conduzida pelo portfólio Mudança Climática, está sendo impulsionada por um aporte financeiro de R$ 20,3 milhões, oriundo de uma emenda parlamentar. O desafio dos cientistas é grandioso: definir, pela primeira vez, parâmetros padronizados de mensuração de emissão e absorção de carbono adaptados às condições de clima tropical.

Esses indicadores têm que ser compatíveis com os princípios de Transparência, Precisão, Completude, Comparabilidade, Consistência (TACCC) adotados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pelas Nações Unidas para o desenvolvimento de Inventários Nacionais de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Inventário Nacional).

Segundo o presidente do Portfólio, o pesquisador Giampaolo Pellegrino, da Embrapa Agricultura Digital, o desenvolvimento de métricas de balanço de carbono e adaptação da agropecuária brasileira atende a uma forte demanda internacional por rastreabilidade nas emissões, ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade da agricultura brasileira, que precisa oferecer respostas embasadas em métricas padronizadas e reconhecidas globalmente. “O projeto prevê o investimento em qualificação de infraestrutura e a formação de uma rede de cooperação em PD&I, que nos possibilite elaborar métodos de medição adequados às condições e ao modelo de produção nacional, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos”, observa Pellegrino.

A expectativa é que os resultados alcançados contribuam para fortalecer a imagem do País, aumentando a competitividade do setor agrícola e seu impacto comercial nos mercados nacional e internacional. De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, a agropecuária, mesmo que sob bases sustentáveis, é responsável por cerca de 25% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil.

Portanto, é premente que o País invista na construção de um modelo tropical robusto e preciso para mensurar a emissão de GEEs, como explica o pesquisador da Assessoria de Relações Internacionais (Arin) Gustavo Mozzer, que também faz parte do portfólio Mudança Climática. Ele explica que essa necessidade se tornou ainda mais urgente após o Acordo de Paris. No documento, resultante da 21ª Conferência das Partes (COP21), os 195 países estabeleceram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês). O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 48.4%% até 2025, e em 53.1% até 2030, além de estabelecer um objetivo de longo prazo de neutralidade climática até 2050.

O Acordo de Paris exige ainda que o País passe a reportar a forma de implementação da sua estratégia doméstica no Inventário Nacional, de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Os dados que serão produzidos pelo esforço de tropicalização de métricas de carbono serão estratégicos para a evolução dos métodos utilizados atualmente para estimativa das emissões, na direção da implantação de métodos tropicais”, complementa Mozzer. 

Para a presidente Silvia Massruhá, que participou ativamente da aprovação dessa emenda, o projeto é um passo determinante para garantir o cumprimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris. Além da NDC, contribuirá também para o relato e verificação do Relatório Bienal de Transparência (BTR) e para o Inventário Nacional. “Trata-se de um processo com necessidade contínua de aperfeiçoamento a partir da integração dos muitos esforços e conhecimentos que a Embrapa possui no tema e o recurso é um passo fundamental nessa agenda, que é absolutamente prioritária em nossa gestão na Empresa”, observa Massruhá, lembrando que a Diretoria-Executiva da Embrapa continuará a buscar recursos para garantir a continuidade das ações de PD&I.

O diretor de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, destaca que essa iniciativa em rede, que reúne diferentes expertises para o alcance de resultados dentro de um grande tema de atuação vai ao encontro dos objetivos da atual gestão de PD&I da Embrapa, que preconiza a integração e o compartilhamento de conhecimentos entre as UDs. “É uma ação estruturante, que vai muito além da Empresa, e prevê a formação de uma rede de cooperação institucional voltada ao desenvolvimento de um plano de monitoramento e gestão de informação sobre balanço de carbono, sustentabilidade e competitividade da agricultura nacional, diante do cenário global, abrangendo todas as regiões brasileiras”, acrescenta.

Governança corporativa a longo prazo visa alcançar o Tier 3

Pellegrino explica que para o êxito das ações de dinâmica do carbono e adaptação na agricultura brasileira, é fundamental contar com uma rede de especialistas, integrando conhecimentos não apenas na área de PD&I, mas também de comunicação e capacitação.

Segundo ele, trata-se de um projeto de governança corporativa de longo prazo que pretende mudar a forma de mensuração das emissões de carbono no País. Hoje, assim como a maior parte das nações em desenvolvimento, o Brasil utiliza um repertório de métodos baseados no Tier 1 e Tier 2, que são modelos-padrão e modelos gerais baseados em dados de atividade e fatores de emissões nacionais, seguindo as normas para elaboração dos Inventários do IPCC.

“Nosso objetivo é caminhar para o Tier 3, no qual o País utiliza modelos matemáticos desenvolvidos nacionalmente de forma a representar mais adequadamente as emissões de GEE dos nossos sistemas de produção. Mas, para isso, é necessário o desenvolvimento de arcabouços para aquisição continua de dados nacionais que caracterizem os sistemas de produção típicos das diversas regiões do Pais. Trata-se de um processo de construção e articulações domésticas de estratégias que subsidiarão debates com a comunidade científica e a academia para assegurar o reconhecimento e aceitação do método brasileiro e sua compatibilidade com as normas internacionalmente aceitas para o Inventário Nacional”, pontua.

Pellegrino e Mozzer lembram que a Embrapa tem mais de 15 anos de experiência em pesquisas para medir emissões de carbono. Esse aporte financeiro inicial, associado às novas diretrizes e prioridades estabelecidas pela Diretoria-Executiva, representa um avanço para a iniciativa. Somam-se a isso o amadurecimento no papel das redes de pesquisa no ambiente corporativo e a integração dos dados, conhecimentos e informações por elas gerados.

Eles citam três grandes projetos do passado, cujos resultados contribuem para a iniciativa atual: o Saltus (florestas), a Rede Pecus (pecuária) e o Fluxus  Socioeconomia (grãos).

As informações são da Embrapa

Previsão de produção global de leite: espera-se um crescimento modesto em 2024

De acordo com as estimativas mais recentes, a produção global de leite nas principais regiões produtoras deve crescer modestamente 0,25% em 2024, um pouco mais do que o aumento de 0,05% registrado em 2023. Embora seja provável que a produção aumente, espera-se que haja variabilidade nas principais regiões.

De modo geral, os mercados de lácteos em 2023 se suavizaram devido aos fundamentos mais fracos do mercado subjacente. De acordo com o Rabobank, o crescimento da oferta de leite em 2023 foi abaixo do esperado. A decepcionante demanda de importação chinesa contribuiu para a falta de movimento geral do lado da demanda e para os preços mais baixos do que no ano anterior.   

No entanto, com a recente recuperação dos preços, mesmo em níveis bastante baixos, espera-se que a produção de leite tenha algum crescimento em algumas das principais regiões exportadoras, com exceção do Reino Unido, Argentina e Nova Zelândia. Os EUA (1,0%), a UE (0,3%) e a Austrália (0,6%) estão prevendo algum crescimento.

O declínio no tamanho do rebanho nos EUA, observado entre março e outubro de 2023, está se estabilizando lentamente e espera-se que o número de vacas aumente em 2024 em resposta à recuperação dos preços do leite nos EUA. O aumento nos volumes de leite na UE será apoiado por um aumento na demanda doméstica e de serviços de alimentação, já que a redução da inflação e o aumento dos salários aumentam a renda disponível.

É provável que a Austrália reverta algumas das perdas de produção em 2023, entrando no novo ano. Os preços mais firmes do leite, aliados à boa demanda de exportação, devem impulsionar a produção.

Por outro lado, espera-se que as condições climáticas voláteis, aliadas ao enfraquecimento da demanda dos consumidores, reduzam a produção na Argentina. Na Nova Zelândia, o novo orçamento do governo conservador significará uma abordagem cautelosa para a agricultura, o que afetará os fluxos de leite durante a estação. No Reino Unido, estima-se que a produção para 2024 seja 0,9% menor, devido à redução das margens e à demanda morna dos consumidores. 

De acordo com o Rabobank, é provável que os preços se firmem em direção às médias de longo prazo no primeiro semestre de 2024. Considerando o modesto crescimento da produção, o retorno da demanda será necessário para impulsionar o mercado. Além disso, as condições persistentes (que podem causar alguns desafios climáticos para os produtores do Hemisfério Sul), a recuperação econômica da China e a instabilidade geopolítica no Oriente Médio também são outros fatores importantes a serem observados neste ano. 

 
As informações são do Agriculture and Horticulture Development Board, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


Jogo Rápido

Onda de calor afeta seriamente o fornecimento de pastagens em fazendas leiteira na Argentina
A onda de calor tem afetado a produção de pastagens em regiões produtoras de leite da Argentina. De acordo com Ignacio Kovarsky, produtor e presidente da Sociedade Rural Trenque Lauquen, "nossa área no oeste de Buenos Aires é o epicentro da seca deste ano: os produtores de gado estão totalmente desesperados". "Nas últimas semanas, não tivemos pastagens e nem gramíneas de verão e o mesmo aconteceu com a alfafa. Portanto, tudo o que é ração de reserva para vacas leiteiras ou para o confinamento vai ser complicado", disse ele. Ele também explicou que "nos grãos, tudo o que é de segundo crescimento está em plena estação de crescimento e precisa de água. No verão seco de 2023, choveu 180 milímetros e, neste ano, estamos longe dessa marca". "Este ano está tudo ruim. Por causa disso, as reservas para o inverno nas fazendas leiteiras da região serão muito ruins. Já estamos lutando para alimentar as vacas leiteiras e, se não houver colheita, não haverá nada para alimentá-las", disse ele. As informações são do Infortambo, traduzidas pela Equipe MilkPoint.


 
 

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Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.081


GDT: preços internacionais mantêm sequência de altas

O primeiro leilão da plataforma GDT para o mês de fevereiro, realizado hoje (06/02) apresentou continuidade no movimento de avanço dos preços internacionais dos derivados lácteos, mas agora, mais acelerado. Com uma variação de 4,2% em relação ao evento anterior, o preço médio das negociações ficou em US$ 3.571/tonelada, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2022.

Sobre as categorias acompanhadas e negociadas no evento, todas apresentaram reajustes positivos. A manteiga segue em destaque apresentando a maior variação, na ordem de 10,3%, sendo negociada na média de US$ 6.516/tonelada, o maior patamar desde maio de 2022. Os queijos tiveram um reajuste de 6,3%, sendo negociados a US$ 4.469/tonelada.

O leite em pó desnatado teve sua maior alta desde junho de 2023, chegando ao valor médio de US$ 2.758/tonelada, 4,6% acima do evento anterior.

O leite em pó integral foi negociado na média de US$ 3.463/tonelada, o maior valor observado desde novembro de 2022, apresentando uma diferença de 3,4% quando comparado ao valor negociado no evento anterior.

Quanto ao volume negociado no evento, no terceiro leilão de 2024 o movimento de queda se manteve, chegando a um total de 24.836 toneladas negociadas, uma queda de cerca de 0,3% em relação ao evento anterior, sendo este o menor patamar desde julho do ano passado para as negociações.

Sobre o mercado futuro do leite em pó integral o cenário sofreu uma leve alteração, segundo os ajustes da Bolsa de Valores da Nova Zelândia.

No cenário global de lácteos, o primeiro leilão de fevereiro da Global Dairy Trade apresentou variações positivas nos preços, refletindo a menor oferta global de lácteos para o ano de 2024. Essa perspectiva está associada às menores rentabilidades na produção de leite ao longo de 2023, com desafios significativos enfrentados pena produção dos principais países exportadores de lácteos. Além do cenário adverso nos principais exportadores, a produção da China (principal comprador de lácteos do mundo) também enfrenta desafios, o que pode incentivar a demanda do país pelo leite importado.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

É importante destacar que, embora o GDT seja o principal indicador de preços de produtos lácteos em todo o mundo, nos últimos meses, nossos principais fornecedores de produtos lácteos para importação, como a Argentina e o Uruguai, continuam praticando preços superiores aos do GDT, devido à Tarifa Externa Comum (TEC) de 28% para importações de fora do Mercosul.

Nesse cenário atual, o aumento dos preços do GDT também deve influenciar na continuidade de altas para os preços do Mercosul, o que tende a tornar as importações mais caras para o Brasil. Todavia, os preços no mercado brasileiro dão sinais de uma sequência de altas nos próximos meses, o que deve manter o preço do produto importado ainda competitivo frente ao nacional.

Via Milkpoint


 

Uruguai: produtores de leite dizem que o negócio não é lucrativo

Os produtores de leite do Uruguai estão passando por uma crise muito longa que começou com a seca e que hoje torna o negócio não lucrativo por causa do preço que recebem. Grãos, concentrados, insumos em geral, fertilizantes e produtos químicos caíram e o negócio não é lucrativo. É por isso que a Sociedade de Produtores de Leite da Flórida (SPLF) convocou os produtores de leite para uma reunião aberta nesta terça-feira, dia 30.

Em entrevista ao Rurales El País, Fabián Hernández, membro da SPLF, disse que a situação "é insustentável e muito preocupante" e informou que há muitos saldos devidos à Conaprole. Além disso, nesses meses de menos leite, os saldos devedores são ainda piores porque não há ferramentas para alimentar o gado adequadamente, especialmente considerando que é o período pré-parto nas fazendas leiteiras, um momento fundamental para uma boa lactação ao longo do ano.

"Portanto, há muitas preocupações porque o negócio não é lucrativo. Não temos margem e estamos trabalhando com custos. Não há possibilidade de investir e já estamos exaustos devido à queda de preços em agosto", disse Hernández.

O preço precisa atingir os valores de antes da queda de preços de julho/agosto. Hoje o preço é de 0,36 centavos de dólar, quando são necessários 3 pesos (US$ 0,077) a mais para recuperar o que foi perdido. "A verdade é que a situação é muito angustiante porque os produtores não têm dinheiro", disse ele.

Novembro é um mês de alta rotatividade e é quando os produtores de leite fazem uma reserva econômica para enfrentar os próximos meses. No entanto, havia 255 registros no vermelho na Conaprole, incluindo parte das rações de outono e da reserva de forragem. Ou seja, quase 48% das inscrições foram pagas com menos de 100.000 pesos (US$ 2582,94).

"Um estabelecimento que cobra 100.000 pesos não é nada, porque você paga a eletricidade e paga alguns salários e não sobra dinheiro nem para comer. Em dezembro, parte da cota foi retirada dos segundos turnos e ainda havia 210 inscrições no vermelho. Não é mais apenas uma questão de efeito da seca, é uma questão de lucratividade, de que o preço não é suficiente", disse ele.

A assembleia de terça-feira está concentrada em pedir um preço e ouvir os produtores. Os produtores de leite acreditam que a Conaprole tem espaço para aumentar o preço, porque quando ele foi reduzido, o leite em pó integral estava abaixo de US$ 3.000 por tonelada, entre US$ 2.600 e US$ 2.800.

"Hoje, o preço do leite em pó integral está em US$ 3.200, e não capitalizamos isso. O leite subiu apenas 0,60 centavos de dólar em novembro, o que é totalmente insuficiente. Achamos que o setor tem espaço para manobras. Não queremos quebrar uma ferramenta como a Conaprole, mas também não queremos que os proprietários da cooperativa e aqueles que a apoiam caiam. Porque uma fábrica sem leite é um monte de ferro. Precisamos não perder o que está caindo mais rápido, que são os pequenos produtores. Temos que tentar impedir isso, que é de 50 a 60 produtores por ano. O negócio não é lucrativo nem atraente. Temos que tentar equilibrar a balança para que o negócio seja lucrativo para todos", concluiu.

As informações são do El País Digital, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

Conaprole se posicionou como líder em exportação em 2023

Em um ano desafiador, a Conaprole se destaca como líder em exportações, superando com astúcia as adversidades climáticas e econômicas. Com base na qualidade, inovação e sustentabilidade, a empresa conseguiu diversificar os produtos, alcançando 700 milhões de dólares e 170.000 toneladas de produtos lácteos em 2023. 

Em uma conversa exclusiva com o InfoNegocios, Gabriel Váldes, gerente geral da Conaprole, compartilha como a empresa conquistou o cenário internacional no ano passado e antecipa planos de expansão nas exportações até 2024. No longo prazo, a empresa está comprometida em fortalecer seu foco na sustentabilidade, buscando aumentar a conscientização entre os uruguaios.

Como a Conaprole conseguiu se posicionar como uma das empresas com as maiores exportações em 2023?

Em um ano particularmente difícil para o setor, devido à seca enfrentada por nossos produtores e a um cenário mundial com demanda fraca, as vantagens competitivas construídas nos últimos anos permitiram a colocação de volumes significativos de produtos a preços competitivos.                 

Como vem ocorrendo há muito tempo, os três pilares diferenciais têm sido qualidade, inovação e sustentabilidade. Por meio desses três pilares, estamos trabalhando ao longo de 2023, com o objetivo de continuar representando o espírito inovador e empreendedor do Uruguai em mercados de diferentes culturas.

Nossa estratégia de flexibilidade industrial tem um portfólio de produtos que nos permite diversificar nossos mercados e clientes e responder aos padrões de qualidade, segurança alimentar e sustentabilidade, que sustentam uma demanda constante das principais indústrias de alimentos em mais de 60 países.

Quais foram as exportações específicas e quanto elas representam em termos de volume e valor?

A Conaprole exportou quase 700 milhões de dólares e mais de 170.000 toneladas de produtos lácteos para mais de 60 países. Conseguimos consolidar mercados tradicionais e crescer desenvolvendo clientes no Oriente Médio, no Sudeste Asiático, na América Latina e também na África. 

Somos uma empresa que se projeta para o mundo com produtos lácteos processados em nossas fábricas. Nascemos em 1936 e, desde 1980, temos conquistado mercado após mercado com produtos lácteos de alta qualidade que geram um impacto positivo sustentável em todo o mundo.

Como a Conaprole adaptou sua estratégia de vendas para capitalizar a demanda sazonal durante os meses mais quentes?

O mercado uruguaio é o principal destino de nossos produtos, e a satisfação dos consumidores nacionais é sempre uma prioridade para a Conaprole, como cooperativa de todos os uruguaios.

Em outubro passado, iniciamos campanhas abrangentes de comunicação e promoção dos produtos de nosso portfólio que impulsionam os negócios no verão, como sorvetes, iogurtes, leite com chocolate, entre outros.    

Nosso objetivo é sempre oferecer uma proposta adaptada a cada consumidor, em cada época do ano e em cada ato de compra. 

Vocês implementam promoções especiais ou campanhas específicas para a temporada de verão?

Sem dúvida, ativamos nossas marcas diretamente para os consumidores em todo o litoral, com jogos e prêmios, lançamos promoções/descontos no mercado, bônus no cartão de crédito, brindes por meio de nossas mídias digitais.      

Atualmente, por exemplo, estamos convidando os consumidores todas as semanas com ingressos de carnaval para o Teatro de Verão.      

Quais são os produtos mais populares ou procurados durante a estação quente?

O sabor do sorvete no Uruguai é o Conaprole, um clássico do verão por excelência. Também devemos destacar iogurtes, leite com chocolate, sucos e nossa linha de sobremesas congeladas: com salsicha, alfajores maicena, chocolate e sobremesas de paixão. 

Quais são as perspectivas e metas de vendas para 2024?

Esperamos um ano de 2024 com um bom resultado em participação de mercado e vendas, associado a boas perspectivas econômicas e surpresas que estamos sempre pensando para oferecer o melhor aos nossos consumidores uruguaios e reconhecer sua fidelidade à marca.

Por outro lado, desde o início, tem sido uma empresa comprometida com as comunidades e com a sociedade. Essa responsabilidade vai além de ações específicas de RSC e sustentabilidade. Ela tem a ver com uma filosofia de desenvolvimento, que sempre priorizamos por meio de nossas ações e que queremos continuar a promover no futuro. 

Estabelecemos nossas Metas 2030 relacionadas à sustentabilidade, que queremos conscientizar e divulgar a todos os uruguaios e torná-los parte de nosso compromisso. 

Somos a cooperativa de todos os uruguaios e temos orgulho disso. Queremos continuar oferecendo melhores opções para todos os nossos consumidores e, ao mesmo tempo, continuar representando o Uruguai no mundo, conquistando novos destinos e expandindo os que já temos.

Vocês planejam incorporar novas tecnologias no futuro para melhorar processos ou produtos?

A Conaprole é a principal exportadora do Uruguai e estamos sempre trabalhando para nos colocar na fronteira do conhecimento com a mais recente tecnologia em produção, embalagem e propostas de produtos. Inovação e qualidade são áreas de investimento permanente, a fim de desenvolver nosso posicionamento e liderança em cada categoria em que competimos.

As informações são do Infonegócios, traduzidas pela Equipe MilkPoint


Jogo Rápido

UE recua em meta para redução de emissões após protestos de fazendeiros
A União Europeia (UE) desistiu de propor uma meta de cortes agressivos de gases de efeito estufa após protestos de fazendeiros em diversos países da Europa contra os projetos de transição energética proposta pelo bloco, segundo o “Financial Times” (FT). A Comissão Europeia deve apresentar nesta terça-feira (6/2) um projeto que visa o estabelecimento de metas para a redução da emissão de gases de efeito estufa, porém os objetivos do documento devem ser reduzidos ante a resistência de fazendeiros europeus a aceitar as medidas para uma economia mais verde. ,O texto prevê um plano para reduzir em 90% as emissões na UE até 2040, porém a proposta não incluirá mais a meta de redução de 30% das emissões de metano, nitrogênio e outros gases ligados à agricultura, segundo o “FT”.A mudança acontece após grandes protestos de agricultores na França, Alemanha, Bélgica e Itália, em alguns casos com bloqueios de vias importantes dos países exigindo intervenção policial. As metas para 2040 da UE visa garantir que o bloco tenha um caminho para reduzir fortemente as emissões nos próximos anos para que em 2050 os países-membros se tornem neutros na emissão de gases de efeito estufa. As informações são do Globo Rural, adaptadas pela equipe MilkPoint.


 
 

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Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.080


Projeto do governo institui programas de conformidade para beneficiar bons contribuintes

Proposta prevê endurecimento das regras contra os devedores contumazes, categoria que inclui cerca de mil empresas que devem ao fisco sistematicamente

O Projeto de Lei 15/24, do Poder Executivo, institui programas de conformidade tributária e aduaneira com o objetivo de incentivar os bons contribuintes e fortalecer o caráter orientador da Receita Federal, deixando em segundo plano o viés punitivo do órgão.

Uma das medidas previstas no programa, por exemplo, dá ao contribuinte bem classificado nos critérios de conformidade acesso à redução de tributo, com bônus de adimplência.

O projeto, enviado à Câmara dos Deputados em regime de urgência constitucional, está baseado em três pilares: vantagens para quem cumpre regras de conformidade, controle de benefícios fiscais e regras mais duras para devedor contumaz.

Conformidade: O eixo conformidade prevê três programas. O primeiro é o Confia, de caráter voluntário e voltado a companhias de grande porte. As empresas que aderirem terão de cumprir parâmetros de governança fiscal e cooperarem com o fisco. Em troca, receberão um “selo de conformidade” e poderão regularizar os débitos em até 120 dias sem multa ou com multa reduzida.

Destinado a todos os contribuintes, o Programa Sintonia oferecerá descontos na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A empresa com selo de bom pagador há um ano, pagará 1% a menos de CSLL a cada ano, podendo acumular 3% após três anos, além de outras vantagens.

O terceiro programa é o Operador Econômico Autorizado (OEA), que já existe e agora será incluído em lei. O OEA é destinado a recompensar quem cumpre as obrigações alfandegárias. As empresas que fizerem parte do programa receberão o Selo OEA, que dá direito a prioridade na liberação de mercadorias e diferimento (adiamento) no pagamento dos tributos aduaneiros.

Benefícios fiscais: Chamado de controle de benefícios, o segundo eixo do projeto prevê um pente fino em mais de 200 incentivos fiscais federais. O objetivo é monitorar o alcance e a eficiência dos benefícios aprovados pelo Congresso.

Todo beneficiado terá de preencher um formulário eletrônico e comprovar que cumpre os requisitos para ter direito ao incentivo. Condenados por improbidade administrativa não terão direito ao benefício fiscal.

Devedor contumaz: O último eixo do programa prevê o endurecimento das regras contra os devedores contumazes, categoria que inclui cerca de mil empresas que devem ao fisco sistematicamente. O PL 15/24 considera devedor contumaz o contribuinte que satisfaz qualquer dos seguintes requisitos:

débito acima de R$ 15 milhões e valor maior que o próprio patrimônio;
débito em dívida ativa acima de R$ 15 milhões por mais de um ano;
débito de mais de R$ 15 milhões e CNPJ baixada ou inapta nos últimos cinco anos.
A Receita criará um cadastro federal de devedores contumazes e dará um prazo para a regularização desses contribuintes, com a possibilidade de ampla defesa. Se comprovado crime contra a ordem tributária, o devedor contumaz responderá na esfera criminal, com dolo.

Tramitação: O projeto ainda será distribuído às comissões da Câmara.

Da reportagem:
Edição - Marcia Becker
Com informações da Agência Brasil
Fonte: Agência Câmara de Notícias


 

GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo SINDILAT/RS

AR – Caiu a produção de leite, mas quanto cresceu o consumo interno?

Rentabilidade/AR – O relatório dos Custos Regionais da Produção de Leite elaborado pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), o Departamento do Leite do Ministério da Pecuária (DNL – MAGyP), e divulgado pelo Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA), com valores atualizados até dezembro de 2023, é incontestável. As perdas do setor lácteo não têm precedente nos últimos 20 anos.

O preço de equilíbrio de dezembro de 2023 foi de AR$ 272 por litro. O produtor recebeu um valor em torno de AR$ 150 por litro.

O cálculo é feito da seguinte forma:
- Preço ao produtor: preço por província, qualidade e volume de cada unidade produtora de leite com base nos 30 modelos regionais. O levantamento é feito pelo DNL – MAGyP, elaborando o chamado (SIGLeA-LUME).
- Custo de produção: (Gastos diretos + Gastos estruturais + Amortizações + Remuneração Empresarial) – Recuperações (venda e/ou cessão de bezerros, vacas e descarte de touros). 
- Preço de equilíbrio: Custo de produção + Custo de Oportunidade do Capital (5%). Também denominado de Custo de produção de Longo Prazo.
- Ingresso de capital: (Faturamento com leite + faturamento com carne) – (Gastos Diretos + Gastos estruturais + Amortizações + Remuneração Empresarial).

Fonte: Terra Viva


Jogo Rápido

ÚLTIMOS DIAS do DESCONTO do 1º lote, aproveite!
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Porto Alegre, 05 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.079


La Niña no radar de previsões do ano traz atenção à produção Efeitos para o Brasil

Com um histórico recente de perdas de safra causadas por problemas climáticos, o Rio Grande do Sul olha com muita atenção o radar de previsões climáticas. E a possibilidade de um retorno do La Niña no segundo semestre acende o alerta - no Estado, costuma se traduzir em escassez de chuva. É muito cedo ainda para estabelecer qual será, de fato, o comportamento do clima. A meteorologista Jossana Cera, consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), diz que o modelo de consenso - atualizado em janeiro - traz 64% de probabilidade de ocorrência do fenômeno a partir de agosto. Há também um percentual estimado de neutralidade, com tendência maior, neste momento, de um possível La Niña.

Esse modelo de consenso do NOOA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, na sigla em inglês), explica Jossana, é como se fosse uma média de todos os prognósticos climáticos.

Com meses ainda pela frente até a perspectiva se confirmar ou se desfazer, o Estado ainda se vê às voltas com os efeitos do El Niño, fenômeno que trouxe chuva em excesso. A meteorologista observa que na segunda quinzena de janeiro começou a fase de enfraquecimento do fenômeno, que segue "na intensidade forte". A projeção é de que deva terminar, de fato, entre abril e maio.

São prognósticos de médio prazo e podem sofrer alterações. No curto prazo, os próximos dias no Estado prometem ser de temperaturas elevadas - 35ºC na maioria das regiões e podendo chegar perto de 40ºC em alguns pontos -, segundo o Boletim Integrado Agrometeorológico da Secretaria Estadual da Agricultura. O volume de chuva deve variar, na média, entre 10 e 20 milímetros. Há áreas no Norte e Nordeste que poderão ter totais entre 20 e 35 mm.

A preocupação com eventual retorno do La Niña foi um dos pontos trazidos pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em meio às projeções para 2024. (Zero Hora)


Receita Federal fará pente-fino em benefícios fiscais

A ideia é que o mapeamento também auxilie o governo na tarefa de reduzir esses benefícios - como determina a própria Constituição

Depois de focar nos grandes "jabutis tributários", a Receita Federal promete fazer agora um pente-fino nos mais de 200 benefícios fiscais existentes no País. A maioria deles é considerada "invisível" por ter valores mais reduzidos - na casa dos milhões, e não dos bilhões - e pelo fato de o governo ter pouca informação e controle sobre eles.

A proposta, que consta de um projeto de lei enviado ao Congresso prevê que as empresas serão obrigadas a preencher uma declaração eletrônica listando todos os incentivos que possuem. A partir daí, o Fisco pretende identificar as companhias em situação irregular, ou seja, que usufruem dos benefícios sem ter direito, e fazer, então, a exclusão.

"Muitos desses benefícios são aprovados no Congresso Nacional sem nenhum tipo de possibilidade de controle, porque eles são de autofruição (não tem pré-requisitos). O contribuinte recebe um benefício e, simplesmente, deixa de pagar o tributo", afirma o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. "Isso tira a governança do poder público em relação a essas centenas de regimes."

Segundo o secretário, o formulário será de fácil preenchimento, sem necessidade de envio de documentação. "A Receita vai puxar do sistema os documentos e verificar se a empresa preenche os requisitos para aqueles benefícios. Em seguida, vai informar se ela tem ou não direito."

Uma companhia que tenha sido condenada pela Lei de Improbidade, por exemplo, não poderá fazer uso desses benefícios. Outros impedimentos podem estar relacionados à Lei Anticorrupção ou a legislações ambientais. Se estiver usufruindo do benefício indevidamente, o contribuinte estará sujeito a punições, além da exclusão do regime diferenciado.

Instrumentos
Segundo o secretário, atualmente o governo não consegue enxergar quem está sendo beneficiado por esses incentivos, com quais valores e se os objetivos da política pública estão sendo atingidos. "Com esse controle eletrônico, nós daremos instrumentos para, eventualmente, os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento e da Indústria analisarem os dados e os resultados da política."

A ideia é que o mapeamento também auxilie o governo na tarefa de reduzir esses benefícios - como determina a própria Constituição. Isso porque, em 2021, o Congresso aprovou uma emenda que estabelece que, até 2029, o custo dessas medidas terá de ficar limitado a 2% do PIB. Atualmente, a estimativa é de que correspondam a 4,5% do PIB.

Segundo o Fisco, os benefícios fiscais serão incluídos nessa análise progressivamente. Os incentivos ligados ao Imposto de Renda da Pessoa Física, por exemplo, não entrarão no curto prazo já que serão alvo de uma proposta de reforma que deve ser enviada pelo governo ao Congresso até o fim de março.

Bom pagador
Além da revisão dos benefícios fiscais, o projeto de lei enviado ao Congresso estabelece novas diretrizes aos programas de conformidade, para premiar os bons pagadores de impostos. Entre as recompensas previstas a esses contribuintes, estão a redução progressiva no pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de até 3%, e a possibilidade de autorregulação em um prazo de 60 dias. Há também vedação de arrolamento de bens e preferência em licitações.

Segundo Barreirinhas, a ideia que norteia o projeto é o de uma Receita Federal que deixa de ser "punitiva" para ser "orientadora" dos contribuintes. O próximo passo será negociar o texto - que foi enviado com urgência constitucional, ou seja, prevendo tramitação acelerada - com os parlamentares, que retomam às atividades legislativas na próxima semana. (Exame)

Contas têm 2º maior rombo da história

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (29) que o resultado das contas do Governo Central, cujo déficit em 2023 foi de R$ 230,535 bilhões, ou seja, 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), foi resultado da decisão do governo federal de pagar os precatórios (dívidas da União com trânsito em julgado) e do acordo feito com governadores a respeito do ICMS sobre combustíveis.

“A decisão, na minha opinião, foi acertada. Ela foi amplamente divulgada. Nós fomos ao Supremo defender a tese de que aquele calote era inconstitucional e eu penso que a opinião pública, formada e informada, deveria levar em consideração esse gesto do governo de colocar ordem nas contas”, justificou Fernando Haddad.

O ministro se queixou das manchetes desta segunda-feira sobre o Relatório do Tesouro Nacional ao dizer que elas não correspondiam ao esforço que o governo fez de “passar a régua” no que ele chamou de “legado tenebroso de desorganização das contas públicas”.

Haddad disse ainda que o déficit real se aproximou do número mencionado por ele no ano passado, de 1% do PIB. “Penso que o mercado entendeu e reagiu bem ao que estava programado”, afirmou.

Debate sobre meta fiscal é com o congresso
Ainda segundo o ministro da Fazenda, o debate sobre o cumprimento da meta fiscal em 2024 será trabalhado com o apoio do Congresso Nacional e do Poder Judiciário. “A meta fiscal é estabelecida de comum acordo com o Congresso Nacional, mas o resultado primário depende muito dessa boa interação do Judiciário com o Legislativo”, pontuou.

Haddad reiterou que o Executivo trabalha em conjunto com os demais Poderes e afirmou que o governo manterá o diálogo com o Judiciário na forma da lei, nos tribunais, colocando o ponto de vista do Executivo, e que a discussão com o Congresso se dará mais no sentido de saber onde serão buscados os recursos para equilibrar a política fiscal.

O chefe da Fazenda ainda pontuou que o governo tem que aproveitar o “bom relacionamento” que o Executivo vive hoje com o Congresso. “Apesar das propostas estarem sendo aprovadas, não da forma como foram encaminhadas, mas de outra forma, o fato é que o Congresso tem dado abertura para o diálogo”, ponderou.

MP da reoneração
Haddad disse que encaminhou ao Legislativo no final do ano a medida provisória 1.202, que reonera gradualmente a folha de pagamentos de 17 setores, extingue o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e revoga outros benefícios fiscais, porque sentiu que havia uma necessidade diante do quadro fiscal apresentado pela Receita Federal e também diante do que chamou de “desidratação de medidas” encaminhadas em agosto por ocasião do envio do Orçamento ao Congresso.

“Senti que nós tínhamos que fazer um esforço adicional para garantir que nós íamos perseguir aquele resultado. Eu cumpri uma obrigação legal de tomar as medidas necessárias, com senso de justiça, evitando cobrar de quem já paga, justamente para atingir esse resultado”, justificou o ministro.

Contas públicas registram segundo maior rombo da história
O governo fechou 2023, primeiro ano da nova gestão Lula, com o segundo maior rombo nas contas públicas da série histórica, iniciada em 1997. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 29, pelo Tesouro Nacional, o déficit primário (resultado das receitas menos as despesas, sem levar em conta o pagamento dos juros da dívida pública) ficou em R$ 230,5 bilhões, o equivalente a 2,1% do PIB.

No ano anterior, essa conta havia ficado positiva – um superávit de R$ 54,1 bilhões, um número considerado “fora da curva”. O pior resultado da série histórica foi registrado em 2020, primeiro ano da pandemia da covid-19, quando o déficit primário chegou a R$ 939,5 bilhões (em números corrigidos pela inflação).

A meta traçada para este ano pela equipe econômica é de déficit zero, mas o resultado registrado em 2023 fortaleceu no mercado as projeções de novo rombo. Já o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, fala em “reversão da tendência” no médio prazo.

A explicação para o déficit ano passado foi a antecipação do pagamento de precatórios (dívidas judiciais do governo nas quais não cabe mais recurso) de R$ 92,3 bilhões, além da compensação a Estados e municípios em razão de perdas na arrecadação com ICMS.

Mesmo sem o pagamento dos precatórios, o déficit teria sido de R$ 138,1 bilhões – o equivalente a 1,27% do PIB, ainda acima da promessa que havia sido feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de fechar o ano com déficit de 1%.

A meta fiscal ajustada para 2023 admitia um rombo de até R$ 213,6 bilhões nas contas do governo central (conceito que engloba Tesouro, Previdência Social e Banco Central).

Para a aferição formal, porém, o governo poderá descontar desse cálculo da meta os gastos com a regularização dos precatórios, em decisão autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.

O pagamento dos precatórios estava represado em razão da chamada “PEC do Calote“, que “pedalou” o pagamento desses débitos da União, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, até 2026.

A PEC foi proposta em 2021 para enfrentar o que o então ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou de “meteoro”: uma fatura de R$ 89 bilhões que teria de ser honrada ainda em 2022, durante o período eleitoral, com Bolsonaro buscando a reeleição.

Em dezembro do ano passado, porém, o governo Lula editou uma medida provisória que abriu um crédito extraordinário – fora do limite de despesas – de R$ 93,1 bilhões para quitar esse estoque de precatórios represados, e conseguiu autorização do STF para desconsiderar essas despesas da aferição da meta fiscal.

Projeções para 2024
Podendo ou não descontar os gastos com precatórios da meta fiscal, os números mostram o tamanho do desafio do governo para este ano, quando a meta a ser perseguida é de zerar o déficit, de acordo com as regras previstas no novo arcabouço fiscal. No mercado financeiro, é praticamente unânime a avaliação de que a meta terá de ser reformulada em algum momento para acomodar um rombo que, para muitos, seria inevitável.

O equilíbrio orçamentário é importante para a redução da dívida pública, o que acaba tendo impacto na inflação, nos juros e na atração de novos investimentos. Mas, tirando o superávit extraordinário registrado em 2022, o País convive com déficits nas contas desde 2013.

A XP Investimentos, por exemplo, projeta novo déficit primário para o governo central (conceito que engloba Tesouro, Previdência Social e Banco Central) de 0,6% do PIB em 2024. Para o economista da corretora Tiago Sbardelotto, as medidas recém-aprovadas pelo governo para tentar aumentar a arrecadação deverão ter efeitos positivos, mas não o suficiente para alcançar a meta de déficit zero neste ano.

“Algumas receitas incluídas no Orçamento permanecem altamente incertas, como os R$ 34,5 bilhões das concessões ferroviárias e os R$ 35 bilhões da mudança nos subsídios do ICMS”, disse Sbardelotto, em nota.

Ele acrescenta que a eventual extensão do programa de desoneração da folha de pagamento (tema que está em discussão no Congresso) pode impor um viés de baixa nas receitas previdenciárias esperadas pelo governo. “Além disso, ainda vemos pressão proveniente de gastos relacionados à previdência e assistência social, o que poderia exigir algum bloqueio nas despesas discricionárias (mas não deve aumentar o gasto total).”

Já o economista-chefe do Banco BMG, Flavio Serrano, projeta um déficit primário de pouco menos de 1% do PIB. Segundo ele, em um cenário otimista, com o efeito da elevação de receitas pretendido pelo governo, o saldo negativo diminuiria para cerca de 0,6% do PIB. Mesmo assim, ainda ficaria acima da margem de tolerância admitida no arcabouço fiscal, que é de um déficit de 0,25% para uma meta zero.

Em entrevista na semana passada ao Estadão, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, disse que, em março, o governo “vai ter de escolher entre alterar a meta (de resultado primário), fazer contingenciamento (do Orçamento), ou uma combinação dos dois”.

Para ele, seria aceitável um rombo nas contas de até 1% neste ano, porque isso significaria uma queda acentuada em relação ao visto no ano passado, indicando um esforço na questão fiscal. “Se passar de 1%, vai gerar preocupação; de 1,5%, mais ainda; 2%, então, nem se fala, dado que no ano passado já foi acima disso”, disse.

O governo precisa divulgar em março o primeiro relatório de receitas e despesas do ano. 

‘Bons sinais’
Na avaliação do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, embora o resultado de 2023 tenha sido o segundo pior da série histórica, o número já indicaria o início de um processo de recuperação fiscal. “Nossa sinalização para o horizonte de médio prazo é de reversão dessa tendência que vem acontecendo em mais de uma década, de piora a cada um desses ciclos”, disse o secretário, reforçando que o governo trabalha para se aproximar de resultados mais próximos do equilíbrio orçamentário. “Esperamos que, a partir de 2024, o movimento de recuperação fiscal fique mais nítido.”

Ele citou que, de janeiro de 2019 a dezembro de 2022 (mandato de Jair Bolsonaro), o resultado primário anualizado registrou uma média de déficit de R$ 263,2 bilhões. “Fechamos com um resultado que já é melhor que a média dos últimos anos.”

Apesar da descrença do mercado, Ceron afirmou que o governo vê “bons sinais” para o cumprimento da meta fiscal em 2024, em linha com o planejado pela Fazenda. Na avaliação do secretário, a regra do arcabouço que limita o crescimento das despesas é a essência do novo marco fiscal e irá garantir que, “ano a ano”, o Executivo melhore seu resultado. “Tem meta mais arrojada justamente para acelerar a recuperação”, afirmou.

Questionado sobre o risco de o governo ter superestimado as receitas – advertência feita tanto por economistas quanto pelo Tribunal de Contas da União -, Ceron respondeu que a partir de fevereiro o governo terá dados mais atualizados para avaliar a performance estimada para o ano. “Mas os dados parciais de janeiro mostram uma performance até maior do que o esperado”, otimismo compartilhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

*Com informações do Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo.


Jogo Rápido

Ceará: insenção ICMS de derivados de leite produzidos no estado
A venda de produtos lácteos no estado do Ceará poderá ter isenção de 100% do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Em setembro de 2023, o Estado já havia dado crédito presumido de 95% para a saída de produtos como leite longa vida, leite em pó, creme de leite, leite condensado, dentre outros produtos laticínios. A isenção do crédito fiscal presumido sobre o ICMS foi anunciada pelo governador Elmano de Freitas. Decreto com todos os detalhes e informações adicionais será publicado no Diário Oficial. “A isenção do ICMS colabora para o fortalecimento do setor leiteiro, tornando o Ceará mais competitivo para atrair novas indústrias do segmento e, com isso, gerar mais empregos para os cearenses”, observa o governador Elmano. Para que haja a isenção de 100% do ICMS, o fabricante deve obrigatoriamente ter adquirido o leite de produtores rurais cearenses. Caso contrário, o benefício não será liberado. “O nosso estado conta com mais de 73 mil produtores, é o terceiro maior produtor do Nordeste, sendo responsável por mais de 1 bilhão de litros de leite por ano”, aponta o governador, ressaltando que 88% da produção vem de produtores familiares. No ranking dos municípios que mais produzem, de acordo com dados de 2022, estão Morada Nova, Iguatu, Quixeramobim, Jaguaretama, Jaguaribe, Milhã, Limoeiro do Norte, Acopiara, Quixelô e Iracema. As informações são do Governo do Ceará, adaptadas pela equipe MilkPoint.


 
 

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Porto Alegre, 01º de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.078


Sindilat reafirma parceria com a AL no avanço pela implementação de políticas pública para o setor lácteo

Com o objetivo de articular políticas públicas para o desenvolvimento do setor lácteo, principalmente quanto à revisão do FAF e à liberação de recursos represados do Fundoleite, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (SINDILAT/RS), representado pelo secretário-executivo, Darlan Palharini, acompanhou, nesta quarta-feira (31/01), a sessão solene de eleição e posse do deputado Adolfo Brito (PP) e da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. “A nova gestão será uma grande parceira do setor lácteo. O objetivo é avançarmos em questões como a exclusão do FAF e a liberação de recursos do Fundoleite”, afirmou Palharini.

Durante discurso da posse, o novo presidente da Assembleia afirmou que um dos principais focos da gestão será a definição de uma política estadual de recursos hídricos para a agricultura. “Nós precisamos dar importância para o líquido que a propriedade rural necessita, viabilizando açudes e oferecendo a possibilidade de produzir. É um projeto de Estado, mas não queremos de jeito nenhum agredir o meio ambiente.”, destacou Adolfo Brito.

A Mesa Diretora empossada estará à frente do Parlamento na gestão que se estende de 1º de fevereiro de 2024 a 31 de janeiro de 2025. Também fazem parte da Mesa Diretora: Paparico Bacchi (PL), como primeiro vice-presidente; Eliane Bayer (Republicanos), como segundo vice-presidente; Pepe Vargas (PT), como primeiro secretário; Vilmar Zanchin (MDB), como segundo secretário; Luiz Marenco (PDT), como terceiro secretário; e Dr. Thiago Duarte (União Brasil) como quarto secretário.


Copom reduz juros básicos da economia para 11,25% ao ano

Queda de 0,5 ponto era esperada pelo mercado financeiro

O comportamento dos preços fez o Banco Central (BC) cortar os juros pela quinta vez seguida. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros .

A taxa está no menor nível desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2023, o indicador ficou em 4,62%. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada pelos economistas.

O índice fechou o ano passado abaixo o teto da meta de inflação, que era 4,75%. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia 2024 em 3,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.

As previsões do mercado estão mais otimistas que as oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,81%, abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 3,9%.

Crédito mais barato

A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação. No último Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu para 1,7% a projeção de crescimento para a economia em 2023.

O mercado projeta crescimento semelhante. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 1,6% do PIB em 2023.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir. (Correio do Povo)

Reutilização do soro do leite: uma alternativa sustentável

Proveniente da fabricação dos mais variados tipos de queijo, o soro do leite é um subproduto valioso da indústria de laticínios que infelizmente ainda não é amplamente e completamente aproveitado comercialmente.

Caracterizado pela riqueza proteica presente em sua composição e pelo grande impacto ambiental que seu descarte gera, diversos pesquisadores têm buscado, ao longo dos últimos anos, alternativas viáveis para a reutilização deste subproduto dentro da própria indústria e por que não em fabricações artesanais também. Esta se apresenta como uma ótima saída para a sustentabilidade, para as finanças da indústria e para os consumidores finais dos coprodutos.

Antes de entender os benefícios e potenciais ganhos à saúde humana vindos do consumo do soro de leite, é importante alertar sobre o grande impacto ambiental gerado pelo descarte inapropriado desta matéria prima. Quando descartado em solo, o soro do leite gera um efeito ambiental nas estruturas física e química dos solos, significando menor rendimento do solo e representando grandes perdas de produção para o cultivo de potenciais culturas nestes ambientes. Nos efluentes os danos são ainda maiores, pois esgota o oxigênio dissolvido dentro deste microambiente e prejudica a vida aquática local.

Propriamente a respeito dos efluentes, muitos parâmetros são utilizados para tentar definir o tamanho do impacto gerado pelo soro do leite inapropriadamente descartado, são estes: demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), óleos e graxas, pH, sólidos em suspensão e temperatura (°C). O soro do leite é um dos efluentes que possui maior carga poluidora, pois nele encontra-se metade dos sólidos do leite integral. Para se ter uma noção numérica do tamanho do impacto ambiental gerado, o valor de referência para DBO é inferior ou igual a 60 mg por litro, e no caso do soro do leite, o valor de DBO pode variar de 25.000 a 120.000 mg por litro.

Pode-se definir o soro do leite como sendo a porção aquosa liberada do coágulo durante a fabricação de queijos que possui alto valor nutricional devido à sua porção proteica.

O whey protein tem se popularizado cada vez mais no auxílio na nutrição de pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável, melhor desempenho atlético e hipertrofia. O soro do leite possui características funcionais que o torna ainda mais interessante, chama a atenção a possibilidade de atuar como estabilizante, espumante, emulsificante e geleificante. Tais propriedades funcionais se dão devido à presença e ação da β-lactoglobulina, α-lactoalbumina, imunoglobulinas, albumina do soro e lactoferrina, as chamadas proteínas do soro, ou, whey protein.

A respeito das citadas proteínas, estas representam aproximadamente 20% do total de proteínas presentes no leite bovino e se destacam por apresentarem alto teor de aminoácidos essenciais, sobretudo de cadeia ramificada em sua composição. Além disso, apresentam alto teor de cálcio e de peptídeos bioativos do soro.

Existem dois tipos de soro de leite, que são diferenciais a depender do tipo de queijo fabricado e dos valores totais de acidez ou pelo conteúdo de ácido lático. O primeiro deles, o soro ácido, apresentando pH entre 4,5 e 4,8 e 0,8% de minerais normalmente é usado como realçador de sabor, emulsificante e retentor de água. Já o soro doce apresenta pH variando de 5,8 a 6,5, além de 0,5% de minerais, usualmente utilizado para a fabricação de sobremesas lácteas.

No fim das contas existe grande interesse comercial por parte da indústria pela reutilização do soro de leite como coproduto na fabricação dos variados tipos de derivados. Diversos autores e seus colaboradores tem pesquisado a viabilidade e aceitabilidade do público perante essas alternativas sustentáveis. Em 2020, Bae apostou no soro doce para fabricar sorvete, Ferrari e seus colaboradores estudaram fazer e consumir bolo, bebida achocolatada e sobremesas com goiabada a partir do soro em 2013, já Cotrim em 2019 experimentou a confecção de bebida carbonatada, e Mai, em 2020, testou a fabricação de diferentes tipos de bebidas não fermentadas utilizando o soro de leite.

Os crescentes estudos e pesquisas acerca do soro de leite aliado com o grande interesse popular por um estilo de vida mais saudável dá a todos a esperança de que a reutilização do soro de leite seja cada vez mais ampliada e que seja consolidada como uma das várias estratégias comerciais adotadas pela indústria. Além de agradar o público alvo, agrada o faturamento industrial e a sustentabilidade ambiental. 
 
Agradecimentos à CAPES, CNPq, FINEP, FAPEG e IF Goiano pelo apoio a realização da pesquisa.

Autores
Pedro Paulo Alves Pinheiro
Gabriella de Oliveira Nascimento
Marciel Oliveira dos Santos
Marco Antônio Pereira Silva
 
Referências Bibliográficas
BAE, F. A. H. et al., Desenvolvimento, caracterização físico-química e aceitação sensorial de sorvete a base de isolado proteico de soro de leite. In: SIMPÓSIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR, 7, 2020, Londrina, PR. Anais [...]. Bento Gonçalves, RS: SbCTA-RS, 2020.

COTRIM, W. S.; COTRIM, K. C. F.; COIMBRA, J. C. Modelagem e análise de cenários econômicos do processo de produção de bebida carbonatada a base de soro de leite. Journal of Bioenergy and Food Science, v. 6, n. 4, p. 97-108, 2019.

FERRARI, A. S.; BALDONI, N. R.; AZEREDO, E. M. C. Análise sensorial e físico-química de produtos elaborados à base de soro de leite. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 11, n. 1, p. 216-223, 2013.

Mai, Daiana. "Avaliação de formulações de bebida láctea não fermentada com adição de soro de leite." Química Bacharelado-Tubarão (2020).

SANTOS, H. C. Bebida fermentada sustentável “tipo iogurte grego” à base de leitelho. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 57 p. 2023.

VIANA, C. C.; MENDONÇA, H. V.; OTENIO, M. H. Efluente da indústria de laticínios: qual tecnologia aplicar para tratamento? 2021. Disponível em: <https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1134245/1/Efluente-industria-laticinios.pdf> Acesso em: 09 jan. 2023.


Jogo Rápido

O SINDILAT/RS  parabeniza a SOORO RENNER pelos seus 23 anos de dedicação e contribuição para o avanço do setor lácteo! Assista ao vídeo especial lançado pela empresa em comemoração a essa data especial clicando aqui. (SINDILAT/RS)


 
 

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Porto Alegre, 31 de janeiro de 2024                                                        Ano 18 - N° 4.077


Empresa gaúcha de alimentos chega na Ilha de Páscoa

Com base em Vacaria, a RAR passou a exportar queijo para a ilha do Oceano Pacífico

Do Rio Grande do Sul para a terra dos moais, as conhecidas estátuas encontradas na ilha de Páscoa. A chegada ao mercado da ilha situada no Oceano Pacífico é um dos destaques do ano de 2023 da RAR, empresa de Vacaria conhecida pelo cardápio de produtos que incluem maçãs, queijo, azeites, vinhos e espumantes.

No ano que passou, a companhia - que leva as iniciais do seu fundador Raul Anselmo Randon - alcançou receita líquida de R$ 500 milhões. É um aumento de 22% em comparação ao ano anterior. Para 2024, o incremento esperado é de 15%.

Com uma das maiores produções de maçãs do Brasil - com as variedades gala e fuji - além da uva, a empresa também relatou problemas com o clima, mas evita terceirizar responsabilidades à chuva.

— Temos que mitigar isso. Quase 70% dos pomares de maçã são telados, antigranizo. Se falamos em frio, nas uvas utilizamos o sistema de irrigação antigeada, para quando a temperatura chega próximo a zero. Ela forma uma proteção sobre as gemas — explica o presidente da RAR, Sergio Martins Barbosa.

A RAR diz ter a primeira fábrica de queijo tipo grana fora da Itália. Foi esse produto, com a marca Gran Formaggio, que chegou à Ilha de Páscoa, que pertence ao Chile. O país sul-americano possui um dos sistemas sanitários mais exigentes do mercado.

— O Chile é tipo uma Champions League (torneio de futebol europeu), é muito difícil. Gradativamente estamos colocando lá os nossos produtos. Na Ilha de Páscoa, um distribuidor nosso levou umas cunhas do Gran Formaggio, chegamos em um ponto interessante — diz Barbosa.

Além da abertura de novos mercados, 2024 será o ano de testes em tecnologia. Entre e abril e maio, a RAR conhecerá melhor a experiência envolvendo a colheita por drones. Uma empresa israelense desenvolveu um protótipo de robôs voadores conectados a uma plataforma que reconhecem as maçãs e as colhem de forma 100% automatizada. A tecnologia já é testada em lavouras de países como Estados Unidos, Israel, Itália e Chile. (Zero Hora)


Contribuintes conseguem no Judiciário afastar a cobrança de tributos sobre benefícios fiscais.

Diante da necessidade do aumento de arrecadação, foi publicada a Lei n. 14.789/2023, que modifica a sistemática da tributação de incentivos/benefícios fiscais concedidos pelos Estados a título de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A partir da nova metodologia, passa a incidir sobre os benefícios fiscais a tributação do IRPJ/CSLL. Em contrapartida, o Contribuinte poderá apurar um crédito fiscal a ser utilizado para compensar com tributos federais ou requerer o ressarcimento em direito, entretanto, em percentual inferior ao utilizado até o momento (de 34% para 25%).

Contudo, o Superior Tribunal de Justiça já havia se manifestado de forma contrária ao estabelecida pela nova norma, de modo a autorizar a exclusão dos benefícios fiscais de ICMS da base de cálculo do IRPJ/CSLL. Em razão disso, muitos contribuintes já estão procurando o Poder Judiciário e conseguindo decisões liminares favoráveis para deixarem de pagar o tributo.

Leia na íntegra a matéria "CONTRIBUINTES CONSEGUEM NA JUSTIÇA DECISÕES LIMINARES AUTORIZANDO A EXCLUSÃO DE CRÉDITOS PRESUMIDOS DE ICMS DAS BASES DE CÁLCULO DO IRPJ, CSLL, PIS E COFINS", do Jornal Valor Econômico, clicando aqui.  (R Pandolfo Advogados)

 

Argentina desiste de estabelecer aumento das retenções para produtos do agro

Alíquota para os derivados de soja, que inicialmente estava prevista para subir para 33%, ficará em 31%

Segundo informações divulgadas pela consultoria Safras & Mercado, na última sexta-feira (26), o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou, entre outras providências, que não haverá avanço nas medidas visando o aumento das retenções para o setor agrícola.

O ministro afirmou que o governo “decidiu retirar o capítulo fiscal da Lei de Bases”.

Assim, em números, a alíquota para trigo e milho que poderia ser elevada para 15%, permanecerá em 12%. A alíquota para os derivados de soja, farinha e óleo, que inicialmente estava prevista para subir para 33%, ficará em 31%.

Para o farelo de soja a alíquota seguirá em 33%, para a carne bovina em 9% e para as economias regionais em 0%. (Canal Rural)


Jogo Rápido

Interleite Sul: não perca seu desconto
Ainda dá tempo de aproveitar o desconto especial da pré-venda da 11ª edição do Interleite Sul. Garanta já seu lugar na melhor feira de negócios e networking do setor leiteiro. O Interleite Sul vem com o objetivo de clarear novos caminhos para o futuro da produção de leite, e ajudar produtores, técnicos e empresas a compreender o cenário que se descortina, para que possam se preparar e serem protagonistas através do conhecimento e do melhor networking do leite. A 11ª edição, que acontece nos dias 08 e 09 maio em Chapecó/SC, explorará seis painéis temáticos, abordando desde as significativas mudanças climáticas no Sul do país até os desafios e soluções para a mão-de-obra no campo. Não perca a chance de aprender com os principais especialistas do setor. Garanta seu lugar e aproveite os últimos dias de DESCONTO da pré-venda do Interleite Sul 2024. Junte-se a nós na jornada para moldar o futuro da produção leiteira. Clique aqui e garanta seu ingresso com o valor promocional de PRÉ-VENDA! (Milkpoint)


 
 

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Porto Alegre, 30 de janeiro de 2024                                                        Ano 18 - N° 4.076


Allan André Tormen assume coordenação do Conseleite

Representando o elo produtor, Allan André Tormen assumiu a coordenação do Conseleite para a gestão 2024/2025. A eleição e a posse ocorreram durante a primeira reunião do conselho de 2024, realizada nesta terça-feira (30/01), na sede do Sindilat/RS, em Porto Alegre (RS). Presidente do Sindicato Rural de Erechim e integrante da Comissão do Leite e Derivados da Farsul, o produtor rural tem como objetivo principal trabalhar por convergências no setor lácteo gaúcho. “Vou buscar o melhor para todos, para as indústrias e para os produtores”, frisou. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, ficará na vice-coordenação. Por acordo prévio do colegiado, em 2025, a coordenação eleita inverte-se, passando a ser encabeçada por Palharini. Também compõem a diretoria do Conseleite José Pollastri (Tesoureiro), Eugênio Zanetti (Vice-tesoureiro), Cleonice Back (Secretária) e Osmar Redin (Vice-secretário).

Entre os projetos da nova gestão está a implementação de uma calculadora virtual que auxilie na mensuração de valores para o leite conforme os parâmetros de qualidade de cada propriedade. “Vamos trabalhar por ferramentas que tragam ainda mais transparência e eficiência ao setor”, completou Tormen.

Durante a reunião, a Universidade de Passo Fundo (UPF) apresentou projeção para o valor de referência do leite em janeiro de R$ 2,1010 o litro. O indicador, que considera os primeiros 20 dias do mês, representa um aumento de 2,59% em relação ao consolidado de dezembro de 2023. (Assessoria de imprensa do SINDILAT/RS)


Empresa brasileira entrega primeira carga de couro de gado 100% rastreado

Uma empresa brasileira anunciou a chegada da primeira carga de couro à Europa proveniente de gado criado sem causar desmatamento.

Durlicouros, a segunda maior processadora de couro da América Latina, depois da JBS SA, abre uma nova aba, disse na terça-feira que cerca de 1.000 peles de couro wet blue chegaram à Itália no início desta semana.

A carga contém todas as informações sobre o animal de origem do couro, rastreáveis ​​por QR code, como parte de um protocolo para manter a sustentabilidade na produção, disse Durlicouros.

A iniciativa é uma resposta à pressão para promover práticas verdes e combater as alterações climáticas, que os cientistas culpam por eventos climáticos extremos que provocam temperaturas recordes, secas, incêndios florestais e inundações.

A Durlicouros faz parte de um grupo de empresas brasileiras que iniciou no ano passado um esquema para certificar o gado amazônico processado para obtenção de carne e couro que foi criado sem causar desmatamento.

A floresta amazônica é um dos sumidouros de carbono mais importantes do mundo.

A iniciativa de monitorar todas as etapas da produção de couro rastreia atualmente mais de 113 mil animais individualmente usando a tecnologia blockchain, disse a empresa.

Até agora, o esquema cobre uma pequena fração do rebanho bovino brasileiro de 234 milhões de cabeças, mas seus promotores dizem que é um passo no sentido de permitir que os consumidores façam escolhas informadas quando compram produtos. (Reportagem de Ana Mano Edição de Tomasz Janowski via Reuters)

 

Níveis mundiais de águas subterrâneas mostram declínio “acelerado” – estudo

Os níveis das águas subterrâneas em todo o mundo mostraram um declínio generalizado e “acelerado” nos últimos 40 anos, impulsionado por práticas de irrigação insustentáveis, bem como pelas mudanças climáticas, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira. Acesse o estudo clicando aqui.

As águas subterrâneas são uma importante fonte de água doce para explorações agrícolas, famílias e indústrias, e o seu esgotamento pode representar graves ameaças econômicas e ambientais, incluindo a queda do rendimento das colheitas e a subsidência destrutiva da terra, especialmente nas zonas costeiras, afirmou o estudo , abre uma nova aba, publicado na revista científica Nature.

“Uma das principais forças motrizes mais prováveis ​​por trás do rápido e acelerado declínio das águas subterrâneas é a retirada excessiva de águas subterrâneas para a agricultura irrigada em climas secos”, disse Scott Jasechko, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, um dos co-autores do artigo.

Mas a seca, impulsionada pelas alterações climáticas, também estava a ter um impacto, com os agricultores provavelmente a bombear mais água subterrânea para garantir que as suas colheitas fossem irrigadas, disse ele.

O esgotamento tem sido particularmente pronunciado em climas áridos com extensas áreas agrícolas, afirma o estudo, que analisou 170 mil poços em mais de 40 países. O norte da China, o Irão e o oeste dos Estados Unidos estavam entre as regiões mais atingidas.

Mais de um terço dos 1.693 sistemas aquíferos – corpos de rochas porosas ou sedimentos que retêm águas subterrâneas – monitorados pelo estudo caíram pelo menos 0,1m (3,94 polegadas) por ano entre 2000 e 2022, com 12% registrando declínios anuais de mais de 0,5m. Alguns dos aquíferos mais atingidos em Espanha, no Irão, na China e nos Estados Unidos caíram mais de 2m por ano durante esse período.

Em cerca de 30% dos aquíferos estudados, a taxa de esgotamento acelerou desde 2000.

Alguns aquíferos melhoraram durante o período, em parte como resultado de medidas locais destinadas a restringir a quantidade de água que pode ser bombeada.

Os aquíferos também podem ser reabastecidos com água desviada de outros lugares. No entanto, tais recuperações foram “relativamente raras” e ainda há muito trabalho a ser feito, disse Jasechko. (Reportagem de David Stanway Edição de Tomasz Janowski via Reuters)


Jogo Rápido

Produção de leite em pó integral na China deverá cair em 2024
Prevê-se que as importações chinesas de leite em pó integral caiam 3% em 2024, para 425.000 toneladas, de acordo com um relatório recente da Rede Global de Informação Agrícola (GAIN) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Isto deve-se à acumulação de estoques em 2023 e ao desenvolvimento da preferência dos consumidores por produtos lácteos crus em vez de produtos reconstituídos. Um excedente significativo na produção de leite cru forçou o governo a implementar políticas de subsídios para estabilizar o setor de processamento interno, incentivando uma maior produção de leite em pó integral. Como a China não produz quantidades significativas de produtos de maior valor, como queijo ou manteiga, a maioria das empresas de laticínios transforma leite cru em leite em pó para armazenamento, de acordo com o “Contrato de Compra e Venda de Leite Fresco”. (The Dairy Site)


 
 

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Porto Alegre, 29 de janeiro de 2024                                                        Ano 18 - N° 4.075


Conseleite Santa Catarina

CONSELHO PARITÁRIO PRODUTORES/INDÚSTRIAS DE LEITE DO ESTADO DE SANTA CATARINA. RESOLUÇÃO Nº 01/2024

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 26 de Janeiro de 2024 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Dezembro de 2023 e a projeção dos valores de referência para o mês de Janeiro de 2024. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.

Períodos de apuração

Mês de Dezembro/2023: De 27/11/2023 a 31/12/2023
Parcial Janeiro/2024: De 01/11/2024 a 21/01/2024

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite SC - Faesc)


Conseleite Minas Gerais

CONSELHO PARITÁRIO DE PRODUTORES E INDÚSTRIAS DE LEITE DE MINAS GERAIS RESOLUÇÃO JANEIRO/2024

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 26 de Janeiro de 2024, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Novembro/2023 a ser pago em Dezembro/2023.
b) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Dezembro/2023 a ser pago em Janeiro/2024.
c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Janeiro/2024 a ser pago em Fevereiro/2024.

 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima.

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br.

 

 

Por que os agricultores franceses estão protestando?

Custo, importações, meio ambiente e burocracia são alguns dos grandes problemas

Os agricultores franceses estão bloqueando estradas em todo o país para exigir ações do governo para resolver inúmeras queixas, à medida que os protestos no setor agrícola da União Europeia se espalham, informou a Reuters.

Aqui estão algumas das questões que levaram ao crescente movimento de protesto e como o governo poderia responder.

Por que os agricultores estão protestando?

Os agricultores em França, o maior produtor agrícola da UE, dizem que não estão sendo pagos o suficiente e que são sufocados por uma regulamentação excessiva em matéria de proteção ambiental.

Algumas das suas preocupações, como a concorrência de importações mais baratas e as regras ambientais, são partilhadas pelos produtores do resto da UE, enquanto outras, como as negociações sobre os preços dos alimentos, são mais específicas da França.

Custos

Financeiramente, os agricultores argumentam que a pressão do governo e dos retalhistas para reduzir a inflação alimentar deixou muitos produtores incapazes de cobrir os elevados custos de energia, fertilizantes e transportes.

Um plano do governo para eliminar gradualmente uma redução de impostos para os agricultores sobre o gasóleo, como parte de uma política mais ampla de transição energética, também tem sido um ponto crítico, num eco das tensões na Alemanha.

Importações

As grandes importações provenientes da Ucrânia, para as quais a UE renunciou a quotas e direitos desde a invasão da Rússia, e as negociações renovadas para concluir um acordo comercial entre a UE e o bloco sul-americano Mercosul, alimentaram o descontentamento sobre a concorrência desleal no açúcar, cereais e carne.

As grandes importações são ressentidas por pressionarem os preços europeus, embora não cumpram as normas ambientais impostas aos agricultores da UE.

Meio ambiente, burocracia

No que diz respeito ao ambiente, os agricultores questionam tanto as regras de subsídios da UE, como a exigência de deixar 4% das terras agrícolas, como o que consideram ser a implementação demasiado complicada da política da UE por parte da França, como a restauração de terras aráveis como habitat natural.

As políticas verdes são vistas como objetivos contraditórios de se tornar mais auto-suficientes na produção de alimentos e outros bens essenciais à luz da invasão da Ucrânia pela Rússia.

As disputas sobre os projetos de irrigação, à medida que os recursos hídricos se tornam um foco no debate climático, e as críticas sobre o bem-estar animal e a poluição na agricultura aumentaram os sentimentos entre uma população agrícola envelhecida francesa como sendo desconsiderada pela sociedade.

Que medidas o governo poderia tomar?

O governo, sob pressão para acalmar a crise antes das eleições europeias em junho e da feira agrícola anual de Paris no próximo mês, adiou o projeto de legislação sobre a atração de mais recrutas para a agricultura para adicionar outras medidas.

O governo prometeu simplificar os procedimentos para os agricultores. Isso poderia significar tempos de espera reduzidos para pagamentos de subsídios ou aprovações de projetos agrícolas, ou facilitar a burocracia e auditorias sobre conformidade ambiental.

O governo poderia abandonar o seu plano de eliminar gradualmente a redução fiscal do gasóleo, embora já tenha suavizado a medida ao escalonar a medida ao longo de vários anos e oferecendo-se para reinvestir os fundos na agricultura.

Algumas mudanças precisam da aprovação da UE, como a alteração da regra sobre terras, e os agricultores alertam que quaisquer concessões poderão chegar tarde demais para os planos de produção deste ano.

Tal como em crises agrícolas anteriores, o governo poderia oferecer ajuda de emergência. Já prometeu fundos para os produtores de vinho atingidos pela queda no consumo e para os agricultores afetados pelas inundações no norte e por uma doença no gado no sul, mas pode anunciar mais dinheiro e pagamentos mais rápidos. (The Dairy Site)


Jogo Rápido

À medida que os americanos comem mais queijo e manteiga, os agricultores dos EUA lutam para que as suas vacas produzam leite mais gordo. Os esforços incluem o uso de diferentes raças de vacas e misturas de ração e a garantia de que os animais estejam confortáveis e não fiquem muito quentes. O resultado é que a quantidade média de gordura butírica no leite produzido pelos rebanhos leiteiros dos EUA ultrapassou os 4% e ultrapassou o recorde anterior estabelecido durante a Segunda Guerra Mundial. (Jornal de Wall Street)


 
 

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Porto Alegre, 26 de janeiro de 2024                                                        Ano 18 - N° 4.074


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1799 de 25 de janeiro de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

Em diversas regiões, os temporais ocasionaram consideráveis danos às infraestruturas das propriedades, como destelhamentos, queda completa de galpões, árvores caídas, além de danos às redes elétricas internas e externas que abastecem as localidades. A interrupção no fornecimento de energia elétrica acarretou prejuízos significativos à cadeia leiteira, impactando não somente as propriedades, cujo leite se deteriorou devido à falta de energia elétrica, mas também a coleta do produto, pois as indústrias deixaram de receber e foram obrigadas a descartar leite de alguns silos armazenadores.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Uruguaiana, mesmo em pequenas propriedades que exploram campos nativos com baixa suplementação de concentrados, observa-se tanto estabilidade na produção quanto aumento. Em Manoel Viana, a produção está em alta em razão da abundância e da qualidade das pastagens formadas por anuais e perenes de verão. 

Na de Caxias do Sul, nas propriedades que utilizam a alimentação à base de pasto, a mitigação do calor inclui a permanência em áreas sombreadas durante as horas mais quentes, além do fornecimento de água nos piquetes. 

Na de Erechim, as chuvas intensas causaram prejuízos ao desenvolvimento das pastagens de verão. A formação de lamaçais e o acúmulo de água nos piquetes, associados ao pisoteio dos animais, teve impacto negativo no crescimento das plantas forrageiras. 

Na de Frederico Westphalen, os produtores estão conseguindo controlar os custos de produção em função da melhoria na oferta de forragens e da redução dos preços da ração. 

Na de Ijuí, a produção leiteira evidencia incremento gradual, sendo mais proeminente em estabelecimentos que adotam o sistema de produção a pasto. 

Nas de Lajeado e Porto Alegre, a chuva intensa com vento provocou diversos danos às propriedades leiteiras, trazendo prejuízos aos produtores. 

Na de Passo Fundo, os produtores permanecem apreensivos em relação à baixa remuneração recebida por litro de leite na propriedade.

Na região de Pelotas, em Canguçu, as pastagens de verão e o campo nativo apresentam excelente desenvolvimento, e os pecuaristas estão realizando roçadas. Várias propriedades estão envolvidas na elaboração de silagem. 

Na de Santa Maria, as condições sanitárias estão dentro das expectativas para o período, embora seja necessário monitorar a presença de carrapato em alguns municípios. 

Na de Santa Rosa, os dias de calor têm resultado em maior exposição das matrizes a locais com água acumulada, prejudicando a manutenção da qualidade do leite em decorrência do aumento de contato dos tetos com áreas sujas. 

Na de Soledade, segue a necessidade de suplementar a alimentação dos rebanhos em produção.

As informações são da EMATER/RS adaptadas pelo SINDILAT/RS


Tempo seco e calor devem predominar no RS nos próximos dias
A próxima semana permanecerá com tempo seco e calor na maior parte do Rio Grande do Sul. É o que prevê o Boletim Integrado Agrometeorológico 04/2024, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. 
 
Na sexta-feira (26/1), a presença de uma massa de ar seco manterá o tempo firme e as temperaturas amenas na maioria das regiões. Apenas na Serra do Nordeste e no Litoral Norte, a circulação de umidade do mar para o continente poderá provocar chuva fraca e isolada. 
 
No sábado (27/1) e domingo (28/1), o tempo permanecerá firme na maioria das regiões, com elevação das temperaturas e possibilidade de pancadas de chuva, típicas de verão, principalmente nos setores Norte, Nordeste e Leste. 
 
Na segunda (29/1), as temperaturas deverão superar 30°C, com possibilidade de pancadas de chuva de verão entre a tarde e à noite em todo o Estado. 
 
Na terça (30/1) e quarta-feira (31/1) o tempo permanecerá seco e quente vai predominar em todas as regiões. 
 
Os volumes esperados deverão oscilar entre 10 e 20 mm na maioria das regiões. Nos setores Norte e Nordeste, são previstos totais entre 20 e 35 mm. 
 
O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)
 
 
 
 
As principais tendências do consumidor em 2024

O ano de 2024 chegou e precisamos ficar de olho nos principais comportamentos do consumidor para adequar melhor nossas ofertas de produtos lácteos. O ano passado terminou com um cenário desafiador para os produtores (preços baixos de leite, retração na margem do negócio e relatos de prejuízos em muitas fazendas), além de dificuldades para o mercado como um todo, com alto volume de importações que alteraram a dinâmica do setor e estagnação no consumo.

Porém, mesmo diante das dificuldades, é preciso se reinventar e acompanhar as diferentes tendências de consumo projetadas para 2024. Mudanças comportamentais não acontecem de uma hora para outra, muitas destas tendências já vêm se manifestando ao longo dos anos e, quando repetidas e assimiladas pela sociedade, deixam de ser tendência e passam a ser novos comportamentos adquiridos.

A empresa WGSN, especialista global em tendências e comportamento do consumidor, publicou um profundo estudo, baseado em uma metodologia própria, apontando quais tendências de consumo já estão se tornando realidade.

Para começar a entender essas mudanças, listamos os 4 sentimentos do consumidor do futuro:

1. Choque com o futuro – Mudanças rápidas na sociedade e na tecnologia estão deixando os consumidores mais apreensivos. A sensação de que o tempo está passando mais rápido também deixa as pessoas mais ansiosas.
 
2. Excesso de estímulos – A sobrecarga emocional e um estilo de vida sempre conectado estão esgotando os nossos sentidos. Além deste esgotamento, as pessoas também estão se tornando cada vez mais desatentas, porque os estímulos das redes sociais são cada vez mais rápidos e curtos, desencorajando leituras e a concentração por um maior período de tempo.
 
3. Otimismo realista – Os consumidores estão se tornando mais conscientes dos desafios enfrentados pelo mundo e estão buscando soluções realistas para esses desafios.
 

4. Encantamento – As pessoas estão valorizando experiências autênticas e significativas. Maior conexão com a natureza, outras culturas e história local. Isso gera um sentimento de encantamento e descoberta.

A partir destes 4 sentimentos a WGSN elaborou o perfil de 4 tipos de consumidores que devem influenciar o consumo nos próximos anos. Vamos explorar um pouco o perfil destes consumidores e fazer algumas correlações com nosso mercado lácteo.

1. Conectores
Os conectores preferem focar na saúde mental e qualidade de vida. Adotam a cultura do compartilhamento e uma forma mais sustentável e econômica de se viver. Compartilhando carros, moradias, espaços comerciais. Acreditam que pequenos detalhes fazem a diferença. Questões como a sustentabilidade da cadeia, a preocupação com embalagens, a transparência e a confiabilidade nos rótulos importam para este grupo.
O grande drive para geração de demanda no mercado lácteo sempre foi a renda da população. Mas, ultimamente, temos visto que fatores sócio culturais também importam para a decisão de compra. Por isso, precisamos de um bom storytelling que aproxime o campo das grandes cidades, evidenciando o bem estar animal e as iniciativas de sustentabilidade que há tempos são praticadas, mas que não temos oportunidade de divulgar.  As pessoas estão lendo os rótulos. E usando essas informações para tomada de decisão no ponto de venda. Então, como lição de casa, será preciso repensar a rotulagem, inovar as iniciativas de rastreabilidade da cadeia, além de transformar as certificações e selos de bem estar animal em grandes ativos de confiabilidade e segurança para os consumidores. Cada vez mais comuns, as etiquetas com dados de sustentabilidade são usadas para informar o público e reforçar o compromisso ambiental das marcas, possibilitando uma transparência total. Para tomar decisões de compra mais éticas, 60% dos consumidores de EUA, Europa e China querem mais transparência sobre a cadeia de produção das roupas que vestem. Nos EUA, a marca de calçados e acessórios Nisolo já investe em uma etiqueta cujos dados se assemelham às informações nutricionais dos rótulos de alimentos e são divididos em 12 categorias, como salários dos funcionários, itens de saúde, materiais e embalagem.
Para os produtos lácteos, já vemos algumas tendências sendo expressas nas embalagens espalhadas nas gôndolas mundo afora e – no Brasil também.
● Informação sobre a não utilização de hormônio sintético em animais, com uma abordagem de origem ética (conforme descrito na embalagem).
● Informação sobre a não utilização de hormônio sintético em animais, com uma abordagem de origem ética (conforme descrito na embalagem).
● Humanização da cadeia de produção e rastreabilidade, com a identificação da família produtora de leite na embalagem.
●  Abordagem com enfoque em sustentabilidade, produção orgânica e bem estar animal.

● Selos e certificações que conferem credibilidade e confiança ao produto

2. Reguladores
Os ‘Reguladores’ estão cada vez mais cansados de mudanças e buscam por regularidade e controle, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Em 2024, os reguladores vão optar por modelos que priorizam a agilidade e a praticidade. Como exemplo, o comércio sem contato, o “clique e colete” (click-and-collect), em que o consumidor faz pedido on line e retira seus produtos sem contato físico com funcionários.

Nessa linha, recentemente vimos o lançamento do primeiro clube de assinaturas de produtos lácteos do Brasil. O consumidor se cadastra e recebe mensalmente uma caixa com diversos produtos lácteos em sua casa. Iniciativa, essa, bem alinhada com as últimas tendências mercadológicas e que também estimula o consumo mais segmentado de produtos do nosso setor. Compras utilizando apenas comando de voz também ganharão força, como a assistente virtual Alexa, sem que o consumidor precise acessar sites através de seu celular ou computador.

3 . Construtores de memórias

Este grupo busca focar mais no presente, ter maior conexão com a família e mudar a forma com que trabalham. O intuito é envelhecer bem, mas não por questão de vaidade. Querem mais simplicidade, tempo de qualidade e melhores escolhas para a saúde. A estratégia para se conectar com este grupo seria a economia do cuidado. Nesse sentido, vemos uma interessante oportunidade para os produtos lácteos. O mais recente posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), reforça a importância nutricional do leite de vaca para a saúde, trazendo evidências científicas para garantir que o leite é um alimento completo e seguro para consumo humano. Garantir o respaldo científico para nosso produto é de suma importância nesse momento, já que vemos muitas inverdades sendo publicadas nas redes sociais, como o discurso negacionista dizendo que leite de vaca não foi feito para consumo humano, entre outros absurdos que muitas vezes não conseguimos contrapor de forma assertiva para a grande massa. Pesquisas apontam que os consumidores confiam na opinião de médicos e cientistas na escolha de produtos. Por isso, estes profissionais são importantes porta-vozes para garantir credibilidade e segurança na geração de demanda por produtos lácteos.

4. Neo-sensorialistas – o melhor de dois mundos

Diferente de outros tipos de consumidor, eles querem a internet de tudo. O consumidor neo-sensorialista é híbrido. Ele quer pagar o jantar presencial com criptomoedas e veem esperança na tecnologia. Em 2024, as empresas precisam investir em tecnologias que permitam sentir o metaverso, com recompensas digitais, recursos de olfato e novos meios de pagamento.

Em resumo:
1. Os consumidores querem saber o que acontece dentro da fazenda para consumir com consciência. Temos grande oportunidade em contarmos a nossa própria história, ressaltando as boas práticas das propriedades, o cuidado e bem estar com os animais, o manejo correto da terra e a reutilização de dejetos provenientes da atividade leiteira.
 
2. Querem diferenciação e transparência nas embalagens. Inovação na rotulagem e uso de selos de bem estar e certificações podem ser ativos que garantem segurança e confiabilidade nos consumidores.
 

3. Querem comodidade na escolha e entrega dos produtos. Diversos produtos lácteos com alto valor agregado se enquadram nas novas necessidades de consumo da sociedade, sejam eles na linha premium ou voltados à prática esportiva. Temos oportunidade em inovar nos canais de distribuição para atender essa demanda de forma diferenciada.

As informações são do Milkpoint

Jogo Rápido

Sindilat avalia linha de crédito para cooperativas de leite
Vamos continuar repercutindo aqui no AgroMais a linha de crédito emergencial no Plano safra 23/24 para cooperativas de produtores de leite. Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat, Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul, reclama que nem todos os produtores do setor têm acesso aos empréstimos. Veja aqui. (youtube agromais)


 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 25 de janeiro de 2024                                                        Ano 18 - N° 4.073


Equilíbrio entre a captação e a distribuição

Perspectivas do leite – A produção de leite está em queda na maioria das grandes bacias leiteiras, começando pela França, mesmo que tenha melhorado notavelmente a captação de dezembro, graças às reservas forrageiras, e um preço um pouco melhor.

Na França, a redução da coleta repercute sobre a fabricação de praticamente todos os produtos lácteos, com exceção do creme de leite. No entanto, a distribuição está bem equilibrada tanto para o mercado interno, quanto para exportação.

No cenário internacional, a menor fabricação de leite em pó desnatado, principalmente dentro da União Europeia (UE) e nos Estados Unidos da América (EUA) está sustentando os preços, em um momento em que existem sinais de recuperação da demanda. O retorno da África do Norte compensa a menor demanda dos países do sudeste asiático.

Queda na captação dos principais exportadores

A produção foi prejudicada no final de 2023 pela meteorologia, especialmente nos principais países exportadores. Observando a recuperação dos preços, percebe-se que os operadores não esperavam tal queda de produção.

Com a aproximação do pico de coleta de leite no Hemisfério Norte, fica a questão: qual será a amplitude da produção na EU-27?

Uma queda na UE mais forte do que a esperada

Em novembro, a captação europeia voltou a cair, -2,3% em relação a 2022. Esse recuou foi decorrente, principalmente, da queda na França (-4,8%), na Irlanda (-20%), na Holanda (-3,8%) e na Alemanha (-1,2%).

A conjuntura altista do verão foi interrompida na Alemanha e na Holanda, em setembro último, logo depois da queda no preço do leite, um convite para que os produtores tivessem mais prudência quanto às compras de insumos.

Os eventos climáticos também penalizaram a produção europeia. A tempestade Babet atingiu a Europa do Norte no final de outubro, depois a França no início de novembro. Por fim, a onda de frio na Alemanha, iniciada em novembro, fez cair a coleta de leite em -2% em relação a 2022, principalmente nas semanas 45 e 46.

Na Alemanha, assim como na Irlanda, o abate de animais de descarte aumentaram, limitando a produção de leite.

Na Irlanda, o clima de outono foi particularmente úmido, fazendo com que os produtores levassem seus animais para o confinamento antecipadamente, para evitar a degradação das pastagens. As disponibilidades de alimentação conservada não estavam em condições ideais, e ao mesmo tempo houve uma forte queda no preço do leite ao produtor desde o início de 2023. Assim, uma parte dos produtores anteciparam a secagem de suas vacas, o que pode explicar a forte baixa do nível de produção.

Uma leve recuperação dos preços foi observada desde outubro. Será ela suficiente para incentivar os produtores a aumentar a oferta de leite no momento do pico de produção?

Uma queda na produção nos EUA apesar de melhoria das margens

A produção no mês novembro caiu -0,6% na comparação com 2022 nos Estados Unidos da América (EUA). Com uma produtividade animal semelhante à do ano passado, a queda foi atribuída, principalmente, à redução no rebanho leiteiro (-0,5%). O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que foram 10.000 vacas leiteiras a menos entre outubro e novembro, uma redução não esperada, dado que as taxas de abate vinham sendo mais moderadas. Portanto, o declínio foi atribuído à menor entrada de novilhas em produção.

O preço do leite ao produtor subiu no final de 2023, no momento que o custo da alimentação animal registrou baixa. Dentro deste contexto, os indicadores das margens sobre os custos dos alimentos melhoraram, o que pode levar os produtores a entregar maiores volumes no pico leiteiro.

Mesmo assim, a projeção deste indicador de margem no mercado futuro de Chicago mostra, por enquanto, que esta melhoria será de curta duração.

Pico leiteiro decepcionante na Nova Zelândia

Desde o início do pico leiteiro no mês de setembro, a produção neozelandesa recuou ligeiramente (-0,4%/2022). Se a amplitude da baixa é modesta em relação ao ano anterior, este pico leiteiro foi considerado decepcionante, e está no menor nível de produção do quarto trimestre desde 2012.

As condições do tempo pioraram em dezembro. Na Ilha Sul, é a seca. Uma parte importante das regiões estão sendo irrigadas, especialmente em Canterbury, mas nem todas no Sul e no Oeste da ilha.

Na Ilha Norte são as elevadas temperaturas, próximas de 30ºC, que afetam a produção de leite. O serviço de meteorologia, NWA, reforça as previsões do fenômeno El Niño que trará fortes chuvas aleatórias na Ilha Norte (e um temor de que haja inundações e pastagens alagadas, impróprias para o pastoreio).

Os custos de produção aumentaram na Nova Zelândia neste ano, enquanto o preço do leite caía. A atividade, então, ficou menos rentável em relação aos anos anteriores, fazendo com que os produtores ficassem mais prudentes sobre os investimentos, especialmente em alimentação (suplementos).

A produção aumenta na Austrália

Na Austrália, a produção de leite retoma a trajetória de alta em novembro (+6%/2022) durante o período de pico sazonal. Ainda assim, é o segundo nível de produção mais baixo dos últimos vinte anos.

No entanto, a queda de captação acumulada por diversos anos, provocou um recuo estimado de -14% nas exportações nas exportações de 2023 em relação a 2022.

Entretanto, o clima no início de janeiro de 2024 é mais quente e seco o que pode mudar a dinâmica atual. Percentualmente, as variações deverão se manter positivas, porque houve um redução acdentuada dos números no início de 2023.

Estagnação da produção de leite na Argentina desde setembro

Na Argentina, a produção de leite foi mantida durante o 1º semestre de 2023. No entanto, desde setembro, ela apresentou queda acentuada, de -4%/2022 nos três meses seguintes, e que foi acentuada em dezembro (-8%/2022).

Segundo o Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA), a maior parte da queda está ligada às margens negativas das fazendas leiteiras, atingindo mais fortemente as que produzem menos de 2.000 litros por dia.

Os preços do leite subiram em novembro, mas os encargos permanecem elevados no país, onde a inflação continua galopante e os produtores precisam comprar insumos importados a preços elevados em moeda nacional. Esta situação piorou em dezembro. Na realidade, com a eleição de Javier Milei, o peso argentino sofreu uma grande desvalorização no final do ano. O preço do leite ficou nitidamente inferior aos praticados no hemisfério norte.

O setor lácteo, conseguiu, no entanto, uma suspensão temporária de impostos de exportação dos produtos lácteos, melhorando a competitividade de exportação.

Melhora em dezembro, depois de um outono perturbado pelo clima

Na França, o outono de 2023 foi marcado pelo recuo pronunciado da captação nacional, atribuído às alterações climáticas importantes. No entanto, uma recuperação notável foi observada em dezembro, graças aos estoques de volumosos estocados de boa qualidade. Embora tenha sido registrada um recuo no 4º trimestre, o preço médio do leite no ano ficou acima do registrado em 2022.

A captação de leite francesa e os desafios meteorológicos

O mês de novembro foi marcado por uma nova queda significativa da captação nacional (-4,8%/2022), acompanhando a tendência observada em setembro e outubro. Nos 11 meses, a coleta francesa teve queda de -2,9% em relação a 2022. No entanto, graças à melhoria das taxas, a queda foi sensivelmente atenuada para -1,5% da produção de 2023 em relação a 2022.

As condições meteorológicas extremas de setembro a novembro impactaram a produtividade das vacas. E o milho ensilado em 2023, com elevado teor de amido, só ficaram mais digestíveis depois de muitas semanas. Desta forma eles passaram a ter um papel fundamental sobre a quantidade de leite produzida a partir de dezembro. De acordo com sondagens preliminares feitas pela FranceAgrimer, a coleta de leite retraiu apenas 1% em relação ao mesmo mês de 2022, coms resultados positivos no decorrer das últimas semanas.

No início de 2024, uma melhora da captação foi atingida, apoiada pela qualidade das forragens de 2023 e um recuo menor do plantel. Essa tendência positiva foi manisfestada nas duas maiores regiões produtoras de leite da França. No entanto, os riscos climáticos voltaram e se manifestaram no início do ano com nevascas, geadas e condições do gelo que prejudicam o desenvolvimento da captação, especialmente na Normandia. Além disso, continuam os efeitos das fortes chuvas e inundações de outono no norte da França. Em PAS de Calais, entre um terço e a metade das unidades produtoras de leite enfrentam as consequências maiores ou menores na qualidade e quantidade de leite produzido. Esses eventos, também impactaram nos estoques de forragens e muitas pradarias ficaram inexploradas. Sem esquecer de sublinhar os impactos psicológicos e financeiros sobre os produtores de leite.

Fonte: Idele – Tradução livre: www.terraviva.com.br


Preços globais de lácteos devem reagir em 2024, acredita Embrapa

Lácteos - Depois de amargar mais um ano de queda de rentabilidade devido à grande oferta de lácteos no Brasil, com o aumento das importações, e à conjuntura internacional desfavorável que derrubou os preços globais, o setor produtivo de leite brasileiro pode começar a enxergar o fim da crise cada vez mais próxima e a considerar um cenário de mercado mais equilibrado em 2024.

A aposta de especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é que as cotações do produto vão reagir no mercado mundial neste ano e as compras externas do Brasil devem ser mais comedidas no período. O desafio, apontam os pesquisadores, é incentivar o aumento do consumo no país.

Mudanças no cenário internacional sustentam as projeções da estatal. Em 2023, a geopolítica não colaborou. As guerras em curso na Ucrânia e no Oriente Médio, inflação mundial e juros altos influenciaram na queda dos preços globais dos lácteos. Na China, maior comprador do produto, as importações recuaram 30% nos primeiros meses do ano passado.

Em agosto de 2023, o índice médio dos preços no leilão plataforma Global Dairy Trade (GDT) recuou 7,4%, para US$ 2,8 mil a tonelada, menor patamar desde junho de 2020. Leite UHT e leite em pó integral tiveram quedas de 4% e 7%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2022. (Globo Rural via Valor Economico)

 

RECUPERAÇÃO | PIÁ COMEÇA 2024 COM PRODUTOS SENDO VENDIDOS EM MAIS DE 50% DO TERRITÓRIO GAÚCHO

Conforme a cooperativa Piá, o número é resultado dos esforços de retorno às gôndolas dos mercados gaúchos da nova gestão

A Piá começa 2024 com produtos sendo vendidos em mais de 50% das cidades do Rio Grande do Sul.
O número, conforme a cooperativa, é resultado dos esforços de retorno às gôndolas dos mercados gaúchos da nova gestão, que assumiu a empresa no início do segundo semestre de 2023.

Em 2023, 167 produtores retomaram as entregas de leite à cooperativa, que hoje produz uma média diária de 70 mil litros de leite. “Para recuperar a confiança dos associados, foram feitas diversas reuniões com o objetivo de apresentar, de forma transparente, a situação em que a Cooperativa se encontrava e as perspectivas para a sua recuperação”, explica o presidente, Jorge Vilson Dinnebier.

Nos supermercados, é possível encontrar desde leite UHT até produtos tradicionais como requeijão, nata, iogurtes, doce de leite e doce de frutas.

Meta para 2024
A estratégia para este ano, segundo a Cooperativa, consiste em buscar por mais produtores e, consequentemente, aumentar a produção de leite, focando em produtos de valor agregado, com margem de contribuição mais significativa para a Piá e seus associados. Essa expansão visa ainda retornar a mais mercados.

Conforme a cooperativa Piá, o número é resultado dos esforços de retorno às gôndolas dos mercados gaúchos da nova gestão. (Agencia GBC, Agencia GBC, Agencia GBC VIA Edairy News)


Jogo Rápido

Associado Sindilat/RS têm 10% de desconto no 16º Fórum MilkPoint Mercado
Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para compra de ingressos para o 16º Fórum MilkPoint Mercado, clicando aqui. O evento tem como tema "O que pode guiar a recuperação do mercado de lácteos em 2024". No site www.forummilkpointmercado.com.br, os ingressos estão disponíveis em três lotes. O evento acontecerá em Campinas (SP) no dia 20 de março. A programação, que pode ser conferida abaixo, está dividida em quatro blocos temáticos: Os Cenários de Mercado; Competitividade da Produção de Leite: onde estamos?; O que há de novo nas relações entre indústrias e produtores de leite? e Novas ferramentas no Supply Chain de leite. Como conteúdo extra, disponível on-line exclusivamente para inscritos, debates sobre: Como começa a economia brasileira em 2024 e quais as perspectivas para o restante do ano? e Cenários para os mercados de soja e milho. (SINDILAT/RS)