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Porto Alegre, 06 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.475

 

  Cooperativa Piá elegeu sua nova diretoria

Com a presença recorde de 1.321 associados, a Cooperativa Piá elegeu sexta-feira (31) a sua nova diretoria, conselho de administração e conselho fiscal.  Para a diretoria foram eleitos Jeferson Smaniotto (Presidente), Darcísio Braun (Vice-Presidente) e Rogério Klering (secretário). 

O conselho de administração será composto por: Antônio Normelio Lauer, Fabricio Perin Dalagnol, Inácio Zeno Franzen, Ari Arsenio Boelter, Remidio Frank, Fabio Wobeto, Liceo Hoff e Luiz Carlos Weber. Os suplentes são Gerson Neumann, Eloir Paulo Costa e Jonas Gottschalk. O conselho fiscal será composto por Maicon Weber, Algemiro Kasper, Luciano Reichert, tendo como suplentes Geraldo Dapper, Vera Zimmer e Ronaldo Espig.

Antes da eleição dos novos dirigentes, os associados da Piá aprovaram a prestação de contas relativas a 2016. A cooperativa teve receitas de R$ 708,7 milhões, um aumento de 5,27% em relação aos R$ 673,3 milhões obtidos em 2015. O resultado foi de R$ 22,2 milhões negativos, motivado pelos investimentos na nova fábrica de iogurtes, inaugurada em março, e que teve sua capacidade de produção triplicada. (Assessoria de Imprensa Piá)
 
 
 
Milhares de produtoras de laticínios britânicas podem fechar devido à dívidas

Várias empresas de laticínios podem ser forçadas a fechar no Reino Unido neste ano devido à queda nos preços do leite e ao aumento da dívida que atinge um nível de crise para os fazendeiros em todo o país. A National Farmers Union (NFU) disse que muitos produtores de laticínios estão sem fôlego, operando com perda e não conseguem mais receber financiamento dos bancos. "Estamos ansiosos para sair da indústria até o final deste ano quando muitos fazendeiros usarão suas economias", disse o presidente da organização Rob Harrison, que também gerencia sua própria fazenda de laticínios, que teve uma perda de US$ 150 mil na receita em 2016.

Atualmente, existem em torno de 10,5 mil produtoras de laticínios em toda a Inglaterra, Escócia e no País de Gales. Segundo matéria da Nutrition Savvies, há 10 anos, esse número era mais próximo de 21 mil. O Conselho de Desenvolvimento Agrícola e Hortícola (AHDB) acrescentou que as explorações de laticínio britânicas que não estão com um contrato alinhado têm enfrentado perdas e faz uma avaliação sombria sobre o número de empresas que permanecerão em operação nos próximos meses. A Royal Association of Dairy Farmers diz que cinco fazendas têm fechado a cada semana e essa taxa pode aumentar. O analista da indústria Ian Potter da Ian Potter Associates prevê que pode haver menos de cinco mil produtoras de laticínios no Reino Unido em 10 anos. (Fonte:24Brasil/Guialat)

FUNDO DE INOVAÇÃO DO BNDES INVESTE EM STARTUP VOLTADA AO GADO LEITEIRO

O Fundo Criatec 3, fundo de fomento à inovação do país criado pelo BNDES, anunciou hoje sua primeira investida em uma startup do segmento de pecuária de precisão. A Chip Inside, do Rio Grande do Sul, receberá R$ 2 milhões de investimentos. Localizada em Santa Maria, a startup nasceu em 2010 dentro da Universidade Federal da cidade, a UFSM. Especializada no monitoramento em tempo real e com alta precisão do comportamento e do ciclo reprodutivo do gado de leite, tem como principal diferencial uma solução de coleta de dados que permite a detecção dos níveis de ruminação, atividade e ociosidade do animal.

Segundo a Inseed investimentos, que faz a gestão do Criatec 3, o monitoramento de saúde e reprodução de bovinos ocorre por uma coleira colocada no animal, que monitora 24 horas por dia o nível de ruminação, atividade e ócio. Além disso, o sistema possui um conjunto de antenas e um software de gestão, monitoramento e diagnóstico. Através dele o produtor consegue monitorar o status de saúde dos seus animais, recebendo no seu celular diariamente se existe algum animal alterado que deve ser observado ou examinado. É possível ainda efetuar o diagnóstico precoce de doenças que estão em estágio incipiente.

O mercado alvo da Chip Inside são propriedades de produção intensiva com um rebanho em lactação de 30 a 400 animais. Para os CEOs da startup, Leonardo Guedes e Thiago Martins, a entrada do Criatec irá contribuir para grande alavancada da empresa. "Hoje a empresa monitora cerca de 1,5 mil animais. Com o aporte a expectativa é que a empresa chegue 8 mil animais em 2017", diz Martins. A empresa espera chegar a 100 mil animais monitorados até 2021. (As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint)

CNA PROPÕE REFINANCIAR DÍVIDA DOS PRODUTORES COM O FUNRURAL

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, pediu nesta terça (4) ao governo federal a criação de um Programa Especial de Recuperação Fiscal (REFIS) para os produtores em débito com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). João Martins se reuniu, no Palácio do Planalto, com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Moreira Franco, para discutir a questão.

A CNA defende "como medida de justiça social e econômica para o setor agropecuário, que há anos contribui para o crescimento do país", a renegociação de valores decorrentes das ações ajuizadas por produtores questionando a constitucionalidade do Funrural. Nos últimos anos, uma parcela dos produtores deixou de depositar em juízo porque obteve decisões favoráveis na Justiça quando questionava a constitucionalidade da contribuição.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na semana passada, pela constitucionalidade do Funrural recolhido pelo empregador rural pessoa física.  "A proposta da CNA é a de que o passivo seja refinanciado sem juros e sem correção. O que não se pode, de uma hora para outra, é estrangular a produção agrícola brasileira que vai muito bem", afirmou João Martins. O presidente da CNA disse ainda que os produtores afetados pela decisão do STF "podem ter certeza" de que a entidade está em busca da melhor solução possível.

O ministro Moreira Franco afirmou entender perfeitamente a reivindicação da CNA, "de permitir o pagamento parcelado do tributo". "A CNA pede, com muita Justiça, o que já foi feito no passado quando, em um caso semelhante, foi dada pelo governo a possibilidade do pagamento parcelado", disse o ministro.

Para Moreira Franco, existe "grande possibilidade" da CNA, em conjunto com o Ministério da Fazenda, "encontrar uma solução que dê segurança, dê estabilidade ao setor agropecuário que é fundamental para a economia brasileira".

Durante o encontro ficou decidido que a proposta será avaliada em conjunto pela Confederação e pelo Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida. (As informações são da Assessoria de Comunicação CNA)
 

 
Mais uma alta dos preços dos lácteos no atacado
No mercado atacadista de lácteos, considerando a média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria, os preços subiram 0,9% na segunda quinzena de março, em relação à primeira metade do mês. A maior concorrência pela matéria-prima (leite cru), com a produção em queda no país, dá sustentação aos preços no atacado, mas do lado da demanda, o cenário é ruim, com dificuldades de escoamento na ponta final da cadeia. Existe pressão de baixa por parte do varejo e redes atacadistas com relação às cotações dos produtos lácteos. O preço do leite longa vida andou praticamente de lado nas últimas semanas, corroborando com o cenário de dificuldade de escoamento do produto. De qualquer maneira, para o curto prazo, a produção de leite em queda é um fator de sustentação das cotações. (Agrolink)
 

 

Porto Alegre, 05 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.474

 

  Fenasul terá Festival Gastronômico de lácteos

A Fenasul 2017 trará novidades aos gaúchos. A exposição, que ocorre anualmente em Esteio, contará com Festival Gastronômico de produtos lácteos, uma promoção do governo do Estado em parceira com o Sindilat e outras entidades ligadas ao segmento. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (5/4) pelo secretário da Agricultura, Ernani Polo, em apresentação do novo conceito da feira, na Casa da Ocergs no Parque de Exposições Assis Brasil. A ideia é transformar o evento em uma "miniexpointer" com atrações especiais ao público da cidade. "Além de destacar a produção, pretendemos saudar os derivados. Atrair consumidores do entorno de Porto Alegre para promover e conhecer esses produtos. Mais do que promover a produção, queremos estimular o consumo", frisou Polo.

A ideia foi encampada pelos laticínios gaúchos. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou que será um momento especial para as empresas apresentarem a qualidade dos lácteos produzidos no Rio Grande do Sul, e para os consumidores conhecerem mais sobre eles. "Este é o primeiro evento em Esteio, mas a ideia é construir uma tradição. É hora de o consumidor da região Metropolitana aproveitar e experimentar", salientou, lembrando que a meta é fomentar o consumo de queijos.

A mudança no conceito da mostra deve marcar os 40 anos da Expoleite e a 13ª edição da Fenasul. Na programação, também terá destaque a confecção do maior arroz de leite do Brasil, que será elaborado com 1,3 mil litros de leite e 180 quilos de arroz, entre outros ingredientes, e distribuído ao público presente. A exposição ainda terá feira de artesanato e de produtos da agroindústria familiar. "Esse é um setor que, mesmo estando sempre abaixo de mau tempo, segue respondendo. Vamos trazer o público urbano para que ele entenda nosso dia a dia e nossas dificuldades", pontuou o diretor de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong.

Quem for à Fenasul também poderá conferir o 2º Rodeio de Esteio e provas de diferentes raças. Além da mostra de gado leiteiro, a feira integrará a Expovinos e provas do cavalos árabe e cavalo crioulo.

A programação do Sindilat na Fenasul ainda inclui palestras técnicas sobre sanidade na produção leiteira, como os cuidados contra tuberculose e brucelose. Segundo Guerra, as ações contarão com apresentação teatral para ajudar a atrair o público infantil ao parque. "Junto, o setor pode dar saltos maiores e ser sempre mais produtivo", ressaltou.

A Fenasul será de 24 e 28 de maio, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). A realização é da Secretaria da Agricultura e Gadolando com apoio Sindilat, Farsul, Apil, Ocergs, Fetag, Febrac, ABCCC e Federação Gaúcha de Laço. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Carolina Jardine
 

 
Aslore vai capacitar cooperativas de reciclagem

A diretoria da Associação de Logística Reversa de Embalagens (Aslore) reuniu-se na tarde desta terça-feira (4/4), na Fiergs, em Porto Alegre, para apresentar a prestação de contas do ano passado e tratar dos projetos previstos para 2017. Ficou definido que parte do orçamento deste ano será destinado à ações educativas, envolvendo indústrias, prefeituras e escolas, que abordem a importância da separação de resíduos. Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que é diretor do Conselho Administrativo da Aslore e esteve presente no encontro, também foi decidido que o recurso disponível será revertido para trabalhos junto às cooperativas que atuam com reciclagem.

"O objetivo é melhorar a capacitação profissional e a estrutura física das cooperativas de catadores", relatou Guerra. Das indústrias ligadas ao Sindilat, sete fazem parte da Aslore: CCGL, Languiru, Laticínios Bio, Piá, Rasip, Santa Clara e Santa Mônica. O dirigente chama a atenção para a importância dos laticínios participarem de iniciativas com esta. "Além de atender a legislação, tem a questão da responsabilidade ambiental que as empresas precisam ter", disse. Guerra destaca, ainda, que as indústrias que querem exportar "precisam ser sustentáveis", lembrando das exigências do mercado internacional. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Exportações norte-americanas de lácteos em números

Exportações/EUA - O mundo precisa do leite da América, e a economia norte-americana precisa do mundo. A demanda pela rica proteína do leite está crescendo. Consequentemente, as exportações norte-americanas de lácteos, quadruplicaram desde o ano 2.000, chegando a US$ 4,9 bilhões em 2016. Nossos cinco maiores mercados são: México (US$ 1,2 bilhões); Sudeste Asiático (US$ 671 milhões); Canadá (US$ 632 milhões); China (US$ 384 milhões); e América do Sul (US$ 280 milhões).

  

Fontes: U.S. Departamento de Agricultura (USDA); U.S. Departamento de Comércio; U.S. Conselho de Exportação de Lácteos (USDEC); Federação dos Produtores de leite (NMPF); dados de 2016; indústria de laticínios, dados de 2015. Empregos e impactos econômicos estimados para as exportações de 2016 usando fórmulas do Escritório de Análises Econômicas. Detalhes sobre a produção regional. (Usdec - Tradução livre: Terra Viva)

 

 
MAGGI CRITICA BUROCRACIA E MOROSIDADE EM NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS NA AMÉRICA DO SUL
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticou nesta terça-feira, dia 4, a burocracia e a morosidade das negociações de comércio entre os países da América do Sul. Ele participa de reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), que se realiza em Buenos Aires, Argentina, nesta terça-feira e na quarta. O CAS é um conselho de ministros de Agricultura para discutir não só o comércio, mas questões como biotecnologia, sanidade animal e vegetal, entre outros temas voltados ao agronegócio. Na avaliação do ministro, se não houver vontade política para decidir as questões pendentes que existem entre os países da região, vão se passar mais 10 anos de reuniões e nada será solucionado. Ele afirmou que os países precisam ser mais transparentes e diretos em suas negociações para que as parcerias sejam definidas. "Temos tantos assuntos pendentes e as coisas não avançam, se não houver vontade política", disse. Maggi relatou que, para resolver todas as pendências, precisaria de pelo menos três dias com o ministro da Argentina, mais dois com o ministro do Uruguai, assim por diante. Ele citou, como exemplo, questões pendentes de carnes e mandarinas (frutas cítricas) entre Argentina e Brasil. Ele disse que os técnicos vão sempre criar barreiras para proteger os produtores locais. "O Uruguai não aceita que o Brasil venda iogurte para lá porque não temos como comprovar que ali só tem leite brasileiro", lamentou. "Se quisermos avançar, vamos ter de ser claros e transparentes", concluiu. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)
 
 

 

Porto Alegre, 04 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.473

 

  Programa de auxílio às indústrias pautará reunião de associados do Sindilat

O Programa Brasil Mais Produtivo, iniciativa do Governo Federal para aumentar a produtividade em setores de indústrias brasileiras, será um dos assuntos discutidos na próxima reunião de associados do Sindicato da Indústria dos Laticínios (Sindilat/RS). Previsto para acontecer no dia 18 de abril, às 13h30min, na sede do Sindicato, o encontro contará com a presença do gerente de operações Wanderlei Zamberlam e da coordenadora técnica Maria Julia Ledur Alles, ambos do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, que apresentarão os benefícios e as possibilidades de acesso das indústrias lácteas ao programa, além de esclarecer dúvidas dos associados. 

O Programa Brasil Mais Produtivo trata-se de uma consultoria cujo objetivo é aumentar em pelo menos 20% a produtividade das pequenas e médias indústrias participantes, conforme adianta Zamberlam. "É uma forma de otimizar os processos de fabricação e de produzir de maneira mais eficiente", afirma. Ele ressalta que o investimento pode dar um bom retorno às indústrias e a curto prazo. "Já tivemos casos de setores de empresas que aumentaram em 80%". 

Segundo dados do Instituto SENAI, o programa tem duração de 120 horas executadas dentro da empresa, ao longo de três meses, com o custo de R$ 18 mil. Deste valor, a empresa paga R$ 3 mil, e o restante é subsidiado pelos parceiros do programa (APEX, ABDI e SENAI). A iniciativa é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e executado pelo SENAI em todo o Brasil. Ao todo, cinco setores industriais são abrangidos: alimentos, metalmecânico, moveleiro e vestuário e calçados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
GDT: Leve alta nos preços do leite em pó integral; Desnatado estável

Os preços médios dos lácteos comercializados no primeiro leilão GDT do mês de abril registraram alta de 1,6% e média final de US$3.005/tonelada. Para o leite em pó integral foi observada alta de 2,4% e preço médio de US$2.924/ton; os preços do leite em pó desnatado registraram leve variação negativa (-0,8%), fechando, em média, a US$1.913/tonelada. Também houve queda nos preços da manteiga (-1,6%) e do queijo cheddar (-4,4%), que apresentaram médias finais de US$4.751/tonelada e US$3.288/tonelada, respectivamente. (Fonte: GDT)


 

RS: renda e tecnologia animam jovens a permanecerem no campo, diz pesquisa

Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) ao Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS) revela que a condição financeira das famílias produtores de tabaco na região é um dos fatores que estão fazendo com que mais de 70% dos jovens construam seus projetos de vida na atividade rural.

A renda auferida, 73% superior à do trabalhador brasileiro (de R$ 1.926,73 enquanto que a média nacional é de R$ 1.113,00), é apenas um dos diferenciais do levantamento realizado no segundo semestre de 2016, que ainda pontuou que a tecnologia e a mecanização das atividades agrícolas também contribuem para esse desejo. Como a maioria das propriedades possui veículos - 8,6% das propriedades têm automóvel e 61,7% têm motocicletas - há uma maior facilidade para o deslocamento para estudos e lazer.

Ainda segundo o sindicato, a conectividade também já é uma realidade nas propriedades rurais: 48% contam com acesso à internet e 94% têm telefone celular. Outros dados são de que 80% das casas dos produtores de tabaco têm três ou mais dormitórios, 96% têm lavadoras de roupas e 99% tem TV em cores, sendo que 85,5% têm antena parabólica e 18% sinal fechado. E a modernização das lidas rurais se revela no fato de que 72% dos produtores têm trator e 13%, microtrator. 

"Verificamos um bom acesso a itens relacionados às condições de conforto, higiene e saúde, respaldado por um bom nível de renda. Os produtores de tabaco têm bom acesso às informações e também a condições satisfatórias para atualização e desenvolvimento da sua atividade. Eles também fazem uma boa avaliação de suas próprias condições de vida, ou seja, em geral mostram-se satisfeitos e realizados", disse o coordenador da pesquisa, professor Luiz Slongo.

Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, apesar do cenário positivo, é preciso que o governo fique atento a alguns problemas de infraestrutura que acabam influenciando na decisão do jovem de sair do campo. "Rodovias de acesso que permitam o escoamento da produção, serviços de saúde e de educação qualificados, acesso à energia trifásica, ou pelo menos bifásica, e à internet são alguns dos quesitos que precisam melhorar pelo que vimos no resultado da pesquisa", alerta Schünke. 

A pesquisa foi feita em um universo reduzido dos produtores de tabaco do Rio Grande do Sul e pode ser conferida na integra no site do Sinditabaco. (Canal Rural)

LEITE/CEPEA: BAIXA DEMANDA DIFICULTA REPASSE DA MAIOR VALORIZAÇÃO NO CAMPO

O avanço da entressafra elevou, pelo segundo mês consecutivo, o preço do leite recebido por produtores (que é referente ao produto entregue em fevereiro). A demanda enfraquecida, no entanto, limitou a alta no valor, que foi de apenas 1,4%, ou de 1,7 centavo/litro, considerando-se a "média Brasil" (GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA), que é calculada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. 

Em março, o preço médio líquido (sem frete e impostos) foi de R$ 1,2326/litro, 13,4% superior ao de março/16, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA fevereiro/17). O preço bruto médio do leite (considerando-se frete e impostos) foi de R$ 1,3405/litro, alta de 1,4% frente a fevereiro/17 e de 12,6% em relação a março/16, em termos reais.

Segundo pesquisadores do Cepea, a captação de leite continuou em baixa em todos os estados acompanhados. De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) diminuiu 3,1%, sendo o terceiro mês consecutivo de queda. Minas Gerais e Santa Catarina tiveram as baixas mais significativas no período, de 5,05% e de 3,98%, respectivamente. A menor produção no campo acirrou a competição entre indústrias e laticínios para compra de matéria-prima em algumas regiões, o que influenciou a alta dos preços ao produtor. 

No geral, o desafio do setor se concentra no menor poder de compra de consumidores. De acordo com pesquisadores do Cepea, mesmo com o fim das férias escolares, a demanda não tem aumentado conforme as expectativas de agentes. Além disso, com a matéria-prima se valorizando no campo, o repasse desse aumento ao consumidor dificulta as vendas. Assim, os estoques de alguns derivados, como os queijos, têm aumentado.

No mercado atacadista do estado de São Paulo, agentes de mercado sinalizaram preocupações em relação ao aumento dos estoques de queijo muçarela, mas a ligeira melhora nas vendas deste derivado no final do mês elevou as expectativas de aumento de preços em abril. Os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados em março foram de R$ 2,59/litro e de R$ 15,16/kg, respectivamente, aumentos de 4,8% e 1,9% em relação a fevereiro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Para abril, representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea apontam novo aumento nos preços do leite recebidos pelo produtor; porém, as possibilidades de estabilidade no curto e médio prazos ganham força, devido à demanda enfraquecida. A maioria dos agentes entrevistados (63,2%), que representa 39,8% do leite amostrado, indica novas altas nos preços. Outros 34,2%, que representam 60,2% do volume amostrado, já acreditam em estabilidade. Apenas 2,6% dos colaboradores acreditam em possível queda nas cotações. (As informações são do Cepea-Esalq/USP)
 

 
ICPLeite/Embrapa
Pelo segundo mês consecutivo produzir leite ficou mais barato. O custo de produção de leite em fevereiro recuou -0,49%, em relação aos custos apurados para janeiro de 2017. Quando ocorre uma variação nos custos como o apresentado, configura-se um quadro conjuntural de deflação, ou seja, o inverso da inflação. Este resultado tem por base o Índice de Custos de Produção de Leite - ICPLeite/Embrapa, calculado pela Embrapa Gado de Leite. O principal motivo para esta retração nos custos se deu pela queda de preços na ração para vaca e nos farelos de soja, milho, trigo e algodão. Isto fez com que o grupo Concentrado tivesse queda de -4,00% no mês. O grupo Reprodução também apresentou queda de -0,07% nos custos. Os grupos Mão de obra e Sanidade não apresentaram variação de custos este mês. Os grupos Qualidade do leite e Sal mineral apresentaram variações positivas de 8,34% e 5,83%, mas seu peso relativo no cálculo de custos é baixo, o que não impactou o resultado final. Já Energia e combustível variou 0,61%. (Embrapa)
 

 

Porto Alegre, 03 de abril de 2017.                                               Ano 11- N° 2.472

 

 Sindilat participa de mesa redonda do 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos

Com o intuito de despertar o empreendedorismo, discutir processos de industrialização de produtos lácteos e a legislação para o controle da qualidade, o curso superior de Tecnologia em Laticínios da SETREM - Sociedade Educacional Três de Maio promove, nos dias 6 e 7 de abril, o 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos. O encontro, que ocorrerá no campus da instituição de ensino, em Três de Maio, irá oferecer palestras, workshops e debates com profissionais renomados da área. Representante do Sindilat participará de mesa redonda sobre "Inovações e legislação de produtos lácteos". 

O simpósio é voltado a acadêmicos dos cursos de Tecnologia em Laticínios, Tecnologia em Alimentos, Engenharia de Alimentos, Nutrição e áreas afins. O objetivo do evento, que prevê atividades simultâneas, é discutir processos de industrialização de produtos lácteos, inovações do setor, marketing, qualidade dos produtos, novas legislações e realidade do mercado atual. Produtores rurais, profissionais de indústrias e agroindústrias laticinistas e interessados também poderão participar.

Para participar dos workshops, é necessário se inscrever antecipadamente pelo link www.setrem.com.br. No site estarão disponíveis todas as informações sobre o simpósio, como regulamentos, instruções aos visitantes, contatos e informações sobre o evento anterior.

Programação 2º Simpósio Estadual de Derivados Lácteos:

Quinta-feira 6/04
8h - Workshop "Tecnologia de produção de queijo Mussarela", com Jansen Torres e Rodrigo Magalhães (DSM) - 8 horas de duração
8h - Workshop "Boas Práticas de Fabricação e Boas Práticas de Laboratório", com Maíra Magalhães (Cap-Lab) - 4 horas de duração
13h30min - Workshop sobre "Qualidade do leite e LINA - desafios do sistema de produção", com Maira Balbinotti Zanela (Embrapa Clima Temperado) - 4 horas de duração
19h30min - A abertura oficial e palestra "Ações da Embrapa para a cadeia produtiva do leite" com Maira Balbinotti Zanela
21h - Visita à sessão de pôsteres 
21h30min - Palestra "Tendências globais em produtos lácteos fermentados: o desafio da redução de açúcar", com Rodrigo Magalhães.

Sexta-feira 7/04
13h30min - Workshop "Iogurte grego", com Neila Richards(UFSM) - 4h de duração
13h30min - Workshop "Lei Estadual do Leite", com Danilo Cavalcanti Gomes (SEAPI-RS) - 4h de duração
13h30min - Workshop "Desenvolvimento e Inovação - conceito e tendências globais & novas regulamentações aplicadas aos produtos lácteos", com Geórgia Alvares de Castro Fernandes (Viva Nutrição) - 4h de duração
16h30min - Workshop "Novos conceitos regulatórios", com Geórgia Alvares de Castro Fernandes - 4h de duração
19h30min - Mesa redonda "Inovações e legislação de produtos lácteos", com Danilo Cavalcanti Gomes, Geórgia Alvares de Castro Fernandes, Neila Richards, representante do Sindilat e convidados. 
(Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Alemanha procura mudar as relações de fornecimento do leite
O Bundeskartellamt da Alemanha publicou um relatório provisório sobre o seu procedimento administrativo referente às condições de fornecimento de leite cru. No relatório, a autoridade governamental apresenta os resultados das suas investigações até agora e oferece propostas iniciais para formas alternativas e mais pró-competitivas de estruturar as relações de fornecimento entre os produtores de leite e as indústrias de lácteos. Os interessados no setor agora têm a oportunidade de fazer comentários.

Andreas Mundt, presidente do Bundeskartellamt, disse que suas investigações mostram que os contratos entre produtores de leite e indústrias de lácteos na Alemanha têm longos períodos de aviso e duração. Além disso, os produtores na Alemanha são geralmente obrigados a fornecer o leite que eles produzem exclusivamente para seus laticínios respectivos, com praticamente nenhuma possibilidade de mudar para outra companhia de lácteos.

"Este é um problema para os produtores e dificulta possíveis recém-chegados no setor de lácteos ou de laticínios que desejam estender suas atividades. Outra prática generalizada é que o preço do leite cru é estabelecido somente após a entrega e é baseado em preços de referência e sistemas de informação de mercado. Agora queremos intensificar as discussões com o setor sobre possíveis alternativas pró-competitivas". 

Desde abril de 2016, o Bundeskartellamt conduziu um processo relativo às condições para o fornecimento de leite cru produzido convencionalmente. Em particular, a combinação da duração do contrato e da obrigação de fornecimento exclusivo, do esquema de fixação de preços e de determinados sistemas de informação de mercado, são considerados problemáticos.

O Bundeskartellamt questionou 89 laticínios privados e cooperativos, que em 2015 adquiriram aproximadamente 30,9 milhões de toneladas de leite cru. Isto equivale a cerca de 98% do volume total de fornecimento de leite. As investigações da autoridade revelaram que, em 2015, 97,8% do volume de leite cru coberto pelas investigações foi vendido sob reserva de obrigações de fornecimento exclusivo. Além disso, os contratos para mais de metade do volume de fornecimento de leite cru só podem ser rescindidos com pelo menos dois anos de antecedência.

O período real de notificação pode ser consideravelmente mais longo, uma vez que os contratos relativos a 87,5% do volume total de fornecimento de leite só podem ser rescindidos uma vez por ano. Todos estes fatores causam uma estagnação na atividade do mercado, como expresso por uma taxa de mudança baixa. Por exemplo, a taxa de mudança em 2015 apenas respondeu por 1,0% do volume total de leite cru.

No relatório, o Bundeskartellamt oferece propostas para formas alternativas de estruturar as relações de fornecimento, por exemplo, períodos curtos de notificação, relaxando a ligação entre a relação de fornecimento e a adesão à cooperativa, estabelecendo preços antes da entrega e concordando com os volumes de fornecimento estabelecidos.

Em 2016, o Bundeskartellamt deu início a um processo administrativo para analisar as condições estabelecidas pelos lacticínios para o fornecimento de leite cru. Em um caso de teste, ele está examinando as condições de fornecimento estabelecidas pela grande empresa do norte da Alemanha, DMK (Deutsches Milchkontor GmbH) e sua empresa matriz, Deutsches Milchkontor eG.

No entanto, isso pode ser estendido para cobrir outras companhias de lácteos à medida que seja considerado necessário. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
 
Bloco Europeu quer exportar produtos lácteos para o país
A União Europeia (UE) está usando a crise gerada pela Operação Carne Fraca para tentar arrancar rapidamente do Brasil melhor acesso às suas exportações de produtos agroalimentares, apurou o Valor. Documento da UE aos 28 Estados¬membros para o debate sobre a "fraude da carne no Brasil" no comitê de ministros europeus de Agricultura, que acontece nesta segunda¬feira, faz um claro vínculo entre as duas questões, e eleva a pressão sobre o governo brasileiro para abrir o mercado.

No documento, a União Europeia relata que o comissário de saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, na visita que fez ao Brasil, na semana passada, pediu informações adicionais sobre os controles sanitários e concordou com um novo encontro técnico nos próximos dias para receber mais informações sobre as investigações da Carne Fraca. O documento sublinha que o comissário "aproveitou a oportunidade para destacar a forte insatisfação dos Estadomembros com as dificuldades no acesso ao mercado para exportações europeias de produtos agroalimentares ao Brasil, que contrasta com a abordagem transparente e construtiva em relação ao Brasil, inclusive na atual situação". A UE avisa que, dependendo dos controles reforçados, da evolução da situação e das respostas das autoridades brasileiras a demandas de medidas corretivas, a Comissão Europeia e os 28 Estados¬membros vão decidir se novas medidas serão necessárias em relação à importação da carne brasileira. A comissão vai também enviar auditores ao Brasil o mais rápido possível, provavelmente não antes de meados de maio. 

O Ministério da Agricultura registrou em comunicado que os técnicos da União Europeia, na visita a Brasília, além de discutirem controle e auditoria sobre a carne, apresentaram uma agenda comercial, que inclui a visita de técnicos brasileiros a empresas do bloco que desejam exportar para o Brasil. A UE quer exportar sobretudo produtos lácteos ao Brasil, além de embutidos, carne suína processada, frutas processadas e outros alimentos com valor agregado, que precisam passar por análise de risco. Para uma fonte do Ministério da Agricultura, os europeus vêm aproveitando o momento de fragilidade do Brasil, em meio a uma crise que questiona a qualidade da carne brasileira, para tentar avançar com sua pauta de exportações. Esse vínculo "é inadequado e uma espécie de ameaça"', reage uma importante fonte diplomática, em Brasília, considerando que a questão da carne tem em princípio que ser resolvida por mérito sanitário e científico. Desde 2003, a União Europeia reclama de barreiras do Brasil contra 65 produtos agrícolas do bloco. Alguns produtos foram liberados, mas a montanha de pedidos europeus continua. 

A UE quer que todos os 28 Estados¬-membros sejam tratados como um território único para os exames sanitários e fitossanitários. E isso dificulta decisões pelas autoridades brasileiras, para quem, às vezes, é melhor autorizar produto de um país e não de outro, já que a situação sanitária não é igual em todos os países europeus. Além disso, cada país da UE tem diferentes produtos prioritários na lista de pendências, e cada um quer ser o primeiro a ter seu exportador atendido. Do lado brasileiro, há o problema de falta de recursos para examinar os pedidos rapidamente. Na reunião de hoje entre os ministros de agricultura do bloco, em Luxemburgo, a fraude da carne no Brasil será o último item da agenda. A França quer a suspensão de todas as importações de carnes brasileiras, enquanto Portugal defende que nenhuma restrição adicional seja aplicada. Os outros países navegam entre os dois, segundo uma fonte. (Valor Econômico) 

 

 
USDA estima estoque de milho nos EUA em 1º de março em 8,616 bi de bushels
Os estoques de milho dos Estados Unidos alcançavam 8,616 bilhões de bushels (218,85 milhões de toneladas) no dia 1º de março de 2017, um aumento de 10% ante os 7,822 bilhões de bushels (198,68 milhões de t) apurados em igual data do ano passado. Os números foram divulgados na última sexta-feira, 31, no relatório trimestral de estoques do Departamento de Agricultura do país (USDA). bO resultado é 30,4% menor do que os 12,386 bilhões de bushels (314,6 milhões de t) verificados no dia 1º de dezembro de 2016. O volume ficou pouco acima da média das expectativas de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, de 8,551 bilhões de bushels (217,2 milhões de t). (As informações são do jornal O Estado de São Paulo e Dow Jones Newswires)
 

 

Porto Alegre, 31 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.471

 

Sindilat participa de reunião com Senai sobre tecnologias voltadas à indústria

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, esteve presente em encontro técnico com o Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos e Bebidas, nesta quinta-feira (30/03). Na ocasião, foram apresentadas soluções em tecnologias que são ofertadas para a indústria de alimentos e como elas podem ser aplicadas na qualificação dos produtos de origem animal. Para Palharini, a iniciativa poderia prever programas voltados ao setor lácteo como forma de incentivar os laticínios no aperfeiçoamento de seus processos. O encontro foi organizado pelo Conselho da Agroindústria da Fiergs e também contou com a presença de representantes da Secretaria de Agricultura, Famurs, Asgav, Sips e Sicadergs.

O programa Brasil Mais Produtivo foi o destaque da apresentação. A iniciativa consiste em fornecer consultoria para empresas industriais de pequeno e médio porte em todo o Brasil, com objetivo de aumentar em pelo menos 20% a produtividade. Cada projeto é subsidiado pelo Governo Federal em R$ 15 mil e as empresas devem desembolsar R$ 3 mil. O programa é coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e executado em parceria com o Senai, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Pecuaristas produzem leite com ecologia

A preocupação da população em ter a alimentação cada vez mais saudável tem provocado modificações que vão da indústria ao campo. Atentos à necessidade suprir a demanda dos consumidores, os produtores têm procurado se adaptar. A produção leiteira não foge a essa regra. Pensando nesse nicho de mercado, produtores familiares de Periquito, no Vale do Rio Doce, começarão a produzir leite agroecológico - ou orgânico -, sem fertilizantes químicos e agrotóxicos na plantação que serve de alimento ao gado. A expectativa dos envolvidos com o projeto é dobrar a produção de leite nas propriedades que estão inseridas do experimento inicial.

Além da não utilização de agrotóxicos, o gado também passará a ser tratado com uso de medicamentos homeopáticos. A metodologia adotada pela Acoal (Associação de Cooperação Agrícola do Assentamento Liberdade), onde está sendo feito o experimento, é conhecida por Pastoreio Racional Voisin (PRV). Inicialmente, a entidade pretende estruturar quatro propriedades que serão usadas como modelo. Ao todo, 33 associados participam do projeto, que já conseguiu recursos de R$ 178 mil da Fundação Banco do Brasil. No entanto, a produção do leite agroecológico exige mudanças profundas na forma de pensar a produção. A técnica PRV, por exemplo, divide a área de pastagens em pequenas partes que vão sendo revezadas pelo gado para evitar o desgaste do terreno. Essa medida também permite que o gado tenha alimento todo o tempo, mas sem prejudicar o crescimento da grama e, assim, evitando que o produtor recorra a outro tipo de alimentação. E mais: ainda é possível que os animais tenham o cardápio, digamos assim, mais variado com a diversificação de vegetais. Isso traz ganho de nutrição e saúde.
 
Se para os animais é bom, para os produtores também há ganhos, já que a expectativa é de que haja redução de 70% nos custos com remédios e ração. A intenção é que a alimentação seja toda natural. A secretária-geral da Acoal, Vânia Maria de Oliveira, espera que o volume de produção tenha um salto com esse novo manejo. "As técnicas vão trazer melhor condição de produzir o leite e mais economia. Estamos trabalhando com a meta de quase dobrar a produção em dois anos, que em janeiro foi de 30 mil litros", disse.  Apesar disso, o assessor técnico da Secretaria de Agricultura do estado, Feliciano Oliveira, chama a atenção para os cuidados que envolvem todas as etapas da produção. Ele conta que é necessário que o produtor se assegure, mesmo diante de eventuais dificuldades. Ele cita como exemplo a eventualidade de alguma doença afetar o rebanho. "O produtor, mesmo em casos mais sérios como uma mastite (processo inflamatório que atinge a glândula mamária das vacas), não pode usar remédios que são comumente utilizados. Ele deve sempre optar pelo tratamento homeopático. Caso contrário, o produto dele perde essa característica de orgânico", conta.
 
O assessor técnico ressalta que o planejamento é necessário para garantir que a produção consiga ser escoada. "É importante que tudo seja muito bem pensado e que exista um planejamento de médio e longo prazo. O modo de produção exige, inclusive, que tenham alguma marca sinalizando interesse, e a coleta, por exemplo, deve ser feita de outra forma, com outros cuidados". A atenção dos consumidores à necessidade de alimentos mais saudáveis já tem provocado mudanças na forma de produção. De acordo com Feliciano Oliveira, mesmo as propriedades não dedicadas à produção agroecológica já têm adotado técnicas mais saudáveis, digamos assim. "A cada dia, mais os consumidores estão preocupados com a qualidade do leite. Existe atualmente uma vigilância maior em termos de orientação, em termos de medicação em animais que estejam em produção", afirmou.
 
Essa situação é confirmada pelo pecuarista Eduardo Furbino, de 69 anos, que tem uma propriedade em Açucena, Vale do Rio Doce. De acordo com Furbino, mesmo sem estar oficialmente dentro do meio de produção agroecológico, tanto ele quanto outros produtores de leite da região têm se preocupado em ter a produção mais criteriosa quanto ao manejo mais sadio. "A gente sempre opta por tratamento com medicamentos homeopáticos. Temos muito cuidado com o uso de antibióticos. Se for inevitável, a vaca fica de quarentena para não contaminar o leite", afirmou. O produtor conta, contudo, que os produtores não estão adaptados para atender a todas as exigências. "Para ser totalmente dentro desse tipo de produção agroecológica a gente tem que mudar toda a produção. A gente já usa alimentação mais natural, sempre com pastagem, o que já deixa nosso leite mais saudável", revela.
 
RANKING 
 Minas Gerais é o estado com a maior produção de leite do país. Sozinho, responde por 26,1% de todo o leite brasileiro. Em 2015, foram produzidos 9,1 milhões de litros. O Paraná, que está na segunda posição, tem 13,3% de participação no mercado com a produção medida de 4,6 milhões de litros da bebida. Ainda sobre Minas Gerais, a expectativa dos técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura é de que a produção em 2017 seja de 9,5 milhões de litros. O Sul de Minas é a maior região produtora do estado, respondendo por 17,1%. Na segunda colocação está a Região Central (15,9%), seguida bem de perto pelo Alto Paranaíba (15,7%). Na sequência vêm o Centro-Oeste de Minas, que responde por 11%, e o Triângulo, com 10,6%. Especificamente sobre o leite agroecológico ou orgânico não há dados sobre a produção no estado. Enquanto isso...

...PIB de R$ 204,4 bi em Minas Gerais
O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro fechou 2016 com alta de 8,2% em relação a 2015, alcançando o valor bruto de R$ 204,43 bilhões (a preços de dezembro). O estado respondeu por 13,8% do PIB do agronegócio brasileiro. Os dados fazem parte do levantamento elaborado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, e foi analisado pela seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais) em parceria com a Faemg e o Senar/MG. O PIB do agronegócio mineiro representa a soma das riquezas do setor de quatro grupos: produção básica (setor primário), que respondeu por 37,8% do montante; setor de serviços (30,8%), indústria (25,7%), e de insumos (5,7%). Em relação ao segmento primário, a agricultura teve um peso maior na composição do PIB mineiro. Do valor total obtido estima-se que R$ 113,30 bilhões (55,4%) sejam resultantes desse segmento e 44,6% obtidos pela pecuária, somando R$ 91,13 bilhões. Na avaliação do secretário de Agricultura, Pedro Leitão, o agronegócio contribuiu para que a retração da economia não fosse ainda maior. "O PIB nacional apresentou recuo de 3,6%, além da queda no nível de emprego e, mais uma vez, o campo assume a sua responsabilidade na geração de emprego e renda do país." (Agrolink) 

Por que a filantropia da Emater importa

- Foi a Emater que colocou uma profissão na minha vida. Ela é tudo para o pequeno agricultor.

Foi com esse depoimento, do produtor Antonio Carlotto, de São José do Sul, que se dimensionou o caráter social do trabalho desenvolvido pela Emater no Estado na cerimônia formal em que se confirmou a validação do certificado de entidade beneficente de assistência social por mais três anos. O ato, realizado ontem no Palácio Piratini, e que contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, foi mera formalidade - o governo federal já havia garantido a renovação da filantropia, como havia adiantado a coluna.

Mas são histórias como a de Carlotto que reforçam o motivo pelo qual a Emater precisa manter a filantropia. Ele era diarista e procurou a instituição porque estava em dificuldades financeiras. Os técnicos apresentaram a ele um projeto de produção de orgânicos. O trabalho, iniciado em 2013, hoje está rendendo frutos. Além do morango, que é o carro-chefe, o agricultor produz também verduras e legumes vendidos em diferentes canais: para a merenda escolar, na vizinhança e em feiras. No ano passado, 222 mil famílias foram amparadas pela Emater em 493 municípios em que está presente.

- O certificado representa a força de trabalho mantida. Se precisássemos começar a pagar os tributos, teríamos de reduzir o quadro de pessoal - afirma Clair Kuhn, presidente da Emater.

O benefício isenta a necessidade da contribuição patronal que, se tivesse de ser desembolsada, representaria, no caso da Emater, cerca de R$ 40 milhões ao ano. Daqui a três anos, o certificado precisará ser renovado novamente. Decreto de maio de 2014, determina prazo de três anos para entidades que tenham receita bruta anual superior a R$ 1 milhão. Para aquelas com renda igual ou inferior a R$ 1 milhão, o período é maior, de cinco anos.

- A Emater presta um serviço imensurável. Tem importância, é um trabalho social porque tira as pessoas da pobreza - garante Terra.

Segundo o ministro, houve um avanço na criação de um conceito de assistência social no campo a partir do caso gaúcho, que poderá ser aplicado para órgãos de outros Estados. (Zero Hora) 

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 13/2017

Leite/América do Sul - Na Argentina, as condições favoráveis de seca prevaleceram em bacias leiteiras, como na província de Buenos, Córdoba, e Santa Fe. O clima ensolarado de outono nas áreas acima beneficiou o crescimento do milho e da soja no final da estação, ajudando a aliviar a umidade de muitas fazendas leiteiras.  Assim, em contraste com as semanas anteriores, a produção de leite melhorou. Com uma das principais cooperativas de laticínios fechando algumas fábricas por problemas financeiros, existe incertezas em relação ao futuro da indústria de laticínios da Argentina. No momento, o volume de leite é suficiente para o processamento de queijos, mas, não é adequando para a produção de leite em pó. A demanda por produtos à base de cremes como manteiga, doce de leite e leite condensado está melhorando com a aproximação dos feriados de outono. No entanto, a oferta de cremes está sazonalmente fraca. Assim, as bonificações para a matéria gorda permanecem elevadas. De acordo com as últimas informações do Ministério da Agricultura, em 2016, a produção de leite na Argentina totalizou 9.895 milhões de litros, 1.418 milhões de litros menos em relação ao ano anterior, ou -13%. No Uruguai a produção de leite melhorou ligeiramente, já que as temperaturas neste início de outono estão ficando mais confortáveis para o rebanho leiteiro. O percentual de matéria gorda e proteína permanece estável. A demanda de cremes para manteiga e produção de doce de leite continua forte, e o mercado em alta. De acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE), em fevereiro o volume de leite enviado das fazendas para as fábricas atingiu 112,3 milhões de litros, 23,5% menos que no mês anterior, e 2,3% menor que um ano atrás. 

No acumulado do ano, janeiro e fevereiro, os embarques de lácteos totalizaram 259,3 milhões de litros, queda de 1,8% em relação ao mesmo período de 2016. No Brasil, a produção de leite está muito variável, dependendo da região e condições meteorológicas mistas, em todo o país. Em algumas bacias leiteiras a produtividade animal permanece baixa diante dos efeitos prolongados da seca, que diminuem a qualidade e disponibilidade dos pastos, e plantas forrageiras. De um modo geral, a oferta de leite está bem abaixo das necessidades das indústrias. Os pedidos de leite fluido/UHT dos diversos segmentos do mercado, privado ou público, continuam fortes. Os fabricantes de queijos continuam relatando redução da produção, e elevados estoques. Consequentemente, a oferta de soro de leite é baixa, mas, a demanda é estável. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 

 

Cobrança é legal, diz STF
Em decisão tomada ontem, por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade da cobrança da contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) sobre a receita bruta da produção dos empregadores rurais. Parte do valor arrecadado com o Funrural é usada pelo governo para financiar os benefícios previdenciários dos trabalhadores rurais, como auxílio doença e aposentadoria. O Supremo julgou um recurso do governo federal contra decisão proferida pela Justiça Federal, que considerou a cobrança ilegal. A controvérsia foi provocada por uma lei que entrou em vigor em 2001. O texto trouxe nova regulamentação para a contribuição ao fundo e reproduziu trechos de normas semelhantes, que foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo. No entendimento dos ministros que formaram a maioria, houve uma emenda constitucional posterior ao julgamento que autorizou a cobrança. A decisão terá impacto em 15 mil processos que estavam suspensos em todo o Judiciário e aguardavam a manifestação da Corte. (Correio do Povo) 
 
 

 

Porto Alegre, 30 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.471

 

Jovem agricultora do Paraná muda o perfil da propriedade da família
 
Uma jovem agricultora do Paraná mudou o perfil da fazenda da família. Ela era dona de casa, mas decidiu enfrentar o marido para manter a criação de gado de leite, que ele queria abandonar.

Da genética dos animais à qualidade do leite, tudo é de primeira. Uma propriedade modelo, que investe em tecnologia de ponta para produzir 2.200 litros de leite por dia, em duas ordenhas.

Há pouco mais de cinco anos, os donos da propriedade pensavam em desistir do negócio, queriam fechar a leiteria. Anselmo e Marlene Kaiut tocam o sítio que pertence à família há mais de 60 anos. São 46 hectares no município de Carambeí. "A gente estava passando por um momento de dificuldade financeira e, na época, o preço do leite estava baixo", conta Anselmo.

Foi quando Marlene, que na época tinha 24 anos e cuidava da casa, decidiu mudar o rumo dessa história. "Eu não tinha envolvimento com as vacas, mas eu gostava. Então eu sabia que se conseguisse uma boa administração, uma administração melhor e com pouco mais de dedicação, a gente conseguia mudar, reverter um pouco quadro que a gente estava".

Marlene assumiu o negócio, mas no primeiro dia descobriu que não seria fácil. "Eu já não sabia fazer o trabalho e quando cheguei aqui e falei para o funcionário que era eu que ia tomar conta agora da leiteria, a primeira coisa que ele me disse já é que ele não aceitava receber ordem de mulheres. Então esse funcionário já foi demitido, foi para casa. Quando foi umas 10h da manhã, chegou novo funcionário me pedindo trabalho e esse funcionário não teve problema nenhum em me ensinar e ser mandado por uma mulher. Não teve dificuldade nenhuma".

Marlene, que é formada em administração de empresas, montou um plano de trabalho, foi atrás de assistência técnica e de financiamento para melhorar a qualidade do rebanho e modernizar as instalações.

A primeira ação foi reformar o galpão e o passo seguinte foi melhorar a alimentação do rebanho. Para isso, Marlene contou com a ajuda do Fernando Solano, nutricionista da Fírizia, cooperativa onde entrega o leite. "Essas vacas aqui hoje estão comendo na faixa de sete quilos de ração, um quilo de concentrado proteico, que seria concentrado a base de farelo de soja, e mais dois quilos de fubá, além da silagem", explica Solano. Outra mudança importante: as vacas passaram a comer três vezes por dia.

Só comida boa não garante alta produção. É preciso, também, ter vacas de qualidade, que respondam bem ao trato. Quando Marlene assumiu o negócio, o rebanho do sítio tinha 60 animais. Hoje, de mamando a caducando, são 200. Mais de 100 em lactação, quase tudo da raça Jersey.

Para não perder tempo, depois da cobertura, as vacas fazem exame de ultrassom periodicamente. Assim dá para confirmar a prenhes e conferir o desenvolvimento do feto. O resultado é visto na hora da ordenha, que começa cedo.

A produção das vacas é pesada individualmente, uma por uma. A higiene é impecável. Desinfecção de úberes, teste para mastite e equipamento lavado depois de cada animal ordenhado.

Além de economizar tempo, como tem um índice muito baixo de contaminação, Marlene recebe mais pelo leite que entrega na cooperativa. Um bônus, que leva em conta também o teor de gordura, que é naturalmente maior nas vacas da raça Jersey. São 20 centavos a mais por litro.

O marido, Anselmo, faz hoje o que realmente gosta. Técnico em agropecuária, toca a parte agrícola da propriedade. Inclusive, produz toda a silagem que as vacas consomem.

Anselmo também participa de todas as decisões e ajuda na administração da propriedade, que também passou por uma grande mudança. Hoje, os gastos, rendimentos, compras tudo vai para o computador.

Hoje, Marlene é quase uma celebridade no universo das mulheres do agronegócio. Já ganhou vários prêmios e dá palestras para criadores e empreendedores pelo Brasil afora. Por isso, muitos estudantes vão até lá em busca de estágio.

A produtora tem dois funcionários que vivem no sítio e não se incomodam nem um pouco em ter uma mulher no comando. Com coragem, ousadia e muito trabalho, Marlene ultrapassa obstáculos, vence desafios e ainda educa duas filhas, Yohana, de 12 anos, e Eibelim, de um ano, mas ela ainda tem muitos outros projetos para concretizar. "Quero fazer um confinamento um composto. Vamos ver futuramente o que vai ser melhor. Vamos chegar a 140 animais em lactação, que já é o nosso projeto, porque o nosso barracão já está pronto para o futuro, para 140 animais em lactação". (Fonte: G1)

 
 
Fecoagro Leite Minas quer frear importação

O setor leiteiro de Minas Gerais há anos vem enfrentando oscilações de preços provocadas pelas importações de leite em pó, principalmente, proveniente do Uruguai. Buscar apoio junto aos governos para suspender as negociações será uma das frentes de trabalho da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Leite em Minas Gerais (Fecoagro Leite Minas), instituição criada no final de 2016, e que hoje reúne em torno de 22 cooperativas leiteiras do Estado. De acordo com o presidente da Fecoagro Leite Minas, Vasco Praça Filho, a união das cooperativas em uma federação é importante para que o setor se organize e ganhe força frente as negociações junto ao governo. A expectativa é que o número de cooperativas integrantes passe das atuais 22 para 50 nos próximos meses, o que fortalecerá ainda mais o setor mineiro. As cooperativas associadas são de portes variados, do pequeno ao grande. Entre elas estão a Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil), Itambé e a Cooperativa Agropecuária de Uberlândia (Calu), por exemplo. "O sofrimento une as pessoas. Ao fundar a federação pretendemos nos unir para buscar benefícios e resolver problemas comuns entre as cooperativas. Acreditamos que ao reunir as cooperativas vamos ganhar forças para que o setor leiteiro avance", explicou. Um dos principais gargalos enfrentados pela cadeia produtiva do leite é a importação de leite em pó do Uruguai, que chega ao mercado brasileiro com preços menores que os praticados pela produção local.

A perda da competitividade do leite nacional é provocada pela alta carga tributária, custos elevados, problemas estes que não são enfrentados pelos concorrentes. Praça Filho destaca que a produção e a negociação do leite uruguaio estão sendo avaliadas para verificar se o Uruguai está praticando a triangulação, ou seja, comprando a produção de outro país e exportando para o Brasil. "O produtor de leite já sofre com as variações sazonais muito grandes de preços e de custos, que são difíceis de administrar, mas são normais da atividade. O que não é natural é o País ser autossuficiente na produção de leite de excelente qualidade e importar o produto gerando grande desequilíbrio no setor. Enfrentamos uma concorrência desleal, já que as cooperativas nacionais pagam milhões de reais de tributos municipais, estaduais e federais e o leite importado, principalmente do Uruguai, chega ao mercado sem tributação. É um problema antigo que estamos lutando para resolver e acreditamos que unidos teremos mais força", disse Praça Filho. Ainda segundo Praça Filho, a Fecoagro Leite Minas também buscará junto ao governo soluções para a guerra fiscal entre os estados e a carga tributária incidente sobre a cadeia produtiva, que é considerada elevada e acaba comprometendo a competitividade dos produtos. 

Outro objetivo é fomentar a capacitação do setor e o planejamento estratégico, ações que podem melhorar a gestão das cooperativas. "Vamos fazer visitas técnicas em outros estados, onde há um desenvolvimento forte no cooperativismo, como no Sul do Brasil, para conhecermos o sistema, os resultados positivos e aprender". Para o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Ronaldo Scucato, a criação de federações que reúnam cooperativas é fundamental para o fortalecimento do agronegócio de Minas Gerais, ideia que sempre foi defendida por Scucato. "Há décadas venho pregando a necessidade do setor agropecuário, nas suas diversas atuações, se verticalizar, porque as cooperativas vêm trabalhando individualmente as demandas e reivindicações que são comuns a quase todas e, por isso, é preciso unir. Até que enfim se conscientizaram com a crise atual e viram que é preciso se unir. A federação tem como principal objetivo o fortalecimento das cooperativas frente ao mercado que, a cada dia, está mais competitivo. (Diário do Comércio)

 
 
EUA: snacks lácteos lideram crescimento das exportações de processados

Os produtos lácteos deverão ser o segmento de mais rápido crescimento de envios de alimentos processados dos EUA devido à crescente demanda dos consumidores por snacks (lanches) com ingredientes mais naturais e maiores quantidades de proteína, de acordo com um relatório divulgado pela Freedonia Focus Reports. Entre 2006 e 2016, a produção dos EUA de produtos lácteos aumentou 4,9% ao ano e as exportações devem subir em uma taxa de crescimento composta (CAGR) de 3%, para US$ 95,5 bilhões em 2021.

De acordo com o Conselho de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC), a China aumentou as importações de lácteos dos EUA em 73% nos últimos oito meses. Durante a última década, os produtores dos EUA expandiram sua presença nos mercados de exportação, impulsionados pela sua reputação de segurança e qualidade do produto.

"As exportações de produtos lácteos para a China cresceram vigorosamente à medida que os escândalos de segurança alimentar naquele país tornaram os consumidores cautelosos com as marcas chinesas", diz o relatório. Devido a isso, a China passou a confiar em marcas internacionais de lácteos para atender a demanda dos consumidores por produtos lácteos, como queijo e iogurte.

A neozelandesa Fonterra vendeu 272,5 milhões de litros de leite em produtos de consumo e alimentos para a China no terceiro trimestre de 2016, representando 36% de aumento com relação ao mesmo período do ano passado. Os subsegmentos de lácteos, como iogurte, substitutos de produtos lácteos e queijos registraram crescimento robusto, de acordo com o relatório.

"A ubiquidade cultural do queijo como um componente de refeições e lanches vai apoiar os avanços à medida que população continua crescendo", diz o relatório. O iogurte também está liderando a tendência das exportações de lácteos dos Estados Unidos para o resto do mundo, à medida que os consumidores buscam produtos mais saudáveis para comer ao longo do dia, especialmente aqueles com proteína. O relatório indicou forte oportunidade para o iogurte grego em outros países fora dos EUA.

De acordo com Kristi Saitama, vice-presidente de marketing de exportação de ingredientes no USDEC, adultos e idosos conscientes com relação à saúde, bem como "entusiastas de atividades físicas da classe média" na China estão impulsionando a demanda por produtos lácteos com benefícios funcionais como proteína. Por essa mesma razão, os produtores de leite dos Estados Unidos tiveram que lidar com o declínio do consumo per capita de certos produtos, como o sorvete. (Fonte: Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

FONTERRA "CAUTELOSAMENTE OTIMISTA" SOBRE OS PREÇOS DOS LÁCTEOS

A Fonterra afirmou estar "cautelosamente otimista" em relação aos preços dos lácteos, mesmo com a prevista volatilidade do mercado, e elevação da estimativa para a produção de leite na Nova Zelândia. Com sede em Auckland, a Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, disse que houve um "rebalanceamento impulsionado pela oferta" no mercado mundial de lácteos, acentuando o declínio da produção em muitos dos principais países exportadores. A produção na União Europeia (UE) estagnou no ano passado, enquanto na Nova Zelândia caiu 4% e na Austrália 7%. As importações chinesas subiram 12% e as do resto da Ásia 5%. E "os mercados para os quais exportamos devem continuar crescendo suas importações de produtos lácteos no restante do ano", disse a Fonterra.

"Cautelosamente otimista"
De fato, estamos "cautelosamente otimistas" sobre os preços, afirmou a cooperativa. Isso refletiu na decisão de manter a previsão dos preços do leite ao produtor em NZ$6,00/kgMS para 2016-17, e aumentar os adiantamentos. Contudo, advertiu que "a volatilidade nos preços globais continuará", com sinais de interrupções potenciais com os movimentos protecionistas de muitos países."A volatilidade tem sido uma companheira constante nos últimos anos e o mutante cenário político apresenta desafios ao livre comércio".
"As condições melhoraram"
Também houve otimismo em relação aos preços do leite quando a Fonterra aumentou novamente a previsão para a produção de leite da Nova Zelândia na temporada 2016-17, que termina em maio. "A fraca primavera nos fez prever queda de 7% na temporada", disse o grupo, que processa a maior parte da produção do país. As chuvas frequentes do outono, no entanto, melhoraram as condições nas fazendas, o que significa que agora esperamos pela queda de 3% na capitação nessa temporada em relação à última", disse John Wilson, presidente da Fonterra. O grupo afirmou que as "condições são melhores na maior parte do país", aumentando o volume de fevereiro para 140,9 milhões de kgMS, 2,2% menor do que um ano atrás, reduzindo a taxa de queda nos primeiros nove meses de 2016-17 para 4,6%.
Recuperação da produção na próxima temporada?
A Fonterra também observou que, em meio às condições de mercado mais vigorosas, os produtores da Nova Zelândia estavam "restaurando o equilíbrio financeiro de seus negócios." "O preço de US$6/kgMS injetará US$3 bilhões a mais na economia da Nova Zelândia em relação à campanha passada". Maiores rendimentos também incentivam boas perspectivas futuras para a produção de leite, fator destacado no relatório do banco da Nova Zelândia no mês passado, ao constatar redução nas taxas de abate de vacas "dando suporte à tese de que a atual queda de produção é decorrente da perda de rentabilidade animal, associada com um menor uso de alimentação suplementar. "Isso aumenta a probabilidade de recuperação da produção na próxima temporada, com tempo bom."
Os preços futuros sobem
As observações da Fonterra foram feitas por ocasião da apresentação dos resultados financeiros do semestre fiscal encerrado em janeiro. Aumento de 2,2% no lucro, que atingiu NZ$418 milhões e crescimento de 4,6% nas receitas, que totalizou NZ$9,24 bilhões. O anúncio foi acompanhado pelo de 1,7% nos preços do último leilão - GlobalDairyTrade -, na terça-feira, denominado por Tobin Gorey do Banco Commonwealth of Australia como "um balanço a mais para o mercado de laticínios." (Agrimoney - Tradução Livre: Terra Viva)
 

 
Vacina deve cair até 2023
O Ministério da Agricultura (Mapa) apresentou ontem, em reunião com o Conselho Nacional de Secretários de Estado da Agricultura (Conseagri), o plano de ação para tornar todo o país área livre de febre aftosa sem vacinação. Hoje, apenas Santa Catarina detém tal status. Conforme o plano do Mapa, de 2019 a 2023, o reconhecimento deve chegar aos demais estados. "Pelo escalonamento, o Rio Grande do Sul será o último Estado a ser declarado área livre sem vacinação, em razão de sua posição geográfica. Temos tempo para viabilizar medidas que façam essa transição com segurança", disse o secretário da Agricultura e presidente do Conseagri, Ernani Polo. Os secretários entregaram uma pauta de reivindicações ao ministro Blairo Maggi para que sejam aumentados os recursos destinados ao seguro rural e à armazenagem no Plano Safra 2017/2018. (Correio do Povo)
 
 

 

Porto Alegre, 29 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.470

 

RS defenderá limite de CCS em reunião da Aliança Láctea

Lideranças do setor Laticinistas gaúcho estiveram reunidas na tarde desta quarta-feira (29/03) para alinhar a pauta que será levada à reunião da Aliança Láctea no encontro do próximo dia 10 de abril em Florianópolis (SC). Segundo o presidente da Aliança Láctea, Jorge Rodrigues, o Rio Grande do Sul pretende defender que o limite máximo para Contagem de Células Somáticas (CCS) no leite fique em 750 mil células/ml, mesmo parâmetro utilizado hoje nos Estados Unidos. A legislação brasileira é mais rigorosa e prevê máximo de 500 mil CCS. A posição, já encaminhada em ofício ao Ministério da Agricultura, é, segundo o grupo, suficiente para assegurar a qualidade do produto. "Precisamos de uma norma que nos dê espaço para trabalhar os padrões de qualidade", frisou Rodrigues. 

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, representou as indústrias no encontro e será um dos integrantes dos fóruns de debates da Aliança Láctea. A reunião de Florianópolis será divida em cinco oficinas que avaliarão os temas:

- Qualidade do leite e programa de pagamento por qualidade;

- Geração e transferência de tecnologia, assistência técnica e qualidade profissional;

- Saúde animal, inspeção e conformidade legal;

- Organização setorial, relações institucionais e entre os elos da cadeia;

- Política tributária e desenvolvimento industrial (gestão industrial e de logística) e de mercado. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 

Crédito: Carolina Jardine/ Divulgação Sindilat
 
 
Leite: entressafra traz início de alta de preço
 
Importações, no entanto, devem se manter aquecidas com um real mais valorizado.

A industrialização de leite no Brasil apresentou queda de 4% no ano passado, mas deve voltar a crescer ao longo de 2017, com margens melhores para o produtor

Apesar da perspectiva positiva para a produção (projeção de aumento de 1% a 2% em relação a 2016), o excesso de chuvas no início do ano impactou negativamente a atividade em algumas regiões, resultando em recuperação no preço médio pago ao produtor em fevereiro (Cepea).

A tendência de alta deve ser mantida até a chegada da safra do sul em junho/julho. Porém, parece pouco provável um retorno aos patamares de R$1,70/litro observados em 2016. A importação de produtos lácteos iniciou o ano em ritmo elevado, continuando com a dinâmica do segundo semestre de 2016.

No acumulado de janeiro e fevereiro de 2017, o déficit comercial lácteo foi de 27 mil toneladas, três vezes a mais do que no mesmo período de 2016 (9 mil toneladas). O aumento nas importações e a demanda ainda fraca devem limitar o aumento do preço ao produtor na entressafra do segundo trimestre do ano. (Fonte: Rabobank)

IBGE implementará Pnad Agropecuária para compensar Censo Agropecuário enxuto

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) terá que enxugar o questionário do Censo Agropecuário que vai a campo este ano, por conta de restrições orçamentárias. No entanto, o instituto pretende implementar a partir de 2019 uma pesquisa amostral com periodicidade anual para obter as informações que ficarão de fora do levantamento censitário, especialmente as que dizem respeito a rendimentos e aspectos financeiros do negócio agropecuário.

O plano é que o novo levantamento anual funcione nos moldes da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), uma espécie de Pnad Agropecuária, com visitas a estabelecimentos apenas uma vez ao ano, escolhidos por amostragem. A primeira coleta, com questionário mais longo e detalhado que o do Censo Agropecuário, seria feita em 2019, com divulgação dos dados em 2020, informou o IBGE.

A estratégia visa cobrir informações que ficarão de fora do censo que vai a campo agora em 2017. Com a aprovação do Orçamento de 2017, o IBGE assegurou R$ 505 milhões para a realização do levantamento censitário. A previsão inicial, entretanto, era que a pesquisa consumisse mais de R$ 1 bilhão. Segundo o órgão, o censo teve que ser remodelado para que pudesse ir a campo com praticamente metade da verba prevista.

O contingente de trabalhadores temporários foi reduzido dos 80 mil previstos para os 26 mil autorizados pelo Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é subordinado. A maioria desse contingente é de recenseadores, que começarão a coleta de informações em outubro.

Diante da mão de obra mais enxuta, o questionário foi encolhido para que os entrevistadores conseguissem visitar cerca de três estabelecimentos por dia, sem ter que retornar a nenhum deles. Nos moldes anteriores, os recenseadores visitavam os estabelecimentos até três vezes para obter todas as informações do questionário. Outra medida tomada pelo órgão foi ampliar o período de coleta de três meses para cinco meses.

O instituto afirma que as variáveis contidas no Censo Agropecuário de 2006/2007 - que visitou 5,2 milhões de estabelecimentos - serão mantidas, incluindo dados sobre a agricultura familiar, emprego de agrotóxicos e outras variáveis que seguem recomendações internacionais. No entanto, o IBGE reconhece que haverá menos informações sobre rendimentos e características financeiras, questões que ficarão prejudicadas pelo enxugamento do tempo de visita. "Nada ficou de fora. O Censo será mais enxuto e menos detalhado", informou a assessoria de imprensa do órgão. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo) 

Preço garantido da FrieslandCampina - abril de 2017

FrieslandCampina - O preço garantido da FrieslandCampina para o leite cru no mês de abril de 2017 é de € 36,00 por 100 quilos de leite, [R$ 1,22/litro], mantendo o mesmo valor de março.

O preço garantido de abril de 2017 incluiu uma correção de 0,59 euros correspondente à compensação pela previsão de fevereiro, que havia sido estimada a menor. As condições do mercado estão relativamente estáveis. Com isso a expectativa é de que os preços do leite ao produtor também fiquem estáveis nas principais indústrias de reverência.

O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores que entreguem acima de 800.000 quilos de leite por ano, (nos anos anteriores o volume era de 600.000 quilos). O volume base do prêmio e o esquema da sazonalidade foi descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina - Tradução livre: Terra Viva)

 
 
 

Filantropia garantida
O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário reconheceu as atividades e serviços executados por entidades beneficentes de assistência social com atuação no meio rural. Com isso, viabilizou, ontem, a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social da Emater/RS, que garante a isenção de contribuições sociais. Segundo o superintendente da Emater, Clair Kuhn, a renovação do certificado deve ser comemorada porque a instituição atende à diversidade das necessidades dos agricultores e pecuaristas familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas, entre outros), agricultores e pescadores. Até o final da semana deve ocorrer uma cerimônia do Palácio Piratini para a entrega oficial do certificado à Emater. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 28 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.469

 

Sindilat discorda da redução de incentivos previstas no PLP 343/17
 
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat), Alexandre Guerra, defendeu a prorrogação do pagamento da dívida do Estado junto à União, em reunião que ocorreu na tarde desta segunda-feira (27/03) na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Entretanto, o dirigente ressaltou que a entidade não concorda com a condicionante de reduzir os incentivos, medida prevista no PLP 343, por considerar que ela prejudica a competitividade da indústria gaúcha. A reunião foi composta por representantes da indústria, deputados estaduais e federais para discutir temas nacionais em tramitação que repercutem no Estado. Na ocasião, a Agenda da Indústria Gaúcha, um documento de 26 páginas com a Pauta Mínima e Projetos Prioritários, elaborado pela Fiergs, foi entregue aos parlamentares.

Guerra alerta que os estados que instituírem o Regime de Recuperação Fiscal, deverão adotar contrapartidas que irão prejudicar a competitividade da indústria do Rio Grande do Sul. "Com a redução de 20% ao ano dos benefícios fiscais em vigor, o Rio Grande do Sul terá que cortar os incentivos e, consequentemente, créditos. Assim, o ICM irá diminuir e o desemprego aumentar", avalia. Para o dirigente, "a indústria não é o problema, mas a solução". Guerra afirma que, como não serão todos os Estados que deverão aderir ao programa e, por conseguinte, não irão rever seus incentivos, haverá um desequilíbrio concorrencial, com a fuga de empresas do Rio Grande do Sul. "O Estado já fez muito, não podemos deixar que o setor produtivo que sustenta a economia quebre", salienta.

A Pauta Mínima apontada pela Fiergs inclui quatro itens: Valorização das Negociações Coletivas, Regime de Recuperação Fiscal dos Estados, Reforma da Previdência e Regularização Tributária. Para cada um destes pontos, foram apresentados, por representantes da indústria, como os projetos irão influenciar o setor industrial. Além da Pauta Mínima, foram encaminhados ainda Projetos Prioritários da Indústria envolvendo Relações do Trabalho, Sistema Tributário, Regulamentação da Economia, Infraestrutura e Meio Ambiente. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
A oferta de leite na Europa continuará estável em 2017

Em 2017 a produção de leite na União Europeia (UE) crescerá 0,6% apesar de uma nova redução do rebanho, o que será compensado por maior rendimento por animal. No último relatório sobre perspectivas, a Comissão Europeia (CE) previu que o estoque de gado leiteiro cairá 1,6% este ano, mas a produtividade animal aumentará 2%. 

No ano passado a captação de leite dos 28 países integrantes do bloco avançou apenas 0,4% em relação a 2015. Na segunda metade de 2016 as autoridades europeias lançaram medidas para apoiar o setor lácteo, desde a compra de produtos industrializados até um programa para desestimular a oferta. Em 2015 houve aumento na produção logo depois da eliminação das cotas. Segundo estimativas preliminares, o plano de redução da oferta conseguiu um alto percentual de cumprimento. O corte chegou a 850.000 toneladas, cerca de 80% do objetivo inicial de 1,06 milhões de toneladas. No primeiro trimestre de 2017 a produção ficará abaixo da de igual período do ano passado, mas, já haverá incremento entre abril e junho, se aproximando da oferta do segundo trimestre de 2016. "Se os preços do leite continuarem estáveis, pode-se esperar um aumento significativo da produção no segundo semestre de 2017", disse o relatório da CE. A produção animal crescerá 2%, chegando a 7.065 quilos por vaca, enquanto o rebanho cairá 1,6%, ou 380.000 cabeças. No final do ano passado o número de vacas leiteiras na UE foi estimado em 23,3 milhões de cabeças, 0,4% menos que um ano antes. No relatório foram destacados os principais fatores que incidirão nos preços do leite este ano: a evolução da oferta global; e os altos níveis de estoques de leite em pó desnatado na Europa. "A captação nos Estados Unidos e Nova Zelândia provavelmente crescerá este ano, principalmente com a forte demanda por queijo e manteiga. A dúvida é em relação à expansão da demanda. Se será suficiente para equilibrar qualquer aumento da produção sem afetar negativamente os preços", diz o relatório. Para 2018 a CE diz que haverá margem para maior aumento da produção de leite do bloco, "especialmente se a demanda mundial continuar crescendo e se a Rússia suspender o embargo às importações" de produtos da UE. No seu último relatório de oferta e demanda o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), ajustou marginalmente para mais a projeção da produção de leite em 2017, de 98.818 milhões para 98.863 milhões de toneladas, um incremento de 2,3% em relação ao ano passado. O USDA elevou o número de vacas em produção, mas reduziu a previsão da produtividade animal. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

 
Granarolo adquire 60% da Allfood

Granarolo, o maior operador agroindustrial da Itália, de capital italiano, adquiriu 60% da Allfood, o primeiro importador e distribuidor de produtos típicos europeus para o Brasil. Trata-se da segunda operação no Brasil nos últimos dois anos por parte do Grupo: no final de 2015, de fato, a Granarolo adquiriu 60% de participação na Yema, sociedade especializada na produção e comercialização de uma vasta gama de produtos caseiros. 

Allfood, com sede em São Paulo, tem um portfólio de 200 outros produtos, dos quais 48% são italianos (25% queijo e 75% salame), e 33% de marca própria. A Sociedade conta com um centro logístico de 2.000 metros quadrados e um estabelecimento de duas linhas produtivas, respectivamente, de salame e queijo. "O Brasil - disse Gianpiero Calzolaria, presidente do Grupo Granarolo - representa um mercado estratégico pela presença de uma grande comunidade italiana de 25 milhões de pessoas, que estão, naturalmente, interessadas em produtos italianos; somente o segmento de lácteos vale 23 milhões de euros. É um país com grande potencial: A Yema, em um ano registrou um incremento de 25% em seu faturamento. A atividade da Allfood - conclui Calzolari - se integra perfeitamente com a da Yema; a primeira prevalece a venda para a grande distribuição, enquanto, a Yema vende para os canais foodservice". A transação proporcionará à Granarolo, através de sinergias entre Yema e Allfood, tornar-se líder na importação de alimentos italianos e europeus para o Brasil, cobrindo todos os canais de distribuição e ter economia de escala. "A escolha desta parceria de um lado dá à Granarolo a oportunidade de entrar mais fortemente no mercado brasileiro, e por outro, reforça a estratégia da Allfood que quer consolidar sua liderança na importação de alimentos europeus para o Brasil", comentou Luciano Almendary, presidente da Allfood Importação, Indústria, e Comércio S.A. O acesso a novos produtos italianos irá enriquecer nosso portfólio e a nossa oferta ao mercado. Crescerá também a nossa capacidade de servir os sócios brasileiros em todos os canais, tanto no varejo, no comércio normal ou marcas". (Grupo Granarolo - Tradução Livre: Terra Viva)
 

Maggi: governo vai apresentar programa de retirada da vacinação de febre aftosa

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou nesta segunda-feira, 27, que o governo vai apresentar um programa de retirada gradual da vacinação de febre aftosa em bovinos, diante da expectativa dele de que o Brasil seja declarado livre de aftosa com vacinação em maio do ano que vem. Maggi frisou, no entanto, que um plano ainda está em elaboração e será discutido "com a sociedade" antes de ser apresentado.

Em fevereiro, o governo anunciou a intenção de lançar o plano de retirada gradual da vacinação contra a febre aftosa no País a partir de 2018 e ainda uma mudança na vacina aplicada atualmente, com a exclusão da imunização contra o vírus tipo C, um dos três presentes no medicamento. À época, o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, informou ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o governo pretendia autorizar a retirada da vacinação na campanha de novembro de 2018 para cerca de 80 milhões, dos 220 milhões de cabeças do rebanho bovino brasileiro.

Maggi confirmou ainda que o governo fará um estudo sobre quais circuitos (Estados e regiões) devem, juntos, pleitear a retirada da vacinação. Atualmente, apenas Santa Catarina é Estado reconhecido como livre de aftosa sem vacinação. Para o reconhecimento de Estados e regiões livres de aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como o Estado do Sul, é preciso antes o reconhecimento nacional.

Segundo o ministro, outra medida é assegurar, por exemplo, que animais vacinados não entrem em regiões livres de vacinação. Paralelamente, o governo prepara a modificação da vacina aplicada atualmente, com a retirada o vírus tipo C (inativado) da composição do produto. Esse tipo de vírus foi erradicado há mais de 13 anos, não sendo mais necessária a imunização, na avaliação do Ministério da Agricultura. A vacinação com o novo medicamento está prevista para março de 2018, quando ocorre a primeira etapa nacional de imunização.

O produto atual, que é trivalente e protege o rebanho dos vírus A, C e O, passaria, a partir do próximo ano, a ser bivalente, contendo apenas as cepas A e O do vírus. Com a nova vacina, o governo prevê redução no custo do transporte, no armazenamento e na conservação das doses, bem como no processo de fabricação, distribuição e comercialização. Também haverá menor gasto com o manejo nas propriedades e menos reações nos animais, como os eventuais caroços no couro, que podem provocar perda de até 2 quilos na preparação dos cortes. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)

 

Companhia de lácteos do Vietnã, TH True Milk, vai investir US$ 1,7 bilhão na Rússia
A companhia de lácteos do Vietnã, TH True Milk, vai investir mais US$ 1,7 bilhão no estabelecimento de uma fábrica de laticínios no leste da Rússia. O investimento ajudará a empresa a atender a demanda na China e no Japão por produtos lácteos orgânicos, onde a disponibilidade é "escassa". Isso permitirá que o TH True Milk estabeleça um sistema de produção de leite no distrito federal de Far Eastern, da Rússia - uma região de 6 milhões de quilômetros quadrados da Rússia que está inteiramente dentro do continente asiático. Apesar de sua população esparsa, a área fornece a terceira maior contribuição econômica por cabeça de todos os distritos federais da Rússia e está estrategicamente localizada para ajudar a TH True Milk a aumentar seus negócios na Ásia. A companhia já investiu em dois projetos de produção de leite na Rússia - um na região de Moscou e outro na vizinha, Kaluga. "O valor total de projetos na Rússia que a nossa companhia planeja é de aproximadamente US$ 2,7 bilhões. Deste montante, cerca de US$ 1 bilhão já foi investido", disse a presidente da TH True Milk, Thai Huong. O mercado doméstico de lácteos da Rússia se beneficiou de investimentos asiáticos, depois que as importações ocidentais foram banidas em 2014. Os detalhes do investimento adicional da TH True Milk foram dados pelo vice-primeiro-ministro da Rússia, Yury Trutnev. (As informações são do FoodBev.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

 

 

Porto Alegre, 27 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.468

 

Programação e captação de recursos para a Expoleite/Fenasul será tema de reunião
 
 
Para acertar os detalhes da 40º Expoleite e na 17ª Fenasul, previstos para ocorrer entre os dias 24 e 28 de maio, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), a comissão executiva responsável pelo evento esteve reunida na manhã desta segunda-feira (27/03) na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). A programação e a captação de recursos para o evento foram os temas que pautaram o encontro. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, representou o sindicato. As entidades presentes decidiram organizar uma reunião com o secretário estadual de Agricultura, Ernani Polo, na quinta-feira (30/03), às 9h, na Farsul, para discutir os recursos que financiarão os eventos, assim como a sua logística. 

A Expoleite/Fenasul será realizada com o apoio do Sindilat/RS, Farsul, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios (Apil), Sindicato e Organização das Cooperativas (Ocergs), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando), Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) e Federação Gaúcha de Laço. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 
 
Desejo do filho de modernizar

Há pouco menos de um ano, a família de Ivanei de Souza instalou um sistema de ordenhadeira canalizada para o manejo do rebanho de 20 animais no município de Segredo, no Vale do Rio Pardo. Desde então, o tempo das ordenhas diárias foi reduzido de uma hora e meia para 35 minutos cada. Além da agilidade, a limpeza dos equipamentos foi facilitada. Durante a Expoagro Afubra, o filho Ressan de Souza, 25 anos, tentava convencer o pai a instalar agora um painel de medição eletrônica no sistema. 

- Com o equipamento vamos conseguir medir a produtividade de cada animal e também a temperatura do leite - detalhava Ressan, empolgado.

A máquina, desenvolvida pela gaúcha Ordemax, controla também o tempo de ordenha e estimula o animal em caso de demora no processo. A família resolveu não fechar o negócio na feira, mas se depender do desejo do filho, não vai demorar para o equipamento ser instalado na propriedade.

- Foi ele (o filho) que quis modernizar tudo - conta a mãe Vera Eliane Cândido de Souza, 51 anos, professora aposentada.

Além da produção leiteira, a família cultiva 20 hectares de soja e quatro de tabaco A intenção da família, no futuro, é abandonar a fumicultura e aumentar o rebanho de animais com a ordenha automatizada.

- O fumo precisa de mais mão de obra. A produção de leite pode aumentar sem a necessidade de mais gente - calcula Vera Elaine.

A resposta mais rápida da tecnologia em áreas menores é outro estímulo para investimentos na agricultura familiar, destaca o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto:

- O único limitante ainda é a capacidade de endividamento do pequeno, evidentemente menor do que a dos grandes produtores. (Zero Hora)

Produção cai no país, mas líderes em leite elevam oferta 

Depois de um cenário adverso em 2015, as 100 maiores fazendas de leite do Brasil voltaram a acelerar o ritmo de crescimento da produção no ano passado. A produção média do grupo ficou em 16.179 litros por dia em 2016, aumento de 4,5% em relação à média das 100 maiores de 2015 (15.486 litros), conforme o Levantamento Top 100 MilkPoint. Marcelo Pereira de Carvalho, coordenador do levantamento da consultoria, afirma ser "difícil dizer se [o movimento] é uma retomada". Mas acrescenta que é importante destacar que a produção dessas propriedades "vem crescendo continuamente, são projetos com Além disso, o desempenho é muito diferente do visto na produção brasileira nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, houve queda de 3,7% na produção de leite inspecionada no país, que somou 23,17 bilhões de litros. No ano anterior, a produção nacional já havia recuado. Em sua 16ª edição, a pesquisa da MilkPoint obteve informações dos 100 maiores produtores de leite do Brasil sobre o desempenho de 2016, comparando-as com as do ano anterior. 

Mais uma vez, a maior propriedade produtora de leite do Brasil em 2016 entre a 100 maiores foi a Fazenda Colorado, dona da marca de leite Xandô. A fazenda, que no ano anterior tinha reduzido em 3,4% sua produção diária, elevou o volume em 4,2% em 2016, para 63.133 litros por dia. 

 
 
Entre as dez maiores produtoras de leite, houve mudanças no ranking em relação ao levantamento anterior. Os destaques de crescimento entre os dez maiores foram a Sekita Agronegócios, que ampliou a produção diária em 32% em relação a 2015 e manteve o quarto posto no ranking. Outro destaque foi o Grupo Melkstad, de Carambeí/PR, que elevou a produção diária em 63,1% e saiu da 24 posição para o nono lugar (ver União de forças embala crescimento do Grupo Melkstad). Também houve mudanças no ranking geral em relação ao ano anterior: 13 produtores deixaram de participar, três ficaram abaixo dos 100 maiores, três saíram da atividade e 13 entraram na listagem. Os preços mais favoráveis que os recebidos por outros produtores de leite de menor porte no país explicam, em parte, o incremento dos volumes dos 100 maiores, de acordo com Carvalho. 

Esse é um cenário que estimula o investimento em tecnologia, o que resulta em maior produção. "O mercado precisa de volumes e quem tem escala obtém preços mais altos", explica. E no ano passado, quando houve queda na oferta de leite como um todo no país, as grandes fazendas de leite foram beneficiadas. "Na falta de leite, quem tem volume passa a valer mais no mercado", acrescenta o analista. O maior valor recebido por litro de leite permite a esses grandes produtores margens maiores comparativamente, embora também tenham sido afetados pela elevação dos custos de produção no ano passado, em decorrência da alta dos grãos. "A margem boa é um estímulo para o aumento da produção", diz. O levantamento mostrou que o custo operacional médio entre os 100 maiores do país cresceu no último ano, para R$ 1,06 por litro, acima dos R$ 1,01 de 2015 (dados já deflacionados pelo IPCA). Segundo o estudo, o valor é o maior dos últimos oito anos. Apesar dos custos maiores, a pesquisa mostrou produtores mais satisfeitos com a rentabilidade no negócio em 2016. Entre os 100 maiores, 54% consideraram a rentabilidade da atividade melhor em 2016 do que a média de outros anos; 36% disseram que ficou na média e só 10% a consideraram pior que a média. 

Marcelo Pereira de Carvalho destaca que uma característica dos maiores é o foco na continuidade do crescimento. Essa tendência ganha força diante do fato de que esses produtores obtêm preços mais atrativos do que a média do mercado. Assim, quando questionados se pretendem ampliar a produção nos próximos três anos, só uma fatia de 10% dos 100 maiores diz que não têm a intenção de fazê-lo. Outros 38% pretendem ampliar em até 20% a produção; 35% de 20% a 50% e 17% afirmam ter a intenção de elevar em mais de 50%. 

Entre os maiores desafios da atividade apontados pelo levantamento custo de produção é o item mais citado pelos pecuaristas (24,8%). Em segundo lugar, 17,4% dos produtores apontam como desafio a mão de obra, e em terceiro, o preço do leite, que recebeu 10,1% das citações. Conforme o levantamento, a produção média de leite por vaca em lactação no ano passado nas 100 maiores subiu para 24,9 litros por dia (considerando uma média nacional). No ano anterior havia sido de 22, 9 litros. Para se ter uma ideia, a produção média estimada pela MilkPoint para o Brasil como um todo, levando em conta dado de 2015 do IBGE, é de cerca de 7,6 litros por vaca por dia. Em 76 das 100 maiores fazendas, a raça holandesa é a mais utilizada em 2016. A raça girolando está em 29 propriedades e 26 fazendas utilizam mais de uma raça, segundo o levantamento. Além disso, 53% das propriedades trabalhavam com confinamento total, enquanto 15% têm sistemas baseados em pastagens e cerca de 33%, sistemas mistos. (Valor Econômico) 

 
 
Dráuzio Varella explica porque recomenda o consumo de leite

O consumo de leite faz algum mal? O homem é o único animal adulto que consome leite? O que é intolerância à lactose? Muitas dúvidas e mitos surgiram em relação ao consumo do leite. Segundo o médico Dráuzio Varella, há uma confusão na área da nutrição que levantou estas e outras questões sobre o uso do leite nas dietas humanas. 

"Na realidade, apenas 5% da população do Brasil tem real intolerância à lactose. A importância do leite está no seu valor nutritivo e na quantidade de cálcio que possui. Essa é a força do leite como alimento barato e acessível à população", afirma o renomado médico. Para desmitificar e explicar porque recomenda o consumo de leite, Dráuzio Varella ministrará a palestra "Saúde, nutrição e os benefícios do consumo do leite e seus derivados como parte de uma dieta saudável", durante o I Simpósio Leite Integral, em Curitiba, no dia 30/03 (quinta-feira). Ao contrário de uma parte da classe médica, Dráuzio Varella sugere o consumo de lácteos como parte de uma dieta saudável e equilibrada para crianças, adultos e idosos. Por isso, ele foi o convidado pelo #movimentobebamaisleite para palestrar sobre o tema.

Diante de um excesso de desinformação e informação errada sobre o consumo de leite, as idealizadoras do movimento, as veterinárias Flávia Fontes e Ana Paula Menegatti, decidiram promover a palestra com o médico mais conhecido e respeitado do Brasil para informar a população e derrubar os mitos que barram o consumo de leite e seus derivados. "Queremos ressaltar a convicção que temos de que a nutrição é uma ciência e não uma questão de ponto de vista, disse Flávia Fontes. "É fundamental mostrar os benefícios do leite como parte de uma dieta saudável, seja para mães, pais, pediatras e público em geral", reafirmou. (Faemg/Terra Viva)
   

Captação de leite de fevereiro cai 2,3%
Produção/Uruguai - A captação de leite pelas indústrias de todo o país, em fevereiro, caiu 2,3% em relação ao igual mês do ano passado, informou o Instituto Nacional do Leite (INALE). No mês passado os produtores enviaram para as indústrias 112,3 milhões de litros de leite.  Por outro lado, a captação de leite nos dois primeiros meses do ano caiu 1,8% em relação a janeiro e fevereiro de 2016, chegando a 259,3 milhões de litros. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)
 

 

Porto Alegre, 24 de março de 2017.                                               Ano 11- N° 2.467

 

Venda de leite dos EUA deverá cair até 2020, segundo relatório da Mintel

Um relatório recente do Mintel diz que a categoria de lácteos dos EUA verá um declínio contínuo nas vendas, em contraste com seu forte crescimento em 2014, quando houve uma combinação de preços elevados do leite, aumento da demanda internacional e reposicionamento dos lácteos para alinhar com as tendências de saúde. A empresa de pesquisa de mercado prevê que o total de vendas de lácteos dos EUA caia para US$ 15,9 bilhões, uma queda de 11% durante o período de 2015 a 2020.

"O consumo de leite líquido nos Estados Unidos vem decaindo há décadas. O consumo mais baixo vem à medida que os consumidores aumentam o consumo de outras bebidas, desafiando a indústria láctea a oferecer produtos para serem consumidos em múltiplas ocasiões, com uma variedade de benefícios e aplicações".

O crescimento da categoria de "leites não derivados do leite bovino" continuará a ameaçar o consumo de leite dos Estados Unidos, acrescentou o relatório. "O crescimento de leites não derivados do leite bovino continuará já que muitos consumidores estão se tornando adeptos aos leites vegetais. A maioria dos consumidores de leite também diz ter consumido esses leites alternativos nos últimos três meses". 

Leite vegetal 
A inovação dentro da categoria mantém os consumidores interessados e a grande variedade de leites vegetais ajuda a atender a uma variedade de necessidades de saúde dos consumidores e preferências de sabor. As vendas totais de leites não derivados do leite bovino nos EUA totalizam atualmente cerca de US$ 2 bilhões, mas o Mintel previu que a categoria atingirá quase US$ 3 bilhões até 2020, com crescimento interanual contínuo. No entanto, a crescente tendência alimentar sobre a adição de proteína fez com que alguns consumidores questionassem a quantidade do nutriente nos leites alternativos em comparação com o leite de vaca.

A fabricante de leite à base de grãos, Ripple, disse que o leite de amêndoa, que é o leite mais popular dentre os alternativos, contém apenas um grama de proteína por 30 mL, enquanto que a bebida de coco contém zero. Os produtos da Ripple oferecem oito gramas de proteína por 30 mL, a mesma quantidade que o leite. Apesar de enfrentar a concorrência direta de alternativas de produtos a base de vegetais, o Mintel disse que os fabricantes de lácteos têm outras oportunidades de espaço em branco para aproveitar.

"O leite é conhecido por beneficiar a saúde óssea, mas há uma porcentagem muito menor de consumidores bebendo leite pelos benefícios para o coração ou para perda de peso. Há uma oportunidade de destacar melhor esses atributos e expandir as percepções dos consumidores sobre os benefícios do leite para a saúde. No entanto, com a maioria dos consumidores bebendo leite porque gostam do sabor, também deve haver uma maior ênfase no perfil do sabor do leite. Gostar do gosto é uma das principais razões pelas quais os consumidores bebem as bebidas que consomem". (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

  

 
A proposta é que produtos não lácteos deixem de ser chamados de "leite"

O congresso dos Estados Unidos considera proibir produtos alternativos. Defendem nos Estados Unidos os valores nutricionais únicos do leite. O Congresso dos Estados Unidos expressou sua preocupação em um assunto de interesse popular como o leite. Tratam por via legal de que se preservem seus valores nutricionais e de que se proíba que também se chame como tal, produtos alternativos. O senador Tammy Baldwin de Wisconsin e o representante de Vermont, Peter Welch, ambos do partido democrata, propõem uma lei que proíba que se denomine "leite" a produtos não lácteos alternativos elaborados com amêndoa, soja, aveia, avelã, ou cânhamo, publicou La Vanguardia da Espanha. O conjunto de agricultores que se dedicam a abastecer as indústrias de laticínios, se reúnem contra estes produtos não lácteos, pois consideram que sofrem com esta concorrência desleal, já que enganam o consumidor. O produto não leva leite e é comercializado com este nome, diz a publicação.

Benefícios
Segundo Baldwin, o fato de alternativas não lácteas serem vendidas com esta denominação, "é uma afronta aos produtores que trabalham duro a cada dia para elaborar um produto nutritivo". "Estas imitações que usam o bom nome do produto lácteo em benefício próprio, são contra a lei", acrescenta o senador de Wisconsin. Ainda mais neste momento que o veganismo e o leite a base de plantas está em pleno auge, os pecuaristas norte-americanos se juntam para evitar que o nome "leite" passe a representar uma cópia do original. "As cópias se apresentam como uma adulação, mas produtos chamados leite, que evidentemente não o são, aumentam, estão mal classificados e representam uma enganação", afirma brad Nevin, produtor de leite membro da Associação de produtores de Leite de Wisconsin. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

Uruguai tem a oportunidade de se inserir em cadeia global de valor

Um estudo do Banco Mundial (BM) afirma que é possível que a indústria de laticínios e a Tecnologia de Comunicações e Informações (TICs) do Uruguai tenham a oportunidade de serem incoporadas às cadeias globais de valor (CGV), que é a forma predominante do comércio mundial, adiantou a El Observador, Gonzalo Varela, um dos autores do trabalho. Técnicos do BM trabalharam em ambos os setores. Os lácteos como "um setor tradicional com problemas, que exporta ou deixa de exportar, mas, que não ganha tudo o que poderia", explicou Varela. Em contrapartida, as TICs "é um setor novo e inovador". Para o BM, o problema do setor lácteo uruguaio é que "tem experiência mas, foca em determinados produtos de baixo preço devido a pouca ou nenhuma diferenciação". No estudo são visualizados "subsetores" que podem melhorar, como o caso dos queijos artesanais. Os técnicos do BM realizaram uma análise quantitativa, o que quer dizer, ao nível de valor agregado da cadeia láctea, com a ideia de "ver como podemos ajudar o Uruguai a estar mais perto dos consumidores, já que hoje vende os produtos a multinacionais e não ao consumidor final", disse Varela. 

O caminho é "diferenciar" e tender a "produtos Premium", que habitualmente começam por desenvolver em mercados locais e logo se movem para nichos de alto valor. A ideia é como intervir nesse processo". Varela explicou que as CVG "dão oportunidades de ser provedores de empresas grandes que têm poder de inserção" nos mercados, como o caso da Conaprole, ao mesmo tempo em analisam quais as políticas públicas utilizar. Existem temas chaves como redução de custos na cadeia, a especialização, por exemplo em alguns dos componentes da cadeia, e os avanços em infraestrutura e logística. Está comprovado que a melhora de 10% em rodovias aumenta 23% o valor agregado no Uruguai. O setor público e o privado devem identificar qual a fase da cadeia é competitiva. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

 

Previsão de aumento da produção de leite na EU em 2017 dependerá da evolução dos preços
A produção de leite na União Europeia (28 países membros) em 2017 poderá aumentar 0,6% em relação a 2016. Este aumento seria consequência dos melhores rendimentos, que se espera que aumentem em 2%, apesar de as fazendas leiteiras poderem cair em 1,6% em 2017, de acordo com estimativas da Comissão Europeia. Especificamente, prevê-se uma redução em 380 mil cabeças, especialmente de fazendas holandesas, como resultado do Plano de Redução de Fosfato. As entregas na UE-28 podem aumentar na primavera e chegar a um nível semelhante ao de 2016 no final do segundo trimestre. Na segunda metade do ano, as entregas poderiam ser acima dos níveis do ano anterior, desde que os preços não caiam. Um fator que pode ter um impacto sobre os preços é o crescimento na oferta mundial de leite. A produção nos EUA e na Nova Zelândia provavelmente aumentarão durante todo o ano, embora a demanda por manteiga e queijo permaneça forte. É necessário ver se o crescimento da demanda é suficiente para equilibrar qualquer aumento na produção de leite. Outra incógnita é o impacto que os volumes de intervenção da União Europeia de leite em pó desnatado terão sobre os preços do leite. Não devemos esquecer que atualmente estão armazenadas 350 mil toneladas, representando 30% da produção anual. (As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)