Porto Alegre, 25 de agosto de 2021 Ano 15 - N° 3.487
Custo pressiona cultivo de grãos Os produtores de soja e milho que ainda não fizeram as compras de insumos para o plantio vão enfrentar custos de produção que, segundo o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro), Paulo Pires, atingiram níveis muito preocupantes. Levantamento divulgado ontem pela entidade indica que, nos últimos 12 meses, o custo total para a produção da soja subiu 48,45%, de R$ 3.643,02 para R$ 5.408,23 por hectare. O equivalente para pagar toda essa conta passou de 31,29 para 35,58 sacas, uma elevação de 13,72%, no mesmo período. No milho, a alta no custo total foi ainda maior, chegando a 52,01%, o que elevou o valor de R$ 5.034,58 há um ano para R$ 7.653,15 no início de agosto. A relação de troca para o grão, no entanto, melhorou. Graças ao aquecimento dos preços do cereal, o produtor precisará colher 85,13 sacos para pagar o custo total, 16,69 sacos a menos que na safra passada. O economista Tarcísio Minetto explica que o crescimento expressivo dos custos se deve à alta de todos os insumos, entre os quais fertilizantes, agroquímicos, máquinas e implementos agrícolas. “Houve situações em que o reajuste chegou a 100%”, relata. Paulo Pires frisa que o produtor que conseguiu se organizar e comprar antecipadamente seus insumos tende a obter uma relação de troca melhor. O dirigente observa que mesmo com o impacto dos custos, o momento é favorável para o produtor e a capitalização deve permitir crescimento de 2% na área plantada de soja, que na última safra foi de 6,05 milhões de hectares, e 5% na do milho, sobre os 801 mil hectares do ciclo 2020/2021. (Correio do Povo)
Banco do Brasil reforça apoio aos produtores rurais com R$ 10,5 bilhões Nesta terça-feira (24), o Banco do Brasil anunciou reforço às ações de apoio ao agronegócio com R$ 10,5 bilhões de recursos adicionais para financiamentos rurais.
O anúncio foi realizado nesta tarde em evento no Palácio do Planalto, na presença do presidente da República Jair Bolsonaro e da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
Para apoiar a ampliação da tecnologia, da sustentabilidade e da infraestrutura no campo, o Banco do Brasil lançou o Programa BB Investimentos Agro, com volume total de R$ 8,5 bilhões. Pelo Programa, R$ 5,5 bilhões serão destinados para financiamentos de energia renovável, irrigação, produção integrada, recuperação de pastagem, máquinas e equipamentos. Para a armazenagem, foram disponibilizados R$ 2 bilhões com o objetivo de financiar a modernização e aquisição de silos e armazéns e mais R$ 1 bilhão para atender pequenos e médios produtores com o BB Consórcio Armazenagem.
Além dos recursos para investimentos, o Banco do Brasil reforça a parceria com os produtores em todos os momentos, disponibilizando R$ 2 bilhões para amenizar os efeitos das geadas. O volume financiará a recuperação de cafezais danificados e a renovação de lavouras afetadas.
A ministra Tereza Cristina destacou a importância da parceria entre MAPA e o banco no apoio aos produtores rurais afetados pela geada no Sul e Sudeste, entre eles cafeicultores de Minas Gerais e produtores de cana em São Paulo.
Além dos recursos do Banco do Brasil, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) reservou R$ 1,3 bilhão para apoiar os produtores atingidos pela geada, medida aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “A importância dessa parceria é que rapidamente as respostas cheguem ao campo”, afirmou a ministra.
Segundo Tereza Cristina, os recursos destinados a investimento poderão fazer a diferença na atual safra. “Os produtores estão tão animados em produzir para a segurança alimentar interna e externa, que os agricultores estão prometendo uma safra maior do que nós pensávamos. Por isso, a importância dessa parceria e dos recursos anunciados hoje pelo Banco do Brasil, que poderão fazer com que a nossa safra realmente seja mais forte, maior em volume, gerando renda, riqueza e empregos no país".
O presidente do BB, Fausto Ribeiro, destacou que dos R$ 135 bilhões anunciados pelo Banco no maior Plano Safra da história, já foram liberados R$ 23 bilhões entre julho e agosto, o que demonstra uma forte demanda do setor pelos recursos. O desembolso recorde representa incremento de 61% em relação ao mesmo período da safra anterior, alcançando mais de 4.400 municípios com crédito rural. "Mais uma vez, reforçamos nosso apoio ao produtor rural brasileiro, tanto para buscarmos a melhor safra de todos os tempos quanto para auxiliar aqueles afetados pelas geadas", completou.
Programa BB Investimentos Agro - R$ 8,5 bilhões R$ 5,5 bilhões: Recuperação de Pastagem, Energia Renovável, Irrigação, Produção Integrada, Máquinas e Equipamentos - prazo até 10 anos R$ 2 bilhões: BB Armazenagem – prazo até 10 anos R$ 1 bilhão: BB Consórcio Armazenagem - prazo até 240 meses. Geadas - Apoio aos Produtores - R$ 2 bilhões R$ 1 bilhão: Recuperação de cafezais - prazo até 5 anos R$ 1 bilhão: Renovação de Lavouras - prazo até 2,5 anos (Fonte: MAPA)
Jogo Rápido
Brinco movido a energia solar conecta gado a satélites Nos Estados Unidos, uma empresa lançou um brinco movido a energia solar para monitorar o gado de corte em tempo real. A tecnologia usa um conjunto de satélites para acompanhar os animais. Depois de montado, os gestores podem acessar uma plataforma para visualizar e gerenciar os dados por meio de relatórios atualizados pelo sistema quatro vezes ao dia. O brinco é feito de materiais adequados a ambientes externos e ao bem-estar animal. A peça foi projetada para ser implantada em cada animal por um período de três anos, sem a necessidade de manutenção ou suporte de qualquer espécie. O objetivo é rastrear animais a fim de encontrar os padrões de movimento e identificar ‘pontos quentes’ onde os animais vão com frequência ou ‘zonas frias’ que eles normalmente evitam em as áreas de pastagem. Já na Holanda, uma empresa está usando realidade aumentada na pecuária leiteira. Com uso de uma tecnologia e óculos especiais, produtores conseguem obter informações em tempo real sobre o rebanho. O equipamento também permite que novas informações sejam inseridas pelo pecuarista a partir de seus gestos ou comandos de voz para que eles interajam com o “mundo virtual’ e tenham ainda mais benefícios de gestão e manejo. (Canal Rural)