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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 29 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.402


Conseleite Minas Gerais

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 28 de Maio de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Março/2025 a ser pago em Abril/2025.

b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Abril/2025 a ser pago em Maio/2025.

c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Maio/2025 a ser pago em Junho/2025.


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima.Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. (Conseleite MG)


Mudanças no IOF elevam custo do crédito e impactam operações internacionais

O Decreto nº 12.466/2025, recentemente publicado pelo Governo Federal, promove alterações significativas na sistemática de cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afetando diretamente operações de crédito, câmbio e seguros.As novas regras fazem parte do pacote de ajuste fiscal voltado ao aumento da arrecadação e já causam preocupação entre diversos setores da economia.  As mudanças resultam em um aumento expressivo da carga tributária incidente sobre uma ampla gama de operações, elevando de forma significativa o custo do crédito no mercado nacional.

Empresas com atuação internacional, cooperativas e negócios que realizam remessas para o exterior ou contratam serviços fora do país estão entre os mais impactados pelas novas alíquotas e regras de tributação.

Em resposta ao novo cenário, foi elaborado um guia explicativo com os principais pontos da medida, com o objetivo de orientar empresas e organizações quanto aos aspectos mais sensíveis das novas exigências tributárias. Acesse clicando aqui. (As informações são do Andrade Maia editadas pelo Sindilat)

 

Evolução da produção mundial de leite

A tabela a seguir mostra um grupo selecionado de países importantes que representam pouco mais de 55% da produção global de leite de vaca, o que mostra uma queda de 1,45% na produção nos primeiros dois meses de 2025 em comparação com o mesmo período em 2024.

Do lado dos fornecedores habituais (UE+EUA+NZ+AU+ARG+UY), a produção foi 1,5% menor que no ano anterior nestes dois primeiros meses do ano, o que determina que a oferta no comércio mundial foi moderadamente restringida diante de um ligeiro crescimento da demanda, especialmente devido à recuperação das compras da China até agora em 2025 e ao comércio mais fluido em todo o Sudeste Asiático. Essa combinação resulta em excelentes preços para os principais produtos lácteos no mercado mundial.

Vale lembrar que o comércio global, excluindo o comércio intra-União Europeia, representa apenas 11 a 12% da produção global, portanto qualquer flutuação na produção global afeta significativamente os preços, daí a natureza altamente volátil desse mercado.

Estimativas de organizações líderes com maior expertise no mercado de laticínios preveem um aumento entre 0,8% e 0,4% na produção global de leite este ano.

Análise preparada pela OCLA com base em informações de www.clal.it e outras fontes)


Jogo Rápido
Indústrias lácteas | Whey do Brasil inaugura indústria no dia 13 de junho em Palmeira das Missões
Com um investimento de R$ 250 milhões e unindo forças de sete laticínios gaúchos, a Whey do Brasil inaugura sua planta em Palmeira das Missões, marcando um salto tecnológico e sustentável na agregação de valor ao soro de leite, com foco em whey protein e derivados de alto desempenho para o Brasil e o mundo. Está programada para o dia 13 de junho, a inauguração da Whey do Brasil Alimentos S.A. em Palmeira das Missões, indústria voltada à transformação de soro de leite. O evento deverá contar com a presença do governador Eduardo Leite e simboliza um novo momento para a cadeia leiteira do Rio Grande do Sul. Resultado da união de sete laticínios regionais — Mandaká Alimentos, Laticínios Friolack, Laticínios Frizzo, Laticínios Stefanello, Laticínios Kiformaggio, Laticínios São Luis e Doceoli Alimentos —, a empresa nasce com a proposta de agregar valor ao leite produzido no estado, por meio da fabricação de derivados de soro com alto valor agregado, como whey protein, compostos lácteos e soro em pó. Com investimento inicial de R$ 250 milhões, a unidade ocupa 25 mil metros quadrados e tem capacidade para processar 1,2 milhão de litros de soro fluido por dia. A produção estimada é de 100 toneladas diárias de produtos em pó. A operação já gera 150 empregos diretos e indiretos e projeta dobrar sua capacidade de processamento em médio prazo.Entre as práticas adotadas estão o reaproveitamento de água, uso racional de recursos hídricos, cogeração de energia e mitigação de impactos ambientais. A expectativa é atender diferentes setores da economia, como alimentício, cosmético, farmacêutico e de nutrição esportiva, tanto no mercado interno quanto externo. A nova indústria posiciona Palmeira das Missões como referência nacional na produção de derivados lácteos de alta performance. (O Alto Uruguai - via Edairy News)


 
 
 

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Porto Alegre, 28 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.401


Conseleite Santa Catarina

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 28 de Maio de 2025 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Abril de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Maio de 2025. 

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite SC)


Irrigação é ferramenta para aumento da produtividade e competitividade na agroindústria gaúcha

Evento promovido pelo Sistema FIERGS, nesta terça-feira (27), debateu soluções sustentáveis para driblar prejuízos por eventos climáticos no RS  

O investimento em práticas de irrigação é apontado como uma importante ferramenta para aumentar a produtividade e a competitividade na agroindústria gaúcha, ajudando a mitigar os prejuízos bilionários causados por eventos climáticos extremos. Somente entre 2020 e 2024, o agronegócio do estado sofreu perdas de R$ 319 bilhões devido à estiagem, conforme estimativa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). 

Essas considerações foram apresentadas por especialistas durante o evento Irrigação e Segurança Hídrica: Caminhos Para a Evolução Sustentável da Agroindústria na Reconstrução do Estado, promovido pelo Sistema FIERGS nesta terça-feira (27). Reunindo autoridades governamentais, representantes da indústria, produtores rurais e especialistas técnicos, a iniciativa reforçou a urgência do debate sobre soluções concretas para enfrentar as secas e inundações devastadoras que historicamente atingem o Rio Grande do Sul.

Na visão do presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, a irrigação é um dos suportes para a estabilidade econômica, social e ambiental do estado. Por isso, considera fundamental desenvolver medidas estratégicas urgentes para lidar com o problema e garantir a competitividade do setor. “A irrigação é o maior seguro que podemos dar, não só para a agricultura gaúcha, mas também para as nossas indústrias”, enfatizou.

O coordenador do Conselho da Agroindústria (Conagro) da FIERGS, Alexandre Guerra, reforçou a importância do tema para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e salientou que o órgão trabalha em um projeto de irrigação desde 2021, realizando levantamentos e reunindo dados para medir as consequências da falta de água e os benefícios da medida. “Cada milímetro de água guardado gera 2,5 empregos quando se fala no cultivo de milho. Isso mostra o diferencial que traz para nós do setor quando se trabalha a irrigação”, exemplificou.

Crédito da foto: Dudu Leal

POLÍTICAS ESTADUAIS
Entre os painelistas convidados para o evento, estava a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, que destacou as políticas e estratégias desenvolvidas pelo governo do estado nos últimos anos para a consolidação da irrigação no RS. Além de ressaltar a relevância econômica do tema, a representante da pasta enfatizou a necessidade de alinhar o desenvolvimento e a proteção ambiental.

"Se soma a importância da irrigação como uma atividade da agricultura de baixo carbono, como uma atividade que potencializa a nossa capacidade de ter um solo coberto e de emitir menos gases de efeito estufa, contribuindo positivamente para a redução daqueles efeitos de mudanças climáticas locais”, pontuou.

O secretário estadual da Agricultura, Edivilson Brum, apresentou dados relacionados aos efeitos da estiagem no estado, chamando a atenção para as quebras de safras, com consequente alta volatilidade econômica, e quedas no Produto Interno Bruto (PIB). Também destacou que o Rio Grande do Sul perde competitividade em diferentes setores, devido à falta de irrigação: “Apenas 4% das áreas de sequeiro no Rio Grande do Sul são irrigadas. Isso é muito pouco diante dos desafios climáticos que temos vivenciado nos últimos anos. Então, o governo do estado está fazendo projetos para fomentar a questão da irrigação”.

Diante desse cenário, o advogado e consultor tributário Luiz Antônio Bins reforçou a importância do Fundopem da Irrigação, um programa de expansão da agricultura irrigada no Rio Grande do Sul, cuja criação é defendida há anos pelo presidente Claudio Bier. “As finalidades do Fundopem da Irrigação são reduzir os efeitos climáticos, a insuficiência hídrica na nossa atividade agropecuária, evitar perdas de produção em decorrência de estiagem e seca, aumentar a produtividade e qualificar o produto agrícola gaúcha”, detalhou Bins.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O segundo painel do evento contou com a participação do diretor técnico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Gabriel Simioni, e do chefe do Departamento Agrossilvipastoril da Fepam, Cristiano Prass. Durante a conversa, mediada pelo executivo do Conagro, Tiago Pereira, foram apresentadas informações sobre os avanços relacionados ao licenciamento ambiental de sistemas de irrigação no Rio Grande do Sul. 
Por fim, o encontro abordou os avanços, tecnologias e práticas inovadoras da irrigação no estado, a partir do depoimento do vice-presidente da Cotrisoja, Adriano Borghetti, do gerente na Cotripal Agropecuária Cooperativa, Tiago Kuntz, e do gerente corporativo PD&I da Fockink, Alejandro Meyer. (FIERGS)

Acordo prevê votação "a jato" para projeto de reajuste do salário mínimo gaúcho

Texto encaminhado pelo governador Eduardo Leite na segunda-feira estipula índice de 8%, acima da inflação do período, que fechou em 4,83%. O governo do Estado construiu, nesta terça-feira (27), um acordo com os líderes dos partidos na Assembleia Legislativa para que o projeto de reajuste do salário mínimo gaúcho — também chamado de piso regional — seja votado em 3 de junho. Caso isso se confirme, o texto poderá ser aprovado oito dias depois de ser protocolado. 

O projeto de lei, encaminhado em regime de urgência na segunda-feira (26) pelo governador Eduardo Leite, prevê reajuste de 8% no mínimo regional. O índice é superior à inflação de 4,83% do último ano.  Se aprovado sem mudanças, o menor salário pago formalmente no Estado passará de R$ 1.656,51 para R$ 1.789,04. Na justificativa do projeto de lei, o governo Leite aponta que a proposta "prima pelo equilíbrio entre a valorização da mão de obra regional e a prevenção de distorções no mercado de trabalho, com a manutenção dos níveis de emprego das categorias abrangidas". 

A antecipação na apreciação do projeto foi uma sugestão de centrais sindicais e deputados de oposição. — Concordamos que este assunto não pode ficar como no ano passado, que foi atípico pela tragédia, e foi se alongando o período de votação do piso. Este ano, em que temos condições normais, concordamos em fazer a votação em maio — disse Frederico Antunes (PP), líder do governo Leite na Assembleia. Deputados aliados e de oposição se manifestaram, nesta terça-feira, a respeito da proposta enviada pelo Piratini. 

Professor Bonatto (PSDB) avaliou positivamente o projeto, destacando que o salário mínimo mais alto tem potencial de atrair profissionais para o Estado em um momento em que há dificuldade de preencher vagas. — Precisamos olhar a dificuldade que se tem para conseguir trabalhadores. Hoje temos déficit em todas as áreas. Eu acredito que este seja o grande desafio do governo, da sociedade, do empreendedor: ter trabalhadores eficientes. 

Para isso, precisamos fazer a roda da economia girar — disse Bonatto. Luciana Genro (PSOL) lembrou que os trabalhadores reivindicam perdas acumuladas ao longo dos últimos anos, mas também valorizou o índice encaminhado por Leite. — A proposta do governo está sempre aquém do que os trabalhadores reivindicam, mas é positivo que o governo tenha mandado o projeto e que esteja um pouco acima da inflação — apontou a deputada Luciana Genro (PSOL).  Cláudio Tatsch (PL) se disse favorável, como regra, a reajustes para trabalhadores.  

— Vejo com bons olhos. Em primeiro lugar, fica acima da inflação. É uma média dos Estados de Santa Catarina e Paraná. O projeto vem para a gente dizer sim ou não. E quando vierem projetos de aumento salarial, tanto piso regional quanto qualquer tipo de aumento, vou sempre votar favorável ao trabalhador — ressaltou Tatsch. Na lista dos contrários, estão Felipe Camozzato (Novo) e Guilherme Pasin (PP). 

— Eu voto contra, não pelo reajuste em si, mas por não concordar com essa ferramenta. Acredito que é mais uma interferência do poder público perante à sociedade civil. Sei que é uma visão um pouco polêmica, algumas pessoas não compreendem isso, e acreditam que o Estado pode fomentar o aumento da remuneração. A minha posição é uma questão conceitual — disse Pasin. O piso regional é aplicado sobre os salários daquelas categorias que não têm acordos coletivos e para trabalhadores informais. Também serve de base para o salário de alguns funcionários públicos estaduais, como os servidores de escolas. No ano passado, o reajuste foi aprovado em dezembro com índice de 5,25%. (Zero Hora)


Jogo Rápido
Piracanjuba escolhe RELCO para projeto de ponta em proteínas do soro e lactose no Paraná
Empresa brasileira de laticínios investe mais de US$ 100 mi em nova planta no PR, com foco em queijos, WPC e lactose. Projeto inclui tecnologia da RELCO e amplia presença nacional. Genuinamente brasileira, uma das maiores empresas de laticínios do Brasil. Foi fundada em 1955, no estado de Goiás, com um único produto: manteiga. Hoje, algumas das principais marcas incluem Piracanjuba (marca principal), Emana, LeitBom e a licenciada Almond Breeze (leite de amêndoa - leite não lácteo), Ninho e Molico (leite UHT). Com mais de 4.000 funcionários, a empresa opera em sete fábricas próprias e produz alimentos que são vendidos em todo o Brasil, com cerca de 200 itens em seu portfólio, tornando-se uma das marcas mais populares nas casas de todo o país. Aumentando sua presença pelo Brasil, decidiu iniciar uma nova planta de queijos no estado do Paraná e, como parte da melhoria do portfólio, irão processar proteínas e lactose no mesmo local - São Jorge D’Oeste, Paraná, Brasil. O total do investimento deverá ser superior a US$ 100 milhões neste projeto, incluindo a planta de queijos. A parte da Relco será de aproximadamente US$ 22 milhões. A Relco está fornecendo uma planta completa e turnkey composta por: Planta de WPC, incluindo evaporador TVR, secador Bustle com filtro de mangas e Central CIP (Cleaning in Place), manuseio, estocagem e ensacamento de pó. Planta de lactose de grau IFM, incluindo evaporador TVR, cristalização, solução de secagem de lactose Relco Ltech, Central CIP, manuseio, estocagem e ensacamento de pó. Capacidade da planta de WPC: cerca de 5.000 toneladas por ano. Capacidade da planta de lactose: cerca de 20.000 toneladas por ano. (Fonte: Milkpoint)


 
 
 

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Porto Alegre, 27 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.400


Laticínios tem momento de estabilidade e boa renda

Depois de atravessar algumas dificuldades no início de ano, ocasionadas pelo clima não ideal em algumas regiões, e mesmo lidando perdas acumuladas nos últimos anos nas lavouras, o atual momento da indústria de laticínios do Estado é de estabilidade e boa rentabilidade.

"O valor pago pelo leite vem remunerando muito bem a atividade. Há muitos anos, o produtor não tinha uma renda tão boa com o leite como se viu em 2024/2025. Foi possível organizar o caixa para manter investimentos mesmo com todas as dificuldades pontuais decorrentes das enchentes e das sucessivas estiagens", avalia Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

Conforme o dirigente, no entanto, há muito a ser feito, no curto e médio prazos, além da demandas desafiantes, como negociações de ajustes tributários para o segmento — uma batalha que exigiu articulação para manter a competitividade do setor e os investimentos sustentados no Rio Grande do Sul. 

"Temos que ganhar competitividade, e essa é a principal missão que temos pela frente para a próxima década. Temos que conseguir atingir a escala de produção e custo operacional dos nossos vizinhos do Prata (Uruguai e Argentina). Só assim nos tornaremos competitivos para fazer frente aos lácteos de outros países na disputa pelo mercado internacional", afirma Palharini.

Investimentos em nutrição adequada, que permita produzir leite com qualidade e na quantidade que as indústrias precisam, assim como aplicar genética de ponta nos rebanhos e melhorar a capacidade técnica da produção, estão no topo dos objetivos. Também se nota uma mudança no perfil produtor: estão em menor número mas entregando mais leite. Ainda assim, os parques industriais operam com capacidade operacional ociosa, ou seja, tem espaço para processar mais leite e os produtores podem produzir mais. Essa expansão percisa levar em conta a redução nos custos e a manutenção de margens de rentabilidade estáveis e positivas.

"Quando há desejo de evoluir, a migração para um modelo de negócio mais empresarial é possível", atesta o dirigente, defendendo que o setor assuma uma postura mais assertiva e profissional."Precisamos fazer o dever de casa. Olhar para nossos custos, assumir uma postura mais empresarial. Por sua origem com mão de obra familiar, o leite geralmente é gerenciado da mesma forma. Precisamos entender o negócio como uma empresa, trabalhando com dados, estatísticas e metas." (Jornal do Comércio)


Proteína e gordura do leite: o caminho para um rebanho mais lucrativo - PARTE I

Análises de gordura e proteína são termômetros do rebanho e chave para renda maior. Veja como fazer e interpretar.

A análise dos teores de proteína e gordura do leite é uma ferramenta estratégica e indispensável para a gestão eficiente da pecuária leiteira, especialmente quando o objetivo é aumentar a rentabilidade da atividade.

Esses dois componentes fazem parte dos chamados sólidos totais do leite e exercem influência direta não apenas na qualidade final do produto, mas também na forma como o produtor é remunerado. Em diversos sistemas de pagamento adotados por laticínios, os teores de proteína e gordura são critérios centrais para a definição do preço do litro de leite, com bonificações aplicadas para composições superiores aos padrões mínimos exigidos (ARAÚJO et al., 2024).

A gordura do leite é um dos principais responsáveis pelo sabor, textura e valor energético do produto. Já a proteína, especialmente a caseína, está diretamente relacionada à capacidade de fabricação de derivados como queijos e iogurtes. Dessa forma, quanto maior a concentração desses sólidos, maior o rendimento industrial do leite, o que aumenta seu valor comercial para a indústria. Isso faz com que a composição do leite seja um dos principais diferenciais competitivos do produtor no mercado.

Esses componentes também refletem aspectos importantes da nutrição, manejo e saúde do rebanho (GAEHWILER & NASCIMENTO, 2025). A produção de gordura está altamente relacionada à presença de fibra efetiva na dieta e ao bom funcionamento do rúmen. Já a produção de proteína está mais relacionada ao balanço energético da vaca e ao fornecimento adequado de carboidratos fermentáveis. Quando os teores de gordura e proteína se mantêm dentro dos padrões ideais, isso indica que a dieta está equilibrada e o manejo nutricional está sendo bem executado.

Tabela 1. Valores de referência para composição e qualidade do leite cru de acordo com IN 76 e 77 de 2018 do MAPA

Fonte: Dos autores, 2025.

Por outro lado, quedas ou desequilíbrios, nesses índices podem sinalizar problemas importantes. Por exemplo, uma relação gordura/proteína inferior a 1 pode indicar casos de acidose ruminal subclínica, comum em dietas com excesso de concentrado e pouca fibra. Já um aumento desproporcional da gordura, com redução de proteína, pode sugerir mobilização de gordura corporal, característica da cetose subclínica em vacas no início da lactação. Ou seja, os teores de proteína e gordura não são apenas indicadores de qualidade do leite, mas também verdadeiros termômetros da saúde metabólica do rebanho.

Do ponto de vista econômico, o impacto dessas análises é significativo. Mesmo produtores com o mesmo volume de leite podem ter rendas distintas, dependendo da composição do leite entregue. Um leite com altos teores de gordura e proteína pode garantir bonificações que, ao final do mês, representam um valor expressivo na receita da propriedade, como exemplificado na Tabela 2. Além disso, esse tipo de análise permite ajustes nutricionais precisos, otimizando o uso de insumos, reduzindo desperdícios e melhorando o custo-benefício da alimentação – um dos principais componentes do custo de produção.

Tabela 2. Exemplo de um comparativo de faturamento com base na qualidade do leite

Fonte: Dos autores, 2025.

As informações são do Milkpoint

Observação: a parte II da matéria será publicada na newsletter de 26/05/2025.

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1868 de 22 de maio de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Os rebanhos recebem manejo adequado, e houve suplementação alimentar à base de silagens e rações, garantindo bom escore corporal e o início da recuperação da produção após o vazio forrageiro. A redução de carrapatos e moscas-dos-chifres contribuiu para o bem-estar animal. Apesar da melhora nas condições produtivas, os custos seguem elevados, impactando a rentabilidade da atividade.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas regulares e em volumes moderados, nas últimas duas semanas, beneficiaram os campos nativos e as forrageiras cultivadas, mantendo, de forma geral, condições de piso apropriadas para o acesso aos piquetes, para a sala de ordenha e para a área de alimentação. 

Na de Caxias do Sul, a sanidade das vacas leiteiras foi satisfatória, e houve necessidade de controle de ectoparasitas (berne, miíases e carrapatos). Diminuíram as infestações de moscas em razão dos períodos mais frios. 

Na de Erechim, as chuvas e o ambiente mais úmido aumentaram os desafios relacionados às mastites clínicas. Apesar dos dias mais curtos e das temperaturas mais amenas, algumas propriedades relatam alta incidência de carrapatos. 

Na de Frederico Westphalen, a produção de leite se reduziu devido à antecipação do vazio forrageiro e à influência das altas temperaturas. Na de Ijuí, a qualidade do leite produzido continua muito boa. O clima mais seco tem contribuído para a melhor higienização dos animais e das instalações.

Na de Porto Alegre, segue a atenção sanitária voltada ao controle de carrapatos. Os agricultores estão realizando a declaração anual do rebanho. O pastejo ocorre em áreas de campo nativo e de pastagens perenes de verão, considerando o encerramento do ciclo das anuais. Continuam as práticas de implantação das pastagens de inverno.
 
Na de Santa Maria, o vazio forrageiro se prolongou devido à falta de chuvas, comprometendo o crescimento das pastagens implantadas. 

Na de Santa Rosa, as condições favoráveis de umidade do solo nos últimos dias proporcionaram o rápido desenvolvimento inicial das pastagens de inverno, principalmente de aveia, que já permite pastejo nas primeiras áreas implantadas. 

Na de Soledade, as condições climáticas reduziram o crescimento das pastagens perenes e limitaram o desenvolvimento das pastagens de inverno. Diante disso, os bovinocultores de leite recorrem a alimentos conservados, com destaque para silagem de milho, além de feno, pré-secado, ração e suplementos minerais, a fim de garantir a nutrição do rebanho. (Emater adaptado pelo Sindilat).


Jogo Rápido
PREVISÃO METEOROLÓGICA: Semana de chuva no Rio Grande do Sul
Nos últimos sete dias, chuvas de intensidade moderada atingiram partes do centro, norte e do oeste do Rio Grande do Sul, enquanto as áreas a leste registraram volumes acumulados mais baixos.  Os bovinos de leite receberam manejo adequado, e houve suplementação alimentar à base de silagens e rações, garantindo bom escore corporal e o início da recuperação da produção após o vazio forrageiro. A redução de carrapatos e moscas-dos-chifres contribuiu para o bem-estar animal. Apesar da melhora nas condições produtivas, os custos seguem elevados, impactando a rentabilidade da atividade. A previsão para os próximos dias indica a atuação de sistemas meteorológicos, resultando em chuvas de fraca a moderada intensidade, com possibilidade de tempestades isoladas no Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (23/05), o tempo estável persistirá em todas as regiões, com características típicas de amplitude térmica: madrugada com temperaturas mais baixas e elevação ao longo do dia. Entre a sexta-feira e o sábado (24/05), uma área de baixa pressão deverá se deslocar do Oceano Atlântico Sul em direção ao território gaúcho, provocando chuvas generalizadas em todo o estado. Há possibilidade de ocorrência de tempestades isoladas, inicialmente nas regiões das Missões e Fronteira Oeste, avançando posteriormente para áreas da Campanha, região Central e Sul do estado. Essa condição instável deverá se estender até o domingo (25/05), com possibilidade de novas tempestades isoladas, especialmente em pontos do leste gaúcho. A tendência para o período entre os dias 26 e 28 de maio indica a formação de novas áreas de instabilidade sobre o Rio Grande do Sul. Na segunda-feira (26/05), uma nova área de baixa pressão deve se desenvolver no noroeste do estado, favorecendo a ocorrência de chuvas, com possibilidade de tempestades em todas as regiões. Esse sistema deverá se deslocar sobre o território gaúcho ao longo da segunda-feira, mantendo sua influência principalmente sobre o norte do estado na terça-feira (27/05). Ainda na terça, uma segunda área de baixa pressão, oriunda da Argentina, avançará sobre o RS, provocando novas chuvas generalizadas e potencial para ventos intensos, especialmente em áreas do litoral. A atuação desse sistema deverá se encerrar até o início da quarta-feira (28/05), restabelecendo gradualmente as condições de estabilidade no estado. O prognóstico para os próximos sete dias indica acumulados de chuva elevados no Rio Grande do Sul. As precipitações deverão ser generalizadas, com os maiores volumes concentrando-se em uma extensa área que abrange a Fronteira Oeste, Missões, regiões centrais, centro-norte do estado, Campanha e Região Metropolitana. Nessas áreas, os acumulados deverão ultrapassar os 50 mm, com possibilidade de volumes superiores a 100 mm, especialmente entre a Fronteira Oeste, Campanha e o centro do estado. Já para o Litoral, partes da Serra, Alto Uruguai, Costa Doce e extremo sul, são esperados acumulados menores, variando entre 10 mm e 50 mm.


 
 
 

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Porto Alegre, 26 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.399


Laticínios tem momento de estabilidade e boa renda

Depois de atravessar algumas dificuldades no início de ano, ocasionadas pelo clima não ideal em algumas regiões, e mesmo lidando perdas acumuladas nos últimos anos nas lavouras, o atual momento da indústria de laticínios do Estado é de estabilidade e boa rentabilidade.

"O valor pago pelo leite vem remunerando muito bem a atividade. Há muitos anos, o produtor não tinha uma renda tão boa com o leite como se viu em 2024/2025. Foi possível organizar o caixa para manter investimentos mesmo com todas as dificuldades pontuais decorrentes das enchentes e das sucessivas estiagens", avalia Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

Conforme o dirigente, no entanto, há muito a ser feito, no curto e médio prazos, além da demandas desafiantes, como negociações de ajustes tributários para o segmento — uma batalha que exigiu articulação para manter a competitividade do setor e os investimentos sustentados no Rio Grande do Sul. 

"Temos que ganhar competitividade, e essa é a principal missão que temos pela frente para a próxima década. Temos que conseguir atingir a escala de produção e custo operacional dos nossos vizinhos do Prata (Uruguai e Argentina). Só assim nos tornaremos competitivos para fazer frente aos lácteos de outros países na disputa pelo mercado internacional", afirma Palharini.

Investimentos em nutrição adequada, que permita produzir leite com qualidade e na quantidade que as indústrias precisam, assim como aplicar genética de ponta nos rebanhos e melhorar a capacidade técnica da produção, estão no topo dos objetivos. Também se nota uma mudança no perfil produtor: estão em menor número mas entregando mais leite. Ainda assim, os parques industriais operam com capacidade operacional ociosa, ou seja, tem espaço para processar mais leite e os produtores podem produzir mais. Essa expansão percisa levar em conta a redução nos custos e a manutenção de margens de rentabilidade estáveis e positivas.

"Quando há desejo de evoluir, a migração para um modelo de negócio mais empresarial é possível", atesta o dirigente, defendendo que o setor assuma uma postura mais assertiva e profissional."Precisamos fazer o dever de casa. Olhar para nossos custos, assumir uma postura mais empresarial. Por sua origem com mão de obra familiar, o leite geralmente é gerenciado da mesma forma. Precisamos entender o negócio como uma empresa, trabalhando com dados, estatísticas e metas." (Jornal do Comércio)


Proteína e gordura do leite: o caminho para um rebanho mais lucrativo - PARTE I

Análises de gordura e proteína são termômetros do rebanho e chave para renda maior. Veja como fazer e interpretar.

A análise dos teores de proteína e gordura do leite é uma ferramenta estratégica e indispensável para a gestão eficiente da pecuária leiteira, especialmente quando o objetivo é aumentar a rentabilidade da atividade.

Esses dois componentes fazem parte dos chamados sólidos totais do leite e exercem influência direta não apenas na qualidade final do produto, mas também na forma como o produtor é remunerado. Em diversos sistemas de pagamento adotados por laticínios, os teores de proteína e gordura são critérios centrais para a definição do preço do litro de leite, com bonificações aplicadas para composições superiores aos padrões mínimos exigidos (ARAÚJO et al., 2024).

A gordura do leite é um dos principais responsáveis pelo sabor, textura e valor energético do produto. Já a proteína, especialmente a caseína, está diretamente relacionada à capacidade de fabricação de derivados como queijos e iogurtes. Dessa forma, quanto maior a concentração desses sólidos, maior o rendimento industrial do leite, o que aumenta seu valor comercial para a indústria. Isso faz com que a composição do leite seja um dos principais diferenciais competitivos do produtor no mercado.

Esses componentes também refletem aspectos importantes da nutrição, manejo e saúde do rebanho (GAEHWILER & NASCIMENTO, 2025). A produção de gordura está altamente relacionada à presença de fibra efetiva na dieta e ao bom funcionamento do rúmen. Já a produção de proteína está mais relacionada ao balanço energético da vaca e ao fornecimento adequado de carboidratos fermentáveis. Quando os teores de gordura e proteína se mantêm dentro dos padrões ideais, isso indica que a dieta está equilibrada e o manejo nutricional está sendo bem executado.

Tabela 1. Valores de referência para composição e qualidade do leite cru de acordo com IN 76 e 77 de 2018 do MAPA

Fonte: Dos autores, 2025.

Por outro lado, quedas ou desequilíbrios, nesses índices podem sinalizar problemas importantes. Por exemplo, uma relação gordura/proteína inferior a 1 pode indicar casos de acidose ruminal subclínica, comum em dietas com excesso de concentrado e pouca fibra. Já um aumento desproporcional da gordura, com redução de proteína, pode sugerir mobilização de gordura corporal, característica da cetose subclínica em vacas no início da lactação. Ou seja, os teores de proteína e gordura não são apenas indicadores de qualidade do leite, mas também verdadeiros termômetros da saúde metabólica do rebanho.

Do ponto de vista econômico, o impacto dessas análises é significativo. Mesmo produtores com o mesmo volume de leite podem ter rendas distintas, dependendo da composição do leite entregue. Um leite com altos teores de gordura e proteína pode garantir bonificações que, ao final do mês, representam um valor expressivo na receita da propriedade, como exemplificado na Tabela 2. Além disso, esse tipo de análise permite ajustes nutricionais precisos, otimizando o uso de insumos, reduzindo desperdícios e melhorando o custo-benefício da alimentação – um dos principais componentes do custo de produção.

Tabela 2. Exemplo de um comparativo de faturamento com base na qualidade do leite

Fonte: Dos autores, 2025.

As informações são do Milkpoint

Observação: a parte II da matéria será publicada na newsletter de 26/05/2025.

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1868 de 22 de maio de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Os rebanhos recebem manejo adequado, e houve suplementação alimentar à base de silagens e rações, garantindo bom escore corporal e o início da recuperação da produção após o vazio forrageiro. A redução de carrapatos e moscas-dos-chifres contribuiu para o bem-estar animal. Apesar da melhora nas condições produtivas, os custos seguem elevados, impactando a rentabilidade da atividade.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas regulares e em volumes moderados, nas últimas duas semanas, beneficiaram os campos nativos e as forrageiras cultivadas, mantendo, de forma geral, condições de piso apropriadas para o acesso aos piquetes, para a sala de ordenha e para a área de alimentação. 

Na de Caxias do Sul, a sanidade das vacas leiteiras foi satisfatória, e houve necessidade de controle de ectoparasitas (berne, miíases e carrapatos). Diminuíram as infestações de moscas em razão dos períodos mais frios. 

Na de Erechim, as chuvas e o ambiente mais úmido aumentaram os desafios relacionados às mastites clínicas. Apesar dos dias mais curtos e das temperaturas mais amenas, algumas propriedades relatam alta incidência de carrapatos. 

Na de Frederico Westphalen, a produção de leite se reduziu devido à antecipação do vazio forrageiro e à influência das altas temperaturas. Na de Ijuí, a qualidade do leite produzido continua muito boa. O clima mais seco tem contribuído para a melhor higienização dos animais e das instalações.

Na de Porto Alegre, segue a atenção sanitária voltada ao controle de carrapatos. Os agricultores estão realizando a declaração anual do rebanho. O pastejo ocorre em áreas de campo nativo e de pastagens perenes de verão, considerando o encerramento do ciclo das anuais. Continuam as práticas de implantação das pastagens de inverno.
 
Na de Santa Maria, o vazio forrageiro se prolongou devido à falta de chuvas, comprometendo o crescimento das pastagens implantadas. 

Na de Santa Rosa, as condições favoráveis de umidade do solo nos últimos dias proporcionaram o rápido desenvolvimento inicial das pastagens de inverno, principalmente de aveia, que já permite pastejo nas primeiras áreas implantadas. 

Na de Soledade, as condições climáticas reduziram o crescimento das pastagens perenes e limitaram o desenvolvimento das pastagens de inverno. Diante disso, os bovinocultores de leite recorrem a alimentos conservados, com destaque para silagem de milho, além de feno, pré-secado, ração e suplementos minerais, a fim de garantir a nutrição do rebanho. (Emater adaptado pelo Sindilat).


Jogo Rápido
PREVISÃO METEOROLÓGICA: Semana de chuva no Rio Grande do Sul
Nos últimos sete dias, chuvas de intensidade moderada atingiram partes do centro, norte e do oeste do Rio Grande do Sul, enquanto as áreas a leste registraram volumes acumulados mais baixos.  Os bovinos de leite receberam manejo adequado, e houve suplementação alimentar à base de silagens e rações, garantindo bom escore corporal e o início da recuperação da produção após o vazio forrageiro. A redução de carrapatos e moscas-dos-chifres contribuiu para o bem-estar animal. Apesar da melhora nas condições produtivas, os custos seguem elevados, impactando a rentabilidade da atividade. A previsão para os próximos dias indica a atuação de sistemas meteorológicos, resultando em chuvas de fraca a moderada intensidade, com possibilidade de tempestades isoladas no Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (23/05), o tempo estável persistirá em todas as regiões, com características típicas de amplitude térmica: madrugada com temperaturas mais baixas e elevação ao longo do dia. Entre a sexta-feira e o sábado (24/05), uma área de baixa pressão deverá se deslocar do Oceano Atlântico Sul em direção ao território gaúcho, provocando chuvas generalizadas em todo o estado. Há possibilidade de ocorrência de tempestades isoladas, inicialmente nas regiões das Missões e Fronteira Oeste, avançando posteriormente para áreas da Campanha, região Central e Sul do estado. Essa condição instável deverá se estender até o domingo (25/05), com possibilidade de novas tempestades isoladas, especialmente em pontos do leste gaúcho. A tendência para o período entre os dias 26 e 28 de maio indica a formação de novas áreas de instabilidade sobre o Rio Grande do Sul. Na segunda-feira (26/05), uma nova área de baixa pressão deve se desenvolver no noroeste do estado, favorecendo a ocorrência de chuvas, com possibilidade de tempestades em todas as regiões. Esse sistema deverá se deslocar sobre o território gaúcho ao longo da segunda-feira, mantendo sua influência principalmente sobre o norte do estado na terça-feira (27/05). Ainda na terça, uma segunda área de baixa pressão, oriunda da Argentina, avançará sobre o RS, provocando novas chuvas generalizadas e potencial para ventos intensos, especialmente em áreas do litoral. A atuação desse sistema deverá se encerrar até o início da quarta-feira (28/05), restabelecendo gradualmente as condições de estabilidade no estado. O prognóstico para os próximos sete dias indica acumulados de chuva elevados no Rio Grande do Sul. As precipitações deverão ser generalizadas, com os maiores volumes concentrando-se em uma extensa área que abrange a Fronteira Oeste, Missões, regiões centrais, centro-norte do estado, Campanha e Região Metropolitana. Nessas áreas, os acumulados deverão ultrapassar os 50 mm, com possibilidade de volumes superiores a 100 mm, especialmente entre a Fronteira Oeste, Campanha e o centro do estado. Já para o Litoral, partes da Serra, Alto Uruguai, Costa Doce e extremo sul, são esperados acumulados menores, variando entre 10 mm e 50 mm.


 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 23 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.398


Laticínios tem momento de estabilidade e boa renda

Depois de atravessar algumas dificuldades no início de ano, ocasionadas pelo clima não ideal em algumas regiões, e mesmo lidando perdas acumuladas nos últimos anos nas lavouras, o atual momento da indústria de laticínios do Estado é de estabilidade e boa rentabilidade.

"O valor pago pelo leite vem remunerando muito bem a atividade. Há muitos anos, o produtor não tinha uma renda tão boa com o leite como se viu em 2024/2025. Foi possível organizar o caixa para manter investimentos mesmo com todas as dificuldades pontuais decorrentes das enchentes e das sucessivas estiagens", avalia Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

Conforme o dirigente, no entanto, há muito a ser feito, no curto e médio prazos, além da demandas desafiantes, como negociações de ajustes tributários para o segmento — uma batalha que exigiu articulação para manter a competitividade do setor e os investimentos sustentados no Rio Grande do Sul. 

"Temos que ganhar competitividade, e essa é a principal missão que temos pela frente para a próxima década. Temos que conseguir atingir a escala de produção e custo operacional dos nossos vizinhos do Prata (Uruguai e Argentina). Só assim nos tornaremos competitivos para fazer frente aos lácteos de outros países na disputa pelo mercado internacional", afirma Palharini.

Investimentos em nutrição adequada, que permita produzir leite com qualidade e na quantidade que as indústrias precisam, assim como aplicar genética de ponta nos rebanhos e melhorar a capacidade técnica da produção, estão no topo dos objetivos. Também se nota uma mudança no perfil produtor: estão em menor número mas entregando mais leite. Ainda assim, os parques industriais operam com capacidade operacional ociosa, ou seja, tem espaço para processar mais leite e os produtores podem produzir mais. Essa expansão percisa levar em conta a redução nos custos e a manutenção de margens de rentabilidade estáveis e positivas.

"Quando há desejo de evoluir, a migração para um modelo de negócio mais empresarial é possível", atesta o dirigente, defendendo que o setor assuma uma postura mais assertiva e profissional."Precisamos fazer o dever de casa. Olhar para nossos custos, assumir uma postura mais empresarial. Por sua origem com mão de obra familiar, o leite geralmente é gerenciado da mesma forma. Precisamos entender o negócio como uma empresa, trabalhando com dados, estatísticas e metas." (Jornal do Comércio)


Proteína e gordura do leite: o caminho para um rebanho mais lucrativo - PARTE I

Análises de gordura e proteína são termômetros do rebanho e chave para renda maior. Veja como fazer e interpretar.

A análise dos teores de proteína e gordura do leite é uma ferramenta estratégica e indispensável para a gestão eficiente da pecuária leiteira, especialmente quando o objetivo é aumentar a rentabilidade da atividade.

Esses dois componentes fazem parte dos chamados sólidos totais do leite e exercem influência direta não apenas na qualidade final do produto, mas também na forma como o produtor é remunerado. Em diversos sistemas de pagamento adotados por laticínios, os teores de proteína e gordura são critérios centrais para a definição do preço do litro de leite, com bonificações aplicadas para composições superiores aos padrões mínimos exigidos (ARAÚJO et al., 2024).

A gordura do leite é um dos principais responsáveis pelo sabor, textura e valor energético do produto. Já a proteína, especialmente a caseína, está diretamente relacionada à capacidade de fabricação de derivados como queijos e iogurtes. Dessa forma, quanto maior a concentração desses sólidos, maior o rendimento industrial do leite, o que aumenta seu valor comercial para a indústria. Isso faz com que a composição do leite seja um dos principais diferenciais competitivos do produtor no mercado.

Esses componentes também refletem aspectos importantes da nutrição, manejo e saúde do rebanho (GAEHWILER & NASCIMENTO, 2025). A produção de gordura está altamente relacionada à presença de fibra efetiva na dieta e ao bom funcionamento do rúmen. Já a produção de proteína está mais relacionada ao balanço energético da vaca e ao fornecimento adequado de carboidratos fermentáveis. Quando os teores de gordura e proteína se mantêm dentro dos padrões ideais, isso indica que a dieta está equilibrada e o manejo nutricional está sendo bem executado.

Tabela 1. Valores de referência para composição e qualidade do leite cru de acordo com IN 76 e 77 de 2018 do MAPA

Fonte: Dos autores, 2025.

Por outro lado, quedas ou desequilíbrios, nesses índices podem sinalizar problemas importantes. Por exemplo, uma relação gordura/proteína inferior a 1 pode indicar casos de acidose ruminal subclínica, comum em dietas com excesso de concentrado e pouca fibra. Já um aumento desproporcional da gordura, com redução de proteína, pode sugerir mobilização de gordura corporal, característica da cetose subclínica em vacas no início da lactação. Ou seja, os teores de proteína e gordura não são apenas indicadores de qualidade do leite, mas também verdadeiros termômetros da saúde metabólica do rebanho.

Do ponto de vista econômico, o impacto dessas análises é significativo. Mesmo produtores com o mesmo volume de leite podem ter rendas distintas, dependendo da composição do leite entregue. Um leite com altos teores de gordura e proteína pode garantir bonificações que, ao final do mês, representam um valor expressivo na receita da propriedade, como exemplificado na Tabela 2. Além disso, esse tipo de análise permite ajustes nutricionais precisos, otimizando o uso de insumos, reduzindo desperdícios e melhorando o custo-benefício da alimentação – um dos principais componentes do custo de produção.

Tabela 2. Exemplo de um comparativo de faturamento com base na qualidade do leite

Fonte: Dos autores, 2025.

As informações são do Milkpoint

Observação: a parte II da matéria será publicada na newsletter de 26/05/2025.

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1868 de 22 de maio de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Os rebanhos recebem manejo adequado, e houve suplementação alimentar à base de silagens e rações, garantindo bom escore corporal e o início da recuperação da produção após o vazio forrageiro. A redução de carrapatos e moscas-dos-chifres contribuiu para o bem-estar animal. Apesar da melhora nas condições produtivas, os custos seguem elevados, impactando a rentabilidade da atividade.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas regulares e em volumes moderados, nas últimas duas semanas, beneficiaram os campos nativos e as forrageiras cultivadas, mantendo, de forma geral, condições de piso apropriadas para o acesso aos piquetes, para a sala de ordenha e para a área de alimentação. 

Na de Caxias do Sul, a sanidade das vacas leiteiras foi satisfatória, e houve necessidade de controle de ectoparasitas (berne, miíases e carrapatos). Diminuíram as infestações de moscas em razão dos períodos mais frios. 

Na de Erechim, as chuvas e o ambiente mais úmido aumentaram os desafios relacionados às mastites clínicas. Apesar dos dias mais curtos e das temperaturas mais amenas, algumas propriedades relatam alta incidência de carrapatos. 

Na de Frederico Westphalen, a produção de leite se reduziu devido à antecipação do vazio forrageiro e à influência das altas temperaturas. Na de Ijuí, a qualidade do leite produzido continua muito boa. O clima mais seco tem contribuído para a melhor higienização dos animais e das instalações.

Na de Porto Alegre, segue a atenção sanitária voltada ao controle de carrapatos. Os agricultores estão realizando a declaração anual do rebanho. O pastejo ocorre em áreas de campo nativo e de pastagens perenes de verão, considerando o encerramento do ciclo das anuais. Continuam as práticas de implantação das pastagens de inverno.
 
Na de Santa Maria, o vazio forrageiro se prolongou devido à falta de chuvas, comprometendo o crescimento das pastagens implantadas. 

Na de Santa Rosa, as condições favoráveis de umidade do solo nos últimos dias proporcionaram o rápido desenvolvimento inicial das pastagens de inverno, principalmente de aveia, que já permite pastejo nas primeiras áreas implantadas. 

Na de Soledade, as condições climáticas reduziram o crescimento das pastagens perenes e limitaram o desenvolvimento das pastagens de inverno. Diante disso, os bovinocultores de leite recorrem a alimentos conservados, com destaque para silagem de milho, além de feno, pré-secado, ração e suplementos minerais, a fim de garantir a nutrição do rebanho. (Emater adaptado pelo Sindilat).


Jogo Rápido
PREVISÃO METEOROLÓGICA: Semana de chuva no Rio Grande do Sul
Nos últimos sete dias, chuvas de intensidade moderada atingiram partes do centro, norte e do oeste do Rio Grande do Sul, enquanto as áreas a leste registraram volumes acumulados mais baixos.  Os bovinos de leite receberam manejo adequado, e houve suplementação alimentar à base de silagens e rações, garantindo bom escore corporal e o início da recuperação da produção após o vazio forrageiro. A redução de carrapatos e moscas-dos-chifres contribuiu para o bem-estar animal. Apesar da melhora nas condições produtivas, os custos seguem elevados, impactando a rentabilidade da atividade. A previsão para os próximos dias indica a atuação de sistemas meteorológicos, resultando em chuvas de fraca a moderada intensidade, com possibilidade de tempestades isoladas no Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (23/05), o tempo estável persistirá em todas as regiões, com características típicas de amplitude térmica: madrugada com temperaturas mais baixas e elevação ao longo do dia. Entre a sexta-feira e o sábado (24/05), uma área de baixa pressão deverá se deslocar do Oceano Atlântico Sul em direção ao território gaúcho, provocando chuvas generalizadas em todo o estado. Há possibilidade de ocorrência de tempestades isoladas, inicialmente nas regiões das Missões e Fronteira Oeste, avançando posteriormente para áreas da Campanha, região Central e Sul do estado. Essa condição instável deverá se estender até o domingo (25/05), com possibilidade de novas tempestades isoladas, especialmente em pontos do leste gaúcho. A tendência para o período entre os dias 26 e 28 de maio indica a formação de novas áreas de instabilidade sobre o Rio Grande do Sul. Na segunda-feira (26/05), uma nova área de baixa pressão deve se desenvolver no noroeste do estado, favorecendo a ocorrência de chuvas, com possibilidade de tempestades em todas as regiões. Esse sistema deverá se deslocar sobre o território gaúcho ao longo da segunda-feira, mantendo sua influência principalmente sobre o norte do estado na terça-feira (27/05). Ainda na terça, uma segunda área de baixa pressão, oriunda da Argentina, avançará sobre o RS, provocando novas chuvas generalizadas e potencial para ventos intensos, especialmente em áreas do litoral. A atuação desse sistema deverá se encerrar até o início da quarta-feira (28/05), restabelecendo gradualmente as condições de estabilidade no estado. O prognóstico para os próximos sete dias indica acumulados de chuva elevados no Rio Grande do Sul. As precipitações deverão ser generalizadas, com os maiores volumes concentrando-se em uma extensa área que abrange a Fronteira Oeste, Missões, regiões centrais, centro-norte do estado, Campanha e Região Metropolitana. Nessas áreas, os acumulados deverão ultrapassar os 50 mm, com possibilidade de volumes superiores a 100 mm, especialmente entre a Fronteira Oeste, Campanha e o centro do estado. Já para o Litoral, partes da Serra, Alto Uruguai, Costa Doce e extremo sul, são esperados acumulados menores, variando entre 10 mm e 50 mm.


 
 
 

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Porto Alegre, 22 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.397


Novas regras para rotulagem de bebidas e compostos lácteos

Mapa define novas regras de rotulagem para produtos lácteos em 2025. Veja o que muda nos rótulos de bebidas e compostos lácteos e como isso impacta o consumidor.

A partir do segundo semestre de 2025, novas exigências para rotulagem de bebidas lácteas e compostos lácteos entrarão em vigor, conforme determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O objetivo é garantir mais transparência ao consumidor e reforçar o controle de qualidade desses produtos no mercado.

A partir de 26 de agosto de 2025, os rótulos de compostos lácteos deverão informar, de forma destacada, a frase: “composto lácteo não é leite em pó”. Já a partir de 3 de setembro de 2025, as bebidas lácteas precisarão exibir, também em destaque no painel principal da embalagem, a frase: “bebida láctea não é iogurte”.

Essas mudanças visam evitar confusões na escolha dos produtos pelos consumidores e garantir que as diferenças entre leite em pó, iogurte, bebida láctea e composto lácteo fiquem mais claras no ponto de venda.

Novas regras para rotular bebidas lácteas
Para bebidas lácteas de cor branca não fermentadas, o rótulo deve informar: “este produto não é leite”.

Para bebidas lácteas fermentadas, independentemente da cor, deve constar: “este produto não é iogurte”.

Criada a categoria “bebida láctea ultrapasteurizada”, para produtos com tratamento térmico semelhante ao UHT, mas envasados em condições não assépticas, que precisam ser mantidos refrigerados a 10ºC (diferente das bebidas UHT, armazenadas em temperatura ambiente).

O leite deixa de ser ingrediente obrigatório nas formulações das bebidas lácteas. Se o leite não for o ingrediente predominante ou estiver ausente, o rótulo deve indicar o ingrediente principal, como: “bebida láctea de soro de leite” ou “bebida láctea fermentada de soro de leite”

A indicação da quantidade ou presença de soro de leite não será mais obrigatória.
A adição individual de amido ou gelatina fica limitada a 1% da composição total da bebida láctea.

O uso de água será permitido apenas para reconstituir ingredientes em pó.

A substituição da gordura láctea por óleo vegetal está proibida, exceto quando usada para enriquecimento nutricional, devendo o rótulo conter a informação: “CONTÉM ÓLEO VEGETAL”.

Defesa do consumidor reforça importância de atenção aos rótulos de produtos lácteos
Entidades de defesa do consumidor orientam os compradores a redobrarem a atenção na hora das compras, especialmente com as novas exigências para a rotulagem de produtos lácteos no Brasil. É fundamental ler cuidadosamente os rótulos, verificar a data de validade, conferir a lista de ingredientes, o peso líquido e sempre solicitar a nota fiscal.

Essas práticas garantem o direito do consumidor, facilitam possíveis reclamações e promovem um consumo mais consciente e seguro. As novas regras de rotulagem para bebidas lácteas e compostos lácteos são vistas como um avanço importante para a transparência nas informações e a proteção do público no mercado de produtos lácteos no Brasil.

As informações são do Tribuna de Minas, adaptadas pela equipe MilkPoint


Embrapa e LFDA/RS inauguram dois laboratórios para avanço da pesquisa e inovação em leite

Com um investimento na ordem de R$ 10 milhões, a Embrapa Clima Temperado e o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul (LFDA/RS) inauguram, no dia 30 de maio, às 9h, o Laboratório de Campo do Leite (Labcampo) e o Laboratório de Pesquisa e Análises em Cromatografia Avançada (Labcromato), que representam um novo patamar em inovação nas pesquisas voltadas à eficiência dos sistemas de produção, à segurança alimentar e do alimento e à sustentabilidade na pecuária leiteira. A agenda contará com a presença da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e do chefe-geral da Unidade de Pesquisas, em Pelotas, Waldyr Stumpf Jr., e do coordenador do LFDA/RS, Fabiano Barreto. 

Com recursos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), as novas instalações consolidam o Programa Leite Seguro e constituem uma infraestrutura robusta e moderna para atender aos desafios científicos e tecnológicos da cadeia produtiva do leite. As duas novas estruturas que serão inauguradas se integram ao Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento em Pecuária Leiteira (Sispel), atuando como um centro de excelência na construção e execução de uma agenda para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na cadeia produtiva do leite regional e nacional.

O chefe-geral Waldyr Stumpf Jr. fala que a inauguração das novas estruturas para o leite somada ao que já existe na Unidade de Pesquisas, em Pelotas - o Laboratório de Qualidade do Leite - a torna uma referência nacional em pesquisa e inovação em leite. “Nos tornamos uma referência em pesquisa científica em leite ao entregar produtos qualificados para comunidade e oportunizar um espaço para prestar serviços de maneira a ampliar as análises feitas pelo LFDA. Nós conseguiremos fazer análises mais precisas de análises que não se faziam anteriormente. Será possível ‘casar’ os trabalhos de campo e comportamento animal com a composição do leite”, destacou. Ele ainda enfatizou que no ato inaugural também será feito anúncio da instalação do “Hub de Inovação do Leite” ao trazer parceiros como universidades e institutos federais e iniciativa privada para trabalhar em projetos de pesquisa e desenvolvimento para os sistemas de produção de leite.

Conforme o coordenador do LFDA/RS, Fabiano Barreto, as duas estruturas laboratoriais que serão entregues no âmbito do Programa leite Seguro são fundamentais para ampliação do conhecimento e desenvolvimento de pesquisa aplicada, garantindo a Embrapa Clima Temperado uma integração em duas frentes tanto da parte de experimentação animal, com foco em nutrição e em outras áreas, como em componentes de química analítica, dando a instituição possibilidades de diversificação da pesquisa em leite, não somente nestas áreas. “Isso dará um dinamismo na pesquisa e permitirá uma integração com demandas recebidas pelo Ministério da Agricultura, criando um sinergismo entre as instituições, o que é extremamente necessário para atendimento do volume de demandas que chegam para a defesa agropecuária”, disse.

Fortalecimento do Sispel
As novas estruturas fortalecem e agregam valor científico e tecnológico ao Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento em Pecuária Leiteira (Sispel), que completa 30 anos, em 2026, e representa uma das infra estruturas mais completas e avançadas do País para a pesquisa pública voltada à cadeia produtiva do leite.

Este Sistema está localizado na Estação Experimental Terras Baixas (ETB) da Embrapa Clima Temperado, no Capão do Leão (RS). Ele foi concebido para ser um centro de excelência regional, com foco nos principais desafios e tendências da produção leiteira. Atualmente, conta com rebanho leiteiro da raça Jersey, estrutura de manejo animal com sistema Free Stall, galpões, silos, sala de ordenha, área de recria (Certon) e cerca de 100 hectares de pastagens com cultivares desenvolvidas pela Embrapa.

A estrutura abriga pesquisas e inovações em áreas como: Leite de Baixo Carbono, Nutrição de Precisão, Integração Lavoura-Pecuária (ILP), Sistemas Resilientes e Sustentáveis, Bioeficiência na Agropecuária, Sanidade Animal e Biosseguridade, Qualidade e Segurança do Leite e Produtos Funcionais e Nutracêuticos.

As novas infraestruturas
A ampliação do Laboratório de Qualidade do Leite (Lableite), a partir da criação do Labcromato, traz ao cenário científico nacional uma estrutura analítica de última geração — como os espectrômetros LC-Q-TOF e LC-MS/MS —, ampliando a capacidade da Embrapa para atuar com pesquisa e análises em Cromatografia Avançada.

A estrutura moderna do Labcromato terá possibilidade de realizar análises de resíduos e contaminantes em leite e derivados, além de outras matrizes (grãos, carne,vinhos, água, efluentes); avaliação de compostos nutracêuticos e medicinais; pesquisa com medicamentos veterinários e vegetais; validação de kits rápidos utilizados pela indústria láctea; desenvolvimento de produtos e metodologias inovadoras; apoio à sanidade animal, com foco em protocolos terapêuticos e resistência antimicrobiana.

O Labcampo dispõe de instalações físicas com modelos de alojamento tipo Compost Barn e Free Stall para execução de pesquisas com animais; instalação para a execução de trabalhos experimentais de alta precisão em nutrição, reprodução, saúde, cria e recria e comportamento animal; sala de ordenha; sala do leite; e espaço para capacitação e atualização tecnológica de profissionais, produtores e estudantes. 

As instalações do Labcampo propiciam um nível adequado de conforto animal e condições técnicas para a realização de pesquisas multidisciplinares e inovadoras para o desenvolvimento dos sistemas de pecuária de leite em clima temperado. A estrutura também conta com uma sala de capacitação, fortalecendo as ações de transferência de tecnologia e de intercâmbio de conhecimentos e a profissionalização do setor.

No Labcampo será possível realizar análises de resíduos e contaminantes em leite e derivados, além de outras matrizes (grãos, carne,vinhos, água, efluentes); avaliação de compostos nutracêuticos e medicinais; pesquisa com medicamentos veterinários e vegetais; validação de kits rápidos utilizados pela indústria láctea; desenvolvimento de produtos e metodologias inovadoras; apoio à sanidade animal, com foco em protocolos terapêuticos e resistência antimicrobiana.

A pesquisadora Maira Zanella, responsável pelo Programa Leite Seguro, fala que o Labcampo representa uma ampliação e uma qualificação da infraestrutura de pesquisa para os sistemas de produção de leite. Segundo ela, a partir dessa ampliação novas linhas de pesquisa poderão ser desenvolvidas como a comparação entre os sistemas de produção utilizando do compost bar o free stall associados à produção leiteira a pasto, como também a possibilidade de indicadores de eficiência desses sistemas. “Teremos a condição de qualificar os experimentos de nutrição de precisão, a partir dos coxos eletrônicos já instalados, e também haverá a possibilidade de ampliar pesquisas em sustentabilidade ambiental, ao leite de baixo carbono, ao uso dos efluentes nos sistemas de produção leiteira, a pegada hídrica, bem estar animal. Serão várias áreas que poderão ser qualificadas e ampliadas na pesquisa para a cadeia produtiva do leite”, explicou.  Zanela destacou ainda a importância da criação de um espaço para capacitação de técnicos e produtores para que essas tecnologias desenvolvidas possam chegar mais facilmente ao campo, aproximando a pesquisa da atividade leiteira.(Embrapa Clima Temperado)

EMBRAPA CILEITE: Nota de Conjuntura - Mercado de Leite e Derivados - Maio de 2025

O cenário brasileiro para o mercado de leite e derivados registrou uma ligeira piora ao longo de abril e maio de 2025, refletindo a desaceleração da demanda interna. A inflação mais elevada e ligeira piora nos indicadores do mercado de trabalho, somado ao maior endividamento das famílias, têm freado o consumo. Após três anos consecutivos de crescimento do PIB acima de 3% ao ano, as projeções para 2025 indicam algo próximo de 2%. Portanto, o ambiente macroeconômico está um pouco pior.

Esse movimento tem levado a uma queda nos preços dos derivados lácteos no atacado e, consequentemente, recuo nos preços pagos aos produtores, mesmo em plena entressafra. A situação é agravada por margens reduzidas para a indústria de laticínios nos principais derivados lácteos: leite UHT, leite em pó e queijo muçarela.

Se pelo lado da demanda houve ligeira desaceleração, pelo lado da oferta o crescimento tem sido robusto. A produção de leite inspecionado no Brasil apresentou aumento de 3,1% no primeiro trimestre, fechando com nove trimestres seguidos de alta. Se ajustado pelo número de dias, considerando que o ano passado foi bissexto, o crescimento da produção diária no primeiro trimestre de 2025 atingiu 4,25%, em relação ao mesmo período do ano passado. O melhor ambiente de rentabilidade nos últimos três anos acabou estimulando a oferta e, mesmo com importações mais elevadas, a rentabilidade foi sustentada por uma melhor demanda.

Neste contexto de oferta crescendo e demanda mais fraca, o cenário de preços ao produtor teve ligeira piora, mas ainda em um patamar que permite uma boa remuneração para fazendas eficientes e bem gerenciadas. Para os próximos meses, é importante acompanhar três indicadores que irão ajudar a monitorar este mercado.

Preços internacionais: O mercado internacional está com preços mais firmes, com baixo crescimento da produção mundial. A União Europeia, por exemplo, está com produção recuando neste início de 2025. Da mesma forma, a China também tem apresentado produção mais fraca, com importações subindo novamente. Os preços de leite em pó integral, no último leilão GDT, atingiram US$ 4.300 por tonelada. Caso estes preços se mantenham mais altos, espera-se uma maior sustentação nos preços também no mercado brasileiro, já que reduz a competitividade das importações.

Importações: Nos últimos anos, as importações passaram a representar uma parcela significativa da oferta doméstica, chegando a 9% do leite inspecionado. O volume importado de leite equivalente nos meses de março, abril e início de maio, indica um pequeno recuo. O cenário não é de queda acentuada, mas alguma desaceleração poderá ocorrer, sustentada por um relativo encarecimento dos custos e melhoria da demanda na Argentina e recuo nos preços no mercado brasileiro.

Demanda interna: Este é o principal driver para os preços no mercado de leite brasileiro, já que não somos exportadores. Ainda que o cenário de consumo das famílias seja pior em 2025, algumas medidas fiscais de expansão de gastos do governo e de créditos, a exemplo do crédito consignado para trabalhadores CLT do setor privado, podem ajudar na demanda.

Portanto, estes três indicadores serão relevantes no monitoramento do cenário de preços para os próximos meses, colocando as cotações para o segundo semestre de 2025 mais próximas de 2023 ou de 2024 (Figura 1). Para os produtores de leite, no entanto, é importante uma atenção especial aos seus custos e à gestão da propriedade. Afinal, trata-se de variáveis sob controle direto do produtor e observa-se que fazendas bem gerenciadas têm apresentado uma boa competitividade, mesmo em comparações internacionais. 

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 15 de maio de 2025. Autores*: Glauco R. Carvalho, Alziro V. Carneiro, Kennya B. Siqueira, Lorildo A. Stock, Luiz A. Aguiar de Oliveira, Marcos C. Hott, Samuel José de M. Oliveira e Walter Coelho P. M. Júnior. *Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite.


Jogo Rápido
VBP da Agropecuária deve crescer 13,1% em 2025
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou a estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária em 2025, que deve atingir R$ 1,53 trilhão. O valor representa um crescimento de 13,1% em relação ao registrado em 2024. O VBP previsto para a agricultura é de R$ 1,0 trilhão, com destaque para a soja (+10,1%), milho (+35,4%), café arábica e o robusta, com altas estimadas no VBP de 63,7% e 93,4%, respectivamente. Já o faturamento da pecuária será de R$ 520,4 bilhões. Dentro do subgrupo, os destaques de alta são os ovos (+22,9%) e a carne bovina (19,5%). O VBP corresponde ao faturamento bruto dentro dos estabelecimentos rurais, considerando as produções agrícolas e pecuárias, com base na média dos preços reais (IGP-DI) recebidos pelos produtores de todo o país. (Terra Viva)


 
 
 

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Porto Alegre, 21 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.396


Está em recuperação o setor lácteo da Argentina e do Uruguai

“O mercado internacional dos lácteos passa por um momento positivo e as cotações sobem desde o final de 2023. O preço do leite chega a um bom nível, ao mesmo tempo que os grãos se mantêm com preços razoáveis”, disse Andrés Padilla, analista do Rabobank, durante a Mercolátea 2025, realizada entre os dias 15 e 17 de maio no parque de exposições da Associação Rural do Uruguai.

Em declarações para Todo El Campo e o programa Diário Rural (CX 4 Rural), acrescentou que o produtor de leite está “com margem positiva, permitindo que a produção cresça nos últimos trimestres”. 

Indagado sobre a guerra comercial entre Estados Unidos da América (EUA) e China e como afeta o mercado do leite, Padilla disse que esse é um fenômeno “relevante porque a China é um grande importador de lácteos dos EUA. Então é fundamental para o mercado estadunidense dar uma solução”, prevendo que “será alcançado algum tipo de acordo, talvez com uma tarifa permanente de importação de 10%”. 

O volume das exportações dos EUA para a China depende do produto, acrescentou. Por exemplo, os EUA não podem encontrar novos destinos para o soro e “isso criaria problemas internos”, porque no caso de encontrar para quem vender, “seria a preços muito mais baixos, alterando a dinâmica do mercado e impactando no preço final do leite. Não lhes convém passar por um processo como esse”, enfatizou. 

A Região Quanto à nossa região, o analista observou que “está havendo recuperação este ano”. A “Argentina teve um passado muito difícil, o Uruguai enfrentou algumas dificuldades, mas os dois estão se recuperando e o Brasil vem crescendo a 2,5% ao ano”. 

Além disso, “a demanda está bastante positiva: A Argentina recuperando, o Uruguai estável e o Brasil bem, mas no Brasil o aumento da inflação é um problema”, podendo levar à desaceleração da economia e impactar no consumo.

Por outro lado, disse: “é uma realidade” que existem fazendas leiteiras cada vez maiores na região, em detrimento do pequeno produtor. “Problemas que se impõem são: mão de obra cada vez mais escassa e cara, e as mudanças climáticas que adicionam volatilidade”. Diante de tudo isso, “o produtor que tem escala e tecnologia possui vantagem muito grande em relação ao pequeno, que tem cada vez mais dificuldades para se manter”. 

Segundo semestre positivo: O Sudeste Asiático e a África

O segundo semestre deste ano “também será positivo”, vaticinou. “Com grãos em baixa, mesmo que o preço do leite caia um pouco, não muito, 2025 será um bom ano”. 

Padilla concluiu, destacando que o sudeste asiático é um mercado “bastante interessante” para os países exportadores de lácteos: “Indonésia, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Malásia, são economias em expansão”. 

Mas, não são os únicos, existem “outros mercados da África que também começam a aumentar o consumo, e eu diria que existe ainda muito potencial”, concluiu. Acesse aqui a matéria na íntegra. (Fonte: Todo El Campo – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo Sindilat RS

EMBRAPA/CILEITE: Boletim de Preços - Mercado de Leite e Derivados - Abril de 2025

Preços desaceleram no mercado de leite

Os preços de leite e derivados apresentaram queda no mês de abril, com destaque para o queijo muçarela. O recuo nas cotações ocorre em plena entressafra, mostrando que a demanda tem se mostrado mais fraca. Além disso, as importações de abril vieram menores. Portanto, tal desvalorização está mais atrelada ao enfraquecimento da demanda, devido ao aumento da taxa de juros, maior endividamento das famílias, mercado de trabalho perdendo dinamismo e inflação elevada, com destaque para o leite e derivados com alta de 10% no acumulado em 12 meses.

Conseleite sugere pequena queda no preço do leite ao produtor
As sinalizações dos Conseleites para o pagamento do leite entregue em abril foram de uma relativa estabilização, com exceção do Paraná que sinalizou uma queda mais acentuada. Apesar das variações negativas nos estados de Minas Gerais e Santa Catarina e da expectativa de aumento no Rio Grande do Sul, todas essas apresentaram pouca variação em relação ao mês anterior. Dessa forma, o indicador de referência sugere certa estabilidade na maioria dos casos.

Milho e Soja têm queda nos preços. Boi e bezerro apresentaram leve alta.
Com a apreciação do câmbio na segunda quinzena de abril, os preços de milho e soja apresentaram queda. O clima favorável e expectativa de boa safra de inverno de milho induziram a queda. O farelo de soja apresentou uma alta na primeira semana, porém seguiu recuando no decorrer do mês, sendo influenciado pelo bom abastecimento interno da oleaginosa. Já no mercado de boi gordo, houve relativa estabilidade nos preços. Para a reposição, o bezerro se valorizou paulatinamente ao longo do mês.


FONTE: Informativo mensal produzido pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite. Autores: Glauco R. Carvalho, Luiz A. Aguiar de Oliveira e Samuel José de M. Oliveira. Colaboração: Henrique Salles Terror e Caio Prado Villar de Azevedo (graduandos da UFJF). Nota: as variações mostradas acima nos gráficos são do preço de fechamento do mês contra o período citado 


Jogo Rápido
Queijo Gorgonzola do Brasil terá novo nome após acordo com a UE
Denominação “Gorgonzola” será exclusiva da Itália. Queijarias brasileiras precisarão adotar novo nome após o acordo Mercosul-União Europeia. O famoso queijo gorgonzola, amplamente consumido nas mesas brasileiras, deverá mudar de nome em razão de um tratado firmado entre o Mercosul e a União Europeia. A partir de sua ratificação, apenas os queijos produzidos na região italiana de Gorgonzola, com selo de Indicação Geográfica (IG), poderão manter essa nomenclatura. Assim como já ocorre com o champanhe, que passa a ser chamado de espumante quando não vem da região de Champagne, o gorgonzola também terá sua proteção geográfica validada. No Brasil, essa medida se equipara ao reconhecimento de produtos como o queijo canastra, que possuem tradição e local de origem definidos.A legislação proíbe o uso de termos como “estilo gorgonzola” ou “sabor gorgonzola” por fabricantes fora da Itália. Indústrias brasileiras precisarão rebatizar o produto, provavelmente com nomes genéricos ou inspirados em regiões nacionais, como parte de um movimento de adequação ao novo pacto comercial. O acordo, que protege 358 produtos europeus e 222 da América do Sul, ainda depende de aprovação do Congresso Nacional. Enquanto isso, laticínios brasileiros e consumidores devem estar atentos aos rótulos que começarão a refletir as mudanças nas prateleiras. (Edairy News)


 
 
 

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Porto Alegre, 20 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.395


GDT 380: Após fortes altas, preços do leilão internacional passam por ajustes

Leilão GDT tem recuo de preços e volume negociado atinge menor nível em 12 anos; impacto é sentido nos contratos futuros.

No 380º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira (20), os preços da maioria dos produtos lácteos apresentaram leve retração, após fortes altas registradas na sessão anterior. O preço médio para os produtos negociados no evento fechou em USD 4.589/tonelada, enquanto o GDT Price Index, que representa a média ponderada dos itens comercializados, variou -0,9%.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT


O leite em pó integral (LPI) registrou uma leve queda de 1% no preço, encerrando a sessão a USD 4.332 por tonelada. Apesar do recuo, o preço do produto mantém-se em níveis elevados, semelhantes aos observados nos três últimos leilões.

Gráfico 2. Preço médio LPI

A lactose apresentou a maior retração percentual do leilão, com queda de 13,2%, após ter liderado as altas no evento anterior com valorização de 16,8%. Nesta edição, o produto fechou cotado a USD 1.398 por tonelada. Conforme comentado na edição anterior do GDT, a guerra tarifária entre China e Estados Unidos vinha impactando os preços do produto. No entanto, com o recente acordo entre as duas nações, o mercado reagiu e os preços retornaram a patamares semelhantes aos observados anteriormente ao conflito. 

De modo geral, a maioria dos produtos sofreu uma correção após as fortes altas do último evento. Contudo, a muçarela e a gordura anidra do leite se destacaram ao registrarem valorizações, com altas de 0,7% e 0,9%, respectivamente.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 20/05/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Volume negociado continua em queda

O volume negociado no leilão continuou caindo, de forma mais expressiva. No total, foram comercializadas 15.194 toneladas, o que representa uma redução de 9,1% em relação ao evento anterior. Esse é o menor volume negociado no leilão desde abril de 2013. Dessa forma, a retração do volume também contribuiu para a variação negativa do GDT Price Index, que representa a média ponderada dos produtos.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros

Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) registraram preços firmes para os próximos três meses em comparação com as projeções feitas no início de maio. No entanto, a expectativa para o restante do ano aponta para uma queda mais acentuada nos preços futuros no comparativo mensal.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Embora a demanda por lácteos continue resiliente, a volatilidade do dólar e as tarifas comerciais têm impactado o cenário internacional do leite.

Apesar disso, os preços internacionais (incluindo da Argentina e Uruguai, nosso principais fornecedores) seguem firmes e em patamares superiores aos observados nos últimos anos. Além disso, a taxa de câmbio real vs dólar segue operando em níveis elevados, acima dos R$5,60, mantendo o custo do produto importado mais caro para os compradores brasileiros. (Milkpoint)


Produtores de leite de Muliterno colhem resultados das políticas públicas estaduais e municipais

A atividade leiteira é de grande importância para o município de Muliterno. Com uma produção anual que gira em torno de 6.500.000 litros, garante renda para cerca de 60 famílias de produtores rurais. Após ter passado por períodos de dificuldades, hoje os agricultores comemoram os bons tempos da atividade, além disso, os incentivos recebidos no último semestre colaboram com este sucesso.

Em uma ação conjunta entre a Emater/RS-Ascar, responsável pelos projetos técnicos, e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) foram buscados recursos do Programa Estadual de Sementes e Mudas Forrageiras, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), para aquisição de sementes de cultivares forrageiras de inverno com alta capacidade de produção e baixo custo ao produtor, visto que o programa estadual subsidia 50% do custo de aquisição das sementes. Dessa forma, o agricultor sente-se mais seguro para investir e pode adquirir sementes de alta qualidade.

Outra iniciativa, dessa vez do poder público municipal, teve ampla adesão dos produtores, foi o incentivo à produção de silagem. A Prefeitura de Muliterno coloca um valor de R$ 600,00 por hectare de forragem colhida podendo beneficiar até 10 hectares/família/ano.

"Estas iniciativas somadas vêm dando a oportunidade aos produtores de leite de permanecer na atividade com ânimo e persistência para seguir produzindo cada dia mais", avalia o extensionista da Emater/RS-Ascar, Roniel Motta. Ele destaca a importância dessas políticas públicas. "É bom para a agricultura familiar e também para nós que trabalhamos com Extensão Rural, pois desta forma os resultados acontecem mais rápido e garante que o agricultor possa continuar produzindo e agregando renda na pequena propriedade", explica.

O produtor Elio Francisco Longaretti está muito satisfeito com o apoio recebido e considera de grande importância. Segundo ele, já estava disposto a vender os animais e desistir da atividade, mas com os incentivos recebidos, está motivado a continuar produzindo. Ele relata que está sempre disposto a seguir a orientação técnica prestada pela Emater/RS-Ascar na sua propriedade.

Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar - Regional de Passo Fundo

Divulgada a programação da 3ª Jornada Técnica da RTC

As principais pautas da atualidade do agronegócio nacional estarão em destaque durante a 3ª Jornada Técnica da Rede Técnica Cooperativa (RTC), que acontecerá de 28 e 30 de maio, no hotel Wish Serrano, em Gramado (RS). Inteligência artificial, mudanças climáticas e gestão estarão no centro dos debates da Jornada que terá como tema: O futuro do agro já chegou. Vamos juntos?

Com a palestra “Quando a inteligência artificial encontra a inteligência humana”, o professor Gil Giardelli trará um dos temas mais debatidos da modernidade e abrirá o segundo dia do evento, em 29 de maio. No campo da administração, destaque para a palestra “Gestão eficiente e inteligente em propriedades de Leite” que será ministrada pelo zootecnista Christiano Nascif, diretor na empresa Labor Rural e coordenador de Negócios e Empreendedorismo no Instituto CNA.  

Entre os palestrantes, também está o médico-veterinário, Luís Gustavo Ribeiro, professor da Universidade de Copenhagen e pesquisador nas áreas de nutrição animal, pecuária de precisão e sistemas regenerativos, que trará o painel “Leite do futuro para os consumidores do futuro”. O cientista político, Fernando Schüler, professor do Insper (SP), falará sobre o “Cenário político e econômico: Uma visão nacional e global”, palestra que abrirá o evento, no dia 28. 

Já o ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, embaixador especial da Food and Agriculture Organization (FAO) e ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), falará sobre “Cooperativismo para o desenvolvimento do Agronegócio”. A palestra de Rodrigues encerrará o evento, no dia 30 de maio. Uma das falas mais esperadas é a do Nobel da Paz (2007) e Nobel em Alimentação (2020), Rattan Lal, que fará uma participação online no evento com “Uma mensagem para as cooperativas e produtores do RS”.  

A grade completa dos palestrantes e a programação podem ser acessadas no site jornada.rtc.coop.br. As inscrições podem ser feitas acessando o link jornada.rtc.coop.br/app/jornada-rtc-2024/inscricao.  

A 3ª Jornada Técnica é uma realização da RTC e CCGL e conta com o patrocínio do terminal portuário Termasa. O evento é apoiado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro/RS), pelo Sistema Ocergs-Sescoop/RS e pela plataforma SmartCoop.

Sobre a RTC
A Rede Técnica Cooperativa (RTC) é uma iniciativa que reúne as áreas técnicas de 30 cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul. O objetivo é difundir a pesquisa e conhecimento de forma integrada, além de promover a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e economicamente viáveis às cooperativas e aos seus produtores.

 Confira a programação completa

 28/05 – Quarta-feira
 19h - Abertura Oficial
 19h30min - Cenário político e econômico: Uma visão nacional e global
 Palestrante: Fernando Schüler
 20h30min - Coquetel
29/05 – Quinta-feira
Manhã
 8h - Quando a inteligência artificial encontra a inteligência humana
 Palestrante: Gil Giardelli
 9h - Leite do futuro para os consumidores do futuro
 Palestrante: Luiz Gustavo Ribeiro
 9h40min - Q&A
 10h – Break
 10h40min - Gestão eficiente e inteligente em propriedades de Leite
 Palestrante: Christiano Nascif
 11h20min - Gargalos na gestão em propriedades de Grãos no RS
 Palestrante: Antonio da Luz
 11h50min - Q&A
 12h - Almoço
Tarde
 13h45min - Mudanças climáticas: Cenários futuros e efeitos sobre a Agricultura
 Palestrante: Marcos Kazmierczak
 14h30min - O ZARC frente ao cenário de mudanças climáticas
 Palestrante: Eduardo Monteiro
 15h - Credito Rural: cenário atual e desafios futuros
 Palestrante: Claudio Filgueras
 15h30min - Q&A
 15h50min - Uma mensagem para as cooperativas e produtores do RS
 Palestrante: Rattan Lal
 16h - Break
 16h30min - Transformando dados em Produtividade: O segredo dos recordistas mundiais de soja e milho. Paletrante: Randy Siever
 Novas descobertas sobre a nutrição de plantas
 Palestrante: Marcos Loman
 17h30min - Uso de biológicos na Agricultura: Resultados atuais e Tendências futuras
 Palestrante: Roberto Lanna
 18h10min - Q&A
 18h30min - Encerramento
 30/05 – Sexta-feira
Manhã
 8h - SMARTCOOP Lançamento Smartcoop
 8h10min - Descomoditização no Agro. Palestrante: Maurício Schneider
 8h45min - Gestão e profissionalização: Uma visão de futuro para o sistema cooperativo            Palestrante: Mateus Cônsoli
 9h20min - Rastreabilidade em produtos Agro: A visão da SLC agrícola
 Palestrante: Aurélio Pavinato
 10h - PREMIAÇÃO - Entrega do troféu "O semeador"
 10h15min - COOPERATIVISMO para o desenvolvimento do Agronegócio
 Palestrante: Roberto Rodrigues
 11h - Q&A
 11h20min - Encerramento  


Jogo Rápido
Cepea: Depois de altas consecutivas no 1° trimestre, preços sinalizam queda em abril
Pelo terceiro mês consecutivo, o preço do leite captado em março fechou em alta de 1,3%, chegando a R$ 2,8241/litro na “Média Brasil”, evidenciando uma desaceleração no ritmo de avanço. Em um ano (março/25 em relação a março/24), o aumento é de 15%, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). A valorização se deve à maior competição pela compra de matéria-prima. Para abril, pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam possibilidade de queda nos valores pagos ao produtor, considerando-se a “Média Brasil”, tendo em vista que a demanda na ponta final da cadeia está enfraquecida. Levantamento do Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostra que, em abril, os preços médios dos derivados lácteos negociados entre indústrias e atacado paulista apresentaram variações distintas frente ao mês anterior. Enquanto o leite UHT registrou leve queda de 0,79%, com média de R$ 4,43/litro, e o queijo muçarela recuou 2,77%, a R$ 32,63/kg, o leite em pó fracionado (400g) se valorizou 2,38%, alcançando R$ 32,39/kg. Na comparação anual, o UHT teve baixa de 0,57%, ao passo que as cotações da muçarela e do leite em pó avançaram respectivos 7,41% e 10,22%, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de março). As exportações brasileiras de lácteos registraram baixa relevante de 41,05% entre março e abril, depois de três meses seguidos de altas. Frente a abril de 2024, a queda foi de 22,49%. Quanto às importações, os recuos foram de 11,6% no comparativo mensal e de 16,87% no anual. Os dados são da Secex e foram analisados e compilados pelo Cepea. Os custos de produção da pecuária leiteira subiram em abril pelo quarto mês consecutivo. Cálculos do Cepea mostram que o Custo Operacional Efetivo (COE) avançou 0,28% em relação a março/25, considerando-se a “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). A alta nos custos está atrelada principalmente à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho. (CEPEA)


 
 
 

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Porto Alegre, 19 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.394


CCGL investe na inovação agropecuária

Com 25 cooperativas associadas, mais de 170 mil produtores integrados e um faturamento que ultrapassou os R$ 2 bilhões em 2024, a CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda) se consolida como uma das maiores forças do cooperativismo agroindustrial do Sul do Brasil. Fundada em 1976, a cooperativa atua em diversas frentes — da industrialização do leite e operação logística portuária à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias aplicadas no campo, por meio da Rede Técnica Cooperativa (RTC).

À frente dessa engrenagem está Caio Vianna, engenheiro agrônomo, produtor rural, presidente da CCGL e da Cotrijuc, e referência em gestão cooperativa e agroindustrial no Brasil. Vianna tem conduzido a central em uma trajetória de modernização, crescimento sustentável e posicionamento estratégico dentro e fora do País. Ele é também um dos principais articuladores da 3ª Jornada Técnica da RTC, que acontece de 28 a 30 de maio, em Gramado (RS), e traz como tema "O futuro do agro já chegou. Vamos juntos?". O evento reunirá nomes como o Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, para discutir inovação, sustentabilidade e produtividade com foco na força transformadora do cooperativismo.

Empresas & Negócios - Quantos cooperados fazem parte atualmente da CCGL e em quantos municípios a cooperativa está presente?

Caio Vianna - A CCGL completa meio século de história em 2026. São 25 cooperativas singulares associadas e mais de 170 mil produtores integrados, distribuídos em praticamente todas as regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Nossa base é ampla e diversificada, o que fortalece o modelo de intercooperação. Ao longo das últimas décadas, a CCGL ampliou sua atuação, passando da industrialização de leite para a operação portuária — com os terminais Termasa e Tergrasa — e o desenvolvimento tecnológico por meio da RTC, com sede em Cruz Alta (RS). Essa estrutura permite atender de forma descentralizada e eficaz as demandas dos produtores em campo, conectando pesquisa, assistência técnica e gestão.

E&N - Qual foi o faturamento da cooperativa em 2024 e quais são as projeções para 2025?

Vianna - Alcançamos, em 2024, o maior faturamento da nossa história: uma receita bruta superior a R$ 2 bilhões. Esse resultado expressivo reflete uma gestão profissional, com foco em excelência e compromisso com o cooperado. Tivemos também recorde na distribuição de dividendos: foram R$ 14,4 milhões em 2024, referentes ao exercício anterior, e agora, em 2025, esse valor dobrou, chegando a R$ 28 milhões. Isso representa mais que números — é o retorno direto para quem está na base, incentivando novos investimentos e reforçando o vínculo entre a produção e a cooperativa. Nossa expectativa para 2025 é manter esse crescimento sustentável, com base na eficiência operacional e no fortalecimento das cadeias produtivas.

E&N - A CCGL tem planos de expansão? Há novos investimentos em infraestrutura, tecnologia ou ampliação da base de cooperados?

Vianna - Sim, e com intensidade. Entendemos que para seguir competitivo é preciso inovar continuamente. Um dos projetos mais relevantes é o SmartCoop, plataforma desenvolvida pela FecoAgro/RS, que revoluciona o acompanhamento técnico das lavouras. Ela reúne dados agronômicos, clima, manejo e gestão em tempo real, integrando cooperativas, técnicos e produtores. No campo da infraestrutura, estamos investindo R$ 550 milhões na reconstrução do terminal Termasa, no Porto de Rio Grande, que sofreu grandes danos nas enchentes de 2024. A planta de leite em Cruz Alta, com capacidade para processar 3,4 milhões de litros por dia, é uma das mais modernas da América Latina e ainda tem margem para crescimento. Também estamos expandindo nossa presença internacional, com exportações para América Latina, África e Ásia — e a China entrou recentemente nesse mapa.

E&N - A CCGL vem promovendo um projeto para reforçar o sentimento de pertencimento dos cooperados. Como essa estratégia tem impactado o engajamento e os resultados da cooperativa?

Vianna - Em abril de 2025, lançamos o projeto "Aqui, o produtor é dono", uma websérie que apresenta histórias reais dos nossos cooperados. A proposta é valorizar quem faz o dia a dia da cooperativa, mostrar que, de fato, são os produtores que movem essa engrenagem. O engajamento nas redes tem sido muito positivo, mas, mais do que visibilidade, isso fortalece a identidade e o pertencimento. O produtor que se sente dono participa mais, compartilha decisões e investe com mais segurança. Essa relação de confiança e transparência é a base do nosso modelo de gestão.

E&N - Como a CCGL avalia o atual cenário do cooperativismo agropecuário no Rio Grande do Sul e no Brasil?

Vianna - O Rio Grande do Sul é o berço do cooperativismo brasileiro e isso nos dá uma responsabilidade histórica. Apesar dos desafios recentes, especialmente climáticos, o modelo cooperativista tem mostrado resiliência e capacidade de adaptação. A CCGL é um exemplo disso: nos reinventamos, incorporamos tecnologia, aumentamos a eficiência e continuamos entregando valor ao produtor. O cooperativismo é, antes de tudo, um modelo de desenvolvimento coletivo. E isso tem muito valor num cenário que exige sustentabilidade, inclusão e inovação.

E&N - Na prática, o que muda para um produtor ao se tornar um cooperado? Quais são os principais benefícios?

Vianna - A principal mudança é sair do isolamento. O cooperado tem acesso a assistência técnica, tecnologia de ponta, crédito, comercialização estruturada e, sobretudo, à força do coletivo. No caso do leite, isso é ainda mais visível: os preços pagos são justos e transparentes, baseados em parâmetros técnicos e de mercado. E o resultado da operação retorna para ele, como sócio. Além disso, ele participa das decisões. Isso dá previsibilidade, reduz riscos e cria um ambiente mais saudável para investir e crescer.

E&N - O modelo cooperativo segue sendo competitivo frente a outros modelos de negócio no agro?

Vianna - Sem dúvida. Hoje, as cooperativas são administradas com o mesmo nível de profissionalismo das grandes empresas privadas, mas com uma grande diferença: o foco está no associado. A governança é sólida, os resultados são compartilhados e a visão de longo prazo é parte da cultura. Além disso, o modelo tem como base a educação, a inovação e o desenvolvimento local. Isso torna o cooperativismo não só competitivo, mas estratégico para o futuro do agro.

E&N - A Jornada Técnica da RTC deveria ter ocorrido em 2023, mas foi adiada pela enchente. Como a CCGL lidou com os impactos daquele evento?

Vianna - Foi uma decisão difícil, mas necessária. A Jornada já estava com as inscrições quase esgotadas quando o Estado foi duramente atingido pelas enchentes. Cancelamos imediatamente, em solidariedade aos produtores e comunidades afetadas. Assumimos o compromisso de atuar na linha de frente do apoio humanitário, com doações de leite em pó, água potável, mantimentos e logística para atender as regiões isoladas. E mesmo em áreas com acesso comprometido, mantivemos a coleta de leite — porque o compromisso com o produtor é diário. Essa resposta rápida só foi possível porque temos uma base cooperativa forte e organizada.

E&N - O evento traz nomes de peso como o Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal e o ex-ministro Roberto Rodrigues. O que a CCGL busca ao trazer esse tipo de debate ao setor agropecuário?

Vianna - A Jornada Técnica da RTC é muito mais que um encontro técnico. É um espaço de provocação e construção de futuro. Trazer nomes como Rattan Lal, referência mundial em solos e sustentabilidade, e Roberto Rodrigues, um ícone do agro brasileiro, mostra que queremos pensar o agro além da porteira. Nossa intenção é conectar os produtores com as grandes tendências globais — agricultura regenerativa, inovação digital, segurança alimentar. O cooperativismo tem um papel-chave nisso. É com conhecimento, cooperação e visão de longo prazo que vamos garantir um futuro sustentável para o campo e para a sociedade. (Jornal do Comércio)


Santa Clara cresce com a diversificação de negócios

Uma forma de queijo de 15 quilos e uma manteiga de dois quilos foram o resultado do processamento de 152,8 litros de leite recebidos de 32 produtores no primeiro dia de funcionamento, em 1912, da atual Cooperativa Santa Clara, com sede em Carlos Barbosa. Dentre os 32 fundadores, 18 tinham sobrenomes italianos. Um ano antes, 17 agricultores haviam criado a Latteria Santa Chiara para onde destinavam as sobras de leite da produção própria. "Este grupo proveniente da Itália já conhecia o cooperativismo e a importância do trabalho integrado. Isto foi essencial para o êxito do negócio", destaca Alexandre Guerra, diretor administrativo e financeiro.

Denominada inicialmente como Cooperativa de Laticínios União Colonial, a Santa Clara, que ganhou este nome em 1977, tem 4,8 mil famílias associadas. Nas três plantas industriais a capacidade de processamento anual é de 25 milhões de litros de leite, coletados em 153 municípios gaúchos. A operação, com unidades em Carlos Barbosa, Casca e Getúlio Vargas, responde por 53% do faturamento. Ainda tem dois frigoríficos de suínos, cozinha industrial, 30 unidades varejistas, dentre supermercados e lojas agropecuárias, duas fábricas de rações e sete centrais de distribuição em vários estados. No total, são 73 unidades de negócios e 2.679 funcionários.

Foto: Cooperativa Santa Clara/Divulgação/JC

A partir de 1975, na busca pela diversificação e ampliação de áreas de atuação, a Santa Clara iniciou um processo de incorporação de outras cooperativas. As primeiras, com foco em leite e trigo, eram de Carlos Barbosa. As seguintes estavam localizadas em Veranópolis, Cotiporã, Paraí, Casca e São Vendelino.

O mais recente movimento envolveu a compra de frigorífico em Vila Lângaro, com capacidade para o abate de 600 suínos por dia. Com a aquisição, a Santa Clara amplia a presença no setor, somando dois frigoríficos e sete suinoculturas: uma em Carlos Barbosa, uma no Alto Jacuí e cinco no Alto Uruguai. De acordo com Guerra, a cooperativa tem como regra em seu planejamento estratégico investir em torno de R$ 30 milhões anuais, sendo dois terços próprios, em melhorias de processos produtivos, varejo, ampliação, modernização e desenvolvimento de novos produtos.

A região Sul e os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso são os principais mercados consumidores dos produtos da Santa Clara, que têm no varejo, compreendendo supermercados, padarias e outros, o principal canal de venda. Hotéis, restaurantes e lojas especializadas também são abastecidos. No total, são mais de 22 mil clientes ativos.

O portfólio tem mais de quase 400 produtos entre laticínios, frigorífico, doces e sucos, dos quais em torno de 50 tipos de queijos. Guerra recorda que, em 1909, o imigrante e associado Fausto Breda voltou à Itália para aprender a fazer queijo. De lá trouxe a receita para um queijo colonial, ainda parte do portfólio atual.

Guerra salienta que a Santa Clara é a mais antiga cooperativa do segmento lácteo em atividades no Brasil e a segunda maior em captação de leite no estado. Como ações pioneiras no setor e no mercado cita a técnica de adoção da inseminação artificial, pagamento do leite pela qualidade e não só pelo volume, certificação ISO 9000, elaboração do primeiro queijo com microrganismos probióticos e o uso de ordenha automatizada por um associado seu.

A cooperativa tem trabalhado a responsabilidade social por meio do projeto social Plantando o Bem, com palestras, peças teatrais, encontros e concursos em escolas sobre ecologia, sustentabilidade e alimentação saudável, além de colaborar com o Banco de Alimentos de Porto Alegre. Em termos ambientais tem como meta reduzir em 30% a emissão dos gases estufa até 2030, além de investir em energia fotovoltaica. Uniformes de trabalhadores recolhidos após determinado tempo de uso são transformados em cobertores e doados a entidades assistenciais. (Jornal do Comércio)

Milk Pro Future

Uma viagem imersiva ao futuro do leite, com inovação, sustentabilidade e propósito.. Tudo isso presente em cada estação dessa jornada transformadora que foi o Milk Pro Summit

Nos dias 15 e 16 de maio eu e pouco mais de 400 jovens — de todas as idades — deixamos o presente para viver uma experiência inédita: fomos visitar o futuro. Ou melhor, alguns futuros prováveis.

Laura Gastaldi, Torsten Hemme, Valter Galan e Rafael Junqueira nos receberam na primeira estação do futuro. Disseram que o mundo do leite brasileiro mudou. Lá no futuro, há menos empresas, menos produtores, mas mais produção. Isso aconteceu por meio de duas palavrinhas: eficiência e produtividade. A produção por hectare, por mão de obra e por vaca aumentou. E, mais que isso, nos tornamos mais competitivos também pela forma como enfrentamos os desafios ambientais, sociais e de governança.

Mas como chegamos a esse novo patamar? As respostas estavam nos futuros prováveis que visitaríamos em cada estação da viagem...

Na estação seguinte, conhecemos a vaca do futuro. Francisco Rodriguez nos apresentou a vaca tropical: uma versão geneticamente evoluída, com menor impacto ambiental. Rogério Carvalho Souza mostrou como intervir no segundo cérebro da vaca, o rúmen, para reduzir seu impacto e aumentar sua produtividade. E também como os sensores ajudarão cada vez mais a entender o comportamento e as reações desse ser complexo e inteligente que tanto amamos.

Nosso querido brasileiro que vive na Argentina, Cristian Chiavassa, nos ensinou a conversar com o ChatGPT e outras IAs, para que elas nos respondam realmente o que queremos saber. E colocou em xeque a forma atual de aprender. Precisamos saber um pouco sobre tudo, como hoje? Ou devemos descobrir o necessário conforme a necessidade de conhecimento surge?

Na estação seguinte, paramos para conhecer a fazenda do futuro. Marcos Epp demonstrou que buscar eficiência e produtividade dá retorno — com resultados que até a turma da Faria Lima precisa conhecer. José Garcia Pretto nos mostrou que a ordenhadeira do futuro pensa, sente e interage com a vaca, com o leite e com o produtor.

Maria Antonieta Guazelli e Ad van Velde — híbridos de produtores e líderes setoriais do futuro — mostraram que tudo o que vimos sobre a vaca e a fazenda do futuro era verdade. Mas era apenas a materialização do que já havia acontecido fora da porteira. O produtor do futuro cuida de seu negócio, mas também interage com outros produtores, participa da formulação de políticas públicas, da criação de leis e das regras do mercado. Ele se organiza institucionalmente. Afinal, o leite do futuro continua sendo um assunto de Estado. E, para atuar, é preciso cooperação. No futuro, uma andorinha ainda não faz verão... Lembrei-me desse ditado antigo — e ainda tão atual.

Na estação seguinte Diana Jank encontrou um jeito de tornar fácil o difícil. Fez como nossas mães e avós: contou historinhas simples, encantadoras, e nos guiou por diversos lugares do mundo do futuro, com paisagens lindas, vacas e pessoas felizes. Tudo natural, embalado em marcas.

Sim, as marcas do futuro não são mais produtos a serem comprados. São entidades com identidade! Cada uma tem sua trajetória, personalidade e propósito. Não são apenas consumidas — criam vínculos emocionais. Afinal, como já cantavam os Titãs há quarenta anos: "A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte... a gente quer a vida!"

Depois, nos levaram a uma sala de cinema. Opa! A viagem no tempo incluiu um momento de diversão?

Visitamos um mundo sem vacas. Um mundo imaginário, não natural. Um mundo impossível. Afinal, Noé, em sua sabedoria, colocou vacas na Arca diante do dilúvio iminente.

Como Diana, o filme também contou historinhas — muitas! Com visões diferentes sobre esse ser mais parecido conosco do que imaginamos. Um ser sociável, que elege líderes, que é sensível e tem humor, que se comunica, reage ao que vive, sente amor e ódio, busca prazer e... pensa! Um ser que leva nove meses para se formar no ventre da mãe. Um ser complexo, que produz um alimento também complexo: o leite — sinônimo de vida.

O filme mostrou o valor da vaca para a vida humana, inclusive entre tribos primitivas que vivem hoje como há quatro mil anos. Visitamos o passado remoto e o presente, em diferentes regiões do mundo, compreendendo o que é esse ser em cada tempo e lugar. Também conhecemos a legítima visão vegana — sem filtros ou rancores. Jovens que cresceram com fraldas descartáveis, não recicláveis, mas são honestos e verdadeiros no que acreditam, baseando-se nas histórias que ouvem.

O filme também trouxe ciência. E aprendemos a fazer contas. Vaca é mesmo um animal de baixa conversão alimentar? Descobri que não. Saí convencido: o mundo precisa mais de vacas do que de humanos. Melhor, então, que estejamos juntos.

Fora da sala, além da Diana, estavam Michelle Michael e Brandon Whitworth — os produtores do filme. Uma raridade ouvir os criadores falando sobre a criatura. Fizeram um filme para quem não conhece vacas. Afinal, elas não estão em zoológicos nem safáris... O mundo urbano não sabe o que é uma vaca. E lá também estava Bruno Girão, talvez o executivo do setor lácteo que mais busca novas experiências em outros mundos terrenos.
Lembro bem quando, em 2016, no Interleite, lançamos o Ideas For Milk. Um silêncio geral. Senti que não me comuniquei bem. Ninguém entendeu. Eis que Bruno, da plateia, pede um microfone indisponível para dizer o quanto aquilo era importante. Foi o primeiro a entender o que viria com o Ideas For Milk. E ontem, contou como os veganos tentaram impedir a participação do IFC como sócio. Sem mágoas, sem rancores. Com reflexão.

Na estação seguinte, vimos soluções possíveis para as dores atuais. A primeira, da gestão, foi tratada por Alexandre Pedroso: como transformar a infinidade de dados gerados pelas fazendas em valor para a tomada de decisão? A segunda, sobre o mercado de carbono, foi abordada por Martha Baker e Laurent Micol: como alcançar o leite net zero e gerar receita com serviços ambientais?

A terceira dor: a desorganização das relações na frágil cadeia produtiva, foi tratada por Marcelo Carvalho. E a quarta: o capital escasso e caro — problema crescente numa atividade cada vez mais intensiva — foi debatida por Jacques Gontijo e Henrique Americano. Para mostrar que todas essas dores têm remédio, veio Diogo Vriesman, produtor do futuro, contar sua história vivida com a simplicidade dos sábios.

Durante a viagem no tempo, tivemos duas companhias inspiradoras. Uma foi Tamara Klink — que eu não conhecia, mas da qual virei fã instantâneo. Quero saber tudo o que pensa e faz. Eu, que me achava especialista em estratégia, agora a sigo. A outra foi Miguel Cavalcanti, que falou de gente, gente, gente. Conheci um novo Miguel. Em tempos de economia circular, encontrei um Miguel reciclado, regenerado — um Miguel do futuro. Quero me regenerar também, Miguel! Quero estar com você no futuro!

Ao longo dos meus quase 63 anos, vivi apenas três experiências que me fizeram não querer voltar para casa: Bonito (MS), Barcelona e... a viagem futurista do Milk Pro Summit. Saí de lá impactado. Queria escrever uma crônica. Não consegui — ficou um diário de bordo. Sem contar as conversas nos intervalos com os passageiros. Cada uma, uma aula. Falei pouco para aprender muito. E ainda não sei bem o que aprendi.

Mas ficou na mente a frase arrebatadora da jovem-madura Diana: “Se pensarmos apenas em mercado de nicho, orgânico, regenerativo e com alto valor agregado, a gente não alimenta o mundo. Mas, se pensarmos apenas em eficiência, não alimentamos a alma.”
Parabéns, Marcelo, pela coragem de ser disruptivo. Parabéns a esse time jovem e competente do MilkPoint. Parabéns às empresas que apostaram nesse projeto único: Alltech, De Laval, MSD, Alvoar, Italac, Lactalis, Piracanjuba, Porto Alegre e Verde Campo. Parabéns à Frísia, à Abraleite, ao Sindilat/RS e ao Sindileite/SP.

Agora que conhecemos os futuros prováveis, cada viajante está comprometido em ajudar a construí-los, com as lições que trouxe da viagem. O tempo dirá se seremos bem-sucedidos. (Paulo do Carmo Martins para Milkpoint)


Jogo Rápido
FENASUL EXPOLEITE:  Evento atraiu 150 mil visitantes
A edição 2025 da Fenasul Expoleite foi encerrada ontem, em Esteio, sob o brilho dos campeões da pista do Parque de Exposições Assis Brasil, mas também com dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais. A mais recente está relacionada à confirmação de foco de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro. A ocorrência da patologia acarretou a retirada antecipada, por medida de segurança sanitária, das aves ornamentais que participavam do evento. A ausência, entretanto, não reduziu o entusiasmo dos visitantes com a feira de outono, que atraiu, de acordo com os organizadores, 150 mil visitantes nos cinco dias de realização. Representando o governo do Estado, o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, afirmou que a Fenasul Expoleite se consolida como o grande evento agropecuário do primeiro semestre no Rio Grande do Sul. (Correio do Povo)


 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 16 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.393


Sindilat/RS transforma produção do concurso leiteiro em gesto solidário

O tradicional banho de leite, além de celebrar os vencedores do Concurso Leiteiro na Fenasul Expoleite 2025, também foi marcado por um gesto de solidariedade. O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) destinou 1.020 litros de leite — volume equivalente à produção registrada durante o concurso — para a Prefeitura Municipal de Esteio, que fará a distribuição entre entidades de assistência social do município.

“Com este gesto, reafirmamos o compromisso da indústria láctea gaúcha com a retomada da produção neste período desafiador, reforçando nossa responsabilidade social e o papel do setor na reconstrução da economia local”, destacou o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portella. O dirigente participou da cerimônia ao lado dos produtores premiados, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

Foto: Isabele Klein
Texto: Jardine Comunicação


Milk Pro Summit: o futuro da pecuária leiteira 

Mais de 430 pessoas — entre os maiores produtores do país, líderes do agro e especialistas internacionais — estiveram reunidas nos dias 15 e 16 de maio no Resort Bourbon, em Atibaia (SP), para a primeira edição do Milk Pro Summit.

No primeiro dia, logo pela manhã, o evento deixou claro por que já é considerado o novo centro da inovação e eficiência leiteira. O Painel 1 reuniu gigantes do setor para discutir as tendências que estão moldando o mercado global: Torsten Hemme, referência mundial em lácteos, Alejandro Galetto, especialista em economia agrária, Laura Gastaldi, com longa trajetória no INTA argentino, Valter Galan, diretor da MilkPoint Ventures, e Rafael Junqueira, diretor da Lactalis Brasil & Uruguai, trouxeram dados estratégicos sobre as principais transformações da cadeia láctea

A manhã ainda contou com uma participação virtual de Tamara Klink — navegadora, escritora e Forbes Under 30 — que falou sobre coragem, propósito e reinvenção diante de desafios.

Durante os intervalos e nos momentos de interação ainda aconteceram conexões estratégicas, troca de experiências e insights valiosos entre os principais nomes do setor
À tarde, os Painéis 2 e 3 assumem o palco, com foco na inovação, digitalização e inteligência artificial aplicada à produção leiteira e na visão afiada de três produtores globais que transformaram gestão, estratégia e mentalidade em resultados de alto impacto.

O Milk Pro Summit já se firma como um dos principais fóruns estratégicos do leite no Brasil, onde tecnologia, inovação, gestão e liderança se encontram com as experiências reais de quem está na linha de frente da produção em um ambiente de networking intenso. (Milkpoint editado pelo Sindilat)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1867 de 15 de maio de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

As chuvas do período devem melhorar significativamente a produção de leite, considerando a evolução no desenvolvimento das pastagens de aveia e azevém já estabelecidas em razão do restabelecimento da umidade no solo e da possibilidade de aplicação de fertilizantes. Além disso, há expectativa de retomada da semeadura das pastagens de inverno, que estavam atrasadas devido à estiagem.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a reserva de silagem dos produtores que investiram mais em volumoso foi severamente comprometida pela escassez de chuvas no primeiro trimestre do ano, gerando maior dependência de suplementação com ração. 

Na de Caxias do Sul, a condição corporal dos bovinos leiteiros se manteve satisfatória, sem restrições alimentares significativas durante o período. 

Na de Frederico Westphalen, o retorno das chuvas e as temperaturas mais amenas estimularam o rebrote e o desenvolvimento das forrageiras, além de proporcionar melhor conforto térmico aos animais. 

Na de Ijuí, a produção de leite se mantém estável, e já há sinais de aumento no volume ordenhado. A sanidade dos rebanhos é considerada adequada. Há baixa incidência de carrapatos. 

Na de Passo Fundo, a produção leiteira está estável, assim como o escore corporal dos animais.

Na de Porto Alegre, segue o controle de carrapatos. Continuam as infestações de bernes e moscas. Os agricultores estão em fase de realização da declaração anual do rebanho aos órgãos oficiais. 

Na de Santa Maria, o tempo mais ameno tem beneficiado o conforto térmico dos animais. Entretanto, há pouca disponibilidade de pastagem em decorrência da escassez de chuvas durante o outono, mas essa situação começa a se reverter com as precipitações mais intensas do período. 

Já na de Santa Rosa, observa-se uma tendência de aumento na produção de leite em relação à semana anterior. As condições climáticas elevaram o conforto dos animais, incentivando o consumo de alimentos conservados e resultando em maior produção diária nas propriedades. 

Por fim, na de Soledade, os rebanhos leiteiros continuam sendo alimentados com ração e alto volume de silagem, além de outros volumosos, buscando garantir uma dieta equilibrada para a manutenção da produtividade. (Emater adaptado pelo Sindilat)

 

Jogo Rápido
Impacto do pasto na qualidade do leite em tempos de seca
Uma pesquisa publicada na edição de maio de 2025 do Journal of Dairy Science revela os impactos da crise climática na produção de leite e queijo, e aponta estratégias eficazes para reduzir esses efeitos. O estudo, liderado por Matthieu Bouchon e desenvolvido por pesquisadores do INRAE, da Universidade Clermont Auvergne, da AgroParisTech e da Universidade Claude Bernard Lyon 1, analisou como a escassez de pastagem durante as secas de verão — cada vez mais frequentes — afeta o desempenho dos animais e a qualidade dos produtos lácteos. O experimento foi realizado na região do Maciço Central, na França, uma área semi-montanhosa frequentemente afetada por estiagens. Ao longo de 19 semanas, os pesquisadores acompanharam 40 vacas leiteiras das raças Prim’Holstein e Montbéliarde, divididas em quatro grupos com dietas distintas: dois com alimentação baseada principalmente em pasto e dois com silagem de milho, sendo que metade de cada sistema passou por uma simulação de escassez de forragem, como ocorre em períodos de seca severa. Os resultados mostram que reduzir parcialmente o pasto no sistema tradicional de pastagens não compromete a produção de leite, melhora a eficiência alimentar e reduz a emissão de metano por litro de leite. Além disso, o leite e o queijo produzidos nesse sistema apresentaram melhor qualidade sensorial: queijos mais amarelos, macios e com sabor mais pronunciado — características valorizadas pelo consumidor. Já a retirada completa do pasto no sistema baseado em milho manteve a produção de leite, mas reduziu a eficiência alimentar e piorou a qualidade do queijo, que ficou mais pálido, menos saboroso e com menor presença de microrganismos benéficos. Os autores concluem que, frente à intensificação das mudanças climáticas, é essencial adotar estratégias de adaptação nos sistemas de produção leiteira. Manter o acesso ao pasto, mesmo que parcial, mostrou-se crucial para preservar a qualidade do leite e do queijo, além de contribuir para um sistema mais eficiente e ambientalmente sustentável. Complementar a alimentação de vacas com forragens conservadas, sem abandonar totalmente o pasto, pode ser a chave para enfrentar os desafios climáticos que já impactam o campo. As informações são do Journal of Dairy Science, traduzidas pela equipe MilkPoint