Inverno será típico no Rio Grande do Sul, com frentes frias
Quando marcar 23h42 desta sexta-feira (20/6), começará oficialmente o inverno no Hemisfério Sul do planeta. Até as 15h19 do dia 22 de setembro, a estação promete ser típica no Rio Grande do Sul, com passagem regular de frentes frias, com massa de ar frio avançando e provocando queda nas temperaturas. É o que afirma o meteorologista da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS).
Conforme Varone, a previsão para julho, agosto e setembro é que não ocorram fenômenos globais, como o El Niño e a La Niña. “Então, a tendência é de um segundo semestre dentro da normalidade, um inverno típico do Rio Grande do Sul”, acredita. “A condição de frentes frias passando traz chuva regular durante dois, três dias, na maioria dos eventos. E o ingresso de ar frio traz a queda da temperatura, mas também provoca fenômenos bem típicos da estação, como geada, nevoeiros e, eventualmente, a ocorrência de queda de neve em alguns pontos do Estado”, alerta.
E como fica a previsão mensal? “O modelo do Simagro, que é regional, está indicando que nós deveremos ter, durante o mês de julho, chuva próxima da normalidade em todo o Estado. Isso favorece um pouco mais as culturas de inverno, como trigo, canola, aveia e cevada”, destaca Varone.
Para agosto, conforme o meteorologista, a tendência é de chuva um pouco acima da média em grande parte do Rio Grande do Sul. “Condição que vai favorecer os reservatórios, principalmente da Fronteira Oeste e da Campanha, que ficaram mais baixos devido à estiagem de verão. No inverno, eles devem recuperar seus níveis mais aceitáveis”, prevê Varone. “E, na faixa Norte, tem previsão de chuva um pouco abaixo da média, mas nada muito expressivo”, complementa.
Para setembro, o Simagro indica que a chuva deve diminuir em todo o Rio Grande do Sul. “A gente espera volumes abaixo da normalidade”, pontua Varone.
Temperaturas
A temperatura média para julho e agosto deve ficar mais baixa que o normal, especialmente na Fronteira Oeste e nas Missões. “Em parte da Campanha deve fazer mais frio. No Litoral gaúcho, tanto em julho quanto em agosto, a previsão aqui do nosso modelo indica valores mais próximos da normal, mas também algumas áreas acima da normalidade. Então, vai ser um pouquinho mais quente no Litoral gaúcho nesses dois meses”, esclarece Varone.
Para setembro, de acordo com o meteorologista, essa condição de valor inferior à média deve cobrir todo o Rio Grande Sul, principalmente metade Oeste e Campanha. “Deve trazer temperaturas com valores realmente um pouco abaixo da média, bem mais frios. Essa faixa mais leste (mais quente ao longo do ano), no decorrer do mês tende a ter valores ligeiramente abaixo da média, ou dentro da normalidade”, especificou Varone.
BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 25/2025 – SEAPI
Nos últimos seis dias, o Rio Grande do Sul registrou chuvas de alto volume em praticamente todo o território. Na quinta-feira (12/06) e na sexta-feira (13/06), o anticiclone migratório localizado sobre o Oceano Atlântico, próximo ao estado, manteve o tempo estável. Por conseguinte, não houve registro de precipitação significativa, e as temperaturas apresentaram elevação gradual.
Na bovinocultura de leite, a condição corporal dos rebanhos segue satisfatória mesmo com os efeitos do vazio forrageiro outonal. As baixas temperaturas contribuíram para o bem-estar animal e o controle sanitário. Apesar de, em algumas regiões, o excesso de umidade dificultar o manejo e o acesso às pastagens, a entrada das forrageiras de inverno e os ajustes nas dietas possibilitaram o equilíbrio entre produtividade e custos. A qualidade do leite permaneceu dentro dos padrões exigidos pelas indústrias.
A previsão para os próximos dias indica a atuação de sistemas meteorológicos, resultando em chuvas em praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul. Na terça-feira (18/06), um sistema frontal irá se formar no sul do Atlântico, dando origem a uma frente fria. Por conseguinte, há previsão de chuva fraca a moderada, ocasionalmente forte, no centro-sul do estado. Na quarta-feira (19/06), a continuidade da atuação desse sistema causará chuvas moderadas a fortes na região central e norte, e chuvas fracas a moderadas na porção sul. As temperaturas entrarão em declínio após a passagem desse sistema frontal. Na quinta-feira (20/06), uma perturbação causada por um sistema frontal no Pacífico Sul, ao passar pelos Andes, dará origem a um cavado em níveis médios que, somado ao suporte de umidade advectada da região norte, contribuirá para a formação de sistemas convectivos sobre o Rio Grande do Sul. Esperam-se pancadas de chuva isoladas na porção sudoeste e chuva fraca a moderada nas porções central e nordeste. Na sexta-feira (21/06), ainda sob influência do vórtice em níveis médios, ocorrerão chuvas isoladas na região litorânea do estado. No sábado (22/06), haverá condição de estabilidade, sem previsão de chuvas e com temperaturas em declínio. No domingo (23/06), a formação de um sistema frontal no sul da Patagônia influenciará o tempo, causando acumulados de chuva de moderada a forte intensidade no centro-norte do Rio Grande do Sul e chuvas fracas na porção sul. Além disso, o sistema de alta pressão da retaguarda, localizado na Argentina, contribuirá, juntamente com esse sistema frontal, para a entrada de uma intensa massa de ar polar, com risco de geada nas porções sul e norte do estado. Na segunda-feira (24/06), a estabilidade se manterá, e as temperaturas continuarão baixas em todo o estado. Não há previsão de chuva significativa para este dia. Na terça-feira (25/06), a formação de um sistema frontal sobre o continente ocasionará chuvas fracas a moderadas na porção centro-norte do Rio Grande do Sul.
O prognóstico para os próximos oito dias indica a ocorrência de chuvas significativas em praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul. Os acumulados previstos para essas regiões estarão principalmente associados à atuação de sistemas que irão afetar o território gaúcho nos próximos dias. Nas porções norte, nordeste, central e em parte da região Sul, os volumes esperados podem ultrapassar os 100 mm, com alguns pontos isolados chegando a 200 mm acumulados. Já as demais regiões, apresentam acumulados que irão variar entre 5 e 100 milímetros. (SEAPI)