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29/02/2016

 

         

Porto Alegre, 29 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.214

 

    Importação chinesa de leite em pó dispara

A China, maior importadora mundial de lácteos, voltou ao mercado neste início de ano, mas esse retorno ainda não teve efeito sobre os preços internacionais. Em janeiro passado, as importações chinesas de leite em pó integral e desnatado somaram 153 mil toneladas, 4,4 vezes mais que o comprado pelo país em dezembro e 49% acima do mesmo mês de 2015, conforme dados da consultoria italiana CLAL, especializada em mercado de lácteos, compilados pela brasileira MilkPoint. O volume de leite em pó importado em janeiro só foi menor do que as 160 mil toneladas de janeiro de 2014 (o maior desde 2009), ressalta a consultoria. Em todo o ano passado, segundo dados compilados pela MilkPoint, as importações da China caíram cerca de 40%, saindo de 923,7 mil toneladas para 547,3 mil toneladas. O recuo na demanda foi um grandes responsáveis pela retração dos preços do leite no mercado internacional. 

No último leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), referência para o mercado internacional, no dia 16, a cotação do leite em pó integral ficou em US$ 1.890 por tonelada, queda de 42,3% num período de 12 meses. Valter Galan, analista da MilkPoint, afirma que não é possível dizer que o aumento do volume em janeiro indique uma tendência de recuperação das importações chinesas. Isso porque tradicionalmente há um aumento das compras da China em janeiro, por conta dos termos de acordo comercial entre o país asiático e a Nova Zelândia, maior exportador mundial. Nesse mês, explica Galan, vigora uma tarifa preferencial de importação, de 2,5%, abaixo dos 10% que incidem normalmente. O atual patamar dos preços internacionais dos lácteos também pode ter estimulado as importações em janeiro, avalia Galan. Outra hipótese seria a intenção dos chineses de recompor estoques. "É uma boa sinalização, mas não é possível dizer que vai continuar", afirma. O analista cita a estimativa cautelosa da CLAL, que prevê alta de 13% nas importações chinesas de leite em pó este ano, para 620 mil toneladas. Em relação a 2014, porém, ainda deve haver queda de 33%. "O consumo interno chinês [de lácteos] não está caindo, mas não é sensacional", completa. (Valor Econômico)
 

  
 
LEITE/CEPEA: captação apresenta queda e preços em março tendem a seguir em alta

A menor oferta de leite neste período em que seria esperado ritmo crescente resultou em alta das cotações ao produtor. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, chuvas intensas seguidas por estiagem e temperaturas elevadas atrapalharam a produção nos três estados do Sul do País, que acabaram registrando queda média de 14,1% na captação de leite nos últimos quatro meses. Outro fator que levou à diminuição da oferta no campo foi a decisão do produtor em adiantar a secagem das vacas como forma de reduzir os custos, tendo em vista que a suplementação concentrada, necessária para produção de leite, está muito cara. 

Na "média Brasil" (GO, MG, RS, SP, PR, BA e SC), o preço do leite recebido pelo produtor subiu 3,3% com relação ao mês anterior, indo para R$ 0,9981/litro (valor líquido - sem frete e impostos), aumento de 3,2 centavos por litro, conforme o Cepea. O preço bruto (inclui frete e impostos) pago ao produtor teve média de R$ 1,0967, alta também de 3,3% frente ao mês anterior. Considerando-se a série histórica deflacionada do Cepea (pelo IPCA de jan/16), o preço médio líquido de fevereiro/16 é 8,9% superior ao de fevereiro/15.

O Índice de Captação do Leite (ICAP-L/Cepea) de janeiro sinalizou redução de 4,44% em relação a dezembro, a maior queda dos últimos dez meses, considerando-se a "média Brasil" formada por sete estados. O Sul continua registrando as maiores baixas na captação. No Paraná, a redução foi de 7,65%, em Santa Catarina, de 5,93% e, no Rio Grande do Sul, 5,60%. Na sequência vieram Goiás (3,61%), São Paulo (3,36%) e Minas Gerais (2,94%). A Bahia foi o único estado que manteve estabilidade na produção, com ligeira alta de 0,34%.

Para março, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda apoiados na oferta relativamente pequena e que pode ser agravada pelo início da entressafra - que tradicionalmente, começa no final do primeiro trimestre. Entre os profissionais de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea, 94,1% deles (que representam expressivos 99,6% do leite amostrado) acreditam em nova alta para o próximo mês. Os outros 5,9% dos agentes (que representam 0,4% do volume de leite amostrado) têm expectativas de estabilidade dos preços; ninguém sinalizou queda.

A valorização da matéria-prima se refletiu no segmento de derivados, onde os estoques estão abaixo do esperado para esta época do ano. Com isso, os preços de muitos produtos se mantêm elevados, fator que tem limitado também a demanda por alguns lácteos. No atacado paulista, os preços do leite UHT aumentaram 9,6% entre janeiro e fevereiro, com a média mensal de R$ 2,4455/litro. O queijo muçarela, que normalmente segue as tendências do UHT, também se valorizou, 4,4%, com o quilo na média de R$ 14,59 em fevereiro. Para o levantamento de preços de derivados, a equipe Cepea contata diariamente representantes de laticínios e atacadistas; essa pesquisa tem apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). 

Confira as tabelas abaixo:

Tabela 1 - Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em FEVEREIRO referentes ao leite entregue em JANEIRO. 


Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Tabela 2 - Preços em estados que não estão incluídos na "média Brasil" - RJ, MS, ES e CE.  


Fonte: Cepea-Esalq/USP.
(As informações são do CEPEA/USP)


Proteínas lácteas

Combater a desnutrição infantil faz das proteínas lácteas uma ferramenta para o desenvolvimento econômico mundial. Acabar com a moderada desnutrição infantil tornou-se uma prioridade para programas de nutrição em todo o mundo por causa da ligação entre o crescimento físico e cognitivo, além de potencialmente representar desenvolvimento econômico.

A má nutrição pode levar à redução do desenvolvimento cognitivo das crianças, resultando em baixo desempenho escolar e baixa produtividade na força de trabalho. De fato, ela tem a capacidade de reduzir em até 8% a força de trabalho, além de representar queda de 16,5% do PIB do país, de acordo com o estudo "The Cost of Hunger in Africa", [O Custo da Fome na África] elaborado por grupos Africanos de desenvolvimento e normas, com apoio do Programa de Alimentação Mundial das Nações Unidas. O estudo nota que há mais crianças com nanismo (abaixo da altura normal) na África de hoje do que 20 anos atrás. Em alguns países da África subsaariana, a taxa de nanismo em crianças com idade inferior a cinco anos chega a 40%, de acordo com dados do Banco Mundial. O nanismo pode ser combatido com a melhoria nutricional, incluindo proteínas lácteas. (USDEC - Tradução livre: Terra Viva)
 


Rotulagem de alimentos
Quais são as informações obrigatórias e facultativas a serem apresentadas nos rótulos de alimentos? Para esclarecer essas dúvidas a Embrapa acaba de lançar o Manual de Rotulagem de Alimentos. A publicação representa uma ferramenta fundamental a técnicos e agroindústrias familiares. "As leis e regulamentos técnicos sobre rotulagem de alimentos são, de certa forma, de difícil leitura e interpretação. A ideia foi reunir e fazer uma adequação da linguagem da legislação brasileira sobre o assunto", informa o autor Roberto Machado, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ). O Manual de Rotulagem de Alimentos orienta quanto às informações obrigatórias e complementares a serem apresentadas nos rótulos, porções de alimentos para fins de rotulagem nutricional e elaboração de rótulos de alimentos e bebidas. (Embrapa)


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