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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.763


O cenário para produção de leite na América do Sul é mais positivo
 
Pelo segundo relatório semanal consecutivo, as expectativas sobre a produção de leite são mais positivas. 
 
Apesar da seca e do tempo quente, espera-se que a produção de leite na primavera seja idêntica à do ano passado. No Uruguai, os especialistas avaliam que há sinais claros de um bom começo de primavera.
 
Relatórios da Argentina sinalizam que os agricultores venderam recordes de soja, embora uma boa quantidade tenha sido exportada, principalmente para a China. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia que a safra de soja e milho de 2023 deverá superar a de 2022, se o tempo se mantiver estável.  
 
Estão destinados aos importadores chineses, grande parte do milho brasileiro, bem como a soja argentina, já que os governos brasileiro e chinês assinaram um acordo comercial bilateral no início do ano.
 
O mercado de leites em pó continua se movendo a uma taxa discretamente estável para alta. O leite em pó integral permanece firme, apesar de não haver variação de preços nesta semana. O leite em pó desnatado apresenta um quadro um pouco menos definido. (Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva)


Demanda mundial de lácteos continuará crescendo
 
Vivemos num planeta onde a demanda e o acesso a alimentos, de maneira segura e sustentável, cresce vertiginosamente. Apesar da taxa de natalidade mundial estar diminuindo, de acordo com levantamentos da ONU e FAO, a população mundial deve atingir ainda neste ano 8 bilhões de pessoas, podendo alcançar 10 bilhões de habitantes em 2050, o que aumentará a necessidade de produção global de alimentos entre 61% a 71% nos próximos 30 anos.
 
Essa demanda será alavancada especialmente pelas nações mais populosas do mundo, com destaque para os países asiáticos, os quais devem melhorar seu poder de compra, impactando diretamente no aumento do consumo de proteína animal, onde o leite e seus derivados estão inseridos.
 
Análises realizadas pelo instituto IFCN demonstram que entre 2020 e 2050 o consumo de leite per capita no mundo deve crescer em média 19%, aumentando a demanda global de lácteos em 51% (4,5 vezes a produção de leite atual dos EUA), o que representaria um déficit global de 22 mil toneladas de leite equivalente. Atrelado a isso, devido especialmente a questões climáticas e socioambientais, o número de fazendas ao redor do mundo deve reduzir em 61% até lá, com uma redução de 21% no número de vacas e um aumento aproximado de 88% na produtividade.

Diante deste cenário, vislumbramos uma oportunidade enorme para o Brasil aumentar sua participação e relevância no mercado mundial de lácteos. Produzimos cerca de 36 bilhões de litros/ano, ainda exportamos muito pouco, e temos a grande missão de tornar consistentemente nossa balança comercial superavitária. Quando avaliamos nosso mercado interno, responsável por absorver grande parte de nossa produção, apesar de todos os desafios sociais que ainda enfrentamos, o consumo de leite e derivados deverá continuar aumentando. Há uma tendência forte de evoluirmos economicamente e, além disso, nossa população continuará crescendo.
 
Nesse contexto, faz-se necessário a adoção de políticas de apoio ao setor para estimular a produção no campo, o consumo interno e o aumento das exportações. Precisamos investir fortemente em adequações logísticas, melhorar a produtividade, qualidade do leite e sanidade dos rebanhos e agregar mais valor aos produtos lácteos. Somente com o aumento da eficiência, em todos os elos da cadeia produtiva do leite, conseguiremos continuar crescendo de maneira competitiva e sustentável.
 
(Fonte: Por Airton Vanderlinde, médico veterinário, consultor técnico de Bovinos de Leite na Cargill/Nutron e presidente da Comissão Científica do Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite/CompreRural)
 

Emater/RS: temperaturas afetam lavouras, mas ajudam na produção de leite

Apesar do período ser marcado pelo vazio forrageiro primaveril, nas propriedades com áreas de azevéns tetraploides, a produção de leite mantém bons níveis. Já em alguns locais está sendo utilizada a silagem de cereais de inverno para garantir os índices produtivos.
 
Grande parte das lavouras de milho para silagem estão sendo prejudicadas pelo frio fora de época. A ocorrência de baixas temperaturas favoreceu o conforto térmico aos animais. Apesar do registro de chuvas, estas foram de baixa intensidade, não havendo formação de barro e diminuindo a incidência de mastite e contaminação do leite no momento da higiene de ordenha.
 
Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, as lavouras de trigos ou outros cereais para ensilagem estão com bom desenvolvimento. A qualidade do leite se manteve dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação vigente. 
 
Na regional de Frederico Westphalen, a expectativa do preço pago pelo litro do leite é novamente de retração. As empresas sinalizam importante redução, o que levará os produtores a ter maior dificuldade de sustentar a atividade. O mesmo ocorre na regional de Ijuí, onde, apesar da boa produção, a perspectiva de queda nos preços no próximo mês deixa os produtores apreensivos. Na regional de Pelotas, em Santa Vitória do Palmar, os preços pagos pelo litro do leite também tiveram queda em relação ao mês passado.
 
Na regional de Porto Alegre, em função da melhoria do desenvolvimento das pastagens cultivadas, houve diminuição da suplementação tanto de ração quanto de silagem, porém houve discreta queda na produção atribuída aos dias frios.
 
Na regional de Santa Rosa, com o fim do ciclo das pastagens de aveia e azevém comum, aliado ao fato das pastagens de verão ainda não estarem ofertando forragem, há maior necessidade da utilização de silagem e feno com adicional de ração para manter a produtividade das matrizes. (As informações são do Emater-RS, adaptadas pela equipe MilkPoint)


Jogo Rápido 

NZ – Fonterra reduz em 1% previsão de captação de leite
O clima instável da primavera fez com que a Fonterra revisasse a previsão de captação de leite na temporada 2022-2023 de 1.495 milhões de quilos de sólidos (kgMS) para 1.480 milhões. O diretor executivo da Fonterra, Miles Hurrell, disse que as condições adversas do tempo em partes da Nova Zelândia impactaram no início da temporada, com redução da captação. “As condições instáveis do tempo que causaram um início lento nas fazendas continuaram, contribuindo para a redução das coletas até setembro e início de outubro, o que nos levou a reduzir mais uma vez a previsão de coleta. Como resultado, revisamos nossa previsão para 2022-2023 em 1% para 1.480 milhões de kgMS”. A Fonterra já havia reduzido a previsão da captação de leite da temporada 2022-2023 no início de setembro. (Fonte: Farmers Weekly – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 
 

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Porto Alegre, 14 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.762


Produção agroindustrial segue em recuperação 


O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) subiu mais uma vez em agosto, acumulou alta nos primeiros oito meses de 2022 e deverá encerrar o ano com resultado positivo e boas possibilidades de consolidar essa tendência de recuperação em 2023.

Na comparação com julho, o indicador registrou estabilidade, mas em relação a agosto do ano passado houve a alta de 3,9%. No acumulado do ano, pelo segundo mês seguido, a variação também foi positiva (0,7%), e para 2022 como um todo a perspectiva é de crescimento de 1,9%. O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV. “Os bons sinais de recuperação da agroindústria, possivelmente, estão refletindo tanto o aquecimento do mercado interno quanto algum alívio de custos de produção, seja devido aos combustíveis e energia elétrica, seja por conta da acomodação do preço de matérias-primas não-industriais em patamares inferiores”, avaliaram os analistas do FGV Agro, em relatório. 

Alimentos e bebidas 
Ante agosto de 2021, a alta foi garantida por aumentos de 4,2% observado no grupo de produtos alimentícios e bebidas e de 3,6% no segmento de produtos não alimentícios. No primeiro, as bebidas foram o destaque, com avanço de 8,9%, e no segundo foram os insumos que se sobressaíram, com avanço de 17%. “O bom desempenho do grupo de produtos alimentícios e bebidas reflete a melhora nas condições econômicas internas, sobretudo, as do mercado de trabalho brasileiro e à maior acomodação dos preços”, afirmou o centro da FGV. Na área de insumos, o salto foi determinado exclusivamente pelo expressivo incremento de 70,2% registrado na produção de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários, como inseticidas.

Biocombustíveis
Nesse ramo, o principal foco de problemas está nos biocombustíveis. “O setor vem registrando quedas sucessivas e robustas desde maio de 2020, nas comparações interanuais, impactado ainda pela reduzida produção de cana ao longo de 2021, que foi prejudicada pelas fortes geadas e secas. Além disso, o etanol perdeu competitividade frente a gasolina nos meses que antecederam agosto”, disse o FGV Agro. Depois das performances de agosto, o centro manteve a expectativa de que o PIMAgro encerre 2022 com variação positiva de 1,9% (cenário base). Esse resultado é composto por avanços de 2,2% no grupo de produtos alimentícios e bebidas e de 1,6% no de produtos não-alimentícios. (Valor Econômico)


Primeira deflação no grupo de Alimentação e Bebidas em 10 meses com queda no preço do leite longa vida

Essa semana o IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA de setembro. O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor produz esse índice desde 1979 com pequenas alterações na abrangência geográfica.
 
Neste último mês o IPCA registrou deflação de 0,29%, menor variação para um mês de setembro desde o início da série histórica. Ainda assim, a inflação acumula alta de 4,09% no ano e 7,17% nos últimos 12 meses, que mesmo alta é abaixo do que o IPCA acumulado nos 12 meses anteriores, de 8,73%.
 
O grupo de transportes registrou a menor queda (-0,41%), porém é possível verificar uma desaceleração de agosto (-3,37%) para setembro. A queda dos combustíveis (-8,50%), em particular a gasolina (-8,33%) é o motivo desta deflação no grupo de transportes.
 

 
O grupo de alimentação e bebidas registrou a sua primeira deflação em 10 meses, com queda de 0,51% que foi puxado também pelos preços do leite longa vida que caíram 13,71% contribuindo com -0,15 pontos percentuais no resultado do mês. O leite longa vida ainda está em destaque de inflação que já acumula 36,93% nos últimos 12 meses.
 
Com exceção do preço do requeijão – com dados da pesquisa em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro – que registrou queda de 0,81%, os demais produtos lácteos registraram aumentos no preço, com destaque para o leite condensado com aumento de 5,54%. (Fonte: Terra Viva | Dados: IBGE)

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO No 40/2022 – SEAPDR

A previsão é que nos próximos dias haverá predominância de alta pressão na maior parte do Estado, inibindo a formação de nuvens de chuva principalmente nas regiões sul e oeste do Rio Grande do Sul. Já na região norte e nordeste a atuação novamente da Corrente de Jato de Baixos Níveis (JBN), vai trazer calor e umidade do Centro-Oeste brasileiro e o tempo ficará instável com ocorrência de chuva na maior parte do período. 

Os acumulados não serão tão altos quanto na última semana. A previsão é de chuva de até 50,0 milímetros em Cambará do Sul, 45 mm em São José dos Ausentes e máxima de até 35 mm acumulados nos próximos sete dias em Rio Grande. 

A chuva prevista para região leste será por causa da circulação oceânica e da passagem de um sistema frontal pela costa do RS. A previsão é de que nesta próxima semana as temperaturas permaneçam amenas
 
Clique aqui e acesse os Boletins oficiais sobre clima e culturas elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Emater-RS e Irga. O documento conta com uma avaliação das condições meteorológicas da semana anterior, situação atualizada das culturas do período e a previsão meteorológica para a semana seguinte. (SEAPDR)


Jogo Rápido 

FMI vê PIB maior na América Latina
 O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou as perspectivas econômicas para a América Latina e Caribe para este ano. Previu um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5%, mas reduziu o prognóstico de 2023 para 1,7% por causa da inflação e da elevação das taxas de juros. Os preços na região, estimou, continuarão altos, com uma inflação média de 14,6% em 2022 e de 9,5% no ano que vem. A diretora-gerente do organismo, Kristalina Georgieva, lembrou ainda que as finanças públicas estão sob pressão no mundo, cenário que pode levar a uma crise da dívida nas economias mais frágeis. (Correio do Povo)

 
 
 

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Porto Alegre, 13 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.761


NZ – Preços globais continuam caindo abaixo dos preços da UE
 
O amplo mercado dos lácteos está em movimentos rápidos até o momento, com indicadores chaves oscilando nas últimas duas semanas, mudando as perspectivas.
 
Um resumo dessas percepções são:
Os recentes aumentos dos preços das commodities levaram à redução das importações de produtos da União Europeia (UE), encontrando fornecedores de outras regiões, ou reduzindo o volume de compras.Como resultado, atualmente a UE está com estoques elevados e os preços começaram a recuar para recuperar as exportações.
 
Como os preços globais continuam abaixo dos preços da UE, como foi visto no Evento 317 do GlobalDairyTrade (GDT), a UE tem a necessidade de continuar reduzindo seus preços de forma a atender os desejos dos importadores. Isso será exacerbado com o aumento da produção de leite. Nas últimas cinco semanas, a captação semanal de leite na UE começou a crescer, com a produção na Alemanha e França superando a de 2021 pela primeira vez este ano.
 
Nos Estados Unidos da América (EUA) também continuam vislumbrando um início de crescimento dos níveis de produção, e a previsão de queda do consumo doméstico, o que provocará o deslocamento de lácteos para as exportações – dentro do contexto da demanda global. Tudo isso, com o preço do leite ao produtor nos EUA sustentado em níveis elevados em decorrência do forte preço do creme.
 
A produção da China foi afetada pela seca e as inundações que impactaram pastagens, plantio de grãos e de ração. Isto deteve o declínio do preço do leite cru no mercado doméstico e aumento temporário das importações; no entanto, existe queda da demanda com os compradores do país menos dispostos a acompanhar a elevação dos preços dos lácteos.
 
O que tudo isso significa?
Em geral, as expectativas são de que os preços permaneçam firmes globalmente, na melhor das hipóteses. O aumento da produção nas duas principais regiões produtores pressionará os preços. A produção de leite da Nova Zelândia continuou caindo tendo o clima como principal indutor da queda.
 
Normalmente os preços da Nova Zelândia responderiam ao declínio da produção, no entanto, depois de dois eventos positivos, o GDT 317 não confirmou a regra, ocorrendo o oposto. Historicamente, esperamos que os preços comecem a subir novamente à medida que nos aproximamos do final do ano. No entanto, este ano parece que não será um ano de comportamento histórico, e as expectativas ficam menos otimistas. (Fonte: FarmersWeekly - Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Crédito do Auxílio Brasil supera R$ 111 milhões

O crédito consignado do Auxílio Brasil registrou ontem, no primeiro dia de operações na Caixa Federal, 43 mil contratos, resultando em R$ 111,8 milhões. Segundo o banco, a nova modalidade de empréstimo pode ajudar as famílias que estão endividadas ou quem deseja empreender. O novo consignado pode ser feito com pagamento em 24 meses, desde que a parcela mínima seja de R$ 15 e a máxima, de R$ 160, o que equivale a 40% do valor do benefício de R$ 400 e não dos atuais R$ 600, previstos até dezembro. Na Caixa, a taxa de juros é de 3,45% ao mês, um pouco abaixo do limite de 3,50% estabelecido para todos os bancos pelo Ministério da Cidadania. 

O Auxílio Brasil tem atualmente 21,1 milhões de famílias beneficiárias, mas para contratar o empréstimo o beneficiário deve estar recebendo o recurso há mais de 90 dias e não ter deixado de comparecer às convocações do ministério para regularização de cadastro. Assim como a Caixa, outros 11 bancos estão autorizados a realizar empréstimo consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil e do Benefício de Prestação Continuada. 

A modalidade é descontada diretamente na folha de pagamento. As instituições são Agibank, Crefisa, Daycoval, Pan, Safra, Capital Consig Sociedade de Crédito Direto, Facta Financeira, Pintos Créditos, QI Sociedade de Crédito Direto, Valor Sociedade de Crédito Direto e Zema Crédito. A taxa máxima de juros permitida é de 3,5%, mas cada instituição pode adotar taxas menores que essa. Além do acesso ao crédito, o programa vai oferecer ações de educação financeira. Ao contratar o produto os beneficiários terão que responder a um questionário que medirá os conhecimentos sobre o tema e a capacidade de administrar o empréstimo. 

Os bancos estão proibidos de ofertar o produto aos beneficiários ou fazer qualquer ação de marketing. Além disso, a medida só permite a modalidade de empréstimo consignado e veda o empréstimo por cartão. Será necessária autorização do cliente para a contratação da operação, o que deverá ser feito por escrito ou por meio eletrônico. Não será aceita a autorização por telefone ou por meio de gravação de voz. A regulamentação ainda obriga os bancos a informar a taxa de juros aplicada e a expressar o custo efetivo do empréstimo. Ficam vedadas a cobrança da Taxa de Abertura de Crédito (TAC) e de quaisquer outras taxas administrativas, e é proibido o estabelecimento de prazo de carência para o início do pagamento das parcelas. 

Requisitos:
- Para a solicitação, o beneficiário deve estar recebendo o recurso há mais de 90 dias. 
- A parcela mínima é de R$ 15 e a máxima, de R$ 160 
- É preciso autorização escrita. (Jornal do Comércio)

Poupança deixa de perder para inflação depois de dois anos
 
O recuo da inflação em setembro trouxe uma surpresa para os investidores da aplicação financeira mais tradicional do país. Pela primeira vez em dois anos, a caderneta de poupança deixou de perder da inflação.
 
Em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,29%. Em 12 meses, acumula alta de 7,17%.

Conforme a calculadora do cidadão, disponível na página do Banco Central (BC) na internet, a caderneta de poupança rendeu 7,27% em 12 meses. O valor considera uma aplicação feita em 11 de outubro do ano passado e que não foi mexida até a terça-feira, dia 11.

A última vez em que a poupança tinha superado a inflação no período de 12 meses foi em agosto de 2020. Desde então, a combinação entre inflação alta e juros baixos corroeu o rendimento da aplicação mais popular no país.

De março de 2021 a agosto deste ano, o BC elevou a taxa Selic - juro básico da economia - de 2% para 13,75% ao ano. O IPCA, que até julho deste ano superava os dois dígitos no acumulado em 12 meses, recuou após três deflações consecutivas. Esses dois fatores aos poucos reverteram a perda da poupança para a inflação.

Perspectivas
Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a taxa referencial (TR). Essa regra vale quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro do ano passado. Quando o juro básico está abaixo desse nível, a poupança rende 70% da Selic.

A melhoria do rendimento poderá ajudar a conter a fuga recorde de recursos da poupança observada neste ano. De janeiro a setembro, os brasileiros sacaram da aplicação financeira R$ 91,07 bilhões a mais do que depositaram. Somente no mês passado, a retirada líquida (diferença entre depósitos e saques) chegou a R$ 5,9 bilhões. (Zero Hora)


Jogo Rápido 

INSCRIÇÕES ABERTAS: 2º Prêmio Referência Leiteira RS 
 Os produtores de leite do RS podem se inscrever até 31/10/2022 no 2º Prêmio Referência Leiteira RS, para as categorias “Propriedade Referência em Produção de Leite – Sistemas à base de pasto” e “Propriedade Referência em Produção de Leite – Sistema de Semi confinamento ou confinamento”. O regulamento e a ficha de inscrição podem ser acessados pelo site do Sindilat. As inscrições serão realizadas nos escritórios municipais da Emater/RS e a divulgação dos resultados e premiação durante a Expointer 2023. Acesse o regulamento e a ficha de inscrição clicando aqui. (As informações são do Sindilat/RS)

 
 
 
 

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Porto Alegre, 11 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.760


Dano progressivo do FAF alerta setor lácteo

Nociva para a produção de laticínios já em 2022, a implementação progressiva do Fator de Ajuste de Fruição (FAF) deve agravar os problemas do segmento nos próximos anos. Pela regulamentação prevista, a penalização à produção de 5% em 2022 deve chegar a 10% em 2023 e 15% em 2024. Segundo o 1º vice-presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a implementação dessa escala traz impacto muito forte à produção de laticínios, uma vez que ceifa a competitividade do segmento frente a outros estados onde o FAF não existe. O FAF foi criado para estimular a aquisição de insumos dentro do Rio Grande do Sul, algo que, para o segmento, é inviável tendo em vista a origem de itens como embalagens. O tema foi assunto nesta segunda-feira (10/10) de reunião híbrida na Câmara Setorial da cadeia Produtiva do Leite na Secretaria Estadual da Agricultura. 

O assunto já foi levado à Secretaria da Fazenda, mas não houve sensibilização por parte do Governo. Diante das manifestações de representantes da indústria e de produtores, o secretário da Agricultura, Domingos Antônio Velho Lopes, se colocou à disposição para levar novamente a demanda do setor à Secretaria da Fazenda.

Segundo o Sindilat, o tributo representa prejuízo à cadeia, gerando perda de competitividade. Secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, exemplificou que o Paraná chegou a incluir o leite na redução de benefícios fiscais, mas voltou atrás para proteger sua produção, hoje a segunda em quantidade no país. “Para nos mantermos competitivos, especialmente em relação a Santa Catarina e ao Paraná, precisamos retirar o FAF da cadeia”, reforçou. 

A atual carga tributária do RS, alega Palharini, é um fator de desestímulo à cadeia como um todo.  “O mercado regula os valores pagos à cadeia, então precisamos aparar todas as arestas para garantirmos a competitividade”. O RS, que por anos foi segundo maior produtor, está em terceiro lugar, atrás de Minas Gerais (1º) e do Paraná (2º), e cada vez mais perto de Santa Catarina (4º) e de Goiás (5º).

Eugênio Zanetti, Coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite, destacou a importância de trabalhar como cadeia para buscar tornar o setor mais competitivo e assim frear esse prejuízo ainda este ano. Na reunião, também foram debatidos outros assuntos relacionados ao setor sobre Fundoleite e a continuidade do Conseleite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Novos cenários, velhos comportamentos?

O mundo muda, e as transformações acontecem cada vez mais rápido. O ontem pode já ter se tornado obsoleto. O mundo exige de nós adaptações, disruptivas ou não. As inovações batem à porta construindo novos cenários, que nem sempre condizem com velhos comportamentos.
 
Para a produção de alimentos do futuro, inclusive para a cadeia láctea, os novos cenários trazem consigo desafios, ao passo que carregam um leque de oportunidades. No leite, a digitalização, fruto do avanço exponencial da conectividade, expandiu e deu origem aos novos canais de distribuição, e até mesmo a criação de novos modelos de negócio.
 
Também fruto da tecnologia combinados às mudanças no perfil de consumo, os produtos plant-based surgem como concorrentes aos lácteos. Inclusive, já existem até mesmo, aqueles elaborados em laboratório, por meio de processos fermentativos.
 
Aqui, cabem grandes e bons questionamentos: qual o impacto dos produtos vegetais para o mercado de leite e derivados? Os laticínios devem incluir em seu portfólio linhas plant-based?  Ou devem utilizar dos meios de comunicação e das estratégias de marketing para fomentar o consumo de lácteos, construindo uma narrativa própria e genuína?
 
Das gôndolas para o campo, a produção de leite mundial também passa por grandes transformações estruturais, modificando a dinâmica, oferta e o mercado de leite. Essas modificações trazem reflexo direto para as indústrias processadoras. Como lidar com as transformações no campo e a produção de leite do futuro?
 
É neste panorama de mudanças que o Dairy Vision, um dos principais fóruns do leite mundial desde 2015, chega a sua 8ª edição, em Campinas/SP, nos dias 22 e 23 de novembro. Com 26 palestras ministradas por palestrantes nacionais e internacionais, o Dairy Vsion 2022 reunirá os principais líderes e agentes lácteos do mundo para traçar tendências e estratégias competitivas.
 
Explore os novos cenários do leite mundial, tome decisões assertivas e comportamentos estratégicos, participe do Dairy Vision 2022! 
 
Associados do Sindilat tem 15% de desconto na inscrição, clicando aqui. (Milkpoint)
 

Leite spot apresenta alta na primeira quinzena de outubro

Dados do MilkPoint Mercado apontam elevação de 2,71% na primeira quinzena de outubro no leite spot, em comparação a quinzena anterior. O preço se estabeleceu em R$2,65/litro na média Brasil – aumento de R$0,07/litro frente a segunda quinzena de setembro, que fechou em R$2,58/litro.
 
Nesta primeira quinzena de outubro, os preços do leite spot passaram pela segunda variação positiva consecutiva, após quedas acentuadas.
 
Este cenário se formou frente as expectativas de melhora na demanda pelos derivados lácteos e mercado mais favorável para a venda de queijos, o que ocasionou uma diminuição do volume de leite spot ofertado pelas queijarias, gerando uma pressão de alta nos preços. Além disso, o volume de captação de leite no campo pelas indústrias ainda não decolou, intensificando a necessidade de adquirir leite no mercado spot. (Milkpoint Mercado)


Jogo Rápido 

Preço do gás natural cai 5%
A Petrobras anunciou ontem que vai reduzir o preço do gás natural em 5% para seus clientes a partir de 1° de novembro. Os novos preços seguirão vigentes até 31 de janeiro de 2023, conforme estabelecido nos contratos firmados, informou a estatal. Os contratos de gás natural da Petrobras preveem atualizações trimestrais e vinculam a variação do preço do gás às oscilações dSo petróleo Brent e da taxa de câmbio. Em agosto, setembro e outubro o petróleo teve queda de 11,5% e o câmbio, depreciação de 6,5%, ou seja, a quantia em reais para se converter em 1 dólar aumentou 6,5%. “A Petrobras ressalta que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras e, no caso do GNV, dos postos de revenda, e pelos tributos federais e estaduais”, detalhou a companhia em comunicado. As tarifas ao consumidor dependem de aprovação pelas agências reguladoras estaduais. Tanto a Naturgy, que atende o Estado do Rio de Janeiro, como a Cegás, do Ceará, já anunciaram que vão reduzir o preço do insumo para os consumidores a partir de novembro. No Rio a queda girou entre 2,9% e 6,8%, enquanto no Ceará o preço declinou 14%. Entre outros quesitos, as cotações do petróleo no mercado global influenciam os preços dos combustíveis estabelecidos pela Petrobras para as refinarias e distribuidoras. Ontem, os preços do barril recuaram no mundo. Em Nova Iorque o contrato do WTI para novembro fechou em baixa de 1,63%, a 91,13 dólares. Em Londres o Brent para dezembro caiu 1,77%, para 96,19 dólares. Dados fracos da China reavivaram preocupações sobre a demanda. Pesquisa da S&P Global mostrou que o índice de gerentes de compras de serviços chinês caiu de 55 a 49,3 em setembro, entrando em território de contração. (Correio do Povo)

 
 
 

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Porto Alegre, 10 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.759


Rotulagem de alimentos tem nova regra no País
 
Entram em vigor neste domingo as novas regras sobre a rotulagem de alimentos. O objetivo é melhorar a clareza das informações e, assim, auxiliar o consumidor a fazer escolhas mais conscientes sobre os produtos. Entre as principais mudanças está a adoção do detalhamento nutricional frontal, além de alterações nas tabelas e alegações nutricionais nas embalagens. Caroline Freitas, que trabalha como responsável técnica e consultora de alimentos no setor varejista, avalia que a rotulagem é um item de extrema importância, pois é a comunicação direta da marca com o consumidor. “Quando o rótulo não apresenta informações corretas e de boa qualidade, o consumidor fica com dificuldades em exercer o seu direito de melhor escolha, e o alimento não cumpre com plenitude o seu papel de nutrir”, orienta. 
 
A profissional lembra que a rotulagem nutricional está à disposição do consumidor brasileiro desde 1998 e vem sendo aprimorada com base na ciência. Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu publicidade a problemas recorrentes em relação a aplicação e uso dos atuais critérios, como, por exemplo, baixo nível de educação e conhecimento nutricional dos consumidores. Com as mudanças aplicadas, alimentos que contenham elevada quantidade de açúcares adicionado, gordura saturada e sódio deverão apresentar rotulagem nutricional frontal. “Outra mudança importante ocorre na tabela de informação nutricional, que deve ser desenvolvida de forma padronizada, em suas cores, fontes, tamanho de letra. Passa a ser obrigatória a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100g ou 100 ml”, explica Caroline. 
 
Os comerciantes poderão escolher de forma mais clara os alimentos que melhor atendam ao seu nicho de clientes. Para as marcas, abre a possibilidade de reformular ou desenvolver novos produtos, inclusive, tornando-os mais saudáveis e nutritivos. O fato, conforme especialistas, pode ser visto como um adjuvante na promoção da saúde pública, já que auxilia na prevenção de doenças como hipertensão e diabetes. As marcas devem estar atentas aos prazos para adequações e formas de aplicação das normas. O não cumprimento pode acarretar em multas ou recolhimento do produto nos pontos de venda. Júlia Tischer, responsável técnica do Laboratório de Físico-Química do Unianálises, alerta que a adaptação às novas regras requer que sejam feitas análises laboratoriais dos produtos para conhecimento do teor dos nutrientes obrigatórios a serem declarados. 
 
“A partir dessas informações, é necessário realizar o enquadramento do produto nas regras de informação nutricional frontal e de alegações nutricionais”, esclarece. Para ela, a novidade permite informar com maior clareza e auxiliar o consumidor a fazer comparações na prateleira. “Essas mudanças facilitarão a compreensão sobre o conteúdo de ingredientes prejudiciais à saúde e auxiliarão o consumidor a fazer escolhas mais conscientes, especialmente aos que estão buscando uma dieta mais saudável e equilibrada.”
 
Calendário de adaptação
As novas regras para rotulagem de alimentos entram em vigor no dia 9 de outubro, portanto é importante que as empresas estejam atentas ao prazo de adequação. Novos produtos lançados a partir da data já devem estar com os rótulos adequados às novas regras. Para os produtos que já estão no mercado até a data, os prazos para adequação são:
 
• até 9 de outubro de 2023 (12 meses da data de vigência da norma) para os alimentos em geral;
• até 9 de outubro de 2024 (24 meses da data de vigência da norma) para os alimentos fabricados por agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, empreendimento econômico solidário, microempreendedor individual, agroindústria de pequeno porte, agroindústria artesanal e alimentos produzidos de forma artesanal;  
• até 9 de outubro de 2025 (36 meses da data de vigência da norma) para as bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis, observando o processo gradual de substituição dos rótulos. (Jornal do Comércio)


País fechará contas no azul 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que as contas públicas atingiram saldo positivo de R$ 13,5 bilhões após revisão. Se confirmadas as projeções, será a primeira vez em oito anos que o país fechará as contas no azul. Até então o rombo era calculado em R$ 59,3 bilhões. A melhora, detalhou o ministro, representa R$ 72,9 bilhões em relação à projeção anterior. 

O motivo da mudança dos resultados para o campo positivo, explicou Guedes, se deve a fatores como o aumento de arrecadação de impostos e a contenção de despesas. “Se confirmada a projeção para o resultado primário, será a melhor em oito anos. Desde 2014 o Brasil apresentava saldo negativo nas contas públicas”, assinalou o ministro em suas redes sociais.

Em 2022 o governo central, formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, deverá obter um superávit primário de R$ 13,5 bilhões. Além de as despesas caírem, o governo aumentou projeções de receitas. A estimativa com os novos números está no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas enviado no último dia 22 de setembro ao Congresso. A versão anterior do documento, divulgada em julho, previa um déficit primário de R$ 59,3 bilhões. Desde 2014, ano a ano, o país vem registrando déficit primário. (Correio do Povo)

FAO: Índice de preços dos alimentos permanece caindo; lácteos tem terceira queda consecutiva

O Índice de Preços de Alimentos da FAO, agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, alcançou 136,3 pontos em setembro, queda de 1,5 ponto (1,1%) em relação a agosto, em seu sexto declínio mensal consecutivo.
 
O recuo é resultado da forte queda dos preços internacionais de óleos vegetais e de baixas moderadas de açúcar, carnes e laticínios. Esses movimentos mais do que compensaram a recuperação observada no indicador de cereais. Apesar da nova variação negativa, o indicador da FAO manteve-se 7,2 pontos (5,5%) acima do registrado em setembro de 2021.
 
Lácteos
Os lácteos tiveram a terceira queda mensal consecutiva e atingiu 142,5 pontos em setembro, 0,8 ponto (0,6%) abaixo de agosto, refletindo em grande parte o impacto do euro mais fraco que o dólar.
 
Carnes
As carnes também caíram pelo terceiro mês seguido, para 121,4 pontos em setembro, queda de 0,6 ponto (0,5%) em relação a agosto. Conforme a FAO, câmbio influenciou os preços da carne ovina, enquanto a carne bovina recuou com o aumento das exportações do Brasil. Os preços da carne de aves caíram marginalmente, uma vez que as compras mundiais permaneceram moderadas.
 
Cereais
Por fim, contrariando o que ocorreu com a maioria dos grupos de produtos, os preços dos cereais subiram 2,2 pontos (1,5%) em relação a agosto, e o grupo chegou a 147,8 pontos. “Os preços internacionais do trigo se recuperaram 2,2%, sustentados pela maior incerteza sobre a continuação da Iniciativa de Grãos do Mar Negro”, diz a FAO.
 
Além disso, as preocupações com as condições de seca na Argentina e nos EUA, bem como o ritmo acelerado das exportações da União Europeia - além da maior demanda interna do bloco em meio à oferta mais apertada de milho -, forneceram mais o suporte aos preços dos cereais. (As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint)


Jogo Rápido 

Cesta básica
Em setembro, a cesta básica em Porto Alegre registrou queda de 0,55%, em relação ao mês anterior, passando a custar R$ 743,94. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o recuo foi puxado pela baixa no preço do leite (-15,99%). (Jornal do Comércio)

 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 07 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.758


O que podemos esperar para o próximo mês?

Após o leilão Global Dairy Trade (GDT) passar por correções nos preços, e avançar no mês de setembro, devido ao aumento da demanda de países emergentes, como a Argélia e o Marrocos, que aproveitaram os preços em baixa, os preços voltaram a recuar neste início de outubro, e seguem em níveis baixos.

A demanda chinesa segue aquém do esperado e a oferta começa e se elevar, frente a sazonalidade de produção, ocorrendo pressões de baixa nos valores praticados. Impulsionando este cenário tem-se o risco de recessão econômica mundial, com novos dados norte-americanos trazendo um cenário pessimista para o mercado e a Europa enfrentando crise econômica e energética, frente a problemas climáticos e a guerra da Ucrânia.

Todos estes fatores impactam negativamente nos preços dos produtos internacionais, contribuindo para estimular as importações.

Em contrapartida, os preços no mercado interno passaram por sucessivas quedas nas últimas semanas, frente a demanda ainda desestabilizada e aumento da oferta. Este cenário contribui para desestimular as importações.

Sendo assim, para os próximos meses, com a produção interna de leite aumentando e com preços de vendas das indústrias em patamares inferiores aos vistos meses atrás, as importações devem começar a perder força, e a janela de exportações, pelo menos a curto prazo, ainda deve se manter fechada. (Milkpoint Mercado) 


Resfriamento de vacas pauta segundo dia de discussões do Fórum Tecnológico do Leite de Teutônia
 
O auditório central do Colégio Teutônia esteve praticamente lotado na quarta-feira (05/10), para a segunda etapa da 16ª edição do Fórum Tecnológico do Leite, de Teutônia. Na ocasião um público de cerca de 300 pessoas – entre agricultores, técnicos, representantes de entidades ligadas ao setor e estudantes – acompanhou palestras, relatos de experiências, debates e oficinas que tiveram como tema central o resfriamento das vacas como alternativa que garanta estabilidade na produção durante todo o ano, inclusive no verão, e bons números zootécnicos.
 
A respeito do assunto principal da atividade, o coordenador do Centro de Treinamento de Agricultores de Teutônia (Certa) e extensionista da Emater/RS-Ascar Maicon Berwanger salienta que ele observa a realidade local dos bovinocultores de leite, estabelecendo ainda diálogo com as principais demandas e gargalos da cadeia produtiva regional. “O tema resfriamento de vacas ainda é relativamente novo no mercado atual e ele parte de estudos e diagnósticos feitos pelo coletivo que planeja o fórum e que busca trazer conteúdos que sejam relevantes e que impactem o dia a dia dos participantes”, comenta.
 
Berwanger observa ainda o fato de outros temas, como alimentação do rebanho, genética, qualidade do leite, equipamentos e outros já terem sido discutidos anteriormente. “Só que hoje em dia o conforto animal parece carecer de uma atualização, dada a sua relevância”, explica, justificando a escolha do médico veterinário e consultor técnico Top Leite Adriano Seddon como palestrante. Seddon, uma das referências quando o assunto é o bem-estar do rebanho, apresentou o painel “Como resfriar suas vacas e não perder dinheiro neste verão?”, trazendo dados técnicos e informações sobre o assunto.
 
Em sua manifestação, o palestrante partiu de um dos principais gargalos da produção de leite em regiões quentes e úmidas – como é o caso do Vale do Taquari – para ressaltar a importância dos cuidados com a temperatura dos animais para que seu estresse pelo calor seja minimizado e a produtividade seja preservada. Apresentando cálculos na prática, Seddon destacou como a adoção de tecnologias de baixo investimento podem representar grande retorno financeiro para as propriedades. “Uma vaca resfriada é uma vaca estabilizada, com menos problemas metabólicos, mais eficiência e mais qualidade na matéria-prima”, frisou.
 
Durante a palestra, instigou o público a refletir sobre qual seria a “vaca mais importante da propriedade”, dando como resposta a vaca “pré-parto”. “Seguida pela seca, pela pós-parto e aí sim a que está em lactação”, comentou. Esta quebra de paradigmas evidencia o fato de que resfriar vacas que estejam próximas do parto garantirá bom desempenho das gerações seguintes. “Nesse sentido, mitigar o estresse térmico, tiras as vacas do sol, adotar espaços de deslocamento do rebanho sombreados e adotar a combinação ‘vento e água’ será fundamental para um melhor desempenho”, afirma.
 
Cases apresentam bons resultados
Ainda dentro da programação, dois produtores de leite apresentaram cases com resultados satisfatórios no que diz respeito ao resfriamento das vacas, sendo eles Fabrício Balerini, de Vespasiano Corrêa e Edemar Follmann, de Boa Vista do Buricá. Balerini, um dos agraciados com o Prêmio Referência Leiteira na última Expointer, comentou os caminhos que levaram as atuais 100 vacas em lactação a produzirem cerca de 4.200 litros de leite ao dia, o que também dialoga com investimentos em tecnologias que visam promover o conforto animal do rebanho.
 
Ele descreveu os caminhos na implantação de sistemas que buscavam minimizar o estresse térmico, em um período em que não tinham muita clareza sobre os tipos de investimentos que seriam necessários para o atendimento desta demanda. Em sua fala, apresentou gráficos que evidenciavam o aumento da produtividade de leite com a implantação de seis ventiladores no free stall. “O que se pode perceber foi que o sistema se pagou em menos de seis meses, o que garante ainda uniformidade, padrão de manejos e um ótimo efeito cumulativo”, pondera.
 
A fala do Follmann foi ao encontro da de Balerini. “Muitas vezes a gente tende a esperar o problema chegar para somente aí pensar em uma solução”. O produtor valorizou a implantação do sistema de resfriamento de vacas, que fez com que a produção no verão, que antes tinha uma queda de quase 50%, fosse mantida. “Em linhas gerais, durante todo o ano, a média no aumento da litragem por animal chegou a sete litros, sendo 12 litros de incremento no verão”, pontuou. “Assim, é importante dar valor a quem nos apresenta tecnologias eficientes”, finalizou.
 
Autoridades elogiam
Presente no evento, o presidente da Emater/RS, Alex Corrêa, valorizou a oportunidade de troca de conhecimentos entre os envolvidos e a busca por tecnologias de baixo investimento que possam resultar em um retorno satisfatório. “Nesse sentido, estamos ao lado dos agricultores na busca incessante por fortalecer a atividade rural”, analisou. Já a coordenadora do curso Técnico em Agropecuária do Colégio Teutônia, Cristiana Terra, comentou a evolução constante da cadeia produtiva do leite e os impactos regionais nesta que é a base de renda de muitas famílias da região. A mesa das autoridades também contou com o Prefeito de Teutônia Celso Forneck.
 
Com o tema “Tecnologias que impactam na rentabilidade da atividade leiteira”, o 16º Fórum Tecnológico do Leite teve início na noite de 29 de setembro, com transmissão online de dois cases de criação de terneiras. O vídeo já foi visualizado por quase duas mil pessoas desde o seu lançamento. Alusiva ainda aos 70 anos do Colégio Teutônia, a programação contou com o apoio da Prefeitura de Teutônia, patrocínio ouro de Certel Artefatos de Cimento, Top Leite, Duagro, Gestor RP, Select Sires e Milkparts; patrocínio prata de Languiru, Dália Alimentos, Sindilat/RS, Machado Agropecuária, Samaq Massey Ferguson, Comercial Agrícola Maná, Nutron, Tangará, Cooperagri, Sicredi Ouro Branco, Fábio Guilhermano e Launer Química. (Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado)


BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 39/2022 – SEAPDR
 
A próxima semana permanecerá com muita umidade e temperaturas amenas no RS. Na quinta (06), o deslocamento de uma área de baixa pressão vai provocar chuva em todo estado, com risco de temporais isolados, granizo e fortes rajadas de vento. No sábado (08), a presença de ar quente e úmido favorecerá a elevação das temperaturas, sem previsão de chuva em todo Estado. No domingo (09), a rápida propagação de uma frente fria vai trazer o retorno da chuva em todo estado. 
 
Na segunda-feira (10), a presença de uma massa de ar seco e frio manterá o tempo firme, com ligeiro declínio das temperaturas e nevoeiros ao amanhecer. Na terça (11), o deslocamento de uma nova área de baixa pressão entre o RS e SC vai provocar chuva em todo estado, com possibilidade de temporais isolados. Na quarta-feira (12), a chegada de uma nova massa de ar seco e frio afastará a nebulosidade e manterá as temperaturas amenas. 
 
Clique aqui e acesse os Boletins oficiais sobre clima e culturas elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Emater-RS e Irga. O documento conta com uma avaliação das condições meteorológicas da semana anterior, situação atualizada das culturas do período e a previsão meteorológica para a semana seguinte. (SEAPDR)


Jogo Rápido 

Boletim CILeite_Custo de produção de leite cai em setembro. Variação foi de -0,9%.
 Queda significativa no custo de produção de volumosos, motivada pela queda do óleo diesel e dos adubos. O trimestre julho a setembro, que marcou pico da entressafra no Brasil Central,  registrou volatilidade de preços dos insumos. A inflação acumulada no ano é de 3,4%. No acumulado de doze meses a variação dos custos de produção atinge 8,0%. Os dados e análises você encontra no Boletim ICPLeite/Embrapa do CILeite: https://www.cileite.com.br/sites/default/files/ICPLeite_setembro_2022.pdf
(Fonte: CILeite/Embrapa)

 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.757


Balança comercial de lácteos: importações seguem em alta

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (05/10) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de aproximadamente -190 milhões de litros em equivalente-leite no mês de setembro, uma diminuição de 25 milhões, ou aproximadamente 13,2% em comparação ao mês anterior.

Ao se comparar ao mesmo período do ano passado (setembro/2021), o saldo foi ainda mais negativo, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -73 milhões de litros, representando uma diferença de aproximadamente 117 milhões de litros, ou -61,6%.

Esta foi a quinta variação negativa consecutiva, e o valor é segundo menor da séria histórica, ficando atrás apenas de setembro de 2016, quando o saldo atingiu -193 milhões. Confira a evolução no saldo da balança comercial de lácteos no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos.

As exportações seguiram desestimuladas, e não registraram grandes alterações, passando por uma leve elevação. O período apresentou um aumento de 0,7 milhões de litros no volume exportado, representando um avanço de aproximadamente 10,1%.

Ao se comparar com 2021, o cenário é semelhante, ocorrendo um acréscimo de 0,6 milhões de litros, representando um avanço de aproximadamente 8,6% no volume exportado no período.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

 
Do lado das importações, observou-se um forte avanço nas negociações, frente aos preços internacionais estarem operando em patamares baixos.

O mês de setembro apresentou um aumento de 14,8% nas importações, em relação ao mês anterior, com um acréscimo no volume de importações de 25,4 milhões de litros em equivalente-leite.

Analisando o mesmo período do ano passado, também se nota um forte aumento entre os volumes importados; em setembro de 2021, 80,1 milhões de litros em equivalente-leite foram importados, já em 2022 esse valor teve uma variação positiva de aproximadamente 146,6%, configurando um aumento expressivo de 117,4 milhões de litros em equivalente-leite comparando-se os anos, o que pode ser observado no gráfico a seguir.

Este resultado foi o segundo maior para o volume de importações da série histórica, ficando atrás apenas de setembro de 2016, quando as importações atingiram 225,5 milhões de litros em equivalente-leite.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Esse expressivo aumento nos volumes importados e exportações ainda desestimuladas, sem grandes alterações, ocasionaram o segundo saldo mais negativo da balança comercial de lácteos da série histórica, e o recorde para o mês de outubro, apresentando o resultado mais negativo do ano, até o momento.

Este cenário se formou devido alguns fatores, tais como: os preços internacionais operando em patamares baixos e os preços dos derivados lácteos no mercado interno.

Após passarem por sucessivas quedas, os preços internacionais seguem em baixa. A China, ainda com demanda desestabilizada, associado ao aumento da oferta mundial, frente a sazonalidade de produção, vem impactando nos preços internacionais e ocasionando pressões de baixa.

Um outro ponto que vem atuando para consolidar o cenário baixista dos preços é o risco de recessão econômica mundial, que vem se intensificando, com os Estados Unidos apresentando aumento na inflação, elevando a taxa básica de juros novamente em 0,75 p.p em sua última reunião do Federal Reserve, em uma tentativa de controlar essa questão, e a Europa e China enfrentando desaceleração econômica e problemas energéticos e climáticos, com a Europa enfrentando uma das piores crises energéticas dos últimos tempos, reflexos do clima quente e seco, e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Esses fatos associados a baixa disponibilidade de leite no mercado interno no 1º semestre, que impactaram nos preços, nos últimos meses, trouxeram um ganho de competitividade para os produtos internacionais, o que refletiu em um maior volume de importações. 

Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em setembro, temos o leite em pó integral, os queijos, o leite em pó desnatado e o soro de leite, que juntos representaram 95% do volume total importado.

O leite em pó integral teve uma elevação de 11% em seu volume importado. Além do leite em pó integral, os produtos que tiveram maiores variações com relação à importação foram o leite em pó desnatado e o soro de leite, com aumentos de 63% e 41,4%, respectivamente.

Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o leite UHT, os queijos e o creme de leite, que juntos, representaram 88% da pauta exportadora. O leite UHT e o leite condensado apresentaram avanços de 51% e 136% no volume exportado, respectivamente, enquanto o leite em pó integral recuou cerca de -88%.

A tabela 1 mostra as principais movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de setembro deste ano.

Tabela 1. Balança comercial láctea em setembro de 2022.

(Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT/(Milkpoint Mercado) 


Aliança Láctea defende plano de exportação para escoamento da produção

Frente ao atual cenário de lácteos, a Aliança Láctea Sul-Brasileira, formada por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, defendeu, na manhã desta quinta-feira (6/10), a necessidade de se desenvolver um plano de exportação. A medida foi apontada pelo o atual coordenador da Aliança e ex-secretário de Estado da Agricultura de SC, Airton Spies, como uma estratégia para expandir a competitividade do segmento. “Para desenvolver o setor precisamos ser estratégicos”, frisou. O dirigente destacou a importância de um alinhamento da cadeia para traçar ações de incentivo e desenvolvimento a fim de efetivar a conquista do mercado externo. O encontro, realizado na sede da Federação da Agricultura do Paraná e de forma on-line, reuniu secretários de Estado, presidentes de federações e sindicatos.

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Guilherme Portella, reforçou a importância de trabalhar o setor para esse movimento, buscando competitividade de custo e escala. “Temos que desenhar cenários para exportação e alinhar nossa estrutura para alcançar esses mercados. Trabalhando especialmente o custo para alcançar a competitividade necessária”. Pontuou, ainda, a necessidade de se fomentar o aumento de consumo interno como parte de um trabalho de valorização do setor, citando os projetos “Fazenda Doce de Leite” e “Arte na Caixinha”, desenvolvidos pelo sindicato na Expointer e pós-evento. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, complementou que as ações serão desenvolvidas ao longo do ano de 2022 e até dezembro de 2023 para o público de 5 a 10 anos a fim de ampliar o conhecimento sobre a atividade leiteira, bem como sobre o destino correto das embalagens de leite.

Veterinário espanhol Rafael Ortega Arias de Velasco, realizou apresentação sobre “Estratégias para melhorar a competitividade do leite e sua influência no teor de sólidos”, passando questões como nutrição, bem-estar e sanidade dos rebanhos.

Como alinhamento final ficou acertado entre os participantes pontos a serem trabalhados em plano de desenvolvimento da cadeia visando às exportações a fim de que o setor se torne mais competitivo. Sendo o ponto de partida buscar soluções para o grande entrave que é o custo do leite entre os principais exportadores e encontrar alternativa ao atual cenário em que só se consegue exportar diante de um câmbio favorável ou com uma grande valorização dos lácteos no mercado internacional. As propostas serão debatidas em novo encontro agendado para novembro. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Espanha – A captação de leite cai pelo sexto mês consecutivo

A captação de leite na Espanha em agosto foi de 602.011 toneladas, 3,9% menos que em agosto de 2021. 
 
É o sexto mês consecutivo em que a produção cai. Para a organização rural Unión de Uniones (UyU) esta tendência mostra que o setor não recupera, apesar dos incentivos e ligeiros aumentos de preços.
 
No acumulado anual, a produção de leite alcança 4.987.789 toneladas, o que representa queda de 1,62% em relação ao mesmo período do ano passado.
 
A média nacional dos preços, em agosto, foi de 0,476 €/litro, o que representou aumento de 0,013 €/litro em relação a julho de 2022 e 40,83% superior ao valor de agosto de 2021.
 
Ainda assim, o número de produtores continua caindo; em agosto de 2022 foram 10.918, 793 menos que em agosto do ano passado (mais do que a média de perda que era de 700 por ano).
 
Por outro lado, os dados dos preços do leite a nível da União Europeia (UE) divulgados pelo Observatório do Mercado do Leite (MMO), comprovam as denúncias da UyU. O aumento do preço do leite ao produtor, em julho,  (os dados para agosto são provisórios ou estimativas), na Espanha foi de 39% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já a média na UE foi 42%. Entre os seis maiores produtores europeus (Espanha é o sétimo), o aumento de preços, em relação a julho do ano passado, variou entre 18% (França) e 60% (Holanda).
 
Quanto ao setor orgânico, em agosto, o leite declarado por compradores a nível nacional foi de 3.818 toneladas (-9,7% em relação a agosto de 2021), com o preço médio de 0,529 €/litro (11,84% superior a agosto de 2021). No acumulado do ano são 32.878 toneladas. (Fonte: Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br) 


Jogo Rápido 

INSCRIÇÕES ABERTAS: 2º Prêmio Referência Leiteira RS  
Os produtores de leite do RS podem se inscrever até 31/10/2022 no 2º Prêmio Referência Leiteira RS, para as categorias “Propriedade Referência em Produção de Leite – Sistemas à base de pasto” e “Propriedade Referência em Produção de Leite – Sistema de Semi confinamento ou confinamento”. O regulamento e a ficha de inscrição podem ser acessados pelo site do Sindilat. As inscrições serão realizadas nos escritórios municipais da Emater/RS e a divulgação dos resultados e premiação durante a Expointer 2023. Acesse o regulamento e a ficha de inscrição clicando aqui. (As informações são do Sindilat/RS)

 
 
 
 
 
 

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Porto Alegre, 05 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.756


Divergências travam debate de regras para proteínas alternativas
 
As divergências sobre a nomenclatura das proteínas alternativas travaram o andamento da proposta de regulamentação do mercado de produtos plant-based no país. A minuta de normativa, que estava prestes a entrar em consulta pública, deverá ser reestruturada após o ministro da Agricultura, Marcos Montes, defender a proibição do uso de termos como “carne”, “leite”, “hambúrguer” e “queijo” para designar itens que não sejam de origem animal.
 
Em agosto, Montes enviou ofícios aos ministérios da Saúde e da Justiça solicitando a “urgente restrição dos rótulos e marcas comerciais que usam indevidamente o nome de produtos tradicionais de origem animal em produtos de origem vegetal”. O texto diz que “utilizar os mesmos nomes para designar produtos vegetais, que têm diferentes características e distintos valores nutricionais, induz o consumidor a erro”. Para o ministro, o consumidor pode “achar que está adquirindo produto conhecido e com as mesmas características, o que não é verdade”. Uma nota técnica do ministério foi mais enfática e pediu que se coíba o uso dos termos tradicionais nos produtos plant-based, mesmo que acompanhados das expressões “vegetal” ou “vegano”. O documento critica, por exemplo, as designações de itens como “creme de leite de arroz”, “queijo vegano” e “manteiga de coco”. 
 
Histórico
O ofício e a nota técnica não levaram em consideração o trabalho da equipe do próprio ministério, que desde 2019 discute o tema com diversos agentes das cadeias de produção vegetal e animal para buscar consensos sobre as normas. O teor enfático dos documentos foi recebido como um balde de água fria, apurou o Valor. A proposta inicial era criar uma regulamentação com informações claras e conceitos básicos, mas sem proibições contundentes. O trabalho estava estruturado e havia possibilidade, mesmo que remota, de a assinatura ocorrer ainda em 2022. Agora, vai se tentar definir um texto que possa entrar em consulta pública até o fim do ano. Temor Pequenos e médios frigoríficos - que, ao contrário das grandes empresas de carne, não investem em proteínas alternativas - e também laticínios temem perder mercado para os produtos plant-based que usam a nomenclatura “tradicional”. Esses segmentos comemoraram a posição que o ministério adotou no ofício e na nota técnica.
 
“O vácuo legal abre a possibilidade de abusos e de uso indevido da nomenclatura, além de aumentar a chance de pedidos de fiscalização e apreensão de produtos já amplamente comercializados”, afirmou ao Valor uma pessoa a par das discussões. Há críticas de que a discussão teria ficado mais “política” do que “técnica”. “A tentativa de regulação deu dois passos para trás”, disse. O ministro Marcos Montes pediu posicionamentos técnicos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, e à Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, que ainda não responderam oficialmente. Ele também sugeriu a criação de uma norma conjunta para regular o setor de plant based que preveja “novos termos para esses produtos distintos”, citando o exemplo da “diferenciação bem-estabelecida na sociedade brasileira” entre a manteiga, de origem animal, e a margarina, de base vegetal. 
 
Confusão para o consumidor
Nos documentos, o principal argumento do ministério é que usar nos produtos à base de vegetais os termos que já batizam itens de origem animal pode confundir o consumidor. No entanto, segundo pesquisas divulgadas por empresas do segmento plant-based, os consumidores escolhem as proteínas de origem vegetal de maneira consciente. A convicção de que as pessoas sabem distinguir os produtos vegetais e animais existe também no governo, até porque os preços desses itens são bastante diferentes. A avaliação é que proibir a nomenclatura não é a melhor saída. Um exemplo é o caso de uma lei de 1965 que vetou o uso da palavra “couro” para fazer referência a materiais sintéticos, mas que nunca surtiu efeito. Cedo ou tarde, a regulamentação deverá trazer normas claras sobre nomenclatura, rotulagem, fabricação, comercialização, composição e qualidade dos produtos. As regras sobre contaminantes de agrotóxicos e questões microbiológicas deverão assegurar proteção básica aos consumidores.

Marketing
A proposta também vai tentar impedir campanhas de marketing que depreciem os produtos dos concorrentes. Para quem acompanha o tema, a atual animosidade entre frigoríficos e laticínios surgiu com os ataques do setor de plant-based às proteínas animais. Consultado, o Ministério da Justiça disse que a Senacon está em contato frequente com o Ministério da Agricultura para buscar um consenso sobre os produtos plant based e que fiscaliza as marcas. “Caso a secretaria avalie que os produtos estejam confundindo o consumidor, [as empresas] serão notificadas para que, no prazo legal, se adequem”, diz. As que não se adequarem “poderão sofrer as medidas administrativas previstas em lei, como suspensão do fornecimento de produtos e sanções pecuniárias”. Anvisa e Ministério da Agricultura não responderam até a conclusão deste texto. (Valor Econômico)


As pautas do agro com prioridade na "fila" da Assembleia

Com os representantes da Assembleia Legislativa dos próximos quatro anos escolhidos, as pautas do agro a receberem prioridade já estão na ordem do dia. Uma delas, estabelecida pela Frente Parlamentar Agropecuária Gaúcha, é aumentar o orçamento da pasta da Agricultura. - É desproporcional. Hoje, a secretaria recebe 1% do orçamento do Estado e representa um setor que contribui com mais de 30% da economia gaúcha - afirma Elton Weber, deputado estadual reeleito e presidente da frente parlamentar.
 
Ele cita como outro foco da Assembleia, a simplificação de burocracias relacionadas a licenciamentos ambientais para construção de reservatórios de água. Essa questão vem sendo apontada por representantes do agro como uma maneira de amenizar a estiagem. No primeiro turno das eleições, 18 deputados estaduais que integram a Frente Parlamentar Agropecuária Gaúcha foram reeleitos. 
 
Na lista dos integrantes da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) do Congresso, 13 deputados federais que representam o RS também ganharam novo mandato. (Zero Hora)

4 motivos para participar do Dairy Vision 2022

O Dairy Vision, desde 2015, é consagrado como um dos principais fóruns de discussão do leite mundial. Durante as sete edições já realizadas do evento, o Dairy Vision reúne os principais agentes do setor para traçar tendências, estratégias competitivas e antecipar-se assertivamente ao futuro.
 
Este ano, para a 8ª edição, que acontecerá em Campinas, nos dias 22 e 23 de novembro, o Dairy Vision 2022, com palestrantes nacionais e internacionais, trará importantes pautas para o presente e o futuro do leite mundial: as transformações estruturais no campo, marketing, produtos concorrentes, novos canais de distribuição, inovação, tecnologia, comunicação e muito mais!  
 
Confira abaixo 4 motivos para participar do Dairy Vision 2022: 
1) Networking: o ponto de encontro dos principais executivos da cadeia do leite do Brasil, o Dairy Vision é hoje um dos mais relevantes eventos do segmento e proporciona networking de altíssimo nível.
 
2) Conteúdo Diferenciado: a excelência e a credibilidade de mais de 22 anos do MilkPoint Ventures na entrega do melhor conteúdo do leite, traz para a 8ª edição do Dairy Vision os melhores palestrantes e os temas mais relevantes.
 
3) Novamente juntos, presencialmente: em Campinas, dias 22 e 23 de novembro temos um encontro marcado. Entenderemos as mudanças da cadeia láctea em busca de encontrar as oportunidades para o setor. Elas existem, e são muitas! Cabe nós reconhecê-las de modo a traçar estratégias competitivas.
 
4) Experiência: mais do que um evento, uma verdadeira imersão no setor lácteo. Novas tecnologias disponíveis, mudanças no perfil do consumo, regulamentação, novos canais de venda, produtos substitutos e mudanças estruturais na oferta de leite são alguns dos assuntos abordados!
 
Aproveite para conferir também alguns depoimentos dos participantes do último Dairy Vision, realizado online em 2021:
 
“Excelente seleção dos palestrantes. Agregador e atual. Parabéns por mais um excelente evento.” - Luciana Franco, TechnoLeite Representação
 
“Tema abordado é muito atual e gera grande expectativa para o setor, pois estamos iniciando uma grande jornada de mudanças de hábitos e cultura. Isso com certeza será decisivo para as indústrias e fazendas seguirem na atividade. O meio ambiente e os consumidores têm pressa.” - Anderson Lessa Lemos de Santana, Nestlé
 
“Excelente grade de palestras e de palestrantes, temas muito relevantes. Parabéns a todos pela organização.” - Jair da Silva Mello, CCGL.
 
Associados do Sindilat tem 15% de desconto na inscrição, clicando aqui. (Milkpoint)


Jogo Rápido 

ANTT reduz valores da tabela
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União de ontem nova tabela com preços mínimos do frete rodoviário. O ajuste para menos nos valores ocorre após a Petrobras anunciar nova retração do preço do diesel. De acordo com a lei, sempre que ocorrer oscilação no preço do produto em índice superior a 5%, para mais ou para menos, novos valores são adotados. Para a tabela A, de “transporte rodoviário de carga lotação”, a redução média foi de 2,89%. Para a tabela B, de operações com a contratação apenas de veículo de cargas, houve reajuste médio, para menos, de 3,21%. Na tabela C, de “transporte rodoviário de carga lotação de alto desempenho”, a retração média ficou em 3,37%. E na tabela D, para operações com a contratação apenas do veículo de carga de alto desempenho, a redução média foi de 3,68%. (Correio do Povo)

 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 04 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.755


GDT - 04/10/2022


(Fonte: GDT)


Emater/RS: disponibilidade de pastagens expressiva auxilia produção de leite

A disponibilidade de pastagens está mais expressiva, permitindo a melhoria do estado corporal devacas em lactação, das novilhas e das vacas secas. As temperaturas amenas e a regularidade na oferta alimentar têm favorecido o manejo reprodutivo das novilhas e vacas.

Segue a perspectiva de manutenção de baixos preços pagos pelo litro do leite, o que está causando problemas a diversos produtores para se manter na atividade. A preocupação aumenta mais devido ao custo de produção, pois houve novos aumentos de preço da alimentação concentrada em função do alto custo da soja, do milho e do trigo.
 
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite nas principais bacias da região da Campanha e da Fronteira Oeste continua em crescimento.
 
Na regional de Frederico Westphalen, as pastagens anuais de inverno estão em final do ciclo, o que reduz a qualidade da forragem, impactando na produção do leite.
 
Na de Ijuí, a produção de leite segue estável, porém houve necessidade de aumento do fornecimento de alimentos conservados, principalmente silagem, devido à diminuição da produção das forragens de inverno e ao fato das forragens de verão ainda não estarem com bom acúmulo, o que tem elevado os custos de produção.
 
Na de Passo Fundo, os produtores estão com dificuldade para a manutenção dos níveis de produção de leite neste período de transição entre o inverno e a primavera, havendo necessidade do aumento do fornecimento de alimentos conservados.
 
Na regional de Pelotas, em Arroio Grande, as matrizes estão sendo inseminadas para que entrem com cria, quando as pastagens de inverno já estiverem estabelecidas no próximo ano.
 
Na de Porto Alegre, em Charqueadas, como resultado da realização de testes para detecção de animais com brucelose e com tuberculose bovina, houve o registro de sete animais reagentes para esta doença. Esses animais estão sendo encaminhados para abate sanitário, e a propriedade está fechada para compra e venda de animais (exceto vendas para abate dos animais negativados).
 
Na regional de Santa Rosa, a produção de leite se manteve estável, porém os produtores já começam a se preocupar com o período de vazio forrageiro primaveril. Nas propriedades com áreas maiores de pastagens perenes de verão, como tífton, jiggs, capim kurumi e aruana, o vazio forrageiro será de menor intensidade. (As informações são do Emater-RS, adaptadas pela equipe MilkPoint)

Projeção de alta do PIB de 2022 sobe de 2,67% a 2,70%

O mercado financeiro continuou a melhorar as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 no Boletim Focus, conforme divulgação realizada ontem pelo Banco Central. A projeção para a alta do PIB em 2022 subiu de 2,67% para 2,70%, 14ª alta seguida, contra 2,26% há um mês.A estimativa para a expansão do PIB em 2023 também cresceu, de 0,50% para 0,53%, ante 0,47% um mês antes. 

Considerando apenas as 36 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 avançou de 2,70% para 2,75%. No caso de 2023, houve 36 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,58% para 0,70%. O Relatório Focus ainda mostrou redução na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,75% para 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, respectivamente. O Focus mostrou também nesta segunda-feira estabilidade para o prognóstico da relação entre resultado primário e o PIB deste ano, com o superávit previsto mantido em 0,90%. 

Há um mês, o porcentual era de 0,30% do PIB. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,40%, contra 6,75% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros. O relatório ainda trouxe manutenção em 58,40% na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. Era 59,00% um mês atrás. (Jornal do Comércio)


Jogo Rápido 

Decreto oficializa recursos
O governo do Estado disponibilizou R$ 50,04 milhões para o pagamento do auxílio emergencial de R$ 1 mil ao segundo grupo de agricultores familiares beneficiados pelo programa SOS Estiagem. A expectativa é atender 50,8 mil produtores de municípios que decretaram situação de emergência na última estiagem, com Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa em 1º de fevereiro de 2022 e renda bruta anual de até 100 mil reais. A autorização consta do decreto Nº 56.676, publicado ontem no Diário Oficial do Estado (DOE). O montante provém do Fundo Rotativo de Emergência da Agricultura Familiar, da Secretaria da Agricultura (SEAPDR) e poderá ser poderá ser suplementado até R$ 69,57 milhões, conforme orçamento. Contudo, o calendário para pagamento do benefício segue indefinido, tanto aos produtores contemplados nesse decreto quanto os do anterior (quilombolas, indígenas, ribeirinhos residentes em zonas rurais e assentados da reforma agrária). Segundo informa a SEAPDR, a definição dos cronogramas de repasses depende ainda de ajustes “burocrático-operacionais do agente bancário”. O calendário de pagamento será disponibilizado no site www.sosestiagem.rs.gov.br. (Correio do Povo)