Pular para o conteúdo

O recolhimento para o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) pela cadeia produtiva da bovinocultura de leite neste ano foi definido em R$ 0,00145 por litro industrializado. Assim, o valor a ser pago será de R$ 0,00072 para produtores e R$ 0,00072 para a indústria no Rio Grande do Sul. A nova taxa passou a valer em 1º de janeiro de 2022.

O recolhimento para o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) pela cadeia produtiva da bovinocultura de leite neste ano foi definido em R$ 0,00145 por litro industrializado. Assim, o valor a ser pago será de R$ 0,00072 para produtores e R$ 0,00072 para a indústria no Rio Grande do Sul. A nova taxa passou a valer em 1º de janeiro de 2022.

Toda a arrecadação do Fundesa é destinada a indenizar os proprietários de animais com zoonoses como tuberculose e brucelose, bem como promover ações de prevenção contra doenças infectocontagiosas, sob controle e erradicação, reconhecidas nos programas de sanidade animal.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, destaca a importância do Fundesa: “Sempre lembramos aos associados e produtores que apenas os contribuintes terão direito às indenizações pelo Fundo, que é de extrema relevância para o crescimento do setor lácteo”, afirma.

A taxa de contribuição com o Fundesa é calculada anualmente, considerando a Unidade Padrão Fiscal (UPF), que corrige as taxas e tributos cobrados pelo Estado. O valor da UPF-RS, relativo ao exercício de 2022 foi reajustado em 10,42%, ficando R$ 23,3635 pela Instrução Normativa RE Nº 107, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 24 de dezembro. 

Foto: Carolina Jardine

Operacionalizando um projeto que há anos vem sendo gestado, foi apresentado ao Conseleite o plano de criação de um indexador de custo de produção do leite no Rio Grande do Sul. Reunidos na manhã desta terça-feira (26/01), integrantes do colegiado validaram a sugestão de metodologia para o indexador desenvolvida pela Emater em parceria com o Departamento de Economia e Estatística (DEE) do governo do Estado, antiga FEE. O trabalho está sendo capitaneado pelo economista e pesquisador do DEE Rodrigo Feix e pelo gerente  técnico da Emater, Jaime Ries. A partir de agora, a proposição entra em fase de ajuste fino.

A ideia é ter um levantamento robusto com dados coletados em todo o Rio Grande do Sul. O indexador seguirá o sistema de outros indicadores de preço. A expectativa é que, em um primeiro momento, o levantamento seja avaliado internamente, e que a divulgação oficial ocorra ainda em 2021. “Esse é um projeto antigo dentro do Conseleite e será mais uma ferramenta, junto com o valor de referência, para que o setor possa avaliar e planejar as suas ações e auxiliar principalmente o produtor que tanto necessita de uma previsibilidade”, colocou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

A notícia, informou o presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, é um grande avanço na compreensão sobre a rentabilidade da atividade leiteira. “Tínhamos duas metas claras quando assumimos o Conseleite: abrir novos mercados no exterior e a revisão dos dados da Câmara Técnica. Acho que avançamos bastante”.

Valor de referência

Durante a reunião do Conseleite, também foi divulgado o valor de referência projetado para o leite no Rio Grande do Sul. De acordo com dados apurados pela UPF, o litro no mês de janeiro foi estimado em R$ 1,4391, 4,92% abaixo do consolidado em dezembro de 2020 (R$ 1,5135).  O professor da UPF Marco Antonio Montoya pontua que, apesar da redução, o indicador está acima dos patamares históricos para o mês de janeiro. “Nos últimos três meses, os valores estão praticamente estáveis”, constatou.

A tendência é que o mercado se mantenha com estabilidade. Com a manutenção da pandemia, o teletrabalho persiste com impacto direto no consumo. Outro fator que preocupa é o encerramento do auxílio emergencial às famílias em dificuldade em função da Covid-19. “O cenário está delicado. Estamos com valores mais elevados, mas, por outro lado, os custos também estão impactando o produtor e a indústria”, alertou o vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, confiante de que a volta às aulas virá com a retomada do consumo.

Foto: Reprodução

Instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) em 2001, o Dia Internacional do Leite é comemorado em 24 de junho com o objetivo de mostrar à sociedade a importância dos lácteos para uma alimentação saudável e equilibrada. Considerado um dos mais nobres alimentos, o leite desempenha uma função essencial em todas as fases do desenvolvimento humano. Na infância, ajuda na formação e no desenvolvimento do organismo como fonte de proteína, sais minerais e gordura; na adolescência oferece condições para o crescimento rápido com boa constituição muscular óssea, e endócrina; e para pessoas da terceira idade, é fonte de cálcio, essencial na manutenção da integridade dos ossos. Por todos esses benefícios, figura no calendário anual de datas comemorativas pela organização internacional.

Além de ser fonte de nutrição para milhares de famílias no mundo, o leite também é matéria-prima principal de vários outros produtos e ingredientes de preparações da culinária, desde queijos, requeijão, creme de leite, natas, iogurtes e muitos outros.

No Brasil, o leite tem um peso importante na economia brasileira, sendo um dos quatro produtos principais da agropecuária, considerando o Valor Bruto da Produção (VBP): a cadeia somou R$ 55,7 bilhões no ano passado. A atividade também é responsável pelo sustento de milhares de famílias no Brasil e, para muitos, a principal fonte de renda na propriedade.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, leite é o alimento mais completo que existe e seus derivados são fontes inesgotáveis de energia, cálcio e outros elementos essenciais para a saúde. Além disso, Guerra reforça que o produto tem papel fundamental na economia de milhares de famílias de pequenos produtores gaúchos. “Queremos homenagear todas as pessoas envolvidas neste setor, responsáveis pelo trabalho diferenciado que se inicia na casa dos produtores, passando pelos cuidados e inovação da indústria, até chegar diariamente na mesa dos consumidores”, destacou Guerra.

Crédito: Carolina Jardine

O valor de referência projetado para o leite em maio é de R$ 1,2089 no Rio Grande do Sul. A estimativa, divulgada nesta terça-feira (26/05) pelo Conseleite e que leva em conta os primeiros dez dias do mês, representa uma retração de 7,56% em relação ao consolidado de abril, que fechou em R$ 1,3077. Segundo o professor da UPF Marco Antônio Montoya, os números refletem o impacto da pandemia de coronavírus no consumo e na produção. Depois de seis meses de alta de preços e de um pico ocasionado pelo movimento das famílias ao estocarem leite no início da pandemia, agora, verifica-se consumo mais comedido. “Essa pandemia alterou muito o mercado. Estamos em um período de incertezas absurdas e que não acontece apenas no RS, mas nos outros estados também”, pontuou. 

O cenário preocupa produtores. Apesar da profissionalização na gestão dos tambos e do trabalho pela redução de custos, a atividade vem se tornando pouco atrativa com margens muito ajustadas, gerando descontentamento no meio rural. Segundo o presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, o mercado retraído agrava as dificuldades no campo,  onde se vem operando com custos impactados pela variação cambial e muitas incertezas.  “Precisamos trabalhar no Conseleite pelo entendimento entre indústrias e produtores”, frisou.  

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra,  pontua que as dificuldades se estendem à indústria, que também enfrenta custos elevados em função da pandemia e depende da negociação dos produtos junto ao varejo. Guerra citou as oscilações de mercado e a necessidade de se ver o setor lácteo como um todo, composto por um vasto mix de produtos. “Estamos todos juntos em um mesmo setor. O mercado está passando por grande volatilidade, subindo e baixando dentro de um mesmo período. O Conseleite nos dá uma referência nos primeiros dez dias do mês, mas as empresas precisam avaliar o cenário ajustado dos 30 dias”, frisou. Guerra lembrou que, apesar do aumento do consumo doméstico, o que se verifica é uma queda gigante na comercialização para hotéis, restaurantes e bares.  

Crédito: Carolina Jardine