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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 23 de novembro de 2021                                                  Ano 15 - N° 3.546


Última semana de inscrições para o 7º Prêmio Sindilat de Jornalismo

Os profissionais que ainda não se inscreveram no 7º Prêmio Sindilat de Jornalismo têm só mais uma semana para garantirem sua participação. Os trabalhos podem ser enviados até a próxima terça-feira (30/11). 

O reconhecimento, promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), tem o objetivo de homenagear jornalistas que acompanham o setor. 

Podem se inscrever profissionais que produziram matérias sobre a produção de lácteos e derivados na bacia leiteira do Rio Grande do Sul em veículos nacionais, entre 24/11/2020 e 12/11/2021. 

Os vencedores de cada categoria (Impresso, Eletrônico e On-line) receberão um troféu e um iPhone como prêmio. 

Para participar, é preciso preencher a ficha de inscrição e remeter documentação e cópia do trabalho para o e-mail imprensasindilat@gmail.com. 

A divulgação dos finalistas será realizada até o dia 10 de dezembro pelos canais do Sindilat. Os vencedores serão conhecidos em live com data ainda a ser divulgada. Mais detalhes podem ser conferidos no regulamento publicado no site do Sindilat. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Conseleite Paraná

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 23 de Novembro de 2021 atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Outubro de 2021 e a projeção dos valores de referência para o mês de Novembro de 2021, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. 



Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.  
 
Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Novembro de 2021 é de R$ 3,3840/litro. 
 
 Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br.   (Conseleite/PR) 



Supremo determina redução de ICMS sobre contas de luz e telefone

Estimativa é de que derrota trará R$ 26,7 bilhões em perdas por ano aos Estados

O preço das contas de luz, telefone e internet pode ficar menor. O motivo está na alíquota de ICMS que incide sobre o fornecimento de energia e serviços de telecomunicações. Os consumidores conseguiram decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra uma prática comum entre os Estados: cobrar percentuais diferenciados, acima da alíquota ordinária, nessas duas situações.

Essa decisão é considerada como uma bomba fiscal pelos Estados. São estimados R$ 26,7 bilhões em perdas por ano. Todos eles aplicam percentuais maiores para os serviços de telecomunicações. O ICMS varia entre 25% e 35% - conforme cada localidade. Já a alíquota ordinária, cobrada de forma geral pelos governos, fica entre 17% e 20%. Em relação ao fornecimento de energia, somente quatro Estados - São Paulo, Roraima, Amapá e Maranhão - têm alíquotas equivalentes. Todos os outros cobram mais na conta de luz. O percentual chega a 29% no Rio de Janeiro e no Paraná, por exemplo.

Esse assunto foi levado à Justiça por grandes consumidores. Afirmam que os Estados podem aplicar alíquotas de ICMS diferenciadas em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços. Mas, nesse caso, dizem, os percentuais instituídos para energia e telecomunicações estão em patamar superior ou semelhante às alíquotas aplicadas para produtos supérfluos.

No caso concreto, as Lojas Americanas contestaram a cobrança de ICMS em Santa Catarina (RE 714139). A empresa argumentou aos ministros que o Estado aplicou a seletividade sem considerar a essencialidade dos bens. Para brinquedos e até fogos de artifício, disse, são cobrados 17%, enquanto que energia e telecomunicações são bem mais essenciais e têm alíquota mais alta, de 25%.

O Estado, por outro lado, afirmava que poderia, no implemento da seletividade, considerar a capacidade contributiva dos contribuintes. Decisão contrária, disse, para proibir a cobrança, provocaria um impacto econômico enorme: R$ 96,6 milhões por mês - o que representa uma queda de 32% na arrecadação do ICMS sobre energia, segundo a Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Esse julgamento tem repercussão geral. Ou seja, a decisão terá de ser replicada por todos os tribunais do país, afetando, portanto, todos os Estados. O tema foi analisado no Plenário Virtual da Corte e teve desfecho por volta de 20h30 de ontem. O último a depositar voto do sistema foi o ministro Kassio Nunes Marques.

Todos os onze ministros da Corte votaram contra a possibilidade de alíquotas diferenciadas sobre os serviços de telecomunicações. Em relação à energia, o placar ficou em oito a três.

O Estado de Santa Catarina ainda pode apresentar embargos de declaração contra a decisão dos ministros. Nesse recurso, no entanto, não se discute novamente o mérito. Serve para dúvidas e esclarecimentos de pontos que possam ficar abertos no acórdão - por exemplo, eventual modulação de efeitos. (Valor Econômico)
 

 Jogo Rápido

Santa Clara é eleita melhor fornecedora de Leites
A Cooperativa Santa Clara celebra pela 14ª vez o Carrinho Agas, distinção concedida pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) a empresas e personalidades que se destacaram no setor varejista gaúcho. Às vésperas de completar 110 anos de história, a marca é escolhida como a Melhor Fornecedora de Leites pelos supermercadistas gaúchos. Atualmente, a Santa Clara é o maior share de mercado em volume de leite no Rio Grande do Sul. A linha de produtos conta com as versões Leites Longa Vida: Desnatado, Integral, Semidesnatado, Zero Lactose; pasteurizados: Integral e Semidesnatado; Linha Premium: Leite Seleção Integral e Semidesnatado; e em pó Integral e Integral Instantâneo. A escolha dos agraciados do Carrinho Agas ocorreu através de votação direta por parte dos 250 maiores supermercados do Estado, que levaram em conta a responsabilidade social na pandemia, share de mercado, qualidade dos produtos ou serviços, relacionamento com o varejo, índices de ruptura, capacidade de inovação e cumprimento de prazos de entrega. A cerimônia de premiação acontece no dia 29 de novembro, às 20h, no Clube Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre. A Cooperativa já foi destaque no Carrinho Agas como Melhor Fornecedora de Queijos sete vezes, Laticínios três vezes, produtos Zero Lactose e uma vez em Bebidas Lácteas e Alimentos Resfriados. (Assessoria de imprensa Santa Clara)

 

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Porto Alegre, 22 de novembro de 2021                                                  Ano 15 - N° 3.545


A tarefa de cuidar da qualidade do leite

Profissão Agro: PAULINE CICHELERO Bióloga, supervisora de qualidade da Santa Clara

A pecuária de leite sempre foi algo familiar a Pauline Cichelero. Filha de produtores de Carlos Barbosa, cresceu vendo de perto a atividade e sabia que era nesse ambiente que queria ter uma profissão. Formada em Biologia e com pós-graduação em Gestão de Qualidade, acabou fazendo carreira na cooperativa Santa Clara, onde hoje é supervisora de qualidade de laticínios da marca. Pelas mãos da sua equipe passa a garantia de que todo produto está à altura das exigências sanitárias e do consumidor. Confira um pouco do caminho trilhado por ela até chegar à posição atual.

Qual o papel do supervisor de qualidade na indústria de leite?
Comecei na Santa Clara na indústria de leite longa vida. Na época, cursava Biologia. Em 2009, formada, surgiu oportunidade de ser encarregada de laboratório, área que gosto muito. Três anos depois, a supervisão de lácteos, que tem a parte de laboratório e o controle de qualidade dentro da indústria, a verificação de boas práticas. Acompanhamos análises, procedimentos, documentação. Diariamente, passo por indústria, laboratório, olho análises. Com a equipe de suporte, faz-se inspeções, avaliações, para ver se o produto está nos padrões.

E que padrões são esses?
Tem o que é determinado pela legislação, critérios auditados pelo Ministério da Agricultura. E temos de atender à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A outra parte são padrões internos, formato, condição, desde o recebimento do leite. São muitas pontas, esse é o maior desafio. Precisa ter pessoas de confiança, que fazem o trabalho permanentemente. A qualidade carrega o nome da marca.

E a formação em Biologia, como se encaixou na carreira?
A atividade rural em geral me atrai. Teria gostado de Medicina Veterinária, mas na época não tinha acesso. Optei pela Biologia e gostei muito da faculdade. Me encanta muito também a parte da natureza, de estar perto dos animais.

Que habilidades são necessárias para atuar na sua área?
Na parte de laboratório, precisa ser muito detalhista, porque, como toda análise tem um procedimento, se fizer a dosagem de um reagente a mais, isso interfere no resultado. Então, é preciso ter olho crítico. Hoje, na minha função, tem toda a parte de gestão, administração.

Como avalia as oportunidades para mulheres no agro?
Elas têm muito potencial. Precisam acreditar mais nelas e se expor mais, mostrar o que sabem fazer e também buscar o crescimento, querer, se esforçar. Internamente, onde trabalho, sempre tive oportunidades. (Zero Hora)
 

Robô leiteiro e bem-estar animal | a alimentação láctea é boa para si

A ordenha robotizada é uma tecnologia que está em desenvolvimento há cerca de 25 anos e pode atingir altos níveis de eficiência na utilização dos recursos, com impacto positivo na qualidade de vida e nas condições de produtividade das pessoas que trabalham na exploração leiteira, no ambiente e no bem-estar animal.

Uma sala de ordenha robotizada permite horários de trabalho mais flexíveis, menos desgaste físico e a qualificação de tarefas que são reavaliadas: uma sala de ordenha de precisão requer a profissionalização da sua gestão. Além disso, numa altura em que se está a tornar essencial atrair os jovens para o sector leiteiro, a robótica aplicada à ordenha oferece às novas gerações tecnologias em linha com os seus padrões sócio-culturais, o que constitui um apelo à permanência ou ao início da actividade.

Um cubículo aberto que a vaca entra sempre que necessita de ser ordenhada, onde ainda mantém contacto visual com o seu grupo (para eles isto é fundamental) e onde lhe é oferecida ração e água fresca enquanto um braço robótico lava, desinfecta e ordenha cada tetina enquanto recolhe dados que são processados numa análise exaustiva de cada uma, permitindo ao produtor reduzir custos, ser mais eficiente na detecção de doenças e estro, e o mais importante, permitindo às vacas produzir até 10% mais leite.

Mas o que faz com que as vacas produzam mais? Uma sala de ordenha robotizada proporciona acima de tudo o bem-estar animal. Ao eliminar o stress, conseguimos uma manada calma e controlável. Todos eles usam uma coleira com um chip ligado a um computador que recolhe muita informação sobre a sua produtividade e saúde, permitindo a detecção imediata e atenção a qualquer exigência individual. Entram voluntariamente para serem ordenhados sempre que desejam, de acordo com a fase de lactação em que se encontram, o que lhes traz um alívio sem demora, desfrutando de uma liberdade que lhes garante maior conforto e aumentando assim a sua capacidade.

O robô trabalha sozinho, mas envia alertas para os telemóveis dos operadores se algo não estiver bem com algum animal, para que o rebanho, a capital principal da exploração leiteira, nunca seja negligenciado. Há um mundo desconhecido e maravilhoso por detrás de cada porção de laticínios que chega à sua mesa! (Edairy)



Danone para mudar a fábrica de lacticínios para Alpro, com base em plantas, como regime alimentar 

A Danone francesa, a maior fabricante mundial de iogurtes, planeia mudar uma das suas grandes fábricas francesas para bebidas à base de plantas no próximo ano, numa aposta em alternativas de leite não-lácteo de crescimento rápido.

A Danone francesa, a maior fabricante mundial de iogurtes, planeia mudar uma das suas grandes fábricas francesas para bebidas à base de plantas no próximo ano, numa aposta em alternativas de leite não-lácteo de crescimento rápido.

A Danone disse num comunicado na quarta-feira que investirá 43 milhões de euros (49 milhões de dólares) em 2022 para converter a sua fábrica leiteira Villecomtal-sur-Arros no sul de França num local de produção de bebidas principalmente à base de aveia para a sua marca Alpro.

Isto segue-se a um investimento de 16,5 milhões de euros este ano na sua fábrica de Alpro em Issenheim, no leste da França.

Danone, proprietária das marcas Evian water e Activia yoghurt, disse que o mercado francês de alimentos à base de plantas triplicou em sete anos e deverá crescer mais 50% até 2025.

“Observamos o interesse dos consumidores em receitas à base de plantas, que são uma solução simples para aqueles que querem uma dieta mais variada e diversificada”, disse François Eyraud, da Danone France.

A fábrica será convertida no Outono de 2022 e produzirá as suas primeiras bebidas de marca Alpro a partir do segundo trimestre de 2023.

A Danone adquiriu a Alpro em 2017 através da sua aquisição da WhiteWave, produtora americana de alimentos orgânicos, no valor de 12,5 mil milhões de dólares, ao tentar capitalizar as tendências alimentares mais saudáveis.

Em Fevereiro, a Danone concordou em comprar a empresa americana Earth Island especializada em alimentos vegetais, num acordo que a ajudaria a atingir o objectivo de gerar 5 mil milhões de euros (6,1 mil milhões de dólares) de vendas a nível mundial até 2025. ($1 = 0.8839 euros) (Edairy)
 
 

 Jogo Rápido

Bovinocultura de leite é tema de reunião técnica em Pouso Novo, diz Emater/RS
A Emater/RS-Ascar e a Secretaria de Agricultura de Pouso Novo realizaram na quinta-feira (18), no CTG Tropilhas da Serra, uma reunião técnica sobre bovinocultura de leite. Na ocasião, os cerca de 40 participantes acompanharam palestras e práticas sobre manejo de milho e produção de silagem de qualidade e sobre regulagem e manutenção de máquinas ensiladoras - com o apoio de representantes da Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e da John Deere. Responsável pela palestra sobre Boas Práticas para a Produção de Silagem de Qualidade, o extensionista da Emater/RS-Ascar Martin Schmachtenberg salientou os benefícios da silagem, que permite a manutenção de mais animais por área e o armazenamento de grande quantidade de alimento de adequado valor nutritivo, garantindo a produção de leite em períodos críticos. "Além de possibilitar o balanceamento econômico da dieta para os animais", enfatiza. Em sua manifestação, abordou ainda todas as etapas do plantio, indo desde a importância da análise de solo, passando pela escolha das variedades, manejo, controle de pragas e ponto correto de colheita e de corte. Sobre a regulagem das ensiladeiras, Schmachtenberg, junto com representantes da John Deere, lembrou a necessidade de proceder com a regulagem três vezes ao dia, para que haja a garantia da padronização das partículas. A atividade foi finalizada com debate sobre processo de ensilagem, conservação e retirada das forragens. Participando da atividade, o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Cristiano Laste, reforçou a importância da tecnificação da atividade, já que há uma exigência maior de profissionalismo na bovinocultura de leite também por causa dos custos de produção. "Em muitos casos são pequenos detalhes que podem fazer a diferença", ponderou. (Página Rural)
 
 

 

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Porto Alegre, 19 de novembro de 2021                                                  Ano 15 - N° 3.544


Qualidade do leite no Brasil: Mapa disponibiliza dados online

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento disponibilizou online dados históricos sobre qualidade do leite no Brasil, coletados pelo Programa Nacional de Qualidade do Leite (PNQL).

O PNQL possui como missão promover a melhoria da qualidade do leite no Brasil, garantir a segurança alimentar da população, assim como agregar valor aos produtos lácteos, evitar perdas e aumentar a competitividade em novos mercados.

O programa é constituído pelo Decreto 9.013, de 29 de março de 2017 - Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, que estabelece que a inspeção de leite e derivados abrange desde a sanidade do rebanho, obtenção da matéria-prima, sua análise e seleção até a expedição do produto final; e pelas Instruções Normativas nº 76 e nº 77, de 26 de novembro de 2018.

A análise e apresentação dos dados, criando o Observatório da Qualidade do Leite (OQL) é fruto da parceria firmada na Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) entre o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA/SDA) pela Coordenação Geral de Programas Especiais (CGPE), o Departamento de Suporte e Normas (DSN/SDA), pela Coordenação Geral de Avaliação de Risco e Inteligência Estratégica (CGRI) e o Departamento de Suporte Técnico (DTEC/SDA), pela Coordenação Geral de Laboratórios (CGAL).

Os dados divulgados contam com valores coletados desde 2013 de indicadores de qualidade do leite como Contagem de Células Somáticas (CCS), Contagem Padrão em Placas (CPP) – também conhecida como Contagem Bacteriana Total (CBT), gordura, proteína, lactose, sólidos totais e sólidos não gordurosos do leite. Os dados são apresentados na média geral do país, por regiões e unidades federativas — estes dois últimos contidos em gráfico dinâmico que permite selecionar a área de interesse.
Confira alguns dados do país: 



Confira todos os dados no site do Mapa clicando aqui.

As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
 

Chile - Importância dos lácteos na saúde pública
 
Nutrição/Chile – Uma atividade virtual convocou nutricionistas, profissionais de saúde e o público interessado em conhecer e aprofundar os conhecimentos sobre os lácteos e seu impacto na saúde.
 
Os expositores da reunião foram a Drª Bárbara Ángel, Dr. Rodrigo Valenzuela e o acadêmico da Universidade do Chile, Fernando Pizarro.
 
Trata-se de um encontro no formato Instagram Live, no qual houve participação do público com perguntas, e onde as dúvidas sobre conceitos foram dirimidas.
 
Dentro do que foi destacado durante a exposição, a coordenadora do Programa Gracias a la Leche, Consuelo Fuentes, reafirmou que o leite tem um papel muito importante na história do Chile, especialmente durante o século XX na nutrição das crianças. “O Chile passou do país da América Latina com as piores taxas de desnutrição e mortalidade infantil para a erradicação da subnutrição, quando muitos países de nossa região continuam lutando contra ela. Parte importante desse sucesso foi graças aos esforços públicos e privados que forneceram leite às crianças chilenas. Atualmente continua tendo um papel muito relevante através dos programas de alimentação complementar que fornece leite e produtos lácteos a diferentes grupos da população”, disse Consuelo Fuentes.
 
Ao falar de saúde pública, os especialistas destacaram que o leite é um alimento de alta densidade nutricional, acessível para todos e muito versátil em termos de preparações e oportunidades de consumo.
 
Além disso, é um alimento de consumo de massa, a maioria do país consome lácteos em algum momento do dia ou da semana. Isto o converte em um alimento ideal para fortificação com micronutrientes que sejam deficitários na população. “Atualmente está em vigor a política de fortificação do leite e alguns produtos lácteos com vitamina D, já que a deficiência desta vitamina é um problema que afeta gravemente a população chilena. O leite Purita, por sua parte, vem fortificado com ferro (entre outros microelementos) desde o ano 2000, o que já permitiu erradicar a anemia entre as crianças chilenas”.
 
Para os expositores deste encontro, os lácteos são alimentos que proporcionam uma dieta saudável, já que são alimentos de alta densidade nutricional. Isto quer dizer que fornecem muitos nutrientes ao mesmo tempo que são de baixa caloria. São excelentes alimentos para todas as etapas da vida. A mensagem do encontro é que o leite e os lácteos fazem parte de uma dieta balanceada e saudável, em conjunto com um estilo de vida, que inclua atividade física e uma rotina de sono saudável, entre outros elementos.
 
Consuelo Fuentes adiantou que o programa Gracias a la Leche continuará organizando palestras neste formato, que serão divulgadas posteriormente. (Fonte: Mundo Agropecuario – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 

Dairy Vision 2021: ainda é possível inovar no leite?
 
Ontem (18/11), foi realizado o segundo encontro do Dairy Vision 2021. Esta manhã de palestras foi dividida em dois blocos: um sobre inovações e outro sobre novos negócios. Com o oferecimento da Chr. Hansen, o segundo painel sobre inovações foi a primeira temática abordada no dia.
 
O evento tem a presença de quase 400 pessoas (sendo 57% do público indústria de laticínios e 21% empresas de insumos) de 12 países, ocorrendo online nas manhãs dos dias 17, 18, 23 e 24 de novembro.
 
O Dairy Vision 2021 é uma iniciativa do MilkPoint, com o patrocínio da Arla Foods Ingredients, Chr. Hansen, Engineering, Tetra Pak, Hexis Científica, Rousselot Peptan, Cap-Lab, Doremus e Separatori, apoiadores e palestrantes.
 
Iniciando a manhã de palestras, Carolina Sevciuc, Digital Transformation & Innovation & Sustainability na Nestlé, trouxe o case da transformação digital e da inovação aberta na Nestlé Brasil.
 
“Nós entendemos que nosso trabalho aqui dentro da Nestlé Brasil é diário, porque nós precisamos cada vez mais conseguir estarmos atentos a nos conectarmos verdadeiramente com o consumidor brasileiro,” disse Carolina.
 
De acordo com Sevciuc, a exigência por qualidade, saúde e bem-estar é crescente entre os consumidores. “Isso exige cada vez mais produtividade com sustentabilidade. Tecnologia e inovação de portfólio de produto são cada vez mais essenciais.”
 
Em relação à inovação aberta, Carolina destacou a importância das parcerias de aprendizados e crescimento mútuos com as startups, por exemplo, ressaltando que é uma construção. “Você entende qual é o problema e qual é a oportunidade dentro da jornada de impactar positivamente o consumidor, mas você não faz um briefing para a startup; você constrói junto a solução.” Segundo ela, a Nestlé já realizou mais de 30 parcerias com startups.
 
Como um dos impactos da inovação aberta, Carolina citou o envolvimento dos colaboradores, que podem submeter seus projetos de inovação. “Com isso, nós vamos fomentando esse intraempreendedorismo tão importante para fazermos com que a espiral positiva da inovação seja um tsunami dentro da empresa.”
 
Ainda com um olhar atento aos comportamentos de consumo, Sebastiano Porretta, Pesquisador da Estação Experimental da Indústria de Conservas de Alimentos, SSICA, em Parma, na Itália, abordou a mudança de paradigmas no desenvolvimento de novos produtos com base no consumidor.
 
Porreta frisou que “nenhuma estratégia de mercado faria sentindo se não considerarmos a mudança dramática que o setor alimentício passou, em um mundo de novos hábitos alimentares. Por exemplo, basta olhar as palavras-chave do mercado alimentício atual: ‘saudável’ e ‘funcional’ são as palavras mais usadas.”
 
“Além disso, a mudança do mercado está relacionada ao fato que as pessoas comem em todos os lugares. Isso implica que elas vão atrás de um alto nível de serviço, embalagem, talheres e estabilidade.” Dessa maneira, Sebastiano ressaltou que “nós precisamos de um toque de criatividade.”
 
Para Porreta, é necessária uma mudança de paradigmas — que ainda está progredindo — no desenvolvimento de novos produtos. “Pesquisas de mercado investigam as atividades e comportamentos das compras feitas pelos consumidores. Elas podem incluir uma variedade de metodologias tradicionais.”
 
Como exemplo de tais métodos, Porretta citou o grupo focal. “O grupo focal é uma boa ferramenta para uma investigação preliminar, que, deve ser, necessariamente, seguida por uma robusta técnica quantitativa.”
 
Neste sentido, o palestrante destacou a Mind Genomics. “Em um nível simples, é o estudo de misturas, dos estímulos do dia a dia, para entender o que determina a escolha, o que é importante para uma pessoa e o que não é,” explicou.
 
Além das preferências de consumo, é fundamental que as empresas tenham um olhar atento para a sustentabilidade. Em sua apalestra, Rune Joergensen, Gerente do Programa de Sustentabilidade da Chr. Hansen, trouxe justamente essa temática, abordando como viabilizar um sistema alimentar sustentável.
 
De acordo com Rune, a Chr. Hansen escolheu “focar em três das metas do desenvolvimento sustentável. Fome zero, boa saúde e bem-estar; consumo; e produção responsável.” Em sua apresentação, o palestrante mostrou que ações sustentáveis podem ser aplicadas ao longo de toda a cadeia do leite, desde os estábulos até a redução dos desperdícios de lácteos nos laticínios e pelo consumidor final.
 
“Se olharmos para as estatísticas, observamos que 17% dos produtos lácteos são desperdiçados atualmente, não são consumidos, são desperdiçados em algum momento. 81% desse desperdício deve-se à validade do produto, tanto ainda nos laticínios ou na geladeira do consumidor,” disse Rune.  
 
Encerrando o painel sobre inovações, Marcelo Pereira de Carvalho, CEO do MilkPoint e Co-Fundador do AgTech Garage (BR), trouxe a seguinte pauta: como ter sucesso em uma estratégia de inovação aberta.
 
Carvalho explicou que a inovação aberta é aquela que acontece fora da empresa. Muitas dessas inovações são feitas por startups, pelas quais têm havido um aumento nas buscas. De acordo com Marcelo, um dos motivos que explicam esse cenário é a velocidade.
 
“O primeiro aspecto é a questão da velocidade. É a rapidez com que as inovações estão sendo colocadas no mercado, é cada vez maior. As empresas perceberam que, se elas foram atrás do que já existe, ou de pessoas e empresas que já fazem alguma coisa relevante, elas vão conseguir fazer com uma velocidade maior e muitas vezes com um custo menor. Muitas vezes isso pode se tornar um serviço novo que a empresa vai colocar no mercado,” destacou.
 
Neste contexto, Carvalho ressaltou a importância do mundo 4.0, explicando que ele é a junção da conectividade com a digitalização, tecnologias de propósito geral, mobilidade e a capacidade processamento e armazenamento em nuvem. “Tudo isso junto gera novas soluções para resolver dores antigas.”
 
Além disso, Marcelo disse que esses cinco pilares do mundo 4.0 citados anteriormente, também mudam as fontes de vantagens competitivas. Com isso, de acordo com ele, surgem novos competidores. “Mudam também os próprios modelos de negócio. Muitas empresas que têm um histórico de vender um produto, já há algum tempo elas estão vendendo um serviço – mas muitas vezes o produto é o que realmente dá dinheiro — e, no futuro, essas empresas vão vender resultado.”
 
Neste cenário de mudanças, Carvalho também levantou o seguinte questionamento: como as corporações tradicionais podem ter sucesso nesse novo mundo? “O primeiro ponto é a chamada conexão com o ecossistema, com universidades, startups, hubs, investidores. A inovação ela não é mais restrita ao P&D interno das empresas,” explicou.
 
Ao final das apresentações, o próprio Marcelo Carvalho conduziu um bate-papo ao vivo com a presença de todos os palestrantes. O segundo painel do Dairy Vision 2021 trouxe pontos e levantou questões relevantes para o leite seguir inovando em um mundo de grandes transformações e mudanças. (Milkpoint)

 Jogo Rápido

Rio Grande do Sul terá volumes expressivos de precipitação em diversas regiões nos próximos dias
Nos próximos dias deverão ocorrer volumes expressivos de precipitação em diversas regiões do Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Agrometeorológico nº 46/2021, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta-feira (19) e sábado (20), o tempo fica firme, com grande amplitude térmica, com valores mais baixos durante a noite e temperaturas elevadas no período diurno. No domingo (21), o ingresso de ar quente favorecerá a elevação das temperaturas, com valores acima de 30°C em várias regiões. Na segunda-feira (22), o tempo firme e o calor predominarão em todo Estado, com temperaturas máximas acima de 35°C em diversas áreas. Entre a terça (23) e quarta-feira (24), a propagação de uma área de baixa pressão e de uma frente fria provocarão chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados. Os valores previstos deverão ser oscilar entre 10 e 20 mm na maioria das localidades da Metade Sul. No restante do Estado, os volumes deverão oscilar entre 25 e 45 mm e poderão superar 50 mm em diversos municípios do Alto Uruguai, Planalto, Serra do Nordeste e nos Campos de Cima da Serra. O boletim também aborda a situação das culturas de trigo, soja, olerícolas e frutíferas. Veja o boletim completo clicando aqui. (SEAPDR)


 

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Porto Alegre, 18 de novembro de 2021                                                  Ano 15 - N° 3.543


DIPOA responde dúvidas sobre a Habilitação e Certificação Sanitária de Produtos de Origem Animal em webinar
 
Produtos de Origem Animal – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) realizou, ontem (17), um webinar com o intuito de sanar as dúvidas referente à publicação da PORTARIA SDA Nº 431, DE 19 DE OUTUBRO DE 2021, que trata sobre a Habilitação e Certificação Sanitária de Produtos de Origem Animal.
 
A live teve a moderação da Dra. Carla Susana Rodrigues e participação da Dra. Claudia Vitoria Custodio Dantas e Dra. Fernanda Zeni Michalski, da Divisão de Habilitação e Certificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que responderam todas as dúvidas que surgiram durante o evento.
 
A Portaria 431/2021 foi recentemente publicada com o objetivo de detalhar e esclarecer as formas de habilitação e certificação, permitir a rastreabilidade dos produtos de origem animal, dar transparência e segurança ao processo de certificação sanitária e, principalmente, otimizar a força de trabalho do serviço oficial. A Dra. Fernanda Zeni explica que a ideia é padronizar nacionalmente a certificação sanitária, ela comenta que há muitas dúvidas e diferenças entre estados necessitando assim, de padronização dos processos.
 
A publicação da portaria trouxe novos procedimentos como:
• Solicitação da certificação sanitária por meio do Sistema DCPOA visando padronização nacional, a possibilidade de inclusão de documentos base para certificação de forma eletrônica;
• Emissão da Declaração de Destinação Industrial ou Condenação por meio do Sistema DCPOA visando a padronização e permissão da conferência e autenticidade de tais declarações em sistema informatizado;
• Atualização dos modelos de CSN; GT;
• Em relação aos Documentos Base para Certificação (DBC) a DHC publicará os DBC para produtos cárneos que será o piloto para as demais áreas (leite, ovos, pescado e mel)
• Entre outras.
 
Elas explicam que o sistema terá uma capacidade máxima de 5MB por DCPOA, isso impede que as empresas enviem documentos desnecessários. Ao final da apresentação, as perguntas enviadas pelo chat do evento foram respondidas e serão compiladas e publicadas no Perguntas e Respostas da Portaria nº 431/2021. O webinar foi gravado e estará disponível posteriormente na página do DIPOA. (Terra Viva)
 

Conseleite/MG: preço do leite entregue em novembro tem projeção de queda de 3,57%
 
A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 17 de Novembro de 2021, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:
 
• Os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Setembro/2021 a ser pago em Outubro/2021.
• Os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Outubro/2021 a ser pago em Novembro/2021.
• Os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Outubro/2021 a ser pago em Novembro/2021.
• Os valores de referência projetados do leite padrão maior e menor valor de referência para o produto entregue em Novembro/2021 a ser pago em Dezembro/2021.
 
 
Períodos de apuração:
• Mês de Setembro/2021: De 27/08/2021 a 23/09/2021
• Mês de Outubro/2021: De 24/09/2021 a 28/10/2021
• Parcial de Novembro/2021: De 29/10/2021 a 11/11/2021
 
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural. Para acessar o simulador, clique aqui. (As informações são do Conseleite Minas Gerais, adaptadas pela Equipe MilkPoint)
 
Uruguai – Menor volume exportado de produtos lácteos e crescimento de 7% nas divisas
 
Nos primeiros dez meses do ano as exportações de produtos lácteos superaram em 7% as de igual período de 2020. O incremento se deu pelo maior faturamento com leite em pó integral, leite em pó desnatado e manteiga.
 
Entre janeiro e outubro de 2021 as vendas ao exterior, medidas em dólares, cresceram 7%. Por produto, as variações foram: leite em pó desnatado (+11%); leite em pó integral (+8%); e manteiga (+20%). O queijo caiu (-4%) no período, informou o Instituto Nacional do Leite (Inale).
 
O leite em pó integral, em outubro, obteve faturamento de US$ 34,5 milhões. No acumulado do ano chegou a US$ 414,7 milhões (8% mais do que em igual período de 2021). As vendas de leite em pó desnatado em outubro foram de US$ 11,5 milhões; no acumulado foram US$ 35 milhões (11% mais que em 2020).
 
A manteiga, em outubro, chegou a US$ 6,8 milhões e no acumulado do ano US$ 37,6 milhões (20% mais).
 
Os queijos, em outubro, somaram US$ 9,5 milhões, e o total de janeiro a outubro foi de US$ 86,7 milhões (4% menos). O total exportado de outubro foi de US$ 67,3 milhões; nos primeiros dez meses acumulou US$ 610,4 milhões (7% mais).
 
Volume menor
O Inale destacou que, em relação aos primeiros 10 meses de 2020, no acumulado até outubro houve queda nos volumes exportados de todos os principais produtos, sendo a maior redução do leite em pó integral e dos queijos, na ordem de 6% cada um, seguidos pela queda de 5% nas vendas de leite em pó desnatado e manteiga.
 
Destinos e Aumento dos preços
O aumento das divisas, apesar do menor volume, se explica pelo aumento dos preços internacionais. O principal destino foi o Brasil com 25% dos volumes exportados, seguido pela Argélia (23%); China (20%), Rússia (6%) e México (4%). (TodoElCampo)

 Jogo Rápido

Setor teme perda com decretos

Entidades do setor de proteína animal avaliam os impactos dos decretos 56.116 e 56.117 na competitividade dos frigoríficos. Publicados em 30 de setembro, os decretos estenderam o prazo para o aproveitamento de créditos presumidos de ICMS pelas empresas, que venceria no final deste ano, e trouxeram novas regras. O descontentamento é com relação às deduções máximas, que caíram para 5% do crédito presumido concedido em 2022, de 10% em 2023 e 15% a partir de 2024. “Os decretos trazem uma perda de créditos presumidos que acabam repercutindo na competitividade da produção do Rio Grande do Sul quando se destinar a outras unidades da federação”, diz o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber. (Correio do Povo)


 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de novembro de 2021                                                Ano 15 - N° 3.542


Dairy Vision 2021: setor tem muitas oportunidades, além dos desafios conhecidos

Hoje (17/11), teve início o Dairy Vision 2021, um dos principais fóruns mundiais de discussão sobre o setor lácteo. Neste primeiro dia de evento, as discussões foram pautadas nas tendências que existem à frente no mercado leite, em painel apoiado pela Arla Foods Ingredients.

O evento tem a presença de quase 400 pessoas (sendo 57% do público indústria de laticínios e 21% empresas de insumos) de 12 países, ocorrendo online nas manhãs dos dias 17, 18, 23 e 24 de novembro.

O Dairy Vision 2021 é uma iniciativa do MilkPoint, com o patrocínio da Arla Foods Ingredients, Chr. Hansen, Engineering, Tetra Pak, Hexis Científica, Rousselot Peptan, Cap-Lab, Doremus e Separatori, apoiadores e palestrantes.

Iniciando a manhã de palestras, Paulo do Carmo Martins, da Embrapa Gado de Leite abordou os principais desafios e oportunidades que o setor lácteo brasileiro tem à frente.

De acordo com Paulo, existe uma tendência muito clara no setor lácteo: mais leite, com menos produtores. E uma segunda tendência muito clara: o modelo de transição. “Nós estamos saindo de trabalho intensivo para capital intensivo. O número de vacas por propriedade tanto na América do Norte, na Europa e na Oceania, está aumentando por propriedade. No Brasil não é diferente.”

Em relação à produção de leite brasileira, Martins apontou que “ainda vamos continuar patinando. Muito provavelmente por questões que fogem do controle do produtor, são questões externas. Tem a ver com dólar, custos de produção. Nós vamos estar permanentemente mantendo um crescimento muito pequeno, porque a produção de leite também cresce dependendo da renda.”

Outras questões abordadas por Paulo foram a especialização da produção de leite regional e as margens estreitas tanto para laticínios quando para produtores. “O fato concreto é que essas margens irão tirar da atividades muitos produtores e laticínios.”

Segundo Paulo, o conceito de FoodTech é uma megatendência, impulsionada pela vertente de produtos plant-based, e questões como bem-estar animal, sustentabilidade, saudabilidade, oportunismo zero e pegada de carbono, entre outros. Neste contexto, destacou o ESG. “Para crescer as empresas terão que respeitar as questões ambiental, social e de governança.”

Em seguida, Christian Koch, pesquisador, professor na School of Economics and Marketing, Lund University, Suécia, trouxe os quatro cenários possíveis para a indústria láctea mundial, fruto de uma pesquisa realizada em parceria com a Tetra Pak.

Para Christian, existem duas maneiras de responder o questionamento de como será o futuro dos laticínios do ponto de vista de planejamento estratégico. “Uma seria supor que o desenvolvimento de negócios continua de acordo com as tendências e premissas para os laticínios. Isso significa lidar apenas com os chamados ‘elementos pré-determinados,’ que são relativamente estáveis ou previsíveis, como as mudanças demográficas.”  

“Há outra abordagem para responder à esta pergunta estratégica. Essa abordagem alternativa presume que existem tendências disruptivas, que podem se tornar importantes e desafiar as suposições atuais. Incertezas críticas são instáveis ou imprevisíveis, como, por exemplo, os gostos dos consumidores e regulamentações governamentais sobre novas tecnologias. Essa visão alternativa é a abordagem de cenários para desvendar resultados futuros plausíveis. Em outras palavras, essa visão antecipa o que está por vir, mas ainda não é muito perceptível,” completou.

Christian explicou que o estudo sobre os cenários possíveis para os laticínios foi pautado na abordagem alternativa, que chegou a quatro diferentes e extremos cenários: Green Dairy, New Fusion, Brave New Food e Dairy Evolution.

O Green Dairy é “marcado por fortes restrições e oposições socioambientais, mas pouca transformação e transição tecnológica, representando o futuro alternativo,” disse Koch. O New Fusion “é dominado por tecnologias e processos inovadores, mas com restrições socioambientais apenas fracas e incrementais, representando o futuro plausível.”

“A combinação de fortes restrições socioambientais e alta transição tecnológica resulta em um cenário chamado Brave New Food. Neste cenário extremo e conflituoso, avanços em produtos alimentares sustentáveis são apoiados ou restritos por regulamentações, que servem ao novo mundo de alimentos.” Nesse cenário, o “leite” produzido por fermentação em laboratório cresce significativamente.

Já o Dairy Evolution, Koch explicou que “é caracterizado por não ter grandes surpresas com desenvolvimento, e em grande parte seguindo tendências atuais e com uma variedade de interferências menores vindas de fatores incertos.”

Ainda sobre o futuro, Kevin Bellamy da Global Sector Head no Rabobank, trouxe a discussão se os alimentos lácteos têm um futuro brilhante. De acordo com ele “está claro que os laticínios vão continuar a exercer um papel fundamental na alimentação mundial.”

Contudo, Kevin salientou a questão por pressões ambientais, dizendo que “os produtos com proteínas alternativas, incluindo proteínas de culturas vegetais continuarão competindo com os leites fluidos e produtos lácteos frescos. Mas o sabor e a conexão emocional dos consumidores com produtos como queijo, garantirá que a demanda por laticínios continue forte.”

“A competição não será algo ruim. As empresas de laticínios serão forçadas a inovar e desenvolver formas de atender as necessidades do consumidor e de se mostrarem melhores de que outras fontes de proteína. Dessa forma, podem convencer os consumidores a pagarem os preços mais altos necessários atrelados aos custos de proteção ambiental.”

Sobre o consumo de lácteos, além do impulsionador demográfico, que pode aumentar a demanda, Bellamy citou a faixa etária da população, que direciona a natureza da demanda por lácteos.

“Mais de um bilhão de chineses terão mais de 50 anos na próxima década e a necessidade de leite em pó infantil, na China, continuará a diminuir. Pouco menos da metade do crescimento esperado na população dos EUA será de origem imigratória, somando-se a população adulta mais jovem. Enquanto o envelhecimento da geração dos baby boomers levará ao crescimento da faixa etária de pessoas com mais de 75 anos. Da mesma forma, no Brasil e no México, uma população envelhecida significará menos crianças para consumir laticínios e as empresas precisarão focar em consumidores mais velhos,” concluiu. Por outro lado, em regiões com menor faixa etária, como Índia e Indonésia, o consumo de lácteos pode ser limitado pela acessibilidade econômica.

Na perspectiva do quanto o setor leiteiro pode ser afetado pelo crescimento das bebidas à base de plantas e alimentos de laboratório, o evento trouxe a palestra de Julian Mellentin, fundador da New Nutrition Business.

Julian destacou que as bebidas vegetais vendidas em países como os EUA são vendidas com um sobrepreço de 100%. Representam 15% do mercado em valor, mas apenas 7% em volume. “Interessante, não é? Nos disseram que as bebidas vegetais são substitutas do leite, que representam um mercado popular. Mas isso não é verdade, é ainda um nicho.” De acordo com ele, apesar de ser um mercado altamente valorizado, ainda é um segmento de consumo pequeno.

“É um ponto muito importante a se ter em mente. Grande parte do crescimento das bebidas vegetais está relacionado às melhorias em termos de sabor e textura. Não se trata dos vegetais, nem necessariamente algo ligado à saúde, mas obviamente isso é importante. Não devemos subestimar o impacto de melhorar a experiência dos consumidores,” ressaltou Julian.

Mellentin salientou que as marcas de produtos vegetais não comprovam necessariamente que são mais sustentáveis. Além disso, ao comparar um “queijo vegano” com um tradicional (ambos produtos da Europa) abordou a questão nutricional, enfatizando a quantidade de proteínas: 1,3g no vegano e 25g no tradicional. “O perfil de macronutrientes desses produtos [vegetais] é pobre. O perfil de micronutrientes é muito pobre, às vezes até inexistente,” frisou.

Sobre as vantagens competitivas dos lácteos, Mellentin elencou a qualidade proteica e a densidade nutricional. “Isso é importante para os laticínios, porque eles são naturalmente densos nutricionalmente. É um dos alimentos mais ricos em nutrientes que podem ser consumidos.” Além disso, em sua palestra também abordou o leite sem lactose e a valorização da gordura láctea pelos consumidores como caminhos que os laticínios podem apostar para competir com o mercado plant-based. Segundo ele, o leite de vaca sem lactose cresce mais do que qualquer leite vegetal (nos EUA) e neste ano o leite integral de vaca crescerá em mercado, mais de 2 vezes o crescimento dos leites vegetais.

Marcelo Leitão, Gerente Comercial da divisão Foods da Arla Foods Ingredients no Brasil, trouxe um tema bastante interessante e oportuno para os laticínios: reaproveitamento de soro ácido para gerar novos negócios e a habilitação das empresas em prol da sustentabilidade.

“A geração de soro é um fato, as empresas geram soro. É um ingrediente que tem um alto valor nutricional. O soro praticamente tem quase a mesma composição de sais minerais do leite, é uma fonte de proteínas, que são muito valorizadas e também tem um pouco de gordura. O soro é considerado um alimento nobre, porque tem um valor nutricional interessante,” apontou Leitão.

Quando se fala em soro, Marcelo explicou que o grande desafio é o soro ácido, que é um produto originado da fabricação de cream cheese, petit suisse, skyr ou iogurte grego e requeijão nas empresas que produzem esses derivados pelo processo tradicional – sem adição de proteína. Além disso, o soro da fabricação de ricota também é ácido. “É possível sim, reaproveitar o soro ácido,” enfatizou.

De acordo com Leitão, para o reaproveitamento de soro ácido as empresas podem seguir por dois caminhos. “No processo sem geração de soro, no qual inicialmente a proteína é adicionada na produção, ou seja, não existe a geração de soro. Ou, então, a empresa que não pode abrir mão do seu processo tradicional, e consequentemente gera soro ácido, ele pode entrar como matéria-prima.”

Fomentando o foco da sustentabilidade, Lukasz Wyrzykowski, Diretor Geral do IFCN, trouxe o questionamento: é possível atingir a neutralidade de carbono no setor lácteo? “Atualmente, o que vemos e observamos na mídia é o foco, principalmente, na emissão de carbono. Mas, não podemos nos esquecer quantos outros itens existem em torno da nossa produção diária. Devemos ter um olhar multidimensional,” disse.

“Se estamos falando sobre CO2, e estivermos falando sobre as emissões, precisamos ver as definições de alerta. Se estamos falando sobre gases do efeito estufa, o que isso significa? Qual tipo de gás estamos falando?”

“Se estamos falando da metodologia, temos que entender que precisamos de cálculos por trás disso. Por exemplo, se temos o equivalente de CO2, precisamos recalcular outros gases para o equivalente de dióxido de carbono, para realmente medir quais são as emissões nas fazendas. Ainda não existe um método em todo mundo,” complementou Lukasz.

Wyrzykowski explicou que existem várias estratégias que podem ajudar na redução das emissões. “Eu acredito que a mais importante e a mais fácil é o aumento da eficiência produtiva. Como podemos aumentar o rendimento e a quantidade de leite produzido por vaca? Pelos nossos cálculos, cerca de 30% de toda a redução das emissões no mundo pode ser feita por uma simples melhora na produtividade.” De acordo com Lukasz, além disso podem ser usados aditivos para rações ou inibidores de metano, bem como uma melhoria da gestão das fazendas.

“Se começarmos a operar com mais tecnologias, podemos ir mais a fundo e, talvez, no final, reduzir as emissões a zero. Mas é claro que isso criará custos significativos.” Por outro lado, ponderou: precisamos começar pelo mais fácil, para não prejudicar a economia, isto é, pelo aumento da produtividade.

Ao final das palestras o evento trouxe um debate ao vivo com a presença de todos os palestrantes, moderado por Marcelo Carvalho, CEO do MilkPoint e Co-Fundador do AgTech Garage. O primeiro dia do Dairy Vision 2021 abordou uma temática importantíssimas para o futuro do setor lácteo.

Se interessou? O Dairy Vision 2021 está apenas começando, ainda dá tempo se inscrever! Todas as palestras, bem como o debate ficam disponíveis na plataforma 60 dias após o evento, você não perde nada! Faça parte do futuro do setor de laticínios mundial! Associados Sindilat/RS tem 30% de desconto clicando aqui. (Milkpoint) 
 

Ferramenta genômica seleciona bovinos leiteiros adaptáveis às diferenças climáticas do Brasil

A Embrapa Gado de Leite (MG) está utilizando uma ferramenta genômica denominada Clarifide Girolando para identificar touros capazes de produzir progênies (filhas) de acordo com a tolerância ao estresse térmico. “Pretendemos com isso enfrentar um grande problema da pecuária leiteira nacional, que é a perda de produção acarretada pelas condições locais de alta temperatura e umidade”, diz o pesquisador da Unidade Marcos Vinícius Barbosa da Silva, que coordena a pesquisa. 
 
“O estresse térmico interfere diretamente na produção de leite e quanto mais produtiva for a vaca, maior será essa interferência”, afirma, Renata Negri, doutora em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que integra a equipe de pesquisa. Ela prossegue: “Acredita-se que haja diferenças nas respostas fisiológicas associadas à produção de leite nos diferentes grupos genéticos que constituem a raça Girolando, sendo necessário identificar e classificar os animais conforme sua tolerância ao calor”.
 
A pesquisa conta ainda com a participação das doutoras em Genética e Melhoramento Darlene Daltro (UFRGS) e Sabrina Kluska da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Jaboticabal). Daltro informa que os trabalhos tiveram início em maio deste ano, quando foram selecionados 300 rebanhos distribuídos em diversos pontos do País.
 
A produção dos indivíduos desses rebanhos foi acompanhada e comparada entre si, tendo como principal variável as condições climáticas locais fornecidas pelas estações meteorológicas mais próximas das fazendas. Modelos matemáticos demonstraram que algumas vacas da raça Girolando podem deixar de produzir mais de mil litros de leite, considerando 305 dias de lactação, devido ao estresse térmico. Em seguida, por meio do Clarifide, identificou-se o genoma dos animais pesquisados para determinar os mais adaptáveis a determinada região.
 
Genômica agrega valor à raça brasileira Girolando - Segundo Kluska, com a pesquisa, as centrais de inseminação artificial poderão informar, além dos PTAs (Capacidade Prevista de Transmissão das características genéticas, traduzido do inglês: Predict Transmission Ability), a progênie mais adequada às diversas condições climáticas do País. De acordo com ela, essa é uma informação estratégica para o produtor. Além da queda na produção de leite, as fazendas têm prejuízos com o descarte de animais, de alto valor financeiro, intolerantes ao estresse térmico, mas cuja genética poderia ser muito eficiente em outros locais. 
 
“A identificação entres grupos genéticos e dentro de cada grupo permitirão o direcionamento de uso, conforme as condições locais de cada região brasileira, permitindo ao criador a escolha e utilização dos animais conforme suas condições reais de manejo e de ambiente, visando estabelecer um sistema de criação economicamente viável e cada vez mais eficiente”, destaca a doutora da Unesp-Jabuticabal.
 
Silva diz que a pesquisa irá contribuir muito para a Girolando, uma raça sintética desenvolvida no Brasil, com o cruzamento das raças Holandês X Gir Leiteiro, unindo o alto potencial produtivo da primeira com a rusticidade da segunda. “O Brasil é um país com extensão continental, com grandes variações climáticas e é inviável termos um padrão genético para todo o território nacional. O que o conhecimento genômico está nos permitindo é adequar a raça segundo as características específicas de calor e umidade”, resume Silva.
 
O pesquisador conclui destacando que esse trabalho é uma parceria da Embrapa com a Associação Brasileira de Criadores da Raça Girolando (Girolando). “Constituímos um pool de recursos para desvendar características intrínsecas da natureza dos animais da raça, proporcionando melhor compreensão dos mecanismos de defesa corporal e auxiliando na tomada de decisões e direcionamento dos programas de melhoramento genético, conforme os objetivos de seleção, exigências do mercado e atendendo aos requisitos de bem-estar animal”, completa Silva.
 
Lançado há três anos, Clarifide Girolando já apresenta resultados – Seu desenvolvimento levou seis anos de pesquisas em genômica, genética molecular e bioinformática. “Reunimos o que há de mais avançado nos conhecimentos de genoma e sistemas computacionais para avaliar as informações provenientes de um chip com centenas de milhares de dados relacionados ao DNA bovino”, diz Silva. A seleção dos animais para os sistemas de produção de leite é feita a partir de uma amostra de material biológico que contenha células do bovino. As informações genéticas coletadas são comparadas com as que estão disponíveis no chip do Clarifide Girolando.
 
Como resultado desse trabalho, o produtor recebe uma série de informações a respeito do animal, como produção e proteínas do leite, se é portador de genes que produzam defeitos genéticos, capacidade reprodutiva e outros dados necessários para que o processo de melhoramento do rebanho seja efetivo, como ocorre com a pesquisa a respeito da tolerância ao calor e à umidade.
 
A redução do tempo de avaliação dos animais, com a consequente diminuição dos custos, é a grande vantagem do Clarifide Girolando. Atualmente, a seleção de um touro que entra em teste de progênie custa cerca de R$ 300 mil. Trata-se de um processo demorado, que pode durar por volta de sete anos.  Com o Clarifide Girolando, isso é otimizado, como demonstra a pesquisa sobre estresse térmico, com os 300 rebanhos selecionados, que durou apenas seis meses.
 
Genômica e predição: seleção genética antes do nascimento – A avaliação genômica abre grandes possibilidades para o melhoramento dos rebanhos. Ela permite, por exemplo, que o animal seja selecionado antes mesmo de nascer. É possível retirar uma pequena amostra (dez células) de um embrião após sete dias da fecundação in vitro (fertilização realizada no laboratório) e, por meio dessas poucas células, analisar todo o seu genoma. Caso o embrião possua as características desejáveis, ele é transferido para a vaca (barriga de aluguel) que irá proceder a gestação. Do contrário, poderá ser descartado. Além de economizar tempo, esse procedimento otimiza as barrigas de aluguel, pois a vaca passará a gerar somente os embriões que foram selecionados como os melhores.
 
As informações são do Embrapa Gado de Leite, adaptadas pela equipe MilkPoint. 



Capacitação incentiva uso da homeopatia na atividade leiteira

A homeopatia é um método terapêutico existente há mais de 200 anos e é considerada uma forma de tratamento alternativo ou complementar. Desde 2015 a Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), vem trabalhando essa temática em cursos e capacitações, especialmente ligados à bovinocultura de leite, despertando o interesse de agricultores familiares na utilização dessa ferramenta no seu dia a dia na propriedade rural.
 
Com os bons resultados obtidos em alguns municípios da região Norte do Estado, o número de famílias interessadas nessa prática cresceu. Para atender essa demanda, duas capacitações sobre o uso da homeopatia na atividade leiteira foram realizadas nesta semana, dias 09 e 10/11 em Palmitinho, e dias 11 e 12/11 em Liberato Salzano.
 
As capacitações foram conduzidas pelo médico veterinário da Emater/RS-Ascar Ricardo Lopes Machado, especialista no assunto. As atividades realizadas em Palmitinho e Liberato Salzano reuniram produtores rurais e extensionistas que já estão usando a homeopatia em suas atividades ou que estão interessados em iniciar essa prática. Em Palmitinho, a capacitação foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura e Sicredi. Em Liberato Salzano, a atividade contou com o apoio da Prefeitura Municipal.
 
"Nosso trabalho tem como objetivo levar às famílias o conhecimento e informação sobre essa ferramenta, buscando sempre uma produção de leite mais sustentável, reduzindo o uso de medicamentos e melhorando outros processos. Essa é uma prática que traz ganhos econômicos, mas principalmente sociais e ambientais também", comentou o extensionista rural da Emater/RS-Ascar Valdir Sangaletti, coordenador regional de sistemas de produção animal.
 
Na região, hoje são 16 equipes municipais e 245 famílias assistidas trabalhando com a homeopatia em diferentes atividades, como a bovinocultura de leite, gado de corte, pequenas criações e também na produção vegetal. O uso da homeopatia é mais intenso na atividade leiteira. Municípios da região, como Gramado dos Loureiros, Sarandi, entre outros, têm trabalhos expressivos nessa área e estão apresentando resultados importantes e positivos, o que tem motivado outras famílias a aderirem a essa ferramenta.
 
Para 2022, 21 municípios já planejaram ações envolvendo a homeopatia, especialmente na atividade leiteira. Serão 355 famílias que receberão assistência técnica e acompanhamento direto sobre o assunto no próximo ano.
 
"O objetivo dessas ações é mostrar às famílias a importância da homeopatia, mas sempre com um olhar sistêmico à propriedade rural. A homeopatia é uma ferramenta importante, mas que deve ser acompanhada de um conjunto de ações, como o bem-estar e a sanidade animal, o bem-estar das pessoas, a melhoria do solo, entre outras. Dessa forma, a partir desse conjunto de ações, a homeopatia poderá contribuir com as atividades produtivas, reduzindo o custo de produção, melhorando a saúde dos animais, a saúde das pessoas e trazendo mais qualidade de vida", completou Sangaletti.
 
As informações são da Emater-RS Ascar, adaptadas pela equipe MilkPoint. 

 Jogo Rápido

Mapa prorroga portaria que trata sobre Trânsito e Certificação Sanitária de Produtos de Origem Animal
Foi prorrogada a data de vigência da PORTARIA SDA Nº 431, DE 19 DE OUTUBRO DE 2021, que Aprova os Procedimentos de Trânsito e de Certificação Sanitária de Produtos de Origem Animal e de Habilitação para Exportação de Estabelecimentos Nacionais Registrados Junto ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Esta portaria estava prevista para entrar em vigor no dia 03 de novembro, porém foi prorrogada por meio do  OFÍCIO-CIRCULAR  Nº 76/2021/DIPOA/SDA/MAPA,  datado  de  15 de novembro de 2021. (data que encerrou o prazo concedido  pelo  OFÍCIO-CIRCULAR Nº 73/2021/DIPOA/SDA/MAPA). As empresas têm, agora, até o dia 01 de dezembro de 2021 para conclusão das adequações impostas pela Portaria SDA/MAPA nº 431/2021. >> Acesse aqui a PORTARIA SDA Nº 431, DE 19 DE OUTUBRO DE 2021. (Elaboração Terra Viva com dados do DOU)


 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 16 de novembro de 2021                                                Ano 15 - N° 3.541


Global Dairy Trade



Fonte: Gdt adaptado Sindilat/RS
 

“NÃO QUEREMOS QUE OS JOVENS TRABALHEM NA LEITEIRA PORQUE NÃO TÊM OUTRA OPÇÃO, MAS PORQUE A VEEM COMO UMA ALTERNATIVA ATRAENTE”

A jornada de trabalho dos produtores de leite convencionais no Uruguai geralmente começa muito cedo pela manhã, quando vão ao campo para realizar todas as tarefas relacionadas com a ordenha.

Essa rotina é realizada duas vezes ao dia, todos os dias do ano, e implica um grande esforço dos produtores de leite do país, que renunciam às atividades pessoais para poder cumpri-la.

Avaliando opções que favorecem o bem-estar dos trabalhadores rurais, a estação experimental do Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIA) de La Estanzuela instalou em 2017 o primeiro robô leiteiro do país, uma tecnologia com múltiplos benefícios que foram analisados no programa “ En onde estamos ”da Rádio Nacional pelo Ing. Agr. (Doutorado) Santiago Fariña, diretor do Programa de Pesquisa em Produção de Leite do INIA.

O especialista começou explicando que existem mais de 40.000 tambores de robôs no mundo. No Uruguai a novidade foi introduzida pelo INIA há quatro anos e depois foram instalados mais dois em propriedades privadas em San José e Rocha.

“No INIA instalamos sem saber como ia funcionar. Na Austrália e na Nova Zelândia, que possuem sistemas pastoris como os do Uruguai e onde este tipo de robôs já operam há vários anos, foram conseguidas horas mais agradáveis para os produtores de leite, que era a tarefa principal, e juntos também conseguiram outra. monte de benefícios. Conseguimos avaliar e conseguir essa melhoria nos horários aqui ”, destacou a pesquisadora.

Especificamente, a leiteria INIA La Estanzuela é composta por dois robôs que realizam a ordenha. O gado possui uma coleira de identificação individual que oferece informações sobre cada vaca e que, nas proximidades das portas inteligentes, permite a entrada ou não nos espaços de espera e pós-ordenha e nos piquetes de pastejo. Em todos os momentos o rebanho circula pela propriedade voluntariamente incentivado pela alimentação e o sistema se encarrega de colocar as tetinas para que seja ordenhada voluntariamente.

Sem afetar o número de trabalhadores da atividade leiteira, esta tecnologia permite que as pessoas abandonem as tarefas mais sacrificadas e passem a assumir outras tarefas de tomada de decisão com base nas informações fornecidas pelo sistema em tempo real e à distância.

“Embora seja um dispositivo relativamente simples, ele faz um trabalho que em baterias convencionais exige muito tempo e esforço. Na leiteria do robô a equipe chega às 7h30 e sai às 16h, mas um fazendeiro tradicional tem que se levantar para o leite, por exemplo, às 4h da manhã todos os dias do ano. dormir pouco ou ir para a cama tarde e faltar às atividades que compõem a vida social do trabalhador ”, enfatizou Fariña.

A mudança geracional também implica desafios e incertezas para os proprietários de fazendas leiteiras convencionais, já que muitas vezes os jovens não acham atraente o esforço que seus pais devem fazer. Como exemplo, Fariña citou o caso do produtor de leite que trabalha na fazenda convencional do INIA há mais de 44 anos.

“Está há mais de quatro décadas na leiteria e o filho não queria fazer o mesmo que ele, porque via as limitações que o pai tinha, que não podia sair ou ir a eventos familiares. E isso acontece em muitas famílias no Uruguai e é uma questão geracional, porque os jovens querem ter mais tempo livre. Nesse caso, o filho do leiteiro ganhava a vida, trabalhava nas reservas naturais e quando voltava acariciava os bezerros. Porém, quando teve a oportunidade de trabalhar com a leiteria robô, ele gostou ”, disse.

Nesse sentido, Fariña explicou que o objetivo da leiteria robotizada é que, através das facilidades proporcionadas pela tecnologia e que estão sendo avaliadas pelo INIA, as novas gerações vejam uma interessante oportunidade de trabalho na leiteria. “Não queremos que os jovens trabalhem na indústria leiteira porque não têm outra opção, mas porque a veem como uma alternativa atraente”, afirmou.

“Isso está acontecendo cada vez mais e é um fenômeno que temos que entender e enfrentar. Existem jovens apaixonados por leite, vacas e campo, mas não querem um trabalho que exija um esforço extraordinário. Isso pode ser melhorado com a tecnologia, por isso de institutos como o INIA devemos avaliar, investigar e buscar soluções inovadoras que tornem o laticínio um trabalho mais atraente e sustentável para as gerações futuras ”, finalizou. (Edairy)

 

Primeira exportação de lácteos à China da história é feita pela CCGL

A China recebeu no início deste mês a primeira carga de produtos lácteos brasileiros da história. Dois anos depois da consolidação da abertura do mercado, com a habilitação das plantas do Brasil para exportação, a Central Cooperativa Gaúcha Ltda (CCGL) encaminhou um pequeno volume de leite em pó por via área, de Guarulhos (SP) para Xangai, no dia 5.

Emblemático, o negócio pode começar a abrir as portas de um dos maiores mercados consumidores de lácteos do planeta, cujas importações estão em franca expansão. “Acreditamos muito nesse mercado para o futuro”, afirmou ao Valor Caio Vianna, presidente da CCGL, que faturou R$ 1,4 bilhão em 2020.

Primeiro grupo brasileiro a buscar habilitação para exportar à China, a CCGL usará essa venda para tentar expandir os negócios no país asiático, onde já tem marca registrada. A importação foi realizada por uma empresa parceira da cooperativa, que agora vai fazer o trabalho de correspondente comercial para divulgar e vender os produtos gaúchos. Mais dois contêineres de leite em pó já estão negociados e devem ser enviados em breve.

A carga exportada incluiu leite em pó integral, leite em pó desnatado e leite em pó zero lactose – item que exige aplicação de muita tecnologia e pode ser interessante para o público chinês, diz o presidente da central. “O objetivo da primeira exportação é ter o produto na China para podermos trabalhar comercialmente. Abrimos um canal com o maior mercado consumidor do mundo”, afirmou Vianna, que não revelou o valor da negociação.

Os laticínios brasileiros começaram a ser habilitados em 2019 para exportar para a China, mas a certificação estava acordada com o país asiático desde 2007. Atualmente, 33 empresas têm o aval para comercializar com os chineses.

Para viabilizar a venda, a CCGL precisou se adequar às burocracias e exigências sanitárias de Pequim, que exigiram paciência e investimentos em manejo, registro, acompanhamento e rastreabilidade. A cooperativa tem 3,5 mil produtores fornecedores e capacidade instalada de processamento de 3,2 milhões de litros diários na planta de Cruz Alta (RS).

Cerca de 60% do volume de 1,7 milhão de litros de leite recebidos diariamente pela central de 30 cooperativas filiadas vêm de propriedades certificadas pelo programa Leite Mais Saudável como livres de tuberculose e brucelose. Os produtos enviados para a China são oriundos desses produtores. Também foram superadas exigências sanitárias para comprovar a ausência de contaminantes nos produtos nacionais comuns em lácteos de outros países.

“Temos que ter condições de rastrear o produto desde a propriedade, com o nome do produtor, e todo o processamento dentro da indústria. Tivemos que identificar explicitamente e individualmente os produtos nos documentos de exportação. É trabalhoso e complicado”, contou Vianna.

O objetivo é tornar a produção conhecida e confiável para eliminar alguns requisitos nos próximos embarques. “Em grandes volumes vai ser muito complicado, são adequações que ao longo da evolução do processo terão que acontecer”.

A CCGL já exportava para a Argélia e outros países africanos. As vendas externas são uma opção para corrigir distorções de mercado, disse Vianna, dada a sazonalidade da produção e dos preços internos. “É bom exportar porque o mercado interno está travado, algumas exportações se fazem necessárias para tirar a pressão sobre estoques”, ressaltou.

Segundo Vianna, os preços acertados da carga destinada à China foram similares aos do mercado interno. “É um primeiro passo para que outras empresas se adequem, procurem parceiros comerciais. Vamos torcer para que o mercado e câmbio nos permitam fechar a conta”.

A Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) ainda não tem uma estimativa do potencial das exportações à China, mas diz que outras empresas estão prospectando negócios. A meta é conseguir um desempenho semelhante ao alcançado na Rússia, cujo mercado foi aberto em 2014. Hoje, quatro contêineres são enviados por mês aos russos, com produtos de alto valor agregado. “Vamos conquistando o gosto dos consumidores estrangeiros aos poucos”, disse Gustavo Beduschi, diretor executivo da entidade. (As informações são do Valor Econômico)


 Jogo Rápido

EUA: exportações caminham para recorde, mas logística preocupa
Enquanto as exportações de produtos lácteos dos Estados Unidos (EUA) estão rumando para um ano recorde, a crise da cadeia de abastecimento pode causar danos irreparáveis no futuro, segundo representantes da indústria de laticínios do país. De acordo com dados mensais divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA em 5 de novembro, o valor das exportações de laticínios do país para o ano fiscal (FY) 2021 (outubro de 2020 a setembro de 2021) atingiu US$ 7,394 bilhões, um aumento de 13% em relação ao ano fiscal de 2020 e quase o mesmo do recorde anterior de US$ 7,4 bilhões de 2014. Apesar desses números, os atuais problemas logísticos representam uma ameaça aos exportadores de laticínios dos EUA, disse Mike Durkin, presidente e CEO da Leprino Foods, durante uma audiência do Comitê de Agricultura da Câmara dos EUA em 3 de novembro. “Os desafios da cadeia de suprimentos impactaram significativamente nossos negócios e não esperamos que eles diminuam tão cedo”, disse Durkin. “Esta crise de exportação pode resultar em danos irreparáveis à agricultura americana, já que clientes em todo o mundo estão questionando a confiabilidade da indústria de laticínios dos EUA como fornecedora.”  Durkin pediu ao Congresso que atue na legislação de transporte marítimo, resolva a escassez crítica de mão de obra da indústria de transporte, aumente o horário de operação do porto e tome outras medidas para permitir que os produtores agrícolas dos EUA alcancem os mercados estrangeiros de forma eficaz. Suas preocupações foram ecoadas pelo U.S. Dairy Export Council (USDEC) e pela National Milk Producers Federation (NMPF). “A pressão causada pelos desafios do transporte marítimo está afetando muito os exportadores de laticínios”, disse Krysta Harden, presidente e CEO da USDEC. “Os exportadores estão trabalhando duro para fornecer produtos feitos nos Estados Unidos para clientes estrangeiros de forma confiável e acessível, mas a situação atual não pode ser sustentada por longo prazo.” “O setor depende das exportações, parte vital da demanda por leite produzido todos os dias pelos produtores de leite da América”, disse Jim Mulhern, presidente e CEO da NMPF. “Corremos o risco de prejudicar as relações com o mercado estrangeiro e os clientes de longo prazo se não pudermos garantir fluxos de exportação eficientes.” (As informações são do Progressive Dairy, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


 

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Porto Alegre, 12 de novembro de 2021                                                Ano 15 - N° 3.540


Inscrições para o 7º Prêmio Sindilat de Jornalismo são prorrogadas
 
As inscrições para o 7º Prêmio Sindilat de Jornalismo foram prorrogadas até o dia 30 de novembro. O reconhecimento, promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), tem o objetivo de homenagear jornalistas que acompanham o setor. Podem se inscrever profissionais que produziram matérias sobre a produção de lácteos e derivados na bacia leiteira do Rio Grande do Sul em veículos nacionais, entre 24/11/2020 e 12/11/2021. Os vencedores de cada categoria (Impresso, Eletrônico e On-line) receberão um troféu e um iPhone como prêmio.
 
Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a premiação é uma forma de valorizar os profissionais do jornalismo que evidenciam e levam à sociedade informações que mostram a importância econômica desse setor tão importante para o agronegócio e para a alimentação do povo brasileiro. “Há um trabalho diário e um esforço de milhares de famílias e empresas para levar leite à casa dos brasileiros todos os dias. Sabemos que a imprensa é essencial para mostrar essa realidade ao consumidor, mas que também é pela mão do jornalista que muita informação técnica chega ao homem do campo”, salienta Palharini.
 
Para participar, é preciso preencher a ficha de inscrição e remeter documentação e cópia do trabalho para o e-mail imprensasindilat@gmail.com. A divulgação dos finalistas será realizada até o dia 10 de dezembro pelos canais do Sindilat. Os vencedores serão conhecidos em live com data ainda a ser divulgada.
 
Mais detalhes podem ser conferidos no regulamento publicado no site do Sindilat. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Indústria e produtores pedem apoio para enfrentar crise do setor lácteo em 2021

Abalado por um cenário econômico globalizado, em que o dólar e a valorização internacional das commodities ditaram as regras de preços de insumos dentro do Brasil, o setor lácteo enfrenta em 2021 uma crise sem precedentes. O impacto é realidade nas indústrias e nas propriedades rurais e agravou-se nos últimos meses com o tradicional período de safra na região Sul, quando se verifica aumento de produção e redução de preços. “As indústrias estão operando com margem negativa, pressionadas pelo preço da matéria-prima e a forte alta nos insumos de produção, tais como diesel e embalagens plásticas, de alumínio e acartonadas. Os custos de produção no campo também sofrem com o cenário, que ainda atinge, sob outra ótica, boa parte da população que teve seu poder de compra minimizado pela inflação”, frisou o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini.

Olhar o cenário do leite hoje exige cautela. “Não há um culpado pelo problema estabelecido. O que precisamos, neste momento, é encontrar uma resolução”, argumentou. Ao lado dos produtores, o Sindilat busca junto às autoridades medidas protetivas que ajudem, ao menos momentaneamente, a atravessar esse período crítico para toda cadeia produtiva. Uma das demandas que deve ser levada à Brasília em breve, é a adoção de ferramentas de compras governamentais que ajudem a reaquecer o mercado. Unido, o setor também reivindica ações que permitam suavizar os custos de produção e melhorar a competitividade do produto gaúcho no cenário nacional. “O leite é um setor estratégico para a nutrição da população e para a capilaridade de renda no campo. É hora de adotarmos uma política nacional de valorização do leite e que viabilize que nossa produção seja competitiva e rentável novamente”. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)





Quais são as propriedades tecnológicas das proteínas do soro? Parte 04/04

Essas características estruturais tornam os produtos proteicos de soro ingredientes com propriedades tecnológicas valiosas para serem aplicadas nas indústrias alimentícias. A característica anfifílica das proteínas do soro permite que elas adsorvam em interfaces do tipo hidrofílica/hidrofóbica por meio de interações intermoleculares favoráveis com as duas fases.

Assim, elas podem ser usadas para aumentar a estabilidade cinética de espumas (interface água/ar) e emulsões (interface água/óleo e óleo/água) (Figura 1). O uso dessas proteínas como agentes espumantes e emulsificantes é bastante comum tanto em produtos lácteos, como sorvete e chantilly, quanto em misturas para bolos e embutidos cárneos.

Outra propriedade tecnológica importante das proteínas do soro é a gelificação. A formação de gel decorre de interações intermoleculares entre as cadeias proteicas que dão origem a redes tridimensionais que aprisionam o solvente (como a água, por exemplo).

Alimentos como flans, salsicha e mousses podem ter a estabilidade dos seus géis aumentada com o emprego das proteínas do soro. Além disso, a alta capacidade de hidratação dessas proteínas, isto é, de formarem muitas ligações de hidrogênio com as moléculas de água, promove aumento de viscosidade de produtos alimentícios como bebidas lácteas e molhos para salada.

Diante da qualidade nutricional e da versatilidade de aplicações das proteínas do soro, fica fácil entender o porquê do conceito de “resíduo” que era atribuído ao soro de leite ter ficado no passado e hoje ele ser considerado um coproduto lácteo de grande valor! (THERMA/UFV - Milkpoint)

 Jogo Rápido

Chuvas expressivas previstas para próximos dias no Estado
A próxima semana terá chuva expressiva em diversas regiões do Rio Grande do Sul, de acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico 45/2021, elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta-feira (12), o tempo firme, com sol e nebulosidade variável, vai predominar na maioria das regiões. Apenas nas faixas Leste e Nordeste a circulação de umidade do mar para o continente poderá provocar pancadas isoladas de chuva. No sábado (13), o ingresso de ar quente favorecerá a elevação das temperaturas, com valores acima de 30°C na maioria das regiões. No domingo (14), a propagação de uma frente fria vai provocar chuva na maior parte do Estado. Na segunda-feira (15), o ingresso de uma massa de ar seco garantirá o tempo firme em todo o Estado. Na terça (16) e quarta-feira (17), o deslocamento de uma nova frente fria vai provocar chuva em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados, principalmente na Metade Norte. Os valores previstos deverão ser oscilar entre 10 e 20 mm na maioria das localidades da Metade Sul. No restante do Estado, os volumes deverão oscilar entre 25 e 45 mm, podendo superar 50 mm em diversos municípios do Alto Uruguai, Planalto, Serra do Nordeste e nos Campos de Cima da Serra. O documento também aborda a situação atual das culturas de trigo, aveia branca, canola, cevada, soja, milho, feijão e arroz. Acompanhe todos os Boletins Integrados Agrometeorológicos clicando aqui. (SEAPDR)


 

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Porto Alegre, 11 de novembro de 2021                                                Ano 15 - N° 3.589


Índia agora é o maior produtor e consumidor global de lácteos

Está previsto um aumento de 203,5 milhões de toneladas na produção de leite fluido para comercialização da Índia em 2022 (janeiro a dezembro), conforme relatado pelo Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA FAS), ficando 2% acima do ano passado.

Antecipando preços fortes e modesta demanda de exportação, as exportações de manteiga aumentarão para 15.000 toneladas, 36% a mais do que o valor de exportação estimado para 2021, de 11.000 toneladas.

Com as mesmas premissas, as exportações de leite em pó desnatado devem aumentar para 20.000 toneladas, 11% acima do valor estimado para 2021. Como a produção de leite está crescendo junto com o consumo doméstico, qualquer aumento na demanda futura por lácteos pode levar a uma expansão nas importações.

Cerca de 54% da produção de leite é comercializada por meio de cooperativas e/ou atores não organizados, como leiteiros e empreiteiros. Os cinco maiores estados produtores de leite da Índia, responsáveis por mais da metade da produção nacional, incluem Uttar Pradesh (16%), Rajasthan (13%), Madhya Pradesh (9%), Andhra Pradesh (8%) e Gujarat (7%) .

A FAS New Delhi prevê o consumo de leite fluido da Índia em 2022 em 85 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação ao número oficial de 2021 do USDA, de 83 milhões de toneladas. O relatório atribui este aumento ao número crescente da população, juntamente com maior acessibilidade e disponibilidade do produto nos setores de varejo e serviços de alimentação.

Os indianos estão se voltando cada vez mais para o consumo de leite, em busca de maior ingestão de proteínas. A Índia hoje não é apenas o maior produtor global de leite, mas também se tornou o maior consumidor de leite.

O relatório prevê a produção da Índia em 2022 em 700.000 toneladas, um aumento de quase 3% em relação ao previsto pelo USDA para 2021, que é de 680.000 toneladas. Esse aumento é atribuído à previsão de preços mais altos e ao aumento da demanda de exportação.

O aumento da demanda por leite reconstituído e as exportações consistentes de leite em pó desnatado são os principais impulsionadores do aumento da produção. O mercado de leite em pó desnatado está acostumado com o sistema de compras da Índia, com seu fluxo de caixa remunerado previsível.

No entanto, está lentamente desenvolvendo uma rede de marketing para produtos perecíveis de alto valor. O relatório prevê que a produção de manteiga da Índia em 2022 chegará a 6,5 milhões de toneladas. O aumento resulta em grande parte da melhoria da renda que está levando a um aumento na demanda doméstica por manteiga.

O FAS New Delhi prevê um consumo de leite em pó desnatado na Índia em 2022 de 694.000 toneladas, um aumento de 2,5% em relação à estimativa oficial do USDA para 2021. Da mesma forma, o consumo de manteiga está previsto em 6,4 milhões de toneladas, um aumento de aproximadamente 3% em relação à estimativa de 2021. (As informações são do Dairy Industries International, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

O que temos à frente no mercado do leite?
O setor lácteo atravessou grandes mudanças nos últimos anos. No primeiro elo da cadeia, observamos uma evolução da produtividade das fazendas, com a mesma ou até maior quantidade produzida de leite por menos produtores. Além disso, também presenciamos tecnologias aplicadas ao campo e ao transporte de leite, bem como uma mudança nos sistemas de produção.

Na indústria, as mudanças também foram muitas e maioria voltada para um propósito: atender as demandas de consumo. Nos tempos do consumidor, questões ambientais, de bem-estar animal e de representatividade, ou seja, valores pregados e praticados pelas marcas, ganham cada vez mais força. É válido ressaltar que hoje os laticínios não vendem apenas um produto, mas sim um conceito de valores.

Neste cenário de modificações na produção de leite e do protagonismo do consumidor, o que esperar do futuro do mercado do leite? Existem novos possíveis cenários? Se sim, quais? Haverá novas mudanças na cadeia láctea? Quais serão os novos desafios? E as novas oportunidades? Quais pautas deverão estar em foco?  

Para debatermos esses e outros questionamentos sobre o futuro do mercado do leite, 17 de novembro, no primeiro painel do Dairy Vision 2021, vamos abordar essa temática com grandes nomes da cadeia láctea.

Veja a seguir a programação e palestrantes deste painel:

● Os principais desafios e oportunidades que o setor lácteo brasileiro tem à frente, Paulo do Carmo Martins, Embrapa Gado de Leite

 Se a produtividade por fazenda é maior, qual o impacto disso para os laticínios? E as produções de leite regionais, como isso afeta ou pode afetar as indústrias? E a produção estagnada de leite brasileiro, como reverter esta situação? Quais são as perspectivas para as margens da indústria? E o consumo de lácteos? Devemos aderir ao plant-based? E o mercado de ESG? Quais são os desafios e impactos de cada variável desse conceito no mercado do leite?

As questões sobre o futuro do mercado lácteo e suas variáveis são importantíssimas e trazem muitos questionamentos. Por isso, no primeiro painel do Dairy Vision 2021, contaremos com a palestra do Paulo do Carmo Martins, Chefe-Geral da Embrapa Gado de Leite, abordando essa temática.

● Quatro cenários possíveis para a indústria láctea, Christian Koch, professor na School of Economics and Marketing, Lund University

 Fomentando a discussão sobre o futuro lácteo, contaremos com a palestra do Christian Koch, professor na School of Economics and Marketing, Lund University, que por meio de um estudo concluiu quatro cenários possíveis para a indústria de laticínios: Dairy Evolution, Green Dairy, New Fusion e Brave New Food.  

Em sua palestra, Cristian explorará esses cenários e o que eles representam para a indústria do leite. Dessa forma, vamos ampliar ainda mais o leque de visões sobre o panorama futuro das empresas de laticínios.

● Os alimentos lácteos têm um futuro brilhante? Kevin Bellamy, Global Sector Head no Rabobank

Os lácteos, naturalmente, já apresentam características que os diferenciam e atendem exigências de consumo: benefícios à saúde, indulgência ao sabor e textura e até mesmo a conciliação de ambos em um só produto. Mas, com o surgimento de novas vertentes e tendências de consumo, os lácteos ainda têm um futuro brilhante?

Em busca de encontrarmos respostas e insights para esse questionamento, no primeiro painel do Dairy Vision 2021, teremos a palestra do Kevin Bellamy, Global Sector Head no Rabobank, que abordará o assunto.

Bebidas à base de plantas e alimentos de laboratório: até que ponto os lácteos podem ser afetados? Julian Mellentin, Fundador da New Nutrition Business

Nos últimos anos, a alimentação à base de vegetais vem ganhando mais adeptos. Essa vertente de consumo visa atender a demanda de consumidores que buscam uma dieta vegetariana ou vegana e aqueles que procuram reduzir a ingestão de proteína animal. Além dos produtos vegetais, alimentos elaborados em laboratório também desapontam como uma alternativa aos de origem animal. 

Seria, então, o fim do protagonismo da proteína animal? O quanto as proteínas vegetais e as alternativas científicas podem afetar o mercado e demanda de produtos de origem animal?  Neste cenário: como fica o leite e seus derivados? Em qual grau podemos ser afetados? Fomentado o assunto, Julian Mellentin, Fundador da New Nutrition Business abordará o tema em sua palestra no Dairy Vision 1021.

● Sustentabilidade: reaproveitamento de soro ácido para gerar novos negócios, Marcelo Leitão, Arla Foods Ingredients

O soro ácido, produto originado da fabricação de cream cheese, petit suisse, skyr ou iogurte grego e requeijão nas empresas que produzem todos esses derivados pelo processo tradicional — sem adição de proteína — representa um grande desafio para as indústrias lácteas. 

Neste cenário, encontrar soluções eficazes para seu reaproveitamento, com foco em sustentabilidade e novos negócios é uma opção interessante para os laticínios. Mas, como isso é possível? Como adaptar processos na realidade de cada empresa?  Para debater mais sobre essa questão, Marcelo Leitão, Arla Foods Ingredients explorará os caminhos sustentáveis para o soro ácido em sua palestra.

● É possível atingir a neutralidade de carbono no setor lácteo? Lukasz Wyrzykowski, Diretor Geral do IFCN

A pegada zero ou reduzida de carbono é uma forte vertente de exigência de consumo muito atrelada à produção sustentável de alimentos. Na cadeia do leite, não é diferente e é possível observar empresas que atuam nessa frente.

Mas, é possível atingir a neutralidade de carbono no setor lácteo? Se sim, como? Trazendo esse questionamento, contaremos com a palestra do Lukasz Wyrzykowski, Diretor Geral do IFCN, no primeiro painel do Dairy Vision 2021.

Podemos perceber que o futuro reserva grandes desafios para o setor lácteo e que para contorná-los é necessário entendê-los e se antecipar a eles. Por isso, pensando no futuro da cadeia do leite, o Dairy Vision 2021, que ocorrerá online nos dias 17, 18, 23 e 24 de novembro, explorará os caminhos para o setor lácteo prosperar em um mundo incerto e de mudanças.

Para isso, contaremos com 33 palestrantes de 11 países: Brasil, Suíça, Suécia, Portugal, França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Argentina e Itália. Se você pretende fazer parte do futuro lácteo, o Dairy Vision 2021 é o seu lugar! Associados do Sindilat/RS podem se inscrever com 30% de desconto clicando aqui. (Milkpoint)





Como é a estrutura das proteínas do soro? PARTE 03/04
As proteínas do soro apresentam estruturas terciárias caracterizadas por uma forma globular compacta tridimensional. A partir da perspectiva termodinâmica, a formação dessas estruturas proteicas envolve a otimização tanto da entropia conformacional da cadeia polipeptídica quanto das interações intermoleculares (hidrofóbica, eletrostática, van der Waals e ligação de hidrogênio) entre os aminoácidos na proteína, de modo que, a energia livre (ΔG) da molécula seja reduzida ao menor valor possível.

Assim, na forma nativa dessas proteínas, a maioria dos aminoácidos hidrofóbicos encontram-se no interior da proteína, enquanto os aminoácidos mais hidrofílicos, principalmente os carregados, ficam mais próximos da interface proteína/água (Figura 1) (MCSWEENEY e FOX, 2013).

O interior predominantemente hidrofóbico das proteínas do soro, as tornam carreadoras naturais de pequenas moléculas hidrofóbicas, como aromas, corantes e compostos bioativos em diversas matrizes alimentícias, inclusive nas aquosas, nas quais esses compostos são pouco solúveis.




No entanto, alguns agentes físicos (temperatura e pressão) e químicos (pH e sais), conhecidos como agentes desnaturantes, são capazes de perturbar as interações não covalentes responsáveis pela estabilidade das estruturas terciárias das proteínas do soro. Esse processo, conhecido como desnaturação proteica, aumenta ainda mais a digestibilidade dessas proteínas, uma vez que, o desdobramento das suas estruturas facilita o acesso das enzimas digestivas.

Além disso, a desnaturação também tem impactos nas propriedades físico-químicas, visto que na nova estrutura de equilíbrio assumida após a desnaturação, os aminoácidos hidrofóbicos ficam expostos ao meio aquoso. Portanto, a forma desnaturada dessas proteínas apresenta característica anfifílica, ou seja, sua estrutura possui regiões hidrofílicas e regiões hidrofóbicas. (THERMA/UFV - Milkpoint)  

 Jogo Rápido

Piracanjuba ingressa no aplicativo BEES e facilita as compras do pequeno varejo
Piracanjuba/Varejo - Depois de ser a primeira indústria de lácteos a ter seus produtos vendidos de forma direta pela Amazon e consolidar importantes parcerias, como é o caso do Magazine Luiza, Mercado Livre entre outros, a Piracanjuba avança na digitalização do mercado de alimentos e bebidas com a presença no aplicativo BEES, plataforma B2B, da Ambev.  Por meio dele, é possível fazer pedidos sem intermediários e com entregas em todos os dias da semana. Desde o mês de maio, pequenos varejistas e transformadores estão adquirindo produtos em quantidades variadas, sem limite de faturamento. Com essa iniciativa, além de aproveitar a expertise logística da Ambev, a Piracanjuba chega de forma mais efetiva a bares, restaurantes, padarias, mercearias, empórios, docerias, pequenos negócios, entre outros. Com mais essa opção, a Piracanjuba busca tornar mais acessível e fácil a experiência de compra por parte dos pequenos e médios empreendedores. No Brasil, o BEES agora é usado por mais de 70% dos clientes ativos da Ambev. Os interessados em usar a plataforma para comprar produtos Piracanjuba podem se cadastrar facilmente, bastando ter um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) no ramo alimentício ou, caso seja um transformador e tenha um pequeno negócio, informando o CPF. O aplicativo Bees está disponível nas lojas virtuais dos sistemas Android e IOS e conta com sistema moderno de geolocalização, o que facilita que as entregas dos pedidos sejam feitas de forma ágil e assertiva. (Assessoria de imprensa Piracanjuba)


 

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Porto Alegre, 10 de novembro de 2021                                                Ano 15 - N° 3.587


Em meio a debate sobre reforma tributária, Aliança Láctea Sul Brasileira empossa coordenação-geral de Santa Catarina

Em reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira realizada na manhã desta terça-feira (9/11), a coordenação-geral foi transmitida de Ronei Volpi, do Paraná, que esteve à frente do grupo em 2021, para o catarinense Airton Spies. O dirigente ficará a cargo da entidade no biênio 2022-2023. O encontro também debateu alguns dos pontos da reforma tributária que impactam diretamente o setor de leite e derivados, com a participação de Marcelo Costa Martins, consultor da Câmara Setorial do Leite.

Spies reforçou os pilares da atuação da Aliança desde sua criação, em 2014. “Quando ela foi constituída na Expointer, nos unimos em torno de três aspectos: a região Sul tem problemas e oportunidades em comum; por isso, pode implantar estratégias comuns para enfrentar desafios; e cumprir o ideal de tornar a cadeia do leite competitiva globalmente, para além dos 213 milhões de brasileiros", destacou.

Para Spies, apesar das dificuldades enfrentadas atualmente, como a grande volatilidade de preços, o setor enxerga oportunidades futuras, como a produção de biomassa nas forrageiras. “Mas haverá pedras no caminho”, alerta. Segundo o novo coordenador-geral, é necessário colocar o leite no topo da agenda dos três governadores da região para mantê-los informados sobre as necessidades do setor.

Na parte sobre os “Cenários da Reforma Tributária”, Martins se concentrou principalmente na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110 e no PL 3887/2020, que cria três tipos de impostos: um IVA (imposto sobre valor agregado) federal, que unifica PIS e Cofins, e um IVA subnacional (abrangendo estados e municípios), unificando ICMS e ISS. Além disso, a PEC prevê a criação de um imposto seletivo para bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio-ambiente.

Para Martins, é importante entender o impacto dessas mudanças no setor de lácteos e participar do debate. Segundo o consultor, existe uma grande preocupação quanto ao aumento da carga tributária: “Além da proposta de aumentar a carga de 9,25% para 12%, insumos como adubos, fertilizantes, vacinas, entre outros, que hoje têm alíquota zero passarão a ser tributados em 12%. Se o custo de produção já é alto, com a aprovação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), a expectativa é que esses insumos encareçam ainda mais.

Martins também alertou para a queda do crédito presumido no Programa Mais Leite Saudável, de 50% para 15%, prejudicando os benefícios da iniciativa. Essas alterações podem impactar diretamente no consumo das famílias mais pobres, que, em meio a pandemia, chegam a 74% da população brasileira, e podem deixar de comprar leite e derivados.

Segundo o consultor, as principais demandas do setor em debate são que produtores rurais não sejam contribuintes do Imposto e da Contribuição sobre Bens e Serviços; que o crédito presumido tenha uma que garanta a não cumulatividade na cadeia produtiva; que itens da cesta básica sejam sujeitos à alíquota zero; que haja uma alíquota intermediária para alimentos; a restituição de crédito e sua utilização para insumos e serviços; e a não incidência de um imposto seletivo sobre alimentos.

Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat, também trouxe à discussão o tema da sustentabilidade e os reflexos das decisões tomadas na COP 26 (Conferência do Clima), que está sendo realizada na Escócia. “Temos de olhar para estas questões e em como vamos nos diferenciar, com a certificação de nossa matéria prima, com carbono neutro, leite A2A2, leite orgânico, sustentabilidade e outros. A qualidade do leite do Sul é destacada e precisamos buscar diferenciais, principalmente nesses momentos pautados pelo preço”, pontuou. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Balança comercial de lácteos sofre novo recuo no mês de outubro

Segundo dados divulgados na sexta-feira (05/11) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -86 milhões de litros em equivalente-leite no mês de outubro, uma diminuição de 13 milhões, ou aproximadamente 17% em comparação ao mês anterior.

Porém, ao se comparar ao mesmo período do ano passado (out/2020), o saldo foi menos negativo, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -169 milhões de litros, representando um aumento de aproximadamente 49%. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no gráfico 1.
 
No mês de outubro as exportações se mantiveram estáveis, saindo de aproximadamente 7,1 milhões de litros em setembro para 6,7 milhões em outubro. Ao se comparar ao ano de 2020, as exportações tiveram uma queda de 5,2 milhões de litros, conforme mostra o gráfico 2 a seguir:
 
 
Do lado das importações, ocorreu um leve aumento entre os meses de setembro e outubro, passando de 80,1 milhões para 92,4 milhões, um avanço de 12,3 milhões, ou aproximadamente 15%, conforme mostra o gráfico abaixo:
 
 
Essa diminuição nas exportações e aumento nas importações acarretou no recuo do saldo da balança no mês de outubro com relação a setembro. Entretanto, se compararmos ao mesmo período de 2020, observa-se uma diminuição expressiva nas importações, passando de 180,8 milhões para 92,4 milhões, uma queda de aproximadamente 49%, o que impactou na diferença entre os períodos e resultou em um cenário menos negativo no ano de 2021.

Além da demanda interna fragilizada, a competitividade das importações vem perdendo força, conforme mostra o gráfico 4, o que tende a diminuir ainda mais o volume importado pelo Brasil.
 
 
Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em outubro, temos o leite em pó integral, leite em pó desnatado e os queijos, que juntos representaram 78% do volume total importado. O leite em pó desnatado, o iogurte e o doce de leite foram os produtos que apresentaram maior aumento nas importações em relação ao mês anterior – um incremento de 82%, 179% e 99% respectivamente.

Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o creme de leite, os queijos e o leite UHT, que juntos, representaram 83% da pauta exportadora.

Produtos que apresentaram forte variação com relação ao mês de setembro foram o leite em pó semi-desnatado e o leite evaporado, que tiveram aumento de 704% e 73% respectivamente, embora o volume vendido ainda não seja tão significativo. Em compensação, o leite em pó integral e o soro de leite tiveram quedas nas exportações de 70% e 57%, respectivamente.
 
 
O que podemos esperar para o próximo mês?

Conforme demonstrado no gráfico 4, a competitividade dos produtos importados está diminuindo. Os resultados das negociações do evento 295 da plataforma Global Dairy Trade (GDT) apresentaram um novo aumento nos valores dos lácteos: +4,3% em relação ao último evento, com o preço médio fechando em US$ 4.207/tonelada. Esse aumento nos valores internacionais associados a uma taxa de câmbio que tem se mantido elevada no país (R$ 5,49 em 09/11) e preços dos produtos lácteos no mercado interno perdendo força, evidencia um cenário desfavorável para importações.

Além disso, o elevado custo do petróleo, faz com que países petrolíferos tendam a importar mais produtos, dentre eles os lácteos. Dessa forma, nossos principais fornecedores do Mercosul, tendem a direcionar suas exportações para esses países, como a Argélia – gerando menor disponibilidade para o mercado brasileiro.
Se esse cenário se manter, as importações nos próximos meses tendem a ser menores, e abre-se uma oportunidade de janela de exportação para os produtos lácteos brasileiros, podendo afetar o saldo da balança comercial de lácteos, alterando o seu sentido e voltando a ter números menos negativos. (As informações são do MilkPoint Mercado)
 
 
 
O poder nutricional das proteínas do soro! - PARTE 02/04

O valor nutricional das proteínas alimentares é determinado pelo conteúdo de aminoácidos essenciais, digestibilidade e biodisponibilidade dos seus aminoácidos. A qualidade nutricional das proteínas é avaliada de acordo com o método de Escore de Aminoácidos Indispensáveis Digestíveis (DIAAS), recomendado pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO). O DIAAS avalia a digestibilidade dos aminoácidos individualmente, fornecendo uma medida precisa da quantidade de aminoácidos absorvidos pelo organismo a partir da ingestão de determinada proteína.

Mathai e colaboradores (2017) avaliaram a qualidade de algumas proteínas vegetais e lácteas pelo método DIAAS. Os resultados de DIAAS obtidos para as diferentes fontes proteicas são mostrados na Tabela 1.
 
 
De acordo com os padrões recomendados pela FAO (FAO, 2013), todas as proteínas lácteas avaliadas são consideradas fontes proteicas de excelente qualidade, porque apresentaram DIAAS ≥ 100. Por outro lado, o isolado proteico de soja e a farinha de soja, são consideradas boas fontes de proteínas, com escores entre 75 e 100.
Portanto, as proteínas do soro são consideradas proteínas de excelente qualidade devido à sua alta digestibilidade e capacidade de fornecer grande quantidade de aminoácidos essenciais biodisponíveis para serem utilizados pelo organismo humano (MATHAI et al., 2017). Essa qualidade nutricional leva aos fabricantes de produtos de nutrição esportiva utilizarem essas proteínas no desenvolvimento de suplementos nutricionais para atletas (GRAND VIEW RESEARCH, 2020).
As proteínas do soro apresentam outras funções biológicas importantes. A lactoferrina, por exemplo, apresenta ação antimicrobiana e auxilia na absorção de ferro pelo organismo humano. Além disso, as proteínas do soro podem ser hidrolisadas e gerar peptídeos bioativos com propriedades de acordo com a sua proteína de origem. São diversas propriedades envolvendo o metabolismo e os sistemas do corpo humano, como atividades antioxidante, imunomoduladora, antitumoral, dentre outras (MEHRA et al., 2021). (THERMA/UFV - Milkpoint)
 

 Jogo Rápido

Novo decreto regulamenta o programa Auxílio Brasil

O Auxílio Brasil, definido em R$400, já tem decreto de criação e regulamentação, este assinado segunda-feira, mas o valor depende de aprovação de proposta no Congresso. O novo programa vai pagar R$300 mensais para cuidados em tempo integral de crianças de zero a 4 anos cujos responsáveis não encontrem vaga em creche. O chamado Auxílio Criança Cidadã fixa R$200 mensais para famílias com crianças em turno parcial e R$300 em turno integral. O Auxílio Brasil ainda é composto por benefícios como, por exemplo, Auxílio Esporte Escolar, de R$100 para cada uma das 12 parcelas mensais do benefício e R$1 mil referentes à parcela única, por família. É destinado a estudantes de 12 a 17 anos incompletos integrantes de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil e que se destaquem em torneios oficiais do sistema de jogos escolares. A Bolsa de Iniciação Científica Júnior também será de R$100, concedida por bom desempenho em competições científicas. O Primeira Infância terá valor de R$130 para famílias com crianças entre zero e 3 anos incompletos. Já o Composição Familiar será de R$65 mensais, direcionado a jovens até 21 anos incompletos que permaneçam estudando. O Auxílio Inclusão Produtiva Rural é dirigido a agricultores do Cadastro Único e o Inclusão Urbana deve ser pago no mês seguinte à comprovação do vínculo de emprego formal, ambos no valor de R$ 200 mensais. (Correio do Povo)


 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 09 de novembro de 2021                                                Ano 15 - N° 3.537


Do cocho ao banco, por onde passa o "crescimento verde"

O tamanho exato da fatia que o Brasil terá de "servir" para que a meta global de reduzir em 30% a emissão de metano até 2030 seja alcançada ainda será mensurado. A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), será a hora de preparar a receita para ajustar o pedaço no "bolo" dos mais de cem signatários do compromisso.
 
- Cada país verificará o seu balanço de emissões e apresentará a parte que lhe cabe nessa meta - esclareceu Fernando Silveira Camargo, secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, desde Glasgow, onde o pavilhão do Brasil teve ontem o Dia do Agronegócio.
 
O setor tem papel importante, com uma equação que passa pela atividade agropecuária - mas não exclusivamente por ela, importante lembrar. São técnicas que permitem aos ruminantes (bovinos, ovinos e caprinos) uma digestão mais fácil, o que resulta em menor emissão de metano.
 
Presidente da Embrapa, Celso Moretti explicou que a pesquisa atua em três frentes. A primeira é a do melhoramento genético das pastagens, para que possam ser melhor digeridas. O segundo, o dos animais, de forma a viabilizar a redução da idade de abate - com menos tempo no campo, há menor emissão de metano. A terceira premissa é a do uso dos aditivos na alimentação. Há estudos com o uso de taninos e óleos essenciais, facilitadores da digestão animal.
 
Na unidade da Embrapa Pecuária Sul, que fica em Bagé, na Campanha, há projeto de pesquisa para uso da torta de azeitona - resíduo do processamento do azeite de oliva - como aditivo. Além de reduzir a ruminação (e a emissão), seria uma forma de as agroindústrias eliminarem esse passivo.
 
Em sua fala em Glasgow, Muni Lourenço, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacou o avanço da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que ajuda na equação climática. Em duas décadas, a área com uso desse sistema cresceu de 2 milhões para cerca de 20 milhões de hectares.
 
- Além da redução, o Brasil pode atuar na compensação -reforçou Moretti.
 
Para tudo isso, é preciso recursos. No cobertor curto do orçamento público, o crédito rural se direciona para ações que promovam a Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
 
- Tenho certeza de que o Plano Safra do ano que vem será absolutamente verde. Vamos nos organizar para fazer com que esse recurso não falte lá na ponta - disse Camargo. (Zero Hora)

Livro valoriza estratégias de crescimento e diversificação para consolidação da Languiru
 
“A maioria das pessoas não tem ideia do tamanho da Languiru.” A frase é utilizada de maneira recorrente pelo presidente de uma das maiores Cooperativas do Sul do Brasil, Dirceu Bayer. A citação também consta na apresentação do livro “Cooperativa Languiru: da reestruturação à consolidação, a estratégia de crescimento e diversificação, após a reestruturação a partir de 2002”.
 
A obra idealizada por Bayer “foi para o papel” com apoio do setor de Comunicação, Marketing e Cooperativismo da Languiru, do Centro de Memória da Univates e da Ocergs-Sescoop/RS. “Esta é a segunda edição que versa sobre o tema, um registro da história da Languiru, garantindo que isso não se perca com o tempo, um legado da Cooperativa às futuras gerações. Agradeço a todos os envolvidos no desenvolvimento desse segundo livro, obra que reconhece o trabalho de gestão profissional realizado, atendendo aos interesses do quadro social da Cooperativa”, frisa o presidente.

O lançamento oficial da obra integra a programação dos 66 anos da Languiru, celebrados no próximo dia 13 de novembro, com início da sua divulgação e distribuição. O material produzido ao longo dos últimos meses traz um resgate histórico e a evolução da Cooperativa até os 65 anos, comemorados em 2020. Chegando ao 66º aniversário, alguns capítulos extras já seriam necessários, pois a Languiru segue crescendo e conta com novas unidades comerciais e industriais no seu diversificado ramo de atuação. (Languiru)
 



As potencialidades das proteínas do soro de leite - parte 01/04 

O leite possui vários constituintes e entre eles estão as proteínas, que são divididas em dois grupos: caseínas e proteínas do soro. Este segundo grupo é formado pelas proteínas b-lactoglobulina (b-lg), a-lactoalbumina (a-la), lactoferrina, albumina do soro bovino e as imunoglobulinas. As proteínas b-lg e a-la correspondem a, aproximadamente, 70% do total das proteínas do soro (MCSWEENEY e FOX, 2013). 

De onde vem o soro de leite?

Na produção de queijos, após o corte da massa do coágulo do leite, ocorre a etapa de dessoragem. Nessa etapa, o coágulo formado é desidratado por meio da retirada do soro constituído por água, lactose, sais e proteínas (BRASIL, 2020).

O soro de leite pode ser utilizado na indústria de alimentos na sua forma líquida ou em pó, podendo gerar também produtos como os concentrados e isolados proteicos de soro. Produtos com teores de proteínas entre 35 e 80% são denominados como concentrado proteico de soro, enquanto teores entre 80 e 95% de proteínas caracterizam os chamados isolados proteicos de soro (BRANS, 2006). Para obter esses produtos proteicos utiliza-se a tecnologia de separação por membranas, principalmente a ultrafiltração, que recupera as proteínas do soro (ALVES et al., 2014).

As membranas utilizadas no processo de separação possuem poros suficientemente pequenos para reter as proteínas do soro, que são os componentes maiores, e permitir a passagem de componentes menores, como os sais, a lactose e a água.

Muitas vezes a ultrafiltração (poros de 0,01 a 0,1 mm) é aplicada como diafiltração para permitir melhor remoção dos sais e da lactose. Depois, o produto retido é desidratado em spray dryer para obter o concentrado ou isolado proteico de soro secos (ALVES et al., 2014).

Na diafiltração um solvente, como a água, é adicionado para promover uma filtração e remoção dos solutos mais eficientes por meio de um processo semelhante a uma lavagem. Essa diafiltração é utilizada principalmente quando se deseja obter produtos mais puros, como é o caso dos isolados proteicos.

O mercado mundial desses produtos proteicos de soro foi estimado em 8,7 bilhões de dólares em 2019 e apresenta projeção de expansão anual de 9,8% até 2027. Os concentrados proteicos de soro lideram esse mercado, representando quase metade da receita mundial (GRAND VIEW RESEARCH, 2020). 
 

 Jogo Rápido

China – Importações de leite em pó integral podem cair 6% em 2022
Maiores estoques e incremento da produção interna pressionarão as importações chinesas de leite em pó integral pela China em 2022, o principal produto exportado pelo Uruguai para esse destino. O escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA) em Pequim estima que as compras externas do produto cairão 6% no próximo ano, passado para 850.000 toneladas. “No entanto, o consumo continua sendo forte”, detalha o relatório GAIN - Usda, em relação aos Produtos Lácteos da China. Nova Zelândia deverá continuar sendo o principal fornecedor. O Uruguai em 2021 é o terceiro país a vender leite em pó integral para a China. Já as importações de leite em pó desnatado, queijo e manteiga deverão ter aumento como resultado da demanda das indústrias de processamento de alimentos. Deste modo, as importações totais de lácteos poderão crescer 7%, chegando a 1,5 milhões de toneladas, principalmente associadas à maior demanda por leite UHT. O consumo de leite está aumentando em diferentes faixas etárias na China. As gerações mais jovens, nascidas nas décadas de 1990 e 2000, em comparação com seus pais, são mais propensas a consumir lácteos como parte de sua dieta normal. Em 2021, as importações chinesas de gado vivo (principalmente para a produção de leite) e sêmen bovino congelado ultrapassaram as de 2020, um forte indicador de investimento contínuo na futura produção interna de leite. (Portalechero)