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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 01º de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.470


Inscrições abertas para o 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo

As inscrições para o 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo abrem nesta segunda-feira (1/09/2025) e seguem até 1º de novembro de 2025. Promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), a premiação busca reconhecer a contribuição da imprensa para o desenvolvimento do setor lácteo gaúcho. Neste ano, terá duas categorias: Audiovisual e Texto. Podem participar jornalistas devidamente registrados, individualmente ou em equipes. Não há limite de trabalhos por candidato, e serão aceitas produções publicadas entre 2 de novembro de 2024 e 1º de novembro de 2025. 

Para o secretário executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a distinção reforça a importância do jornalismo especializado no fortalecimento da atividade leiteira. “O setor lácteo gaúcho tem desafios e conquistas que precisam ser contados e nossa imprensa tem acompanhado de perto todo o desenvolvimento desta cadeia”, destaca.

As inscrições podem ser feitas através do link https://forms.gle/wpumktj4g51Hd69UA, anexando a documentação solicitada conforme o Regulamento. Os finalistas serão anunciados até 28 de novembro de 2025, e os vencedores, em dezembro. A Comissão Julgadora será formada por profissionais de comunicação e representantes de instituições ligadas ao agronegócio. (SINDILAT/RS)


Fundesa inaugura nova sede e será a casa da sanidade animal no estado

A nova sede do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul no Parque de Exposições Assis Brasil já está aberta e tem programação intensa ao longo da Expointer. A inauguração aconteceu na tarde desta sexta-feira (29), com a presença de autoridades, lideranças do setor de proteína e entidades do agronegócio gaúcho. Também estiveram presentes personalidades que fizeram parte da história do Fundesa-RS, como o ex-secretário da Agricultura, Odacir Klein, que estava à frente da pasta quando o fundo foi criado em 2005. Para Klein, “o Fundesa representa uma ideia-símbolo de organização e decisão democrática”

O Fundesa-RS, que completa 20 anos em 2025, tem como objetivo trazer agilidade na indenização dos produtores e também na aplicação de recursos de forma preventiva, atendendo as necessidades do Serviço Veterinário Oficial para a sanidade no segmento da proteína. A nova sede representa um local para atender eventos como treinamentos, capacitações, reuniões setoriais e para a recepção de missões internacionais. “Queremos que esse espaço constitua a casa da sanidade, e acrescente melhores condições para definir a qualificação da produção e dos serviços, fazendo frente aos desafios que se impõem ao setor”, afirmou o presidente Rogério Kerber durante a solenidade de inauguração.

O Fundesa-RS recebeu a autorização de uso da casa, pela subsecretária do Parque de Exposições Assis Brasil, Elizabeth Cirne Lima. “Nós conquistamos, na área da sanidade, o respeito do mundo inteiro, e o Fundesa é a personificação deste trabalho de desenvolvimento e destas conquistas”, destacou a subsecretária. O secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, afirmou que o segmento de proteína animal tem grande importância para a economia do estado. Sobre o fundo, Polo comparou que o Fundesa foi uma semente plantada que nasceu, cresceu e hoje produz bons frutos. “Hoje nós podemos afirmar, com toda a convicção, que nós temos no RS o melhor e mais organizado fundo de sanidade animal do Brasil”. Já o secretário da Agricultura, Edivilson Brum, lembrou que no recente episódio de gripe aviária registrado no Rio Grande do Sul e que teve solução ágil e efetiva, o Fundesa teve papel fundamental.

Representando o Sindilat/RS, participaram do evento, o secretário-executivo da entidade, Darlan Palharini, o 1º vice-presidente do sindicato, Alexandre Guerra e o Presidente, Guilherme Portella. (Fundesa adaptado pelo Sindilat)

Sindileite-PR sob nova gestão - Elias Zydek toma posse e define metas

Com o desafio de integrar a cadeia láctea, Elias Zydek assume o Sindileite-PR e promete fortalecer a competitividade do leite paranaense.

Sindileite Paraná vive um novo capítulo com a posse de Elias Zydek como presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite-PR).
Em cerimônia realizada nesta terça-feira (26/08) no Campus da Indústria do Sistema Fiep, em Curitiba, lideranças políticas e do agronegócio prestigiaram a solenidade, que também marcou a homenagem ao legado do ex-presidente-executivo Wilson Thiesen, falecido em julho.

O evento contou com a presença do governador em exercício, Darci Piana; do vice-presidente da Fiep, João Alberto Soares de Andrade; e dos secretários estaduais Márcio Nunes (Agricultura) e Norberto Ortigara (Fazenda).

Também participaram representantes do cooperativismo, como José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar; Ágide Eduardo Meneguette, da Faep; o deputado estadual Luis Corti; e o ex-governador Orlando Pessuti. A composição reforça a relevância do setor lácteo para a economia do Paraná.

Desafios: integração e competitividade
Em entrevista ao Informe Paraná Cooperativo, Zydek, que também preside a Cooperativa Central Frimesa, destacou que a principal meta de sua gestão será integrar produtores, indústria e varejo para gerar mais valor em toda a cadeia.

“O varejo precisa ser convocado a participar do desenvolvimento da geração de valor”, afirmou. “Com essa união, o Paraná poderá buscar valores distribuídos de forma mais justa a todos os envolvidos.”

Outro ponto central, segundo o dirigente, é a sanidade animal. Zydek defende ações imediatas para resolver pendências sanitárias, adequar modelos de produção e reduzir custos, garantindo que o leite paranaense seja competitivo frente aos produtos importados.

Continuidade e legado
A posse também foi marcada pela lembrança do trabalho de Wilson Thiesen. Emocionado, Zydek afirmou que recebeu do antecessor, pouco antes de seu falecimento, informações estratégicas e operacionais que servirão de guia para a nova gestão.

“O Thiesen tem um lugar especial na agropecuária, especialmente na cadeia do leite, por tudo que representou e liderou”, declarou.

Cooperativismo como força motriz
Segundo José Roberto Ricken, do Sistema Ocepar, a presença de Zydek na presidência representa uma oportunidade de fortalecer a integração entre o setor lácteo e o cooperativismo, dois pilares que Thiesen já havia consolidado. A nova diretoria também reflete essa linha, incluindo lideranças como Armando de Paula Carvalho Filho (Castrolanda), Raphael Cornelis Hoogerheide (Frísia) e Arthur Sawatzky (Witmarsum).

Atualmente, 18 cooperativas agropecuárias atuam no segmento lácteo do Paraná, operando 10 unidades industriais que reúnem 3,5 mil cooperados responsáveis por uma produção anual de 1,55 bilhões de litros de leite. Isso representa 43% do leite industrializado do estado.

Nova diretoria 2025–2028
A composição para o próximo triênio inclui:

Presidente: Elias Zydek
Secretário: Armando de Paula Carvalho Filho
Tesoureiro: Guilherme Portela
Suplentes: Raphael Cornelis Hoogerheide, Eder Quinto Salvadori Desconsi, Lino Alfeu Zeni
Conselho Fiscal – Efetivos: Silvestre Ferreira, Valter Pereira da Rocha, Arthur Sawatzky
Suplentes: Marco Rhoden, Rafael Felipe Schuck, Lucio Pelanda
Delegados Representantes – Efetivos: Elias Zydek, Armando Carvalho Filho
Suplentes: Raphael Cornelis Hoogerheide, Eder Desconsi
Perspectivas para o setor lácteo paranaense
Com a posse de Zydek, o Sindileite-PR inicia um novo ciclo que busca conciliar modernização produtiva, sanidade animal e justiça na distribuição de valor. O desafio será fortalecer a cadeia frente ao aumento das importações e manter a relevância do Paraná como um dos principais polos de produção de leite do Brasil.

“Desenvolver a cadeia local é essencial para que possamos competir em igualdade de condições”, concluiu Zydek.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Sistema Ocepar


Jogo Rápido
Sindilat na Expointer 2025
Nesta segunda-feira (01/09), o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) participou, pela manhã, da Conferência Agro em Transformação – Jornada de Direito, no Auditório da Administração. A tarde, aconteceu a reunião do Grupo de Trabalho do Leite: Produção de Leite a Pasto. O encontro, convocado pelo presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, deputado Zé Nunes, debateu a produção sustentável de leite na agricultura familiar, com foco em eficiência e rentabilidade no sistema a pasto. Participaram das agendas, o secretário-executivo da entidade, Darlan Palharini, e o 1º vice-presidente do sindicato, Alexandre Guerra. (Sindilat/RS)


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Porto Alegre, 29 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.469


CONSELEITE – SANTA CATARINA

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 29 de Agosto de 2025 atendendo 
os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Julho de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Agosto de 2025. 

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão.


BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 35/2025 – SEAPI 

A última semana apresentou chuva forte e o retorno do frio intenso ao RS.  Nas pastagens, os efeitos das chuvas variaram entre as regiões: em algumas, provocaram barro e retardaram o desenvolvimento das pastagens; em outras, estimularam o rebrote das áreas nativas e cultivadas, além de permitir a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. A semeadura de milho para silagem continuou, e os produtores se organizaram para a implantação das forrageiras anuais de verão. As lavouras de aveia, estabelecidas no outono, encontram-se em fase final de ciclo, apresentando redução acentuada na disponibilidade de folhas e na qualidade da forragem.

Na bovinocultura de leite, devido às chuvas, a oferta de forragem ficou limitada, provocando queda significativa de produção nas propriedades dependentes exclusivamente de pastagens e de ração. Nas demais propriedades, a suplementação alimentar com silagem de milho, rações concentradas e outras fontes de volumosos permitiu manter a produção estável ou atingir o pico, conforme o manejo adotado. Em algumas localidades, a formação de barro nos arredores das salas de ordenha dificultou o 
manejo dos animais e limitou o acesso dos caminhões de coleta nas estradas principais.

Os próximos sete dias serão marcados pelo calor e chuva forte no RS. Entre a quinta-feira (28/8) e o domingo (31/8), o tempo permanecerá seco, com gradativa elevação das temperaturas e que deverão superar os 30°C na maioria dos municípios do estado no fim de semana. 

Na segunda-feira (01/9), o tempo firme e quente seguirá predominando na maior parte do RS, porém no decorrer do dia a aproximação de uma nova frente fria vai provocar chuva na Fronteira Oeste, Campanha e Zona Sul. 

Na terça (02/9) e quarta-feira (03/9), o deslocamento da frente fria vai provocar chuva em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados. Os volumes previstos deverão variar entre 50 e 100 mm na maioria dos municípios do Estado e poderão alcançar 150 mm em algumas localidades da Metade Sul. Nas Missões, Planalto, Região Metropolitana e na Fronteira Oeste são esperados totais entre 30 e 50 mm. (SEAPI)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1882 de 28 de agosto de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

O consumo de reservas de feno e silagem se intensificou para preservar as forrageiras e manter a produção. Nas propriedades dependentes exclusivamente de pastagens e de ração, houve queda significativa na produção. Em outras, a produção atingiu o pico. Diante da limitada oferta de forragem ocasionada pelas chuvas, os animais receberam suplementação alimentar com silagem de milho, além de rações concentradas e outras fontes de volumoso para conservar o desempenho produtivo e reprodutivo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o barro formado pelas chuvas nos arredores dos galpões e das salas de ordenha dificultou o manejo e restringiu o acesso dos animais às pastagens. Em algumas propriedades, também ocorreram problemas para chegar ao resfriador ou para transitar pelas estradas principais, devido à elevação de cursos d’água e aos danos nas pontes, o que impediu a passagem dos caminhões para a coleta da produção, resultando no descarte do leite.

Na de Frederico Westphalen, a produção se estabilizou. A complementação com alimentos concentrados foi reduzida, o que diminuiu os custos de produção. 

Na de Ijuí, a produção de leite aumentou, seguindo a tendência sazonal. Nos sistemas de produção a pasto, o volume de leite atingiu o pico e ficou cerca de 50% superior em relação aos períodos de menor disponibilidade de forragem. 

Na de Passo Fundo, as condições de saúde e de nutrição dos rebanhos estão adequadas, assim como os níveis de produção de leite. Em relação à alimentação, foram priorizadas as vacas em produção, que tiveram acesso às pastagens de aveia e de azevém, complementadas com silagem, concentrados e sal mineral. As demais categorias também receberam silagem.

Na de Pelotas, os produtores reforçaram a alimentação dos animais com silagem. O solo encharcado e a formação de barro, em razão das chuvas, prejudicaram o acesso dos animais às forragens, causando queda de produção em algumas propriedades. 

Na de Santa Rosa, o período é de pico de produção de leite. A boa oferta de pastagens permitiu aos produtores reduzir a utilização de alimentos conservados, como silagem e feno, diminuindo o custo de produção. 

Na de Santa Maria, o acesso restrito dos animais às pastagens, devido às condições climáticas, impactou diretamente o escore corporal dos animais, que, de forma geral, está abaixo do ideal. (Emater/RS)


Jogo Rápido
LEITE/CEPEA: Oferta em alta supera capacidade da demanda e pressiona cotações
Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em julho fechou a R$ 2,6236/litro na “Média Brasil”, com quedas de 1,16% frente a junho/25 e de 8,42% em relação a julho/24. O ICAP-L (Índice de Captação do Leite) subiu quase 1% de junho para julho na “Média Brasil”. Segundo dados preliminares da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a captação industrial de leite no Brasil alcançou 6,5 bilhões de litros no segundo trimestre de 2025, o que representaria um crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024.  Além disso, ainda que de forma modesta (0,1%), esta seria a primeira vez na série histórica que o segundo trimestre apresentaria aumento frente aos primeiros três meses – historicamente, o segundo trimestre coincide com a entressafra, quando normalmente há retração na produção. (CEPEA)


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Porto Alegre, 28 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.468


​Conseleite Minas Gerais

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 27 de Agosto de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Junho/2025 a ser pago em Julho/2025.
b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Julho/2025 a ser pago em Agosto/2025.
c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Agosto/2025 a ser pago em Setembro/2025.


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima.Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br.


China puxa demanda por lácteos: manteiga +72%, queijo +14% 

As importações lácteas da China cresceram 6%, impulsionadas por manteiga e queijo, enquanto leite em pó perde espaço pela produção interna.As importações lácteas da China registraram um aumento de 6% em volume nos primeiros sete meses do ano, segundo os dados mais recentes do setor.
Esse crescimento confirma o papel estratégico do país asiático como um dos principais motores da demanda global por lácteos.

No entanto, o avanço não foi uniforme: enquanto manteiga e queijo puxaram a alta, categorias tradicionais como leite em pó e leite UHT perderam ritmo, reflexo de mudanças estruturais na produção e no consumo interno.

De acordo com os números divulgados, a manteiga teve um salto impressionante de 72,6% nas importações, acompanhada por um aumento de 12,7% na demanda por creme de leite.

Essa tendência beneficia especialmente exportadores da Oceania, como a Nova Zelândia, e países europeus, entre eles França e Itália, que têm visto um incremento expressivo em seus embarques para a China.

No segmento de queijos, as compras chinesas cresceram 14,5%, com destaque para os produtos italianos, que vêm ganhando cada vez mais espaço nas gôndolas e no food service chinês.

Em contrapartida, o cenário é distinto para o leite em pó e o leite envasado, que apresentaram uma desaceleração nas compras.

Especialistas atribuem esse movimento a dois fatores centrais: o aumento da produção interna de leite na China, incentivado por políticas públicas voltadas para a autossuficiência, e uma demanda doméstica mais fraca para esses itens básicos.

Essa reconfiguração indica uma estratégia de importação mais seletiva, priorizando produtos de maior valor agregado e categorias que complementam — e não competem com — a produção nacional.

O valor das importações também apresentou crescimento expressivo. Em julho, houve um aumento de 13% em dólares, e no acumulado do ano, a alta chegou a 15,6%.

Esse avanço é resultado tanto do incremento no volume total quanto do aumento do preço médio por tonelada, reforçando a tendência de um mercado que busca qualidade e diferenciação, mesmo diante de um consumo doméstico que segue ajustando-se às novas dinâmicas econômicas e alimentares do país.

Para os exportadores globais, a notícia traz um misto de oportunidade e alerta.

O mercado chinês continua sendo vital para os lácteos internacionais, mas a segmentação crescente exige adaptação: o apetite chinês está cada vez mais voltado para produtos premium, ricos em gordura e com apelo gastronômico, enquanto commodities como leite em pó enfrentam mais barreiras competitivas.

Países da União Europeia e da Oceania seguem sendo os maiores beneficiados, enquanto outros players exportadores, como América do Sul e América do Norte, avaliam estratégias para não perder espaço.

Esse panorama também pode gerar impactos indiretos nos preços globais do leite e derivados, uma vez que a China dita grande parte do equilíbrio entre oferta e demanda internacional.

Caso essa tendência de valorização dos produtos premium se mantenha, é possível que novos investimentos em capacidade de produção e adaptação de portfólios sejam observados nos próximos meses, especialmente de indústrias que visam o mercado asiático como destino estratégico.

Em conclusão, o crescimento de 6% nas importações lácteas da China demonstra que o país mantém sua relevância no comércio internacional, mas com um perfil cada vez mais seletivo e orientado por valor.

Exportadores que entenderem esse movimento e ajustarem suas estratégias poderão não apenas preservar, mas também expandir sua participação nesse mercado-chave para o setor lácteo global.

*Adaptado para eDairyNews BR, com informações de eDairyNews ES

Laticínios podem proteger o coração

Novas pesquisas mostram que leite, queijo e iogurte podem reduzir riscos cardíacos e derrames, desafiando antigas recomendações sobre gordura saturada.

Nas últimas duas décadas, um conjunto crescente de pesquisas tem demonstrado uma ligação entre o consumo de laticínios e um risco reduzido de doenças cardiovasculares (DCV). O Conselho Nacional de Laticínios dos EUA (NDC) financia estudos e compartilha informações com base científica para esclarecer o impacto dos laticínios na saúde cardíaca.
 
Por que as orientações nutricionais estão mudando
Nos últimos 40 anos, as principais recomendações nutricionais indicavam reduzir a ingestão de gordura saturada, incluindo laticínios integrais, para diminuir o risco de doenças cardiovasculares. A justificativa era a preocupação com o aumento do colesterol LDL, considerado um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas.

No entanto, décadas de pesquisas revelaram que a relação entre gorduras lácteas e saúde do coração não é tão simples. Estudos da NDC e de terceiros indicam que o consumo de leite, queijo e iogurte, sejam integrais ou com baixo teor de gordura, não está associado ao aumento do risco de DCV.

 Revisões científicas apontam impacto neutro ou protetor
Diversas revisões sistemáticas e meta-análises constataram que os laticínios podem ter impacto neutro e, em alguns casos, até efeito protetor para a saúde cardiovascular.

Uma revisão sistemática de 2016, parcialmente financiada pelo NDC, encontrou uma associação neutra ou favorável entre o consumo de laticínios e os desfechos cardiovasculares. Os pesquisadores destacaram que a recomendação de priorizar laticínios com baixo teor de gordura não se baseia em evidências científicas sólidas e reforçaram a necessidade de mais estudos sobre o tema.
 
Queijo e leite podem reduzir riscos de doenças cardíacas e derrames
Uma revisão sistemática e meta-análise mais recente, de 2023, constatou que há evidências moderadas de que o consumo de cerca de uma porção de queijo por dia está associado a:

Redução de doenças cardíacas e derrames

Menor risco de mortalidade cardiovascular

Os pesquisadores observaram que a matriz do queijo, formada pela sua estrutura complexa de componentes físicos, nutricionais e bioativos, pode desempenhar um papel essencial na digestão, absorção e no impacto final na saúde humana.

Estudo reforça benefícios dos laticínios integrais
No estudo histórico Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE), publicado em 2023, os pesquisadores descobriram que o consumo de duas porções diárias de laticínios, principalmente integrais, associado à ingestão de frutas, verduras, nozes, leguminosas e peixes, estava relacionado a:

30% de redução no risco de mortalidade por todas as causas

19% de redução no risco de acidente vascular cerebral

18% de redução no risco de doenças cardiovasculares

14% de redução no risco de ataque cardíaco

Os autores concluíram que os laticínios, incluindo os integrais, desempenham um papel importante na promoção da saúde do coração.
 
Associação positiva dos laticínios com a saúde
Outro estudo de 2023, baseado em dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição  (NHANES) com mais de 46 mil adultos nos EUA, revelou que o consumo de laticínios está associado à redução de 26% no risco de mortalidade por doenças cardíacas em pessoas com 19 anos ou mais.

Além disso, os pesquisadores constataram que o consumo de laticínios não aumenta a mortalidade por todas as causas nem está associado ao risco de morte por câncer.

Gorduras lácteas têm composição única
Os resultados dessas pesquisas destacam que a gordura láctea possui uma composição exclusiva, formada por mais de 400 ácidos graxos que parecem interagir de forma distinta em comparação com outras fontes de gordura saturada.

Além disso, os laticínios apresentam matrizes físicas e nutricionais complexas, que podem influenciar diretamente a digestão, a absorção e a biodisponibilidade de nutrientes, ampliando seus potenciais benefícios para a saúde cardiovascular.

As informações são da Dairy Foods Magazine, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint


Jogo Rápido
Sict terá ações focadas em inovação, ciência e tecnologia para o agronegócio na 48ª Expointer 
A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) marcará presença na 48ª Expointer, que acontece de 30 de agosto a 7 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A pasta terá uma programação especial relacionada ao Centro de Inteligência do Agronegócio, incluindo atividades do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, e um evento de certificação do programa Produtos Premium. “Estar presente na Expointer é fundamental para reafirmarmos o papel da Sict como articuladora da inovação no agronegócio gaúcho. É nesse espaço que conseguimos mostrar, na prática, como políticas públicas na área de inovação, ciência e tecnologia se conectam à produção rural. Um exemplo disso é o Centro de Inteligência do Agronegócio, um hub estratégico para transformar dados em decisões, apoiar produtores e impulsionar a competitividade do setor”, destaca a titular da Sict, Simone Stülp. A programação do Centro de Inteligência do Agronegócio acontecerá no estande do governo do Estado na Expointer e será concentrada nos dias 5 e 6 de setembro, com início às 10h e final previsto para em torno das 17h. Entre os destaques do dia 5, estão os painéis “Azeites de Oliva do Rio Grande do Sul”, às 12h; “Living Labs no Agro: Inovação Colaborativa e Conexões Globais”, às 13h30; “Selo Cordeiro Premium Gaúcho: Organização da Cadeia, Qualidade e Valor Agregado”, às 15h; e “Certificação e Valorização da Lã Gaúcha: Rumo ao Selo Premium”, às 15h30. Já no dia 6, a Sict estará no painel “Inovação Agrícola 4.0: Tecnologias e Impactos Sustentáveis”, às 11h.  (Expointer)


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Porto Alegre, 27 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.467


​Conseleite Paraná

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 26 de agosto de 2025 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Julho de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Agosto de 2025, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Agosto de 2025 é de R$ 4,3122/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br.


Estudantes criam ração para reduzir emissão de metano na pecuária

Pesquisa tem parceria de rede de pesquisa e inovação

Inspirado pelo trabalho dos avós agropecuaristas, o estudante João Pedro Decarli, de 14 anos, está desenvolvendo uma ração para bovinos que visa reduzir as emissões de metano na pecuária. A ração é enriquecida com peptídeos antimicrobianos e metabólitos secundários extraídos do fungo Trichoderma.“Diante das mudanças climáticas e dos problemas gerados por elas na nossa região e no país, a ideia foi colocar essa funcionalidade, da redução de emissão do gás metano, na composição da ração”, ressalta João Pedro.O projeto está sendo desenvolvido na Academia Donaduzzi do Biopark Educação, em Toledo (PR), sob a orientação da docente Jessica Pandini Klauck. O estudante Leonardo Schroder Volkweis, também de 14 anos, se juntou ao colega no desenvolvimento da pesquisa. Em entrevista à Globo Rural, eles ressaltam que o objetivo também é potencializar a produção de leite, melhorar a qualidade da carne e fortalecer a imunidade dos animais.A professora afirma que a iniciativa alia biotecnologia e sustentabilidade, “buscando soluções naturais para diminuir os gases de efeito estufa e tornar a pecuária mais produtiva e ambientalmente responsável”.

O primeiro passo foi pesquisar os dados referentes à produção de metano na atividade pecuária. Leonardo destaca que o setor é responsável por cerca de 28% das emissões globais desse gás, principalmente devido à digestão dos ruminantes. “É um grande desafio ambiental, com forte impacto no aquecimento global”, reforça.

Pesquisa
Jessica explica que a principal estratégia da pesquisa é o uso da ração enriquecida com compostos antimicrobianos extraídos do fungo Trichoderma harzianum, capazes de reduzir a produção de metano no rúmen. Outra alternativa estudada é a macroalga vermelha Asparagopsis taxiformis, que pode diminuir em até 99% as emissões quando incluída em pequenas quantidades na dieta. “Já em testes nos Estados Unidos, seus resultados preliminares são bastante promissores”, acrescenta a professora.

João Pedro também destaca os benefícios do composto não envolver produtos químicos ou artificiais e que várias análises estão sendo feitas a fim de se chegar no melhor resultado. “Pensamos não só na melhora da produtividade, mas também na saúde do animal”, frisa.

Para dar andamento à proposta, foi firmada uma parceria com o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) do Biopark, que possibilitará que pesquisadores auxiliem na parte experimental do projeto. Os dois estudantes desejam que o produto seja disponibilizado no mercado e pretendem acompanhar os trâmites para aprovação. "Acredito que a pesquisa tem capacidade de ir para frente e revolucionar a indústria pecuarista", avalia Leonardo.

Premiações
João Pedro participa das atividades do clube de ciências no Biopark desde 2021. “É uma grande oportunidade, a gente pode realizar projetos, participar de feiras e ampliar nosso conhecimento”, comenta. Em 2022, ele criou um suplemento alimentar para bovinos, formulado com ingredientes naturais, com o objetivo de aumentar a produção de leite. Com esse projeto, conquistou o segundo lugar na categoria Ensino Fundamental II na 12ª Feira de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Paraná - Campus Palotina.

Em 2023, João Pedro desenvolveu um novo suplemento natural para bovinos, dessa vez com foco na redução da emissão de gás metano, contribuindo para a sustentabilidade ambiental. (Globo Rural)

SOJA/CEPEA: Indicadores atingem as máximas do ano

Soja estão firmes no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação vem da maior demanda pelo grão e da valorização do dólar – o câmbio movimentou as negociações nos portos, acirrando a disputa entre consumidores domésticos e importadores. 

Os preços do complexo soja estão firmes no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação vem da maior demanda pelo grão e da valorização do dólar – o câmbio movimentou as negociações nos portos, acirrando a disputa entre consumidores domésticos e importadores. Além disso, a redução dos custos com frete elevou os valores no interior do País. 

Nesse cenário, os Indicadores CEPEA/ESALQ – Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ – Paraná da soja em grão operam nas máximas do ano. Para os derivados, as negociações estão aquecidas, sobretudo as envolvendo o farelo para a exportação. Pesquisadores do Cepea indicam que, atentos às recentes valorizações e temendo altas mais significativas, consumidores domésticos realizaram novas aquisições de farelo para completar os estoques. (Terra Viva)


Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Quedas nos preços domésticos perdem força
Milho perdeu a força ao longo da semana passada, com algumas regiões chegando a apresentar leve alta. Pesquisadores do Cepea indicam que a sustentação aos preços veio da posição firme de vendedores e das valorizações nos portos. Mesmo com a colheita em fase final, o movimento de queda nos preços do milho perdeu a força ao longo da semana passada, com algumas regiões chegando a apresentar leve alta. Pesquisadores do Cepea indicam que a sustentação aos preços veio da posição firme de vendedores e das valorizações nos portos, que, por sua vez, foram influenciadas pela melhora no ritmo dos embarques e pelos avanços do dólar e das cotações externas. Parte dos vendedores consultados pelo Cepea voltou a limitar a oferta no spot, se concentrando nas atividades de campo e no aguardo de melhores oportunidades. Outros que já estão com o cereal colhido e armazenado não mostram necessidade de venda imediata. Compradores domésticos, por sua vez, priorizam o consumo dos estoques e/ou preferem guardar a entrega dos lotes negociações antecipadamente – pesquisadores do Cepea destacam, inclusive, que esse contexto limitou maiores avanços preços internos. (Terra Viva)


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Porto Alegre, 26 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.466


Leite projetado a R$ 2,3712 para o mês de agosto no RS

O valor de referência projetado para o leite no mês de agosto no Rio Grande do Sul está em R$ 2,3712, 2,35% abaixo do estimado do mês de julho (R$ 2,4283). O dado foi divulgado na manhã desta terça-feira (26/8) durante reunião do Conseleite. 

O colegiado também divulgou o valor consolidado de julho, que fechou em 2,4592, 1,21% acima do valor final de junho (R$ 2,4299). Segundo o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, os dados reproduzem o mercado dos primeiros 20 dias do mês de agosto e consideram informações fornecidas pelas indústrias. (Sindilat)


Precisamos de sistemas de produção de leite mais circulares

Sistemas circulares na produção de leite fecham ciclos de nutrientes e água, reduzindo impactos e fortalecendo a sustentabilidade. Saiba mais!Segundo o estudo “Perspectivas para Agropecuária 2025-2034” (OECD/FAO, 2025) a produção mundial de leite deverá crescer 1,8% ao ano na próxima década, mais rápido do que a maioria das outras commodities agrícolas. O crescimento da produtividade será alcançado por meio da otimização dos sistemas de produção, melhoria da saúde animal, maior eficiência alimentar e melhor genética. Há tendência crescente em direção a práticas sustentáveis, como as relacionadas ao uso da água e ao manejo de dejetos.A importância econômica, social e como fornecedora de proteína de qualidade da pecuária leiteira para a humanidade e para o Brasil é indiscutível, como demonstrado pelo índice de crescimento citado acima, mas os impactos ambientais negativos da atividade exigem repensar a relação desta com os sistemas naturais. 

Repensar esta relação por significar migrarmos de sistemas lineares para circulares.

Economia linear: e aquela na qual os recursos finitos são extraídos para produzir produtos que são usados, geralmente, não em seu potencial máximo, conceito do “extrair-produzir-descartar” (Hamam et al., 2021). Van der Wiel et al. (2019) sistemas de produção animal são altamente lineares o que lhes confere elevada ineficiência no uso de insumos e recursos naturais.
 
Sistema produtivo circular: segundo Jurgilevich et al. (2016) um sistema produtivo circular utiliza práticas e tecnologias que minimizem a entrada de recursos finitos, incentivando o uso de recursos regenerativos, prevenindo a perda de recursos naturais (por exemplo, nitrogênio, fósforo e água) e estimulando a reutilização e a reciclagem das perdas inevitáveis.
A base científica da Economia Circular (EC) ainda está no seu início, mas é importante estabelecer a definição e os objetivos antes que uma estratégia de EC possa ser avaliada. Velasco-Munoz et al. (2021) definem a EC em sistemas agropecuários como o conjunto de atividades destinadas não apenas a garantir a sustentabilidade da agricultura por meio de práticas que buscam o uso eficiente e eficaz dos recursos, mas também garantir a regeneração e a biodiversidade dos agroecossistemas e nos ecossistemas circundantes.

O Brasil tem urgência em estabelecer o seu conjunto de políticas em economia circular. O Decreto nº 12.082, de 27 de junho de 2024 institui a Estratégia Nacional de Economia Circular. Considera-se economia circular o sistema de produção que mantém o fluxo circular de recursos, baseando-se nos princípios da não geração de resíduos, da circulação de produtos e materiais e da regeneração.

Muscat et al. (2021) destaca que a aplicação dos princípios de circularidade nas unidades de produção pecuária é uma forma de reduzir os impactos ambientais negativos da atividade. Van Hal et al. (2019) enfatizam que a produção leiteira é uma das mais promissoras na transição para um sistema circular. Stanchev et al. (2020) apontam que a pecuária leiteira tem todo potencial de circularidade, pois pode promover o fechamento dos ciclos de nutrientes e água na propriedade, mas destacam que ainda existem muitos desafios para alcançar esta circularidade.

No mundo há pouco estudos sobre a circularidade dos sistemas leiteiros e no Brasil estes são inexistentes.

Ewert (2025) identificou as dificuldades e barreiras para produtores europeus adotarem as práticas e tecnologias da economia circular. Dos entrevistados, 65% responderam que adotavam pelo menos um método de agricultura circular. A barreira mais significativa para a adoção é o alto custo inicial de implementação, seguido por conhecimento limitado e obstáculos regulatórios. Compostagem e produção de biogás foram as práticas mais amplamente adotadas, enquanto agricultura de precisão e reuso de água foram menos adotados.

A pecuária circular enfatiza a redução dos resíduos, a eficiência de uso dos recursos e sistemas de circuito fechado. Os principais componentes incluem:

Eficiência do uso de insumos, recursos naturais e energia: otimizar o uso das águas de serviço e irrigação, do solo e dos nutrientes por meio de abordagens de precisão, utilizar sistemas de circuito fechado e ter uma matriz híbrida de energia (biomassa, solar e eólica);

Redução dos resíduos: minimização do desperdício de insumos, implementação de práticas de precisão na utilização de fertilizantes e no arraçoamento dos animais;

Reuso dos resíduos: uso dos subprodutos (lodos, efluentes, compostos, digestato, etc.) de processos de tratamento (lagoas, biodigestores, compostagem, etc.) como material fertilizante;

Conservação dos recursos naturais: utilização de práticas de conservação do solo e das fontes de água superficiais e aproveitamento de água da chuva.

Os desafios ambientais presentes e futuros à produção de leite exige que migremos de sistemas lineares para circulares. Muitas práticas de circularidade já estão acontecendo nas propriedades brasileiras como o uso dos resíduos orgânicos como fertilizante e a geração de energia a partir destes resíduos.

Mas foi-se o tempo só de fazer! 

Devemos planejar, documentar, monitorar e reavaliar todos os processos para primeiro: melhorar a gestão do sistema de produção sendo eficientes no uso de insumos e recursos naturais, reduzindo ao mínimo os passivos ambientais; segundo: mostrar para sociedade que prezamos por um sistema econômico aliado do meio ambiente, portanto, circular! (Milkpoint)

Leite de vaca continua essencial: ciência reforça benefícios à saúde

Consensos de especialistas mostram que o leite é seguro, nutritivo e deve fazer parte da alimentação em todas as fases da vida.

O leite sob os holofotes das redes sociais
Nos últimos anos, o leite de vaca tem sido alvo de debates intensos nas redes sociais. Influenciadores e modismos dietéticos frequentemente colocam os laticínios como vilões, sugerindo que seriam inflamatórios ou inadequados para adultos. Mas a ciência segue em outra direção. Um consenso publicado em 2024 pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e pela Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) concluiu, com base em evidências sólidas, que o leite é um alimento adequado, seguro e funcional ao longo de toda a vida.

Um alimento humano por excelência
Diferente de outros mamíferos, os humanos desenvolveram variantes genéticas que permitem manter a produção de lactase, enzima que digere a lactose, após o desmame. Além disso, a microbiota intestinal evoluiu para ajudar na fermentação desse açúcar. Esse processo adaptativo explica por que o consumo de leite se consolidou como prática cultural e biológica.

Do ponto de vista nutricional, o leite se destaca: um copo de 200 mL contém em média 244 mg de cálcio e 6,4 g de proteína, cobrindo de 11% a 35% das necessidades diárias, dependendo da idade.

Proteínas do leite: qualidade nutricional máxima
As proteínas do leite — caseínas e proteínas do soro (whey) — possuem altíssimo valor biológico. Elas oferecem todos os aminoácidos essenciais em proporções ideais, superando a maioria das fontes vegetais.

Avaliações por métodos internacionais como PDCAAS e DIAAS atribuem às proteínas do leite nota máxima, comparável apenas à albumina do ovo. Além disso, estudos mostram efeitos funcionais notáveis, graças a peptídeos bioativos que exercem ações:

Anti-hipertensiva,
Antioxidante,
Anti-inflamatória,
Antimicrobiana,
Reguladora do apetite.
Componentes como a lactoferrina e a membrana do glóbulo de gordura do leite (MFGM) ampliam ainda mais o impacto positivo na saúde.

Cálcio: insubstituível na dieta
Embora vegetais como espinafre e couve contenham cálcio, nenhum alimento natural oferece a mesma combinação de quantidade, absorção e praticidade que o leite. Sua biodisponibilidade acima de 30% o torna a principal fonte dietética desse mineral.

O consumo regular de leite contribui para:

Prevenção de osteopenia, osteoporose e raquitismo,
Desenvolvimento ósseo na infância e adolescência,
Proteção contra hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares na vida adulta,
Combate à sarcopenia em idosos.
Mito: leite provoca inflamações?
Um dos argumentos mais difundidos contra o leite é de que ele causaria processos inflamatórios. O consenso brasileiro desmente essa ideia. Pesquisas apontam que, em pessoas saudáveis, o consumo de leite está associado até mesmo à redução de marcadores inflamatórios, como proteína C reativa (PCR) e citocinas pró-inflamatórias.

A única exceção é a alergia à proteína do leite de vaca (APLV), uma condição clínica específica, distinta da intolerância à lactose. Nesses casos, a exclusão do leite é necessária.

Intolerância à lactose: soluções práticas
Outro mito é que o consumo frequente de leite aumentaria o risco de intolerância à lactose. Na verdade, ocorre o oposto: quanto mais leite se consome ao longo da vida, menor tende a ser a intolerância, devido à adaptação intestinal.

Mesmo indivíduos diagnosticados costumam tolerar até 12 g de lactose por dia, equivalente a um copo de leite. Para quem apresenta sintomas, existem alternativas seguras:

Leite sem lactose,
Uso de enzima lactase em cápsulas,
Consumo fracionado,
Combinação com fibras e gorduras.
O que deve ser evitado é a retirada indiscriminada de laticínios, que pode gerar deficiências nutricionais graves.

Leite UHT: seguro e nutritivo
Outra crítica comum é ao leite UHT (ultrapasteurizado). No entanto, estudos confirmam que o processo térmico não compromete proteínas, cálcio nem vitaminas. Pelo contrário, garante segurança microbiológica, elimina a necessidade de conservantes e amplia a acessibilidade ao alimento, mantendo preço competitivo e prazo de validade estendido.

Em todas as fases da vida
Segundo o consenso, o leite deve ser recomendado em todas as etapas: infância, adolescência, vida adulta, gestação e envelhecimento. Guias alimentares nacionais e internacionais indicam de duas a três porções de laticínios por dia, preferencialmente versões com baixo teor de gordura para adultos e integrais para crianças.

Além da densidade nutricional, o leite se destaca pelo custo-benefício, sendo uma das fontes mais acessíveis de proteína e cálcio em países onde a deficiência de minerais é um problema de saúde pública.

Conclusão: ciência contra os modismos
Apesar das polêmicas, a ciência brasileira e internacional é clara: o leite é seguro, nutritivo e essencial. Excluir o alimento da dieta sem orientação profissional representa risco nutricional e perda de benefícios importantes para a saúde.

A recomendação dos especialistas é simples: confie na ciência, não nos modismos. O leite continua sendo um dos pilares de uma alimentação equilibrada, acessível e funcional.

Adaptado para eDairyNews, com informações de Compre Rural e supervisão da Redação.


Jogo Rápido
Mapa publica regulamento para a premiação do Selo Agro Mais Integridade 25/26
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou o regulamento para a premiação do Selo Agro Mais Integridade, relativo ao biênio 2025/2026, por meio da Portaria nº 828. A iniciativa é destinada a empresas do agronegócio que, reconhecidamente, desenvolvam boas práticas de integridade, ética, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental. A premiação é uma iniciativa promovida pelo Mapa, com o apoio de instituições parceiras, com o objetivo de estimular a implementação de programas de integridade e ética; conscientizar as empresas sobre seu relevante papel no enfrentamento de práticas concorrenciais desleais ou contrárias à integridade; reconhecer as práticas de integridade e ética implementadas pelas empresas do agronegócio no mercado nacional; e reduzir os riscos de ocorrência de fraudes e corrupção nas relações entre o setor público e o setor privado vinculado à prática do agronegócio. (Terra Viva)


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Porto Alegre, 25 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.465


Tecnologia e gestão: como foi reta final do Interleite Brasil 2025

Tecnologias, inteligência artificial e gestão eficiente impulsionam o crescimento de fazendas leiteiras familiares no Interleite Brasil 2025.

Na reta final do Interleite Brasil 2025 o período da tarde do nosso segundo dia iniciou com o Painel 6: Inserção tecnológica em fazendas leiteiras familiares, oferecido pela Rúmina, onde foram discutidas soluções e ferramentas que promovem a transformação digital no setor. 

O painel abordou temas como a digitalização do produtor de leite, experiências práticas de integração tecnológica em fazendas familiares e o uso da inteligência artificial na gestão da produção leiteira. 

Para dar início às apresentações, contamos com a presença de Renan Vitor Faccio, médico veterinário, especialista em nutrição animal da CCGL, ele apresentou o SmartCOP, plataforma que integra dados de gestão, produção e pecuária para aumentar a eficiência e tomada de decisão nas fazendas familiares. Segundo Renan; “A gente acredita muito nessa assistência técnica digital e hoje vocês devem estar vivendo isso.“  enaltecendo a necessidade de plataformas cada vez mais completas que facilitem a comunicação com o produtor 

A segunda palestra ficou por conta de Yago Silveira, gerente de Captação e Fomento na Alvoar Lácteos, que apresentou um pouco sobre a metodologia de operação da Alvoar no Nordeste destacando o uso de aplicativos integrados para produtores, transportadores e técnicos, que permitem gestão de produção, rastreabilidade, compliance ambiental e previsibilidade financeira. “Um fortalecimento da nossa base de dados, permite identificar os principais riscos e oportunidades para os produtores, além de otimizar a gestão e a eficiência dos consultores e da equipe de campo.” disse o gerente.

O fechamento do bloco foi feito por Laerte Cassoli, co-fundador e CEO da Rúmina, que apresentou como a Rumina integra inteligência artificial e WhatsApp. “Por que não unir a inteligência artificial que nós já temos, com o whatsapp? Juntamos as duas coisas para facilitar a vida do produtor”. Segundo ele, a plataforma permite facilitar a gestão de dados na pecuária de leite, desde registros zootécnicos até consultas e alertas automáticos. 

Gestão, um dos pilares da produção
O último painel do Interleite Brasil 2025 teve como foco uma das temáticas mais importantes para quem quer evoluir na pecuária leiteira o Painel 7: Gestão aplicada a fazendas familiares, contou com dois especialistas em gestão que contaram um pouco sobre como esse tópico muitas vezes deixado de lado tem o poder de transformar uma produção inteira

O primeiro a falar foi Dirceu Borges, superintendente do Senar/GO, que apresentou o programa de assistência técnica do Senar Goiás, destacando como gestão, capacitação e tecnologia aumentam a produtividade e a renda de pequenos e médios produtores rurais. Segundo ele sem gestão de nada adianta um aumento na produtividade "produtividade sem gestão é igual a crescimento sem lucro" afirmou o superintendente

Para fechar o evento Fernanda Ragazzi, consultora especialista em gestão de fazendas, que destacou princípios de gestão eficiente em fazendas leiteiras, enfatizando propósito, planejamento e padronização de processos. Ressaltou a importância da gestão financeira, da sustentabilidade e do trabalho em equipe familiar, “Quando todos na família sabem para onde a fazenda está indo, cada decisão deixa de ser um conflito” disse. Fernanda finalizou refletindo sobre o legado do gestor e a construção de uma história duradoura na atividade rural. (Milkpoint)


Evolução da produção mundial de leite no 1º semestre de 2025

As estimativas dos principais organismos especializados em mercado lácteo, preveem aumento entre 0,8% e 0,4% da produção mundial de leite. Dados publicados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), que levam em consideração os principais países importadores e produtores que representam 55% da produção mundial, mostram que a produção mundial, no primeiro semestre de 2025, subiu 1,05% em relação ao mesmo período de 2024. O OCLA observa que o volume total dos produtores habituais -União Europeia (UE), Estados Unidos da América (EUA), Nova Zelândia, Austrália, Argentina e Uruguai – subiu 0,6% nos primeiros seis meses do ano, mostrando que a oferta no comércio mundial esteve um pouco restrita, diante de um leve crescimento da demanda, sobretudo pela retomada das compras chinesas no decorrer de 2025 e um comércio mais dinâmico do Sudeste Asiático. Esta combinação fez com que os preços das principais commodities lácteas tenham permanecido elevados no mercado mundial. É importante lembrar que o comércio internacional, sem considerar os negócios dentro da UE, oscila entre 11% e 12% da produção mundial de leite, fazendo com que a variação da produção tenha um impacto significativo nos preços, o que caracteriza a alta volatilidade desse mercado. 

Nota: os dados da tabela não incluem Índia e Paquistão, países onde a produção de leite vem aumentando acima da média mundial.

Fonte: DiarioLechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br

Italac é a marca de lácteos mais comprada do Brasil pelo 9º ano consecutivo

A marca reafirma sua posição de destaque no setor, com presença consistente nos lares brasileiros, segundo pesquisa anual da Kantar Worldpanel

A Italac conquista, mais uma vez, uma das mais importantes validações de consumo do país: é a marca de lácteos mais comprada do Brasil pelo nono ano consecutivo, de acordo com a pesquisa Brand Footprint Brasil 2025, da divisão Worldpanel by Numerator, que monitora o consumo dentro do lar em todo o território nacional.

O levantamento utilizou o indicador CRP (Consumer Reach Points), métrica que avalia a frequência e a penetração das marcas nos lares brasileiros. O resultado reforça a posição da Italac no cotidiano dos consumidores e sua trajetória de confiança ao longo dos anos, consolidando-se como uma das principais marcas de bens de consumo massivo do país.

“Esse resultado não é apenas sobre liderança, mas reflete consistência e compromisso que nos move a fazer sempre o melhor. Ser, ano após ano, a marca de lácteos mais escolhida pelos brasileiros mostra que o consumidor reconhece e valoriza o nosso trabalho, feito com carinho e todo o cuidado que são essenciais para as famílias brasileiras”, destaca Alexandre Teixeira, Diretor de Marketing da Italac.

Com presença nacional e um portfólio diversificado, a Italac alia eficiência à sensibilidade em compreender o comportamento do consumidor. O reconhecimento da Kantar reflete uma entrega contínua de qualidade, segurança e confiança. “Essa conquista é coletiva. É de cada colaborador, produtor rural e parceiro comercial que acredita na nossa trajetória. E, principalmente, é do consumidor, que nos escolhe para estar à sua mesa todos os dias”, completa Alexandre.

Fonte: Kantar divisão Worldpanel | Painel de Lares (consumo dentro do lar) | Brasil | Ano móvel Outubro/2024 | indicador: CRP


Jogo Rápido
Lactalis continua seu desenvolvimento na Oceania, Sudeste Asiático e Oriente Médio com aquisição das atividades de grande consumo da Fonterra
Laval (França), 22 de agosto de 2025 – A Lactalis anunciou a assinatura de um acordo para compra das operações de grande consumo, negócios integrados de Foodservice e Ingredientes da Fonterra na Oceania, Sudeste Asiático e Oriente Médio. O negócio representa mais de 5,6 bilhões de dólares neozelandeses em vendas líquidas (mais de R$ 17,5 bilhões), inclui 16 unidades de fabricação na Austrália, Nova Zelândia, Sri Lanka, Malásia, Indonésia e Arábia Saudita e a incorporação de 4.300 funcionários. Ficam excluídas as operações na Grande China. A aquisição abrange marcas conhecidas como Mainland, Anchor, Perfect Italiano, Western Star, Ratthi, Cheesdale, Fernleaf, Anlene e Anmum. A transação está sujeita às validações regulatórias necessárias, incluindo a aprovação dos acionistas agricultores. (Lactalis do Brasil)


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Porto Alegre, 22 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.464


Cases de sucesso e estratégias de associação: veja como começou o segundo dia de Interleite Brasil

O segundo dia do Interleite Brasil 2025 começou com o Painel 4: Quem já foi pequeno produtor mostra os caminhos para o crescimento. Patrocinado pela Kuhn, o painel destacou dois cases de sucesso, em que produtores compartilharam suas trajetórias e revelaram como superaram os desafios da produção.

O primeiro relato foi de Marius Bronkhorst, proprietário da Chácara Nova Esperança e integrante da seleta lista de produtores que compõem o Top 100 MilkPoint / ABRALEITE. Ele destacou os desafios enfrentados, como investimentos pesados, mudanças no manejo, aumento da produção e verticalização da atividade. “Como chegamos até aqui? Muita determinação, persistência e uma boa dose de resiliência”, afirmou o produtor durante sua palestra.

O segundo case de sucesso foi apresentado por Marlene Kaiut, conhecida como a Rainha do jersey a produtora relatou como foi a experiência de sair do mundo da moda para se tornar uma das mais bem sucedidas produtoras de gado jersey, contando sobre as dificuldades enfrentadas e as soluções encontradas para seguir com a produção. Marlene tembém enfatizou a importância de se arriscar para chegar aonde chegou, "Às vezes as pessoas não se arriscam por medo ou comodismo, e por consequência não saem do lugar" disse. 

A última palestra do painel foi apresentada por Nicolas Guillou, CEO da KUHN no Brasil. Ele detalhou a importância de misturadores e máquinas automáticas na alimentação animal, mostrando ganhos de eficiência, precisão e redução de mão de obra. Por fim, apresentou soluções de automação completas e comerciais, que operam de forma autônoma e aproveitam a infraestrutura existente das fazendas. “A escassez de mão de obra é um desafio cada vez mais frequente. Investir em automação representa ganho de tempo, economia de recursos e simplificação dos processos.”, completou o CEO, reforçando a importância da automação. 

Técnicas para produtores agregarem valor a sua produção
O segundo painel da parte da manhã foi o Painel 5: Estratégias associativas e de diferenciação, foi oferecido pela F5, nele palestrantes trouxeram como ações coletivas e modelos de negócio diferenciados podem gerar mais escala, agregar valor e fortalecer produtores

A palestra de abertura do painel ficou por conta de Antônio Carlos de Souza Lima Neto, Diretor-Superintendente do Sebrae/GO, ele abordou a agregação de valor e verticalização na produção de leite, destacando os desafios e os benefícios do processo. Apresentou exemplos de queijarias goianas que agregaram valor com produtos A2A2, selos de certificação e turismo. segundo o Diretor, "A verticalização possui sim desafios, porém gera valor agregado e este não é só preço, é percepção, qualidade e conexão com o consumidor."

A segunda palestra do painel foi apresentada por Victor Vidal, Supervisor comercial da F5 Fueling Sustainability, ele apresentou o DDG de alta proteína da F5 e afirmou: “O FS Essencial - DDG de Alta Proteína é uma alternativa inteligente para a dieta, que foca em eficiência proteica e mais kg de leite por vaca”

Para finalizar Luis Carlos Brandt, da Natercoop/ES apresentou os condomínios de produção como alternativa de escala para produtores familiares, no modelo, o cooperado investe em cotas de animais, enquanto a cooperativa fornece infraestrutura, insumos, mão de obra e gestão diária, entregando relatórios técnicos e econômicos. "Independente do modelo de produção, a eficiência é primordial, e os conceitos de economia compartilhada podem contribuir muito para a rentabilidade na atividade", destacou Luis. O sistema permite diluição de custos, ganho de escala e precificação otimizada, beneficiando produtores sem imobilizar capital. (Milkpoint)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1881 de 21 de agosto de 2025 

BOVINOCULTURA DE LEITEAs pastagens com maior disponibilidade de massa verde foram destinadas às vacas em lactação, em um primeiro lote, e às vacas secas e novilhas, em sequência. As condições climáticas recentes favoreceram o conforto térmico dos animais, beneficiando o bem-estar e a sanidade dos rebanhos. A produção de leite manteve-se estável ou apresentou leve aumento em propriedades com oferta de pastagens e suplementação alimentar adequadas, especialmente silagem e concentrados. A qualidade nutricional das forragens, que apresentam maior teor de proteínas, contribuiu para a manutenção do escore corporal e para o aumento da ingestão alimentar. O uso de suplementação foi necessário em áreas com oferta insuficiente de forragem para garantir condição corporal satisfatória. 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as propriedades com disponibilidade de silagem estão apresentando produtividades crescentes; nas que dependem exclusivamente de pastagens cultivadas, o volume de produção ficou abaixo do normal. 

Na Campanha, a produtividade aproximou-se de 28 litros/vaca/dia em algumas propriedades, com a participação das vacas em início de lactação. As reservas de silagem e de feno têm sido administradas para chegarem até o final do inverno. 

Na de Caxias do Sul, a produtividade ficou estável, mas houve auxílio da complementação alimentar com silagem de milho. As condições de bem-estar foram satisfatórias em razão das temperaturas amenas e da menor formação de barro. A condição nutricional dos animais confinados permaneceu adequada, e foi oferecida dieta à base de silagem de milho e de concentrados. A qualidade do leite está dentro dos padrões do Ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA), sem registros de exclusões de propriedades por laticínios ou cooperativas.

Na de Erechim, os rebanhos apresentaram bom estado sanitário e nutricional, beneficiados pelas temperaturas mais elevadas, que proporcionam melhor conforto térmico. A maioria das propriedades registrou aumento na produção de leite no período, sustentada pela melhora na qualidade nutricional dos pastos, especialmente pelo maior teor de proteínas. O escore corporal está adequado. 

Na de Frederico Westphalen, houve leve aumento na produção, associado à melhoria da qualidade das pastagens e ao maior tempo de pastejo, inclusive nas perenes de verão que foram sobre semeadas. Foi possível reduzir a quantidade de alimentos concentrados na dieta. 

Na de Ijuí, a produção seguiu aumentando lentamente, mas em volume inferior ao mesmo período do ano passado. Os animais apresentaram sanidade e escore corporal satisfatórios. Na de Passo Fundo, o escore corporal está adequado, e a produção de leite estável. Foi necessário o uso de alimentos conservados e concentrados.
Na de Pelotas, a boa oferta de forragem em alguns municípios e as condições climáticas, que permitiram o pastejo, contribuíram com a manutenção ou com o aumento da produção. No entanto, a suplementação alimentar foi necessária em determinados locais. 

Em Rio Grande, a maior incidência de radiação solar foi benéfica para o conforto dos animais. Na de Santa Rosa, o volume de produção manteve-se elevado devido às condições ambientais favoráveis, à qualidade e à quantidade adequadas dos volumosos, além da concentração de partos próximos ao inverno. O tempo seco evitou a formação de barro, melhorando a sanidade do rebanho e facilitando o manejo dos animais na sala de ordenha. De modo geral, as condições sanitárias dos rebanhos ficaram satisfatórias.

Na de Soledade, a oferta de forragem não foi suficiente para manter a condição corporal dos animais, e o uso de alimentação suplementar foi necessário, assim como na de Santa Maria, onde o escore corporal dos rebanhos ficou abaixo do ideal. (Emater editado pelo Sindilat/RS)

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 34/2025 – SEAPI

Nos últimos sete dias ocorreram chuvas expressivas no RS. Na quinta-feira (14), a propagação de uma frente fria no oceano manteve a nebulosidade e provocou garoas e chuviscos isolados, principalmente na Metade Leste.

O aumento das temperaturas e a menor ocorrência de precipitação contribuíram com o desenvolvimento e com a sanidade das pastagens, resultando em crescimento dentro do esperado e oferta satisfatória de forragem. As condições climáticas também beneficiaram o rebrote, especialmente das pastagens perenes de verão. Os produtores continuaram a semeadura de milho para silagem e os demais preparos das áreas de verão. As forrageiras de inverno, principalmente aveias, apresentam sinais de finalização do ciclo, e há grande parte das plantas em estádio reprodutivo, o que tende a reduzir a oferta de forragem no próximo mês. 

Na bovinocultura de corte e na de leite, as condições climáticas recentes favoreceram o bemestar e a sanidade dos rebanhos, beneficiando tanto o ganho de peso na bovinocultura de corte quanto a manutenção da produção de leite. Na maioria das regiões, a oferta adequada de pastagens e o uso de suplementação alimentar quando necessário contribuíram para a manutenção da condição corporal dos animais e para o desempenho produtivo em ambos os sistemas.

A próxima semana terá chuva forte e o retorno do frio intenso ao RS.  No decorrer da sexta-feira (22) e no sábado (23), a propagação de uma frente fria vai provocar chuva em todo estado, com possibilidade de temporais isolados. No domingo (24), ainda ocorrerão pancadas de chuva nos setores Norte e Nordeste, com tempo firme e temperaturas baixas nas demais regiões. Entre a segunda (25) e quarta-feira (27), o ingresso de uma nova massa de ar seco e frio manterá o tempo firme, com acentuado declínio das temperaturas e formação de geadas em diversas regiões.

Os volumes previstos deverão variar entre 50 e 100 mm na maioria dos municípios do Estado e poderão alcançar 150 mm em algumas localidades da Metade Sul. Nas Missões, Planalto, Região Metropolitana e na Fronteira Oeste são esperados totais entre 30 e 50 mm. (Seapi editado pelo Sindilat/RS)


Jogo Rápido
Dez anos de ordenha robotizada
A propriedade Tambo Nólio, no município de Paraí, completa em agosto 10 anos da instalação do primeiro robô de ordenha do Rio Grande do Sul. Associada à Cooperativa Santa Clara há quatro décadas, a família Nólio já está na terceira geração de sucessão e segue como referência em inovação na pecuária leiteira. O primeiro equipamento foi instalado em 2015, com capacidade de retirada de 2 mil litros de leite por dia. Com bons resultados, três anos depois foi adquirido o segundo robô. Atualmente, a produção diária chega a 5.500 litros. O sistema funciona 24 horas por dia, reconhecendo o animal por meio de sensores, higienizando e realizando a ordenha. Além de otimizar a rotina, também analisa a qualidade do leite. (Jornal do Comércio)


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Porto Alegre, 21 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.463


Políticas públicas para o setor lácteo gaúcho serão debatidas no Milk Summit Brazil 2025

O Milk Summit Brazil 2025, que acontece nos dias 14 e 15 de outubro em Ijuí (RS), durante a Expofest, debaterá o futuro da cadeia leiteira no Rio Grande do Sul. Produtores, técnicos, lideranças do setor e representantes de entidades ligadas à atividade se reunirão para discutir políticas públicas, inovação e oportunidades de negócios.

Entre os destaques da programação está a participação do secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Edivilson Brum, que abordará estratégias para fortalecer a competitividade e a sustentabilidade econômica, social e ambiental do setor lácteo gaúcho. O painel com o secretário ocorrerá na manhã do dia 14 de outubro e será um espaço de diálogo entre indústria, produtores e demais atores da cadeia.

“O Milk Summit Brazil será um palco de debates fundamentais para gerar emprego, renda e fortalecer o setor lácteo no RS”, afirma o secretário Edivilson Brum.

Além do painel com o secretário, o evento contará com palestras de especialistas nacionais, debates com instituições representativas do setor e degustação de produtos lácteos. O objetivo é consolidar o Milk Summit como ponto de encontro de produtores, cooperativas, indústrias, fornecedores e pesquisadores, ampliando o acesso a tendências e inovações.

O Milk Summit Brazil 2025 é uma realização da Seapi, Sindilat/RS, Prefeitura de Ijuí, Sebrae, Emater/RS-Ascar, Suport D Leite e Impulsa Ijuí. O evento conta com o patrocínio da Tetra Pak Brasil, Sicredi, Sicoob, Laboratório Base, Senar, Launer Química e RIT Resfriadores, e parceria com a ExpoFest Ijuí 2025, Fecoagro, Ministério da Agricultura, Hooks, Universidade de Passo Fundo,  UFSM – Centro de Ciências Rurais e  Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo site: www.milksummitbrazil.com.

As informações são do Milk Summit Brazil/Sindilat/Seapi. 


Sustentabilidade redefine estratégias no mercado de queijos

O mercado de queijos no Brasil avança com demanda por praticidade, inovação, queijos veganos e artesanais, enquanto a volatilidade pressiona margens.O mercado de queijos está passando por uma transformação significativa no Brasil, impulsionado pela busca dos consumidores por conveniência, inovação e novas alternativas alimentares, segundo relatório da Pristine.
O segmento combina tradição com modernização, abrindo espaço tanto para produtos premium quanto para opções à base de plantas.Entre as principais tendências, destaca-se o crescimento da demanda por queijos prontos para consumo, como os ralados e pré-fatiados.

Esses formatos oferecem praticidade no dia a dia e atendem ao ritmo acelerado das famílias urbanas, que buscam alimentos de preparo rápido e de fácil armazenamento.

Outra mudança relevante é a expansão das alternativas veganas e de origem vegetal, que conquistam participação de mercado em ritmo acelerado.

O público consumidor, cada vez mais atento às questões de saúde, bem-estar e sustentabilidade, pressiona a indústria a investir em formulações que entreguem sabor e textura semelhantes ao queijo tradicional.

A mussarela continua sendo a variedade mais demandada, especialmente devido à forte atuação de redes de pizzarias e estabelecimentos de food service.

Esse movimento mantém a pressão sobre a produção local e abre oportunidades para fabricantes que conseguem atender grandes volumes com regularidade e qualidade.

No segmento de valor agregado, cresce a procura por queijos artesanais e especiais premium, que chegam às gôndolas do varejo com preços mais elevados.

Esses produtos conquistam consumidores dispostos a pagar mais por diferenciação, identidade regional e características exclusivas de sabor e textura.

Outra tendência em ascensão é o uso do queijo em pó em alimentos industrializados, como salgadinhos, misturas de temperos e snacks.

A versatilidade desse ingrediente amplia a presença do queijo em diferentes categorias de produtos e fortalece a indústria de ingredientes lácteos.

Além disso, o mercado de marcas próprias vem ganhando espaço nas redes varejistas, pressionando os produtores tradicionais em suas margens de lucro.

A busca por competitividade leva indústrias a firmar contratos de fornecimento de longo prazo e, em muitos casos, a consolidar operações para reduzir riscos e garantir sustentabilidade financeira.

A sustentabilidade é outro fator central que molda estratégias. Rotulagem de carbono e compromissos ambientais estão se tornando diferenciais importantes, já que consumidores e parceiros comerciais priorizam cadeias produtivas que demonstram responsabilidade ambiental.

No campo da inovação, fabricantes têm investido em melhorias na durabilidade e conveniência do queijo ralado, ampliando a vida útil do produto e garantindo maior praticidade para diferentes ocasiões de consumo.

No entanto, o setor enfrenta desafios. A volatilidade dos preços do leite e das commodities lácteas comprime as margens dos fabricantes de queijo, principalmente em períodos de alta no preço pago ao produtor.

Nesse cenário, as indústrias precisam decidir entre absorver os custos ou repassá-los ao varejo, o que pode afetar diretamente a demanda. Para os pequenos e médios produtores, o risco é maior, o que leva à necessidade de adaptação e, em muitos casos, à consolidação do setor.

O relatório da Pristine reforça que o queijo mantém sua posição como alimento básico e de fácil digestão, mas agora inserido em um contexto em que o consumidor valoriza também os atributos de saúde e funcionalidade.

A crescente preferência por lanches ricos em proteínas e formatos práticos impulsiona inovações em SKUs voltados tanto para o varejo quanto para o food service.

Entre as iniciativas da indústria, destacam-se as reformulações de produtos, o lançamento de variantes fortificadas com maior teor de proteína e a expansão das embalagens em formatos portáteis, ideais para consumo fora de casa.

Dessa forma, o mercado de queijos no Brasil se consolida como um setor dinâmico, que combina tradição, inovação e adaptação às novas demandas de consumo. O futuro aponta para maior diversidade de opções, mais tecnologia aplicada à conveniência e crescente valorização da sustentabilidade como diferencial competitivo. (Edairy News)

Interleite Brasil 2025 começa com casa cheia

Com mais de 1.100 inscritos, o maior evento de conhecimento do setor lácteo brasileiro reuniu lideranças do agro, produtores, especialistas, técnicos e estudantes.

A cerimônia de abertura reuniu importantes lideranças do agro. Participaram da mesa: José Mário Schreiner, Presidente do Sistema Faeg/Senar e do Conselho Deliberativo do Sebrae; Antônio Carlos de Sousa Lima Neto, Superintendente do Sebrae Goiás; Dirceu Borges, Superintendente do Senar Goiás; Geraldo Borges, Presidente da Abraleite; José Ricardo Caixeta Ramos, Presidente da AGRODEFESA; Patrícia Honorato de Carvalho, Superintendente de Produção Rural da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Luis Alberto Pereira, Presidente do Sistema OCB/Sescoop; Jubrair Gomes Caiado Junior, Superintendente do Sistema OCB/GO; Jair José Antônio Borges, Presidente do Sindileite Goiás; e Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da MilkPoint Ventures. A condução ficou por conta da mestre de cerimônias Juliana Pertille.

Em sua fala, Marcelo Pereira de Carvalho destacou o propósito da MilkPoint Ventures e do evento em tornar o setor lácteo brasileiro mais bem-sucedido. “É para fazer do setor lácteo brasileiro o mais bem sucedido do mundo. Vocês vão falar que isso pode parecer uma insanidade, porque a gente é uma cadeia que é conhecida por ter dificuldades. E é verdade, ela tem dificuldades, mas ao mesmo tempo ela tem um potencial incrível. O potencial é enorme e eu não tenho dúvida que a gente vai chegar lá.”, pontuou.

Logo após a abertura, o evento deu início ao primeiro painel, “O contexto atual da produção de leite no Brasil e no mundo”, com oferecimento da Milhão Ingredients. O debate trouxe reflexões sobre os diferentes cenários que impactam a cadeia produtiva, tanto no Brasil quanto no exterior.

Abrindo as apresentações, Zander Navarro, da Embrapa, destacou os desafios estruturais do Brasil rural, apontando que o esvaziamento populacional do campo e as transformações sociais e ambientais exigem mudanças urgentes de postura. “O futuro do Brasil rural é marcado pelo esvaziamento demográfico, desafios sociais e ambientais, e pela necessidade urgente de mudança de comportamento e decisões baseadas em informação e tecnologia para sustentar a agropecuária.”

Na sequência, Expedito Netto, gestor Educampo, trouxe uma perspectiva prática sobre a realidade de produtores de leite com baixo volume diário. Segundo ele, “crescer é uma necessidade estratégica para manter a relevância no mercado, potencializar a geração de margem e aumentar a rentabilidade.”, reforçando que a escalabilidade é chave para garantir a sobrevivência no setor.

O debate então avançou para o campo da nutrição animal. Jardel Neri, médico veterinário e mestre em nutrição de ruminantes, apresentou novas perspectivas para a utilização do gérmen de milho desengordurado, destacando seu papel como alternativa eficiente para otimizar a produtividade. 

“A nutrição animal é pilar fundamental para a otimização da produtividade. O germe de milho desengordurado é um ingrediente seguro e eficiente para a dieta do rebanho, além de fornecer um elevado teor de amido altamente digestível, contribuindo para melhor desempenho e resultados consistentes.”, destacou.

Encerrando as apresentações, Paulo do Carmo Martins, da Embrapa Gado de Leite, trouxe uma análise comparativa com o cenário internacional, mostrando que o movimento de redução no número de produtores é global, mas vem acompanhado de aumento de eficiência e concentração. “Os 25 países maiores produtores do mundo têm recuado no número de produtores, mas, apesar disso, há aumento de produtividade em sua grande maioria. Concentração, modernização e ganhos de escala marcam essa virada.”

Ao final do painel, todos os palestrantes participaram de um debate aberto com o público, aprofundando temas e respondendo perguntas sobre os desafios e oportunidades do setor. Durante a discussão, Paulo Martins reforçou que não é o tamanho do produtor que garante a permanência na atividade, mas sim a eficiência no uso dos recursos disponíveis na produção. (Milkpoint)


Jogo Rápido
Portella destaca relevância dos lácteos no Pampa Debates
O presidente do Sindilat/RS e Diretor da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella, participou do programa Pampa Debates, ao lado de lideranças do agronegócio. Ele ressaltou a importância da produção gaúcha de queijos, os 10 anos da Lactalis no Brasil e o papel dos lácteos para a saúde. Assista na íntegra no youtube do Pampa Debates. (Sindilat/RS)


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Porto Alegre, 20 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.462


GDT 386: estabilidade de preços e novo interesse do Mercosul

GDT registra preço médio de US$4.291/t com leve alta no LPI e queda no LPD. Entenda os efeitos no Brasil e no fluxo de importações do Mercosul.No 386º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 19 de agosto, o preço médio dos produtos negociados foi de US$4.291 por tonelada, em um mercado que segue relativamente estável em preços e volumes.Gráfico 1. Preço médio leilão GDTO leite em pó integral (LPI), principal produto negociado e referência de preços no GDT, apresentou estabilidade neste evento, com leve variação + 0,3%, ficando preço médio de US$ 4.036 por tonelada. Já o leite em pó desnatado (LPD) seguiu em direção oposta, com queda de 1,8% e fechando a US$ 2.756 por tonelada.

Gráfico 2. Preço médio LPI

A gordura anidra do leite (AMF) acompanhou a tendência do LPI e ficou praticamente estável - ligeiro avanço de 0,1%. O cheddar também oscilou pouco, com recuo de 0,5%.

Por outro lado, tanto a muçarela quanto a manteiga registraram quedas mais expressivas, de 2,7% e 1,0%, respectivamente.

Já o leitelho em pó e a lactose não foram negociados neste leilão.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 19/08/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Volume negociado mostra certo padrão
O volume negociado neste leilão somou 36,5 mil toneladas, uma pequena redução de 1,3% em relação ao evento anterior. O volume segue dentro da normalidade para esta época do ano, quando historicamente se observa estabilidade. Se o padrão dos anos anteriores se repetir, a tendência é de redução mais significativa apenas a partir de novembro.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
 
Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó na NZX apresentaram retração nos preços para os próximos meses, estendendo-se até dezembro de 2025, invertendo o cenário visto nos leilões de certa valorização. Esse movimento reflete principalmente o aumento da oferta mundial de leite, que pressiona as expectativas de preço no mercado internacional.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.
 
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
O cenário internacional mantém a tendência de estabilidade observada nos últimos três leilões do GDT. Nesse contexto, os preços de importação para o Brasil também devem permanecer estáveis, o que tende a diminuir a pressão sobre o mercado interno.

Além disso, na última semana, as atenções do Mercosul se voltaram ao leilão promovido pela ONIL (Escritório Nacional Interprofissional do Leite e dos Produtos Lácteos), organização argelina responsável pela gestão do mercado de laticínios do país. O órgão realizou leilões que chamaram a atenção pelo forte volume demandado: as especulações giraram em cerca de 35 mil toneladas de leites em pó negociadas somente do Mercosul, já que apresentam menos custos que a produção europeia, por exemplo. Esse movimento pode alterar a dinâmica das importações brasileiras de lácteos, redirecionando parte da oferta regional para atender à Argélia, diminuindo o volume exportado da Argentina e Uruguai ao Brasil. (Milkpoint)


Tecnologia e competitividade: CCGL abre planta em Hulha Negra

Nova planta da CCGL em Hulha Negra deve gerar até 100 empregos e processar 400 mil litros de leite por dia, impulsionando a Campanha gaúcha.A CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda.) inaugurou nesta terça-feira, 19 de agosto de 2025, sua nova unidade em Hulha Negra, Rio Grande do Sul, marcando um passo decisivo para o setor leiteiro da região da Campanha.
O investimento de R$ 35 milhões promete transformar a dinâmica produtiva e logística do leite, consolidando a cooperativa como referência em tecnologia e competitividade no Estado.De acordo com informações de Campo e Negócios, a nova planta tem capacidade para receber e processar até 400 mil litros de leite por dia.A estrutura é dedicada ao beneficiamento primário do leite, etapa em que o excesso de água é retirado para facilitar o transporte até a fábrica de Cruz Alta, onde ocorre o processamento final. Com a aplicação dessa tecnologia, o volume do produto é reduzido em três vezes, tornando o frete mais eficiente e competitivo no mercado.

Durante a inauguração, o presidente da CCGL, Caio Vianna, destacou a relevância estratégica da unidade para a cadeia produtiva do leite.

“Essa é a primeira planta do Rio Grande do Sul com esse tipo de processo, que integra regiões produtoras distantes e aproxima a produção rural da indústria”, afirmou. Segundo ele, a cooperativa aposta em tecnologia, assistência técnica e ferramentas digitais como base para garantir sustentabilidade e competitividade no setor.

Vianna ressaltou ainda a importância da atividade para o campo. “A pecuária leiteira é uma atividade resiliente, que garante renda durante os 12 meses do ano. Isso traz mais segurança ao produtor, especialmente em um momento em que a diversificação da propriedade é fundamental para enfrentar os desafios econômicos e climáticos”, completou.

O impacto esperado para a economia local é expressivo. A unidade deve gerar entre 80 e 100 empregos diretos, fortalecendo a cadeia de valor do leite e ampliando as oportunidades de trabalho na região. A expectativa é de que mais de 72 milhões de litros sejam processados já no primeiro ano de operação.

O prefeito de Hulha Negra, Fernando Campani, também participou da cerimônia e destacou o alcance social do projeto. Segundo ele, a chegada da CCGL não apenas impulsiona a economia, mas também abre espaço para a inclusão de jovens agricultores, incentivando a profissionalização da atividade leiteira na região da Campanha.

Além da inauguração, a CCGL anunciou a expansão do projeto Assis Brasil, iniciativa voltada ao fortalecimento da produção de leite no Rio Grande do Sul, com foco especial na região da Campanha. A proposta busca ampliar a escala produtiva, garantir renda ao produtor e expandir o alcance internacional do leite gaúcho.

“Nossa meta é viabilizar a atividade para os produtores e assegurar que o leite produzido aqui possa chegar em qualquer lugar do mundo, transformado em leite em pó com durabilidade de até um ano”, concluiu Vianna.

A nova planta em Hulha Negra representa, portanto, não apenas um marco de investimento e tecnologia, mas também um movimento estratégico para consolidar o leite como vetor de desenvolvimento regional.

Em meio a desafios como custos logísticos, instabilidade climática e pressão por maior competitividade, a iniciativa reforça a importância da cooperação e da inovação no setor lácteo gaúcho.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de O jornal que Bagé gosta de ler

Santa Clara leva 10 lançamentos para a ExpoAgas em Porto Alegre

A Cooperativa Santa Clara marcará presença na ExpoAgas 2025, em Porto Alegre, com a apresentação de dez novos produtos, ampliando sua linha de lácteos e fortalecendo sua atuação em diferentes segmentos do mercado. Entre os destaques estão três novos sabores da linha de bebidas proteicas Pro — Pistache, Café com Caramelo e Chocolate Branco — que se somam aos já consolidados sucessos da categoria.

O anúncio foi feito pela própria cooperativa e divulgado pela Estação FM em 18 de agosto, um dia antes da abertura oficial da feira, que acontece entre 19 e 21 de agosto, no Centro de Eventos da Fiergs, na capital gaúcha.

Diversificação do portfólio
Além das bebidas, a Santa Clara apresenta o Queijo de Coalho Zero Lactose, o Queijo Grana em duas versões, além de soluções versáteis para o dia a dia como Creme Chantilly, Creme Culinário, Burrata de Búfala em balde e o Requeijão Cremoso Light 400g.Essas novidades se somam a um portfólio já consolidado, que inclui queijos premiados e reconhecidos pelo público, produtos do frigorífico, derivados lácteos tradicionais e itens voltados ao segmento Food Service, reforçando a estratégia de atender tanto o consumidor final quanto profissionais da gastronomia e redes de alimentação.

Estratégia de mercado
De acordo com Tomás André Zilli, gerente nacional de vendas da Santa Clara, a presença na feira é estratégica para ampliar a visibilidade da marca e gerar novas oportunidades de negócio.

“Nossa expectativa é de ampliar negócios estratégicos, fortalecer a presença da marca no ponto de venda, firmar novas parcerias e reforçar a relação com clientes de longa data. A feira é uma vitrine que movimenta centenas de milhões em negócios, e queremos que os lançamentos da Santa Clara sejam um dos destaques para os visitantes”, afirmou.

O executivo destacou ainda que os lançamentos foram desenvolvidos para consumidores que buscam praticidade, sabor e nutrição, além de contemplar categorias estratégicas como o Food Service.

“Lançaremos durante a feira dez novos produtos, incluindo três sabores inéditos da linha Pro. Também teremos novidades em outras categorias, reforçando a diversidade e a capacidade de inovação da Santa Clara”, acrescentou.


Jogo Rápido
Recuperação muscular: leite com achocolatado ganha destaque
Pesquisa indica que leite com cacau ajuda a repor energia e proteínas no pós-treino, sendo opção econômica e eficaz em comparação a isotônicos tradicionais. Um estudo recente conduzido por pesquisadores da University of Texas reacende o debate sobre a melhor estratégia nutricional para recuperação muscular após o exercício. Segundo os autores, a combinação simples de leite, cacau e carboidratos — facilmente reproduzida com achocolatado e leite integral ou desnatado — apresenta um perfil nutricional que favorece a reposição de glicogênio, a síntese proteica e a reidratação, muitas vezes de forma mais completa que isotônicos comerciais “gourmet”. De acordo com os pesquisadores, o chamado “combo” leite + cacau + carboidrato entrega três elementos-chave para a recuperação pós-treino: reposição eficiente de glicogênio muscular graças à presença de carboidratos; fornecimento de aminoácidos essenciais (provenientes das proteínas do leite) necessários para a reparação e crescimento muscular; uma relação equilibrada entre carboidrato e proteína, apontada em diversos estudos como ideal para síntese proteica pós-exercício. Além disso, o leite contribui para a reidratação, oferecendo não só água, mas também eletrólitos e nutrientes que auxiliam na recuperação do organismo. Em contraste, os pesquisadores ressaltam que muitos isotônicos populares concentram-se em fornecer glicose e sódio — e, por vezes, corantes e açúcares adicionais — sem aportar os aminoácidos e a proporção proteica indicada para otimizar a síntese muscular. Os autores não afirmam que isotônicos sejam inúteis: em situações de esforço prolongado e alta perda de eletrólitos — como provas de longa duração em clima quente — bebidas isotônicas bem formuladas permanecem úteis. Entretanto, para sessões de treino típicas de resistência moderada ou de força, a alternativa econômica e saborosa do leite com achocolatado pode ser suficiente e até preferível para acelerar a recuperação e promover ganhos musculares. Especialistas em nutrição esportiva ouvidos pela reportagem reforçam que a escolha ideal depende de fatores individuais — intensidade e duração do exercício, objetivos, tolerâncias alimentares e composição corporal. Ainda assim, a recomendação prática é clara: priorizar alimentos e bebidas que ofereçam nutrientes funcionais (proteínas, carboidratos de qualidade e eletrólitos) em vez de focar apenas em marketing e embalagens atraentes. Conclusão: para quem busca uma solução simples, econômica e respaldada por evidências para recuperar-se após o treino, a mistura de leite com achocolatado aparece como opção válida — potencialmente mais eficaz que alguns isotônicos da moda — sem dispensar orientação profissional quando houver demandas específicas de desempenho ou saúde. Milkpoint


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Porto Alegre, 19 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.461


Comunicado Agrometeorológico destaca situação das culturas no RS no mês de julho

A situação das culturas no Rio Grande do Sul em função das precipitações pluviais e das temperaturas no mês de julho é o tema do Comunicado Agrometeorológico nº 89, publicado pelo Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola (LACA), do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).O mês de julho de 2025 foi caracterizado pelos totais mensais de precipitação pluvial abaixo da média, e as chuvas foram escassas, especialmente nos dois primeiros decêndios, o que diminuiu a disponibilidade de água para as culturas. Essa situação, no entanto, não foi considerada crítica ou impôs limite ao crescimento das plantas, haja vista a menor perda de água via evapotranspiração no inverno e à água armazenada no solo em função das precipitações pluviais do mês de junho. “Essa combinação de menor demanda evaporativa com os altos volumes de chuva registrados em junho permitiu que as culturas de inverno não fossem impactadas de forma significativa”, destaca a engenheira agrônoma e pesquisadora do DDPA, Amanda Junges.Da mesma maneira, as baixas temperaturas do ar e ocorrência de geadas, registradas, especialmente, no primeiro decêndio, de modo geral, não causaram danos aos cereais de estação fria como trigo, aveia e cevada, pois as plantas se encontravam, na maior parte das lavouras, em período de implantação e desenvolvimento inicial. Nessa etapa do ciclo, as temperaturas do ar, apesar de baixas, não foram limitantes ao crescimento das plantas. Entretanto, a ocorrência de geadas é considerada crítica quando coincidente com o período de floração e enchimento de grãos, pois, nesse caso, podem vir a reduzir significativamente a produtividade.Na bovinocultura de leite, a produção de leite se manteve estável na maioria das regiões em virtude da melhora nas pastagens, suplementação e manejo adequados, os quais reduziram perdas de peso e problemas sanitários. Em algumas áreas beneficiadas pela oferta de forragens de qualidade e pelas melhores condições meteorológicas, houve incremento. Nas criações a pasto, foi oferecida suplementação com concentrados energéticos, como silagem e feno. O estado corporal e sanitário dos rebanhos foi considerado satisfatório. As condições meteorológicas favoreceram o conforto térmico e o bem-estar dos animais, reduzindo problemas de casco e facilitando a ordenhaComunicado Agrometeorológico:  O Comunicado Agrometeorológico é uma publicação mensal do LACA. Para mais informações acesse www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologiaAs informações são da SEAPI

GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo Sindilat 
 

SOJA/CEPEA: Estoques de passagem limitam altas de preços no BRExportações brasileiras de soja, o estoque de passagem da safra 2024/25 é estimado pela Conab em 3,9 milhões de toneladas, mais de quatro vezes acima do volume final da temporada anterior. 

Mesmo com o recorde previsto nas exportações brasileiras de soja, o estoque de passagem da safra 2024/25 é estimado pela Conab em 3,9 milhões de toneladas, mais de quatro vezes acima do volume final da temporada anterior. 

Esse cenário limitou o movimento de alta no preço nacional na última semana, apontam levantamentos do Cepea. 

Os embarques brasileiros (de outubro/24 a setembro/25) seguem previstos pelo USDA em 102,1 milhões de toneladas e o esmagamento, em 57 milhões de toneladas. 

A Conab, por sua vez, projeta as exportações nacionais em 106,3 milhões de toneladas e o esmagamento, em 57,09 milhões de toneladas, nesta safra (de janeiro a dezembro/25), ambos recordes. 

Além dos embarques, o Brasil segue liderando a produção de soja no mundo, com quase 170 milhões de toneladas colhidas nesta temporada (2024/25), sendo 169 milhões de toneladas estimadas pelo USDA e 169,66 milhões de toneladas projetadas pela Conab. (CEPEA)


Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Produção global recorde reforça pressão sobre cotações internas
Milho seguiram em queda na última semana, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, além da pressão externa, refletindo estimativas de produção global recorde, com destaques para os Estados Unidos e Brasil, a postura retraída de compradores também influenciou as baixas domésticas. Os preços do milho seguiram em queda na última semana, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, além da pressão externa, refletindo estimativas de produção global recorde, com destaques para os Estados Unidos e Brasil, a postura retraída de compradores também influenciou as baixas domésticas. Esses demandantes apostam em desvalorizações mais expressivas, fundamentados no avanço da colheita, nas dificuldades de armazenamento da safra recorde e ainda na necessidade de venda para o pagamento das dívidas de agosto e setembro, conforme explicam pesquisadores. O USDA estima a safra norte-americana de milho 2025/26 em volume recorde, de 425,25 milhões de toneladas; para o Brasil, são previstas 131 milhões de toneladas. No agregado, a produção mundial será de 1,28 bilhão de toneladas, acima das 1,22 bilhão de toneladas da temporada 2024/25. Especificamente para o Brasil, a Conab apontou nessa quinta-feira, 14, que, em 2024/25, serão produzidas 137 milhões de toneladas, 18% superior à temporada 2023/24 e também um recorde. (Cepea)