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17/11/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de novembro de 2021                                                Ano 15 - N° 3.542


Dairy Vision 2021: setor tem muitas oportunidades, além dos desafios conhecidos

Hoje (17/11), teve início o Dairy Vision 2021, um dos principais fóruns mundiais de discussão sobre o setor lácteo. Neste primeiro dia de evento, as discussões foram pautadas nas tendências que existem à frente no mercado leite, em painel apoiado pela Arla Foods Ingredients.

O evento tem a presença de quase 400 pessoas (sendo 57% do público indústria de laticínios e 21% empresas de insumos) de 12 países, ocorrendo online nas manhãs dos dias 17, 18, 23 e 24 de novembro.

O Dairy Vision 2021 é uma iniciativa do MilkPoint, com o patrocínio da Arla Foods Ingredients, Chr. Hansen, Engineering, Tetra Pak, Hexis Científica, Rousselot Peptan, Cap-Lab, Doremus e Separatori, apoiadores e palestrantes.

Iniciando a manhã de palestras, Paulo do Carmo Martins, da Embrapa Gado de Leite abordou os principais desafios e oportunidades que o setor lácteo brasileiro tem à frente.

De acordo com Paulo, existe uma tendência muito clara no setor lácteo: mais leite, com menos produtores. E uma segunda tendência muito clara: o modelo de transição. “Nós estamos saindo de trabalho intensivo para capital intensivo. O número de vacas por propriedade tanto na América do Norte, na Europa e na Oceania, está aumentando por propriedade. No Brasil não é diferente.”

Em relação à produção de leite brasileira, Martins apontou que “ainda vamos continuar patinando. Muito provavelmente por questões que fogem do controle do produtor, são questões externas. Tem a ver com dólar, custos de produção. Nós vamos estar permanentemente mantendo um crescimento muito pequeno, porque a produção de leite também cresce dependendo da renda.”

Outras questões abordadas por Paulo foram a especialização da produção de leite regional e as margens estreitas tanto para laticínios quando para produtores. “O fato concreto é que essas margens irão tirar da atividades muitos produtores e laticínios.”

Segundo Paulo, o conceito de FoodTech é uma megatendência, impulsionada pela vertente de produtos plant-based, e questões como bem-estar animal, sustentabilidade, saudabilidade, oportunismo zero e pegada de carbono, entre outros. Neste contexto, destacou o ESG. “Para crescer as empresas terão que respeitar as questões ambiental, social e de governança.”

Em seguida, Christian Koch, pesquisador, professor na School of Economics and Marketing, Lund University, Suécia, trouxe os quatro cenários possíveis para a indústria láctea mundial, fruto de uma pesquisa realizada em parceria com a Tetra Pak.

Para Christian, existem duas maneiras de responder o questionamento de como será o futuro dos laticínios do ponto de vista de planejamento estratégico. “Uma seria supor que o desenvolvimento de negócios continua de acordo com as tendências e premissas para os laticínios. Isso significa lidar apenas com os chamados ‘elementos pré-determinados,’ que são relativamente estáveis ou previsíveis, como as mudanças demográficas.”  

“Há outra abordagem para responder à esta pergunta estratégica. Essa abordagem alternativa presume que existem tendências disruptivas, que podem se tornar importantes e desafiar as suposições atuais. Incertezas críticas são instáveis ou imprevisíveis, como, por exemplo, os gostos dos consumidores e regulamentações governamentais sobre novas tecnologias. Essa visão alternativa é a abordagem de cenários para desvendar resultados futuros plausíveis. Em outras palavras, essa visão antecipa o que está por vir, mas ainda não é muito perceptível,” completou.

Christian explicou que o estudo sobre os cenários possíveis para os laticínios foi pautado na abordagem alternativa, que chegou a quatro diferentes e extremos cenários: Green Dairy, New Fusion, Brave New Food e Dairy Evolution.

O Green Dairy é “marcado por fortes restrições e oposições socioambientais, mas pouca transformação e transição tecnológica, representando o futuro alternativo,” disse Koch. O New Fusion “é dominado por tecnologias e processos inovadores, mas com restrições socioambientais apenas fracas e incrementais, representando o futuro plausível.”

“A combinação de fortes restrições socioambientais e alta transição tecnológica resulta em um cenário chamado Brave New Food. Neste cenário extremo e conflituoso, avanços em produtos alimentares sustentáveis são apoiados ou restritos por regulamentações, que servem ao novo mundo de alimentos.” Nesse cenário, o “leite” produzido por fermentação em laboratório cresce significativamente.

Já o Dairy Evolution, Koch explicou que “é caracterizado por não ter grandes surpresas com desenvolvimento, e em grande parte seguindo tendências atuais e com uma variedade de interferências menores vindas de fatores incertos.”

Ainda sobre o futuro, Kevin Bellamy da Global Sector Head no Rabobank, trouxe a discussão se os alimentos lácteos têm um futuro brilhante. De acordo com ele “está claro que os laticínios vão continuar a exercer um papel fundamental na alimentação mundial.”

Contudo, Kevin salientou a questão por pressões ambientais, dizendo que “os produtos com proteínas alternativas, incluindo proteínas de culturas vegetais continuarão competindo com os leites fluidos e produtos lácteos frescos. Mas o sabor e a conexão emocional dos consumidores com produtos como queijo, garantirá que a demanda por laticínios continue forte.”

“A competição não será algo ruim. As empresas de laticínios serão forçadas a inovar e desenvolver formas de atender as necessidades do consumidor e de se mostrarem melhores de que outras fontes de proteína. Dessa forma, podem convencer os consumidores a pagarem os preços mais altos necessários atrelados aos custos de proteção ambiental.”

Sobre o consumo de lácteos, além do impulsionador demográfico, que pode aumentar a demanda, Bellamy citou a faixa etária da população, que direciona a natureza da demanda por lácteos.

“Mais de um bilhão de chineses terão mais de 50 anos na próxima década e a necessidade de leite em pó infantil, na China, continuará a diminuir. Pouco menos da metade do crescimento esperado na população dos EUA será de origem imigratória, somando-se a população adulta mais jovem. Enquanto o envelhecimento da geração dos baby boomers levará ao crescimento da faixa etária de pessoas com mais de 75 anos. Da mesma forma, no Brasil e no México, uma população envelhecida significará menos crianças para consumir laticínios e as empresas precisarão focar em consumidores mais velhos,” concluiu. Por outro lado, em regiões com menor faixa etária, como Índia e Indonésia, o consumo de lácteos pode ser limitado pela acessibilidade econômica.

Na perspectiva do quanto o setor leiteiro pode ser afetado pelo crescimento das bebidas à base de plantas e alimentos de laboratório, o evento trouxe a palestra de Julian Mellentin, fundador da New Nutrition Business.

Julian destacou que as bebidas vegetais vendidas em países como os EUA são vendidas com um sobrepreço de 100%. Representam 15% do mercado em valor, mas apenas 7% em volume. “Interessante, não é? Nos disseram que as bebidas vegetais são substitutas do leite, que representam um mercado popular. Mas isso não é verdade, é ainda um nicho.” De acordo com ele, apesar de ser um mercado altamente valorizado, ainda é um segmento de consumo pequeno.

“É um ponto muito importante a se ter em mente. Grande parte do crescimento das bebidas vegetais está relacionado às melhorias em termos de sabor e textura. Não se trata dos vegetais, nem necessariamente algo ligado à saúde, mas obviamente isso é importante. Não devemos subestimar o impacto de melhorar a experiência dos consumidores,” ressaltou Julian.

Mellentin salientou que as marcas de produtos vegetais não comprovam necessariamente que são mais sustentáveis. Além disso, ao comparar um “queijo vegano” com um tradicional (ambos produtos da Europa) abordou a questão nutricional, enfatizando a quantidade de proteínas: 1,3g no vegano e 25g no tradicional. “O perfil de macronutrientes desses produtos [vegetais] é pobre. O perfil de micronutrientes é muito pobre, às vezes até inexistente,” frisou.

Sobre as vantagens competitivas dos lácteos, Mellentin elencou a qualidade proteica e a densidade nutricional. “Isso é importante para os laticínios, porque eles são naturalmente densos nutricionalmente. É um dos alimentos mais ricos em nutrientes que podem ser consumidos.” Além disso, em sua palestra também abordou o leite sem lactose e a valorização da gordura láctea pelos consumidores como caminhos que os laticínios podem apostar para competir com o mercado plant-based. Segundo ele, o leite de vaca sem lactose cresce mais do que qualquer leite vegetal (nos EUA) e neste ano o leite integral de vaca crescerá em mercado, mais de 2 vezes o crescimento dos leites vegetais.

Marcelo Leitão, Gerente Comercial da divisão Foods da Arla Foods Ingredients no Brasil, trouxe um tema bastante interessante e oportuno para os laticínios: reaproveitamento de soro ácido para gerar novos negócios e a habilitação das empresas em prol da sustentabilidade.

“A geração de soro é um fato, as empresas geram soro. É um ingrediente que tem um alto valor nutricional. O soro praticamente tem quase a mesma composição de sais minerais do leite, é uma fonte de proteínas, que são muito valorizadas e também tem um pouco de gordura. O soro é considerado um alimento nobre, porque tem um valor nutricional interessante,” apontou Leitão.

Quando se fala em soro, Marcelo explicou que o grande desafio é o soro ácido, que é um produto originado da fabricação de cream cheese, petit suisse, skyr ou iogurte grego e requeijão nas empresas que produzem esses derivados pelo processo tradicional – sem adição de proteína. Além disso, o soro da fabricação de ricota também é ácido. “É possível sim, reaproveitar o soro ácido,” enfatizou.

De acordo com Leitão, para o reaproveitamento de soro ácido as empresas podem seguir por dois caminhos. “No processo sem geração de soro, no qual inicialmente a proteína é adicionada na produção, ou seja, não existe a geração de soro. Ou, então, a empresa que não pode abrir mão do seu processo tradicional, e consequentemente gera soro ácido, ele pode entrar como matéria-prima.”

Fomentando o foco da sustentabilidade, Lukasz Wyrzykowski, Diretor Geral do IFCN, trouxe o questionamento: é possível atingir a neutralidade de carbono no setor lácteo? “Atualmente, o que vemos e observamos na mídia é o foco, principalmente, na emissão de carbono. Mas, não podemos nos esquecer quantos outros itens existem em torno da nossa produção diária. Devemos ter um olhar multidimensional,” disse.

“Se estamos falando sobre CO2, e estivermos falando sobre as emissões, precisamos ver as definições de alerta. Se estamos falando sobre gases do efeito estufa, o que isso significa? Qual tipo de gás estamos falando?”

“Se estamos falando da metodologia, temos que entender que precisamos de cálculos por trás disso. Por exemplo, se temos o equivalente de CO2, precisamos recalcular outros gases para o equivalente de dióxido de carbono, para realmente medir quais são as emissões nas fazendas. Ainda não existe um método em todo mundo,” complementou Lukasz.

Wyrzykowski explicou que existem várias estratégias que podem ajudar na redução das emissões. “Eu acredito que a mais importante e a mais fácil é o aumento da eficiência produtiva. Como podemos aumentar o rendimento e a quantidade de leite produzido por vaca? Pelos nossos cálculos, cerca de 30% de toda a redução das emissões no mundo pode ser feita por uma simples melhora na produtividade.” De acordo com Lukasz, além disso podem ser usados aditivos para rações ou inibidores de metano, bem como uma melhoria da gestão das fazendas.

“Se começarmos a operar com mais tecnologias, podemos ir mais a fundo e, talvez, no final, reduzir as emissões a zero. Mas é claro que isso criará custos significativos.” Por outro lado, ponderou: precisamos começar pelo mais fácil, para não prejudicar a economia, isto é, pelo aumento da produtividade.

Ao final das palestras o evento trouxe um debate ao vivo com a presença de todos os palestrantes, moderado por Marcelo Carvalho, CEO do MilkPoint e Co-Fundador do AgTech Garage. O primeiro dia do Dairy Vision 2021 abordou uma temática importantíssimas para o futuro do setor lácteo.

Se interessou? O Dairy Vision 2021 está apenas começando, ainda dá tempo se inscrever! Todas as palestras, bem como o debate ficam disponíveis na plataforma 60 dias após o evento, você não perde nada! Faça parte do futuro do setor de laticínios mundial! Associados Sindilat/RS tem 30% de desconto clicando aqui. (Milkpoint) 
 

Ferramenta genômica seleciona bovinos leiteiros adaptáveis às diferenças climáticas do Brasil

A Embrapa Gado de Leite (MG) está utilizando uma ferramenta genômica denominada Clarifide Girolando para identificar touros capazes de produzir progênies (filhas) de acordo com a tolerância ao estresse térmico. “Pretendemos com isso enfrentar um grande problema da pecuária leiteira nacional, que é a perda de produção acarretada pelas condições locais de alta temperatura e umidade”, diz o pesquisador da Unidade Marcos Vinícius Barbosa da Silva, que coordena a pesquisa. 
 
“O estresse térmico interfere diretamente na produção de leite e quanto mais produtiva for a vaca, maior será essa interferência”, afirma, Renata Negri, doutora em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que integra a equipe de pesquisa. Ela prossegue: “Acredita-se que haja diferenças nas respostas fisiológicas associadas à produção de leite nos diferentes grupos genéticos que constituem a raça Girolando, sendo necessário identificar e classificar os animais conforme sua tolerância ao calor”.
 
A pesquisa conta ainda com a participação das doutoras em Genética e Melhoramento Darlene Daltro (UFRGS) e Sabrina Kluska da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Jaboticabal). Daltro informa que os trabalhos tiveram início em maio deste ano, quando foram selecionados 300 rebanhos distribuídos em diversos pontos do País.
 
A produção dos indivíduos desses rebanhos foi acompanhada e comparada entre si, tendo como principal variável as condições climáticas locais fornecidas pelas estações meteorológicas mais próximas das fazendas. Modelos matemáticos demonstraram que algumas vacas da raça Girolando podem deixar de produzir mais de mil litros de leite, considerando 305 dias de lactação, devido ao estresse térmico. Em seguida, por meio do Clarifide, identificou-se o genoma dos animais pesquisados para determinar os mais adaptáveis a determinada região.
 
Genômica agrega valor à raça brasileira Girolando - Segundo Kluska, com a pesquisa, as centrais de inseminação artificial poderão informar, além dos PTAs (Capacidade Prevista de Transmissão das características genéticas, traduzido do inglês: Predict Transmission Ability), a progênie mais adequada às diversas condições climáticas do País. De acordo com ela, essa é uma informação estratégica para o produtor. Além da queda na produção de leite, as fazendas têm prejuízos com o descarte de animais, de alto valor financeiro, intolerantes ao estresse térmico, mas cuja genética poderia ser muito eficiente em outros locais. 
 
“A identificação entres grupos genéticos e dentro de cada grupo permitirão o direcionamento de uso, conforme as condições locais de cada região brasileira, permitindo ao criador a escolha e utilização dos animais conforme suas condições reais de manejo e de ambiente, visando estabelecer um sistema de criação economicamente viável e cada vez mais eficiente”, destaca a doutora da Unesp-Jabuticabal.
 
Silva diz que a pesquisa irá contribuir muito para a Girolando, uma raça sintética desenvolvida no Brasil, com o cruzamento das raças Holandês X Gir Leiteiro, unindo o alto potencial produtivo da primeira com a rusticidade da segunda. “O Brasil é um país com extensão continental, com grandes variações climáticas e é inviável termos um padrão genético para todo o território nacional. O que o conhecimento genômico está nos permitindo é adequar a raça segundo as características específicas de calor e umidade”, resume Silva.
 
O pesquisador conclui destacando que esse trabalho é uma parceria da Embrapa com a Associação Brasileira de Criadores da Raça Girolando (Girolando). “Constituímos um pool de recursos para desvendar características intrínsecas da natureza dos animais da raça, proporcionando melhor compreensão dos mecanismos de defesa corporal e auxiliando na tomada de decisões e direcionamento dos programas de melhoramento genético, conforme os objetivos de seleção, exigências do mercado e atendendo aos requisitos de bem-estar animal”, completa Silva.
 
Lançado há três anos, Clarifide Girolando já apresenta resultados – Seu desenvolvimento levou seis anos de pesquisas em genômica, genética molecular e bioinformática. “Reunimos o que há de mais avançado nos conhecimentos de genoma e sistemas computacionais para avaliar as informações provenientes de um chip com centenas de milhares de dados relacionados ao DNA bovino”, diz Silva. A seleção dos animais para os sistemas de produção de leite é feita a partir de uma amostra de material biológico que contenha células do bovino. As informações genéticas coletadas são comparadas com as que estão disponíveis no chip do Clarifide Girolando.
 
Como resultado desse trabalho, o produtor recebe uma série de informações a respeito do animal, como produção e proteínas do leite, se é portador de genes que produzam defeitos genéticos, capacidade reprodutiva e outros dados necessários para que o processo de melhoramento do rebanho seja efetivo, como ocorre com a pesquisa a respeito da tolerância ao calor e à umidade.
 
A redução do tempo de avaliação dos animais, com a consequente diminuição dos custos, é a grande vantagem do Clarifide Girolando. Atualmente, a seleção de um touro que entra em teste de progênie custa cerca de R$ 300 mil. Trata-se de um processo demorado, que pode durar por volta de sete anos.  Com o Clarifide Girolando, isso é otimizado, como demonstra a pesquisa sobre estresse térmico, com os 300 rebanhos selecionados, que durou apenas seis meses.
 
Genômica e predição: seleção genética antes do nascimento – A avaliação genômica abre grandes possibilidades para o melhoramento dos rebanhos. Ela permite, por exemplo, que o animal seja selecionado antes mesmo de nascer. É possível retirar uma pequena amostra (dez células) de um embrião após sete dias da fecundação in vitro (fertilização realizada no laboratório) e, por meio dessas poucas células, analisar todo o seu genoma. Caso o embrião possua as características desejáveis, ele é transferido para a vaca (barriga de aluguel) que irá proceder a gestação. Do contrário, poderá ser descartado. Além de economizar tempo, esse procedimento otimiza as barrigas de aluguel, pois a vaca passará a gerar somente os embriões que foram selecionados como os melhores.
 
As informações são do Embrapa Gado de Leite, adaptadas pela equipe MilkPoint. 



Capacitação incentiva uso da homeopatia na atividade leiteira

A homeopatia é um método terapêutico existente há mais de 200 anos e é considerada uma forma de tratamento alternativo ou complementar. Desde 2015 a Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), vem trabalhando essa temática em cursos e capacitações, especialmente ligados à bovinocultura de leite, despertando o interesse de agricultores familiares na utilização dessa ferramenta no seu dia a dia na propriedade rural.
 
Com os bons resultados obtidos em alguns municípios da região Norte do Estado, o número de famílias interessadas nessa prática cresceu. Para atender essa demanda, duas capacitações sobre o uso da homeopatia na atividade leiteira foram realizadas nesta semana, dias 09 e 10/11 em Palmitinho, e dias 11 e 12/11 em Liberato Salzano.
 
As capacitações foram conduzidas pelo médico veterinário da Emater/RS-Ascar Ricardo Lopes Machado, especialista no assunto. As atividades realizadas em Palmitinho e Liberato Salzano reuniram produtores rurais e extensionistas que já estão usando a homeopatia em suas atividades ou que estão interessados em iniciar essa prática. Em Palmitinho, a capacitação foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura e Sicredi. Em Liberato Salzano, a atividade contou com o apoio da Prefeitura Municipal.
 
"Nosso trabalho tem como objetivo levar às famílias o conhecimento e informação sobre essa ferramenta, buscando sempre uma produção de leite mais sustentável, reduzindo o uso de medicamentos e melhorando outros processos. Essa é uma prática que traz ganhos econômicos, mas principalmente sociais e ambientais também", comentou o extensionista rural da Emater/RS-Ascar Valdir Sangaletti, coordenador regional de sistemas de produção animal.
 
Na região, hoje são 16 equipes municipais e 245 famílias assistidas trabalhando com a homeopatia em diferentes atividades, como a bovinocultura de leite, gado de corte, pequenas criações e também na produção vegetal. O uso da homeopatia é mais intenso na atividade leiteira. Municípios da região, como Gramado dos Loureiros, Sarandi, entre outros, têm trabalhos expressivos nessa área e estão apresentando resultados importantes e positivos, o que tem motivado outras famílias a aderirem a essa ferramenta.
 
Para 2022, 21 municípios já planejaram ações envolvendo a homeopatia, especialmente na atividade leiteira. Serão 355 famílias que receberão assistência técnica e acompanhamento direto sobre o assunto no próximo ano.
 
"O objetivo dessas ações é mostrar às famílias a importância da homeopatia, mas sempre com um olhar sistêmico à propriedade rural. A homeopatia é uma ferramenta importante, mas que deve ser acompanhada de um conjunto de ações, como o bem-estar e a sanidade animal, o bem-estar das pessoas, a melhoria do solo, entre outras. Dessa forma, a partir desse conjunto de ações, a homeopatia poderá contribuir com as atividades produtivas, reduzindo o custo de produção, melhorando a saúde dos animais, a saúde das pessoas e trazendo mais qualidade de vida", completou Sangaletti.
 
As informações são da Emater-RS Ascar, adaptadas pela equipe MilkPoint. 

 Jogo Rápido

Mapa prorroga portaria que trata sobre Trânsito e Certificação Sanitária de Produtos de Origem Animal
Foi prorrogada a data de vigência da PORTARIA SDA Nº 431, DE 19 DE OUTUBRO DE 2021, que Aprova os Procedimentos de Trânsito e de Certificação Sanitária de Produtos de Origem Animal e de Habilitação para Exportação de Estabelecimentos Nacionais Registrados Junto ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Esta portaria estava prevista para entrar em vigor no dia 03 de novembro, porém foi prorrogada por meio do  OFÍCIO-CIRCULAR  Nº 76/2021/DIPOA/SDA/MAPA,  datado  de  15 de novembro de 2021. (data que encerrou o prazo concedido  pelo  OFÍCIO-CIRCULAR Nº 73/2021/DIPOA/SDA/MAPA). As empresas têm, agora, até o dia 01 de dezembro de 2021 para conclusão das adequações impostas pela Portaria SDA/MAPA nº 431/2021. >> Acesse aqui a PORTARIA SDA Nº 431, DE 19 DE OUTUBRO DE 2021. (Elaboração Terra Viva com dados do DOU)


 

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