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Ao completar 15 edições, o Fórum Estadual do Leite, tradicional evento realizado na Expodireto Cotrijal, destacará o uso de soluções tecnológicas na produção de leite, a ampliação do consumo de produtos lácteos no Brasil e lições para que torná-lo mais competitivo. O ciclo de palestras será realizado no dia 13 de março, no turno da manhã, no Auditório Central da Feira, localizado em Não Me Toque (RS).

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, os temas escolhidos para a composição das palestras são excelentes. “Por serem tão distintos, permitem o engajamento de diversos elos da cadeia produtiva”, avaliou. Palharini destacou também a importância de discutir os mecanismos para tornar o leite brasileiro competitivo, tendo em vista que, estarão presentes produtores de leite que enfrentam dificuldade por conta da crise no setor.

Além disso, considera fundamental o espaço para pensar ações que ampliem o consumo de lácteos no mercado interno. Segundo ele, é indispensável engajar os consumidores por meio de campanhas e, para isso, é indispensável a participação do setor público.

O Fórum contará com a palestra da médica veterinária Flávia Fontes, coordenadora do programa “Beba mais Leite”; do chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Paulo do Carmo Martins, e do economista da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho.

A expectativa é que cerca de 280 pessoas, entre pesquisadores, técnicos e produtores, participem do evento. O Fórum Estadual do Leite é uma promoção da Cotrijal e da CCGL, com apoio do Sindilat, da Sementes Adriana e do Senar/RS.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

8h30: Abertura

9h: Palestra - Consumo de Lácteos no Brasil: como avançar, com a médica veterinária Flávia Fontes – coordenadora do Programa Bebamaisleite

10h: Palestra - Agro 4.0 e sua contribuição para o futuro do leite, com o doutor Paulo do Carmo Martins – chefe-geral da Embrapa Gado, de Leite de Juiz de Fora (MG)

11h20: Palestra - Quais lições deveremos aplicar para obter competitividade no leite brasileiro?, com o doutor Glauco Carvalho – economista da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG)

12h10: Debate

12h30: Encerramento

Foto: RusN/Istock

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul lamenta o falecimento do presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios(AGL), José Luis Ipar Pravia. Idealizador do Festiqueijo, tradicional evento da cidade de Carlos Barbosa (RS), Pravia morreu aos 66 anos nesta terça-feira (05/02). O velório teve início no fim da manhã de hoje e o sepultamento ocorrerá às 18h15 no Cemitério Público Municipal de Carlos Barbosa.  

 

 

Porto Alegre, 22 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.864

7º Fórum Itinerante do Leite: controle do estresse térmico aumenta rentabilidade das propriedades

Evitar o estresse térmico dos animais durante essa época do ano é essencial para manter a rentabilidade e evitar prejuízos nas propriedades. Informar os produtores sobre as condições adequadas nas quais as vacas devem ser mantidas para que não venham a sofrer com esse desconforto, foi um dos objetivos do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat) nesta quinta-feira (22/11) durante o 7º Fórum Itinerante do Leite, realizado no Ginásio da Sociedade Esportiva e Recreativa (SER) Gaúcho, em Teutônia (RS). O evento, que reuniu cerca de 600 pessoas, ocorreu paralelamente à 12° edição do Fórum Tecnológico do Leite, organizado pelo Colégio Teutônia, em Teutônia.

O estresse térmico impacta a produção e a reprodução das vacas leiteiras devido à redução na ingestão de matéria seca. De acordo com a médica veterinária e pesquisadora da Embrapa, Lígia Pegoraro, que palestrou sobre impactos do estresse térmico na reprodução dos animais, é de extrema importância que o produtor busque se precaver quanto ao desconforto e insira em sua propriedade ações que viabilizem o bem-estar do rebanho. "Nossa preocupação é fazer com que as vacas tenham as melhores condições possíveis para manifestar todo seu potencial fisiológico tanto na reprodução quando na produção de leite", afirma. De acordo com ela, o trabalhador rural deve minimizar os efeitos do calor com sombra natural - no caso de animais a pasto - e com ventilação - no caso de exemplares em confinamento.

De acordo com o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, é de extrema importância que os produtores busquem, cada dia mais, a eficiência de suas propriedades afim de incentivar a competitividade e ampliar as exportações de leite. "É essencial que os produtores trabalhem o conforto térmico dentro de suas propriedades, além de inserir outras medidas efetivas que garantam a melhor qualidade de seu leite e retorno econômico mais efetivo", diz. Neste sentido, de acordo com Guerra, é essencial que debates - como os realizados no Fórum Itinerante do Leite, que informam sobre ações para o melhoramento da rentabilidade e eficiência-, sejam realizados. Guerra ainda ressaltou que os produtores devem fazer a gestão de sua produção de forma profissional controlando suas despesas e aplicando as técnicas repassadas no evento com relação à qualidade do leite.

Na ocasião, ainda foram apresentadas aos produtores os principais fatores que impactam na qualidade da produção leiteira, a metodologia utilizada para calcular o preço referente do leite, além de formas de gerenciamento das propriedades. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o evento cumpre a missão de levar aos trabalhadores rurais informações de ponta para que possam aplicar em suas atividades diárias. "Os debates que realizamos durante o Fórum visam levar aos produtores qualificação para profissionalizar seus sistemas de produção e conseqüentemente aumentar sua renda", diz. O evento também reuniu produtores durante a tarde em quatro oficinas técnicas: Eficiência Energética e Energia Alternativa Aplicada na Propriedade; Balanceamento de Dietas para Vacas Leiteiras em Lactação; Reprodução e Controle de Doenças Reprodutivas e Panorama da Tuberculose e Brucelose no Vale do Taquari. O 7ª Fórum Itinerante do Leite foi realizado pelo Sindilat, Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura, Emater, Fundesa, Fetag, Farsul e Colégio Teutônia com patrocínio do BRDE.

Tecnologia no campo
Buscando efetivar o trabalho de gestão das propriedades, um pequeno grupo de trabalhadores rurais do município de Fagundes Varela (RS) inseriu a tecnologia em seu dia a dia através de um aplicativo desenvolvido junto a Emater. O GT Leite, que foi apresentado durante o Fórum Itinerante do Leite, surgiu ha cerca de um ano a partir da assistência técnica dada por Leandro Ebert, extensionista rural da Emater, às famílias da região. Percebendo que as visitas diárias nas fazendas não eram suficientes para manter os produtores informados, Ebert criou o aplicativo onde, ao fim do mês, os produtores inserem as informações de suas notas fiscais e, posteriormente, recebem um relatório de suas atividades com apontamentos indicando onde devem mudar. "Vimos que os produtores tem dificuldade de criar o hábito da anotação de gastos e da elaboração de planilhas e isso afetava na lucratividade dentro das propriedades", diz Ebert.

A produtora Ivania Binda, de Fagundes Varela, aprendeu a utilizar o notebook e o celular para inserir o aplicativo de gestão nas suas atividades. "Viver o agora e não o passado", comenta ela. Desde que o mesmo foi implantado, as perdas dentro da propriedade diminuíram e houve ganhos na qualidade de leite e na produtividade. "A primeira vez que ele fez as contas nós nos apavoramos com o que gastamos", afirma. Para Ivania é necessário que os trabalhadores rurais estejam em constante evolução uma vez que o desenvolvimento da tecnologia não para. "Vale à pena investir", ressalta.(Assessoria de Imprensa Sindilat) 

Texto e fotos: Leticia Szczesny

FecoAgro-RS reúne-se com governador eleito 

O governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) esteve ontem na Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS). Ele participou, juntamente com o vice-governador eleito, Ranolfo Vieira Júnior (PTB), e o deputado estadual Erna¬ni Polo (Progressistas) da reunião do Conselho de Administração da entidade, onde conversou com os dirigentes das cooperativas. Na ocasião, o presidente da FecoAgro-RS, Paulo Pires, apresentou a estrutura da rede de cooperativas agropecuárias gaúchas ligadas à entidade, que representaram faturamento de R$ 20,8 bilhões em 2017 e que são responsáveis pelo recebimento de 52% da safra de soja do Rio Grande do Sul, além de 67% do trigo e 45% do leite produzido no Estado. 

Entre os temas discutidos na reunião com Leite, estiveram em pauta a desburocratização do Estado para investimentos do setor. "A questão principal é vencer a desconfiança do empreendedor. As cooperativas gaúchas hoje estão em outro patamar e somos parceiros para construir uma nova agenda de desenvolvimento", destacou o presidente da FecoAgro-RS. 
O governador eleito afirmou que as estruturas do Estado devem atender à institucionalização das boas práticas de gestão, independentemente de nomes. Leite ressaltou ainda que o governo deve dar celeridade aos empreendimentos. "A grande agenda que me moveu foi a da competitividade. Precisamos agilidade e redução de custos para quem produz. Precisamos dar espaço para quem quer empreender", observou. Pires reafirmou que três culturas estratégicas são necessárias com o apoio de políticas públicas para alavancar os resultados dos produtores: trigo, milho e arroz. "A agricultura precisa ter sua força nesta caminhada e estas culturas necessitam de políticas públicas fortes", salientou Pires. Sobre a manutenção da estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Leite disse que ainda está avaliando as posições e considerações. (Jornal do Comércio) 

Importação dispara e deixa o setor em alerta

A importação de lácteos disparou em outubro. No país, ingressou um volume de 154 milhões de litros, referente principalmente a leite em pó e queijo. O crescimento foi de 114,2% em relação ao mesmo período do ano passado e de 64,8% ante setembro. Ainda que no acumulado do ano o índice esteja em queda de 14,4%, a alta acende o alerta na cadeia leiteira do Rio Grande do Sul. Com maior oferta de produtos no país, a tendência é aumentar a pressão sobre os preços e sobrecarregar o mercado, já que o consumo de lácteos, que vem enfraquecido em função da crise, tradicionalmente desaquece ainda mais no verão. A principal explicação para o aumento da importação é a baixa competitividade das cotações internas. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ Esalq/USP), o preço médio do leite em pó importado em outubro da Argentina, que liderou as vendas ao Brasil, foi de 2,82 dólares por quilo, enquanto que, no Brasil, o valor médio ficou em 4,67 dólares. Praticando preços mais altos, o Brasil exportou 27,8% menos lácteos em outubro na comparação com igual período de 2017. 

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, diz que, nos últimos meses, o valor pago aos produtores pelo litro de leite ficou acima dos preços internacionais, tendo que ser repassado ao consumidor. Segundo o Conseleite, o preço de referência está 14,39% maior no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2017. Em julho, chegou ao pico de R$ 1,29 por litro, no ano. Depois disso, a cotação começou a recuar. Para novembro, estima-se o preço de referência em R$ 1,0920. Para Guerra, a reacomodação da cotação indica que os lácteos gaúchos poderão voltar a um patamar de competitividade e travar o interesse pelos produtos do Mercosul. Além dos produtos estrangeiros, o Rio Grande do Sul enfrenta neste momento concorrência da produção leiteira de Minas Gerais e Goiás que amplia a participação no abastecimento da Região Sudeste. "É preocupante, porque 60% da produção gaúcha tem que ser vendida para outros Estados", diz Guerra. Nos queijos, a importação também ampliou 18% na comparação entre outubro deste ano e de 2017. Mas o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, diz que o varejo gaúcho não aumentou suas compras do Mercosul, que, segundo ele, são irrisórias. (Correio do Povo) 

 

Reino Unido: pesquisa revela que 7% do leite é desperdiçado devido a TºC das geladeiras

Uma nova pesquisa apontou que 7% da quantidade total de leite produzido no Reino Unido é perdida a cada ano, em parte devido a temperatura das geladeiras dos consumidores ser muito alta. O Waste & Resources Action Program (WRAP) disse que 330.000 toneladas de leite são perdidas no Reino Unido a cada ano, o que corresponde a mais de £ 150 milhões (US$ 193,9 milhões). O desperdício de leite em casa é, de longe, o maior contribuinte, sendo responsável por quase 90% das perdas de leite do estado. A pesquisa do WRAP aponta que, mais do que qualquer outra coisa, manter o leite na temperatura certa é essencial para evitar que estrague cedo, e o típico refrigerador do Reino Unido em casa está operando a 2°C mais quente do que a recomendação da Food Standards Agency, entre 0°C e 5°C.

A instituição de caridade estima que a redução da temperatura das geladeiras do Reino Unido para menos de 5°C pode evitar mais de 50.000 toneladas de desperdícios de leite a cada ano, economizando 25 milhões de libras (US$ 32,31 milhões) para os compradores. Através de um novo guia interativo, a instituição tem como objetivo abordar a confusão que os consumidores têm com a variedade de configurações de geladeira. O recurso ajuda a verificar se a configuração de temperatura está correta para 24 das geladeiras mais populares do país. Outra maneira sugerida para lidar com a confusão em torno das temperaturas da geladeira foi o uso de rótulos sensíveis à temperatura no leite, o que poderia exibir mensagens indicando se a geladeira está muito quente, disse a organização. A instituição também disse que está colaborando com a indústria de laticínios para abordar como o aumento do frio poderia ajudar a reduzir o desperdício de leite em casa.

Em um comunicado, a instituição de caridade disse que apenas um quarto da população (26%) congela leite comparado com metade que congela carne (51%), com o número que congela peixe e frutos do mar (37%) e pão (35%). "O WRAP estima que o aumento dos níveis de congelamento do leite para corresponder aos do peixe e do pão pode reduzir mais de 10 mil toneladas de desperdícios, economizando £ 5 milhões (US$ 6,46 milhões)", explicou.

"No entanto, há uma série de problemas de qualidade e manuseio associados ao congelamento que também foram relatados, como o potencial de quebra ou vazamento de garrafas. O setor de laticíniosestá trabalhando para garantir que fique claro quais produtos lácteos podem ser congelados e que mais embalagens possam resistir ao congelamento." O WRAP salientou que a indústria de laticínios continua tomando medidas positivas para aumentar a vida útil do leite, incluindo o processamento de inovações, as melhores práticas de higiene no local e a redução do tempo na cadeia de abastecimento. (As informações são do portal FoodBev, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint) 
 
 
Vídeos mostram o impacto dos lácteos no emprego, renda e PIB de 10 estados norte-americanos
Got Jobs/EUA - A indústria de laticínios dos Estados Unidos (EUA) responde por cerca de 3 milhões de empregos e tem um impacto econômico de mais de US$ 628 bilhões. O projeto GotDairyJobs divulgou vídeos mostrando o impacto do setor em 10 estados norte-americanos. Se for levado em consideração o "efeito cascata" da indústria de laticínios em atividades associadas como varejo, e outros segmentos industriais, os números são reveladores. Com o slogan: "Lácteos criam empregos, as exportações criam mais", o setor lácteo é incentivado a abrir fronteiras. Ajuda a alimentar o mundo com queijos, manteiga, leite em pó, e proteína de soro de leite. Assista os vídeos (Usdec - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

 

 

O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul em novembro ficou em R$ 1,0920, o que representa queda de 5,44% em relação ao valor consolidado do mês de outubro (R$ 1,1548). Os dados foram divulgados na reunião do Conseleite, realizada na sede da Fecoagro, em Porto Alegre (RS). Segundo o professor da UPF, Eduardo Finamore, a redução reflete baixa dos preços de diversos derivados, principalmente do leite condensado (-11,84%) e do leite UHT (-9,66%). A diminuição só não foi maior devido ao leite em pó, que teve redução de apenas 0,38%. Apesar de estarem em queda, ressalta ele, os valores nominais obtidos em 2018 para os principais produtos do mix (leite UHT, leite em pó, requeijão, queijo prato e iogurte, por exemplo) são os maiores da série histórica do Conseleite, que compara valores desde 2006. “Considerando a correção da inflação, o preço de referência no acumulado de 2018 está 14,39% maior do que o praticado no mesmo período de 2017”, complementa Finamore.

Apesar da tendência de queda, explica o economista, a questão essencial é qual será o ponto de inflexão da curva do leite uma vez que os próximos meses são, tradicionalmente, de queda de consumo em função do período de férias. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, alertou que, no campo, os produtores estão sentindo queda maior do que os números indicados pelo Conseleite. “Essa instabilidade é terrível para o produtor e para a indústria. Como o produtor vai investir para motivar e deixar a juventude no campo desse jeito?”, questionou.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, argumenta que é preciso entender que o setor industrial está pressionado pelo varejo e que os preços estão todos em queda. “O setor precisa ganhar competitividade, mas a indústria não tem como absolver a redução sem reportar parte dela ao produtor. É a regra do mercado”.

 

Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ – Outubro de 2018

Matéria-prima Valores Projetados Outubro/18 Valores Finais

Outubro /18

Diferença

(Final – projetado)

I – Maior valor de referência 1,3122 1,3280 0,0159
II – Valor de referência IN 621 1,1410 1,1548 0,0138
III – Menor valor de referência 1,0269 1,0393 0,0124

(1)    Valor para o leite “posto na propriedade” o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência IN 62 está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural

 

Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1 IN 62, em R$ – Novembro de 2018.

 

Matéria-prima Novembro*/18
I – Maior valor de referência 1,2558
II – Valor de referência IN 62 1,0920
III – Menor valor de referência 0,9828

 

Foto: Carolina Jardine

O Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estão unindo esforços para dar maior celeridade à certificação de propriedades livres de tuberculose e brucelose nos rebanhos leiteiros gaúchos. O tema foi tratado no AIM Day - Conectando membros da Cadeia Produtiva do Leite à UFRGS, evento realizado em Porto Alegre.

Um dos focos de trabalho será conscientizar os integrantes da cadeia produtiva leiteira (produtores, indústrias, prefeituras, governo do Estado e governo Federal) sobre a importância da certificação, apesar de a pasteurização do leite ser obrigatória antes da destinação para produtos acabados, afastando qualquer risco de proliferação das doenças. O trabalho será realizado por meio de palestras e eventos sobre a erradicação das zoonoses tanto no gado, como nos trabalhadores que lidam diretamente com os animais. "Trabalhamos muito para que os produtores realizem os testes necessários para a certificação das propriedades rurais. Neste sentido, o Fundo da Pecuária de Leite, no Fundesa, é importante para dar essa segurança ao produtor de leite do RS", afirmou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

Os ganhos dos produtores de leite com a certificação do rebanho também foram alvo de debate. Palharini pontuou que a propriedade certificada garante um mercado além das fronteiras brasileiras, o que deverá se reverter em maior lucratividade ao setor. As discussões ainda trataram sobre a necessidade de trazer novas tecnologias para a área sanitária do leite.

As causas e alternativas para amenizar a instabilidade no preço do leite foram tema de discussão no Seminário sobre o Leite, na manhã desta quinta-feira (06/09), na Feira da Agroindústria e Agricultura Familiar das Missões (Feaagri Missões). Durante o evento, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, sugeriu aos produtores que busquem aumentar a produtividade das vacas, reduzindo custos o máximo possível. “Nós aconselhamos que o produtor busque fazer com que os animais produzam no mínimo de 25 a 30 litros de leite por dia. Assim, esperamos que ele consiga ter margem pequena, mas terá resultado pelo volume o garantirá a sua manutenção e outros investimentos”, ressalta.

Palharini ainda afirmou que o preço do leite está mais estável em 2018 do que em 2017, mas que ainda apresenta declínio. “Ano passado, a variação do custo do leite foi muito grande. Este ano, a queda de produção ocorreu devido à greve dos caminhoneiros, o que fez equilibrar a oferta e procura do leite, e à alta do dólar, o que dificulta as importações, tornando a produção interna mais competitiva. Esperamos que 2019 seja menos turbulento”, destaca. Na ocasião, o assistente técnico da Emater-RS Jaime Eduardo Ries também ressaltou a importância de incentivos à produção na busca por maior estabilidade.

O evento foi realizado no Centro de Eventos Iglenho Araújo Burtet, em Santo Ângelo, e reuniu cerca de cem participantes, entre profissionais técnicos, produtores e acadêmicos. A Feaagri Missões é promovida pela Associação dos Produtores da Agroindústria Familiar e Sindicato dos Trabalhadores Rurais com apoio da Prefeitura.

Foto: Darlan Palharini

A Latvida iniciou, nesta semana, a construção de posto de recebimento de leite em Coronel Barros (RS). A cidade foi escolhida por apresentar grande polo de produção de leite e devido à grande distância da sede da empresa, em Estrela, de 300 km. “Nós estaremos mais próximos do produtor e também junto à comunidade”, explica o diretor executivo da Latvida, Marcio Lehnen, ressaltando que a empreendimento estimulará a geração de emprego e de renda na região. A expectativa é de que as instalações fiquem prontas em quatro meses.

A empresa já possui outros postos de recebimento nas cidades gaúchas de Condor, Santo Expedito do Sul e São Pedro do Butiá, além de contar com postos fornecidos por empresas terceirizadas. A Latvida já está se organizando desde o ano passado para a construção deste empreendimento, porém o projeto só se iniciou após aprovação da documentação por órgãos em níveis estadual e federal. O terreno foi cedido pela prefeitura da cidade.

Foto: lichaoshu/istock

Embalada com músicas e brincadeiras, a autora Léia Cassol abriu a programação cultural da Leiteria Sindilat, na Expointer, na tarde deste sábado (25/8) promovendo um momento de Contação de Histórias. Na ocasião, crianças e pais foram instigados a ajudar a rememorar clássicos infantis através de canções.

"A importância do evento não está na história em si, mas no afeto. Contar as histórias faz com que eles dividam", ressalta Léia, afirmando que o fato dos jovens ficarem muito tempo no celular ou no tablet atualmente faz com que eles se tornem mais individualistas. O evento reuniu cerca de 20 crianças, além de pais e responsáveis.

Para Ana Laura Gonzalez, de 39 anos, mãe de Lucas, 6, e Rafaela, 2, o evento foi maravilhoso e enriquecedor, tanto para as crianças, quanto para os adultos. "Foi uma surpresa positiva, ela ( Léia) cativa todo mundo. Os meus dois filhos têm idades completamente diferentes e ela pegou os dois", ressalta.

A programação da Leiteria Sindilat segue até o final da Expointer com diversas atividades gastronômica e culturais. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o objetivo do sindicato é se aproximar cada vez mais do público consumidor.

Foto: Laura Berrutti

Representantes da indústria de laticínios participaram ontem da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília. Um dos assuntos tratados foi a situação das consultas públicas referentes às portarias 38/2018 e 39/2018, que estabelecem novas regras para características de qualidade do leite cru refrigerado, do leite pasteurizado e do leite tipo A.

Segundo o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que participou da reunião, a Câmara decidiu incluir em sua pauta a criação de um RTQI para o soro de leite, que será submetido a consulta pública. A medida atende a uma reivindicação das indústrias associadas do Sindilat que processam soro líquido para transformação em soro em pó. “Acreditamos que a publicação do regulamento técnico possa sair até o fim do ano. Com isso, teremos regras e padronização para a operação das indústrias”, diz Palharini. Também foram aprovadas pela Câmara as propostas de criação de novos RTQIs, para ricota, queijo minas padrão, queijo meia cura e provolone.

A Câmara Setorial também discutiu o tabelamento de preços do frete rodoviário instituído pelo governo federal em junho, por medida provisória, após a crise desencadeada pela greve dos caminhoneiros. A tabela, que desagradou a diversos setores da economia, enfrenta questionamentos do Supremo Tribunal Federal (STF).

A gigante Nestlé prepara-se para lançar sua primeira linha de leites orgânicos produzidos no Brasil até junho de 2019. A inovação é resultado de projeto piloto inédito iniciado pelo Brasil com 35 produtores na região de Araraquara, interior de São Paulo. A ação foi detalhada pelo especialista de região leiteira da Nestlé Brasil, Agaciel Fiorentin, na oficina Produção Orgânica de Leite e Laticínios, realizada na tarde desta terça-feira (26/6), durante o 6º Fórum Itinerante do Leite, em Santa Rosa. Os tambos selecionados para o projeto operam, juntos, com 30 mil litros de leite/dia e recebem de 70% a 80% a mais pelo litro em relação ao produto convencional. O pagamento diferenciado é regido por contrato de 24 meses e ocorre desde o momento em que o produtor ingressa no programa de migração. A atual legislação prevê que o processo de conversão do solo da propriedade e do rebanho leve 18 meses, mas já há previsão de reduzir esse prazo para 12 meses.

Segundo Fiorentin, o leite orgânico foi um desafio lançado pela Nestlé a suas subsidiárias de forma a atender à crescente demanda por alimentos mais saudáveis e sustentáveis. Há pouco mais de um ano, o Brasil aceitou a provocação e vem desenvolvendo o projeto, que atende à rigorosa legislação que rege os produtos orgânicos no Brasil. Para ser considerado orgânico, o leite deve vir de animais alimentados com pastagens sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos. É permitida alimentação no cocho desde que seja composta por insumos orgânicos, com tolerância de até 15% de grãos convencionais desde que não transgênicos. Os animais devem ser tratados basicamente com homeopatia e produtos fitoterápicos, e não é permitida a criação em confinamento. “Não é fácil fazer orgânico. É claro que, com o apoio da indústria e da área técnica, vai ficando mais fácil”, disse. Segundo Fiorentin, um dos limitadores da expansão da produção orgânica de leite é a oferta de milho e farelo de soja orgânicos. Mediante o avanço do projeto, a empresa deve estudar sua ampliação a outras áreas onde atua no país.

Como não existe teste capaz de indicar se o leite é ou não orgânico, o importante é escolher bem os produtores que se integrarão ao sistema e serão auditados. “Quem só pensa em ganhar mais com o leite orgânico não se enquadra no perfil porque entendemos que esse criador vai desistir na primeira dificuldade. A escolha dos produtores é feita com base em seus projetos e consciência ambiental”, afirmou Fiorentin.

Atualmente, a Nestlé opera com produtos orgânicos no exterior. Até o lançamento em 2019, a produção do projeto paulista segue sendo adicionada às linhas convencionais de Molico e Ninho. “Que por meio desse projeto a gente possa desenvolver mais a cadeia láctea. O país e os consumidores só têm a ganhar, com produtos cada vez mais sustentáveis”, destacou Fiorentin.

Durante a oficina em Santa Rosa, também foi apresentado o case do produtor Eliseu Pelenz, que vem migrando sua produção para o sistema orgânico em Santo Cristo (RS). Na propriedade de 24 hectares, dez destinados ao tambo, ele tem 15 vacas que rendem 7 mil litros por mês. O conceito é o de cultivar o solo com responsabilidade, em vez de explorá-lo. “Não uso veneno há mais de 15 anos”, frisou o produtor, que entrega seu leite para o laticínio Doceoli. Para caminhar em direção ao tambo orgânico, Pelenz usa homeopatia para tratar alguns males do rebanho e até para afastar o carrapato, um trabalho que é acompanhado de perto pelo técnico Ademir Amaral. O criador só não atingiu a migração completa porque ainda utiliza alguns adubos químicos para fortalecer as pastagens, o que, segundo ele, pode ser facilmente substituído por adubo orgânico, mas ainda é caro. 

OFICINAS – A programação da tarde do 6º Fórum Itinerante do Leite incluiu outros três grupos de debates setorizados. Um dos mais concorridos foi “A atividade leiteira sob o olhar das mulheres”, no qual agricultoras apresentaram os dilemas de seu dia a dia. Outro debate que chamou atenção foi “O clima e o bem-estar das vacas leiteiras”. Por fim, a agenda ainda incluiu “Reunião Técnica sobre Tuberculose e Brucelose”, que alinhou procedimentos operacionais a serem realizados para o controle das enfermidades no rebanho bovino gaúcho.