Porto Alegre, 11 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.462
Produtores de leite de Serafina Corrêa obtêm maior lucratividade mesmo com alta dos insumos
Lucratividade/RS - Enquanto que a alta nos custos dos insumos desde o ano passado tem impactado as margens de lucro dos produtores de leite, em Serafina Corrêa um grupo de produtores conseguiu elevar a lucratividade aproveitando o aumento no preço recebido pelo leite e aumentando a produtividade ao explorar melhor os alimentos volumosos, como pastagens e silagens, que são de menor custo comparado aos concentrados.
É o que tem constatado a Emater/RS-Ascar a partir do acompanhamento dos resultados de algumas famílias de bovinocultores de leite do município.
Elas participam do Projeto de Gerenciamento Técnico da Bovinocultura de Leite, que iniciou como grupo de trabalho em bovinocultura leiteira (GTLeite). Nele, os participantes têm acesso à assistência técnica, orientações, eventos técnicos e capacitações, além de contar com um aplicativo de gerenciamento mensal de indicadores zootécnicos, econômicos e de qualidade do leite, que leva o nome GTLeite.
Hoje, cerca de 20 famílias participam do projeto em Serafina Corrêa. Destas, 12 já utilizam o aplicativo para envio dos dados de forma consistente desde o início de 2019, quando iniciou o projeto, e sete já com o envio de informações sobre as despesas mensais nesse período. São desses dados que se observam esses resultados, ao comparar os dados médios dos produtores em 2020 e 2019, a margem bruta foi aumentada por litro de leite em 63%.
A margem por vaca ordenhada e por hectare também se elevou em 53% e 55%, respectivamente. Essa elevação pode ser explicada pelo aumento da eficiência da produção de leite dos volumosos e melhor uso dos concentrados, potencializados pelo aumento dos preços recebidos pelo litro de leite, conforme explica o engenheiro agrônomo Leandro Ebert, extensionista rural da Emater/RS-Ascar. Ele conta que as despesas com ração realmente tiveram uma elevação, de R$ 0,39 para R$ 0,56 por litro no período, mas que a diminuição das demais despesas por litro em 25% e o aumento das receitas por vaca e por hectare em 32% permitiram esses resultados. Esse aumento das receitas se deve ao aumento da produtividade média ao ano das propriedades, que foi de 20,5 para 22 l/vaca/dia e de 17,3 mil para 19 mil litros por hectare, somado ainda ao aumento nos preços médios recebidos, que passou de R$ 1,28 em 2019 para R$ 1,72 em 2020.
“Durante esse período, trabalhamos com a lógica de buscar alta produção de leite a partir das fontes volumosas, sem menosprezar o uso inteligente e balanceado dos concentrados”, conta Ebert. Ele explica que todos os meses esses indicadores são monitorados nos relatórios que obtém pelo aplicativo e, a partir daí, os extensionistas fornecem feedback sobre os gargalos encontrados, com orientações para superá-los.
Todos esses produtores, mesmo os que não anotam e ainda não informam as despesas mensais no aplicativo, possuem, através dos dados enviados, dentre outros, o acompanhamento do indicador Receita Menos o Custo da Ração (RMCR), por onde eles avaliam o retorno do uso dos concentrados. “Em 2020, por exemplo, com a pandemia dificultando ações presenciais, foram feitas capacitações online para essas famílias sobre o manejo com dietas de alto volumoso, visando justamente trabalhar para melhorar esse quesito”, ressalta Ebert. E, mesmo com o aumento de 43% nas despesas com ração por litro de leite, o RMCR por litro passou de R$ 0,89 para R$ 1,16 com a elevação dos preços recebidos e, somando ainda os aumentos de produtividade, por vaca/dia passou de R$ 23 para R$28,4 e, por hectare, de R$1,36 mil para R$ 1,74 mil.
“Em 2019, a margem bruta mensal era de R$ 900 por hectare e, em média, essas famílias alcançaram em 2020 cerca de R$ 1,4 mil por hectare, com algumas chegando a R$ 2 mil, o que demonstra que a busca por sistemas de produção de alta eficiência e o uso de volumosos pode viabilizar mesmo pequenas propriedades de 5 a 10 hectares, como algumas que temos acompanhado no projeto”, frisa Ebert. (Emater/RS)
Conceito Gostamos de fazer bem o que te faz bem retorna ao novo comercial da Piracanjuba na voz de Ivete Sangalo
Novo comercial Piracanjuba - Com campanha inspirada na exaltação dos momentos com quem a gente gosta, a Piracanjuba reforça o mote “Gostamos de fazer bem o que te faz bem” para 2021. O clipe, marcado pela presença da Ivete Sangalo, potencializa o conceito de carinho e cuidado, com toque musical. Na voz da embaixadora, a declaração “Tudo o que eu quero, o que eu sempre quis... é te fazer bem, te fazer bem feliz...” reforça que, nos tempos como os atuais, nosso desejo é estar perto de quem amamos, abraçar pessoas queridas e nos sentir amados. Assim, as cenas da produção ressaltam os pequenos prazeres que a vida oferece, inclusive, quando dividimos uma comida gostosa com alguém especial.
“A Piracanjuba está presente no dia a dia de milhares de famílias, nutrindo e colocando mais sabores na mesa. Juntamos isso à boa energia da Ivete para apresentar um vídeo que valoriza o tempo que passamos ao lado de quem amamos. Afinal, vivemos uma época de muitas restrições e os momentos de ternura e cuidado devem ser preservados e valorizados, pois são eles que nos enchem de esperança”, comenta a Gerente de Marketing da Piracanjuba, Lisiane Campos. Ivete retrata valores dos quais a Piracanjuba também compartilha, como a valorização da família, a empatia e o gosto em compartilhar sabores.
O vídeo apresenta a variedade dos produtos Piracanjuba que, atualmente, soma um portfólio com mais de 180 itens, sempre se antecipando às necessidades e desejos dos consumidores. “Quando olhamos para 2020 e pensamos no ano que estamos vivendo, não poderíamos deixar de resgatar os bons sentimentos e a leveza das pausas felizes na nossa rotina. Por isso, optamos pela música e, na voz da nossa embaixadora, conseguimos transmitir a ternura e o carinho que a Piracanjuba quer repassar a todos os brasileiros na forma de qualidade e sabor”, explica Lisiane. O comercial, criado pela agência GoodBrands, está sendo veiculado em TV aberta nacional. A estreia aconteceu durante live especial da Ivete, em homenagem ao Dia das Mães, e nas principais emissoras: Globo, SBT, Record e Band. A campanha também conta com comunicação nos pontos de venda e conteúdo digital integrado. As redes sociais da marca, como Instagram e Facebook, dão suporte à ação, oferecendo interações, por meio de posts diversificados. Clique aqui e assista. (Assessoria de imprensa Piracanjuba)
Atividade industrial exibe melhora no desempenho
Após recuar em fevereiro, o desempenho da atividade das fábricas brasileiras voltou a melhorar, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Todos os indicadores industriais tiveram alta em março. O faturamento cresceu 2,2% no terceiro mês do ano, já considerando-se os efeitos sazonais nessa comparação. Em fevereiro houve uma retração de 3,3%. Em relação a março do ano passado, primeiro mês impactado pela pandemia de Covid-19, a alta nas vendas do setor foi de 12,7%. O faturamento do primeiro trimestre deste ano superou em 7,5% o desempenho do mesmo período de 2020. “Os dados revertem parcialmente as perdas de fevereiro e mantêm a atividade industrial em patamar acima do pré-pandemia.
Ante março de 2020, quando a indústria enfrentava necessidade de paralisar por conta da pandemia, as altas na atividade são expressivas”, diz o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. A Utilização da Capacidade Instalada na indústria chegou a 81,1% ante 80,7% em fevereiro e 76,2% em março de 2020. Da mesma forma, as horas trabalhadas cresceram 0,9% de um mês a outro se mantendo em nível superior ao pré-pandemia. Na comparação com o mesmo mês de 2020, o crescimento no tempo de trabalho é de 10,7%. No trimestre a alta é de 6,5% em relação aos três primeiros meses do ano passado. Com isso, as fábricas registraram avanço no emprego pelo oitavo mês consecutivo, com alta de 0,3% em março. O indicador superou em 2,1% o nível do mesmo mês do ano passado. (Correio do Povo)
Jogo Rápido
Milho segunda safra pode registrar quebra de 8 milhões de toneladas, diz consultoriaCom o clima prejudicando o desenvolvimento das lavouras, a segunda safra de milho do Brasil deve ter uma quebra de 8 milhões de toneladas, é o que projeta o analista de mercado Carlos Cogo. “A transição do Lã Niña para um clima neutro e todo o atraso que ocorreu no plantio e colheita da soja, acarretou em um atraso da plantação da segunda safra de milho e que foi prejudicado pela seca neste período”, explica Cogo. “Estamos com uma projeção de quebra ainda modesta frente a outras consultorias. Começamos o ano estimando 85 milhões de toneladas e agora a expectativa é de um volume a cerca de 76 milhões de toneladas. Mas esse número em breve deve sofrer um novo corte, estamos aguardando apenas o levantamentos das regiões”, explica o especialista. Assista o vídeo clicando aqui. (Canal Rural)
Porto Alegre, 10 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.461
Ministros de cinco países aprovam declaração conjunta sobre sistemas alimentares
Os países integrantes do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) aprovaram na terça-feira (4) uma declaração conjunta para fortalecer sua posição sobre sistemas alimentares. O documento, intitulado “Princípios e Valores da Região para a Produção de Alimentos no Marco do Desenvolvimento Sustentável”, é assinado pelos ministros do Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai e cita pontos como segurança alimentar, desenvolvimento sustentável, respeito às diferenças locais e cooperação internacional.
Os ministros dos cinco países se reuniram na manhã da terça-feira, 04 de maio de 2021, de forma virtual. A declaração pontua que não existe um modelo único de desenvolvimento que sirva a todas as nações do mundo. “Portanto, é essencial uma visão inclusiva da sustentabilidade dos sistemas alimentares com soluções que se adaptem às realidades e necessidades locais, com base em sólidos argumentos científicos”, diz o texto.
Segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, o documento fortalecerá a posição conjunta dos países signatários. “Essa Declaração reflete o exercício construtivo e o bom diálogo entre todos nós, o que resultou em um texto ao mesmo tempo contundente e equilibrado. Levará, certamente, uma mensagem a ser internacionalmente considerada na promoção dos nossos interesses”.
A ministra destacou a necessidade de os países da América do Sul pensarem em uma mensagem única da região para a Cúpula dos Sistemas Alimentares, que será promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro deste ano. “Devemos registrar nossas posições e formar coalizões em torno das áreas de ação de nosso interesse”, disse Tereza Cristina, reforçando sua disposição para trabalhar em coordenação com os demais países. “Todos os recursos técnicos e diplomáticos de nossos países serão exigidos para que a voz da América do Sul seja, de fato, ouvida na dinâmica da Cúpula”.
Como parte do processo preparatório para a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, o governo brasileiro, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, está organizando o Diálogo Nacional, com o objetivo de ouvir a sociedade sobre o aprimoramento do sistema alimentar brasileiro. As três primeiras videoconferências serão realizadas entre os dias 10 e 14 de maio de 2021.
No evento de hoje, Tereza Cristina também reiterou o apoio do Brasil à reeleição de Manuel Otero como Diretor-Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica), posição que foi ratificada pelos demais ministros. (MAPA)
Baixa emissão de carbono é aposta para produção sustentável de alimentos
Sustentabilidade - A sustentabilidade caminha ao lado do setor agropecuário há muitos anos, contribuindo para equilibrar a produção de alimentos e a preservação do meio ambiente. Em propriedades rurais de todo o Brasil, é possível ver bons exemplos de produtores que aplicam as tecnologias de baixa emissão de carbono.
Na Fazenda Pontal dos Angicos, no Distrito Federal, o produtor João Araújo Neto separou 330 hectares para a produção integrada de pecuária e floresta, unindo eucalipto e gado de corte. Em 10 anos, o pecuarista recuperou a pastagem, melhorou a produtividade e teve mais renda.
“A reforma da pastagem já era necessária. Com a integração, a produtividade do pasto e do rebanho aumentou. O gado também ficou mais saudável e os ataques de moscas e carrapatos reduziram”, disse João.
A união entre pecuária e floresta trouxe outras vantagens para a propriedade. A ambientação entre eucalipto e capim ajuda a preservar a umidade, tanto no solo, quanto no ar, garantindo que o rebanho enfrente o período de estiagem da região Centro-Oeste com uma pastagem de qualidade.
“Um pasto recuperado e bem manejado permanece verde no período da seca. Oferecer essa pastagem para o gado é permitir o ganho de peso do animal na entressafra”, explicou o instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Distrito Federal (SENAR/DF), Ronaldo Trecenti.
A recuperação de pastagens degradadas e a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) são tecnologias de baixa emissão de carbono trabalhadas no Plano ABC, que durou de 2010 a 2020. O programa contribuiu para que o Brasil alcançasse as metas do Acordo de Paris na redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Segundo o coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias, o produtor rural, através do programa ABC, cumpriu grande parte das obrigações do país na redução das suas emissões, baseadas no ano de 2005, atingindo 115% do volume proposto de carbono nas metas voluntárias.
“O produtor se mostrou preparado para atender o chamado do Brasil no desenvolvimento sustentável da atividade agropecuária”, disse o coordenador.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a cada 1 real investido pelo Plano ABC, os produtores rurais investiram outros 7 reais em recursos próprios, comprovando a importância de uma produção voltada a aproveitar recursos naturais, através da inserção de tecnologias.
Na última safra, a linha de crédito que financia o Plano ABC atingiu quase R$ 2 bilhões em valor contratado, segundo o Banco Central. “Os produtores rurais investiram tempo, dinheiro e tecnologia para serem cada vez mais produtivos, utilizando os recursos naturais com eficiência”, afirmou Nelson Ananias.
Plano ABC+ – Com o encerramento do antigo programa, foi lançado em abril deste ano o Plano ABC+ 2020-2030 com o objetivo de renovar as metas para os próximos anos.
Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ABC+ promove a abordagem integrada da paisagem como marco conceitual, estimulando a gestão integrada das propriedades rurais e o uso eficiente dos recursos naturais.
“O novo plano também é importante para a promoção do crescimento econômico, pois os produtores rurais aderem às práticas de baixa emissão de carbono por trazerem eficiência e renda, conciliando conservação e produtividade”, disse a ministra na cerimônia de lançamento do novo plano.
Além da recuperação de pastagens e do sistema ILPF, o Plano ABC inclui tecnologias de sistema de plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, florestas plantadas, tratamento de dejetos animais e adaptação às mudanças climáticas. No novo plano foram incluídas estratégias combinadas de atuação e mitigação de GEE e a abordagem integrada da paisagem. Assista a reportagem do programa Nosso Agro, clicando aqui. (CNA)
Gestão de pessoas e resultados: qual é a importância na produção de leite?
segundo encontro do MilkPoint Experts: Feras da Gestão, ocorreu dia 07/05 foi um oferecimento da Boehringer Ingelheim e trouxe uma manhã envolvendo discussões sobre gestão de pessoas e resultados na atividade leiteira. Neste segundo dia, o evento contou com 1245 inscritos, sendo 44% produtores de leite e 31% técnicos.
Para iniciar, contamos com a palestra do Sérgio Soriano, Médico Veterinário e Gestor da pecuária leiteira na Fazenda Colorado, a maior produtora de leite do país (mais de 80 mil litros/dia) de acordo com o levantamento Top 100 2021 do MilkPoint. Durante sua apresentação, Soriano trouxe pontos que ajudaram na evolução da fazenda ao longo dos últimos anos, e ressaltou: “o futuro é construído hoje.”
Contudo, além do planejamento estratégico, Sérgio enfatizou a importância das pessoas para o sucesso da propriedade leiteira. Para ele, “a maneira de conduzir o seu dia a dia e de interagir com as pessoas, vai fazer a diferença no resultado como um todo”, e completou “os colaboradores são o foco primário da cadeia do agronegócio.”
Reiterando a importância da gestão de pessoas nas fazendas, Marcelo Cabral, Médico Veterinário e Consultor na Embratec, comentou sobre as maneiras de engajar os colaboradores para obter resultados de sucesso. O consultor destacou que o ambiente de trabalho é peça fundamental, uma vez que “reflete na atração e retenção de talentos.”
Em sua palestra, Cabral apresentou uma série de abordagens simples e direta para que todas as fazendas, de qualquer lugar do Brasil, consigam engajar seus colaboradores, “pessoas são pessoas, nos Estados Unidos, Europa, Japão, China, onde for.”
Para finalizar, Matheus Balduino, Médico Veterinário e Técnico da Rehagro abordou a gestão de custos na produção de leite. Afinal, além do bom gerenciamento de pessoas, é de suma importância controlar e gerenciar os resultados da propriedade. O técnico destacou a importância do controle do fluxo de caixa e a apuração de custos de produção de cada setor da fazenda.
“A importância do fluxo de caixa completo é conseguir enxergar um tempo antes, a necessidade de dinheiro que vou ter lá na frente, isso faz com que você consiga se planejar para um momento de mais aperto”, salientou. (Milkpoint)
Jogo Rápido
No radar - Biodigestores A instalação de biodigestores poderá ter um programa de incentivo semelhante ao Pró-Milho. O tema vinha sendo trabalhado com a Secretaria da Agricultura e acaba de ganhar reforço da Ciência e Tecnologia, conta Zilá Breitenbach, presidente da Frente Parlamentar da Matriz Produtiva dos Biodigestores. (Zero Hora)
Porto Alegre, 07 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.460
Exportações brasileiras de lácteos avançaram 127% em relação a março
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (06/05) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -26 milhões de litros em equivalente leite no mês de abril. Este valor é 72% “menos negativo” quando comparado a mar/21 e também 38% “menos negativo” em relação a abr/20.
Este foi o maior valor do saldo da balança comercial de lácteos desde novembro/2015. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no gráfico 1.
Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos.
Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado a partir dos dados do COMEXSTAT.
Na tabela 2, é possível observar as movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de março desse ano.
Tabela 2. Balança comercial láctea em abril de 2021.
Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.
Já vínhamos acompanhando um possível cenário de aumento nas exportações desde mar/21, reflexo principalmente da alavancada dos preços internacionais (preço do leite em pó integral no último leilão GDT foi de US$ 4.115/ ton) e também ajudado pela valorização do dólar frente ao real.
A partir desta maior competitividade externa do leite brasileiro, em abr/21 tivemos um acréscimo de 127% das exportações em relação ao mês passado. Os 25,1 milhões de litros em equivalente-leite exportados também representaram um aumento de 379,3% em relação a abr/20.
Já no acumulado do ano (jan/abr), no ano vigente foram exportados 51 milhões de litros em equivalente leite, contra apenas 31 milhões de litros em equivalente leite no mesmo período de 2020. O leite em pó integral teve suas exportações aumentadas em 12.823% em relação a mar/21, totalizando 1.996.853 mil litros equivalentes em abr/21.
O soro de leite foi o produto lácteo que apresentou maior aumento das exportações em abril, de 75 litros equivalentes em março, para 54,01 mil litros equivalentes no mês vigente, incremento de 71.923%! Em compensação, produtos como manteiga, queijos, leite condensado e leite em pó desnatado tiveram queda no volume exportado.
As importações, por sua vez, caíram 50% em abril em relação a mar/21, com apenas 51 milhões de litros em equivalente leite internalizados —menor valor desde maio do ano passado. No entanto, no acumulado do ano (jan/abr) de 2021 em relação a 2020, internalizamos 411 milhões de litros em equivalente leite, 52% acima do mesmo período de 2020.
Os leites em pós seguem sendo os derivados mais importados, representando 45% do total das importações brasileiras. No entanto, no mês de abril houve uma queda de 68% na importação do leite em pó integral, e de 40% no leite em pó desnatado, totalizando 3.313.200 milhões de litros equivalentes, frente aos 8.589.000 litros equivalentes de mar/21.
Nas últimas semanas, estamos acompanhando um certo recuo do dólar (R$ 5,21 – cotação desta sexta-feira (07/05/21)), frente a expectativa da continuidade de elevações na taxa básica de juros no Brasil. Por outro lado, os resultados do último leilão GDT, mostraram preços ainda firmes e em patamares superiores aos US$ 4.000/ton (US$ 4.115/ton – fechamento do leite em pó integral). Considerando esses valores, chegamos ao preço de um leite importado pago no Brasil de R$ 2,61.
Apesar do valor do produto importado ainda ser pouco competitivo, quando olhamos para os preços de exportação, chegamos a um valor máximo de R$ 2,38 para o leite tirado do campo. Com preços no mercado spot girando em torno de R$ 2,12 e a baixa oferta no campo que sustenta os valores do leite pago ao produtor, fica a atenção para uma possível diminuição da janela de exportações brasileiras para os próximos meses. (Milkpoint)
Produtores usam ferramentas digitais para gestão da pecuária leiteira
Pecuária leiteira - As ferramentas digitais chegaram para ficar e podem ser aliadas importantes para o produtor rural. Em Serafina Corrêa, nas últimas semanas, 20 produtores participaram de um curso online sobre o uso de algumas ferramentas digitais para a gestão da propriedade leiteira, promovido pela Emater/RS-Ascar. De acordo com o engenheiro agrônomo Leandro Ebert, extensionista da Emater/RS-Ascar, a proposta surgiu da identificação da demanda no trabalho de campo realizado com as famílias.
"Notamos que, apesar do produtor estar mais tecnificado, com mais acesso a tecnologias, fica complicado de se organizar no meio de tanta informação que chega, seja por meios físicos ou digitas. Com isso, o tempo do produtor está cada vez mais escasso. Então, com o curso procuramos oferecer uma forma de organização e reflexão sobre isso", ressalta. Na capacitação, a gestão da propriedade leiteira foi abordada com conceitos da área da Administração de Empresas aplicados à propriedade leiteira. "Há muito se fala que o produtor deve tratar a propriedade como uma empresa, então trouxemos conceitos que podem ser aplicados na realidade das famílias para profissionalizar a gestão, mesmo em pequenas propriedades familiares", reforça Ebert.
Foram seis aulas online realizadas por videoconferência, tratando desde a Gestão e Planejamento Estratégico, Gestão de Pessoas e Bem-Estar, Gestão Zootécnica da Produção e Gestão Financeira. Além das aulas teóricas, foram disponibilizadas e trabalhadas ferramentas digitais para uso dos participantes, incluindo um Web-Plano de Negócios Simplificado-Leite, um app de Gerenciamento Técnico da Bovinocultura de Leite (GT-Leite), ambos elaborados pela equipe da Emater/RS-Ascar do município para uso das famílias assistidas, e ainda, uma planilha de Gestão da Propriedade Leiteira, a GPL, da Emater/RS-Ascar, e o app Roda da Reprodução, da Embrapa, disponível na Play Store gratuitamente.
Na última aula, de encerramento do curso, realizada nesta segunda-feira, dia 3 de maio, foram apresentados cases de sucesso de famílias que internalizaram a lógica da gestão da propriedade no seu dia a dia e que se utilizam dessas ferramentas para auxiliar na gestão. Além dos dados alcançados pelas propriedades, econômicos e zootécnicos, a aula teve a participação das produtoras Ivânia Binda, de Fagundes Varela e, Ana Lice Silvestrin Martins, de Serafina Corrêa, que contaram como foi o processo de adoção das tecnologias e as transformações que as famílias e as propriedades passaram nesses últimos anos com a profissionalização da gestão de suas propriedades. (Emater/RS)
Prazo de Inscrições para Selo Mais Integridade 2021/22 termina no dia 4 de junho
O prêmio reconhece empresas e cooperativas do agro que adotam práticas de integridade, responsabilidade social, ambiental e ética.
As inscrições para o Selo Mais Integridade 2021/22 terminam no dia 4 de junho. Podem se inscrever empresas e cooperativas do agronegócio que adotem práticas de integridade com enfoque na responsabilidade social, sustentabilidade, ética e comprometimento de impedir fraudes, suborno e corrupção. A cerimônia de entrega do Selo está prevista para janeiro de 2022. Esta é a quarta edição da premiação.
Para conquistar o Selo Mais Integridade, a organização precisa cumprir os seguintes requisitos: ter um programa de compliance, código de ética e conduta, canais de denúncia efetivos; promover ações com ênfase na responsabilidade social e ambiental e treinamentos para melhoria corporativa; estar em dia com as obrigações trabalhistas; não ter multas relacionadas ao tema nos últimos dois anos; não ter casos de adulteração ou falsificação de processos e produtos fiscalizados pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA); ter ações de boas práticas agrícolas enquadradas nas metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e não ter cometido crimes ambientais nos últimos 24 meses.
Cabe ao Comitê Gestor do Selo analisar a documentação apresentada pelas empresas e cooperativas candidatas. Após a análise e homologação do resultado, a lista com as vencedoras é publicada até o dia 31 de dezembro de 2021, no Diário Oficial da União.
Em fevereiro deste ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) premiou 19 empresas com selo (referente à terceira edição), sendo que quatro delas receberam a certificação pela segunda vez e oito, pela terceira vez.
O Mapa é pioneiro entre os ministérios na implementação de um selo setorial alinhado ao Programa de Fomento à Integridade da Controladoria-Geral da União. (Mapa)
Jogo Rápido
Estado terá frio e possibilidade de geadas nos próximos dias
Os próximos sete dias serão frios e com possibilidade de geadas no Rio Grande do Sul, de acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico nº 18/2021, divulgado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), em parceria com a Emater-RS e o Irga. Na quinta (6), o ingresso de ar frio provocará o declínio da temperatura em todas as regiões. Somente nas faixas Norte e Nordeste ainda ocorrerão chuvas fracas e isoladas. Na sexta-feira (7) e sábado (8), a presença do ar seco e frio manterá o tempo firme e as temperaturas baixas em todas as regiões, com possibilidade de geadas isoladas no amanhecer, principalmente na Campanha, Planalto e Serra do Nordeste. No domingo (9), o ar frio perderá intensidade e favorecerá a gradativa elevação das temperaturas. Na segunda-feira (10), o ingresso de ar quente e úmido provocará maior variação de nuvens e poderão ocorrer pancadas de chuva na Campanha e Zona Sul. Na terça (11) e quarta-feira (12), o deslocamento de uma frente fria vai provocar chuva em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados. Os totais previstos deverão oscilar entre 20 e 45 mm na maioria das regiões. Já no Extremo Sul, Planalto e nos Campos de Cima da Serra, os volumes podem variar entre 50 e 65 mm. O boletim Agrometerologico completo pode ser consultado clicando aqui. (SEAPDR)
Porto Alegre, 06 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.459
Sistema Nacional de Meteorologia irá integrar ações de previsão do tempo
O Inmet será o grande integrador da meteorologia no Brasil, o responsável pela emissão
dos alertas
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Gestor e Operacional do sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) anunciaram nesta segunda-feira (3) a criação do Sistema Nacional de Meteorologia (SNM). O objetivo é eliminar sobreposições de atividades, gerando assim uma cadeia de processos, produtos e dados interligados e complementares. A partir de hoje, o Inpe deixa de divulgar para o público em geral as previsões de tempo e os avisos meteorológicos, atividade que passará a ser realizada exclusivamente pelo Inmet, que já a executa, basicamente, desde sua criação em 1909.
A mudança trará grandes avanços para o Agro, com maior eficiência na previsão do tempo, fundamental para o produtor decidir o momento exato de plantar e de colher. Cada um dos órgãos atuará com o seu papel bem definido de modo a tornar a Meteorologia Nacional mais eficiente e para atender da melhor maneira possível a todas as demandas de seus usuários e da população. “A atuação conjunta das Instituições permitirá atingir patamares de desenvolvimento compatíveis com as necessidades sociais e econômicas do país, principalmente relacionadas ao aprimoramento do monitoramento e elaboração de melhores previsões de eventos meteorológicos extremos, elevando a meteorologia brasileira a um novo patamar”, explica a Nota Oficial Conjunta divulgada pelos três órgãos. A data de hoje define o "lançamento da pedra fundamental" para o início da organização das atividades de monitoramento, previsão, pesquisa, desenvolvimento e inovação, preconizada pelo SNM.
“Vamos ampliar a pesquisa e a ciência, e melhorar o acesso do público à informação meteorológica para tomar as melhores decisões”, comemora o diretor do Inmet, Miguel Ivan de Oliveira, explicando que durante mais de duas décadas o Brasil duplicou esforços e recursos nestes institutos para produzir o mesmo produto.
O Inmet será o grande integrador da meteorologia no Brasil, o responsável pela emissão dos alertas, o que permitirá que o Inpe se concentre na pesquisa da meteorologia, produzindo ciência para aperfeiçoar os resultados. “Esta integração é uma revolução na meteorologia brasileira”, afirma Miguel de Oliveira. O Inmet também irá lançar em seu portal um mapa interativo com a previsão de tempo para todo o país para os próximos cinco dias. Nos dois primeiros dias, a previsão ainda é detalhada para os turnos madrugada/manhã, tarde e noite. O usuário poderá navegar pelo mapa e obter a previsão de tempo para qualquer município selecionando um ponto no mapa. (Mapa)
China – Um olhar no tempo: Transformação do setor lácteo
Leite/China – Em 1949, eram apenas 120.000 cabeças de gado leiteiro na China, com produção anual de 192.000 toneladas de leite, e produtividade animal de 3 toneladas/vaca/ano. Naquela época, o consumo per capita de produtos lácteos no país era de 0,4 kg por ano. 60 anos mais tarde, em 2019, o número total de gado leiteiro na China era cerca de 6 milhões de cabeças. A produção de leite ultrapassou 32 milhões de toneladas e o consumo per capita de produtos lácteos aumentou surpreendentemente para mais de 30 kg por ano. Embora este enorme desenvolvimento da pecuária leiteira na China tenha ocorrido em 60 anos, as mudanças mais significativas ocorreram em períodos mais recentes.
Desenvolvimento das fazendas leiteiras na China: Desde 1949 e nos 30 anos seguintes, as fazendas de leite na China desenvolveram junto com o lento aumento da demanda por produtos lácteos no país. Para atender ao crescimento da demanda, o governo decidiu construir empresas de laticínios e bases para fornecimento de leite em várias regiões do país. Isso levou ao desenvolvimento de fazendas de leite estatais próximas a grandes e médias cidades como Pequim, Xangai, Tianjin, Chongqing, Shenyang, Guangzhou, Harbin, Nanjing, e Kunning. A fundação dessas fazendas estatais tornou possível o desenvolvimento da indústria de laticínios, mas, dada às dificuldades econômicas da China na época, o crescimento era ainda relativamente lento. Por volta de 1978, o rebanho leiteiro na China havia crescido para 480.000 cabeças, e a produção anual atingia 883.000 toneladas por ano, e o consumo per capita de produtos lácteos ficava próximo de 1 kg por ano.
Período de reforma da pecuária leiteira chinesa: Em 1978, o estado passou a incentivar o setor privado a entrar na pecuária leiteira, e esse incentivo influenciou de forma importante o desenvolvimento. Durante 20 anos, as fazendas leiteiras de propriedade nacional, coletiva e individual desenvolveram-se lado a lado e este pode ser chamado um período de reforma e a pecuária leiteira mudou de estatal para agricultores individuais. Em 1949, a proporção de agricultores individuais proprietários de vacas leiteiras eram apenas 6,25%, mas em 1997, 20 anos depois com o incentivo do governo para a privatização do setor, o percentual de fazendas leiteiras privadas chegou a 82,62% e o rebanho bovino leiteiro aumentou para impressionantes 4,4 milhões de cabeças. Essa grande mudança, em apenas 20 anos, foi possível devido à introdução e aplicação de tecnologias essenciais em fazendas leiteiras. O nível de produção de leite nas fazendas da China melhorou significativamente nesse período, e isso foi possível graças a muitos fatores: melhoramento das raças, tecnologia de alimentação, e melhores equipamentos de ordenha.
Raça de vaca holandesa chinesa: A introdução de raças holandesas estrangeiras, a importação de novilhas vivas, e cruzamento com o rebanho local, depois de um longo tempo de seleção e reprodução, levou ao desenvolvimento da raça holandesa chinesa, conhecida como “Chinese Black and White Cattle”, ou “Rebanho Preto e Branco da China”, chamado de Gado Holandês da China, em 1992. Essa foi a primeira raça de vaca leiteira dedicada à China e assim permanece até hoje.
Produção de alimentos – Novo milho, melhor rendimento: A produção e utilização de silagem de milho começou quando a República Popular da China foi estabelecida em 1949, e foi adotada por algumas grandes fazendas estatais e pequenas produções perto de cidades. Antes da década de 1980, não havia variedades de milho conhecidas que fossem especialmente destinadas à produção de silagem. Mas, em 1985, surgem novas variedades de milho com dupla finalidade, silagem e grão. Essa mudança marca uma nova era para as fazendas leiteiras chinesas e os efeitos foram sentidos imediatamente, com o aumento da produção das vacas leiteiras.
Tecnologia e eficiência na produção de leite: Mesmo existindo ordenha mecânica há mais de 100 anos, a tecnologia só chegou à China na década de 1980, e nesta época, as ordenhadeiras eram utilizadas em menos de 0,5% das fazendas e o resto mantinha a ordenha manual. Em 2008, o percentual de ordenhas mecânicas ainda era baixo, 40%, mas isso mudou e, agora, a maior parte do leite vem de fazendas que utilizam ordenhadeiras.
Este desenvolvimento desempenhou um grande papel na melhoria da eficiência de produção de leite na China. Outra tecnologia que também teve um grande impacto foi a introdução e promoção da tecnologia de mistura de ração (TMR). Estudos mostram que a alimentação TMR reduz os custos dos alimentos, aumenta a eficiência do trabalho e a racionalização dos suplementos alimentares, melhorando e tornando mais estável a produção de leite pelas vacas. Usando a dieta TMR, é possível separar o rebanho em lotes, e a cada grupo é fornecida a alimentação compatível com sua produção, contribuindo para o aumento da rentabilidade animal. Essa tecnologia foi adotada em todo o país e propiciou a mudança de manejo alimentar em um curto espaço de tempo.
Nos últimos 20 anos, uma grande virada de jogo: Com a transformação tecnológica, a modernização das fazendas leiteiras domésticas e indústrias de laticínios, a base para mudanças mais rápidas foi consolidada. Junto com a melhoria de infraestrutura e modernização dos canais de distribuição na China, a promoção de produtos lácteos poderia decolar, mas, era necessário aumentar a produção. Isso também influenciou o rápido desenvolvimento da indústria de laticínios levando ao crescimento da Mengniu e Yili, as duas maiores empresas do ramo da China. Fazendas de grande escala também foram criadas com o estabelecimento de mega fazendas de leite de propriedade privada e também empresas como a Modern Dairy (Group) Co., Ltda (Modern Dairy) fundada em 2005 e listada na Bolsa de Valores de Hong Kong em 2010. Esta empresa possui hoje, 26 propriedades, uma das quais é a fazenda Bengbu com 20.000 vacas de leite e conta com um total de 230.000 cabeças de gado leiteiro.
Mas a Modern Dairy não está sozinha, muitas outras empresas possuem fazendas de leite, como a Shengmu, Fuyuan & AustAisa, para mencionar algumas. Elas também operam na China, cada uma com dezenas de milhares de vacas e muitas fazendas leiteiras diferentes. A agricultura de alta escala levou a uma alta profissionalização das operações da pecuária leiteira. Em algumas dessas grandes fazendas a produtividade animal pode chegar a mais de 40 kg/vaca/dia de leite. Hoje, a produtividade da China chega perto de 8,5 toneladas de leite/vaca/ano, e a produção total de leite se aproxima de 35 milhões de toneladas. Mudança impressionante dos 0,2 milhões de toneladas de 1949, ou ainda as 0,9 milhões de toneladas em 1978. (Fonte: Dairy Global – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
Além dos desafios do terreno íngreme e pedregoso, um surto de neospora no plantel
Localizada em Picada Evaristo, interior de São Lourenço do Sul/RS, a propriedade familiar Peglow conta com uma extensão de terras de 39 hectares. Destes, apenas 16 são utilizados para a agropecuária já que os demais são destinados para área de preservação permanente devido às condições do terreno, que é muito íngreme e pedregoso. A Equipe MilkPoint conversou com Tobias Peglow, que nos contou com detalhes sobre uma das histórias de superação vivenciadas pela família. Após o casamento, Ronei Peglow e Luciara Maria Heller Peglow, pais de Tobias, iniciaram no leite com duas vacas: uma comprada do vizinho e a outra, trazida da casa dos pais de Luciara. “Como todo início, as coisas não foram fáceis. Doenças, falta de conhecimento e de assistência técnica resultaram em um alto índice de mortalidade das vacas, porém, com insistência e sempre pensando na reposição dos animais do plantel, a produção foi crescendo e os desafios também”, disse Tobias.
Segundo ele, com a utilização da inseminação artificial, foi possível aumentar o número de cabeças e a qualidade produtiva e genética. Com a ordenha realizada manualmente por muitos anos em um antigo galpão adaptado para estábulo, os indicadores de qualidade não eram nada bons, chegando a CBT (Contagem Bacteriana Total) em até 2.000.000 UFC/ml e CCS (Contagem de Células Somáticas) em torno de 1.000.000 cél/ml. Na época, o leite precisava ser levado em tarros para a estrada pois o caminhão não o recolhia na propriedade. Em 2009, as coisas começaram a melhorar na propriedade quando ela aderiu a linhas de créditos acessíveis que possibilitaram a compra de um trator maior, resfriador a granel e a construção de uma sala de ordenha com transferência de leite automática. Também, atenção especial foi dada ao canzil para a alimentação das vacas e com a maior facilidade da ordenha, inclusive em um local mais limpo e adequado, os indicadores de qualidade logo melhoraram, chegando a CCS em torno de 400.000 cél/ml e CBT em torno de 6.000 UFC/ml. Junto com essas facilidades, o tempo de ordenha foi reduzido pela metade, o rebanho cresceu mais ainda e a produção diária quadruplicou.
Em 2016, tudo ia muito bem: a família estava construindo uma casa nova, a produção estava expandindo consideravelmente, assim como a quantidade de novilhas prenhas. Mas, para a infelicidade dos Peglow, um ‘vento soprou’ na direção contrária: diversas vacas abortaram, outras não emprenhavam – mesmo após 5 ou 6 tentativas – e parte delas, passaram a apresentar cios silenciosos. “O espaço aberto no tanque começou a aumentar bruscamente e todas as expectativas até ali planejadas não se concretizaram. Em busca de respostas, algumas atitudes investigativas tiveram que ser tomadas, e foi então, que chegamos a uma conclusão preocupante: a presença de neospora no rebanho. O baque foi gigante e o desânimo tomou conta de todos os envolvidos, até porque, nunca ninguém havia escutado falar sobre essa doença”, contou Tobias. Ele relatou que era como se os dias tivessem escurecido e o futuro passou a ser visto com outros olhos.
“Pensamos até em trocar de profissão, mas aos poucos, como a força do nosso empenho, dedicação e assistência veterinária, as coisas foram mudando. Aprendemos a conviver com a enfermidade, passamos a tomar mais cuidado com a ração e a silagem e - passo a passo – fomos observando os resultados positivos da ‘camisa suada’. Nos últimos dois anos a produção voltou a crescer e a média por animal também. Os partos estão ocorrendo normalmente, abortos não são mais observados e a taxa de prenhez está em um bom patamar”. Atualmente a produção diária varia de 380 a 600 litros, dependendo da estação do ano, e a média diária geral por animal é 26 litros/leite/vaca em um sistema de produção a pasto complementado com ração e silagem de milho. O rebanho é composto por 42 cabeças, dessas, 4 Jersey e as demais, Holandesas. “Já vencemos muitos desafios e compreendo que teremos outros pela frente. Olhando agora, parece que nem tivemos problemas grandes e que todos eles poderiam ter sido facilmente evitados, mas estamos falando de uma pequena propriedade rural sem incentivo governamental e sem condições de pagar assistência veterinária.
No momento que mais precisamos, a empresa para o qual vendemos nossa produção iniciou um projeto de assistência veterinária gratuito e nossa propriedade foi escolhida, o que possibilitou vencer os obstáculos daquele momento. Hoje estamos recebendo visitas veterinárias pagas pela indústria e recentemente fomos convidados a participar de um grupo de produtores organizado pelo Sebrae chamado ‘Juntos para competir’ que visa qualificar produtores e propriedades. Além disso, estou fazendo um curso de inseminação artificial, algo fundamental para nós hoje”, comentou o produtor.
No momento atual, a propriedade enfrenta um desafio relacionado a disponibilidade de água para as vacas. Eles possuem fontes próprias do recurso mais a maior dele vem de um açude cedido pelo vizinho que fica a mais ou menos 1 km de distância. E finalizando a história contada na entrevista, deixou a todos uma mensagem inspiradora: Para alguns, as pedras no caminho serão sempre pedras no caminho, para mim, elas podem ser a solução. As pedras que espalhadas me atrapalhavam e machucavam as vacas, recolhi com a força dos meus braços e fiz uma contenção para segurar a terra no seu devido lugar e garantir que aqui se possa produzir por muito tempo. Em um local íngreme, como o da propriedade Família Peglow, nasceu uma iniciativa exemplar”. (Milkpoint)
Jogo Rápido
Conversa com o Extensionista
E o preço do leite? E as importações? Essas e outras perguntas sempre ouvimos trabalhando com pecuária leiteira. Nós, extensionistas, atuamos sempre da "porteira pra dentro" e, defendemos que é lá que as coisas podem transformar uma propriedade. Entretanto, pra não deixar essas questões sem resposta, o Secretário Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini aceitou o convite e é o participante dessa semana do Conversa com o Extensionista! Confira a entrevista no Facebook da Prefeitura de Serafina Corrêa, clicando aqui. (Prefeitura de Serafina Correa)
Porto Alegre, 05 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.458
Investimento em gestão e em sistema de bovinocultura de leite muda perfil da propriedade
Bovinocultura leiteira - A propriedade da família Mello, de Entre Rios Do Sul, assistida pela Emater/RS-Ascar, ganhou um novo perfil e se tornou modelo de propriedade em gestão. A mudança é resultado de um conjunto de ações que envolvem assistência técnica, aliada ao planejamento e investimentos, além de acesso ao crédito agrícola, disponibilizado pelo Poder Público através dos programas visando o desenvolvimento.
O produtor Sergio Mello, patriarca da família, juntamente com sua esposa Cleci, ao longo de toda a sua vida de agricultor, buscou auxílio junto à Emater/RS-Ascar. "Em cada pedacinho da propriedade tem a participação da Emater", conta. A assistência técnica, com orientações e projetos, proporcionou novas instalações nas áreas de bovinocultura leiteira e irrigação.
O rebanho leiteiro passou de 10 para 60 animais, com aumento da produção de 15 a 28 litros/vaca/dia. As mudanças em novas instalações e no sistema de produção, que migrou do Pastoril para o Confinado em Compost Barn, facilitaram os trabalhos de manejo e melhoraram a sanidade do rebanho, proporcionando sanidade animal e mais rentabilidade à propriedade.
A implantação de sistema de irrigação em sete hectares, uma das políticas públicas, viabilizada pelo Programa Estadual "Mais Água Mais Renda", executado pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), deu a segurança de produzir alimento aos animais, tanto em quantidade quanto qualidade. Também foram feitos investimentos em aquisição de máquinas e equipamentos, construção de armazéns e silos secadores.
A família também investiu no sistema de energia fotovoltaica e construção de poço artesiano com recursos próprios. A família Mello trabalhou também o embelezamento, saneamento básico, segurança e soberania alimentar, educação e promoção da saúde, e organização da propriedade. Estas ações também são consideradas importantes para a criação de um ambiente agradável e harmonioso na propriedade, avalia a equipe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Entre Rios do Sul. Para os extensionistas da Emater/RS-Ascar do município, a mudança da propriedade é visível e notória, tendo como base a visão do produtor Sérgio e da esposa Cleci em oportunizar aos filhos o retorno à propriedade.
A equipe destaca ainda o comprometimento dos filhos Ederson, Michelle e mais recentemente Cristiano. Eles desenvolvem um trabalho diário incansável para modernizar a propriedade, aproveitar recursos naturais e aumentar produtividade e qualidade da produção de leite que é a principal atividade da granja. Na avaliação da equipe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar em Entre Rios do Sul, é gratificante ver na prática o crescimento econômico e tecnológico, a sucessão familiar e a satisfação de todos os membros da família Mello pelas conquistas alcançadas. Isso valoriza o esforço de todos os extensionistas que vêm trabalhando com a família ao longo dos anos.
O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, doutor em Agroecossitemas, Vilmar Fruscalso, responsável pela área de bovinocultura de leite na região de abrangência do Escritório Regional de Erechim, observa que o crescimento produtivo e a viabilidade econômica da propriedade da família Mello seriam compartilhados em uma Tarde de Campo Regional, mas em virtude da pandemia, o evento foi transferido para uma outra oportunidade. "Essa é uma propriedade bem diversificada", avalia. (Emater/RS)
A retomada do Food Services mesmo com a pandemia ainda presente
Mais uma vez, acho muito relevante indicar a data do artigo — as coisas andam mudando muito rapidamente! Escrevo no dia 02/05, o primeiro domingo de maio, com o Brasil com 15% da população vacinada, mas com uma média diária de mortes acima dos 2.000 casos — logo, tendências variadas para os próximos dias.
Acredito que esta incerteza depois de mais de um ano de pandemia — algumas notícias animadoras, em países que após a vacinação massiva tem a vida praticamente normalizada — Israel, Emirados Árabes, Qatar e mesmo algumas regiões dos Estados Unidos — e até o Reino Unido, que estava em uma situação desesperadora algum tempo atrás.
E o que as imagens do retorno à vida normal nestes países trazem em comum? A abertura dos restaurantes, bares, cafés, pubs etc.! Fica clara a relevância do setor no dia a dia das pessoas, e na felicidade de se encontrar com amigos para comer e beber juntos — atividade que o ser humano faz a milhares de anos!
E por aqui? Parece haver um consenso entre os governantes de todos os níveis que não dá mais para usar o distanciamento social de maneira irrestrita — estamos na quarta tentativa de abertura gradual do Food Services nos estados do sudeste, que parece ser definitivo.
Mas qual será o Food Services que a indústria láctea vai encontrar? Algumas dicas:
• A produção industrial seguiu estável, logo os restaurantes em unidades industriais têm performado como historicamente;
• Já os restaurantes próximos a grandes concentrações de escritórios, ou fecharam, ou operam com volumes muito menores — aqui o estrago causado pelo home office foi definitivo;
• Na área dos shopping centers:
Nos shoppings dependentes de escritórios na vizinhança, grande dificuldade em função também do home office; Já nos shoppings de compras propriamente, como outlets, grandes magazines, entretenimento etc., a recuperação parece animadora;
• Dark kitchens: com a consolidação do delivery como grande opção de consumo em casa, este mecanismo ficou relevante — é como se um novo canal inteiro tivesse se formado, e é preciso muita atenção — são estabelecimentos pequenos, mas com bons volumes, que demandam alta frequência de entrega e atendimento eletrônico.
Logo, apesar de em média o setor de Food Services ter “encolhido” cerca de 30% sobre o período pré- pandemia, com grande quebradeira e dificuldades, o retorno parece irreversível, com recuperação dos volumes paulatinamente.
Vamos conferir a evolução, bem como ver quais as indústrias que se prepararam para esta nova fase! (Milkpoint – Artigo de Roberto Denuzzo - Diretor da RDC Consultoria)
EUA registra alta no consumo de lácteos
Para os mercados de commodities, a pandemia foi um choque que será lembrado por muito tempo. Para o mercado de queijos, a crise da Covid-19 impulsionou preços que não víamos desde o intervalo em 2009.
No começo deste ano, o mercado parecia com uma montanha-russa, com baixas e altas significativas nos preços. Com os estados começando a abrir e mais pessoas sendo vacinadas, o que devemos esperar de 2022?
Internamente, é possível observar um aumento no consumo de laticínios em comparação com o ano passado. Um dos principais motivos do declínio tão acentuado na demanda durante a pandemia foi a perda do negócio de restaurantes.
Indo para o final de 2019, o mercado de ações dos EUA estava escalando para novas máximas com uma baixa taxa de desemprego. A confiança do consumidor era forte e a população estava frequentando restaurantes e outros serviços de alimentação. Tudo isso acabou com a chegada do distanciamento social. No que diz respeito aos restaurantes, a recuperação do segmento ainda está em jogo. Dados divulgados pelo OpenTable, o Serviço de Reserva de Restaurantes Online,relataram que as vendas dos restaurantes em janeiro caíram 60% em relação a 2019. Os dados atuais mostram que o tráfego de pessoas no restaurante caiu apenas 21% em relação à 2019.
Em relação ao uso de lácteos por restaurantes, houve um aumento no tráfego, refletido no mercado de manteiga. O uso comercial do derivado em fevereiro aumentou 28%. Isso é importante, porque em um ano normal (sem eventos adversos como a pandemia), 40% do consumo de manteiga dos EUA ocorre fora de casa.
À medida que as vacinas da Covid começarem a ser lançadas em todo o país, fica claro que começaremos a ver um aumento não apenas no negócio de restaurantes, mas em viagens, reuniões sociais, jogos de beisebol etc.
Mas e o resto do mundo? O que chamou a atenção nos últimos meses foi a força que saiu do leilão do Global Dairy Trade (GDT). Desde o início do ano, o Índice de Preços GDT tem aumentado continuamente em níveis de preços que não víamos desde 2014.
As negociações recentes do GDT mostraram preços de cheddar em cerca de $ 2,00 (R$10,94), valor equivalente quando comparado aos EUA, assim como os preços do leite em pó desnatado em $ 1,55 (R$ 8,48) também foram equivalentes. Estes preços também não foram fogo de palha; eles acontecem desde o final de fevereiro.
Enquanto os EUA e o resto do mundo trabalham para voltar ao "velho normal", observa-se um aumento na demanda por alimentos. Dados de exportação recentes para os EUA mostram que as exportações totais de lácteos aumentaram 1,5% no ano. (As informações são da Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)
Jogo Rápido
E-book gratuito: tendências para produtos lácteos
Sabemos que é um grande desafio agradar os consumidores que estão mais preocupados com a origem dos alimentos que ingerem e buscam uma vida mais saudável. Todos os anos novas tendências de consumo têm surgido, o que leva a indústria a ter que se adequar as novas demandas dos seus clientes. A Corbion, líder global de mercado em ácido lático e seus derivados, pode te ajudar na missão de desenvolver ou aprimorar seus produtos. Pensando nisso, montamos esse ebook com uma das principais informações para o mercado lácteo em 2021. Vamos nessa? Clique aqui e acesse o e-book gratuito. (Milkpoint)
Porto Alegre, 04 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.457
GDT – Evento 283 de 4 de maio de 2021
GDT – As cotações dos lácteos depois do primeiro evento de maio de 2021 mostraram firmeza para leite em pó, tanto integral como desnatado, e a volatilidade das manteigas.
Imagem: GDT-Adaptado Sindilat/RS
Os dois produtos mais significativos no evento, tiveram aumentos conservadores o suficiente para evitar uma queda maior no índice geral. Com reajuste de 2% em sua cotação, o leite em pó desnatado (SMP) atingiu sua maior cotação desde julho de 2014, e ficou mais de US$ 1.000 acima do valor da tonelada registrado em maio de 2020. O leite em pó integral (WMP) também chegou ao seu segundo maior valor desde 2014, a tonelada está mais US$ 1.300 acima do valor de um ano atrás, e com a cotação 24% maior do que a obtida no primeiro leilão de 2021. Com estes resultados, o Índice GDT está com seu segundo maior valor desde março de 2015.
Os preços futuros deste evento mostram tendência de queda para as manteigas e o cheddar, em relação aos níveis atuais, e estabilidade para os leites em pó. (Fonte: globaldairytrade/ www.terraviva.com.br)
Projeto prevê melhoria da qualidade do solo na Serra Gaúcha
O aumento das áreas com plantas de cobertura e de melhoramento de campo nativo com introdução de espécies forrageiras e a elevação do teor de matéria orgânica no solo serão os indicadores utilizados para mensurar a melhoria da qualidade do solo de três mil propriedades da Serra Gaúcha. O projeto foi apresentado pela Emater/RS-Ascar e Universidade de Caxias do Sul (UCS) em evento online na quarta-feira (28/04), para prefeitos e secretários da Agricultura de 49 municípios da região. O presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, e o reitor da UCS, Evaldo Kuiava, participaram do lançamento. O Projeto Regional para Melhoria da Qualidade do Solo das Culturas e Criações na Serra Gaúcha visa promover o uso correto dos solos, garantindo a sustentabilidade dos sistemas e tendo como consequência a melhora dos rendimentos das culturas e criações; a realização de ações articuladas que viabilizem o uso correto dos insumos através de capacitações para agricultores e técnicos envolvidos no projeto; e a orientação no uso de práticas e técnicas de manejo do solo. O projeto prevê a execução de atividades individuais e coletivas, como coleta de solo para análise, visitas para acompanhamento e orientações técnicas e capacitações, e terá a duração de quatro anos. “Um solo bem manejado, mais cuidado, menos compactado, retém água e nutrientes fundamentais para a produção e produtividade agrícola, trazendo mais qualidade de vida e renda para as famílias”, destacou Sandri. A fim de demonstrar os resultados possíveis, o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Tiago Oliveira Figueiredo, apresentou um estudo de caso de plantas de cobertura para uso, manejo e conservação do solo em uma propriedade rural do município de Guaporé. A ação desenvolvida pela Extensão Rural, que incluiu a implantação de curvas de nível, orientações de correção e adubação do solo, a implantação de plantas de cobertura e a rotação de culturas, transformou uma área que tinha solo exposto, compactado, sulcos, plantas espontâneas e soja guaxa em um solo saudável, com retenção de água e nutrientes, redução de infestantes e sem erosão, melhorando o potencial produtivo. E para que haja essa melhoria, uma das etapas é a realização de coleta e análise de amostras de solo, assim como análise de tecido vegetal, serviços que serão prestados no projeto pelo Laboratório de Solos da UCS e que foram apresentados pela engenheira química Taciane Ribeiro. “A realização da análise de solo é importante para o aumento da produtividade, da eficácia e da qualidade do solo e recursos hídricos das propriedades e para a melhor aplicabilidade dos recursos financeiros”, salientou. No projeto, estas análises terão subsídio através do Bônus Metrologia, que é uma parceria do Sebrae, Rede Metrológica RS e laboratórios reconhecidos, que foi apresentado pelo engenheiro químico da UCS, Jadison Fabrício de Souza. Ele explicou que os produtores poderão utilizar o bônus metrologia, que oferece subsídio de 60% nas análises em relação ao valor praticado pelo laboratório. Também serão parceiros no projeto as prefeituras, Sebrae e laboratórios de solos credenciados na rede oficial de laboratórios de análises de solos do RS e SC. (SEAPDR - Emater/RS)
Mapa inicia tomada pública de subsídios sobre os Programas de Autocontrole Programas de autocontrole - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está colhendo sugestões sobre a regulamentação dos Programas de Autocontrole dos agentes privados regulados pela Defesa Agropecuária e Programa de incentivo à conformidade em Defesa Agropecuária dispostos no Projeto de Lei nº 1293/2021, que tramita no Congresso Nacional. As contribuições, tecnicamente fundamentadas, poderão ser feitas até o dia 30 de junho, por meio do formulário para participação da tomada pública de subsídios, disponível clicando aqui. O objetivo da Tomada Pública de Subsídios é permitir a ampla divulgação e a participação de órgãos, entidades ou pessoas interessadas em contribuir com a discussão sobre o tema. Projeto de Lei: O projeto de lei 1293/2021, encaminhado ao Congresso Nacional, dispõe sobre os programas de autocontrole dos agentes privados regulados pela defesa agropecuária e sobre a organização e os procedimentos aplicados pela defesa agropecuária aos agentes das cadeias produtivas do setor. O documento propõe uma nova configuração ao modelo de fiscalização agropecuária. O objetivo é tornar obrigatória a adoção de programas de autocontrole pelos agentes regulados pela legislação da defesa agropecuária. O PL busca ainda modernizar as regras de controle sanitário do MAPA (por exemplo: registro de estabelecimento agropecuários) que impactam na expedição de ato público de liberação de atividade econômica no segmento agropecuário, considerando o grau de risco sanitário envolvido, e a atualização do valor pecuniário das multas aplicadas em decorrência da constatação de infrações durante a fiscalização agropecuária, atendendo, assim, as recomendações dos Órgãos de Controle e fortalecendo as medidas coercitivas e educativas em desfavor dos transgressores da legislação sanitária. (MAPA)
Jogo Rápido
Fiergs reúne mais de 60 projetos
Dividida em sete áreas temáticas, a Agenda Legislativa da Fiergs 2021 foi lançada ontem. “Esse documento é um mapa de voo, que pode nos levar ao destino correto”, disse o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry. A agenda reúne mais de 60 matérias protocoladas pelos deputados estaduais e busca reforçar a interlocução com os parlamentares. “Mesmo nas divergências, temos condição de dialogar e encontrar soluções”, afirmou o presidente da Assembleia, Gabriel Souza. (Correio do Povo)
Porto Alegre, 05 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.456
Secar e armazenar grãos para ração aumenta rentabilidade, diz Emater
Na região de Santa Rosa (RS), produtores tem adotado uma nova estratégia para secagem e armazenamento de grãos através de um projeto elaborado pela Emater/RS-Ascar. O projeto buscar dar maior autonomia para os produtores e melhor controle na manutenção da qualidade dos grãos e ainda contemplar a necessidade e a realidade de cada propriedade, desde pequenas unidades, com baixo custo, até estruturas completas, automatizadas. Um dos projetos recém implantados foi na propriedade de João Eduardo Wille, no município de Linha Pitanga. Foram construídos dois silos com capacidade para armazenar duas mil sacas de milho, cujos grãos são destinados para ração do gado de leite, o que favorece para um menor custo de produção e maior qualidade na dieta fornecida. Junto aos silos secadores, foi construído uma fábrica de ração, que por sua vez já tritura e mistura os insumos automaticamente, reduzindo a necessidade de mão de obra. O produtor possui 120 vacas (99 vacas em lactação e 21 secas) e 45 novilhas e terneiras, sendo produzidos em média 78.250 litros de leite por mês. Na propriedade trabalham três membros da família e mais três colaboradores, uma vez que além do leite são terminados 1.700 suínos por lote e produzidos milho silagem, milho grão, feno e pastagens. O produtor ainda ressalta que após implantar o sistema, obteve uma redução do custo da ração, que é produzida e aproveitada na propriedade, além de ter maior autonomia e facilidade no trabalho. Para a instalação dos silos e da fábrica de ração, foram investidos aproximadamente R$ 270 mil, dos quais 165 mil foram financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 2,75% a 4% ao ano. O restante é oriundo de recursos próprios. O extensionista da Emater/RS-Ascar Elir Paulo Pasquetti, também destaca a aplicação do projeto na cidade de Nova Candelária, pois já foram construídos 14 silos secadores e armazenadores de alvenaria com capacidade de secar e armazenar 11.800 sacas, o que corresponde à produção de aproximadamente 98 hectares de milho, que está sendo estocada nas propriedades. Ele ainda ressalta que a secagem e a armazenagem dentro da propriedade reduzem custos com transporte, taxas de limpeza e secagem. Além disso, contribui para um milho de excelente qualidade a um custo menor ao produtor, possibilitando uma maior renda na produção do leite. (Canal Rural)
Aguinaldo deve apresentar hoje parecer sobre reforma tributária
O relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deve apresentar seu relatório nesta segunda-feira e defender a votação de uma proposta ampla, diferente do que querem o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a equipe econômica e o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). O parlamentar paraibano ficou contrariado com a decisão de Lira de impor um prazo-limite publicamente, mas preferiu atender ao pedido para reforçar seu compromisso com a pauta. Além de apresentar o parecer, o líder da Maioria no Congresso deve fazer defesa enfática de uma reforma ampla, sob a justificativa de que essa foi a alternativa trabalhada desde 2019. Com a iniciativa, o objetivo é fazer frente ao fatiamento da proposta, defendido publicamente por Lira e Barros na semana passada. Em discurso no plenário, o líder do governo indicou que a reforma seria apreciada em quatro etapas, começando pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substitui o PIS/Cofins. A ideia, de acordo com Barros, teria sido construída em um acordo entre líderes partidários, Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Vamos começar pela simplificação tributária e depois avançar na direção de organizarmos o sistema tributário mais fácil para o contribuinte”. O posicionamento gerou desconforto entre lideranças, o que obrigou o líder do governo a ir às redes sociais explicar que o martelo sobre o fatiamento ainda não estava batido e que dependia de consultas ao relator, ao presidente da comissão mista, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), e também aos líderes partidários. Parlamentares admitiram que o clima pode azedar. Reservadamente, aliados de Aguinaldo destacam que o relator não acredita que o fatiamento seja a melhor solução para tirar a reforma do papel. “Acho que eles têm uma compreensão errada do que é mais fácil aprovar. A CBS é muito mais difícil aprovar do que a PEC”, pontuou um parlamentar alinhado com o deputado paraibano. Essa resistência à CBS deve ser explorada pelo relator para defender que o Poder Legislativo desista de apostar na votação da reforma em partes. Entre integrantes da equipe econômica, a tese é que não há conflito entre reforma fatiada ou reforma ampla. A aposta na versão fatiada se baseia no fato que são projetos de lei. Portanto, têm mais chances de avançar. Para aprovar uma emenda à Constituição, como é o caso das reformas amplas, é necessário o apoio de 308 deputados em dois turnos. Depois, disso, ainda precisa contar com o aval de 49 senadores em duas votações. As fatias da reforma são acopláveis às reformas mais amplas analisadas no Congresso, argumenta um interlocutor de Guedes. Para viabilizar a aprovação da CBS, que seria a primeira fatia, o ministro pretende colocar uma carta nova na mesa: a redução de alíquotas para o setor de serviços, principal opositor da proposta. O texto apresentado pelo governo em julho do ano passado menciona apenas uma alíquota única de 12%. “Se a gente tem condições de votar uma reforma tributária que vai repercutir positivamente no PIB, com a PEC 45, com a compilação com a PEC 110 e a proposta da CBS, por que a gente não avança com a reforma completa, que tem o debate amadurecido, e parte para começar do zero com uma proposta mais tímida?”, disse o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), autor da PEC 45, uma das principais propostas em tramitação. O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), também demonstrou preferência por uma proposta mais abrangente. “Simplesmente unificar o PIS e o Cofins aumenta a carga tributária e terá efeito mínimo na simplificação”, escreveu em sua página oficial no Twitter. Segundo aliados próximos de Lira, o momento de desenterrar a reforma subitamente foi escolhido a dedo pelo presidente da Câmara, com os objetivos de ter uma agenda para concorrer com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Além de ofuscar os trabalhos do colegiado, que tem como alvo o presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado, o avanço da reforma também devolveria protagonismo à Casa. Com a CPI, as atenções estão voltadas para o Senado e para o relator Renan Calheiros (MDB-AL), adversário de Lira em Alagoas. Ainda que rejeite a possibilidade oficialmente, nos bastidores, é crescente a expectativa de que Lira substitua Aguinaldo na relatoria da reforma tributária. A manobra atenderia a um pedido do líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), seu fiel escudeiro, que deve ser adversário do relator na disputa pelo Senado em 2022 na Paraíba. (Valor Econômico)
Proteínas lácteas e nutrição: o que é importante saber?
Para saber a importância das proteínas lácteas na nutrição, a princípio, devemos compreender o que são proteínas. Em poucas palavras, proteínas são um grupo complexo de nutrientes. Sua composição, conformação e funcionalidade diversas suscitam uma gama de funções desempenhadas. No organismo humano, por exemplo, elas cumprem papéis estrutural, enzimático, de transporte, defesa e reserva energética. O adequado consumo proteico garante aporte de nitrogênio e de aminoácidos, necessários à manutenção da vida. Por estas razões, a Organização Mundial da Saúde (2007) recomenda, para adultos, o consumo diário de proteínas equivalente a 0,83g/kg de peso por dia. O conceito de valor nutricional das proteínas não é novo. Contudo, atualizações permitem conclusões cada vez mais confiáveis. O método recomendado para avaliação da qualidade proteica é o Escore de Aminoácidos Indispensáveis Digeríveis – DIAAS (FAO, 2013). Por intermédio da combinação entre a digestibilidade ileal e a composição de aminoácidos, é possível ter uma métrica mais acurada para avaliar a qualidade nutricional de diferentes fontes proteicas. Proteínas de origem animal, sobretudo proteínas lácteas, exibem maior qualidade nutricional, quando comparadas com as de origem vegetal, pelo DIAAS. As proteínas lácteas carreiam, em teores consideráveis, os aminoácidos indispensáveis. Este grupo de aminoácidos o organismo não é capaz de produzir, ocasionando a necessidade de obtê-los por meio da alimentação. Outra condição importante diz respeito à estrutura. As fontes alimentares proteicas animais não contém fibras. Consequentemente, as enzimas digestivas têm acesso facilitado ao sítio ativo das proteínas, otimizando o processo digestivo e absortivo. Voltando às proteínas lácteas, elas representam, aproximadamente, 3% dos constituintes do leite. Caseínas e proteínas do soro compõem os dois grupos basilares. As caseínas ocorrem como micelas, estabilizadas por fosfato de cálcio e várias formas de interação química, com diâmetro médio de 120nm. As soroproteínas são globulares, termolábeis e encontram-se como monômeros ou dímeros. Ambos os grupos são excepcionais para a manutenção e para o ganho de massa muscular. Um adequado perfil muscular reflete-se em força, equilíbrio e é fundamental no emagrecimento e no envelhecimento saudável. Ressalta-se, quanto às caseínas, a capacidade de carrear minerais primordiais ao sustento do metabolismo, como potássio, cálcio, fósforo e magnésio. As proteínas lácteas também são fontes de taurina e de glutationa. Respectivamente, elas desempenham proteção endotelial e defesa antioxidante. Neste último caso, os pulmões são um alvo importante, no que diz respeito às disfunções respiratórias. Assim sendo, as proteínas lácteas são recomendadas para garantir um adequado aporte nutricional ao organismo. Porém, não apenas tal fato torna essas proteínas singulares. Recentemente, autores têm abordado a bioatividade de certas frações proteicas, os peptídeos bioativos. No indispensável livro Química de Alimentos de Fennema, o autor David S. Horne (2019) aponta que tanto caseínas quanto soroproteínas são detentoras desses fragmentos. Nestes casos, a bioatividade pode ser considerada como a capacidade de atuar positivamente sobre os múltiplos sistemas do organismo humano. Efeitos anti-hipertensivo, antimicrobiano e imunomodulador foram observados. Para a saúde óssea, Bu e colaboradores (2021) afirmaram os benefícios do consumo de proteínas lácteas. Isso dado que, além da abundância de cálcio no leite, os peptídeos bioativos são capazes de modular estágios da remodelação óssea. Também, as proteínas associadas à membrana do glóbulo de gordura são relevantes. Por apresentarem atividade biológica, são consideradas promotoras de saúde. No tocante à vigente pandemia da Covid-19, o leite é descrito como uma escolha alimentar oportuna. Um dos aspectos que explica essa constatação é a presença de lactoferrina. Esta é uma proteína do soro do leite eficiente em regular o sistema imunológico e em exercer papel antimicrobiano (REN; CHENG; WANG, 2021). À vista disso, podemos depreender que as proteínas lácteas são fundamentais no que concerne à adequada nutrição e à promoção da qualidade de vida. (Milkpoint)
Jogo Rápido
Retomada pode vir no 2º semestre
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Rodolpho Tobler avalia que, com o aumento da vacinação contra a Covid-19, a economia do país deve melhorar nos próximos meses, o que traria como resultado um recuo nas taxas de desemprego já no segundo semestre. Entretanto, o especialista observa: “recuperação mais robusta, mais completa, só para 2022 e principalmente com a ampliação da vacinação”, disse. Ele analisou os dados a partir dos números recentes da Pnad Contínua, do IBGE. Tobler explicou que naturalmente o mercado de trabalho reage de modo mais lento que a economia. No ano passado havia expectativa de que o emprego voltasse a ter resultado positivo já no primeiro semestre. “Com o início deste ano mais complicado, a taxa de desemprego tende a aumentar entre o segundo e o terceiro trimestre e só apresentará melhora, de fato, a partir do quarto trimestre de 2021”, pondera. Segundo o economista, os setores de serviços prestados às famílias, como alimentação fora de casa, hotelaria e transportes, foram bastante prejudicados: “Já há uma cautela natural das pessoas pela questão do vírus e, também, porque há medidas restritivas que afetam o funcionamento. As pessoas deixam de consumir algum tipo de serviço e trocam por consumo de bens porque não podem sair de casa”. A Pnad Contínua mostrou que no trimestre móvel de dezembro a fevereiro o desemprego chegou a 14,4%, revelando número recorde de 14,4 milhões de pessoas sem ocupação. (Correio do Povo)
Porto Alegre, 30 de abril de 2021 Ano 15 - N° 3.455
Próxima semana terá muita chuva em diversas regiões do RS
A próxima semana terá volumes elevados de chuva em diversas regiões no Rio Grande do Sul, de acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico nº 17/2021, divulgado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), em parceria com a Emater-RS e o Irga. Na quinta (29) e sexta-feira (30), a presença do ar seco e frio manterá o tempo firme em todas as regiões, com temperaturas baixas e possibilidade de geadas isoladas no amanhecer, principalmente no Planalto e Serra do Nordeste.
No sábado (1º), o tempo seco seguirá predominando e o enfraquecimento do ar frio favorecerá a elevação das temperaturas.
No domingo (2), o ingresso de ar quente e úmido provocará maior variação da nebulosidade, com possibilidade de pancadas isoladas de chuva nas faixas Norte e Noroeste.
Na segunda-feira (3), as temperaturas superarão 30°C na maioria das localidades e a aproximação de uma frente fria poderá provocar pancadas de chuva na Fronteira Oeste e Campanha. Na terça (4) e quarta-feira (5), o deslocamento da frente fria vai provocar chuva em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados. Os valores esperados deverão oscilar entre 15 e 35 mm na maioria das áreas da Metade Norte.
No restante do Estado, os totais deverão variar entre 50 e 70 mm, podendo superar os 80 mm na Fronteira Oeste.
O boletim também avalia as condições atuais das culturas de soja, pastagens, bovinos de corte, ovinos e arroz. O documento completo pode ser consultado em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPDR)
Governo estimula plantio de milho para aumentar a oferta do grão
Medidas para estimular o plantio de milho da safra 2021/2022 foram aprovadas ontem (29/04) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As propostas, que incluem a oferta de mais crédito e mecanismos de apoio à comercialização para apoiar os agricultores no incremento da produção do milho e também do sorgo, foram encaminhadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“As medidas são uma resposta à forte demanda mundial por alimentos e à desvalorização do Real, que seguem dando impulso às exportações de grãos do país. Desta forma, reduziu a disponibilidade local de produtos básicos e insumos para ração animal”, enfatizou Wilson Vaz de Araújo, Diretor de Crédito e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa.
O CMN decidiu aumentar o limite de financiamento de custeio, a partir de 1.º de julho deste ano, de R$ 3 milhões para R$ 4 milhões por produtor, para a produção de milho e de sorgo. Além disso, a partir de 1° de julho, os médios produtores rurais poderão ter acesso ao custeio para plantio dos dois cereais, no limite de R$ 1,75 milhão. Antes o teto era de R$ 1,5 milhão. Outra medida permite, excepcionalmente, no âmbito da fonte de recursos obrigatórios, o financiamento de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP) para a aquisição de milho e de sorgo, limitado a R$ 65 milhões por beneficiário, admitindo o preço de mercado como referência ao invés do preço mínimo.
A instituição financeira é obrigada a direcionar recursos de 27,5% da sua movimentação para aplicar em operações de crédito rural. A Conab estima que a produção total de milho do Brasil na atual temporada deve ficar em torno de 109 milhões de toneladas e a de sorgo em 2,6 milhões de toneladas. (As informações são do Mapa, adaptadas pela Equipe MilkPoint)
Rentabilidade na cadeia láctea: gerenciar e inovar para durar!
O segundo dia do Fórum MilkPoint Mercado, que ocorreu ontem (28/04), envolveu discussões sobre rentabilidade e gestão de propriedades leiteiras e de indústrias lácteas, contando com exemplos de fazendas de destaque do País.
Além disso, com um olhar voltado para as oportunidades e aumento de margens na indústria de laticínios, foram abordados temas que envolvem novas tendências de mercado e possibilidades de inovação para agregar valor aos produtos.
A tarde iniciou-se com Thiago Francisco Rodrigues, Assessor Técnico da CNA, falando sobre os resultados do projeto Campo Futuro e aplicando-os na realidade das bacias leiteiras do país. Thiago falou sobre a importância dos dados coletados no programa, que conta com 21 estados e está em vigor desde 2008, contendo mais de 120 matrizes de custos de produção, o que ajuda muito a entender a realidade da produção de leite brasileira.
“Os dados suprem a lacuna de informações quanto aos custos de produção e podem ser usados para elaboração de artigos científicos, subsidiando argumentações técnicas para solicitações de políticas públicas que podem beneficiar o produtor”, enfatizou.
O trabalho da CNA mostra que há uma diferença grande no estoque de capital investido por litro de leite. Sistemas mais eficientes trabalham próximos a R$ 1.000 investidos/litro/dia, ao passo que há produtores com valores em média 6x maiores, o que coloca em risco a sobrevivência dos modelos de menor produtividade dos fatores de produção.
Para o técnico, os principais gargalos da produção de leite no Brasil nos últimos 10 anos são os custos com concentrado e a mão-de-obra. Segundo os dados apresentados, o concentrado consome cerca de 35 a 40% da receita das propriedades, tendo grande impacto na rentabilidade da atividade.
Para ilustrar a situação atual dos produtores quanto à rentabilidade, Thiago expôs dados sobre a elevação dos custos para produção de leite, aumento este decorrente principalmente dos elevados custos com concentrado para alimentação dos animais. Isso acaba refletindo na margem líquida por litro de leite, a qual, segundo Thiago, está em torno de 20% menor do que em janeiro de 2017.
Neste cenário não tão favorável, o produtor precisa, cada vez mais, entender o seu negócio e controlar aquilo que está “em suas mãos”. Nesta perspectiva, Matheus Balduino, Médico Veterinário e Técnico do Ideagri, mostrou em sua palestra o que os produtores mais eficientes estão fazendo para manter a produção e garantir um bom retorno financeiro.
Matheus apresentou um fluxograma baseado nos seguintes passos: planejar, fazer, monitorar e ajustar. A atividade exige que o produtor se planeje em vários níveis — curto, médio e longo prazos — e, para isso, uma boa gestão é fundamental.
Para ele, alguns questionamentos devem ser feitos antes de se iniciar o planejamento, como: Qual o potencial do negócio? Onde estou perdendo dinheiro? Onde eu posso ganhar mais dinheiro? “Conhecer o negócio, os dados e os resultados que sua propriedade apresenta faz com que você se planeje melhor e tenha melhores resultados”, ressaltou o técnico.
O Médico Veterinário destacou ainda a saúde da glândula mamária e a qualidade do ambiente dos animais como pontos de atenção para o produtor, além dos índices relacionados apenas com rentabilidade. “Muitas vezes, o produtor tem receio em investir em ambiência, mas quando são colocadas as informações do quanto ele está perdendo dinheiro, a perspectiva muda”, comentou.
Além das palestras do Matheus e do Thiago, a tarde também contou com uma mesa redonda com grandes nomes da pecuária leiteira do país, entre eles Marcelo Branquinho da Fazenda Cobiça, Maurício Silveira Coelho do Grupo Cabo Verde, Roberto Jank da Agrindus e Rodger Douglas da Agropecuária Sete Copas. Vale ressaltar que, todas estas propriedades fazem parte do Top 100 2021 do MilkPoint.
As discussões da mesa redonda giraram em torno dos limitantes e oportunidades nos sistemas de produção de leite no Brasil. No decorrer do bate-papo, todos participantes pontuaram quais os indicadores, em sua opinião, que devem ser monitorados para obter sucesso no negócio.
Entre os citados, estão: retorno sobre o custo alimentar, indicador de contagem de células somáticas (CCS), taxa de reposição, eficiência reprodutiva, estoque de capital, taxa de conversão alimentar e produção de leite por hectare.
Roberto Jank levantou um ponto interessante: hoje, com a facilidade do sêmen sexado, gerar fêmeas não é um problema, mas carregar esse estoque adicional pode ser, especialmente se a produção de leite durante a vida útil da vaca não for a esperada, resultando em elevado custo de reposição por litro.
Os produtores avaliam que não há receita universal, mas que, no Brasil, os sistemas confinados têm ganho relevância em detrimento do pasto e, dentro do confinamento, o compost barn tem se destacado, pela maior facilidade de manejo.
Para Rodger Douglas, da Agropecuária Sete Copas, que trabalha com pasto, se o Brasil fosse se tornar exportador de leite com base em pastagens, isso já teria acontecido: “temos particularidades em nosso sistema de produção que fazem com que sejamos bem sucedidos, mas talvez não um modelo para o restante do Brasil”, pondera.
Já Maurício Silveira Coelho observou que a atividade leiteira em sua propriedade está conectada com outras atividades como a suinocultura, e que a produção de dejetos desta última é utilizada de forma muito eficiente na pastagem. “Há que se analisar o sistema e a integração como um todo”, disse ele, que completou dizendo que o pastejo sem disponibilidade de irrigação, esse sim, terá dificuldades de sobrevivência.
Ainda na discussão sobre sistemas, Roberto Jank ponderá que, ao contrário do que se pensa, o investimento fixo por vaca ou por outro de leite é menor no confinamento do que nos sistemas a pasto, já que a produtividade é maior e se dilui os custos. “A fragilidade do confinamento está nos custos operacionais, principalmente nesse momento de custos elevados de grãos”, explica.
Marcelo Branquinho, da Fazenda Cobiça, coloca que o free stall, embora uma instalação que permite eficiência tanto quanto o compost, tem uma certa complexidade. “O manejo de dejetos precisa ser bem feito, caso contrário o sistema pode colapsar”, disse ele.
Todos concordaram que, conforme colocado por Roberto Jank, independente do sistema, é preciso escala para ter eficiência, não só dentro da porteira, mas também fora dela, visando rodar menos km para coletar o mesmo leite.
No segundo bloco do evento, os temas extrapolaram as porteiras das fazendas e foram diretamente para a indústria, envolvendo principalmente inovações, comportamento no consumo de lácteos e como as indústrias têm gerenciado seu portfólio de produtos buscando a inovação e o aumento de margens.
Márcio Gomes, Analista de Mercado Sênior da Doremus, trouxe uma visão voltada para os consumidores sêniores. De acordo com dados expostos durante sua apresentação, pessoas acima de 65 anos correspondem a 17% dos 5% da população mais rica do Brasil. Além disso, em 2030, o Brasil será o quinto maior país com idosos.
Frente a isso, ressaltou que “é preciso repensar o perfil da terceira idade, as marcas devem se adaptar”. Dessa forma, para Gomes, os produtos precisam se encaixar às necessidades deste público-alvo, “com maior protagonismo e sem estereótipos”. Este nicho de consumidores busca principalmente por benefícios de saúde cerebral, saudabilidade e produtos com maior valor agregado.
Márcio disse, ainda, que os lácteos já têm uma grande vantagem quando o assunto são produtos benéficos para a saúde, a começar pelo teor de cálcio naturalmente presente no leite. Contudo, ressaltou o receio que as indústrias ainda têm em apostar em inovações com formulações enriquecidas, como os leites UHT’s.
Ele enfatizou que, ao contrário da ideia de que os produtos enriquecidos envolvem processamentos complexos e com margens difíceis de se trabalhar, o custo de produção é cerca de 0,5% a 1% maior. Em contrapartida, o valor desta categoria de produtos enriquecidos chega aos pontos de vendas 20 a 30% mais caros quando comparados aos “leites tradicionais”.
Seguindo na linha de produtos com apelo à saudabilidade, Andrea Moura, Diretora de Vendas e Marketing da Rousselot na América Latina, comentou sobre o boom de produtos enriquecidos com colágeno. De 2016 a 2020, os lançamentos destes produtos aumentaram em duas vezes. Estas inovações, de acordo com ela, são possíveis em diversos formatos e sabores.
Segundo a palestrante, o Brasil lidera o lançamento de produtos com colágeno no mundo. “Embora ainda sejam produtos de nicho de mercado pequeno (menor que 1% de todos os produtos lácteos lançados globalmente), é um mercado não saturado, que pode ser bem explorado”, enfatizou. Para a Diretora de Vendas e Marketing da Rousselot, os produtos com colágeno permanecem em alta em 2021 e esta tendência seguirá nos próximos anos.
Não é possível falar de tendências sem pensar em inovações. Neste contexto, Marcelo Leitão, Gerente de Negócios Lácteos da Arla Foods Ingredients, comentou sobre o uso de proteínas lácteas para diversificação, redução de custos e aumento de rendimento dos processos de fabricação nas indústrias.
De acordo com ele, “muitas vezes as aplicações das proteínas lácteas não são amplamente conhecidas”. Durante sua apresentação, Marcelo destacou as aplicações mais comuns, sendo elas em produtos com alto valor proteico, sêniores e com apelo de saudabilidade. Ou seja, a utilização de proteínas nos processos produtivos vai de encontro com as tendências de consumo atuais e futuras, como citado nas palestras do Márcio Gomes e da Andrea Moura.
Além de ir ao encontro com as demandas dos consumidores, o uso de proteínas lácteas permite a redução de custos, uma vez que apresentam baixa necessidade de investimentos. Para exemplificar, Marcelo citou que estas proteínas podem ser utilizadas para substituir o leite em pó na fabricação de sorvetes e sobremesas lácteas, proporcionando uma redução nos custos de produção.
No que diz respeito ao aumento de rendimento, o Gerente de Negócios pontuou a fabricação de queijos. De acordo com ele, isso é possível por meio da adição de concentrado proteico no leite. “É possível produzir mais queijo com menos leite ou a mesma quantidade de queijo com menor quantidade de leite”, ressaltou.
Além destes pontos, Marcelo abordou a elaboração de produtos que possuem como base o soro ácido e proteína funcional, como cream cheese e sobremesas lácteas, auxiliando no reaproveitamento deste tipo de soro. “É possível produzir um produto com 100% de rentabilidade, tudo que entra sai no produto final”, salientou.
Dando continuidade à temática de inovação em produtos lácteos, a tarde encerrou com as palestras de Luís Gennari, CEO da Vigor e de Roberto Hegg, Diretor comercial da Tirolez. Ambos trouxeram a importância da inovação e diferenciação dos produtos para agregação de valor e aumento de margens. Luís destacou a importância do olhar do consumidor perante as futuras inovações e ressaltou que “o consumidor é o início e o fim do processo de inovação, tudo tem que estar baseado no foco dele.”
Roberto seguiu a mesma linha e falou de inovação atrelada às tendências atuais, com foco em produtos saudáveis e práticos. “Devemos olhar para todo o público envolvido na cadeia, desde as emoções que envolvem o público até as tendências, como o vegetal based e encontrar um equilíbrio ouvindo opiniões de especialistas, como os nutricionistas”.
Como observamos, o Fórum MilkPoint Mercado 2021 trouxe discussões importantíssimas para o setor lácteo. Tratou de assuntos que envolveram desde o mercado de grãos, passando pela produção no campo, indústria e tendências de consumo, trazendo insights sobre o cenário atual e projeções para médio e longo prazos.
O evento contou com 380 participantes, fazendo com que o Fórum MilkPoint Mercado chegasse à sua décima edição com quantidade recorde de inscritos. A equipe AgriPoint agradece todos os participantes e parceiros que apoiaram o evento. Nos vemos no próximo Fórum MilkPoint Mercado!
Vale ressaltar que, ainda dá tempo de se inscrever no Fórum MilkPoint Mercado e ficar por dentro de todas as questões que permeiam o setor lácteo, desde o mercado de grãos até as tedências de consumo atuais e futuras. Os conteúdos ficarão disponíveis por 30 dias! Não perca esta oportunidade de traçar estratégias competivivas para o seu negócio! Entre no site, confira o conteúdo completo e se inscreva! (Milkpoint)
Jogo Rápido
Conversa com o Extensionista No dia 05 de maio, às 17h a Conversa com o Extensionista Leandro Ebert, será com o Secretário-Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini. O assunto abordado será “O Mercado e o Produtor de Leite.” A exibição será através da Página do Facebook da Prefeitura de Serafina Corrêa. Acompanhe clicando aqui!(Facebook – Serafina Corrêa)
Porto Alegre, 29 de abril de 2021 Ano 15 - N° 3.454
Conseleite/SC: alta de 0,92% na projeção do preço do leite entregue em abril
A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida hoje (29/04), atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprovou e divulgou os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Março de 2021 e a projeção dos valores de referência para o mês de Abril de 2021. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, conforme os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.
O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. Vale ressaltar que o Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (As informações são do Conseleite/SC, adaptadas pela Equipe MilkPoint)
Taxa zero para importação de milho não alterou preços
Anunciada na última semana e válida a partir desta terça-feira, a suspensão do imposto de importação de milho de países de fora do Mercosul até o fim do ano não surtiu efeito no mercado interno do país, de acordo com analistas consultados pelo Valor.
A expectativa da indústria da carne era de que, com a mudança, os preços do grão, matéria-prima utilizada para produzir ração para os animais, caíssem. No entanto, com as fortes altas do milho no mercado internacional, o impacto da medida foi nulo. De acordo com o monitoramento de preços da consultoria StoneX, entre os dias 16 - data de seu último levantamento antes do anúncio da medida - e 23 de abril, a cotação do grão subiu em praticamente todas as praças que a empresa monitora no país.
A maior alta, de 5,13%, ocorreu em Lucas do Rio Verde (MT), onde o preço passou de R$78 a R$ 82 por saca de 60 quilos. Na sequência apareceu a região da Mogiana (SP), na qual o aumento foi de 3,16%, de R$ 95 para R$ 98 a saca. O maior valor nominal, de R$103 a saca, foi registrado em Maringá (PR) - o aumento foi de 3%. Em Rio Verde (GO), o preço da saca passou de R$ 88 a R$ 90 (+2,27%), e em Passo Fundo (RS) ele ficou estável, em R$ 95 a saca.
“Temos preços elevadíssimos em Chicago (os maiores em oito anos), estoques apertados e um alto custo logístico. O milho de fora do Mercosul não chega em um patamar tão atrativo”, afirma João Lopes, analista da StoneX. O governo federal suspendeu a cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), e voltaram a cair as tarifas de 8% sobre as importações de soja em grão e de milho, de 10% sobre óleo de soja e de 6% sobre farinha e pellets.
Não foram estabelecidas cotas para as compras. “Esperava-se um efeito de baixa ou, pelo menos, de interrupção das altas para que, em um segundo momento, os preços se estabilizassem. O que se viu é que a medida não conseguiu nenhuma das duas coisas”, diz o analista de mercado Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio.
Segundo cálculos da consultoria, a paridade de exportação do cereal dos EUA - hoje o fornecedor mais viável - não está mesmo atrativa para os criadores brasileiros. Enquanto seria possível trazer milho da Argentina por cerca de R$ 100 a saca de 60 quilos, o grão americano chegaria aos compradores do Brasil custando em torno de R$ 108 por saca. Além dos custos, há restrições ao milho dos EUA, já que algumas variedades plantadas pelos americanos não são autorizadas no Brasil. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a Sadia (BRF) e a Seara (JBS), tenta desde 2016 obter da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) a liberação desses grãos exclusivamente como ração, até agora sem sucesso.
Outra alternativa seria utilizar o trigo como ração, em substituição ao milho. Porém, em meio à valorização dos grãos em Chicago, os preços do cereal também estão altos, além de a oferta no mercado interno ser muito pequena. As incertezas da safrinha de milho relacionadas ao clima e o forte movimento de vendas antecipadas, que passam de 50% da produção prevista, também dão suporte aos preços do grão. (Valor Econômico)
Cenário do mercado lácteo: o momento pede cautela, mas pode reverter!
Na terça-feira (27/04), foi realizado o primeiro dia do Fórum MilkPoint Mercado, uma tarde marcada por discussões e perspectivas sobre o mercado brasileiro de lácteos em 2021, bem como fatores que envolvem toda a cadeia, como os comportamentos e as tendências de consumo neste início de ano, os custos de produção (e os mercados das commodities milho e soja), o cenário econômico do país e do mundo para este ano e as perspectivas do mercado internacional de lácteos. Mais de 370 participantes envolvendo indústrias, empresas de insumos para o produtor e para a indústria, produtores de leite, técnicos e pesquisadores estão participando daquela que é a maior edição dos 10 anos do evento (neste ano online).
A primeira palestra foi ministrada por Roberto Padovani, economista do Banco Votorantim. Durante sua apresentação, Roberto destacou que os derivados lácteos são sensíveis à variação de renda dos consumidores. No atual contexto de pandemia, para ele, à medida que a vacinação da população avançar, teremos uma lenta redução do desemprego, ainda que haja expectativa para recuperação econômica. Embora a economia brasileira não esteja caminhando para uma nova recessão, o crescimento dos lácteos é defasado em relação ao PIB, ou seja, o momento é de cautela. Apesar disso, Padovani se mostra relativamente otimista, em especial pelo cenário externo, que pode continuar ajudando a economia brasileira pelas exportações mais altas. Dando continuidade às discussões do evento, Mikael Quialheiro, New Business Manager da Nielsen. Em sua palestra, ele pontuou que a segunda onda inesperada da Covid-19 interferiu nos planos anteriores de retomada da economia.
Por exemplo, em termos de comportamento de consumo, os consumidores perderam a confiança e tiveram o poder de compra afetado devido à alta da inflação. Como pontos interessantes (e de certa forma, surpreendentes), mostrou, para os dois primeiros meses deste ano, um crescimento de volume de vendas em algumas categorias lácteas, como leite asséptico (o UHT) e iogurtes; por outro lado, cai, neste início de ano, o volume de vendas de leites em pó de acordo com os dados da Nielsen.
Por outro lado, Mikael destacou que o chamado “Varejo moderno” tem apresentado números positivos na crise, sendo o atacarejo o principal canal de crescimento. Além disso, destacou o crescimento do volume de iogurtes, podendo estar atrelado à tendência da procura por saudabilidade. Segundo ele, a pandemia reforçou a busca por produtos saudáveis, sendo uma tendência relevante. A terceira palestra do dia contou com insights de como se diferenciar no mercado de maneira rentável. Expondo sobre esse tema, Luis Eduardo Ramirez, gerente executivo de marketing de lácteos da Tetra Pak Brasil, pontuou que a decisão de compra do consumidor está baseada, principalmente, no tipo de leite. Os grandes drivers vieram para ficar: produtos que reforçam o sistema imunológico e aumentam o bem-estar, bem como origem e autenticidade.
Para ele, a regra do jogo é clara: diferenciar para inovar, atendendo às dores do mercado consumidor e agregando valor ao produto. Também foram discutidas as perspectivas para o milho e a soja em uma palestra ministrada por Paulo Molinari, consultor sênior da Safras & Mercado. Segundo ele, as importações destas commodities podem ser necessárias. Em sua apresentação, Paulo ressaltou que Peste Suína Africana, câmbio, safra norte-americana, exportações brasileiras, clima na América do Sul são fatores fundamentais que interferem no mercado de grãos.
A tendência é que os preços dos grãos continuem em patamares elevados. Posteriormente, o evento contou a participação de Andres Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, falando sobre o cenário internacional. Assim como Paulo Molinari, ele reforçou o cenário macro favorável para elevação de commodities, com soja e milho em patamares elevados. Um ponto importante destacado por Padilla foi a elevação dos custos com os fretes, que também contribuem para o aumento nos preços dos grãos. Padilla mostrou que, apesar dos custos mais altos das commodities usadas na alimentação e dos fretes, os preços aos produtores de leite no mercado internacional não reagiram ainda. Isso, aliado à expectativa de crescimento de 7% este ano para a economia americana e cerca de 8% para a China, cria um ambiente favorável à manutenção dos preços do leite.
Padilla alerta, no entanto, que a diferença de preços internos da China para o mercado internacional vem caindo, o que pode sinalizar uma redução das importações de leite por esse país, esfriando um pouco o mercado. “Pode haver alguma retração no quarto trimestre”, pondera. Após a palestra de Padilla, conhecemos um pouco mais sobre a evolução dos sistemas de refrigeração de lácteos em uma palestra ministrada por Luciano Schiavinatto, supervisor de engenharia de vendas da Mecalor. Em sua apresentação, ele traçou um paralelo entre os sistemas tradicionais e os sistemas atuais de refrigeração que, em sua opinião, são mais compactos e econômicos.
Por fim, para encerrar o primeiro dia de evento, Valter Galan, sócio da AgriPoint Consultoria e responsável pelo serviço MilkPoint Mercado, expôs os possíveis cenários do mercado lácteo nacional em 2021. Além de questões relacionadas ao mercado de grãos, Valter ressaltou que a demanda interna pela cesta de lácteos começou o ano em desaceleração. Este aspecto, aliado a importações ainda resilientes, um aumento da oferta de leite e custos elevados, criou um cenário desafiador para produtores e indústrias. Há, porém, a percepção de que possamos estar no fundo do poço, com um cenário mais promissor à frente, fruto da seguinte conjunção de fatores: importações pouco competitivas e exportações começando a aparecer; desestímulo à oferta, aliado à época de retração sazonal de produção; possível retomada da economia à medida que a vacinação avança (e pandemia regride); cenário externo favorável.
“Nessa situação, podemos ter uma curva invertida neste ano, com subida de preços a partir de meados do ano”, explica Valter. Esse, inclusive, era o cenário mais provável trabalhado em dezembro de 2020 pela equipe do MilkPoint Mercado. (Milkpoint)
Jogo Rápido
Campo tem maior geração de empregos no primeiro trimestre desde 2007
Só no mês passado, houve abertura de 3.535 postos de trabalho no campo. O saldo do mês de março não era positivo desde 2011. "Este ano está se consolidando como um dos melhores para o emprego na agropecuária", diz a entidade em comunicado técnico feito a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério da Economia. De acordo com a CNA, apenas o Nordeste, que registrou o fechamento de 7.530 vagas, não teve geração de empregos no acumulado dos três primeiros meses de 2021. As regiões Sudeste (44.477 postos), Centro-Oeste 1(1.688), Sul (10.194) e Norte (1.766) tiveram saldo positivo. O Estado de São Paulo liderou a geração de empregos mais uma vez, com 36.146 vagas, o que representou 60% do saldo total do setor agropecuário. Apesar do resultado negativo da região Nordeste, a Bahia encerrou o trimestre com geração de 3.085 postos. As três atividades que mais contribuíram para o bom resultado foram o cultivo de soja, com abertura de 12.656 vagas, a produção de frutas de lavoura permanente, exceto laranja e uva, com 10.722, e a criação de bovinos, com 9.782. Juntas, elas representam 54,7% do total de empregos gerados no setor de janeiro a março deste ano. (Valor Econômico)
Porto Alegre, 28 de abril de 2021 Ano 15 - N° 3.453
EUA – Reintrodução da Lei “Dairy Pride” para produtos não lácteos
Não lácteos/EUA – Em um esforço para impedir a prática desleal de rotular produtos não lácteos da mesma forma que alimentos elaborados com leite, a senadora por Wisconsin, Tammy Baldwin, presidente do Subcomitê para Agricultura do Senado, junto com o Senador Jim Risch estão defendendo os produtores estadunidenses através da reintrodução da Lei “Dairy Pride”.
“Os produtores de leite de Wisconsin trabalham incansavelmente todos os dias para assegurar que seu leite atenda elevado padrão nutricional e de qualidade”, disse a Senadora Baldwin. “Produtos imitação utilizam o conceituado nome dos lácteos em benefício próprio, o que é contra a lei e deve ser aplicada. A indevida rotulagem de produtos de origem vegetal como “leite” prejudica nossos produtores. É por isso que estamos reintroduzindo a lei bipartidária DAIRY PRIDE para prestigiar os produtores de leite de Wisconsin e pelos produtos de qualidade que eles fazem”.
Embora a lei tenha sido originalmente adotada em 2017, e novamente reintroduzida em 2019, pouco resultado teve porque a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, sigla em inglês) fez pouco para que ela fosse cumprida. A Lei de Defesa Contra as Imitações e Substituições de Iogurte, Leite e Queijo para Promover o Consumo Regular de Lácteos (Lei DAIRY PRIDE) de 2021 exigirá que produtos não lácteos, elaborados a partir de nozes, sementes diversas, plantas e algas não sejam mais rotulados como lácteos ou termos como leite, iogurte ou queijo.”Se não é leite, não deve ser chamado de leite. O mesmo vale para iogurte, manteiga e queijo.
Somente produtos realmente feitos de leite procedente de animais, que possuem nutrientes essenciais e os elevados padrões nutritivos determinados pela FDA. Os produtores de leite de Idaho têm orgulho de seus produtos lácteos de alta qualidade. É justo que os termos do leite sejam reservados para os genuínos produtos lácteos”, disse o Senador Risch. A Lei Dairy Pride exigirá que a FDA emita recomendações para que produtos não lácteos erroneamente rotulados em todo o país, mudem em 90 dias. A FDA deverá apresentar ao Congresso um relatório a respeito dos avanços, dois anos após a promulgação e a Agência será responsável pela fiscalização. A legislação bipartidária também é assinada pelos senadores Mike Crapo, Angus King, Patrick Leahy, Tina Smith e Susan Collins.
“Os produtores de leite lutam para sobreviver, e enfrentam essa crescente ameaça de prática enganosa de comercialização de produtos de origem vegetal como leite e lácteos”, disse o deputado Welch. “Esses produtos não atendem à definição do FDA para produtos lácteos porque eles não atendem à definição do FDA para produtos lácteos e não possuem atributos exclusivos e valores nutricionais próprios dos laticínios. Nosso projeto de lei exigirá que o FDA reforce a definição de leite e produtos lácteos para que os consumidores possam fazer escolhas conscientes”. (Fonte: Dairy Herd – Tradução livre: Terra Viva)
Bolsonaro edita MP para retomar corte de jornada e salários na pandemia
Programa será viabilizado por um crédito extraordinário de R$ 9,98 bilhões
O presidente Jair Bolsonaro editou ontem medida provisória para reinstituir o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que permite redução de salário e jornada de trabalho. A fim de viabilizar o programa, uma outra MP abriu crédito extraordinário de R$ 9,98 bilhões.
Uma terceira MP trata de medidas trabalhistas para o enfrentamento da pandemia. Os atos seriam publicados no “Diário Oficial da União” (DOU) e hoje. O BEm é sigla para o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que será pago pelo governo em caso de suspensão temporária do contrato de trabalho ou redução proporcional de jornada de trabalho e de salário.
Trata-se de uma reedição do programa instituído no ano passado. O valor do benefício mensal levará em conta a parcela do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito em caso de demissão. Segundo o Palácio do Planalto, ele será pago “independentemente do cumprimento de período aquisitivo, do tempo de vínculo empregatício ou do número de salários recebidos”.
O benefício não impedirá a concessão ou alterará o valor do seguro-desemprego em caso de dispensa do funcionário. O programa prevê a redução da jornada de trabalho e do salário dos empregados e suspensão temporária dos contratos de trabalho por até 120 dias. A empresa terá que manter o valor do salário-hora de trabalho. Também será necessária a assinatura de um acordo individual escrito entre empregador e empregado.
A redução da jornada de trabalho e salário poderá ser feita nos percentuais de 25%, 50% ou 70%. A MP prevê ainda a suspensão temporária do contrato de trabalho pelo prazo máximo de 120 dias. Essa suspensão também deverá ser formalizada por acordo escrito. Durante o período de suspensão, o empregado terá direito a benefícios que vierem a ser concedidos pelo empregador.
Em contrapartida, o funcionário terá o emprego garantido durante o período acordado e por um período igual ao que foi submetido aos cortes de salário e jornada ou suspensão do contrato. Segundo o governo, o programa tem como objetivo “atenuar o resultado econômico das medidas de isolamento, adotadas por alguns entes da Federação”. A MP prevê que, durante o prazo de 120 dias, o empregador poderá alterar o regime de trabalho presencial para o teletrabalho, o trabalho remoto ou outro tipo de trabalho a distância. As empresas podem determinar o retorno ao regime de trabalho presencial, independentemente da existência de acordos individuais ou coletivos. O empregador poderá também antecipar as férias do empregado, devendo informá-lo com antecedência de, no mínimo, 48 horas.
As férias não poderão ser gozadas em períodos inferiores a cinco dias corridos e poderão ser concedidas antes do período aquisitivo. As empresas poderão ainda pagar o adicional de um terço de férias após sua concessão, até a data em que é devida a gratificação natalina. O empregador poderá também conceder férias coletivas sem a necessidade de observar o limite máximo de períodos anuais e o limite mínimo de dias corridos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Poderá também antecipar o gozo de feriado. (Valor Econômico)
‘Arregaçamos as mangas após um incêndio devastar parte da nossa fazenda’
Dia 19 de abril de 2020. Era para ser mais uma noite comum na Fazenda Grolli, localizada em Santiago do Sul/SC e gerenciada pelo casal de produtores de leite Elaine e Jozidi Grolli, que herdaram a fazenda do pai de Jozidi há 5 anos. Porém, o destino trouxe uma inesperada surpresa que fez o sonho dos dois desmoronar: um incêndio tomou conta da propriedade. ‘Arregaçamos as mangas após um incêndio devastar parte da nossa fazenda’.
“Acordamos com os estalos das instalações desabando por conta do fogo e infelizmente não havia mais o que fazer. Metade do trator – este que era um desejo antigo e só foi adquirido após três anos, pois antes usávamos o carrinho de mão para tratar os 50 animais – o resfriador, parte das instalações e os insumos para quatro meses já estavam queimados.
Estimamos que 15 mil reais em medicamentos foram perdidos, além do volume de leite de um período, centenas de fardos de feno, sacos de caroço de algodão e ferramentas. Aquele dia ficará sempre em nossas memórias pois vimos na nossa frente e a olho nu o trabalho de três gerações – em minutos – literalmente virarem cinzas. O primeiro impulso foi desistirmos do leite, mas, como os animais estavam vivos além disso, o compost barn, o bezerreiro e parte da sala de ordenha permaneceram intactos, havia uma pontinha de esperança”, relatou Elaine.
Naquela tarde do dia 19, coincidentemente, Elaine comentou que havia nascido uma linda bezerrinha e que esse fato mexeu muito com o coração deles, mostrando que o ciclo da vida é um eterno renascer.
“Foi aí que arregaçamos as mangas e decidimos que por mais difícil que fosse, recomeçaríamos”. Mesmo sendo filha de produtores rurais, ela nunca havia tido contato com a atividade leiteira e foi por meio da fazenda do esposo, que acompanha o setor desde criança, que em Elaine despertou a paixão pelo gado de leite, o que fez com que ela desistisse da faculdade e se dedicasse ao negócio. “Desde que assumimos a propriedade, sempre buscamos melhorar instalações, o rebanho e a nutrição dos animais. Também, passamos a trabalhar focados na seleção de parceiros comerciais.
O resultado de todo o empenho fez com que inclusive erguêssemos um compost após um ano e meio de serviço para facilitar o manejo dos nossos animais”, relatou ela. Quando os amigos, os familiares e alguns vizinhos ficaram sabendo do ocorrido, logo ofereceram ajuda e ela veio das mais variadas formas possíveis. A empresa que presta assistência para propriedade improvisou o equipamento de ordenha e emprestou um resfriador para que eles pudessem continuar ordenhando.
Os vizinhos passaram inúmeros dias ‘puxando’ a silagem para os animais e mexendo a cama do compost. “Depois de algum tempo, um conhecido nosso de uma cidade vizinha nos deixou um dos seus tratores para irmos nos virando e sem dúvidas tudo isso foi nos dando uma baita esperança. Jamais desistimos! Realizamos vaquinhas online, rifas, leilão de uma novilha e como disse anteriormente, a ajuda dos amigos foi fundamental, assim como, das empresas parceiras e dos sócios da Associação Catarinense dos Criadores de Bovinos (ACCB), da qual temos muito orgulho de fazer parte. A tragédia foi compartilhada em páginas na internet e nas redes sociais, o que mobilizou muita gente disposta a contribuir conosco de alguma maneira.
Foi assim que descobrimos que não estávamos sozinhos e que existiam milhares de pessoas torcendo pelo nosso retorno. Cada contato que chegava tentando nos ajudar plantava uma sementinha de esperança em nossos corações”, relembrou emocionada Elaine. Hoje, a quase 80 dias após o incêndio, as vacas da Grolli ainda estão sendo ordenhadas de forma improvisada e a propriedade está ‘rodando’ com trator e resfriador emprestados. São 850 litros produzidos em média por dia, 32 vacas da raça Holandesa em lactação e a produção está voltando aos patamares anteriores. “Já estamos começando a reconstrução das instalações devastadas pelo fogo e em breve, se Deus quiser, chegará um novo trator.
Não há palavras para agradecer todo o carinho e afeto que recebemos além das mensagens e doações. Enfim, todas as formas de ajuda foram muito valiosas para que não desistíssemos. Hoje o nosso maior desafio é fortalecer esse recomeço já que estamos investindo em instalações e equipamentos sem saber qual é o futuro da economia de nosso país, já que ela afeta diretamente o preço do nosso produto”. (Milkpoint)
Jogo Rápido
Governo muda diretrizes de enquadramento da agricultura familiar
O governo federal publicou ontem um decreto que altera as definições para acesso dos agricultores familiares às políticas públicas. Segundo o governo, as mudanças ocorreram para alinhar os atos normativos para o lançamento do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), programado para ocorrer ainda neste ano. O CAF vai substituir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), documento atual que comprova o enquadramento dos produtores nessa categoria. O decreto muda os conceitos de empreendimento familiar rural, cooperativa singular da agricultura familiar, cooperativa central da agricultura familiar e associação da agricultura familiar. Ele também altera os percentuais mínimos exigidos para a configuração das figuras associativas. Ao invés de estabelecer que 60% dos cooperados ou associados sejam comprovadamente agricultores familiares, a nova redação exige comprovação para 50% no caso das cooperativas e mais da metade (50% mais um) para as associações. “Um conjunto significativo de cooperativas e associações localizadas no intervalo de 50% a 60% de associados ou cooperados com inscrição ativa no CAF estava impedido de conseguir o enquadramento como empreendimento familiar rural”, afirma documento que o ministério enviou ao Palácio do Planalto para justificar a edição do decreto. “Estamos trabalhando para lançar o CAF ainda este ano, provavelmente em julho. Ele irá substituir o sistemas das DAPs conforme elas forem vencendo, o que vai levar um período de transição”, disse o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, ao Valor. “O CAF terá mais informações [que as DAPs] e cruzamentos com outras bases de dados do governo, como a Dataprev”. O cadastro foi instituído em 2017, mas até hoje não saiu do papel. Com as mudanças, a ideia foi também tornar a norma mais clara, o que, acredita o governo, deve evitar questionamentos técnicos e jurídicos. O decreto desvincula o “empreendimento familiar rural” das “formas associativas da organização da agricultura familiar”. O texto antigo dificultava a interpretação, diz o Ministério da Agricultura. Além disso, para que se configure uma unidade familiar de produção agrária (UFPA), a exigência passa de “no mínimo, metade da força de trabalho familiar” para “predominantemente, mão de obra familiar”. (Valor Econômico)