Pular para o conteúdo

Porto Alegre, 08 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.326

 

Sindilat responde questionamentos da Anvisa sobre lactose
 
O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) encaminhou na sexta-feira (05/08) resposta aos questionamentos feitos pela Anvisa sobre a presença de lactose nos produtos lácteos. As informações tiveram como base uma solicitação da Anvisa em função da regulamentação da lei nº 13.305, de 2016, que visa a identificação nos rótulos da quantidade dessa substância nos alimentos embalados. 

Segundo a consultora de qualidade do Sindilat, Letícia de Albuquerque Vieira, a intenção da Anvisa é saber quais os critérios que as empresas utilizam para denominar produtos como sendo com 'redução de lactose', 'baixa lactose' e 'zero lactose'. "Fizemos a pesquisa junto aos nossos associados, além de contarmos com o auxílio das especialistas Neila Richards, da UFSM, Vanessa Silveira, da Setrem, e Georgia de Castro, da Vivanutri, para encaminharmos as respostas. Além disso, informamos a legislação utilizada para cada denominação ligada à lactose", informou a consultora. 

Após a sanção da lei pelo presidente interino, Michel Temer, a Anvisa iniciou o trabalho de levantar as referências internacionais e científicas, para, com essas informações, elaborar uma minuta, que deverá ser concluída ainda neste mês. Ao todo, foram três os questionamentos feitos pela Anvisa às empresas, além dos critérios utilizados para declarar os produtos como sendo 'sem lactose', 'baixo teor' e 'reduzido teor' nos rótulos; foram questionados os processos tecnológicos usados para a redução da lactose; e os métodos de análise para quantificar o teor de lactose restante nos alimentos.(Assessoria de Imprensa Sindilat) 

Oferta doméstica limitada faz importação de lácteos crescer 

A menor disponibilidade de leite no mercado doméstico em decorrência da queda na produção este ano no Brasil continua a estimular as importações de lácteos. De janeiro a julho, as compras desses produtos no exterior alcançaram 130,3 mil toneladas, quase 70% acima de igual período de 2015, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pela Viva Lácteos, associação que reúne empresas do segmento. O valor das importações no período subiu 31% na comparação, para US$ 330,7 milhões (ver gráfico). Já as exportações brasileiras de lácteos de janeiro a julho totalizaram US$ 75,7 milhões, praticamente a metade do mesmo intervalo do ano passado. Com isso, o déficit da balança de lácteos brasileira atingiu US$ 255 milhões. Em todo ano passado, o déficit foi de US$ 100 milhões. A persistente retração da oferta de leite no Brasil explica o aumento das importações, de acordo com Valter Galan, analista da consultoria especializada MilkPoint. 

A estimativa da consultoria é que a oferta da matéria¬prima tenha recuado 7% entre janeiro e julho deste ano na comparação com o mesmo período de 2015. De acordo com levantamento do IBGE, no primeiro trimestre do ano a aquisição de leite no Brasil caiu 4,5%, para 5,86 bilhões de litros. Galan calcula que as importações representaram 7,3% da disponibilidade total de leite no país nos primeiros sete meses de 2016, ante 4,3% no mesmo intervalo do ano passado. O analista observa que a redução na oferta elevou os preços ao produtor nacional e tornou as importações mais competitivas. "As importações visam a atender um 'gap' na oferta", diz. Citando dados do Cepea/Esalq para o preço ao produtor em julho passado, ele calcula que a cotação ao produtor hoje no Brasil é equivalente a US$ 0,46 por litro (considerando um dólar de R$ 3,25). O preço ao produtor no Uruguai equivale a US$ 0,26; na Argentina, a US$ 0,30. Não à toa, o Brasil vem ganhando importância como cliente dos lácteos do Uruguai, que exporta 70% de sua produção do segmento. 

Em 2015, o Brasil já foi o maior importador, com 28% do total embarcado pelos uruguaios, superando a Venezuela, que comprou 21% do total, de acordo com o Instituto Nacional do Leite (Inale), do Uruguai. O cenário persiste este ano. "Os uruguaios perderam a Venezuela, para quem vendiam bastante, [lácteos] porque havia dificuldade para receber", observa Galan. De acordo com os últimos dados disponíveis do Inale, o Uruguai exportou 115,5 mil toneladas de lácteos no primeiro semestre deste ano, e mais da metade ¬ 66,3 mil toneladas ¬ teve como destino o mercado brasileiro. Embora as importações desde Uruguai e Argentina venham crescendo, Gustavo Beduschi, assessor técnico da Viva Lácteos, observa que os dois fornecedores de lácteos também enfrentam restrições na oferta de leite em decorrência de problemas climáticos e da alta dos grãos. "A produção no período de safra [neste semestre] deve ser menor que no mesmo período de 2015". Galan, da MilkPoint, acredita que o ritmo de importações de lácteos deve se manter para atender o mercado interno. 

 

Mas pondera que a alta dos preços do leite no Brasil pode ser um estímulo à produção neste semestre, o que daria um alívio à situação da oferta. Beduschi concorda que as importações vão continuar, e aponta incertezas em relação ao desempenho do mercado brasileiro. Uma delas é como a produção vai reagir no Sudeste com a chegada do período de chuvas (safra), e outra é o comportamento da demanda doméstica. No atual cenário ¬ de preços baixos no mercado internacional e elevados no Brasil ¬, as exportações brasileiras de lácteos perdem competitividade. Mas Gustavo Beduschi reitera que as empresas do setor seguem se preparando para estar aptas a exportar "quando o mercado virar". O setor aguarda missões para habilitação de plantas para exportar lácteos ao Panamá, à Bolívia e ao Chile. Além disso, o processo da habilitação de oito unidades para exportação de lácteos à China também está em curso. (Valor Econômico) 

Preço do leite pesa nas compras

O leite vem ocupando o ingrato posto que já foi do arroz e do feijão no bolso dos brasileiros: é um dos alimentos que mais têm apresentado aumento de preço nos últimos meses. Mesmo em Estados produtores, como o Rio Grande do Sul, o custo anda batendo recordes. No mês passado, o litro do leite longa vida ficou 19,75% mais caro em Porto Alegre, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor da UFRGS (Iepe). O leite de caixinha, que representa 70% das vendas nas gôndolas gaúchas, tem saído por uma média de R$ 3,66.

E pensar que, em janeiro, o mesmo produto era vendido por R$ 2,23. Desde julho do ano passado, o aumento acumulado no preço do leite é de 56%, conforme levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) - percentual muito superior ao da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da UFRGS (IPC-Iepe), que, entre julho do ano passado e junho deste ano (os dados de julho de 2016 ainda não foram divulgados), ficou em 11,76%. Como é uma importante matéria-prima, esse aumento nos preços não vem sozinho. Quando o leite encarece, uma série de produtos acaba também pesando mais no bolso: derivados como manteiga, margarina, queijos e iogurtes surfam na mesma onda. E se muitos desses itens podem ser racionados ou substituídos, a tarefa não é tão fácil com o leite. Outras fontes de cálcio, como leite vegetal, leite de soja e vegetais escuros, ou são ainda mais caros, ou não contêm, em pequenas doses, a mesma quantidade de nutrientes. A boa notícia é que, após uma série de aumentos de custo, pode ser que o preço do longa vida comece a cair nesta semana. Agosto é o mês em que a produção volta a crescer, após a entressafra que começa em abril. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, estima uma queda de 10% no preço.

- O consumidor logo vai poder ver leite em promoção. A redução no preço deve ser maior nestas primeiras semanas, mas depois deve manter uma queda média de 5%, se o clima contribuir.

Conforme Longo, o leite, apesar de mais caro, não apresentou grande queda nas vendas porque é um item essencial em qualquer carrinho de compras. Mas outros produtos, como cosméticos, acabam deixados de lado quando o consumidor passa no supermercado e pesa o quanto pode gastar. Lembrando que a cada ano o preço do leite costuma aumentar entre abril e agosto, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat) não é tão otimista quanto à previsão de queda nas próximas semanas. Ele explica que, mesmo que a oferta aumente, como se espera, a produção brasileira de leite recuou muito. A aquisição de leite cru feita pelos laticínios foi de 5,86 bilhões de litros entre janeiro e março - 6,8% menor em relação ao quarto trimestre do ano passado, e 4,5% abaixo da registrada no primeiro trimestre de 2015. 

CLIMA E CUSTOS EXPLICAM DISPARADA
A explicação para o encarecimento do leite e de seus derivados passa por clima desfavorável e aumento de custo da ração animal, que têm reflexo direto na oferta.

- O fator climático prejudicou a produção. Há 20 anos não se via uma queda assim. A tendência é de queda nos preços, sim, mas não em ritmo tão acelerado quanto se viu em anos anteriores - avalia Alexandre Guerra, do Sindilat.

Mesmo pagando quase R$ 4 pelo litro de leite, o consumidor gaúcho não é tão afetado pelo problema quanto os moradores de Mato Grosso, por exemplo, onde o litro do longa vida chega a R$ 6,30, segundo o Sindilat-MT, e o quilo da moçarela, a quase R$ 50. Mais caro do que o quilo do filé mignon e da picanha naquele Estado, que, em julho, custavam em média R$ 36. (Zero Hora)

Argentina e Brasil iniciam parceria estratégica
 
O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reuniu com o colega argentino, Ricardo Buryaile, em Buenos Aires, para discutir uma extensa pauta de interesses do Brasil e da Argentina no setor do agronegócio. Eles concluíram que os dois países devem se unir para liderar o Mercosul e ampliar o espaço comercial no mundo.  Também falaram sobre o aumento do comércio entre os dois mercados de produtos como citros, trigo, abacate, ovos férteis, mel, produtos lácteos e biotecnologia. Após almoço de trabalho da delegação do Brasil com os representantes do Ministério de Agroindústria daquele país, na última quinta feira, Blairo Maggi fez uma apresentação sobre a conjuntura da agricultura brasileira a um grupo de empresários brasileiros e argentinos. O ministro disse também que Brasil e Argentina são parceiros estratégicos, embora reconheça que existam algumas competições regionais, mas que devem ser tratadas de forma transparente e tranquila. Segundo Maggi, os dois países são grandes exportadores mundiais de alimentos e terão mais força nas negociações internacionais se atuarem de forma conjunta e coordenada. 

"Nós somos parceiros e podemos andar juntos mundo afora fazendo o enfrentamento no mercado mundial", afirmou Blairo Maggi. Na avaliação do ministro, os dois países devem liderar as negociações entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrastam há anos, sem um avanço concreto. 

Buryaile concorda com a posição de Maggi. O ministro argentino acrescentou que Brasil e Argentina são sócios estratégicos e a união dos dois países é uma necessidade. Ele destacou ainda que essa foi a primeira vez, nos últimos três anos, que um ministro da Agricultura brasileiro foi ao país para uma visita oficial. De acordo com o ministro argentino, as questões fitossanitárias entre os dois países devem ser colocadas de forma clara. Ele rejeitou o uso de barreiras sanitárias para impedir a exportação de produtos agropecuários quando a questão é apenas política. Blairo Maggi disse que Brasil e Argentina deve ter uma relação clara, transparente e honesta. "Aquilo que pudermos aceitar um do outro, vamos dizer sim. O que não podemos aceitar, vamos dizer não. Tenho defendido muito essa postura política no Brasil. "  Os dois ministros devem se encontrar mais uma vez ainda este mês. Buryaile vai estar na abertura da Expointer, no próximo dia 29, no município de Esteio, no Rio Grande do Sul.  (com informações do MAPA) (Diário do Comércio)

Exportações de lácteos da UE devem crescer 30% neste ano

No mercado de lácteos frescos (incluindo leite UHT), a produção da União Europeia (UE) pode se estabilizar em 2016 porque a tendência de queda no consumo é compensada pelas fortes exportações, que deverão ficar 30% acima dos níveis do ano anterior. Desenvolvimentos similares são esperados em 2017, embora possivelmente com menor crescimento nas exportações (+15%).  Esse crescimento nas exportações é direcionado pela demanda chinesa por leite UHT, cujas importações quase dobraram. A UE forneceu quase 70% dessas importações durante os primeiros quatro meses do ano. Durante esse período, a China absorveu mais de 40% das exportações da UE. Em 2012, essa participação foi de menos de 12%. As exportações cresceram também fortemente para Bielorrússia, de quase nada nos anos anteriores para 12% das exportações da UE em 2016. A Bielorrússia importa leite a granel.

A orientação dos consumidores em direção a mais manteiga e queijos em sua dieta é confirmada na Europa e globalmente, especialmente nos Estados Unidos. Isso explica notavelmente o aumento de 50% nas importações de manteiga dos Estados Unidos durante os primeiros quatro meses do ano e o baixo nível das exportações. Em contraste, as exportações da UE aumentaram 33% durante o mesmo período, especialmente para Oriente Médio, Estados Unidos, Marrocos e Japão. Assim, os preços da manteiga da UE permaneceram bem acima do nível do preço de intervenção. Em 2016, a produção total de manteiga deverá aumentar em mais de 3%. As exportações de manteiga e óleo de manteiga deverão aumentar em quase 30% pelo segundo ano consecutivo e alcançar 230.000 toneladas. O consumo per capita deve continuar seu crescimento anual, embora os estoques privados devam declinar levemente até o final do ano. Em 2017, o mercado de manteiga deverá seguir tendências similares, mas a um ritmo mais lento.

Em 2016, a produção de queijos deverá crescer 1,6%, direcionada pelas fortes exportações (+9%) e sustentada pelo consumo doméstico (+1,2%). O aumento das exportações, especialmente ao Japão, Coreia do Sul e Arábia Saudita, está tão forte, +14% até abril, que o total das exportações em 2016 deverá se igualar aos níveis de antes do embargo russo (quando a Rússia absorvia 30% das exportações da UE). Em 2017, um aumento de 1,2% na produção poderá ocorrer, principalmente direcionado pelo uso doméstico, enquanto o crescimento das exportações poderá desacelerar para 2%. (Informações são da Comissão Europeia, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Um leite enriquecido que ajuda a combater o colesterol
O teste foi feito por pesquisadores do interior de São Paulo*. Primeiro, eles criaram três rações diferentes utilizando óleo de girassol, selênio e vitamina E. Em seguida, verificaram o efeito de cada uma das bebidas produzidas pelos animais em um grupo de 100 idosos. O resultado: os três leites enriquecidos se mostraram benéficos. Mas, segundo Karina Pfrimer, nutricionista e pesquisadora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, o leite que contava com todos os ingredientes foi o mais poderoso. Para ter ideia, os voluntários que consumiram essa versão viram a taxa de colesterol cair 6,4% - mudança já significativa em termos de proteção cardiovascular. Tudo isso sem notar diferenças no sabor do alimento. *Pesquisa finalista do Prêmio SAÚDE 2015. (M de Mulher) 
 

Porto Alegre, 05 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.325

 

Expointer com melhorias no setor leiteiro

  
 

A Expointer 2016 contará com novidades para os produtores de leite. Além de benfeitorias no Pavilhão do Gado Leiteiro, a feira terá um local exclusivo para o banho dos animais que estiverem no Parque de Exposições Assis Brasil, de 27 de agosto a 4 de setembro. O governo do Estado ainda anunciou ajustes na rede elétrica e encaminhamento do Plano de Prevenção e Controle de Incêndio (PPCI) do parque, assim como a construção de um local ecumênico. As informações foram divulgadas na manhã desta sexta-feira (5/8), durante cerimônia de lançamento da exposição, realizada no Restaurante Casa do Gaúcho.  O evento contou com a presença do vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, e do diretor-secretário, Renato Kreimeier, que representaram o setor leiteiro. Os visitantes que foram até Esteio prestigiar o encontro ainda contaram com degustação de produtos lácteos fornecidos pela Cooperativa Piá. 

Durante a solenidade, o secretário da Agricultura, Ernani Polo, destacou que a feira será um momento de reforçar três importantes premissas: negócios, conhecimento e integração. Destacando a integração entre as entidades promotoras da Expointer, Polo prometeu a conclusão de um segundo pavilhão para a agricultura familiar para 2017. "A Expointer é uma feira superavitária, é a oportunidade de o setor mostrar todo o seu potencial", salientou, lembrando que o governo economizará, em 2015 e 2016, R$ 500 milhões em diárias durante a exposição. 

Emocionado, o governador José Ivo Sartori, se disse orgulhoso ao ouvir as manifestações otimistas e de superação dos discursos das várias autoridades que lhe precederam. "Esse movimento vai na direção da unidade, da luta conjunta e da superação. Aqui se mostra o que há de melhor na agricultura e na pecuária". O governador ainda invocou as lembranças dos antepassados que produziam seus próprios instrumentos de trabalho com sacrifício, o que, hoje, permite aos produtores estarem munidos de maquinários de alta tecnologia. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Gasto do Tesouro com subsídio agrícola dispara
Os gastos do Tesouro Nacional com subsídios e subvenções à agricultura brasileira dispararam no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, foram R$ 7,2 bilhões, o dobro do que foi gasto no mesmo período do ano passado, já considerando a atualização pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Os números são do Tesouro Nacional e mostram um forte crescimento sobretudo dos subsídios pagos para equalizar (pagamento pelo juro abaixo do mercado) crédito a investimentos, do Pronaf e também do custeio agrícola, entre outros programas de um total de dez. O montante gasto com subsídios agrícolas no primeiro semestre foi maior, por exemplo, do que os investimentos conduzidos pelo ministério dos Transportes, cujos valores pagos somaram R$ 5,7 bilhões. Os investimentos totais do governo federal somaram R$ 26,8 bilhões entre os meses de janeiro e junho deste ano. O Plano Safra que vigorou entre julho de 2015 e junho de 2016 foi 20,3% maior em montante de recursos emprestados ao setor que o anterior, passando de R$ 156 bilhões para R$ 187,7 bilhões. 
O piso de taxa de juros passou de 6,5% para 8,75% ao ano entre os dois planos, mas a taxa Selic (o juro básico do país) subiu de uma média em torno de 12%, no período de julho de 2014 a junho de 2015, para uma média perto de 14,25%, taxa que vigora desde o fim de julho do ano passado. Mas a alta no volume de gastos de subsídios e subvenções em relação ao primeiro semestre do ano passado também está relacionada à base baixa dos seis primeiros meses de 2015, quando ainda havia represamento de despesas (as chamadas "pedaladas fiscais), e à mudança na sistemática de pagamentos, com a determinação de que as despesas sejam pagas dentro do exercício em que foram geradas, o que tem acontecido neste ano. "Os pagamentos em 2016 se referem ao fluxo normal das obrigações vincendas no exercício. A elevação em relação ao mesmo período do ano anterior se justifica pois durante o primeiro semestre de 2015 ainda estava em período de análise recursal a determinação do TCU de quitação dos passivos das subvenções. A partir do segundo semestre de 2015, os pagamentos se intensificaram até a completa quitação das obrigações em dezembro de 2015", explicou o Tesouro ao Valor. 
Assim, o valor pago no primeiro semestre deste ano transmite uma visão mais real da dimensão da despesa do país com o subsídio à agricultura. Ou seja, o patamar de pagamentos de subsídios agrícolas voltou à média normal verificada nos últimos anos. Dentro das despesas do Tesouro com subsídios agrícolas neste ano, a equalização para custeio agropecuário cresceu 32% ante o primeiro semestre do ano passado, para R$ 1,2 bilhão. A equalização de investimento rural e agroindustrial subiu 806% para R$ 1,8 bilhões, na mesma base de comparação. Os subsídios com Pronaf aumentaram 294% para R$ 3,1 bilhões. Em todo o ano passado, a despesa com subsídios e subvenções da agricultura somou R$ 19,3 bilhões, com a regularização total dos atrasos em dezembro (lê¬se por conta das "pedaladas"), que só no mês somaram mais de R$ 10 bilhões. Mas nas últimas três safras (julho de um ano a junho do ano seguinte), o volume médio de subsídios pagos tem ficado entre R$ 5 e R$ 5,6 bilhões. O consultor e ex¬diretor da Febraban, Ademiro Vian, analisa que, devido à estratégia de seguidos governos de lançar planos de safra agropecuária com volumes de recursos de crédito maiores que o de anos anteriores, o Tesouro sempre tem que bancar mais subsídios para equalizar as taxas de juros desses planos. "O pico do aumento de despesas com subsídios no primeiro semestre deste ano se deu por conta do pagamento dos atrasados, mas quando se olha comparativamente vários planos safras é possível perceber uma linha crescente no volume de recursos equalizados tanto para custeio quanto para investimento de crédito agrícola", disse Vian. (Valor Econômico)

Leilão GDT 

(Global Dairy Trade)
 
Índice de preços globais de alimentos da FAO caiu 0,8% em julho 

Após cinco meses consecutivos em alta, o índice de preços globais de alimentos da FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação, voltou a cair em julho, ainda que timidamente. Conforme levantamento divulgado hoje, a queda em relação a junho foi de 0,8%, para 161,9 pontos. O resultado foi determinado pela retração dos preços de cereais e oleaginosas. No primeiro grupo, a baixa na comparação com junho chegou a 5,6%, para 148,1 pontos; no segundo, foi de 2,8%, para 157,3 pontos. Os indicadores específicos para carnes, lácteos e açúcar subiram, conforme as informações da FAO. (Valor Econômico)

 
Grupo discute aplicações
"Foi um contato inicial em que identificamos o desejo das instituições do setor de buscar a harmonia". Desta forma, o secretário da Agricultura, Ernani Polo, definiu o primeiro encontro do grupo de trabalho criado para debater a aplicação dos recursos do Fundoleite, ontem. Participaram do encontro representantes da Farsul, Ocergs, Sindilat, Fetag e cooperativas do setor. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, informou que nova reunião está marcada para 17 de agosto, quando, munido de pareceres jurídicos sobre o assunto, o grupo poderá começar a aprofundar as ações.( Correio do Povo)
 

Porto Alegre, 04 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.324

 

Lactalis prepara ciclo de palestras técnicas para a Expointer

Aprimorar o manejo do rebanho dentro da porteira e, com isso, otimizar os processos produtivos de forma a elevar a rentabilidade da atividade e ofertar um leite cada vez melhor ao consumidor. É com esse objetivo que a Lactalis do Brasil, gigante internacional do segmento,  prepara um ciclo de palestras técnicas para a Expointer 2016, que será realizada de 27 de agosto a 4 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
   
Os encontros terão apoio do Sindilat e ocorrerão diariamente para turmas de 40 pessoas sempre às 15h na Casa da Lactalis (quadra 26, em frente à Praça Principal). Interessados em participar devem se inscrever pelo e-mail regulatorio@batavo.com.br. 

 
A expectativa, pontua o diretor de relações institucionais da Lactalis do Brasil e vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, é reunir associados e produtores de modo geral. "Essa ação integra o plano de fidelização e melhoria da qualidade e produtividade implementado pela Lactalis, a maior empresa do mundo do setor e que tem mais de 80 anos de tradição", pontuou. Há pouco mais de um ano no mercado gaúcho, a companhia pretende espelhar os métodos internacionais de produção nos tambos gaúchos, amplificando aspectos relacionados à qualidade e produtividade.
 
A programação terá início já na segunda-feira (29/8) com a palestra "Programa de Criação de Bezerras: Desenhe o Futuro! ", que será proferida por Vicente Matsuo Eireli. Na terça-feira, será a vez do Dr. Rafael Ortega abordar o Controle de CCS e; na quarta-feira (31/8), de Marcos Veiga dos Santos explicar como funciona o Protocolo de secagem de vacas. 
 
A relevância do manejo nutricional será tema da palestra de Vinicius Jose Perlin na quinta-feira (1/9). Sob o título "Nutrição de vacas de leite: Qualidade, Confiabilidade e Resultados de Rações" o encontro promete atrair atenção para um dos assuntos que mais vem intrigando e elevando custos da criação. A agenda de palestras da Lactalis na Expointer encerra-se na sexta-feira (2/9) com apresentação de Elder Antunes de Andrades, onde será abordada a "Melhoria da qualidade do leite: Redução de CBT". (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Blairo vai liderar missão de 22 dias à Ásia

Depois de ratificar o acordo que definiu a abertura do comércio bilateral de carne bovina in natura com os Estados Unidos, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vai liderar em setembro uma missão, reforçada por empresários, que fará um tour de 22 dias por sete países da Ásia para tentar abrir ou consolidar mercados para produtos do agronegócio brasileiro. Mesmo que a maior parte dos encontros não renda negócios imediatos, o governo espera concluir, durante a viagem, as negociações que têm por objetivo abrir a Coreia do Sul para a carne suína do Brasil. Estima-se que as exportações do produto ao país podem render US$ 108 milhões por ano. Essa nova corrida por novos mercados acontece em um momento de valorização do real em relação ao dólar, o que o ministro considera preocupante para o agronegócio nacional ainda que este seja, segundo ele, um "problema administrável", pelo menos por enquanto. Em entrevista ao Valor, Blairo considerou que problema mesmo será se o dólar cair abaixo de R$ 3, o que espremerá as margens de lucro das empresas exportadoras.

Para tentar diluir esses reflexos negativos, Blairo realça que o ministério trabalha para reduzir a burocracia exigida das companhias brasileiras. Ele reafirmou o compromisso de revisar e eliminar cerca de 300 normas e processos internos do ministério que criam custos desnecessários e tornam o setor agropecuário nacional menos competitivo o que, segundo ele, pode gerar economia de R$ 1 bilhão em dez anos. Além da busca de maior competitividade por meio da redução de burocracias, Blairo destacou ser necessário rever a postura brasileira  "pouco agressiva", em sua opinião ¬ no comércio internacional. Ele avaliou que há muita passividade do país, que precisa se esforçar para vender mais em vez de esperar que alguém resolva comprar os produtos nacionais. A viagem para a Ásia não deixa de reforçar essa visão. O ministro reiterou o plano de ampliar de 7% para 10% a participação do Brasil no mercado mundial de produtos agropecuários, mas para isso defendeu uma presença maior do governo nas mesas de negociação internacional. "Até 2018, vamos triplicar para 25 nosso quadro de adidos agrícolas", destacou, lembrando que hoje são oito. 

O roteiro planejado inclui negociações para a costura de acordos em frentes como algodão, etanol, frutas e madeira, mas as carnes serão mesmo a prioridade e já deverão dominar as discussões logo na primeira parada de Blairo. No dia 4 de setembro, o ministro estará na China para a cúpula do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, acompanhando o presidente interino Michel Temer  evidentemente, se o afastamento da presidente Dilma Rousseff se tornar definitivo. O ministro quer que a China habilite um número maior de frigoríficos brasileiros de carne bovina, suína e de frango para exportação ao gigante asiático. Há seis unidades de carne de frango e duas de carne suína à espera apenas do sinal verde final, uma vez que já cumpriram todos os requisitos necessários, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Após a visita à China, Blairo irá à Coreia do Sul, onde as negociações para a abertura para carne suína brasileira já estão adiantadas. O governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina, maior Estado produtor de carne suína do país, já se encontrou com autoridades coreanas em Seul para pavimentar o caminho para a abertura desse mercado, cujo potencial de compras é de 33 mil toneladas por ano. O Estado foi um dos primeiros a obter, no ano passado, o status de livre da doença da peste suína clássica conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). "A Coreia do Sul é um mercado muito importante, e esse acordo que acabamos de fechar com os Estados Unidos vai ajudar muito a gente daqui para frente com os coreanos e os asiáticos em geral, porque foi uma sinalização de que o Brasil agora tem outro nível de segurança sanitária", afirmou o ministro. O itinerário de Blairo

 Maggi também incluirá negociações para a abertura da Tailândia para as três carnes e para a farinha de aves, e de Myanmar para carne suína. No Vietnã, a ideia é buscar a habilitação de novos estabelecimentos para ampliar os embarques de carnes e negociar espaço para farinhas, bovinos vivos, material genético bovino e lácteos; na Malásia, o objetivo é habilitar frigoríficos de carnes em geral, abrir mercado para a carne bovina com osso e negociar espaço para material genético de aves e de bovinos vivos; e na Índia, é a venda de carne suína que também está na mira. (Valor Econômico)

Mudanças políticas deverão impactar o setor lácteo argentino

Mudanças políticas e alterações na liderança estão ocorrendo em todo o mundo e as recentes mudanças na Argentina podem trazer o tão esperado impulso ao setor leiteiro doméstico e internacional do país. O relatório anual sobre barreiras comerciais estrangeiras do U.S. Trade Representative nota que o novo governo da Argentina, que assumiu no final do ano passado, tomou passos para reverter muitas políticas que restringiam o comércio e as medidas têm tido efeito. Em março, os Estados Unidos e a Argentina também assinaram um Acordo de um Sistema de Comércio e Investimentos.

"É verdade que estamos passando por muitas mudanças", disse Jose Madeira, chefe do escritório do Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) na América do Sul. Ele explicou que há um movimento forte na América do Sul em direção a economias mais orientadas ao mercado e a atitudes mais favoráveis em direção ao livre comércio. O primeiro lugar nisso tem sido a Argentina.

"A Argentina elegeu um novo presidente, Mauricio Macri, em 2015. Muitas pessoas sentiram que seu predecessor era ruim para a economia. Macri trouxe uma nova perspectiva econômica à Argentina, fornecendo nova esperança. O país é um importante produtor de leite, bem como de alguns produtos lácteos".

A Argentina nesse ano possui 1,7 milhão de cabeças de gado leiteiro, de acordo com estimativas atuais do Serviço de Agricultura Externa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (FAS/USDA). O USDA disse que a fazenda leiteira média na Argentina está aumentando a área, a produtividade das vacas e o tamanho do rebanho, embora um grupo significante de fazendas menores também esteja deixando a atividade. A produção leiteira na Argentina ainda é fortemente dependente do clima, de forma que quando surgem questões como seca ou enchentes, muitos produtores deixam a atividade.

O clima severo no começo desse ano resultou em alagamentos significativos em importantes províncias leiteiras, como Córdoba, Entre Ríos e Santa Fé. Isso reduziu a previsão de produção de leite para 2016 de 11,7 para 10,4 milhões de toneladas e das exportações de lácteos para 2016 em 7% com relação a 2015, para 211.000 toneladas.

O USDA disse que o novo governo, que herdou um setor leiteiro já deteriorado, enfrentou uma crise extrema devido ao clima adverso. A indústria de lácteos requereu assistência imediata do governo em questão como financiamento, preços ao produtor e condições de exportação.

Os processadores de lácteos na Argentina vêm lutando nos últimos anos em meio ao ambiente doméstico e internacional difícil, disse o USDA. Os baixos preços ao produtor, o peso forte e a inflação média de 30% nos últimos anos, bem como as restrições às exportações por meio de permissões, reduziram a competitividade e desestimularam investimentos domésticos e estrangeiros, disse o USDA.

O novo governo da Argentina em fevereiro e março distribuiu um subsídio de 0,5 pesos argentinos (3,4 centavos de dólar) por litro para todos os produtores de leite e suspendeu a taxa de valor agregado por 120 dias, totalizando um suporte de 0,65 pesos (4,5 centavos de dólar) por litro para os primeiros 3.000 litros de leite produzidos, disse o USDA. (Informações são do Cheese Market News, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Ministro e fiscais federais discutem mudanças na defesa agropecuária

O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reuniu nesta terça-feira (2) com a diretoria do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) para discutir, entre outros assuntos, a implantação de um novo modelo de inspeção sanitária brasileira. A intenção do ministro é garantir que a qualidade na fiscalização agropecuária seja mantida sem aumentar os custos para o governo. A proposta de Blairo vem ao encontro de um projeto elaborado no ano passado por um grupo de trabalho coordenado pelos próprios fiscais federais. Eles defendem que seja feita uma seleção por meritocracia de profissionais privados que venham a atestar a qualidade dos produtos agropecuários e atuar sem conflito de interesses.

Na avaliação do ministro, essas mudanças dariam mais agilidade à fiscalização sem aumentar os gastos do governo. Blairo fez questão de ressaltar que sua intenção é valorizar ainda mais o trabalho do fiscal agropecuário, que atuaria como auditor perante os profissionais selecionados para fiscalizar diretamente os produtos.
"O agronegócio está crescendo no Brasil em um ritmo muito acelerado. Por isso, é necessária uma mudança no sistema de fiscalização para continuar garantindo a qualidade dos nossos produtores", disse Blairo. Atualmente, existem 2.780 fiscais agropecuários em atividade no país. De acordo com o presidente da Anffa Sindical, Maurício Porto, somente nos últimos dois anos mais de mil profissionais da área se aposentaram. Por causa da defasagem no número de fiscais e, ao mesmo tempo, do crescimento da atividade agrícola, o ministro e a Anffa entendem que são necessárias mudanças no modelo de fiscalização.

Servidores de carreira do Mapa, os fiscais agropecuários são engenheiros agrônomos, farmacêuticos, químicos, médicos veterinários e zootecnistas que exercem suas funções no serviço público federal. Eles atuam na área rural, em portos, aeroportos, postos de fronteira, empresas agropecuárias e agroindustriais, laboratórios, programas agropecuários e nas relações internacionais com o objetivo de garantir a segurança dos rebanhos e das lavouras brasileiras contra as possíveis contaminações de plantas e animais vindos do exterior. Modelos de outros países Blairo pretendem conhecer a experiência de outros países na fiscalização sanitária dos produtos agropecuários. Durante a visita aos Estados Unidos, semana passada, o ministro convidou representantes do Departamento de Agricultura americano para virem ao Brasil fazer uma palestra sobre o modelo utilizado naquele país.

A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já está organizando, para o segundo semestre, um seminário internacional sobre os modelos de fiscalização sanitária em outros países. A partir dessas discussões, será elaborada uma proposta a ser apresentada ao Congresso Nacional em substituição ao PLC 334/2015, que dispõe sobre a inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal.
Os demais pontos tratados pela Anffa durante a reunião com o ministro já haviam sido encaminhados como prioridades da pasta. Um deles é o aumento do número de adidos agrícolas em outros países e a valorização da Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro), como forma de qualificação dos profissionais do Mapa. (MAPA)
 

Punições serão mais severas
Projeção é semelhante à de 2015 Editor: Elder Ogliari Editor assistente: Danton Júnior A resolução n˚ 4.483 do Banco Central, que limita o acesso dos produtores de fumo aos empréstimos do Pronaf, deve ser revogada. De acordo com o deputado Luis Carlos Heinze, que participou de reunião com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário especial de Agricultura Familiar, José Ricardo Roseno, uma nova resolução será editada ainda nesta semana. O presidente interino Michel Temer sancionou ontem a lei 13.330/2016, que prevê penas mais severas para o crime de furto e abate clandestino de animais, o abigeato. O projeto do deputado Afonso Hamm tramitou no Congresso por quase três anos. As penas mínimas e máxima mudam de um a quatro anos para dois a cinco anos de detenção e se estendem também a quem oculta, transporta e comercializa animais furtados, inclusive os abatidos e divididos em partes. (Correio do Povo)
 
 

Porto Alegre, 03 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.323

 

INTERLEITE BRASIL 2016
 
Para buscar inovação no atendimento ao consumidor e melhorias na produção junto ao campo, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) esteve presente no Interleite Brasil 2016. A edição desse ano do evento foi realizada nesta quarta-feira (03/08) e na quinta-feira (04/08), em Uberlândia, Minas Gerais.
Conforme o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra,  é uma grande oportunidade de verificar como está a produção no mundo, já que o evento proporciona a possibilidade de contato com diversos país, como Argentina e Uruguai, os maiores exportadores de leite para o Brasil. "As nossas expectativas são as melhores possíveis. Vamos nos atualizar de como o mundo está agindo e também o mercado interno quando se fala em produtividade", afirma Guerra, destacando a possibilidade de trazer para o Rio Grande do Sul novidades também relacionadas a segurança alimentar.
A Interleite Brasil 2016 destaca a temática "Empreendedorismo e Inovação na Produção de Leite", mesclando cases de sucesso e discussões em vários eixos temáticos como gestão e custos, sistemas a pasto, sistemas confinados e agenda do futuro. Em cada eixo, produtores de destaque apresentaram seus cases em 20 minutos, seguidos de mesa redonda com moderação de um especialista e com participação do público. O evento apresentou contornos diferentes daqueles vivenciados há mais de duas décadas, quando as primeiras edições foram realizadas. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Cotações do leite em pó sobem em leilão internacional

As cotações do leite em pó integral subiram de forma moderada no leilão de hoje da plataforma Global Dairy Trade (GDT). A tonelada do produto foi negociada a US$ 2.265, alta de 9,9% sobre o leilão anterior, do dia 19. Já o leite desnatado subiu 2,1%, para US$ 1.965 por tonelada. Na média de todos os produtos lácteos leiloados hoje, a cotação teve alta de 6,6%, para US$ 2.436 por tonelada, conforme informações da plataforma. Os preços do leilão são referência para o mercado internacional. Os fundamentos de oferta e demanda do mercado seguem com poucas mudanças. A disponibilidade ainda está elevada em regiões produtoras como União Europeia e EUA. 

A demanda também tem ritmo lento, embora as importações chinesas tenham registrado alguma recuperação em junho. Conforme o MilkPoint Mercado, as importações de leite em pó pelos chineses em junho foram maiores do que em igual período de 2015. No acumulado de janeiro a junho, a alta é de 17,2% em equivalente leite (tanto leite em pó integral quanto desnatado) ante igual intervalo de 2015. Apesar da melhora, a consultoria avalia que o aumento não é substancial "a ponto de fazer o mercado voltar a patamares de preços expressivos como vimos no passado recente". Do lado da oferta, a produção na Nova Zelândia, que está em período de entressafra, ficou estável em junho deste ano em relação a igual mês de 2015, de acordo com o MilkPoint Mercado.

 O dado revela que não há grandes quedas na produção do país, segundo a consultoria, apesar dos preços mais baixos no mercado internacional. Na União Europeia, onde a produção de leite cresce desde o fim do sistema de cotas em abril de 2015, foi anunciado pacote de auxílio agrícola de 500 milhões de euros (o equivalente a US$ 552 milhões) em julho. A ajuda é direcionada a produtores de leite atingidos pela queda de preços. O objetivo de parte dos recursos é desestimular a produção da matéria-prima pelos agricultores. (Valor Econômico)

Embrapa lança base de dados com informações sobre agropecuária nacional

Como foi a produção de cana-de-açúcar da região de Ribeirão Preto em 2014? Qual foi a evolução do tamanho do rebanho caprino nordestino na última década? Qual a área plantada de soja no Município de Pedro Afonso (TO) nos últimos cinco anos? As respostas para essas e várias outras perguntas sobre a produção agropecuáriabrasileira agora estão facilmente acessíveis na base de dados desenvolvida pelo Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa, Agropensa, a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Trata-se de uma ampla base de dados coletados desde a década de 1990 fornecida por meio de uma plataforma amigável de painéis interativos (dashboards)", conta o coordenador do Agropensa, o pesquisador Édson Bolfe que considera a ferramenta uma valiosa fonte de informação para pesquisadores, jornalistas, gestores públicos, profissionais da área, empresários, analistas financeiros e interessados em geral. O sistema desenvolvido transforma os dados em tabelas de análises de resultados que podem apresentar o recorte e detalhamento que o usuário escolher.

A base acaba de ser disponibilizada na nova página do Agropensa no portal da Embrapa e foi organizada pela Secretaria de Inteligência e Macroestratégia (SIM) em parceria com o Departamento de Tecnologia da Informação (DTI) da Empresa. "As informações, provenientes do IBGE, são disponibilizadas tradicionalmente em forma de tabelas. Desenvolvemos uma apresentação que pode ser rapidamente acessada ao clicar nos mapas e nos dados de interesse por meio de gráficos, análises comparativas e relatórios", explica Bolfe ressaltando que se trata de uma plataforma inovadora que utiliza business intelligence (BI) e que compõe a arquitetura recém-reformulada da página do Agropensa.

 
Os dados são distribuídos em três grandes grupos: pecuária, produção agrícola e abates. Em pecuária, é possível averiguar a produção das principais criações animais: bovinos, caprinos, ovinos, suínos, bubalinos, equinos e galináceos. O tamanho de cada rebanho pode ser acompanhado a cada ano desde 1990 até 2014, safra mais recente registrada. A pesquisa pode ser feita por região do Brasil, estado, região do estado e município.

No mesmo grupo, podem ser observados os principais produtos de origem animal como leite, lã, mel, ovos de galinha e codorna, com números de vacas ordenhadas e ovinos tosquiados por região geográfica. Há até informações sobre produção de casulos de bicho-da-seda.

A base apresenta dados importantes sobre a aquicultura nacional a partir de 2013. Com isso, é possível saber, por exemplo, onde são produzidas vinte espécies diferentes de peixes além de outros pescados como ostras e camarões. Dá para saber, por exemplo, que o Brasil produziu 139 mil toneladas de tambaqui na safra de 2014, gerando mais de 750 milhões de reais com esse peixe e que a maior parte da produção veio do Estado do Amazonas, de onde sairam 105 mil toneladas.

Além do tamanho e valor da produção, os dados agrícolas da base de dados contam ainda com a extensão da área colhida e o rendimento médio de cada uma das 65 culturas que abrangem as principais do País. Para culturas como o milho, por exemplo, ainda é possível observar dados sobre a primeira e a segunda safra do grão. Na página principal há atalhos para as maiores culturas agrícolas brasileiras: milho, cana-de-açúcar, soja, arroz, feijão, café, algodão e laranja.

Em "abate", o usuário tem um grau de detalhamento igualmente considerável. Pode-se escolher um determinado método de curtimento (ao cromo, tanino ou outros) executado em couros produzidos somente em abatedouros municipais de determinado estado ou sub-região. É possível acompanhar a produção de abatedouros federais, estaduais e municipais de bois, frangos, suínos e novilhos, por exemplo.

"Esta é uma das bases de dados utilizadas pelo Agropensa é uma prática e moderna ferramenta de trabalho que pode ser aplicada para os mais diferentes fins do planejamento estratégico rural," afirma Bolfe, "nosso objetivo foi facilitar o acesso às informações públicas produzidas pela Embrapa e parceiros". O pesquisador revela que na próxima etapa o sistema será ampliado com dados sobre a exportação de produtos agropecuários e envolverá outras fontes além das bases da própria Embrapa e do IBGE.

O Agropensa
Coordenado pela Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embrapa, o Sistema de Inteligência Estratégica Agropensa apoia a formulação de estratégias de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Empresa e parceiros. O Agropensa prospecta tendências e elabora cenários para o setor agropecuário procurando prever oportunidades e desafios para a pesquisa científica se preparar. (Embrapa)

Importações de lácteos da China se mantiveram sólidas em junho

A economia da China está crescendo lentamente e suas importações de produtos lácteos estão aumentando também, mas deverá levar um longo tempo antes de os exportadores de lácteos dos Estados Unidos enviarem o volume de produtos à China que enviavam há alguns anos.

As importações de lácteos da China em junho se mantiveram sólidas, disse a analista do Daily Dairy Report, Sara Dorland, que também é gerente da Ceres Dairy Risk Management, de Seattle. Embora a maioria dos produtos enviados à China tenham se originado na Nova Zelândia e outros países, ela notou que qualquer aumento nas importações chinesas de lácteos ajudará a pressionar os mercados globais.

Olhando a economia da China primeiro, o produto interno bruto (PIB) mostrou uma expansão de 6,7% com relação ao ano anterior, resultado de uma série de medidas de estímulos do governo chinês e do banco central que ajudaram a aumentar a demanda do consumidor. O PIB no segundo trimestre também aumentou com relação ao do primeiro trimestre. As notícias foram bem vindas, dado que o objetivo da China é de ganhos no PIB de 6,5% a 7% com relação ao ano anterior.

A economia da China tem gradualmente passado de uma focada na manufatura para uma que é mais direcionada pela demanda e a transição não tem sido fácil. No ano passado, a economia da China registrou sua taxa mais lenta de crescimento anual em 25 anos, de 6,9%. No meio de julho, o premier chinês, Li Keqiang, classificou a economia chinesa como "basicamente estável".

Com relação aos lácteos, as importações de leite em pó desnatado da China em junho alcançaram 14.841 toneladas, de acordo com o Global Trade Atlas. Embora as importações de leite em pó desnatado da China tenham sido 16% menores que no ano anterior, elas aumentaram 15% com relação aos níveis de maio em uma base média diária.

"A Nova Zelândia foi responsável por 63% das importações de leite em pó desnatado da China, enquanto as importações chinesas de produtos dos Estados Unidos caíram 37%, ou 4.177 toneladas, para 7.104 toneladas", disse Dorland. Com relação ao ano anterior até junho, as importações de leite em pó desnatado ficaram 4% acima das do mesmo período do ano anterior, após o ajuste para o ano bissexto.

"As importações de leite em pó integral se saíram ainda melhor". Em junho, a China importou 26.887 toneladas de leite em pó integral, 120% a mais que no mesmo período do ano anterior, mas 14% a menos que em maio. "Esse volume de junho está em forte contraste com o ano passado, quando as importações de leite em pó integral em junho foram as menores para o mês dos últimos oito anos. As tendências históricas sugerem que a atividade de importação de leite em pó integral da China está se encaminhando em direção ao seu menor ponto sazonal". A Nova Zelândia foi responsável por 99% das exportações de leite em pó integral à China nesse ano.

"As importações de queijos pela China continuam aumentando. De fato, o mercado de importação de queijos da China está rapidamente se aproximando dos níveis do da Coreia o Sul e do México". Em junho, a China importou 8.113 toneladas de queijos, 28% a mais que no ano anterior e 22% a mais que em maio. A Nova Zelândia e a Austrália capturaram a maioria das importações de queijos da China, com a Nova Zelândia sendo responsável por 48% e a Austrália, com 27%.

"Novamente, os Estados Unidos perderam volume de importação comparado com junho de 2015. As exportações de queijos dos Estados Unidos à China caíram 39%. Durante os últimos anos, entretanto, o ritmo de importação da China para queijos vem aumentando rapidamente. Os ganhos de importação da China para queijos historicamente vem sendo calculados em uma base pequena, mas com o mercado da China em posição de rivalizar ou ultrapassar os mercados do México e da Coreia do Sul, os ganhos de importação de queijos estão se tornando bem mais significativos para os mercados mundiais de lácteos". (Informações são do http://www.milkbusiness.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Blairo Maggi se reúne nesta quinta (4), em Buenos Aires, com o ministro da Agroindústria da Argentina
O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) viaja nesta quinta-feira (4) a Buenos Aires para cumprir sua primeira missão oficial à Argentina. Às 12h, ele tem reunião com o ministro da Agroindústria daquele país, Ricardo Buryaile, para tratar de assuntos de interesse dos dois países no setor agrícola. Às 13h30, participa de almoço de trabalho com Buryaile. A agenda de Blairo Maggi também prevê um encontro, às 15h30, no Palácio San Martín, com o presidente da Sociedade Rural Argentina, Luis Miguel Etchevehere, com especialistas argentinos em política internacional agropecuária e com representantes de filiais de empresas brasileiras ligadas ao agronegócio. O secretário substituto de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, o chefe de gabinete do ministro, Coaraci Castilho, e o adido agrícola da Argentina no Brasil, Javier Gustavo Dufourquet, acompanham Blairo Maggi em sua agenda de trabalho. (MAPA)
 

 

Porto Alegre, 02 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.322

 

A um clic do aprendizado

Qualificação não é uma questão de opção para o setor agropecuário. Produzir mais, com qualidade e a custos racionalizados desafiam produtores a aplicarem as tecnologias avançadas, a profissionalizarem a gestão e a buscarem a excelência em todas as etapas de produção. A adoção de critérios rigorosos abrange desde a busca por matérias-primas, passando pelo manejo correto, até conhecimentos de marketing e comercialização. Custos de transporte, hospedagem, falta de tempo e a distância das propriedades até os centros urbanos, onde se concentram as universidades, dificultam a educação formal, ao mesmo tempo em que abrem espaço para a modalidade à distância.

Estudar pela internet é uma modalidade que vem crescendo de forma significativa no Brasil e não apenas na área rural. Para se ter uma ideia, o número de alunos matriculados na modalidade EaD na graduação cresceu 44% de 2010 a 2014, passando de 930 mil para 1,340 milhão alunos no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação. Para atender a essa demanda e explorar um novo nicho de mercado, empresas e associações vêm investindo no ensino à distância voltado ao agronegócio, seja por meio de cursos, workshops ou eventos.

O 1º Congresso Brasileiro Online de Agricultura começa no próximo domingo e é promovido pelo Portal Ciência do Solo, plataforma de educação à distância voltada ao setor produtivo. Durante uma semana, moradores de diversas cidades brasileiras poderão assistir, ao mesmo tempo, 33 palestras, em que serão apresentados temas como economia, tecnologia, sustentabilidade, manejo e inovação.

Luiz Tadeu Jordão, engenheiro agrônomo e diretor de pesquisa e desenvolvimento do Portal Ciência do Solo, explica que o objetivo é tornar a informação acessível para o maior número de pessoas.

- Ao realizar ações como um dia de campo, percebemos que havia interesse no conhecimento, mas que a grande barreira era a distância. Então, por que não levar e utilizar a tecnologia para disseminar o conhecimento? - questiona Jordão, que está fazendo doutorado nos Estados Unidos.

Em duas semanas, 15 mil pessoas já se inscreveram para participar do evento, que é gratuito e tem vagas limitadas. As escolhas de temas e horários consideraram a realidade do produtor, que não pode parar todo o trabalho para assistir às explanações dos especialistas. De acordo com Jordão, a grade das palestras foi planejada para começar mais tarde para que o agricultor pudesse aproveitar o conteúdo, sem perder um dia inteiro de trabalho.

- Aqui nos Estados Unidos é comum esse tipo de evento, pois há uma diminuição nos custos e basta que a pessoa tenha internet para ter acesso - explica Jordão, destacando que, após o resultado desta primeira edição, deverão ser promovidos outros cursos com esses mesmos moldes. (Zero Hora)

 
 
UE deve aumentar produção de leite em mais de 1% em 2016

A maior oferta global de lácteos e os estoques privados acumulados deverão pesar no mercado e pode levar vários meses para que os preços do leite na União Europeia (UE) se recuperem de forma significativa. Entretanto, o pico de produção sazonal já passou e o volume produzido já começou a cair em junho, com impacto positivo nos preços. Além disso, na Nova Zelândia e na Austrália, a produção de leite está menor que no ano passado (em respectivamente -1,6% e -1,2% até agora). Entretanto, nos Estados Unidos a produção continua seu crescimento, à medida que as margens não estão tão baixas quanto na Oceania ou na UE. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera um aumento de 1,9% na oferta em 2016.

Na UE, a produção de leite poderá crescer em mais de 1% em 2016 (acima de 2 milhões de toneladas). Isso é devido ao forte aumento nos primeiros quatro meses do ano (+5,5%), que será seguido por uma desaceleração, provavelmente levando à produção na segunda metade do ano a ficar abaixo da do ano passado. Os dados no primeiro trimestre se comparam com o do mesmo período do ano passado, quando vários Estados Membros reduziram sua produção de leite para não terem que pagar multas devido ao sistema de cotas, que ainda estava em funcionamento até 1 de abril. Em contraste, alguns ajustes de redução na oferta estão atualmente sendo feitos. Além disso, o clima também terá um papel importante.

As reduções no preço do leite desde o começo do ano, junto com um aumento nos preços dos alimentos animais, notavelmente o farelo de soja, pressionou mais as margens dos produtores. Embora por vários meses, muitos produtores tenham mantido suas vacas e continuaram produzindo para manter as receitas (e pagar os empréstimos), alguns produtores agora começaram a abater mais vacas.

De acordo com estatísticas disponíveis, os abates de vacas estão aumentando de forma significativa em importantes países produtores de leite: Espanha, Dinamarca, Polônia, Reino Unido, República Tcheca, Holanda, Bélgica e Alemanha. Esse indicador é apenas parcial, porque não distingue entre vacas leiteiras e de corte, embora novilhas leiteiras prontas para produzir possam ser mais numerosas. Além disso, o efeito na oferta pode ser mitigado por ganhos na produtividade: na Polônia, a produção de leite aumentou em 8% até abril, apesar do forte aumento no número de vacas abatidas (+11%).

Há outros fatores influenciando, como os operadores na França aplicando várias medidas de gestão da oferta, como os sistemas de preço A/B/C3, multas se as entregas passarem dos volumes contratados, incentivos para reduzir a produção de leite, etc. O sistema de diferenciação de preços (A/B) se aplica também em várias companhias inglesas e espanholas.

O clima também é outro importante fator. A produtividade das pastagens na Irlanda e no Reino Unido, por exemplo, estão próximas à média, ou seja, abaixo da do ano anterior. Após um começo frio, as temperaturas em maio foram maiores do que o normal. A previsão para junho dependerá principalmente das temperaturas, à medida que a umidade do solo está atualmente alta e pode suportar níveis altos de produção de biomassa. Além dos efeitos no preço, esse atraso no crescimento das pastagens afetou a captação de leite nas duas ilhas e, na Irlanda, a captação de leite foi 4% menor do que no ano passado em abril. Na Polônia, as condições das pastagens estão mais afetadas pelas condições secas. Em outros locais, a produtividade das pastagens está acima da média e poderá apoiar a produção de leite.

Os dados disponíveis mostram uma redução na captação de leite comparado com o ano passado em França, Reino Unido, Espanha, Portugal, Eslováquia, Dinamarca e Irlanda. Em outros Estados Membros, Holanda, Polônia e Itália, o aumento comparado com o ano passado caiu, mas permanece forte. Na Holanda, os produtores tentam aumentar a produção o máximo que podem, dado que até 1 de janeiro de 2017, precisarão cumprir com a legislação que será votada em breve restringindo as emissões de fostato. Em Hungria, Luxemburgo e Estônia, a captação de leite continua aumentando firmemente comparado com o ano passado. (Informações são da Comissão Europeia, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Irlanda visa se tornar líder mundial em sustentabilidade por meio do programa Origin Green

Apesar dos baixos preços do leite ao produtor, a indústria de lácteos da Irlanda, com seus 18.000 produtores de leite, é vista como líder mundial, graças em parte ao seu programa Origin Green. Com a população global devendo aumentar em 2,4 bilhões até 2050, o mundo precisará produzir até duas vezes mais alimentos a partir de recursos cada vez mais limitados.

Para suprir esses desafios envolvidos, em 2012 o Irish Food Board, o Bord Bia, lançou o Origin Green, primeiro programa nacional de sustentabilidade desse tipo. O governo da Irlanda divulgou uma estratégia para a indústria de alimentos globalmente focada por meio do Food Harvest 2020. O elemento chave do pilar de sustentabilidade dessa estratégia é o Origin Green, que visa ter todas as fazendas e negócios de processamento de alimentos na Irlanda trabalhando para reduzir suas pegadas de carbono anualmente, enquanto têm um papel proativo no bem-estar de seu meio ambiente local.

Independentemente verificado em todos os estágios, o programa voluntário vê os processadores de alimentos desenvolverem um plano que define objetivos claros em áreas chaves de sustentabilidade, como origem da matéria-prima, emissões, energia, dejetos, água, biodiversidade e sustentabilidade social.

Desde quando as cotas foram removidas em 1 de abril de 2015, a indústria de lácteos da Irlanda enfrentará um nível sem precedentes de expansão ao longo dos próximos cinco anos. Com mais de €1 bilhão (US$ 1,09 bilhão) sendo investido nas fazendas leiteiras e mais de €600 milhões (US$ 659,88 milhões) em capacidade de mercado e processamento, o Bord Bia disse que a indústria irlandesa terá o mais rápido crescimento no setor de lácteos do mundo nos próximos cinco anos.

Entretanto, o Bord Bia está confiante que essa expansão ocorrerá de uma maneira sustentável, graças à implementação do programa Origin Green, e à introdução de um novo padrão nacional de fazendas leiterias, o Esquema de Garantia de Lácteos Sustentáveis (SDAS), em 2013. O SDAS engloba garantia de qualidade e sustentabilidade que mede as pegadas de carbono de cada fazenda leiteira individual. Atualmente, 80% das fazendas estão participando desse esquema.

Mais de 100 auditores independentes visitam fazendas todos os dias para medir os impactos ambientais de cada sistema de produção usando a ferramenta Carbon Navigator em um processo de medição, feedback e melhora contínua. A nível de fazenda, o Bord Bia fez mais de 100.000 avaliações de pegadas de carbono em escala nacional. Cada fazenda é avaliada com relação a seis medidas de eficiência com o objetivo de reduzir os impactos ambientais da fazenda, mas também, fornecendo maiores margens de lucros para o produtor.

Como parte do Origin Green, os prazos e metas das companhias são capturados dentro dos planos de sustentabilidade que são verificados a um padrão independente. Para se tornar um membro do programa Origin Green, os produtores precisam passar por um processo de verificação. Cada membro verificado precisa enviar um relatório anual de progresso que avalia o impacto e o progresso da companhia individual.

Joe Hayden, que tem uma fazenda leiteira com 160 vacas próximo a Tinahely, em County Wicklow, acompanha o progresso por meio de reuniões regulares com outros produtores e trabalha para garantir que seu relatório mostre progressos positivos em uma base anual. Hayden disse que os produtores em todo o mundo precisam lidar com burocracia e que com o Origin Green não é diferente, mas os resultados falam por si só.

"O programa Origin Green é diferente já que relaciona diretamente rentabilidade com a redução de pegadas de carbono. No Carbon Navigator temos uma ferramenta que nos permite usar questões básicas de manejo, como dias no pasto, eficiência de energia e índice econômico de reprodução das vacas, para realmente aumentar a rentabilidade da fazenda".

Com relação à reprodução de vacas, Hayden disse que eles estão tentando criar animais que são mais eficientes em transformar pastagem em sólidos do leite. "Nessa fazenda, há seis anos, a média de gordura do leite era de 3,8% e a média de proteína era de 3,25. Em 2015, esses dados foram para 4,1% de gordura e 3,5% de proteína. Isso em termos econômicos equivalem a €20.000 (US$ 21.996,2) em vendas de leite na fazenda. Esses são assuntos econômicos que podem beneficiar a fazenda. Não estamos focados apenas o tempo todo no preço do leite fora da fazenda", completou.

Hayden disse que os grupos de discussão sobre lácteos - reuniões mensais que são realizadas com outros produtores locais - têm sido inestimáveis. "Temos um facilitador profissional do Teagasc, que é uma autoridade em pesquisa e treinamento na agricultura aqui na Irlanda e essa pessoa se responsabiliza por obter as últimas informações referentes à eficiência de produção. Além disso, ela ajuda a otimizar as eficiências do nosso negócio e transferir essa informação de volta ao grupo. Esse tem sido um sistema muito eficaz para nos ajudar a crescer e desenvolver as eficiências de nossos negócios". 

Em 28/07/16 - 1 Euro = US$ 1,09981
0,90912 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (Informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Milho deve crescer mais que a soja na safra atual 
A safra 2016/17 de grãos será marcada pelo aumento no plantio tanto de soja quanto de milho, previu ontem a Céleres, em seu primeiro levantamento sobre a nova temporada. O avanço do milho, contudo, tende a ser mais vigoroso que o da oleaginosa, devido à perspectiva de melhor rentabilidade do cereal. De acordo com a consultoria, a área com soja no Brasil crescerá 2,6% no ciclo 2016/17 (que começa a ser semeado em setembro), para 33,8 milhões de hectares. A produção está estimada em 102,9 milhões de toneladas, alta de 5,3%. Já o milho deve cobrir 6,4 milhões de hectares no verão e 11,3 milhões no inverno (safrinha), incremento de 13% e 8,5%, respectivamente. A produção do grão é projetada em 35,1 milhões e 63,9 milhões de toneladas, alta de 22% e 29,1%, na mesma comparação. Apoiada nas elevadas cotações do milho, a margem operacional média dos produtores do grão no Centro¬Sul deve praticamente dobrar em 2016/17, a R$ 1.470 por hectare, calcula a Céleres. Já a margem média da soja cairá cerca de 8%, para R$ 1.108 por hectare. Ainda conforme a consultoria, a queda nos preços do milho esperada para o segundo semestre de 2017 deve diminuir a pressão sobre os custos da indústria de aves e suínos. Contudo, é provável que as cotações se mantenham "elevadas e descoladas do mercado internacional" no 1º trimestre de 2017. (Valor Econômico)
 

Porto Alegre, 01 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.321

 

Leite tem nova alta recorde no país

Pelo segundo mês consecutivo, o preço médio do leite pago ao produtor brasileiro teve alta recorde, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. Em julho, a cotação ao produtor subiu 6% sobre o mês anterior, para R$ 1,174 por litro. A valorização mensal é a maior já registrada na série histórica da Scot, iniciada em março de 1998. O preço pago pelos laticínios em julho se refere ao produto entregue no mês anterior pelos pecuaristas. A oferta escassa de leite no mercado ¬ reflexo de problemas climáticos e da alta do custo de produção ¬ e a concorrência entre os laticínios pela matéria-prima continuam sendo a principal razão para a forte alta, de acordo com Juliana Pila, analista da Scot. 
 

Houve aumento das cotações ao produtor nos 17 Estados pesquisados pela Scot. E altas expressivas mesmo nos Estados do Sul, onde é período de safra do leite. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o preço subiu 8,77% em julho sobre o mês anterior. "Apesar de ser safra no Sul, o volume é menor do que no mesmo período do ano passado", afirmou a analista. A oferta menor se deve a problemas climáticos que afetaram as pastagens de inverno na região. De acordo com a parcial do índice de captação de leite da Scot, houve queda de 5% na captação nacional de leite em julho sobre o mesmo mês do ano passado. O levantamento da Scot ainda mostra alta nos preços no spot (negociação entre empresas), mas eles já começam a subir menos, conforme a analista. Na segunda quinzena de julho, a média no spot em São Paulo ficou em R$ 2,108 por litro, ante R$ 1,839 em igual intervalo de junho. "Isso é um sinalizador de que a alta do preço ao produtor deve desacelerar", disse. Isso porque a produção já começa a crescer em áreas produtoras do Sudeste e em Goiás. Como resultado, a expectativa da Scot é de que os preços do leite longa vida tendam à estabilidade no atacado e no varejo. Entre junho e julho ainda houve alta de R$ 0,10 no atacado paulista, para R$ 3,43 por litro. No casa do varejo, o leite saiu de R$ 3,52 em junho para R$ 3,85 em julho, segundo a Scot. (Valor Econômico) 
 
 
SAFRA PARA CRESCER

Após colher a menor área de milho da história, e ver os preços dobrarem em menos de um ano, os produtores gaúchos começam a plantar a safra em que a cultura deverá voltar a ganhar espaço nas lavouras do Rio Grande do Sul. O estímulo vem da valorização do preço do cereal e também da possibilidade de fazer uma safrinha de soja no mesmo ciclo.

- A segunda safra crescerá novamente, os produtores tiveram bons resultados nos últimos anos - estima Claudio de Jesus, presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho). A entidade estima que cerca de 200 mil hectares de soja tenham sido plantados após a colheita do milho, em janeiro. Para o próximo ciclo, a expectativa é de uma área de safrinha até 20% maior. O mesmo percentual é estimado para o aumento da área do milho no Estado.

Para aproveitar a janela de plantio, agricultores da Região Noroeste têm adiantado a semeadura da cultura, começando os trabalhos ainda em julho (foto). Tradicionalmente, o plantio se intensifica em agosto e vai até a primeira quinzena de setembro. Como pontos negativos em torno da cultura, estão o alto custo de implantação da lavoura, especialmente por conta do preço da semente, e os possíveis riscos em relação ao clima em ano de La Niña, alerta o diretor técnico da Emater, Lino Moura. (Zero Hora) 

Agricultura será tema de congresso on-line

Entre os dias 7 e 13 de agosto acontece o 1º Congresso Brasileiro On-line de Agricultura (Cboa). Organizado pelo Portal Ciência do Solo, plataforma de educação a distância voltado ao setor produtivo, o evento contará com palestras de grandes nomes da agricultura brasileira, entre pesquisadores, consultores e economistas. Com o tema "Bem-vindo à agricultura do futuro", o congresso vai analisar cenários econômicos, tecnologia, sustentabilidade, manejo, pesquisa e inovação, logística e tendências de mercado. Ao todo, serão 33 palestras em vídeo, com datas, horários e temas programados. A inscrição é gratuita, mas as vagas são limitadas. 

Para participar, é preciso apenar cadastrar um e-mail válido e aguardar uma mensagem da organização confirmando a inscrição. O e-mail funcionará como login do usuário para assistir as palestras. A programação completa está disponível no site do Congresso (www.cboa.com.br). Em cada dia do congresso, os participantes receberão mensagens com aviso do horário e tema a ser abordado. "São muitas as vantagens em organizar um evento desse porte e formato: primeiro, não precisa de espaço físico. Isso significa que não tem dificuldade em escolher a cidade para a realização nem ter de se preocupar com deslocamento de palestrantes, por exemplo. Para o público, também tem a vantagem de poder comparecer estando em casa ou no local de trabalho, desde que tenha acesso à internet", explica Luiz Tadeu Jordão, engenheiro agrônomo e diretor de pesquisa e desenvolvimento do Portal Ciência do Solo. (Jornal do Comércio)

 
 
Envelhecimento eleva custos em US$200bi

Na avaliação dos especialistas em contas públicas, para funcionar, a reforma da Previdência precisa ser ampla, geral e irrestrita. Mas há uma razão para o governo interino ter escolhido a discussão da idade mínima para a aposentadoria como a bandeira inicial: o Brasil está envelhecendo e vivendo mais -- é preciso deter o aumento da despesa. Frear o ingresso de novos beneficiários no sistema é a melhor alternativa. Segundo um novo levantamento sobre os custos com aposentadorias e pensões, se as regras atuais de aposentadoria não forem alteradas, apenas o ingresso de novos beneficiários no sistema vai gerar, a valores de hoje, um gasto médio adicional de R$ 5 bilhões por ano. O valor somado vai a R$ 210 bilhões em 2060. O aumento acompanha claramente o envelhecimento da população. 

Hoje, as pessoas com 60 anos ou mais, que têm direito a já estarem aposentadas pelas regras atuais, representam cerca de 12% da população. Em 2060, praticamente um terço dos brasileiros terão mais de 60 anos. Para se ter uma ideia da pressão que esse envelhecimento vai provocar sobre o sistema previdenciário, basta olhar o avanço dos números. De 2000 a 2009, ou seja, ao longo de toda a década passada, foram concedidos quase 15 milhões de benefícios. Estima-se que de 2010 para cá -- em seis anos --, serão mais 13 milhões. A projeção é que, no balanço da década em curso, o sistema receba mais de 21 milhões de novos benefícios. Muitos serão, digamos, dobrados, porque as mulheres, além de receberem as suas próprias aposentadorias, têm direito a pensões dos maridos que vierem a falecer.(Correio do Povo)
 
Expointer começa a ser montada
Os portões do Parque Assis Brasil, em Esteio, serão abertos hoje para a montagem da 39ª Expointer, que começa no dia 27 de agosto. Até lá, cerca de 3 mil pessoas irão trabalhar nas estruturas dos estandes e na organização do parque. Entre as obras iniciadas e que deverão ser concluídas até o início da feira, estão a reforma do pavilhão do gado leiteiro e do deck do boulevard, onde ficam os restaurantes das associações. - Boa parte das obras estão sendo executadas em parceria com entidades privadas - destaca Sérgio Bandoca, subsecretário do parque Assis Brasil. O novo lavadouro de equinos, no portão 7, já foi concluído, com recurso de R$ 248 mil. Uma das obras mais expressivas, em andamento, é de uma capela ecumênica. A estrutura, na praça central, recebeu investimento de R$ 300 mil. (Zero Hora)
 
 

Porto Alegre, 29 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.320

 

Senadora e setor leiteiro avaliam impacto de normas trabalhistas

Reunida na tarde desta sexta-feira (29/7) com empresários do setor laticinista gaúcho, a senador Ana Amélia Lemos sugeriu que o segmento aproveite a vinda do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à Expointer para encaminhar pedido de apoio à flexibilização das duras normas regulamentadoras (NR) que regem a atuação trabalhista nas indústrias. "Não queremos que o trabalhador esteja desprotegido, mas essas normas têm que ser adaptadas à realidade brasileira. Precisamos manter os empregos, não terminar com eles", pontuou, lembrando que muitas empresas estão investindo em automação justamente devido aos excessos no regramento trabalhista. Presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Ana Amélia mostrou-se preocupada com os 12 milhões de brasileiros desempregados e para que as ações fiscalizatórias não impactem em elevar ainda mais essa estatística. "Maggi é um aliado importante que não quer só agradar a torcida. Ele trabalha pelo bem do setor e estará com seu gabinete na Expointer", informou.

A senadora ainda criticou duramente a concorrência desleal imposta pelo ingresso de produtos do Mercosul no mercado gaúcho. Livres de ICMS, os lácteos do prata ainda têm um diferencial de custo em relação ao Brasil, principalmente em implementos importados como máquinas agrícolas, que chegam a custar até 60% menos.  Impacto referendado pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que reforçou as dificuldades que o segmento vem enfrentando e o impacto do Custo-Brasil na lucratividade do agronegócio. Mesmo assim, frisou a Ana Amélia, o Rio Grande do Sul é referência em qualidade de solo, genética de pecuária leiteira e no esforço das cooperativas e das indústrias em buscar, incessantemente, a qualidade.

A parlamentar ainda criticou os entraves logísticos que prejudicam a competitividade dos laticínios locais. "O Brasil não tem logística, não tem custo de financiamento adequado, tem concorrência desleal com Uruguai e Argentina e, a cada dia, tem uma novidade em tributação, em normas trabalhistas e fiscais", pontuou. Integrante da Comissão Especial do Impeachment, Ana Amália espera que o relatório final da comissão seja votado até a próxima quinta-feira (4/8). Segundo ela, o processo não deve apresentar surpresas, encaminhando-se para o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Produtores gaúchos começam a preparar área de plantio de milho
Os produtores de milho do Rio Grande do Sul preparam as áreas a serem semeadas, realizando a dessecação das plantas de cobertura, cultivadas para a formação de palhada, em antecedência à cultura do milho. De acordo com a Emater, os bons preços pagos aos produtores e a grande demanda pelo grão, aliada à baixa oferta, além das questões agronômicas, como diversificação e rotação de culturas, são fatores que antecipam uma provável ampliação da área para a próxima safra. Por outro lado, há fatores restritivos, como o alto custo de implantação da lavoura (especialmente o preço da semente) e os possíveis riscos com relação ao clima, devido à previsão do fenômeno La Niña, que, "quando se estabelece, a tendência é a ocorrência de chuvas abaixo das médias históricas, fato que pode provocar déficit hídrico, diminuindo a produtividade", avalia o diretor técnico da Emater, Lino Moura. No trigo, o plantio no Estado foi concluído, e a cultura está com bom desenvolvimento vegetativo. 

Com o clima colaborando, a maioria das lavouras apresenta excelente aspecto fitossanitário e crescimento normal, denotando, até o momento, bom potencial de produção. As lavouras semeadas mais no cedo começam a entrar com mais intensidade na fase reprodutiva (floração). Estima-se que 1% do total cultivado esteja nessa situação. A canola encontra-se nas fases de crescimento, floração (em lavouras implantadas no final de abril e início de maio) e reprodução, com aspecto sanitário satisfatório. Em algumas áreas, como no Planalto, as lavouras foram prejudicadas pelas geadas e queda de granizo. Já na região Centro-Norte (Alto Jacuí, Noroeste Colonial e região Celeiro), as plantações se encontram com excelente desenvolvimento. O rebanho bovino está na fase final de gestação das vacas, com expectativa de altas taxas de prenhez. A parição se iniciou e deve se estender nos próximos meses. (Jornal do Comércio)

Empresários podem se inscrever até 31 de julho para missão à Ásia

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério das Relações Exteriores estão selecionando empresas e instituições representativas do agronegócio para integrar a missão oficial a países da Ásia, de 6 a 21 de setembro. As inscrições podem ser feitas no site do Mapa até 31 de julho. A região é prioritária para o mercado agrícola mundial e uma das principais origens de investimentos internacionais no setor. O crescimento econômico asiático, a taxa de urbanização e o consequente aumento da demanda por alimentos, fibras e energia estão acima da média global, o que reforça a importância da missão organizada pelo governo brasileiro.

A missão, que será chefiada pelo ministro Blairo Maggi, terá agenda em Seul (Coreia do Sul), Hong Kong e Chongqing (China), onde serão realizadas rodadas de negócios. Também haverá compromissos em Bangkok (Tailândia), Yangon (Myanmar), Hanói (Vietnã), Kuala Lumpur (Malásia) e Nova Déli (Índia). A programação da viagem prevê seminários, diálogos empresariais, visitas técnicas e rodadas de negócio com importadores e investidores locais. Os custos com passagens aéreas, hospedagem, alimentação, taxas consulares e outras despesas são de responsabilidade das empresas e entidades participantes, assim como as providências para obtenção de vistos e a escolha dos voos que melhor se adequarem às suas necessidades, no decorrer da missão.

Exportação e investimentos
Há formulários específicos para empresas e para instituições representativas se inscreverem. Os interessados devem responder, por exemplo, que produtos pretendem exportar e se já têm representante, distribuidor, agente, escritório ou joint venture nos países onde ocorrerão os encontros. Quem for em busca de recursos também deve informar que tipo de investimento pretende captar. A seleção levará em conta o grau de maturidade exportadora e a adequação do portfólio de produtos oferecidos pela empresa aos mercados de destino da missão, entre outros critérios. Para participação nas rodadas de negócio na China e na Coreia do Sul é necessário que a empresa já seja habilitada a exportar seus produtos para esses países. (MAPA)

Produção de leite pode melhorar com pastagens adequadas de inverno

Tempo bem frio é sempre motivo de preocupação para o setor agropecuário, principalmente quando as mudanças climáticas fogem daquilo que estava previsto. Em muitas regiões brasileiras - em especial, do Sul; e algumas áreas do Sudeste, como São Paulo; e Centro-Oeste, em Mato Grosso do Sul -, que costumam sentir mais as oscilações das estações do ano, os animais geralmente são os que mais sofrem no inverno.

Para auxiliar na produção da pecuária de leite durante este período, que vai do dia 20 de junho a 22 de setembro, o Sistema de Inteligência Setorial do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SIS/Sebrae), que funciona em Santa Catarina, propõe algumas iniciativas para que o produtor da cadeia de lácteos mantenha um padrão uniforme de qualidade e até eleve sua produtividade nesta estação do ano. De acordo com o documento "Pastagens de inverno: impactos na produção de leite" , as pastagens perenes (grama) do ano todo costumam diminuir no inverno. Por isto, muitos pecuaristas perdem este tipo de vegetação típica da alimentação animal.

"As alterações na vegetação influenciam diretamente na produção do gado, que pode sofrer muitas quedas de produtividade e qualidade do leite, se o produtor não utilizar meios alternativos e suplementares para alimentar os animais, durante o período mais frio do ano", aponta o estudo.

PASTAGEM
Especialista consultado para a produção dos relatórios e/ou boletins do SIS/Sebrae, o médico veterinário Evandro Vansin Forti, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), explica que a maior parte da produção leiteira no País é baseada na utilização de pastagem, principalmente nas pequenas propriedades produtoras de leite, por ser um alimento de baixo custo.

"O uso exclusivo de pastagem não é suficiente para manter a produção leiteira ao longo do período de inverno. Portanto, os produtores, que não estiverem preparados, vão sofrer as consequências nas produtividades. Daí a necessidade de suplementar com forragens conservadas (silagem ou feno), forragens verdes picadas (cana-de-açúcar), culturas leguminosas (como trevos), que são boas opções a serem utilizadas", aponta Forti. Ele destaca que em Santa Catarina, por exemplo, todos os municípios são prejudicados com as mudanças climáticas, principalmente em 2016, porque o frio chegou antes e com fortes geadas, prejudicando as pastagens dos animais. "O alerta é para que os produtores estejam preparados com armazenamentos de alimentos com silagem e pré-secados. Eles também podem utilizar compostos concentrados, para não sofrerem queda de produtividade", orienta o veterinário.

Segundo Forti, o ideal é que o produtor tenha se precavido antes do outono. Mas para quem não tomou certas medidas preventivas, ele sugere: " a alimentação animal deve conter alimentos conservados, como silagem e fenos; concentrados; e sal mineral". "Isto para que possa aproveitar a pastagem que tiver disponível no momento. "O veterinário da Cidasc também avisa: "A pastagem de inverno não supre a necessidade nutricional total do gado. Diante disto, o produtor precisa procurar uma orientação técnica para que possibilite avaliar a qualidade da pastagem e formular uma dieta complementar com concentrados". Evandro Forti "A pastagem de inverno não supre a necessidade nutricional total do gado. Diante disto, o produtor precisa procurar uma orientação técnica para que possibilite avaliar a qualidade da pastagem e formular uma dieta complementar com concentrados", informa o veterinário Evandro Vansin Forti, da Cidasc. Foto: Arquivo pessoal

PLANEJAMENTO FORRAGEIRO
Além da paralisação no crescimento da pastagem, as alterações provocadas pelo inverno também levam à queima nos campos naturais. Conforme o relatório do SIS/Sebrae, "os animais são diretamente influenciados por uma alimentação pobre em proteínas e energia". E os resultados são animais mais magros, com baixa reprodução e alto índice de abortos, entre outros problemas. Por isto, antes do próximo outono, a instituição sugere o planejamento forrageiro. Trata-se de uma "técnica que evita as perdas invernais, incrementa a produtividade e aumenta a rentabilidade pecuária". "Diferentes tecnologias podem ser utilizadas para a implantação das mais variadas pastagens de inverno. A escolha dependerá da região, do solo, do clima, da vegetação natural, da topografia, do relevo e do sistema de produção utilizado", aponta o estudo. O SIS/Sebrae sugere alguns tipos de pastagens, como aveia, azevém e centeio. O primeiro exige um manejo mais cuidados, porque tende a acumular colmos de forma mais rápida e, por isto, costuma ser menos usado ou semeada em conjunto com plantios de azevém. Este, por sua vez, é uma das pastagens mais usadas, principalmente no Sul do Brasil, por ser de mais fácil manejo e implantação, já que se adapta a qualquer tipo de solo.

AÇÕES RECOMENDADAS
Como forma de orientação ao produtor da cadeia de lácteos, o SIS/Sebrae sugere:
Entenda qual a melhor cultura para a sua produção. Pesquise os preços das sementes e informe-se sobre o tempo de semeadura e de crescimento dos grãos.
Planeje o inverno. Para não faltar alimento para os animais durante a estação, é preciso iniciar a semeadura antes de o outono começar.
Pesquise sobre suplementação. Procure um veterinário para saber quais são as opções mais adequadas ao seu rebanho e produção. (Equipe SNA/RJ)

 
O PAPELÃO DA ECONOMIA
Um dos indicadores da economia real mais monitorados pelo mercado atrás de pistas sobre o rumo da economia é a venda de papelão ondulado, por ser usado em embalagens de produtos industriais. Se a comercialização cresce, é porque as fábricas estão ganhando ritmo. Os números finais de junho da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO) indicam alta de 3,02% em junho ante o mesmo mês do ano passado. Ante maio, a alta foi de 1,45%. No acumulado do semestre, porém, o resultado ainda é negativo, o que mostra o papelão da economia brasileira. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 28 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.319

 

Produtores gaúchos visitam Embrapa

O motivo da viagem foi interagir com os pesquisadores a respeito do GEPLeite - Programa de Gestão Eficiente da Propriedade Leiteira. "A ideia da viagem surgiu em função do GEPLeite. Conhecemos o Programa há pouco mais de um ano. Já temos 36 produtores utilizando essa ferramenta de gestão e queremos expandir o seu uso", afirma Gelsi Thums, vice-presidente da cooperativa, que acompanhou o grupo na viajem. O GEPLeite é uma ferramenta experimental desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite, que conta com a parceria da CCPR/Itambé e da Santa Clara, atendendo seus cooperados com a supervisão dos técnicos. O princípio básico da ferramenta é levar a filosofia contábil dos grandes empreendimentos urbanos para a produção de leite.  "Trata-se de uma visão diferente dos custos de produção de leite, com uma escrituração muito mais abrangente", explica o analista da Embrapa, Alziro Carneiro. Para oferecer um diagnóstico anual ou mensal da propriedade, o GEPLeite trabalha com os seguintes indicadores:

- Indicadores financeiros: São considerados a Receita Operacional Líquida (ROL = receita total, menos impostos sobre vendas); os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA); o retorno sobre o investimento (ROI = percentual de lucro em relação a bens e direitos da propriedade) e o valor econômico acrescido ou reduzido do patrimônio após remuneração de todos os fatores de produção, inclusive capital próprio (EVA).
- Custos de produção: Custo operacional efetivo (COE = a soma de todos os custos, variáveis e fixos, exceto depreciação e mão de obra familiar); custo operacional total (COT = a soma do COE com a depreciação e a mão de obra familiar).
- Indicadores de eficiência: produção (litros/dia); percentual de vacas em lactação em relação ao rebanho; produtividade dos fatores: vaca (litros/dia/vacas em lactação e litros/ano/total de vacas), mão-de-obra (litros/dia/homem), terra (litros/ano/hectare); investimento por produção (R$/litro); ROL por área (R$/ha); concentrado/ROL (%); mão-de-obra/ROL (%).
- Indicadores de Qualidade: Contagem bacteriana (CBT= mil ufc/ml); mastite (CCS = mil células somática/ml); matéria gorda (%); proteína (%); bonificação (R$/l) e preço bruto do leite (R$/l).

Todos esses indicadores são apresentados em uma única folha impressa, frente e verso, onde o produtor tem uma compreensão global do negócio por meio de gráficos que retratam a situação do empreendimento a cada mês e sua evolução anual. A expectativa da Embrapa é que, nos próximos meses, o modelo de planilhas seja convertido em um software, tornando o processo de escrituração mais amigável para o produtor. Foi justamente a evolução tecnológica do processo de escrituração que definiu a composição do grupo que participou da excursão. "Trouxemos para a Embrapa os nossos jovens cooperados e filhos de cooperados, que lidam melhor com a tecnologia", diz o vice-presidente da Santa Clara. "Se quisermos manter os jovens na pecuária de leite, precisamos trabalhar com as novas tecnologias", reforça.

Para a Embrapa, esse modelo de parceria com as cooperativas é relevante.  "Trata-se de uma parceria público privada, na qual as cooperativas financiam o desenvolvimento dos estudos e nós entramos com o trabalho dos analistas e pesquisadores da Embrapa", explica Carneiro. Segundo o pesquisador, os dados escriturados pelos produtores retornam à Embrapa, fomentando a pesquisa. "Com o acúmulo das informações teremos condições de apontar sistemas mais rentáveis para as características de cada negócio", ressalta Carneiro.(Embrapa) 

 
 
Comissão pede vigilância sobre uso de antibióticos na cadeia de alimentos

Os 20 países da Comissão Pan-Americana de Inocuidade dos Alimentos (COPAIA) anunciaram na semana passada (20) seu apoio à vigilância, prevenção e controle do uso de antibióticos na cadeia de produção de alimentos, durante reunião realizada em Assunção, no Paraguai. A COPAIA foi criada por ministros de saúde e da Agricultura de diversos países das Américas durante a Reunião Interamericana Ministerial em Saúde e Agricultura (RIMSA 12) em 2001 com o objetivo de enfrentar o aumento das doenças por transmissão alimentar, promover a ampliação do comércio mundial de alimentos e os avanços nas tecnologias de processamento.

Os países da comissão indicaram seu compromisso em facilitar a coordenação nacional intersetorial e interdisciplinar no tema, promover políticas de uso prudente dos antibióticos e melhorar sua capacidade de vigilância. Também se comprometeram a continuar conscientizando todos os interessados diretos no assunto. As recomendações foram consideradas pelos ministros da Saúde e Agricultura que participaram da 17ª Reunião Interamericana Ministerial em Saúde e Agricultura (RIMSA 17) que ocorreu em Assunção na semana passada. Entre os participantes do evento estavam ministros da Saúde e Agricultura da região, assim como representantes de consumidores e produtores.

Outras linhas de ação incluem o fortalecimento dos sistemas de inocuidade dos alimentos, a formulação de políticas dirigidas para a modernização da inspeção de alimentos, além da promoção dos sistemas integrados para a vigilância das doenças transmitidas por alimentos. O Centro Pan-Americano para a Febre Aftosa (PANAFTOSA) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) está encarregado de organizar a COPAIA 7. Na semana passada, a OPAS fez um apelo aos Estados-membros para que regulamentem o uso de antibióticos na pecuária. O objetivo é evitar que micróbios e bactérias desenvolvam resistência aos medicamentos -- o que pode colocar em risco a saúde das pessoas.

A chefe da OPAS, Carissa F. Etienne, destacou na ocasião que combater o uso indiscriminado dessas substâncias pode trazer benefícios sociais e econômicos, "à medida que nossa região se transforme em sinônimo de produção de alimentos saudáveis". De acordo com a dirigente, muitos países já têm se interessado em promover essa imagem, estimulando o cultivo orgânico e a alimentação do gado bovino com pastagem natural. (Informações são da Organização das Nações Unidas)

Entidades do setor lácteo pedem melhores preços à Conaprole

Conaprole - Dirigentes de várias entidades do setor lácteo reuniram-se na terça-feira com a diretoria da Conaprole para solicitar melhoria no preço do leite ao produtor. Ressaltaram que a cooperativa está fazendo todos os esforços possíveis para transferir para os produtores o melhor preço. Alejandro Pacheco da Sociedad de Productores de Leche de Florida, destacou a importância do encontro, diante da difícil situação que atravessam os produtores. O preço em torno de 1 peso por litro é fundamental para cobrir os compromissos dos produtores. "Temos de estar conscientes, por exemplo, de que é preciso cobrir os custos das máquinas para plantio de pastagens para a próxima temporada. O plantio precisa ser feito pelo produtor". A Conaprole conseguiu, excepcionalmente, bonificar com 0,773 pesos o litro de leite entregue em maio e junho. Os dirigentes esperam que seja efetuado um aumento fixo em torno de 1 peso por litro para que o setor consiga cobrir os custos. Os diretores da Conaprole afirmaram que compreendem a situação, mas que também não está fácil para a cooperativa e o reajuste deve ser trabalhado com muito critério, deixando claro que precisam receber e pagar todo o leite capitado dos produtores. Pacheco disse que há muito desânimo entre os produtores, "muitos deles estão angustiados, principalmente os médios produtores que são os que possuem o mais alto grau de investimento e muita mão de obra". (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

 
 
Estudo mostra que levar rapidamente o leite a baixa temperatura aumenta o shelf life

Um estudo realizado na Universidade de Purdue observou que o rápido aquecimento e resfriamento do leite reduz significativamente a quantidade de bactérias nocivas presentes no leite e pode aumentar a vida de prateleira para sete semanas. Tratamento térmico, como pasteurização, é um método padrão para prolongar a vida de prateleiras dos produtos lácteos. No entanto, o emprego de altas temperaturas (70-120ºC) danifica e/ou provoca modificações estruturais nas proteínas, levando a alterações sensoriais consideráveis. O estudo observou processos de redução de temperatura, por pouco tempo (Low Temperature, Short Time - LTST) para pasteurização, combinando baixa temperatura e pressões variadas para ajudar na pasteurização do leite. O professor associado de Purdue do departamento de ciência da alimentação, Bruce Applegate, PH.D., e colaboradores da Universidade Purdue e da Universidade do Tennessee publicaram suas descobertas na revista SpringerPlus, onde eles mostram que o aumento da temperatura do leite em 10ºC por menos que um segundo elimina em mais de 99% as bactérias deixadas pela pasteurização. "É um processo adicional à pasteurização que pode prolongar a vida útil do leite refrigerado por mais cinco, seis ou sete semanas", disse Applegate.

Baixa temperatura + baixa pressão = aumento do shelf life
Para utilizar o método LTST, os cientistas pulverizaram gotículas de leite pasteurizado, inoculadas com Lactobacillus e bactéria Pseudomonas, através de uma câmara aquecida e sob pressão. Enquanto na câmara, a temperatura era elevada e baixada em 10ºC, mas abaixo do limite de 70º C necessário para a pasteurização. O tratamento reduziu os níveis das bactérias L. fermentum e P. fluorescens Migula, abaixo dos limites de detecção e elevou a vida de prateleira do leite para 63 dias. "Com o tratamento, elimina-se quase tudo", diz Applegate. "O que sobreviver é em nível tão baixo que leva muito mais tempo para se multiplicar a ponto de alterar a qualidade do leite".

Sem alteração sensorial
Cem julgadores avaliaram as alterações sensoriais das duas amostras: leite pasteurizado tradicionalmente e uma segunda amostra usando a pasteurização LTST. Nenhum deles detectou qualquer diferença de cor, aroma, sabor, ou a alteração posterior do gosto entre os produtos e em alguns casos preferiram a amostra do leite com a pasteurização LTST. O método de pasteurização também é importante do ponto de vista do consumo de energia. Philip Myer, professor assistente de ciência animal da Universidade do Tennessee e co-autor do trabalho, disse que "o processo reduz significativamente a quantidade de bactéria, sem exigir quantidades extras de energia". Myer também disse que a tecnologia tem potencial para reduzir o desperdício e permitirá que o leite chegue a lugares distantes dado o aumento da vida de prateleira pelo processo LTST.

Não está completamente pronto para aplicações na indústria
Enquanto o processo de pasteurização LTST demonstrou a redução da carga microbiana, prolongando a vida de prateleira, com o mínimo de perdas nas qualidades sensoriais, existem ainda diversos parâmetros do processo que precisam ser examinados, alerta o estudo. Por exemplo, os autores procuram usar modelos térmicos de microorganismos mais consistentes para melhor avaliar a eficácia do processo. "Um trabalho sistemático para melhorar os limites de contaminação do produto, além dos parâmetros tecnológicos, facilitaria as últimas alterações para aplicação do processo LTST na indústria", diz o estudo. Atualmente, os regulamentos do FDA exigem a pasteurização do leite cru. Assim sendo, a unidade do Método Short Time (MST) pode ser adaptado à linha de pasteurização tradicional para aumentar a vida de prateleira do produto, através da redução da colônia de organismos. (Dairy Reporter - Tradução livre: Terra Viva)

 
Empresas do setor lácteo procuram expansão na África
2015 provou ter sido um ano difícil para a maioria das indústrias, enfrentando um dólar forte, e volatilidade cambial, junto com queda nos preços das commodities, o que reduziu o lucro de muitas companhias. Fusões e aquisições continuaram em ritmos acelerado, e as empresas continuaram procurando adicionar valor nos mercados domésticos e novas oportunidades em outros lugares. De acordo com o estrategista do setor lácteo do Rabobank, Kevin Bellamy, "O grande fato na lista das 20 maiores companhias de laticínios deste ano, com base no volume de negócios - foi a redução do tamanho do bolo. O baixo preço das commodities lácteas e os movimentos cambiais provocaram um efeito dramático no faturamento das empresas". Em dólares, o faturamento combinado das 20 maiores empresas, US$ 194 bilhões, em 2015, representou queda de 13% em relação ao ano anterior. E para se ter uma ideia de quanto o euro caiu em relação ao dólar norte-americano em 2015, o faturamento conjunto das 20 maiores empresas aumentou 4% em relação ao ano anterior, quando avaliado em euros. Com a desaceleração do crescimento da China, as maiores empresas de laticínios do mundo começaram a olhar novos horizontes. A África agora, entra, definitivamente, no mapa dos laticínios. Em 2016, foram 14 ofertas de negócios na África, quatro a mais que no ano passado. Em todo o ano de 2014 ocorreram apenas três transações. (The Dairy Site - Tradução Livre: Terra Viva)
 

 

Porto Alegre, 27 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.318

 

Mapa confirma desburocratização de normas e regulamentos
 
Crédito: Noaldo Santos
O Ministério da Agricultura (Mapa) deu início ao processo de desburocratização dos regulamentos internos, entre eles questões relativas à inspeção. Reunido com lideranças do setor leiteiro em Brasília nesta quarta-feira (27/7), o ministro Interino da Agricultura, Eumar Novacki, informou que, já na primeira quinzena de agosto, o Mapa deve apresentar soluções para o projeto com vista à redução de portarias, instruções normativas e ofícios que regem as operações do setor agropecuário. Uma segunda leva de simplificação de processos deve vir na primeira quinzena de setembro, sinalizou o dirigente.
A medida atende a pedido do setor leiteiro que, há anos, trabalha o assunto junto ao governo federal. A alegação é que diferentes processos, normativas e regulamentações travam e complicam o processo industrial e produtivo, burocratizando as ações dos laticínios. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que representou a indústria gaúcha no encontro em Brasília, a sensação é que a solução está próxima. "O Ministério da Agricultura está com uma política mais célere para encaminhar as demandas dos setores produtivos".
No encontro, Palharini pontuou a relevância de revisar a questão da Portaria 05/1983, que trata, entre outros pontos, do leite com baixa acidez. Atualmente, os laticínios não podem recolher o leite com acidez inferior a 14°D ou superior a 18°D. Contudo,  a portaria permite o uso dessa matéria-prima para fabricação de alguns produtos. Pelo regramento atual, por exemplo, cargas acima de 20°D podem ser utilizadas para fabricação de leite em pó industrial. Outra questão importante, alerta, é que a definição do termo "fisiologicamente anormal", que limita o processamentos do leite conforme a portaria 5, tenha uma definição clara de forma a munir a indústria de informações precisas sobre o que está ou não está previsto no novo regramento. 
O dirigente ainda pediu que o Ministério da Agricultura ajude a viabilizar o acesso do setor industrial aos dados compilados pela Rede Brasileira de Laboratórios. As informações, destacou Palharini, são essenciais para auxiliar no desenvolvimento e melhoria constante dos processos produtivos. "O Rio Grande do Sul tem o leite mais fiscalizado do país. Precisamos mostrar isso ao consumidor", frisou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Empresários senegaleses prospectam parceria com indústria gaúcha
 

 Crédito: Isadora Osório
Empresários senegaleses apresentaram proposta de parceria com a indústria leiteira gaúcha, nesta terça-feira (26/7), na sede do Sindicato da Indústria de Laticínio do RS (Sindilat). Visando a troca de tecnologia, informação e experiência, os representantes da comitiva relataram os principais problemas daquele país no setor, como a falta de produção e tecnologia precária, e manifestaram grande interesse em aprender sobre produção com os gaúchos.
 
A reunião teve como assunto principal as oportunidades de negócios. Os senegaleses questionaram como poderia ser feita uma cooperação entre a indústria leiteira gaúcha e senegalesa e quais os produtos poderiam ser exportados para lá. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, afirmou que todo mercado  interessa à indústria gaúcha, já que somos um estado exportador. Quanto ao intercâmbio tecnológico, lembrou que é necessário, primeiro, construir o convênio com o governo do  Estado  para, após, averiguar de que modo seria formatada essa cooperação. Guerra colocou o Sindilat à disposição dos empresários para esclarecimentos.
 
A proposta tem incentivo do governo senegalês, que propõe a ida de profissionais brasileiros para o país africano para realizar esse intercâmbio de estudos, pesquisa, tecnologia, produção e comercialização. Na reunião, a ideia debatida foi a de firmar, primeiramente, um acordo entre os governos, para que assim, em um passo adiante, possa ser fechada parceria com as indústrias do Estado. 
 
Estavam presentes no encontro o diretor da Seapi, Antonio Ferreira; o diretor geral da Seapi, André Pedtry: a gerente comercial da CCGL, Michele Selbach; o gerente industrial da Cooperativa Languiru, Lauri Reinheimer; o diretor da GTR, Abdou Lahad Lo; o coordenador da GTR, Mawadou Ndiaye, e o presidente da Associação dos Senegal, Mor Ndiaye. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
LCA ganha peso na estratégia de crédito do governo federal

Com a situação fiscal ainda crítica, uma taxa básica de juros elevada e margem de manobra cada vez menor para arcar com subsídios, o governo aposta todas as fichas nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) como fonte de recursos complementares para financiar o agronegócio. Sem alternativas capazes de gerar resultados no curto prazo, a ideia é facilitar e ampliar o uso desses títulos e tirar um pouco do peso das tradicionais fontes que alimentam o crédito rural no país ¬ depósitos à vista e poupança rural, que já dão mostras de estrangulamento. Num mundo ideal, diz uma autoridade graduada da equipe econômica, a Selic seria baixa o suficiente para desidratar de vez a dependência dos agropecuaristas do crédito rural com juros subsidiados ¬ fixados, em média, em 9,5% nesta safra 2016/17, que começou em 1º de julho. Mas com a taxa básica ainda em 14,25% e distante de um nível mais palatável até onde a vista alcança, não restam muitas opções a não ser perseguir mudanças nas regras de direcionamento das LCAs e torná-las logo mais populares e acessíveis não só entre os grandes produtores. De acordo com dados do BC, o saldo da poupança rural em junho caiu 1,6% em relação à posição de dezembro, para R$ 145 bilhões. Já os depósitos à vista diminuíram 16%, na comparação, para R$ 24 bilhões. "Corremos o risco de, em algum momento, a agricultura ficar muito maior que essas duas fontes", alerta a fonte da equipe econômica do presidente interino Michel Temer. 

No ano-safra 2015/16, que terminou em 30 de junho, as LCAs, mesmo tendo rendido para o crédito rural bem menos que os R$ 30 bilhões projetados, já chamaram bem mais atenção no mercado. Os desembolsos atrelados à emissão desses títulos alcançaram R$ 15,1 bilhões, acima dos R$ 15 bilhões com juros controlados do BNDES. Assim, passarem a ocupar a terceira posição no ranking de funding rural, atrás dos depósitos à vista e da poupança (ver infográfico). Para isso, o governo promoveu alterações nas regras de direcionamento dos recursos provenientes das letras. Determinou, por exemplo, que 50% do valor das emissões pelos bancos com lastro em outras operações de crédito a juros controlados fosse destinado a financiamentos agrícolas. A ideia era elevar o percentual para 100% em 2016/17, mas nem tudo correu como o governo gostaria e houve problemas de operacionalização que prejudicaram a demanda pelos recursos. 
 

Assim, ficou definido que para a safra 2016/17 35% das captações dos bancos com esses títulos teriam que alimentar o crédito rural, e que 14 pontos percentuais desses 35% seriam ofertados com juros de 12,75% ao ano. Com as mudanças, o BC estima que as emissões de LCAs resultarão em cerca de R$ 10 bilhões ao setor do agronegócio. Um passo atrás para que dois passos adiante possam ser dados, lembrando que o título foi criado em 2004 justamente com a pretensão de torná-lo a principal fonte de financiamento da produção agropecuária brasileira no longo prazo. Na carteira do Banco do Brasil, que lidera os desembolsos de crédito rural no país, as LCAs emitidas nos últimos anos representam R$ 135 bilhões, e o título já é, desde 2012, a segunda maior fonte de recursos para o campo. O BB avalia que os financiamentos a partir das LCAs com taxas de 12,75% deverão atingir R$ 6 bilhões em 2016/17 e que a base de produtores atendidos vai se pulverizar e crescer. "Temos grandes expectativas de alocar um volume bem significativo, e o governo também está de olho em novas regulamentações", afirma o diretor de Agronegócios do banco, José Carlos Reis. Mas há ressalvas. "A ideia de direcionar as LCAs faz sentido, mas a capacidade de oferecer crédito a juros controlados a partir dessa fonte é pequena", adverte André Nassar, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura na gestão de Kátia Abreu, que entregou o cargo quando a presidente Dilma foi afastada. Mas ele concorda que o governo não tem margem para incrementar o crédito disponível, até porque os percentuais de exigibilidade dos depósitos à vista (34%) e da poupança rural (74%), origens dos recursos para o crédito rural, já são muito altos. Por outro lado, a pressão fiscal é intensa e o governo não tem espaço para aumentar as subvenções. 

Nesse contexto, a Câmara Setorial do Crédito Rural do Ministério da Agricultura já traçou um plano para cobrar do governo regulamentações e políticas de fomento a novas fontes de financiamento ao setor, inclusive subsídios aos prêmios de contratos de opção. Ivan Wedekin, que também já foi secretário de Política Agrícola da Pasta e preside a câmara, afirma que, apesar de o Plano Safra continuar cumprindo seu papel, os desembolsos de crédito rural já "bateram no teto" e não conseguem superar a barreira dos R$ 166 bilhões registrados na safra 2015/16. Além da ampliação das apostas nas LCAs, Wedekin defende a desburocratização de títulos como o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócios (CDCA), que pode ser emitido por empresas e cooperativas e que atualmente gera apenas R$ 2 bilhões. Outra ideia que já amadureceu, segundo ele, é permitir que investidores estrangeiros apliquem seus recursos em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) referenciados em dólar. As discussões estão sendo acompanhadas pelo ministro Blairo Maggi ¬ que, no entanto, tem outras prioridades no momento. "A diversificação de fontes está no meu radar, mas acho que se tivermos uma saída pelo seguro rural de renda primeiro, vamos resolver o problema do financiamento", disse ele antes de viajar aos EUA para acertar a liberação do comércio bilateral de carne bovina in natura. (Valor Econômico)
 

Capitação de leite pelas indústrias caiu 13,9% no primeiro semestre
No primeiro semestre, a captação chegou a 762,71 milhões de litros, quando, em igual período do ano passado totalizou 885,41 milhões de litros. Em junho, a produção das fazendas que chegou às fábricas alcançou 129,8 milhões de litros, enquanto, um ano atrás, o volume foi de 162,14 milhões de litros. Na comparação mensal, apenas em janeiro, o volume mensal capitado este ano superou o volume do mesmo mês de 2015. A queda na produção de leite começou em 2014, quando foi registrado 0,2% menos que no ano anterior. Em 2015, a redução foi de 2%, segundo dados do Inale. O Inale também divulgou o preço do leite ao produtor, que chegou à média de 8,06 pesos/litro no mês de junho passado. Em maio, o preço médio foi de 8,11 pesos/litro, e em junho de 2015 o preço foi de 7,90 pesos/litro. Em dólares, o preço médio pago ao produtor foi de US$ 0,262/litro, com o câmbio a 30,78 pesos/US$. Um ano atrás, o preço médio ao produtor foi de US$ 0,29/litro, com a cotação média do dólar em 26,85 pesos. A comparação com o mês de junho do ano passado, mostra aumento de 2% no preço médio em pesos, mas, queda de 11% em dólares, segundo o Inale. (El Observador - Tradução Terra Viva)
 

Porto Alegre, 26 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.317

 

 Adaptação à nova lei a pleno vapor

De mocinho a vilão, o leite está na berlinda. Depois de 11 edições da Operação Leite Compensado e quatro da Operação Queijo Compensado, realizadas pelo Ministério Público Estadual, o setor é desafiado a se adequar até o final do ano à legislação criada para qualificar a produção e coibir fraudes. Sancionada no começo do ano, e regulamentada em junho, a Lei nº 14.835 instituiu o programa de qualidade na produção, transporte e comercialização de leite no Rio Grande do Sul.

- A legislação está na vanguarda e estimulará a profissionalização e qualificação do setor, desde o produtor até chegar ao consumidor - opina Letícia de Albuquerque Vieira Cappiello, consultora de qualidade do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat).

Na prática, todos os integrantes da cadeia passarão a atuar de forma integrada. Tanto o produtor quanto o transportador terão vínculo com a indústria e deverão preencher cadastro junto ao Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura. O decreto de regulamentação, assinado pelo governador José Ivo Sartori no dia 27 de junho, estabelece prazo de 180 dias, passando a vigorar em 25 de dezembro. O presidente do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Gilberto Piccinini, destaca que antes mesmo do decreto, as indústrias e cooperativas já estavam se adaptando às novas normas. Porém, ressalta que nem todos produtores e empresas conseguirão se adequar no prazo.

- Embora algumas enfrentem dificuldades, a maioria das indústrias e dos produtores e transportadores já estão atuando conforme a nova legislação - estima Piccinini.

CADASTRO DE FORNECEDORES
A principal questão se refere ao cadastro de produtores e na área logística. No caso do transporte, os laticínios deverão qualificar os profissionais. Esta situação fará com que equipes sejam realocadas e profissionais contratados para fazer os cadastros e acompanhar virtualmente os processos e os trajetos dos caminhões.

- O custo não será elevado. Nas grandes os procedimentos já são feitos, nas pequenas haverá a necessidade de organizar a equipe ou contratar um profissional para se dedicar a essa etapa do processo - detalha Letícia.

O investimento das indústrias não será repassado para o consumidor, pois não impactará significativamente na produção, estima Piccinini:

- As medidas irão tornar a cadeia mais profissionalizada. Esse é o início do processo que almejamos - relata.

Karla Prestes Pivato Oliz, fiscal estadual agropecuária da Secretaria da Agricultura, diz que haverá mais fiscalização:

- A partir da nova lei será possível conhecer o tamanho da propriedade, o volume de produção e acompanhar todas as etapas da cadeia.

A legislação visa a estimular novos investimento no setor de leite. Segundo Pedro Signori, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), 40 mil produtores abandonaram a atividade desde o início da Operação Leite Compen$ado, em 2013. Ele argumenta que, com a ação do Ministério Público, muitas empresas fecharam e provocaram efeito cascata. (Zero Hora)

 

 
Empresas de lácteos encolheram, diz Rabobank

O dólar forte e a volatilidade cambial, aliados aos preços baixos das commodities lácteas no mercado internacional, afetaram de forma dramática o faturamento da maior parte das companhias do segmento no mundo em 2015, de acordo com o banco holandês Rabobank. O último levantamento "Global Dairy Top 20", realizado pelo banco e divulgado ontem, mostra que a suíça Nestlé se manteve na liderança do ranking das 20 maiores do segmento em 2015, considerando o faturamento. Mas as receitas em dólar da empresa caíram, saindo de US$ 27,8 bilhões em 2014 para US$ 25 bilhões ano passado. 

A francesa Lactalis se consolidou na segunda posição da lista, mas também perdeu faturamento. Suas receitas haviam alcançado US$ 19,5 bilhões em 2014 e caíram para US$ 18,3 bilhões em 2015. Em terceiro no ranking, a francesa Danone também registrou queda nas receitas, que saíram de US$ 19,5 bilhões em 2014 para US$ 16,7 bilhões ano passado. O ano de 2015 foi "difícil para a maioria das empresas do setor", avalia o banco holandês. Isso estimulou fusões e aquisições, uma vez que as empresas buscam valor adicional em seus mercados domésticos e novas oportunidades em outros locais, destaca o banco em relatório. Como reflexo desse ambiente difícil, o faturamento somado das 20 maiores empresas de lácteos encolheu 13% em 2015, para US$ 194 milhões, calcula o Rabobank. O banco destaca ainda que a neozelandesa Fonterra perdeu a quarta colocação no ranking para a americana Dairy Farmers of America (DFA). A DFA subiu na lista após adquirir o controle da DairiConcepts, joint venture que operava anteriormente com a Fonterra (ver gráfico).

 
 

Segundo o banco, uma série de fatores explica a queda da Fonterra. A cooperativa sofreu mais que a maioria das empresas do ramo devido ao recuo dos preços dos lácteos. E, além de ter saído da DairiConcepts, vendeu seu negócio de iogurtes e sobremesas lácteas na Austrália à Lactalis. O banco também ressalta que, de uma maneira geral, as empresas chinesas, que vinham se destacando no ranking, cresceram a uma taxa menos acelerada em 2015. Nesse caso, o faturamento foi impactado pela desvalorização do yuan. Mas uma dessas companhias, a Yili, registrou crescimento de 8% e conseguiu subir da 10ª posição em 2014 para o oitavo lugar ano passado. Segundo o banco, o segmento registrou 96 operações de fusões e aquisições em 2015 ¬ haviam sido 98 em 2014. E as três maiores companhias do ranking se movimentaram para ampliar suas receitas.

O relatório destaca também a entrada de uma nova empresa no "Global Dairy Top 20": a canadense Agropur, após a compra da Davisco em 2014 e uma "sólida performance" no ano. A chegada da Agropur à 20ª posição tirou a americana Land O'Lakes da lista. Outra conclusão do levantamento do Rabobank é que a desaceleração da China tem levado as companhias globais do segmento a buscar novos mercados para se desenvolver. Um efeito disso foi que a África entrou no mapa mundial dos lácteos. A Danone, por exemplo, fez quatro negócios no continente de junho de 2015 até agora. Segundo o banco, em 2015, houve 14 negócios envolvendo o segmento na África, e mais quatro até agora este ano. Em 2014, haviam ocorrido apenas três operações no continente. (Valor Econômico)

Universidade Brasileira do Leite vai capacitar técnicos para a indústria

A capacitação e a formação de profissionais de qualquer área sempre foram uma preocupação no mundo empresarial. E entre os desafios a serem superados estão a disponibilidade de tempo e a distância. Como resposta, a Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G100) criou uma plataforma de ensino voltada aos temas mais relevantes do setor lácteo.
 
A Universidade Brasileira do Leite é um projeto de educação corporativa, desenvolvido pelo G100 com o objetivo de construir uma ponte entre o desenvolvimento de pessoas (competências humanas) e dos negócios (competências empresariais). Serão disponibilizados cursos modulares à distância, de curta duração, máximo de 36horas, interativos, que buscam atualizar e capacitar profissionais da indústria de laticínios em temas relativos à sua área de atividade. 
 
Segundo o diretor executivo do G100, Wilson Massote, normalmente os laticínios se encontram em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde está a maior oferta de treinamento e capacitação técnica. Destaca que com a revolução que a era da informática e da web estão trazendo, os cursos virtuais tornaram-se possíveis. O acesso à tecnologia possibilitou o desenvolvimento e a implantação de plataformas de ensino de alta performance, devido também a facilidade de aquisição de computadores pessoais e conexão à internet. 
 
Massote lembra que as grandes empresas ainda fazem de alguma forma esse trabalho de capacitação interna, mas com a Universidade Brasileira do Leite vão poder aderir à modalidade de capacitação virtual. "Os microempresários precisam desse apoio. Já as pequenas e médias cooperativas e empresas de laticínios é indispensável qualificar e capacitar seus técnicos, e criar a sua massa crítica", garante.
 
O consumidor ao adquirir produtos lácteos também compra a qualidade dos serviços que neles foram utilizados, portanto, quanto mais especializados e treinados forem os técnicos que participam dos processos produtivos da cadeia do leite, mais garantia de o setor estar ofertando maior qualidade segurança do alimento. "Esse esforço desenvolvido pelo G100 visa atender a todos, consumidores e indústria, da forma mais qualificada possível", sinaliza Massote.
 
A Universidade Brasileira do Leite é dirigida aos profissionais da área de laticínios de empresas associadas ou não ao G100. Os cursos serão ministrados por especialistas da área, em módulos abordando os principais temas relativos à indústria de laticínios. Total de no máximo 36 horas por módulo, divididas em atividades distribuídas no espaço de 30 a 40 dias. Os participantes receberão inicialmente informações para estudo preparatório para que haja alinhamento de conhecimentos. Na sequência, haverá o envio escalonado do conteúdo didático para estudo, avaliação contínua e esclarecimento de dúvidas. O processo é interativo. Haverá três ou quatro aulas ao vivo, online, de duas horas de duração, aos sábados.
 
A iniciativa tem como parceira a Americas Academic Center (AAC), que está no Brasil desde 2008, já formou mais de 30 mil alunos em seus programas "online" e mantém convênio formal com universidades brasileiras, como USP e UNESP, assim como também com universidades americanas. O primeiro curso será sobre qualidade do leite  e deverá iniciar a partir da segunda quinzena de setembro, as inscrições iniciam na próxima semana e  ocorrerão através do site do G100 , pelo endereço www.g100.org.br será possível obter a partir da próxima semana todas as informações. (Agrolink com informações de assessoria)

 
 
Sete empresas homologadas
Mais seis frigoríficos e um laticínio com inspeção estadual tiveram indicação homologada para o Sistema Brasileiro de Inspeção de produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Com a medida, as indústrias poderão comercializar seus produtos em todo o país. Receberam o certificado de equivalência ao Sistema de Inspeção Federal (SIF) o laticínio Sans Souci, de Eldorado do Sul; e os frigoríficos Charque Paladar, de Arvorezinha; Boa Esperança, de Santo Antônio da Patrulha; Coqueiro, de São Lourenço do Sul; Borrússia, de Osório; Paverama, de Paverama; e entreposto Alles, de Dois Irmãos. (Correio do Povo)