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05/12/2017

Porto Alegre, 05 de dezembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.635

 

 gDT 

O resultado final do gDT de hoje é de quase estabilidade. No entanto, não reflete a variação ocorrida entre os produtos e períodos. A manteiga, que com a queda de hoje acumula perda de US$ 1.451/tonelada em relação ao valor recorde do ano de 19 de setembro, teve queda acentuada de 24,3% para os contratos de janeiro de 2018, e volta aos níveis de preços de janeiro de 2017. Ainda assim é um preço acima dos valores verificados em dezembro dos dois últimos anos. A boa notícia vem dos dois outros produtos mais negociados, o leite em pó desnatado (SMP), +4,7%, e o leite em pó integral (WMP), +1,7%, interrompendo a tendência de queda que vinha desde outubro. As cotações dos dois produtos, no entanto, estão bem abaixo dos valores negociados um ano atrás. (globaldairytrade/Terra Viva)

CNA defende criação do Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite

Um dos pontos discutidos dentro da proposta do plano nacional foi a Instrução Normativa 62 do Ministério da Agricultura, de 29 de dezembro de 2011.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendeu nesta quarta (29), em reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a institucionalização do Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite e a análise e divulgação dos dados do Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro (SIMQL).

"A CNA sempre defendeu a qualidade do leite, mas a forma de aferir essa qualidade tem que avançar. O Ministério tem que fazer a parte dele como órgão que normatiza e fiscaliza. É preciso também ter ações integradas do produtor com a indústria e o governo," destacou Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA.

Um dos pontos discutidos dentro da proposta do plano nacional foi a Instrução Normativa 62 do Ministério da Agricultura, de 29 de dezembro de 2011. Segundo Alvim, se o Brasil não seguir os padrões estabelecidos pela IN 62, o País não terá condições de exportar. 

"Precisamos ampliar mercado. Somos os maiores no agro em vários setores como café, carne, laranja e poderemos ser do leite também se fizermos o dever de casa. A CNA é favorável e luta para alcançarmos essa qualidade e temos a certeza que esse plano nacional faz parte de um contexto obrigatório para termos competitividade para exportar."

O Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro (SIMQL) foi desenvolvido pela Embrapa e vai reunir milhões de dados referentes aos resultados de análises do leite produzido no País que serão, acredita Rodrigo Alvim, ferramentas de gestão para o setor. A plataforma já está pronta e deve entrar em funcionamento no início do ano que vem. 

Em relação ao preço do leite, que atualmente está em baixa, Alvim reforçou que a institucionalização do plano nacional de qualidade deve trazer melhorias. 

"Enquanto toda a indústria brasileira não entender que qualidade tem um preço e que produto com qualidade significa maior rendimento industrial e maior vida de prateleira dos produtos, não vamos avançar. A velocidade da melhoria desse processo de qualidade é tão maior quanto mais indústrias pagarem e remunerarem a qualidade do leite." 

Na reunião, ficou definida a criação de grupos que vão estabelecer comitês para tratar os gargalos do setor, tendo como pontos iniciais a serem abordados já no início de 2018, a revisão da IN 62 e a adequação da plataforma do SIMQL, de forma que seus dados sejam acessíveis. (Assessoria de Comunicação CNA/SENAR)

O que a Coca-Cola quer no negócio do leite?

No setor de bebidas não alcoólicas, lácteos são a última grande fronteira que começa a ser desbravada pela Coca-Cola no Brasil. De uma empresa que até o final dos anos 90 vivia na monocultura dos refrigerantes, a Coca-Cola se transformou numa especialista em todo tipo de bebida não alcoólicas no país - da água ao café, dos chás aos néctares, passando pela proteína vegetal, sucos e bebidas esportivas. Hoje, produz 152 produtos entre sabores regulares e versões zero ou de baixa caloria.

Curiosamente o leite de vaca, uma bebida ancestral da humanidade, foi a última fronteira conquistada no Brasil, em abril deste ano, quando a multinacional comprou a Campo Verde, um laticínio de Lavras, Minas Gerais. A Campo Verde vinha se destacando com a marca Lacfree, a primeira a oferecer produtos com zero lactose no país, no início da década.

"Somos pato novo no lácteo, ainda fazemos mais perguntas do que respondemos", disse o diretor de Negócios Emergentes da empresa no Brasil, Egon Barbosa, durante palestra no encontro internacional Dairy Vision, em Curitiba, na última semana. Modéstia à parte, o executivo da Coca-Cola sabe bem onde a empresa quer chegar ao entrar numa cadeia produtiva que faz girar 35 bilhões de litros de leite por ano e mobiliza cerca de um milhão de produtores. "Para todo lado, a gente só vê oportunidade. Os produtos lácteos têm características culturais fortes, conforme cada região do país. O desafio é capturar valor para cada mercado em que a gente atua", destaca.

Confira a entrevista de Egon Barbosa, concedida durante o Dairy Vision
- Porque o leite é um bom negócio para a Coca-Cola?
O leite é um bom negócio não só para a Coca-Cola, mas, primeiramente, é um bom negócio para as pessoas. Leite é uma categoria de altíssimo valor nutritivo, totalmente natural, e que efetivamente tem contribuições para o bem estar das pessoas. A Coca cola tem uma visão e posicionamento de ser uma companhia total de bebidas, que visa o bem-estar de seu consumidor. A gente não tinha em nosso portfolio, até há pouco tempo, nem café nem leite. Resolvemos entrar nessas 2 categorias justamente para capturar um valor de mercado, um incremento de negócio, mas, principalmente, para levar o consumidor um completo portfolio, incluindo lácteo, que é absolutamente muito benéfico para o ser humano.

- E a cadeia do leite tem espaço para inovações?
Sem dúvida. O que acontece no Brasil é que a maioria das inovações ainda são incrementais. Existe espaço para inovações mais disruptivas do mercado. Queremos que mercado lácteo dê um salto de valor, principalmente.

- Que mentalidade a Coca-Cola traz para o leite?
A Coca-Cola traz fortemente o tema de nutrição a partir do leite. Cada vez mais o mundo tem déficit nutricional. A responsabilidade de quem efetivamente chega em massa à mesa das pessoas é levar toda uma gama de produtos que promovam o bem-estar. Esse é o foco. O nosso posicionamento mundial agora se chama Beverages for Life, então, nossa missão é ter um portfolio de bebidas para que a vida de todo mundo seja cada vez melhor.

- Vocês já identificaram segmentos em que é possível crescer?
A maior ocasião do lácteo é o café da manhã, mas é um paradigma que pode ser quebrado. Você tem outras ocasiões de consumo ao longo do dia que uma série de produtos lácteos pode atender. E talvez atender melhor que categorias que já existem hoje. De forma mais saudável, mais sustentável. Durante o trabalho, por exemplo, nas suas pausas você pode consumir um natural whey protein (extraída do soro do leite), para te dar efetivamente um boost de energia, para ativar a mente e tudo o mais. Se a gente mapear todos esses momentos de consumo ao longo do dia, o leite como ingrediente pode ter uma contribuição efetiva, tem bastante oportunidade para crescer.

- Como é possível driblar a resistência que alguns apregoam hoje, dizendo que os seres humanos não foram feitos para consumir leite de vaca?
Seja um comportamento de nicho ou não, qualquer coisa que o consumidor verbalize e que sinta, é importante e a gente tem que considerar. Eu trocaria a palavra driblar pela palavra dialogar. E o diálogo passa pela segurança do que você está oferecendo. Todos os produtos que oferecemos têm um nível de segurança alimentar, são aprovados em todos os órgãos brasileiros, no FDA americano, nos organismos europeus e asiáticos. Muitos dos nossos indicadores de qualidade são superiores ao que as regulações da legislação impõem, justamente por acreditarmos que temos que levar sempre a melhor qualidade para o consumidor. E, no final, oferecer escolhas. Então, se você tem problema com açúcar, nós temos uma série de produtos sem açúcar. Se você quer algo mais refrescante ou divertido, pode tomar um refresco. Se quer algo mais nutritivo, pode tomar um suco 100% da fruta. Você tem também a opção aos lácteos, já que recentemente a gente comprou a Ades (bebida à base de soja) da Unilever. Então, tem alternativa láctea vegetal também. A ideia é oferecer ao consumidor sempre altíssima qualidade, e que ele possa escolher, conforme suas restrições ou desejos.

- Durante décadas, esse mercado de não viu muitas inovações. Nos últimos anos parece que a coisa acelerou. Por quê?
A cadeia de alimentos e de bebidas exige cuidados muito grandes para inovar. Não é um produto que você usa, é um produto que você engole, que põe para dentro do seu corpo. Então, o nível de cuidado em inovações é triplicado para trazer alguma coisa para a mesa. Isso significa impacto na indústria. As linhas de produção, toda a parte de assepsia, de processo e de qualidade, precisam ter um nível de sofisticação e, portanto, um custo elevado. Não dá para mover isso todo ano, são ações caríssimas. Agora, alternativas tecnológicas estão surgindo a cada dia. Você tem cadeias mais curtas, de novos equipamentos, novos processos, ingredientes mais saudáveis que surgem, ano a ano, então você começa a ter uma velocidade e potencial de inovação muito mais rápidos. O que dirige isso, basicamente, é o comportamento do consumidor que, nos últimos dez anos, mudou radicalmente. A gente passa de uma cultura de monocategoria, no final dos anos 90, para mais de 20 categorias dentro do portfolio. Isso significa atender ao que o consumidor está demandando, e a indústria precisa se ajustar, de forma cada vez mais veloz.

- Qual deve ser o impacto da entrada da Coca-Cola no setor lácteo?
A Coca-Cola vai estender as mãos para desenvolver e trazer valor ao setor. E isso significa valor para o consumidor. O setor não vai ter crescimento de valor se o consumidor não receber e não quiser pagar por isso. Olhando para o consumidor, o que ele pode esperar é que vamos trazer cada vez mais novidades para a mesa, novidades saudáveis, sustentáveis, que sejam boas para o consumidor, para a indústria e para o planeta. (GAZETA DO POVO/Agrolink)

RS: dia de campo na área leiteira acontecerá em Vila Oliva, diz Emater

A propriedade rural de Marcelo e Marta Camêlo e família, no distrito de Vila Oliva, em Caxias do Sul, irá sediar um Dia de Campo sobre Bovinos de Leite, na próxima quinta-feira (07). A propriedade da família tem como atividade principal a produção leiteira, além do cultivo de uva e de uma agroindústria de queijo, e faz parte do Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR).

O objetivo do dia de campo é demonstrar aos produtores de leite tecnologias de produção, visando o aumento da produção e produtividade, a diminuição da penosidade do trabalho e a gestão da propriedade rural, tendo como consequência o incremento da renda e o bem-estar das famílias.

O evento inicia a partir das 9h e terá quatro estações, que serão conduzidas por profissionais da Emater/RS-Ascar, UCS, Senar e Inspetoria Veterinária. O tema da qualidade do leite será tratado pelo engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, João Carlos Reginato, que vai explicar os cuidados simples para que o produtor tenha animais sadios e um produto de qualidade, evitando perdas na produção, que incluem desde medidas de higiene e limpeza até o melhoramento genético dos animais.

Já a irrigação das pastagens será abordada pela engenheira florestal da Emater/RS-Ascar, Adelaide Ramos, que falará sobre a importância da irrigação e as políticas públicas disponíveis, juntamente com acadêmicas do curso de Agronomia da UCS, que irão apresentar um experimento que comparou uma área com irrigação e outra sem e os resultados em termos de produtividade das forrageiras e leiteira.

Os outros dois assuntos, criação correta da terneira e novilha e sanidade do rebanho leiteiro, serão abordados pelo Senar e Inspetoria Veterinária, respectivamente. A abertura oficial acontece às 12h30, seguida de almoço campeiro. No local, haverá também exposição de máquinas, equipamentos e insumos para a atividade leiteira.

A promoção é da Emater/RS-Ascar, Agrimar, Prefeitura, UCS, Juntos para Competir (Sebrae/Senac/Farsul), Divisão de Defesa Sanitária e Sindicatos Rural e dos Trabalhadores Rurais, com patrocínio de diversas empresas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 54 3201-1208, do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul. O dia de campo deverá reunir em torno de 300 pessoas de Caxias do Sul e municípios vizinhos.

Mais atividades na região
Também no dia 07 de dezembro, o escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Veranópolis irá promover um dia de campo sobre plantas medicinais, com início às 14h, no Horto da Fepagro.

Na programação, extensionistas da Emater/RS-Ascar da região irão explicar sobre as plantas medicinais e condimentares e seus benefícios, jardinagem e cultivo de orquídeas, plantas comestíveis e práticas sustentáveis de produção para agricultura doméstica. (Fonte: Emater/RS)

Queijos/Uruguai
A China reduzirá tarifas alfandegárias no regime de "Nações Mais Favorecidas (NMF)" para 187 produtos importados, incluindo os queijos uruguaios, o que beneficiará os países que não têm Tratado de Livre Comércio (TLC) com o país asiático, como o Uruguai. Esta medida que entrou em vigor no dia 1º de dezembro representa redução da diferença de tarifas alfandegárias diante dos países que têm TLC com a China, destacou o Instituto Nacional do Leite (INALE), com base em informações da embaixada do Uruguai na China. A redução de tarifa alfandegária abrange as seguintes variedades: Queijo ralado ou em pó (tarifa passada de 12% para 8%); queijo fundido (tarifa sai de 12% para 8%), queijo azul (tarifa de 15% para 8%), e outros queijos (tarifa passa de 12% para 8%). Esta queda reduzirá a diferença entre as tarifas do Uruguai e os principais concorrentes, como Nova Zelândia e Austrália, que contam com TLC em vigor, com a China", diz o Inale. As exportações do Uruguai para a China, são, principalmente, de queijos fundidos. Em 2016 o Uruguai foi o sexto maior fornecedor de queijo fundido para a China, ficando atrás da Nova Zelândia, França, Austrália, Estados Unidos, e Dinamarca. Atualmente, as exportações da deste produto da Nova Zelândia para China, são livres de tarifas alfandegárias. Já a Austrália enfrenta uma tarifa preferencial de 8,4%, que em 1º de janeiro de 2018 passará para 7,2%, e irá diminuindo progressivamente, até chegar a 0 em 2024. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)
 

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