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Porto Alegre, 28 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.888

    Setor lácteo: hora de renovar e inovar

Os desafios impostos à cadeia leiteira no ano que se encerra foram os mesmos que deixaram evidente a grande potencialidade do setor. Relembrando que a mais abrangente greve dos caminhoneiros atingiu em cheio nossas indústrias e nossos produtores e nos levou a questionar sobre a logística do setor, a pensar em formas de inovar, de produzir diferente e de sermos mais competitivos. Ingressamos em 2019 com otimismo renovado frente ao cenário político-econômico que se desenha, apostando no potencial do segmento que só no RS é responsável por 2,81% do PIB, e comemorando a retomada de nosso Estado na segunda colocação nacional na produção de leite. São 4,55 bilhões de litros/ano, ou 13,6% da produção de todo o País. 

No ano em que completamos 50 anos de atuação em prol do desenvolvimento do setor lácteo gaúcho, temos pela frente uma grande missão, que é a de elevar o nível de competitividade na cadeia produtiva. Estamos longe dos grandes centros de consumo e precisamos de estratégias para alcançá-la de uma forma viável. Uma de nossas ações prioritárias, que em 2018 se consolidou como uma bandeira, é o fomento às exportações. Somos agente de negociações em Brasília para garantir a abertura de mercados e a definição de ações para exportação de leite, medida essencial para estabilizarmos a produção no Sul, região reconhecida pelo excelente controle sanitário e por ter os rebanhos mais testados para brucelose e tuberculose do País. Alicerçados no trabalho realizado com a Aliança Láctea Sul Brasileira, nossa meta é fazer com que Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondam, até 2025, por 50% da produção nacional de leite. Mais do que volume, acreditamos na excelência de nossos produtos e na atração por consumidores de diferentes países. Para alcançarmos esse objetivo, precisamos da sensibilidade dos governos de diferentes esferas no atendimento de nossas mazelas para ganharmos competitividade e enfrentarmos o Mercosul. Assim como os governos, nos comprometemos com o crescimento do Brasil e fazemos o dever de casa ao trabalharmos pelo desenvolvimento de uma atividade que no Rio Grande do Sul envolve diretamente 65 mil famílias. (Alexandre Guerra - Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados/RS - Jornal do Comércio)
 
 
Canal facilita as denúncias

A Secretaria da Agricultura disponibiliza nos próximos dias, em local de destaque na página inicial do seu site, um canal para o consumidor fazer denúncias referentes a produtos de origem animal. A medida foi encaminhada em reunião da coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor e da Ordem Econômica do Ministério Público, Caroline Vaz, com diretores de frigoríficos, chefes de inspeção e fiscais. 

O diretor-geral da secretaria, Antônio Machado de Aguiar, explica que o canal já estava disponível, mas agora será melhor divulgado. Podem ser denunciadas irregularidades como produtos com problemas, abates clandestinos, má conservação e armazenamento de alimentos e comércio em locais impróprios. A indústria pode apontar procedimentos inadequados de profissionais da secretaria ou encaminhar questionamentos. (Correio do Povo)

Venâncio Aires terá Centro Tecnológico

O município de Venâncio Aires receberá um investimento de R$ 3 milhões para a implantação do Centro de Vocação Tecnológica (CVT) de Produção de Proteína Animal. Deste valor, 2,1 milhões se direcionam à construção de um prédio com espaço físico de 911 metros quadrados. O centro será erguido em área da antiga Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada. 

O novo espaço será usado para pesquisa e extensão voltadas ao desenvolvimento regional e também para promoção e oferta de serviços que fortaleçam os sistemas produtivos locais. A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) foi a responsável pela elaboração do projeto do CVT, que será concebido de acordo com as diretrizes do Programa de Apoio à Implantação e à Modernização dos Centros Vocacionais Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A instalação se tornará uma referência regional, e até mesmo estadual, por concentrar uma série de estudos tecnológicos e prever a transferência de práticas validadas por pesquisas ali desenvolvidas.

As obras devem iniciar em maio de 2019. “É um projeto grandioso para o desenvolvimento do setor primário e com certeza garantirá novos caminhos para a nossa produção rural”, afirma o prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert. Já o pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ângelo Hoff, destaca que as ações públicas como a da implantação do Centro são importantes para o desenvolvimento de toda a região. “O Vale do Rio Pardo tem potencial para a produção de alimentos”, destaca. “Esperamos que na próxima década Venâncio Aires se consolide como um grande polo de proteína no país.” (Correio do Povo)

Emater/RS: campos nativos continuam com boa brotação

O milho, que já vinha apresentando sintomas de estresse hídrico em algumas lavouras, foi beneficiado pelas precipitações que ocorrem em diversas regiões produtoras no Estado. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar ontem, quinta-feira (27/12), no Norte do Estado e nas regiões da Produção, Nordeste, Noroeste Colonial, Celeiro e Alto Jacuí, as chuvas ocorridas devolveram a normalidade à cultura e trouxeram alívio ao quadro preocupante que se avistava, de redução na produtividade.

Já nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, o milho no geral apresenta ótimo potencial produtivo, sobretudo nas lavouras em enchimento de grãos, que têm seu potencial produtivo favorecido pelas chuvas, mas principalmente pelo trabalho desenvolvido pela Emater/RS-Ascar de manejo e conservação do solo que, comprovadamente neste período de estiagem, mantém as lavouras com boa umidade no solo, evitando perdas aos produtores.

As lavouras de milho já implantadas no Estado alcançam 95% da área total, estimada em aproximadamente 740 mil hectares. Atualmente, 27% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 18% em floração, 45% em enchimento de grãos, 9% das lavouras estão maduras e por colher e 1% da área já foi colhida.

As precipitações dos últimos períodos também amenizaram o déficit hídrico nas lavouras de soja, em especial no Norte do Estado. Já em municípios das regiões da Fronteira Oeste e Campanha, a chuva da semana prejudicou os trabalhos de finalização do plantio de algumas áreas e o desenvolvimento das áreas já plantadas. Percebem-se problemas fitossanitários e a necessidade de alguns replantes das lavouras devido à alta umidade do solo. Em alguns municípios das regiões da Fronteira Noroeste e Missões, foram identificados diversos focos de ferrugem asiática, sendo antecipado o controle com fungicidas, o que vai acarretar um aumento de aplicações nesta safra que se inicia. Restando poucas áreas a serem implantadas, a cultura avança no Estado, com 89% das lavouras na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, 10% em floração e 1% em enchimento de grãos.

Pastagens e criações 
Os campos nativos de maneira geral continuam com boa brotação e a produção de forragem está proporcionando grande disponibilidade de pastos com alta qualidade nutricional, proporcionando assim melhores condições nutricionais para os animais. Os produtores estão adequando a lotação animal dos potreiros de pastagens naturais, conforme a disponibilidade de oferta de forragem para os rebanhos. Alguns produtores aproveitam para realizar roçadas.

As temperaturas elevadas e a volta das chuvas estão contribuindo para o bom desenvolvimento das pastagens anuais e perenes de verão, assim como das lavouras de milho destinadas à produção de silagem.

O produtor de leite deve estar atento ao bem-estar animal com vistas ao melhor desempenho do rebanho, pois o calor em maior intensidade pode causar estresse, o que reduz a produção já que os animais consomem menos alimentos durante o pastejar. Para compensar a menor ingesta de alimentos, os produtores aumentam a oferta de silagem, feno, grãos, farelos e ração no cocho. (As informações são da Emater/RS, resumidas pela Equipe MilkPoint)

 

Procura grande, crédito restrito
A poucos dias de encerrar a atual gestão, o Ministério da Agricultura apresenta balanço de diferentes áreas de atuação. Uma delas é a de crédito rural. Segundo a pasta, as operações do Plano Agrícola e Pecuário 2018-2019 cresceram 19% entre julho e novembro, na comparação com igual período da safra anterior, alcançando a cifra de R$ 75,36 bilhões. Todas as modalidades tiveram alta. E, ainda que a maior quantia liberada seja para custeio (R$ 43,4 bilhões), linhas de investimento e comercialização tiveram o maior aumento: 19%. Anunciado em junho, o Plano Safra da agricultura empresarial prevê R$ 194,37 bilhões. Uma parte, R$ 32,3 bilhões, é de juro livre (negociado entre instituição financeira e produtor). No início do mês, a coluna mostrou que a procura por crédito com juro controlado fez o orçamento do segundo semestre ser atingido antes do final do ano. Na prática, deixou como opção só as linhas de juro livre. (Zero Hora)

Porto Alegre, 27 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.887

  Mercado doméstico volta a concentrar apostas

Mais uma vez o agronegócio brasileiro dormirá no dia 31 de dezembro à espera de um ano novo melhor no mercado doméstico. E quando acordar em 1º de janeiro, dia da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o setor espera ouvir dos integrantes do novo governo que reformas importantes como a previdenciária terão prosseguimento para que o país volte a crescer de forma consistente, com reflexos positivos sobre o consumo. 

Ainda que Papai Noel já tenha se acostumado com esse recorrente pedido - e tenha dado de ombros nos últimos anos -, há algum tempo produtores rurais e agroindústrias não esperam tanto que ele seja atendido. Como as incertezas no front externo se avolumaram em 2018 e as diversas disputas comerciais em curso criam espaço para surpresas internacionais, nada melhor do que uma demanda interna firme para que 2019 seja de fato próspero.

Em seu estudo "Perspectivas para o agronegócio brasileiro", o Rabobank realça a importância que o mercado doméstico terá para o setor no ano. "A incerteza é grande no âmbito externo, inclusive no que se refere ao ritmo da recuperação americana. Nesse contexto, o cenário é menos favorável para o Brasil, o que amplia a necessidade de o país fazer sua lição de casa o mais rapidamente possível. Ainda temos um problema fiscal que não foi resolvido", diz Maurício Oreng, economista-chefe do Rabobank no Brasil e um dos autores do trabalho - que também é assinado por Adolfo Fontes, Andrés Padilla, Andy Duff, Beatriz Fabrini, Fernando Gomes, Guilherme Morya, Matheus Almeida e Victor Ikeda.

Para a safra 2018/19 de grãos, que já começou a ser colhida e poderá alcançar o recorde histórico de 238,4 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 previsto pelo Rabobank, "consistente com uma paulatina recuperação do emprego e, consequentemente, do consumo interno", será muito bem-vindo. Não só para produtos básicos como arroz e feijão, que dependem quase que exclusivamente do apetite dos brasileiros, mas também para soja, milho e até o algodão, que têm no Brasil um dos líderes mundiais em exportação.

Victor Ikeda lembra que a guerra comercial entre Estados Unidos e China beneficiou especialmente os embarques brasileiros de soja e algodão em 2018, mas que houve sinais de arrefecimento das rusgas nas últimas semanas e há muitas dúvidas sobre o que poderá acontecer nessa terra onde os fracos não têm vez. Certo é que a produção de soja caminha para uma nova marca histórica e a de milho vai se recuperar após as intempéries da temporada 2017/18, e é vital que a demanda por carnes se mantenha forte para que bons volumes se transformem em ração para alimentar aves e suínos.

Da mesma forma que os cotonicultores desejam à indústria têxtil brasileira tudo do bom e do melhor para 2019, os agricultores com foco em soja e milho torcem para que os frigoríficos não enfrentem tanto problemas como neste ano, ainda de demanda doméstica menor que a desejada, de uma greve dos caminhoneiros que afetou sobretudo a cadeia do frango e de barreiras de importadores em decorrência de problemas sanitários identificados pela Operação Carne Fraca e suas etapas subsequentes. "Para aves e suínos, o primeiro semestre de 2018 foi muito ruim, com preços baixo e custos inflados pela alta dos grãos. Esperamos uma recuperação moderada em 2019", afirma Adolfo Fontes.

A princípio, as perspectivas são melhores para as exportações, sobretudo para a China, mas a ameaça do governo Bolsonaro de mudar a sede da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém poderá criar embaraços com os países árabes, importantes importadores de carne de frango halal. A China, por sinal, poderá provocar grandes mudanças no mercado global de carnes no ano que vem. Maior produtor e consumidor de carne suína do mundo, o país sofre com a proliferação de peste suína africana e poderá não só ampliar as importações, mas passar por uma transformação em seu "mix" de consumo, o que poderá favorecer inclusive a carne bovina - junto com Hong Kong, a China já é a maior importadora de carne bovina do Brasil.

Ainda no segmento de proteínas animais, o leite é outro produto que será beneficiado se a economia brasileira entrar no prumo. Itens como queijos desafiaram a crise e avançaram no mercado nos últimos anos, mas de uma maneira geral o consumo não empolgou e as margens dos laticínios foram apertadasem 2018, observa Andrés Padilla. O analista também acompanha o mercado de suco de laranja, outro que dependerá da continuidade do avanço da comercialização no mercado interno para crescer, já que a demanda externa continua encolhendo.

Açúcar e café, commodities cujas exportações são lideradas pelo Brasil e cujos preços caminharam juntos e sob pressão no mercado internacional neste ano, sob influência marcante de fartas ofertas mundiais e oscilações cambiais, também esperam mais do mercado interno. Andy Duff nota que, no tabuleiro do açúcar, o etanol vendido no país foi uma variável que colaborou para os resultados das usinas neste ano e poderá novamente ajudar nas contas em 2019; no do café, destaca Guilherme Morya, esse impulso já acontece há alguns anos, entre outros motivos graças ao sucesso das cápsulas. Se as principais cadeias agrícolas tiverem um ano positivo, os fornecedores de insumos como fertilizantes e defensivos certamente não terão do que se queixar. Na área de defensivos, ainda há ajustes em curso.

As empresas do segmento iniciaram 2018 com dificuldades graças aos elevados estoques nas redes de distribuição, e houve forte aumento dos preços de algumas matérias-primas importadas em razão redução da produção na China, por restrições ambientais. Na de fertilizantes, diz Fernando Gomes, um dos problemas foi a greve dos caminhoneiros, que tumultuou as entregas em um momento importante de comercialização. Como em todos os demais elos do agronegócio, houve alta de custos de transporte de defensivos e fertilizantes em consequência da entrada em vigor do tabelamento dos fretes, benesse concedida pelo governo Temer para agradar aos caminhoneiros. Todo o setor ainda têm esperanças de que a tabela seja revogado nos primeiros meses da era Bolsonaro e que o "livre mercado" volte a dar o tom. Mas, independentemente disso, para os produtores de insumos resta a certeza de que, com ou sem tabela, faça chuva ou faça sol, a agricultura brasileira continuará em expansão. Nas próximas décadas. (As informações são do jornal Valor Econômico) 

 
2018: Um ano de desafios para a cadeia do leite

O ano de 2018 foi bastante desafiador para o mundo do leite em diversos aspectos. Um evento que impactou o setor foi a greve dos caminhoneiros, em maio, que afetou a produção primária, paralisou as atividades da indústria e consumiu os estoques dos laticínios e dos varejistas. Esses fatores, somado a menor oferta de leite na entressafra, resultou em valorização do preço do leite na cadeia produtiva. O lado ruim foi que diversos produtores e indústrias perderam elevados volumes de leite com a paralisação.

O custo de produção de leite registrou comportamento atípico em 2018. Os preços de milho e soja subiram em plena safra devido a um conjunto de fatores: quebra da produção argentina de grãos, redução da safra brasileira de milho e forte valorização do dólar frente ao real, além de reflexos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. A elevação dos preços de combustíveis, fertilizantes, defensivos e sementes também encareceu a produção de volumosos.

Em termos de rentabilidade, o início do ano foi muito ruim, com preços baixos e custos de produção em alta. No primeiro semestre, o preço nominal do leite ficou 8% abaixo do observado no mesmo semestre de 2017, enquanto os custos de produção subiram quase 6% no período analisado. Isso fez com que o preço real do leite recebido pelo produtor, deflacionado pelo custo (ICPLeite/Embrapa), registrasse queda real de 13,5%. Essa foi a perda de rentabilidade do produtor nesse período. Já no segundo semestre essa perda foi compensada pelo forte aumento do preço do leite ao produtor, que subiu 32,5% em termos nominais. Entretanto, o custo de produção seguiu em alta, com elevação de 15%. Assim, o preço real do leite, já corrigido pelo custo, registrou melhora de 12%. Nesse cenário, a rentabilidade média do produtor em 2018 piorou em 1,4% na comparação com 2017.

No caso da balança comercial, as importações brasileiras de lácteos que vinham baixas apresentaram forte crescimento em outubro e novembro, resultando em um déficit acumulado nos 11 meses de 2018 de 1 bilhão de litros de leite e cerca de 400 milhões de dólares. O preço internacional do leite em pó integral registrou forte queda ao longo do ano, chegando a 2.600 dólares por tonelada no início de dezembro. Na Argentina e Uruguai os preços também estão mais competitivos que no Brasil.

 
Figura 1. Preço do leite pago ao produtor, deflacionado pelo ICPLeite/Embrapa: R$/litro de 2015 a 2018. 
Fonte: Cepea e Embrapa, elaborado pela Embrapa.

Pelo lado da demanda, as vendas totais do varejo registraram crescimento de 4,25% no acumulado de janeiro a setembro 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Super e hipermercados tiveram aumento de 4,62% nas vendas, mas o setor de alimentos e bebidas apenas 2,27%. As projeções de crescimento da economia foram recuando ao longo do ano. Em janeiro, a previsão era de um PIB aumentando 2,66% em 2018 e agora o crescimento previsto é de apenas 1,30%. O desemprego segue em patamar elevado e os dados de renda melhoram muito lentamente. A boa notícia é que todos estes indicadores macroecômicos, apesar de ainda ruins, voltaram a registrar melhorias. Todos os números nos colocam em uma situação melhor que a de 2 anos atrás. Mas por todas essas adversidades, devemos fechar 2018 com uma produção de leite estagnada e um consumo muito baixo. A indústria de laticínios passa por um momento delicado, com dificuldade para repassar preços e margens de comercialização ruins. Um contexto que se arrasta já a dois anos. Para 2019, esperamos um cenário melhor, com elevada safra de grãos, o melhor crescimento do PIB desde 2013 e um mercado de leite mais robusto, possibilitando melhores margens na cadeia produtiva. (CILeite Embrapa)


SP: aprovado projeto de distribuição de leite sem lactose no Estado

Foi aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo projeto do deputado Luiz Fernando Ferreira que torna obrigatória a distribuição de forma contínua e gratuita de leite sem lactose às crianças de baixa renda, comprovadamente portadoras de intolerância à lactose.

O projeto segue para sanção do governador Márcio França.

Hoje a rede pública estadual distribui somente o leite de vaca normal para as crianças em idade escolar, independentemente de poderem ou não consumir. (As informações são do WebDiario, resumidas pela Equipe MilkPoint)
 

No radar
O presidente do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, Vergílio Perius, mantém a expectativa de que as cooperativas tenham uma subsecretaria no governo de Eduardo Leite (PSDB). O pedido já foi feito durante encontro com o governador eleito no mês passado. Na ocasião, no entanto, não estava definida a fusão das pastas do setor primário, agora confirmada. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 26 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.886

  Decreto que estabelecia restrições à comercialização de fatiados é revogado

O governador em exercício, deputado Marlon Santos, revogou, nesta segunda-feira, o Decreto nº 53.304, de 2016, que determinava regras restritivas à comercialização de frios e carnes a granel. A resolução entrou em vigor em 2018, para que os estabelecimentos e comerciantes tivessem um período de adaptação. 

Entre as normas instituídas pelo decreto estavam a climatização específica nos locais de venda e o fatiamento dos produtos na frente dos clientes em algumas categorias de alvará. 

A revogação do decreto foi editada por solicitação do governador em exercício, com o argumento de que as restrições previstas ampliavam o custo para adequação do comércio de fatiados e carnes a granel e favoreciam a venda de embutidos e carnes embaladas a vácuo em ambientes controlados. Com a revogação, segundo ele, são beneficiados principalmente os pequenos produtores. (Jornal do Comércio)
 
 

LEITE/CEPEA: ano se encerra com preço em queda

Os preços do leite pagos ao produtor encerram 2018 registrando a quarta queda consecutiva – o movimento de baixa foi iniciado em setembro em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A “Média Brasil” líquida de dezembro (referente à captação de novembro) fechou dezembro a R$ 1,2344/litro, redução de 13 centavos ou de 9,4% em relação ao mês anterior.

A baixa no campo esteve atrelada à desvalorização do leite spot e do UHT verificadas em novembro – vale lembrar que a movimentação desses derivados num mês influencia o valor do leite ao produtor a ser negociado no mês seguinte. Nesse sentido, da primeira para a segunda quinzena de novembro, a média do leite spot em Minas Gerais recuou 8,4%.

No caso do UHT negociado entre indústrias e atacado do estado de São Paulo, o preço caiu 14,8% (ou 37 centavos) de outubro para novembro. Atacados e varejos forçaram a desvalorização do leite UHT, numa tentativa de aquecer a demanda em novembro. Além disso, os preços também têm sido influenciados por certa especulação de agentes.

A percepção dos agentes é de que a produção está se elevando consideravelmente, mas os volumes amostrados pelo Cepea de outubro para novembro indicam crescimento controlado, estabilidade e até mesmo redução em algumas regiões. Essa limitação da oferta, por sua vez, se deve ao aumento dos custos de produção. Nos últimos meses, houve alta nos preços de importantes insumos da atividade, como a ração (como milho e farelo de soja), sal mineral, combustíveis e adubos.

Segundo colaboradores, os volumes negociados no mercado spot entre novembro e dezembro foram menores, o que, inclusive, influenciou uma elevação nos valores nesta última quinzena do ano. Além disso, não há estoques consideráveis de leite UHT, já que as indústrias têm como estratégia processar outros lácteos.

O movimento de desvalorização do leite ao produtor deve se manter em janeiro. No entanto, as recentes altas das cotações do spot e do UHT devem influenciar os preços no campo e podem, dependendo dos volumes de produção, segurar a intensidade da queda. A expectativa é de que os valores iniciem o ano acima dos patamares observados no começo de 2018, mas abaixo dos negociados em janeiro de 2017. (Por Natália Grigol, do CEPEA-ESALQ, USP)

Brasil é responsável por cerca de 7% do leite produzido no mundo

A posição do Brasil no cenário da produção de leite mostra uma performance competitiva no mercado internacional. Um estudo lançado nesta quinta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou que o país é responsável por cerca de 7% do leite produzido no mundo e é o quinto maior produtor mundial.

O compêndio Pecuária Leiteira: Análise dos Custos de Produção e da Rentabilidade nos Anos de 2014 a 2017 traz dados recolhidos em diversas localidades dos principais estados produtores: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia, Ceará e Rio Grande do Norte.

Segundo o documento, Minas Gerais é o maior estado produtor, com 27% da produção nacional, seguido dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, todos com média anual superior a um bilhão de litros.

Ainda de acordo com a publicação, a captação de leite é menor entre abril e junho, porém, praticamente constante durante todo o ano. “O produtor, ao tomar a decisão de captar, conhece os impactos do escoamento, do mercado, os custos de produção e o comportamento dos preços do leite e insumos utilizados no processo produtivo”, explica o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana.

Com relação ao comportamento dos preços recebidos pelos produtores, no período analisado, o predomínio de preços acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido em números-índices, indica que houve mais perdas do que ganhos reais. “Em geral, os produtores do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais e de São Paulo recebem preços melhores do que os das demais Unidades da Federação”, afirma Cleverton. “De acordo com nossa análise, isso ocorre em função das condições de oferta e consumo em cada um desses estados, sendo que os menores preços recebidos foram dos produtores de Rondônia”.

As análises completas do estudo do leite podem ser obtidas no Portal da Conab. CLIQUE AQUI para acessar o compêndio. (Agrolink)

 

Encontro marcado
O deputado federal Covatti Filho (PP-RS) aproveita a brecha entre Natal e Ano-Novo para conversar com a deputada Tereza Cristina (DEM-MS). Ela assume em janeiro o Ministério da Agricultura. Ele, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul. Os dois, colegas de Frente Parlamentar da Agropecuária, encontram-se hoje em Brasília. Na pauta, assuntos como a possibilidade de o Estado retirar a vacinação contra a febre aftosa - pedido para a realização da auditoria já foi encaminhado. Outro ponto a ser debatido é o Funrural. O prazo para adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural termina no dia 31. (Zero Hora)

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.885

  Quais serão os primeiros desafios de Covatti Filho na Secretaria da Agricultura

 
 
São dois temas extremamente sensíveis os primeiros desafios que o novo secretário da Agricultura, o deputado federal Covatti Filho (PP-RS), confirmado na sexta-feira (21), terá pela frente no comando da pasta. 
 
A definição sobre a retirada ou a manutenção da vacina contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul será um deles. O Estado já solicitou ao Ministério da Agricultura a realização de auditoria no primeiro trimestre de 2019. Essa inspeção é uma espécie de checklist, que dirá se os gaúchos têm ou não condições de deixar de realizar a imunização com segurança.
 
A pressa em definir um caminho veio depois que os paranaenses decidiram suspender a vacinação já no próximo ano. Com isso, o Rio Grande do Sul ficaria isolado em relação aos outros dois Estados do Sul (Santa Catarina já é livre da doença sem vacinação).
 
 O fim da imunização é visto com cautela entre os produtores do RS, embora todos reconheçam a necessidade de se fazer uma avaliação, uma vez que os paranaenses já deram o primeiro passo em busca da mudança do status sanitário.
 
Outro assunto ainda mais espinhoso é relacionado ao agrotóxico 2,4-D. Laudos da Secretaria da Agricultura comprovaram que em 52 de 53 amostras analisadas havia resíduos do herbicida utilizado em lavouras de soja. O produto tem provocado perdas – na Campanha, em média, de 40% – em parreiras, em oliveiras e outras culturas e está no centro de investigação do Ministério Público Estadual.
 
Reeleito para o segundo mandato como deputado federal, Covatti Filho tem 31 anos, nasceu em Frederico Westphalen e é filho de políticos: da deputada reeleita Silvana Covatti e do ex-deputado federal Vilson Covatti. Na coletiva de anúncio da nomeação, ele falou ainda sobre outro problema que deve pautar as ações da pasta: a crise no leite. 
 
– Nosso canal será de diálogo – afirmou.
 
Presidente da Federação da Agricultura, Gedeão Pereira avalia como positiva a escolha do progressista para o comando da secretaria da Agricultura.
 
– É um nome bem-vindo. Terá desafios importantes pela frente, principalmente na área de agroquímicos e de aftosa  opina o dirigente.
 
Sobre a unificação da Secretaria do Desenvolvimento Rural, o governador eleito Eduardo Leite (PSDB) afirmou que "não há redução do tamanho da política pública" voltada ao segmento. (Zero Hora)
 
 
Mercado futuro de lácteos estreia na Argentina com 50 mil litros negociados
 
O mercado de futuros lácteos foi lançado pela Secretaria Nacional do Agronegócio em meados do mês passado na Argentina. Embora algumas questões sobre o funcionamento do mercado futuro tenham sido levantadas, fontes da indústria indicaram que no primeiro dia, 25.000 litros foram operados para março de 2019 a 9,70 pesos (US$ 0,25) por litro e 25.000 litros para abril de 2019 a 9,85 pesos (US$ 0,26). O total negociado na primeira rodada foi de 50.000 litros.
 
"Sempre que um novo produto é listado, o primeiro dia de operações é sempre mais cauteloso, o mercado está olhando para o seu movimento, como ele começa e está esperando pelos preços de referência", disseram eles. "Temos que esperar até sexta-feira, o último dia da semana", acrescentaram. Segundo fontes da Secretaria de Agricultura, a cobertura funcionará como "uma ferramenta para minimizar o risco econômico gerado pela volatilidade dos preços".
 
"Um produtor será capaz de saber quanto valerá o litro de leite em abril ou dezembro do ano que vem, como acontece com os grãos", disse o secretário de Agricultura, Luis Miguel Etchevehere, em uma apresentação na qual ele foi acompanhado por seu gabinete e autoridades de Matba, Rofex e Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV).
 
A verdade é que é cedo demais para fazer um balanço, ou entender que essa será a tendência do preço do leite para os próximos meses, mas serve para ver os primeiros movimentos de um mercado que tem como objetivo servir de cobertura e referência para preços futuros. Há especialmente expectativas de que apareçam as primeiras operações em dólares que - se presume - serão as dominantes. (As informações são do La Nación, traduzidas e adaptadas pela Equipe Milkpoint)
 
 
SDR investiu R$930 milhões
 
A Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) investiu, de 2015 a 2018, R$ 930 milhões em políticas públicas voltadas à agricultura familiar, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e famílias assentadas. Diante deste resultado e do trabalho em andamento, o secretário Tarcísio Minetto manifestou o desejo de ver a manutenção da pasta no futuro governo, ontem, em entrevista coletiva. “Dada a diversidade do público atendido por nossas políticas seria interessante manter a estrutura atual e um olhar diferenciado para os pequenos produtores”, defendeu. 
 
Caso o novo governo, de Eduardo Leite, opte pela fusão da SDR com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Minetto não descarta a possibilidade de paralisação de programas e convênios, mesmo que por um período curto, até que seja ajustada toda a burocracia de transferência para outra pasta. O custo operacional da SDR, que tem 208 funcionários (sendo 49 com cargos em comissão), gira em torno de R$ 12 milhões ao ano. Por ter uma alinhamento com políticas federais, como as ações de combate à pobreza extrema, a SDR captou grande parte dos recursos aplicados pelo Ministério do Desenvolvimento Social no Rio Grande do Sul. São R$ 202 milhões de convênios federais em execução. De 2015 a 2018, a maior fatia do orçamento da SDR, de R$ 678,6 milhões, foi aplicada em assistência técnica e extensão rural e social por meio da Emater. 
 
O presidente da Emater, Iberê de Mesquita Orsi, diz que, mesmo que 450 funcionários tenham sido desligados da instituição no período, “não diminuiu em nada o serviço prestado”. (Correio do Povo)
 

ENXUTA, MAS EFICIENTE
Vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, a Emater muda de mãos em fusão com a Agricultura. Presente em 494 municípios, o órgão presta extensão rural e assistência técnica a cerca de 230 mil famílias, contando com 2,16 mil funcionários. Dentro da redução de custos, houve duas etapas de desligamento incentivado. No total, a redução foi de 450 pessoas. “Mas não se diminuiu em nada o serviço. Inclusive, não houve redução no campo”, afirma o presidente Iberê Orsi. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 20 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.884

Startups gaúchas se destacam nacionalmente na criação de soluções tecnológicas para a cadeia produtiva do leite

Utilizar soluções tecnológicas para auxiliar os produtores de leite no manejo das vacas e, consequentemente, reduzir custos e agilizar o trabalho nas propriedades, tem se tornado uma tendência do setor. O Desafio das Startups competição que integrou o Ideas for Milk 2018, evento promovido pela Embrapa Gado do Leite, premiou três startups que têm como atuação principal simplificar a vida no campo e na indústria. Entre elas, duas gaúchas se destacaram na competição.

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, é indispensável reconhecer essas iniciativas e torná-las cada vez mais acessíveis para os produtores de leite e a indústria. "O setor lácteo está permanentemente em um processo de modernização e isso passa diretamente pelo investimento em tecnologia", afirmou Palharini, que participou da escolha dos vencedores. 

"Traduzir a opinião das vacas." Este é o principal objetivo da CowMed AS, startup criada pelos irmãos Leonardo e Thiago Guedes que, atualmente, conta com uma equipe de seis especialistas.  Para isso, a empresa desenvolveu uma coleira capaz de mensurar os principais parâmetros comportamentais relacionadas à saúde e à reprodução dos animais. A tecnologia pode ser aplicada individualmente ou em lotes e foi pensada para pequenas, médias e grandes propriedades leiteiras.

Os dados são coletados por antenas e enviados para a nuvem, onde a ferramenta VIC (Virtual Interpreter of Cows) analisa os animais e emite alertas para os produtores, que vão desde sinais sobre o comportamento do cio até a indicação do melhor horário para realizar a inseminação. O produtor recebe as informações coletadas pelo programa por meio de software web de monitoramento ou aplicativo mobile. É possível comprar a tecnologia ou adquirir um plano de pagamento mensal.

De acordo com os desenvolvedores do projeto, o monitoramento dos animais permite obter uma pecuária mais precisa. Além disso, esse monitoramento pode servir de base para criar ferramentas que potencializem a produtividade. A empresa conta com um portfólio de mais de 15 mil animais monitorados em 11 estados brasileiros e mais de 30 milhões de horas de comportamento animal. A ideia rendeu para a equipe o segundo lugar no Desafio das Startups do Ideas for Milk 2018.

Se a CowMed SA focou no comportamento das vacas, a Startup Z2S Sistemas Automáticos levou conhecimentos da engenharia elétrica para o campo para auxiliar na limpeza e higienização da produção de leite. O engenheiro eletricista Elias Francisco Sgarbossa projetou em seu trabalho de conclusão de curso da faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade de Passo Fundo (UPF), com o apoio da Agência de Inovação Tecnológica da (UPF), um sistema automático para limpeza de ordenhadeiras canalizadas. O ROV funciona automaticamente e funciona em horário programado, sempre 30 minutos antes da ordenha.

Em 2017, a startup foi incorporada ao UPF Parque e, no final de 2017, foram anexados ao portfólio de serviços da Z2S mais dois equipamentos de limpeza e higienização. O SALT é responsável pela limpeza de tanques de resfriamento de leite e o ROVTL auxilia os produtores na higienização entre ordenhadeiras e transferidores de leite. Os sistemas funcionam a partir de um microcontrolador com firmware embarcado, escrito em linguagem C e podem ser integrados ou serem utilizados de forma independente. Todo o processo ocorre de maneira automática, incluindo o controle e o monitoramento de temperatura, dosagem de produtos químicos e acionamento dos motores.

O sistema ROV nasceu de uma demanda particular de Sgarbossa. Filho de produtores de leite, o engenheiro eletricista notou que a família levava muito tempo realizando o processo de limpeza da ordenhadeira. A partir disso, iniciou testes do protótipo na fazenda e o resultado foi surpreendente. Em um ano, o equipamento proporcionou redução de 87% na Contagem Bacteriana Total (CBT) do leite, atingindo níveis inferiores a 2mil UFC/ml.

Além disso, a sustentabilidade também foi ampliada na produção da fazenda, tendo em vista que o equipamento reduziu em 50% o consumo de detergentes e 20% o consumo de água. Os engenheiros eletricistas Adriano Luis Toazza e Charles Bortolanza também integram a startup que ficou em terceiro lugar do Desafio das Startups da Ideas for Milk 2018. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
PIB gaúcho registra alta de 3,8%

Depois da retração no primeiro semestre, o PIB gaúcho teve aumento expressivo no terceiro trimestre, com crescimento de 3,8%. A economia nacional, também positiva, evoluiu 1,3%. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em coletiva na Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). A Indústria é o setor gaúcho que mais cresceu no comparativo entre o terceiro trimestre de 2018 e igual período do ano anterior: 11,2% do valor adicionado. Variações positivas também na Construção Civil (4,8%) e na Agropecuária (1,0%). 

Já o setor de Serviços teve declínio de 0,7%. A variação acumulada do PIB regional em comparação à do país em 2018 evidencia que o Estado começa a se aproximar do rendimento Brasil, com acumulado de 0,7% de janeiro a setembro, enquanto o PIB Brasil registra avanço de 1,1% no ano. Para o coordenador de pesquisas da Fipe, Eduardo Zylberstajn, são resultados que sinalizam retomada cíclica da pior recessão que o país já enfrentou como República. "Os números evidenciam que há espaço para, no mínimo, termos uma retomada cíclica do crescimento em termos nacionais. 

Já em 2019, dependendo das medidas de ajuste que sejam tomadas, há expectativa de que o crescimento se torne realmente continuado." A Fipe sinaliza para 2019 divulgações mensais do PIB regional. "Nossos indicadores não serão uma caixa-preta", disse Zylberstajn, prometendo detalhar metodologia dos indicadores previstos no contrato com a Fipe. O trabalho será feito com o Departamento de Economia e Estatística (DEE) da SPGG. Para Alfredo Meneghetti Neto, diretor do DEE, "o debate e a troca de ideias só tende a qualificar os dados". O governo, via SPGG, retomou a divulgação dos indicadores a cargo da Fipe. A publicação foi paralisada em razão de liminar, cassada após recurso interposto pelo Estado e pela Fipe na Justiça. "Esperamos que o processo tenha continuidade em 2019, pois esse trabalho é relevante para promover as políticas públicas que o RS necessita", disse o titular da SPGG, Josué Barbosa. (Correio do Povo)

Expectativas do agro enfrentarão obstáculos

Estudiosos do comércio internacional não acreditam que as sinalizações feitas por integrantes do governo federal eleito à cadeia produtiva rural, de mudanças nas relações com o Mercosul, serão concretizadas com facilidade. Um desses casos é o do leite. Nesta semana, em reunião com a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, representantes do setor pediram o estabelecimento de cotas de importação, para evitar que volumes exagerados entrem no país, e ficaram animados, por terem ouvido que o assunto não pode ser "negligenciado" e porque, em outras ocasiões, a interlocutora já defendeu a revisão do acordo com o bloco. 

O coordenador do Grupo de Pesquisa CNPq Geopolítica e Mercosul e professor da curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Charles Pennaforte, observa que é viável estabelecer cotas e taxas, ou proibir a importação, mas adverte que isso vale para ambos os lados. Pennaforte considera que o caminho não é criar medida protecionista e "clima de rivalidade", mesmo que se saiba que o Brasil está em desvantagem na comparação dos custos de produção com os países vizinhos. Defende ainda que o caminho não é revisar o Mercosul, mas fortalecê-lo. "Se joga em cima do Mercosul toda má sorte sobre o que vem ocorrendo em termos de comércio", diz. "Mas qualquer passo a ser dado tem que ser muito bem avaliado tecnicamente, por pessoas que realmente tenham conhecimento aprofundado do assunto", sugere. 

O professor do Departamento de Economia da Unijuí, que estuda negociações comerciais multilaterais, Argemiro Brum, não acredita que a ministra tenha "tanta força e condições políticas" para proibir a importação ou estabelecer taxas. Ele sustenta que seria mais fácil para o Brasil propor alguma medida se conseguisse provar que há práticas irregulares do lado uruguaio, como dumping ou triangulação comercial. "Talvez, o melhor caminho seja uma conversa entre os dois países, mas nada acontece do dia para a noite". 

Ao mesmo tempo, o presidente da Comissão de Leite na Federação da Agricultura (Farsul), Jorge Rodrigues, afirma que o país deve tomar uma medida urgente. "O Ministério da Agricultura também é do Abastecimento e precisa tomar providências para controlar o abastecimento e a demanda interna", cobra, ao enfatizar que o produtor vive uma "situação crítica". O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, diz que o uso de cotas de importação geraria previsibilidade para o setor. Lembra que em outubro e novembro a entrada de lácteos, principalmente da Argentina, saltou 58% na comparação com os primeiros nove meses do ano. Também disse que este "exagero" desestabiliza a cadeia no Rio Grande do Sul, que já concorre em nível de desigualdade por conta dos preços insumos. (Correio do Povo)

Exportações lácteas argentinas crescem 80% em outubro; quantidade representa 19% da produção
 
Em outubro, as exportações de produtos lácteos argentinos se recuperaram: cresceram 80% em relação ao mesmo mês do ano passado e chegaram a 226 milhões de litros de leite cru, segundo estudo do Instituto de Estudos sobre a Realidade Argentina e Latino-Americana (Ieral), da Fundación Mediterrânea.
 
"Temos que voltar até outubro de 2015 para encontrar um fluxo de magnitude similar. Nos últimos três meses, a colocação de produtos no mercado externo representa aproximadamente 19% do leite cru produzido no país", destacam Juan Manuel Garzón e Nicolás Torre, autores do relatório. Este é um fato que mostra que, até outubro, as exportações aumentaram como destino da produção local. "A recuperação das margens no setor exportador explica o crescimento dos embarques. Em meados de 2018, a margem bruta de uma operação de exportação de leite em pó equivalia a 50% do custo do leite cru incorporado, percentual muito mais alto do que nos dois anos anteriores", afirma o estudo.
 
Mas em outubro uma luz de alerta foi acesa: o indicador de margem bruta, que o Ieral elabora, estava abaixo de 30% (limite crítico) devido à combinação de três fatores:
 
• declínio no preço internacional dos produtos lácteos;
• retorno das tarifas de exportação e;
• redução de restituições a vendas globais.
 
"Em setembro de 2018, o governo nacional decidiu reaplicar as tarifas de exportação de todos os produtos que a Argentina envia para o exterior, incluindo os lácteos. Desta forma, os produtos lácteos voltam a ter tarifas de exportação, após quase 10 anos sem serem atingidos por este imposto nocivo", explicaram Garzón e Torre.
 
É estimado que a arrecadação (líquida) obtida pelo governo a partir das exportações lácteas (descontadas as restituições) atingiu - aproximadamente - 25 milhões de dólares nos últimos 4 meses do ano. "Supondo que a incidência do imposto caísse completamente no primeiro elo da cadeia, os produtores estariam renunciando a US$ 0,24 por litro de leite produzido. Mas esse número deve ser comparado com a economia que o impacto das retenções nos principais insumos alimentares (farinhas de milho e proteína) significa para a ligação primária, a fim de determinar o resultado líquido das tarifas de exportação", reconhece o relatório.
 
Em relação à ordenha, a produção de leite cru cresceu 5,6% nos dez primeiros meses do ano. No primeiro trimestre, os preços foram passados, mas recuperados pelo impulso das exportações. "O ano terminará claramente melhor do que começou, embora os valores finais não sejam (em poder de compra) muito diferentes dos observados há dois anos", adverte a Fundación Mediterránea.
 
Se a referência é em dólares, os valores locais são muito mais baixos que outros lugares regionais (Uruguai, Brasil, Chile). "Esta é a primeira grande dissociação desde a crise de 2015/16 e uma das maiores nos últimos 15 anos", diz o relatório. Em outubro de 2018, o leite cru local recebeu 7,2 centavos de dólar (por litro) a menos que no Uruguai e 14,9 centavos a menos do que no Brasil.
 
"Mas não deve surpreender que, após a significativa depreciação do peso, muitos produtos da economia argentina tenham sido 'baratos' (em termos relativos), medidos em dólares. Espera-se uma recuperação dos valores - mais lenta ou mais rápida - dependendo de como evoluem os fatores de mercado, macroeconômicos e de política comercial, particularmente o sucesso do governo em estabilizar o preço do dólar e reduzir a taxa de inflação", analisa o estudo.
No mercado interno, o cenário é complexo. Atualmente, a cadeia de lácteos enfrenta demanda doméstica enfraquecida, com deterioração na capacidade de consumo das famílias, particularmente nos segmentos assalariados.
 
Embora o preço do leite cru esteja se recuperando, projeções indicam que as fazendas leiteiras verão sua lucratividade deteriorada no ciclo 2018/19, em comparação com as duas últimas safras. Em fazendas com menor produtividade, as margens permanecerão vermelhas, de acordo com a projeção da Fundación Mediterránea. (As informações são do Clarín, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

LEITE LIVRE
Bruno Girão, CEO da Betânia Lácteos, líder da indústria leiteira do Nordeste, explica: o Brasil teve neste ano grande safra de leite. No Ceará, a produção subiu 17% e o consumo desceu 8%. Diante da excessiva produção, a indústria do Sul e Sudeste manda para o Nordeste o seu excedente, forçando a baixa do preço (sábado, 15, um litro de leite integral, produzido no Ceará, custava R$ 2,56). É um fato produzido pela concorrência do livre mercado. Mas o presidente da Faec, Flávio Sabóya, preocupa-se com o pequeno produtor, responsável por 75% do leite produzido no Ceará. "Ele está sendo prejudicado, pois o preço do que ele produz desabou". Por isto, Sabóya entregou ao governador Camilo Santana um documento no qual pede um aumento da alíquota do ICMS incidente sobre o leite importado de outros estados ou países. Neste momento, a indústria cearense tem, estocados, 20 milhões de litros de leite longa vida. (Fonte Diário do Nordeste)

 

 

Porto Alegre, 19 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.883

Sindilat pede ao futuro governo equidade na competitividade com o Mercosul

O Sindicato das Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul (Sindilat) pediu à nova ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e aos futuros secretários da Receita Federal, Marcos Cintra, e de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, equidade nas condições competitivas dos lácteos brasileiros com os importados do Mercosul. A solicitação contempla negociação de cotas para entrada dos produtos no Brasil, isonomia tributária em todos os elos da cadeia láctea, o fim da guerra fiscal entre estados e auxílio para retirada do excesso de leite em pó do mercado nacional. 

A reunião ocorreu em Brasília nesta terça-feira, na sede do Governo de Transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). "Pedimos que houvesse uma compra governamental para aliviar a pressão no mercado interno, pois, nos últimos dois meses, entrou no país o dobro da quantidade de leite do que no mesmo período do ano passado. O setor está trabalhando no prejuízo devido à pressão interna sobre o preço", argumentou Guerra. A mesa foi coordenada pelo senador eleito Luís Carlos Heinze e contou com a presença do deputado federal Jerônimo Goergen, além de representantes dos setores de arroz, alho, maçã, trigo, uva e vinho dos três estados do Sul do Brasil.

Segundo Guerra, a ministra garantiu que está em tratativas para que o governo absorva parte do excedente de leite em pó do mercado nacional. De acordo com ele, o governo demonstrou estar aberto ao diálogo e a ouvir os setores. "Ela falou que nós, enquanto país, temos que ter voz ativa pela importância e pelo tamanho que temos no Mercosul, e não negligenciar. Disse também que tem reunião agendada na Argentina, em janeiro, para tratar das disparidades do Mercosul", comentou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Conseleite PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 18 de Dezembro de 2018 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Novembro de 2018 e a projeção dos valores de referência para o mês de Dezembro de 2018, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. (Faep)

Conseleite SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 13 de Dezembro de 2018 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, prova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Novembro de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Dezembro de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (Faesc)

 
Estoques e diversificação do consumo de queijos desafiam laticínios dos EUA

Os estoques excedentes de queijo continuam a se acumular em níveis sem precedentes nos Estados Unidos, levando produtores a temer que a montanha siga crescendo e force um número maior de laticínios a fechar suas portas. Cerca de 1,8 milhão de toneladas de queijos como o cheddar, entre outros, estão estocados em armazéns refrigerados no país, o maior volume desde que os registros começaram a ser feitos, há um século. Um dos motivos para esse excesso foi o aumento da produção dos fabricantes de queijo antes de as tensões no comércio exterior terem restringido as exportações. Mas a mudança no gosto dos consumidores domésticos também afetou o cenário para os fabricantes de queijos. Muitos estão precisando pagar para armazenar esse excedente de queijo, na esperança de que demanda e preços melhorarem. "Há uma tonelada inteira de produtos antigos parados", disse Nate Donnay, diretor do boletim "Dairy  Market Insight" na INTL FCStone Financial. O queijo, cuja vida nas prateleiras é limitada, passa a valer menos depois de ficar semanas em armazéns refrigerados. Os produtores temem que o excesso e a decorrente queda nos preços possam reduzir seus lucros. O preço no mercado à vista para barras de 18,4 quilos de cheddar, por exemplo, caiu cerca de 25% em 2018 em relação a 2014. As exportações de queijo foram impactadas depois que o México e a China, grandes importadores, instituíram tarifas retaliatórias contra o queijo e o soro de leite dos EUA. Em setembro, as remessas de queijo para o México caíram 10% na comparação anual, segundo o Conselho de Exportação de Laticínios americano. Para a China, a queda foi de 63%. 

Nos EUA, os americanos nunca consumiram tanto queijo quanto em 2017. Mas eles vêm trocando queijos americanos processados por variedades estrangeiras. O consumo per capita de muçarela já é maior que o de cheddar desde 2010. O consumo per capita de queijo processado caiu pela metade desde 2006. As vendas de pizzas ajudaram a impulsionar a muçarela à liderança do mercado de queijos dos EUA, dizem analistas. O varejo também abastece cada vez mais as prateleiras com queijos importados e menos variedades típicas, à medida que os americanos se afastam dos alimentos processados e se aproximam dos produtos mais diferenciados. Mas essa busca por queijos diferentes dos usuais nos EUA representa um desafio para os grandes produtores. A irlandesa Glambia , uma das maiores produtoras de cheddar do mundo, aparentemente está confiante. Está construindo uma fábrica de US$ 470 milhões em Michigan e vai expandir sua unidade no Novo México. "Embora os mercados de queijo possam ser inerentemente cíclicos, as tendências de longo prazo apontam para uma ascensão no consumo global de laticínios", afirmou um porta-voz da companhia. Mas algumas fabricantes de queijo estão ajustando suas operações para produzir novas variedades populares. Um exemplo é a Sargent Foods, de Wisconsin, que adicionou à sua linha de queijos fatiados os tipos gouda e havarti. A Schuman Cheese, de Nova Jersey, passou a produzir parmesão, entre outras "novidades". Elas vão enfrentar a concorrência de produtores externos em busca de maior participação do mercado americano. A Royal FrieslandCampina, da Holanda, comprou neste mês a importadora Jana Foods, de Nova Jersey, por um valor não revelado. A maior fabricante mundial de gouda e de outros tipos de queijo holandeses pretende dobrar sua receita nos EUA em três anos. Varejistas americanos também vêm modificando suas linhas e passando a oferecer mais produtos especiais e importados, mais caros do que as fatias de cheddar. A rede Kroger, por exemplo, expandiu sua seleção de queijos desde que comprou em 2017 a Murray's Cheese, de Nova York. 

O executivo-chefe da empresa, Rodney McMullen, disse que desde então ele próprio e sua esposa começaram a comprar outros tipos de queijo. "Não conhecíamos outros melhores". As empresas cujo sucesso se baseou em queijos processados como o cheddar ainda apostam nesses tipos, confiando no crescimento das exportações. Os números dos embarques de outubro mostraram melhora, inclusive para o México, um dos maiores importadores. A oferta no curto prazo, contudo, vem derrubando o preço do leite e do queijo. Isso também vem prejudicando os fazendeiros que abastecem os fabricantes. Os preços do leite caíram aproximadamente 40% em comparação ao pico de 2014, quando muitos pecuaristas aumentaram seus rebanhos leiteiros. Agora, diante do declínio dos preços, muitas fazendas vêm fechando as portas. Neste ano, só em Wisconsins mais de 600 estabelecimentos deixaram de operar. Stan Ryan, executivo-chefe da Darigold, de Seattle, controlada pela cooperativa Northwest Dairy Association, disse que a queda dos preços vem derrubando os lucros dos cerca de 450 fazendeiros associados. "Está muito difícil para os produtores de laticínios permanecerem no jogo", disse Ryan, acrescentando que mais de 25 de seus fazendeiros fecharam as portas nos últimos 12 meses. (Tradução de Sabino Ahumada) (Valor Econômico)

NOVA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO
Fernando Schwanke, engenheiro florestal e ex-prefeito de Rio Pardo, foi confirmado ontem no comando da nova Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo, apresentada junto com toda a estrutura do futuro Ministério da Agricultura. Entre outras atribuições, a secretaria terá de buscar alternativas de negócios, qualificação na assistência técnica e extensão rural e fortalecimento do cooperativismo. Para absorver funções de unidades que estavam abrigadas em outras estruturas, a pasta que será comandada por Tereza Cristina contará com mais duas novas secretarias, além da agricultura familiar: Especial de Assuntos Fundiários, que será comandada pelo ruralista Luiz Antônio Nabhan Garcia, e de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, ainda sem titular definido. (Zero Hora)

 

 

 

Porto Alegre, 18 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.882

Leite termina 2018 em queda, mas acima do padrão de 2017

O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul fecha o ano em R$ 1,0057, queda projetada de 5,58% para o mês de dezembro em relação ao consolidado de novembro (R$ 1,0652). No acumulado de 2018, no entanto, houve valorização em relação aos valores praticados em 2017. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (18/12) pelo Conseleite, houve uma elevação nominal média de 15,59% no valor de referência, a maior variação percentual anual desde 2006. Contudo, se considerarmos a inflação (IPCA), a valorização real em 2018 em relação a 2017 é de 11,42%, o que resulta em um valor médio do ano de R$ 1,1012, abaixo das médias corrigidas de 2016 (R$ 1,1058) e 2013 (R$ 1,1258). "O ano de 2018 foi melhor do que 2017 tanto para o produtor quanto para a indústria", constata o professor UPF Eduardo Finamore, responsável pela pesquisa. Otimista, ele acredita que 2019 será um ano de nova recuperação. "O que o mercado está sinalizando é que teremos pela frente um ano de bons preços", indica, pontuando que a retomada deve vir a partir do início do ano, quando, tradicionalmente, o consumo das famílias é reaquecido. Para o final deste 2018, a previsão do Conseleite é de queda na produção no campo em função do clima, o que reforça a projeção de alta de preços para os próximos meses.

Os números de dezembro refletem diretamente o desempenho do mercado do leite UHT e do leite em pó, dois produtos que puxam o mix no Rio Grande do Sul.  "De janeiro a dezembro de 2018, o UHT acumulou alta de 7,49% e o leite em pó, 6,25%", acrescentou Finamore. Comparando dezembro de 2018 com o mesmo mês de 2017, verificou-se que o leite UHT manteve-se praticamente nos mesmos patamares (0,61%), enquanto o pó teve alta de 20,75%. 

Segundo o presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, infelizmente, a valorização apresentada nos números traz pouco da realidade do campo, onde os produtores enfrentam alta de custos. E lembrou de recente compromisso assumido pela futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina Costa Dias, com o setor para revisar o ingresso de lácteos do Mercosul no Brasil. "Isso nos traz otimismo em um momento difícil para a atividade". O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, indica que o ajuste cambial garantiu estabilidade de preços dos insumos, o que tornou a produção mais rentável tanto em Minas Gerais quanto no Rio Grande do Sul. Palharini indicou que o caminho para a maior estabilidade do mercado é fomentar as exportações. "Temos clientes importantes a conquistar para equilibrar o mercado", salientou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


FOTO: CAROLINA JARDINE 

 
GDT
 

Fonte: GDT 

EUA: apesar das tarifas de retaliação, exportações de lácteos devem registrar ano recorde

As exportações de lácteos dos EUA estão a caminho de um ano recorde, apesar das vendas estáveis tanto em volume quanto em valor em outubro, devido a uma perda de vendas para a China desde a implementação das tarifas de retaliação.

 

As exportações de leite em pó, soro de leite, queijo, lactose e manteiga para a China caíram 47% em outubro, enquanto as exportações dos EUA aumentaram 14%, com grandes ganhos nas vendas para o Sudeste Asiático e México. Em uma base total de sólidos de leite, as exportações dos EUA foram equivalentes a 15,3% da produção de leite dos EUA em outubro, elevando o percentual acumulado do ano para 16,3%. O recorde anterior tinha sido de 15,4% em 2013.

Nos quatro meses desde que a China colocou as tarifas adicionais em vigor, as exportações de soro do leite dos EUA para a China caíram 36% (-6.909 toneladas/mês) em comparação com o ano anterior. As vendas de leite em pó desnatado caíram 54% (-1.333 toneladas/mês), as vendas do leite em pó integralcaíram 97% (-1.288 toneladas/mês) e as exportações de queijo caíram 56% (-752 toneladas/mês). Em uma base de valor, as exportações totais de lácteos para a China caíram 36% no período de julho a outubro. Enquanto isso, as exportações para o México e o Sudeste Asiático aumentaram 25% e 29%, respectivamente, em outubro (em termos de valor) - principalmente devido à melhora nas vendas de leite em pó desnatado.

As exportações norte-americanas de leite em pó desnatado totalizaram 60.672 toneladas em outubro, um aumento de 19% em relação ao ano anterior. O total de 2018 nos primeiros 10 meses - 617.096 toneladas - já estabeleceu uma nova alta anual, faltando ainda dois meses para terminar.

As vendas para o México (32.734 toneladas, +37%) continuaram pesadas em outubro, enquanto as vendas para o Sudeste Asiático aumentaram 39% (uma alta de seis meses de 20.401 toneladas, principalmente Indonésia, Filipinas e Malásia). Em contraste, as vendas para a China, Peru, Paquistão, Japão e região do Oriente Médio/Norte da África (MENA) foram insignificantes, com uma queda de mais de 5.800 toneladas entre elas em comparação com um ano atrás.

Os fornecedores dos EUA também venderam volumes maiores de leite em pó integral para o sudeste da Ásia. As exportações totais de setembro foram de 4.227 toneladas (+124%) e quase a metade foi para o Vietnã. Em contraste, as vendas para a China foram de apenas 38 toneladas, uma fração do que foi enviado no ano passado. As exportações do leite em pó integral dos EUA dobraram este ano.

As exportações de soro de leite (whey) em outubro foram de apenas 40.765 toneladas, uma queda de 19% em relação a um ano atrás. Todas as subcategorias de soro apresentaram quedas nas vendas. As exportações para a China em outubro foram de apenas 10.167 toneladas (-51 por cento), o pior mês desde novembro de 2015. Pelo terceiro mês consecutivo, a maior parte do declínio veio de vendas menores de soro de leite modificado (permeado). Mais uma vez, os fornecedores desviaram as vendas do produto para o Sudeste Asiático, onde os volumes subiram 19%, incluindo vendas recordes do mesmo. As vendas para o Japão e a Coreia do Sul também foram maiores.

 

As exportações de queijos (26.931 toneladas) ficaram semelhantes às do ano anterior em outubro. As vendas de queijos para o México melhoraram apesar das tarifas retaliatórias, com um aumento de 31% em comparação a um volume fraco comparável. Os fornecedores dos EUA também registraram vendas mais baixas para a China (-59%), Japão (-26%) e Austrália (-25%). Os ganhos mais notáveis foram registrados nas vendas para a região MENA (+36%) e Sudeste Asiático (+28%).

As exportações de lactose totalizaram 29.070 toneladas em outubro, o menor valor em 17 meses (base média diária). Os embarques para a China caíram 9%, após a implementação de novas tarifas no final de setembro, enquanto as vendas para o Sudeste Asiático caíram 18% e as exportações para a Nova Zelândia foram uma baixa de oito anos. As vendas para o Japão, em contraste, aumentaram 39%.

As exportações de manteiga totalizaram 5.603 toneladas (+ 75%), a maior em mais de quatro anos. Os ganhos foram liderados pelo recorde de vendas para o México (3.156 toneladas). As exportações de leite fluido e creme subiram 18%. As vendas para o Canadá e o México foram as mais altas do ano.

Os fornecedores despacharam 176.948 toneladas de leite em pó, queijo, manteiga, produtos de soro e lactose em outubro, um aumento de 2% em relação a outubro de 2017. As exportações totais dos EUA foram de US$ 459,8 milhões, 1% abaixo do ano anterior. Nos primeiros 10 meses de 2018, as exportações de lácteos totalizaram US$ 4,71 bilhões, 4% a mais do que no mesmo período de 2017, enquanto o volume total subiu 15%.

Em uma base total de sólidos de leite, as exportações dos EUA foram equivalentes a 15,3% da produção de leite dos EUA em outubro, elevando o percentual acumulado do ano para 16,3%. (As informações são do USDEC, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 
Preço do UHT recua pelo 4º mês consecutivo

Leite UHT - A cotação do leite UHT registrou queda pelo quarto mês seguido em novembro. A média no atacado do estado de São Paulo foi de R$ 2,1077/ litro, baixa de 14,83% em relação a outubro. Para o queijo muçarela, o recuo foi de 3,72% no mesmo período, com o quilo do produto a R$ 17,65.

Na comparação com novembro do ano anterior, o valor do leite longa vida recuou 3,24%; porém, o queijo muçarela se valorizou fortes 20,23%. Em nov/17, o UHT custava, em média, R$ 2,1784/litro e a muçarela, R$ 14,68/kg. O movimento de queda dos produtos entre outubro e novembro está atrelado à baixa demanda e à elevada oferta do produto. Devido à instabilidade do mercado de lácteos, os canais de distribuição também pressionaram os valores. Diante da dificuldade nas negociações, alguns laticínios optaram por reduzir os preços para escoar os estoques, sendo que alguns diminuíram a produção ou migraram para outros produtos, visando evitar o acúmulo de produto estocado. Em dezembro, o mercado do leite longa vida já mostrou reação. De 03 a 13 de dezembro, a elevação dos valores do UHT foi de 3,28%, com média de R$ 2,0227/litro. Já o queijo muçarela se desvalorizou 2,13%, com preço médio de R$ 16,8585/kg - porém, a previsão também é de aumento nos valores. Essa pesquisa conta com o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).  (Cepea)

 
 
 

Condorelli assume o Senar
A partir de 1° de janeiro de 2019, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS) terá como superintendente o zootecnista Eduardo Condorelli. Ele assume junto com a nova diretoria da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), que continuará a ser presidida por Gedeão Pereira. Produtor rural, vice-presidente do Sindicato e Associação Rural de Bagé e integrante das Câmaras Técnicas do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), Condorelli diz que os primeiros passos de sua administração serão no sentido de realinhar as demandas do Senar para a implementação de novas formas de levar capacitação ao homem do campo. "Queremos otimizar recursos para ampliar o número de 120 mil agricultores treinados por ano", diz o superintendente, que substituirá Gilmar Tietböhl, e que não descarta a adoção de cursos na modalidade de Ensino a Distância (EAD). O Senar/RS oferece 10 mil cursos por ano em 13 programas de qualificação e 170 treinamentos profissionalizantes. (Correio do Povo)

 

 

Porto Alegre, 17 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.881

China - Perspectivas de crescimento maciço do mercado lácteo nos próximos 5 anos

China - A China tem um potencial significativo de crescimento no consumo de leite orgânico, iogurte e queijos, impulsionado pela demanda de produtos 'Premium', de qualidade, para consumidores conscientes, diz um novo relatório.

Nos próximos cinco anos, vendas de queijo deverão ter taxas de crescimento acima de 20%. Em 2023, o consumo per capita de queijo atingirá 0,23 kg por ano, e o crescimento do consumo de sólidos de lácteos como leite em pó, será uma tendência futura, de acordo com o relatório New Horizon 2023 divulgado, na quarta-feira, pelo Centro de Desenvolvimento de Lácteos Sino-Holandês.

"Os consumidores chineses são muito exigentes e a diferença entre gerações está diminuindo. Muitas pessoas estão dispostas a pagar por produtos Premium, Ultra-Premium e Inovadores", disse Rahul Colaco, presidente da holandesa FrieslandCampina e do Conselho de Supervisão do SDDDC, um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Lácteos Sino-Holandês.

"Existe uma grande tendência para o consumo de queijo na China, impulsionada pela popularidade do chá com leite, queijo, pizzas e hambúrguer ao estilo Ocidental. Por enquanto, os consumidores chineses estão buscando uma nutrição mais personalizada. O envelhecimento da população, ou aqueles que têm necessidades médicas ou esportivas buscam alimentos especializados ou funcionais. Além disso, a expectativa é de que as pequenas cidades chinesas tenham um grande crescimento. Para o mercado de nutrição infantil, cerca de 50% do crescimento virá de pequenas cidades", disse Colaco.

Nos próximos cinco anos, o volume total do consumo de produtos lácteos na China crescerá entre 15% e 20%, e o consumo per capita de leite cru atingirá 40 quilos. Atualmente a China tem o consumo per capita em torno de 36 quilos por ano, enquanto é de 50 quilos no Japão e na Coreia do Sul.

Nos próximos cinco anos, o faturamento com produtos lácteos deverá crescer mais de 3% ao ano. O mercado de lácteos refrigerados crescerá 8% por ano, e a expectativa é de que as vendas com iogurte e leite orgânico crescerá anualmente, 10%, segundo o relatório.

"A projeção é de que as indústrias de laticínios líderes da China, Yili Group e a Mengniu Dairy Co terão as vendas, de cada uma, saltando de 30 bilhões de yuan (US$ 4,35 bilhões) para 50 bilhões de yuan nos próximos cinco anos, e elas deverão ficar entre as cinco maiores indústrias mundiais de leite", disse Li Shengli, professor da Universidade Agrícola da China.

O relatório do setor lácteo foi divulgado pelo SDDDC, centro criado em 2013 pela Universidade Agrícola da China, pela Universidade de Wageningen da Holanda, e pela FrieslandCampina também da Holanda. O centro tem como objetivo melhorar os níveis de produção, segurança e qualidade dos produtos lácteos na China com a ajuda de laticínios holandeses, especializados em produção. (The Dairy Site - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Santa Clara é eleita como Melhor Empresa de Laticínios pelo Mérito Lojista

Pela oitava vez consecutiva, a Cooperativa Santa Clara foi agraciada com o Mérito Lojista, como Melhor Empresa na categoria Alimentos - Segmento Laticínios. A honraria foi recebida pelo diretor Industrial do Setor Lácteos, João Seibel, em evento realizado na quinta-feira, 13 de dezembro, na Associação Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre. 

Neste ano, o Mérito Lojista, promovido pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), chegou a sua 31ª edição, e reconheceu 40 empresas e 11 "Personalidades Mérito". Os agraciados são eleitos pelos representantes do movimento lojista do Rio Grande do Sul.

A Cooperativa Santa Clara é reconhecida desde 2007 como Melhor Empresa na categoria Alimentos - Segmento Laticínios. (Assessoria de Imprensa Santa Clara) 

 
Crédito: João Alves/FCDL-RS/Divulgação

 

Argentina - Começa a operar o Contrato Futuro do leite cru na Matba

Leite/AR - Esta semana começa a operar o contrato futuro sobre o leite cru da Matba, para o qual a Diretoria Nacional de Lácteos da Secretaria de Agroindústria - do Ministério da Produção e Trabalho da Argentina -, divulgou o calendário de 2019 correspondentes aos preços médios ponderados do leite ao nível nacional (necessário para saber quando será encerrado cada contrato).

Ainda que seja um instrumento para balizar os preços para os diversos elos da cadeia láctea, o mesmo também constitui uma oportunidade de investimento para aqueles operadores interessados em aproveitar a volatilidade existente no setor. Para seguir as principais variáveis que contribuem para formar os preços do leite cru no mercado argentino existem uma série de ferramentas básicas.

Oferta - Os dados sobre a evolução mensal da produção argentina de leite são publicados pela Diretoria Nacional de Lácteos. A maior parte das fazendas de leite argentinas, por ter uma base pastoril, tem duas características: crescimento da produção durante a primavera devido à maior oferta de forragens e alta sensibilidade a impactos climáticos (seca ou inundações). No primeiro semestre de 2016 foram registrados excessos hídricos nas principais bacias leiteiras da Argentina que provocaram queda na produção de leite de tal magnitude que até hoje o setor não conseguiu recuperar os volumes de 2015.

Demanda - A matriz da indústria de laticínios argentina se encontra bastante diversificada, mesmo que não exista informações oficiais disponíveis para detectar condutas anticompetitivas pela prática denominada 'clearing lechero', [venda de leite entre indústrias]. O acompanhamento em meios especializados sobre a situação econômica e financeira das principais indústrias de laticínios é outro aspecto chave para analisar variações no poder de compra médio do setor, dado que, por exemplo, a crise da SanCor - que obrigou muitos produtores a procurarem outros compradores - foi um fator baixista durante o exercício 2017/18. A Diretoria Nacional de Lácteos publica também um boletim mensal sobre a evolução dos estoques de diferentes produtos lácteos.

Mercado externo - O leite em pó integral é o principal produto de exportação da indústria de laticínios argentina. A partir de dados analisados no período 2009-2015, os economistas Miguel Fusco e Agustín Purciarello comprovaram uma relação de longo prazo entre o preço recebido pelo produtor e a cotação internacional do leite em pó integral, podendo inferir que quando o preço esta última aumenta US$ 1.000/tonelada, o preço do leite ao produtor da Argentina aumenta em média 2,5 centavos de dólar. Ainda que uma proporção pequena da produção de leite da Argentina seja destina ao mercado externo, as indústrias exportadoras, quando os valores FOB são elevados e não existam restrições governamentais, impulsionam o preço do leite cru, concorrendo fortemente pela matéria-prima das indústrias focadas no mercado interno. O valor internacional do leite em pó pode ser consultado nos leilões da Fonterra, por meio da plataforma Global Dairy Trade ou no Sistema de Consulta de Comércio Exterior de Bens do INDEC (dados publicados com um mês de atraso).

Mercado interno - Uma aproximação da capacidade de consumo de lácteos pelo público argentino pode ser realizada a partir do acompanhamento do ajuste da inflação da "cesta de laticínios", medida mensalmente pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC), em relação a outros setores básicos e a média geral de alimentos e bebidas não alcoólicas.

Viabilidade econômica - A capacidade de pagamento da indústria de laticínios é medida todos os meses pela equipe técnica do Instituto Argentino de Professores Universitários de Custos (IAPUCO) com base na metodologia disponibilizada pelo INTA. A chave, neste caso, é o valor de referência da demanda das médias e grandes indústrias, que são as formadoras dos preços do leite cru que recebem os produtores. O estudo também mede se o preço recebido pelos produtores cobre os custos de produção, um aspecto que, no longo prazo, promove a entrada ou saída de empresas de menor escala no setor. Por outro lado, o Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA) publica, mensalmente, uma estimativa da evolução da rentabilidade média das fazendas da Argentina. (valorsoja - Tradução Livre: Terra Viva)

 

Aumento na exportação diminui déficit na balança comercial

Exportações de lácteos - As exportações brasileiras de leite em equivalente leite voltaram a subir em novembro, em 16,6% frente a outubro, totalizando 5,9 milhões de litros em volume e US$ 5 milhões em receita, segundo a Secex.

Em relação ao mesmo período no ano de 2017, os embarques de produtos lácteos diminuíram 76%. O queijo continua sendo o lácteo mais exportado pelo Brasil, com 42,2% de participação no total das vendas, o que equivale a 2,5 milhões de litros em equivalente leite. O país que lidera as compras é o Chile, seguido da Argentina e Rússia. O segundo lácteo mais exportado continua sendo o leite condensado, com 39,8% de participação nos embarques e 2,3 milhões de litros em equivalente leite. A Arábia Saudita demandou o maior volume de leite condensado, seguida de Trinidad e Tobago e Estados Unidos. Vale ressaltar que, apesar de o leite em pó não ser um dos principais produtos exportados pelo Brasil, o volume embarcado esteve bem acima do de outubro, passando de 20,9 mil para 262 mil litros em equivalente leite em novembro. Quanto às importações brasileiras de leite em equivalente leite, caíram 4,9% em novembro frente a outubro, somando 147 milhões de litros, com receita de US$ 54 milhões, conforme dados da Secex. Porém, em relação a novembro de 2017, as compras externas cresceram 92,6%. O leite em pó foi o principal produto importado, totalizando 115 milhões de litros em equivalente leite (78,6% das compras brasileiras de derivados). A Argentina liderou as vendas, seguida por Uruguai e Paraguai. Em segundo lugar nas aquisições de lácteos está o queijo, com 29 milhões de litros de leite (9,8% do total importado). A Argentina também ficou em primeiro lugar nas vendas para o Brasil, seguida do Uruguai e Países Baixos (Holanda). Assim, de outubro para novembro, a balança comercial ficou deficitária, em US$ 49 milhões. Em volume, o déficit foi de 141 milhões de litros em equivalente leite em novembro, queda de 5,6% frente a outubro. (Cepea)

 
 

Preços do leite em queda pressionam a rentabilidade do produtor
Preços do leite - Em novembro, os preços do leite pagos ao produtor caíram pelo terceiro mês consecutivo, sendo esta última queda, a de maior intensidade. Nesse último mês, o leite ao produtor fechou cotado a R$1,47 na média nacional, queda de 5,4% em relação ao mês anterior. Confira essa análise completa no Boletim Indicadores Leite e Derivados. (Embrapa)
 

 

 

 

Porto Alegre, 14 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.880

Sindilat participa de reunião da Comissão Estadual do Leite 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) participou, na manhã desta sexta-feira (14/12), de reunião do Conselho Estadual do Leite, realizada na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) em Porto Alegre. O grupo foi criado pela entidade e reúne produtores, indústria e setor público para discutir medidas e alternativas para sanar as dificuldades dos produtores de leite no Rio Grande Sul.

Em documento a ser enviado ao Ministério da Agricultura, as entidades pontuaram medidas consideradas emergenciais para atender à principal demanda dos produtores gaúchos: o preço do leite. "O sofrimento é de todos, não existe produtor forte se a indústria não estiver forte", salientou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Ele reiterou o compromisso da indústria com os produtores e defendeu a necessidade de manter a mobilização em prol de preços melhores durante o ano todo. Também apontou a necessidade de criar uma agenda que discuta amplamente o assunto e busque alternativas para os momentos de excesso de oferta, como a inclusão do leite em pó, queijos e leite UHT nos leilões de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP).

A primeira demanda pontuada no documento pede que o Governo Federal efetue a compra pública de 30 mil toneladas de leite em pó do Rio Grande do Sul. A segunda solicita imediata suspensão da importação de produtos lácteos de outros países para a discussão das políticas de cotas. E a terceira requer um rebate de 30% nas parcelas dos custeios e investimentos da atividade leiteira. O secretário de Agricultura do Estado, Odacir Klein comprometeu-se, diante dos mais de cem produtores presentes no evento, em auxiliar nas negociações junto com Governo Federal para viabilizar a compra dos produtos. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 


Fotos: Camila Silva

 

IBGE: captação formal cai 0,3% no trimestre

Na última quarta-feira (12/12/2018) IBGE divulgou os dados oficias de captação formal brasileira de leite no 3º trimestre de 2018, com 6,26 bilhões de litros captados, volume 0,3% inferior na comparação com o 3º trimestre de 2017 (observe o gráfico 1). Anteriormente, o IBGE havia realizado uma divulgação preliminar dos dados relativos ao terceiro trimestre do ano, que mostravam um aumento da produção em relação ao mesmo período de 2017, da ordem de 0,3%.

Gráfico 1. Variação da captação formal de leite em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado baseado em dados do IBGE.
 
 
O dado do terceiro trimestre do ano ainda reflete, no volume produzido de leite, a ruptura gerada pela greve dos caminhoneiros (observe na variação mensal da produção, mostrada no gráfico 2) e não mostra ainda o impacto do aumento de preços ao produtor verificado no campo.
 
Gráfico 2. Captação formal de leite mensal. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado baseado em dados do IBGE.
 
 
Por fim, avaliando a variação da produção entre as principais bacias leiteiras do Brasil, tanto a Região Sul quanto a Sudeste tiveram queda no volume de captação formal na comparação anual do 3º trimestre de 2018 vs. 2017, de 1,9% e 1,3% respectivamente. Ao mesmo tempo, o Centro-Oeste elevou em 6,4% no mesmo período, impedindo um recuo mais acentuado na captação brasileira. (MilkPoint)

Consumo interno de carne e leite terá demanda extra

Representantes de criadores de bovinos de corte e de leite e indústrias são unânimes no otimismo quanto ao aumento do consumo de carne e em derivados do leite no mercado doméstico em 2019. A confiança vem de perspectivas de recuperação de renda e emprego no País, parte motivada pela expectativa de que reformas fiscais sejam feitas pelo novo governo federal, o que estimularia a economia nacional. 

Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira explica que a criação gaúcha fica praticamente toda no Estado, e, por isso, ao produtor local o que mais afeta compra e venda são índices de desemprego, inflação, taxas de juros e recuperação de renda. "O consumo doméstico tem tudo para se expandir no próximo ano. O governo tende a ter seu peso reduzido com privatizações e com as reformas necessárias, e isso estimula economia", opina Gedeão. 

Assim como o prato brasileiro deve receber mais carne de gado, o copo igualmente deve ficar mais cheio de leite em 2019, avalia o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra. O setor lácteo do Brasil espera, além do aumento do consumo, que não se repita a invasão de leite em pó do Mercosul para desestabilizar o setor. "O problema não é nem a quantidade de leite que ingressa. O dano ocorre porque há um ingresso concentrado demais, o que faz os estoques nacionais subirem e os preços desabarem", explica Guerra. 

Para o executivo, a tendência segue de retração no número de famílias na atividade, o que teria seu lado positivo. Guerra ressalta que para melhorar a competitividade do setor o ideal seria que as empresas façam a coleta em menos propriedades, e em propriedades melhores estruturas. Com mais tecnologia, as propriedades produzem mais leite por hectare e por animal. "Aumentar a produtividade segue sendo nosso maior desafio, mais do qualquer o pro¬blema do leite que ingressa do Mercosul", resume o presidente do Sindilat. (Jornal do Comércio) 

Volta das multas gera mais insegurança sobre os fretes

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou urgência ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a análise da decisão do ministro Luiz Fux de manter as multas pelo descumprimento da tabela de preços mínimos de fretes. Segundo o chefe da assessoria jurídica da entidade, Rudy Ferraz, a decisão do ministro trouxe ainda mais insegurança jurídica para o agronegócio. "Não podemos passar o recesso de fim de ano com essa incerteza sobre um tema tão importante para o setor". Na quarta-feira, o ministro Fux recuou da sua própria decisão da semana passada, que suspendia a cobrança de multa por quem não respeitasse a tabela, após recurso da Advocacia-Geral da União (AGU). No pedido de reconsideração da AGU, a ministra Grace Mendonça alegou que o novo governo deverá retomar a negociação com os setores envolvidos no tabelamento. Ferraz disse que pedirá ao plenário do STF que avalie com urgência ou o mérito da ação de inconstitucionalidade impetrada pela CNA contra a lei que criou a tabela ou a própria decisão de ontem de Fux. "Vamos tentar sensibilizar o relator e o plenário para analisar a lei, que é claramente inconstitucional, ou pelo menos a medida cautelar do ministro Fux", afirmou. O problema, observou, é o tempo curto até o recesso - ontem houve sessão e haverá outra na próxima quarta-feira, cujas pautas já foram publicadas. Assim, é grande a chance de os ministros julgarem o tema só em 2019. 

O presidente do STF, Dias Toffoli, que será o ministro de plantão, até poderá proferir uma decisão sobre as liminares durante o recesso, que termina em 31 de janeiro. Mas Fux já havia comunicado às partes do processo que poderá analisar as liminares só em fevereiro, quando o STF retornará di recesso e acabará o prazo para que ele receba informações das entidades envolvidas. Para a CNA a tabela da Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) desrespeita a lei em vigor, porque foi feita com base na Medida Provisória 832 e não ouviu os setores envolvidos. "A própria ANTT já reconheceu publicamente que fez a tabela às pressas, surpreendida pela MP. E a lei exige base técnica e audiência para ouvir os envolvidos", disse Ferraz. Para a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), a revogação da suspensão das multas traz mais incertezas em relação ao escoamento da safra de soja 2018/19, que começará a ser colhida nas próximas semanas "Já existem muitas incertezas com relação à disputa comercial entre China e EUA, e agora temos também de prestar atenção ao comportamento do STF", disse André Nassar, presidente da entidade, a jornalistas em São Paulo. "Não sabemos direito o que vai acontecer, mas a modalidade de fretes CIF (entrega no porto) tem aumentado. No fim, o valor pago ao produtor pode cair", afirmou. Enquanto o STF não julga se o tabelamento de frete é ou não inconstitucional, o futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro e a ANTT já preparam uma nova tabela, que deve revisar os valores de piso mínimo e incluir no cálculo custos de transporte que não estão contemplados nas tabelas atuais.

A Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), que representa 13 setores do cooperativismo e reúne tanto cooperativas de produção agrícola quanto de caminhoneiros, já apresentou à ANTT uma proposta de tabela que, na média, resulta em redução de até 30% no piso mínimo de frete para transporte de grãos em relação à primeira tabela, vigente desde fim de maio. O estudo engloba um levantamento feito nos últimos cinco meses pela Esalqlog, que prestou consultoria para a OCB. E os cálculos levam em conta diferentes distâncias - de 50 a 3,5 mil quilômetros - e custos em geral como combustíveis, consertos e depreciação do veículo, usados no transporte de todas as cargas. No caso das outras cargas (frigorificada, geral, neogranel e perigosa), a proposta da OCB sugere reduções ou valores próximos aos de mercado. Do lado dos caminhoneiros, um dos líderes da greve de maio, Wallace Landim, o Chorão, publicou em redes sociais ontem um vídeo comemorando a decisão do ministro Fux, mas recomendou aos colegas que não façam "nenhuma paralisação". (Valor Econômico)

LEITE/CEPEA: VALOR DO UHT SINALIZA RECUPERAÇÃO; MUÇARELA SEGUE EM QUEDA
Leite UHT - O preço do leite UHT deu sinais de recuperação na primeira semana de dezembro, conforme levantamento do Cepea. Com a normalização dos estoques e a produção reduzida, laticínios conseguiram manter estáveis os preços pedidos pelo produto no mercado atacadista. Entre 2 e 8 de dezembro, o preço médio do leite longa vida fechou a R$ 2,0163/litro, praticamente estável (+0.02%) frente à média da semana anterior (nov. 26 a 30). Para o queijo muçarela, no entanto, o cenário foi de queda, visto que o consumo segue enfraquecido e os estoques de laticínios, elevados. O preço médio do produto na primeira semana de dezembro, de R$ 16,9736/kg, foi 1,69% menor na mesma comparação. (Cepea)

 

 

 

Porto Alegre, 13 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.879

Sindilat revela vencedores do 4º Prêmio de Jornalismo e entrega troféus aos Destaques 2018 

Crédito Dudu Leal 

Pelo 4º ano consecutivo, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) reconheceu o trabalho de jornalistas que, ao longo do ano, se debruçaram sobre pautas importantes do setor lácteo nacional. Profissionais de veículos de Porto Alegre foram os grandes vencedores conhecidos na noite desta quarta-feira (12/12), em Porto Alegre. A Band TV, o jornal Correio do Povo - com duas premiações -, e o jornal Zero Hora, conquistaram as primeiras colocações nas categorias Eletrônico, Online, Fotografia e Impresso, respectivamente, e receberam como prêmio um iPhone.
 
Na categoria Impresso, o 1º lugar foi para o repórter Fernando Soares, do jornal Zero Hora, com a matéria "Soberanas da produtividade". Na categoria Eletrônico, o ganhador foi Juliano Zarembski e equipe da TV Bandeirantes, com o trabalho "Aumenta consumo de leite de ovelha no Brasil". Na categoria Online, o 1º lugar ficou com os repórteres Danton Júnior e Cintia Marchi, do Correio do Povo, com a reportagem "Novos tempos do leite".  E na categoria Fotografia, a vencedora foi Alina de Souza, do Correio do Povo.  A premiação deste ano recebeu volume recorde de inscrições e contou com o trabalho da Comissão Julgadora formada pela Associação Riograndense de Imprensa, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado, Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado, Farsul, Fetag e Sindilat.   

Crédito Dudu Leal 

Na noite de homenagem aos jornalistas que aconteceu junto a festa de final de ano do Sindilat, também foram entregues os troféus aos vencedores do Prêmio Destaques 2018, iniciativa que consagra personalidades e empresas que se distinguiram ao longo do ano em prol do setor lácteo, dividida em 10 categorias: Agronegócio Nacional - Luiz Carlos Heinze; Agronegócio Estadual - Antonio Cettolin; Liderança Política - Onyx Lorenzoni; Personalidade - Roberto Tavares; Servidor Público - Karla Pivato; Setor Público - Bernardo Todeschini; Inovação - Lactalis do Brasil; Pesquisa - Tetra Pak; Responsabilidade Social - Colégio Teutônia; e Indústria - Rasip. 

Crédito Dudu Leal  

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, saudou todos os vencedores que nas suas áreas de atuação tiveram participação importante para a divulgação e propagação de ações que culminaram no desenvolvimento do setor lácteo em 2018. Vislumbrando 2019, Guerra prevê que será um ano de muitos desafios e também de muitas oportunidades, dado o potencial de expansão do setor no Brasil. Uma das grandes bandeiras, será dar continuidade ao projeto que visa colocar a Região Sul como exportadora de lácteos. "Acreditamos que a grande virada de mesa virá com o fomento à exportação, e o Sindilat tem sido um agente de negociações em Brasília e em grupos de trabalho para garantir a abertura de mercados", afirmou o presidente do Sindilat, reforçando que a conquista do mercado externo é fundamental para estabilizar a produção no Sul do país. 

Crédito Dudu Leal  

Presente na cerimônia, o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, exaltou o empenho de todos os agentes da cadeia láctea, que diariamente assumem riscos mas mantêm paixão pelo o que fazem. "São produtores que assumem riscos ao não saberem como estará o preço do leite nos próximos dias, e indústrias, que decidem por investimentos apostando no cenário econômico", afirmou. Também o secretário de Agricultura de Santa Catarina e presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Airton Spies, brincou que a cadeia do leite "tem muitos bons problemas" porque são "problemas que têm solução". Segundo Spies, quando todos os principais gargalos forem superados, o Brasil será o mais competitivo em leite em todo o mundo. "Estamos diante de grandes oportunidades e o leite, sem dúvida, tem tudo para se tornar a estrela do agronegócio nacional."
 
Prestigiando a cerimônia que levou outros tantos representantes de indústrias gaúchas ao evento, o presidente da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), Gilberto Petry, destacou a importância do leite como fonte de alimento e como fonte de renda principal. "Por ser um setor com atividades diversificadas acaba reunindo milhares de famílias gaúchas", afirmou o dirigente, que se mostrou mais otimista com o cenário econômico em 2019, que deve contribuir para a melhoria de resultados de diversos segmentos do setor industrial como um todo.

O evento do Sindilat, realizado nas dependências do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, contou com a participação dos vice-presidentes do Sindilat, Guilherme Portella e Caio Vianna, dos diretores Angelo Sartor e Jéferson Smaniotto e do secretário executivo Darlan Palharini. 
 
Confira os vencedores do 4º Prêmio Sindilat de Jornalismo
 
IMPRESSO
 
1º lugar
Fernando Soares / Zero Hora - Reportagem: Soberanas da produtividade
2º lugar
Cristiano Vieira / Revista Press Agrobusiness - Reportagem: Renda baixa com o tarro cheio
3º lugar
Carlos Guimarães Filho / Revista Boletim Informativo - Reportagem: Mercado Internacional na mira do leite sulista
 
 
ELETRÔNICO
 
1º lugar
Juliano Zarembski e equipe / Band TV - Reportagem: Aumenta o consumo de leite de ovelha no Brasil
2º lugar
Bruna Essig / Canal Rural - Reportagem: Censo Agropecuário - Há cada vez mais mulheres na produção rural
3º lugar
Alessandra Bergmann / SBT - Reportagem: Pesquisa muda lei sobre colostro
 
 
ONLINE
1º lugar
Danton Júnior e Cintia Marchi/ Correio do Povo - Reportagem: Novos Tempos do Leite
2º lugar
Giseli Furlani / Destaque Rural - Reportagem: Tecnologia avançada na produção leiteira
3º lugar
Fernando Soares /Pioneiro - Reportagem: O robô tira o leite
 
FOTO
1º lugar
Alina de Souza / Correio do Povo
2º lugar
Lidiane Mallmann / O Informativo do Vale
3º lugar
Leandro Augusto Hamester / Jornal Informativo Languiru
 
Confira a lista dos Destaques 2018
Agronegócio Nacional
Luis Carlos Heinze
 

Agronegócio Estadual
Antonio Cettolin
 
 
Liderança Política
Onyx Lorenzoni
 
 
Personalidade
Roberto Tavares
 
 
Servidor Público
Karla Oliz
 
 
Setor Público
Bernardo Todeschini 
 
 
Inovação
Lactalis
 
 
Pesquisa
Tetra Pak
 
 
Responsabilidade Social  
Colégio Teutônia
 
 
Industrial
Rasip (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Reunião anual do Sindilat debate perspectivas do setor lácteo

O Sindicato da Indústria de Laticínios no Rio Grande do Sul (Sindilat) promoveu, nessa quarta-feira (07/12), a reunião anual de análises e projeções para o mercado de lácteos. O ciclo de palestras, realizado da Sala Juá, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, contou com a presença de representantes de entidades ligadas ao setor.

As mudanças no perfil do consumidor e as tendências mercadológicas para 2019 foram os assuntos centrais da palestra de Luís Eduardo Ramirez, representante da empresa Tetra Pak. Responsável pela abertura do evento, Ramirez destacou que a ampliação do acesso à internet no Brasil aproximou os consumidores das marcas, instigando as empresas a transformar a sua forma de se comunicar com o cliente.  "Mais do que um produto com bom sabor, os consumidores desejam uma experiência. É preciso desenvolver um vínculo emocional" afirmou.

De acordo com os dados apresentados por ele, para 2019, a expectativa no mercado brasileiro é positiva. Estima-se que 97% das indústrias brasileiras devam investir no próximo ano, 60% lançarão novos produtos e 69% irão ampliar suas vendas. Entretanto, essas empresas só chegarão próximo ao consumidor se houver o entendimento de que a sociedade está cada vez mais multicanal. Outra novidade é que os atacarejos - estabelecimentos que mesclam suas vendas em atacado e varejo - tendem a crescer cada vez no gosto dos consumidores, já que os clientes estão prezando pelo preço mais barato.

Quanto às novidades específicas para o setor lácteo, Ramirez destacou o interesse global pelos iogurtes ambientes - que ainda não estão inseridos no mercado brasileiro - estima-se que, puxado pelo mercado chinês, o consumo desses produtos (que não precisam ser refrigerados) cresça 5% até 2020.

O Chefe Geral da Embrapa Gado do Leite, Paulo Martins, apresentou os trabalhos desenvolvido pelo centro de pesquisa. Com sede em Juiz de Fora (MG), a Embrapa Gado do Leite possui um corpo técnico formado por 597 pessoas, sendo 78 pesquisadores e 76 analistas, onde são desenvolvidos projetos, artigos e soluções tecnológicas relacionadas ao setor, entre eles, o aplicativo GisleiteApp, pensado para auxiliar os produtores na gestão zootécnica e econômica de sistemas de produção de leite. Para Martins, as empresas que investirem em tecnologia ditarão o ritmo do mercado. Pensar novas maneiras da produção de leite é uma marca do Centro de Pesquisa que, nesse ano, desenvolveu a 3° edição do projeto Ideas for Milk, evento que contou com a presença do presidente do Sindilat, Alexandre Guerra e do secretário-executivo, Darlan Palharini. O Ideas foi realizado na sede da instituição e consiste em dois grandes eventos: Vacathon e Desafio das Startups que visam fomentar soluções tecnológicas na cadeia produtiva.

De acordo com Martins, a Embrapa Gado do Leite está estudando a possibilidade de realizar uma edição do evento no Rio Grande do Sul, se adequando às características locais. No Estado, a Embrapa Gado do Leite conta com a parceria de diversas instituições, incluindo a Embrapa Clima Temperado, a Cooperativa Santa Clara e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O consumo de leite UHT no mercado brasileiro foi o assunto abordado por Nilson Muniz, da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV). Em 2017, o setor lácteo cresceu 2,8% e a previsão para 2018 é de crescimento zero. "A produção de leite está perto da estagnação. No caso do UHT, podemos até recuar a produção", destacou. Para 2019, estima-se que o setor expanda 2,5%. Para Muniz, os principais desafios das indústrias é manter o consumo do produto, proteger a reputação do leite em relação às fake news, evitar a banalização das inovações e buscar rentabilidade. 
 
De acordo com o secretário-executivo Darlan Palharini, o setor lácteo está em um momento de maturidade. "É, sendo indispensável abordar de maneira mais específica pautas gerais do mercado, tendo em vista que, produtores, indústrias e entidades formam uma grande rede mercadológica.
 
Exportação será pauta prioritária em 2019
A palestra comandada por Marcelo Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, foi encabeçada pela exportação de lácteos, que ganhou força ao longo de 2018 e deve pautar a indústria do leite em 2019.  De acordo com ele, um dos principais gargalos para a exportação de commodities é a balança comercial. Para exemplificar, o executivo analisou o caso das exportações de leite em pó "Existe demanda para o produto, entretanto, o preço é descolado do mercado externo. Esse fator impossibilita as negociações com outros países", lamentou. Por outro lado, o queijo segue sendo o destaque no exterior. "De 2015 a 2017 as exportações do produto cresceram 42%", destacou.

A Viva Lácteos desenvolve um projeto de exportação em parceria com a ApexBrasil e o Ministério da Agricultura (Mapa). O plano estratégico para a exportação é composto por cinco fatores: acesso ao mercado, promoção às exportações, inteligência comercial e qualificação. De acordo com Martins, as 12 empresas que integram o grupo eram responsáveis por 14,6% da exportação de produtos lácteos. Atualmente representam 50% dessa fatia.

Quanto ao mercado interno, Martins destacou a necessidade de ampliar a demanda de produtos lácteos sempre atento aos marcos regulatórios do leite e derivados. Entre os fatores que precisam ser observados pelas indústrias estão níveis de processamento dos alimentos, rotulagem nutricional das embalagens, redução de açúcar, sódio e gorduras em alimentos industrializados e restrição à publicidade e propaganda.

A inserção no mercado externo voltou a ser debatida pelo secretário de Agricultura de Santa Catarina e presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Airton Spies, que abordou especificamente o ingresso das indústrias brasileiras no mercado lácteo da China. "Os consumidores chineses desejam produtos com qualidade e leite longa vida mais barato do que o comercializado pela Nova Zelândia." Nesse ano, Spies foi à China para analisar as possibilidades de entrada naquele mercado "As indústrias brasileiras ainda não estão preparadas para inserção nesse mercado, por isso, é preciso instalar nas empresas uma cultura exportadora", afirmou. Além disso, Spies também explicou as atividades realizadas pela Aliança Láctea durante o ano de 2018. O grupo foi criado com o intuito de fortalecer a produção nos três estados do Sul. Atualmente, a região produz 40,1% do leite brasileiro, mas, até 2025, estima-se que o Sul produzirá 50%.

Rafael Borin, do escritório Rafael Pandolfo Advogados Associados, comandou a última palestra do evento que abordou questões jurídicas relacionadas ao tabelamento de frete, medida adotada pelo governo Federal após a greve dos caminhoneiros. No final do evento, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e os palestrantes compuseram uma mesa redonda para alinhar pontos comentados durante os paineis. Para Guerra, o evento  possibilitou a avaliação de gargalos de 2018 e os projeções para 2019. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 


Fotos: Carolina Jardine

 

Projetos beneficiados pelo Fundopem trarão mais de 660 empregos diretos

O Rio Grande do Sul vai ter 663 novas vagas de emprego direto nos próximos meses. A boa notícia se deve ao decreto assinado nesta quarta-feira (12) pelo governador José Ivo Sartori, em cerimônia no Palácio Piratini. Por meio do Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul, o Fundopem/RS, 24 projetos de empresas privadas vão receber incentivo para implantar ou expandir unidades industriais em 25 municípios.

O Fundopem é um instrumento de parceria entre o governo do Estado e a iniciativa privada, com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico, integrado e sustentável. Não se trata de uma liberação de recursos às empresas. O apoio vem por intermédio do financiamento parcial do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) devido e gerado pelas mesmas. O investimento aproximado para os projetos deste decreto é de R$ 684,7 milhões.

Segundo o governador, o papel do Estado é criar condições para quem quer investir em solo gaúcho: "Não podemos atrapalhar os empreendedores. Nosso papel é criar as condições para o desenvolvimento, valorizando nosso potencial econômico e estratégico. Precisamos fazer com que o Rio Grande do Sul passe a ser um grande receptor de investimentos futuros. Precisamos de novas empresas e empreendimentos. Só assim teremos mais empregos para toda a nossa gente".

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Susana Kakuta, acrescentou que o Fundopem é uma ferramenta estratégica pela capacidade de descentralizar o desenvolvimento: "Um dos grandes ganhos desse programa é que 49% dos municípios beneficiados tem o Idese (Índice de Desenvolvimento Socioeconômico) abaixo da média estadual. Isso tem uma importância absoluta na medida em que temos que espalhar as oportunidades pelo Estado".

Impulsionar empregos
A secretária apresentou um balanço do Fundopem entre 2015 e 2018. Até agora, foram 109 projetos beneficiados, que representam 3.506 vagas de emprego direto. O investimento total foi de R$ 4,1 bilhões. Entre os parceiros, está uma empresa de laticínios de Aratiba, a Deale Laticínios. Segundo o diretor Alexandre dos Santos, o fundo tem sido decisivo para manter e criar novos empregos: "O Fundopem nos alavancou. Ele deixa que aquele valor que você iria pagar de ICMS no mês seja investido novamente na indústria. Isso gera mais receita pro Estado e mais trabalho também. Já fomos incluídos em três decretos e estamos perto de 200 empregos hoje", explica Alexandre dos Santos. Assista a reportagem da TV Piratini (Governo RS) 

 
Créditos fotos: Governo RS - Governador Ivo Satori, Deise dos Santos 
e Alexandre dos Santos - diretores do Laticínios Deale  

Fux volta atrás e multa vigora
Brasília - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux revogou, na noite de ontem, liminar concedida por ele na semana passada que havia suspendido as multas e punições para quem descumprisse a tabela do frete. A liminar de Fux, da última quinta, gerou um princípio de movimentação entre os caminhoneiros, porque, na prática, esvaziava o tabelamento do frete. Com a reconsideração de Fux, as multas para as empresas que descumprirem a tabela voltam a vigorar. O ministro revogou a sua decisão após pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) chegar ao STF na segunda-feira. (Correio do Povo)