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Porto Alegre, 11 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.733

 

Aquisição de leite aumenta, e é recorde para um 1º trimestre
A aquisição de leite cru feita por estabelecimentos sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal), no 1º trimestre de 2018, foi de 6,10 bilhões de litros, o melhor resultado para um 1º trimestre desde 2016. Apesar da redução de 6,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior, o valor é 4,1% maior que do 1º trimestre de 2017. (IBGE)
 
 
 
Conselho favorecerá relacionamento da cadeia

Conseleite/MG - A diretoria da FAEMG, produtores, representantes da indústria, representantes do governo do Estado, pesquisadores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) se reuniram na sede da Federação para a reunião de constituição do Conseleite (Conselho Paritário de Produtores e Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais), que estabelecerá preços de referência para a matéria-prima leite. A Câmara Técnica foi formada por seis representantes dos produtores e outros seis da indústria. Agora, serão levantados dados dos sistemas produtivos para se chegar aos indicadores técnicos e econômicos. Até outubro devem ser apresentados os primeiros preços de referência em Minas Gerais.

"É uma conquista dos produtores e indústrias. É o começo de um relacionamento melhor da cadeia produtiva. Não podemos imaginar uma cadeia na qual os participantes não conversam entre si".
- Roberto Simões, presidente da FAEMG
 
COMENTÁRIOS
Adauto Alves Ribas, produtor de leite em Curvelo
"O Conseleite vai tranquilizar o mercado e diminuir o atrito entre produtor e laticínio, acabando com uma desconfiança mútua de que um leva vantagem e o outro, prejuízo. Será estabelecido um relacionamento maduro."
 
Rafael Ramos Tomas, produtor de leite em Monte Carmelo
"O Conseleite não é apenas uma alternativa para resolver a política do leite. É mais que isso, é conhecimento, inovação, gestão. O trabalho que a FAEMG fez com o governo vai obrigar o produtor a se organizar mais para continuar na pecuária de leite".
 
Mônica Mascarenhas, produtora de leite em Jequitibá
"Vai diminuir a distância entre o produtor e a indústria. O Conseleite será uma experiência muito positiva, pois não queremos prejuízo para as indústrias, queremos trabalhar e receber preços justos pela nossa produtividade". (Faemg)

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 19/2018

Leite/América do Sul - Nas duas últimas semanas a umidade persiste na Argentina, prejudicando a colheita de grãos do verão, mas, melhorando as condições de pastagens em muitas fazendas das principais bacias leiteiras do país: Córdoba, Entre Rios e Buenos Aires. 
A produção de leite nas fazendas está melhorando continuamente, dentro de padrões sazonais típicos do outono. O percentual de matéria gorda do leite está elevado em ternos sazonais. Os pedidos de leite engarrafado estão firmes, e os varejistas estão reabastecendo seus estoques. A oferta atual de leite está sendo suficiente para atender as necessidades de fabricação de queijo, manteiga, iogurte e sobremesas lácteas. No Uruguai, a produção de leite está aumentando, dentro do padrão sazonal. O clima tem sido favorável, ajudando no conforto animal. O Ministro da Agricultura do país anunciou a criação de um fundo de garantia para ajudar os produtores de leite com suas dívidas de 36 milhões de pesos. De acordo com algumas indústrias, o total de dívidas do setor lácteo uruguaio, incluindo as indústrias de laticínios, pode atingir 500 milhões de pesos.

 A expectativa é de que esse fundo alivie o alto nível de endividamento de alguns produtores de leite do país. No Brasil, a produção de leite mostra pequena melhora, com as condições climáticas estáveis nas principais bacias leiteiras. No entanto, para algumas indústrias, o preço do leite ao produtor continua relativamente elevado. É importante lembrar que no primeiro trimestre do ano passado, a produção de leite brasileira aumentou e os preços caíram. Estes fatores desanimaram a produção por diversos agricultores, enquanto outros abandonaram o negócio, vendendo o gado para abate. Atualmente a oferta de leite e creme está abaixo das necessidades das indústrias. Consequentemente, comparado com um mês atrás, as importações de lácteos, principalmente do Uruguai e da Argentina, aumentaram. A procura por manteiga está aumentando a bonificação pela matéria gorda do leite e a concorrência entre os processadores. Enquanto isso, o mercado de queijos parece estar ainda em equilíbrio. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva) 

 

 
 
 
 

Setor leiteiro argentino vê necessidade de aumentar mercado exportador
O presidente do Centro da Indústria de Lácteos da Argentina (CIL), Miguel Angel Paulon, conversou com a Chacra TV sobre a situação atual que envolve a indústria de lácteos do país. Ele considerou as medidas políticas atuais como positivas e enfatizou a necessidade de expandir as exportações. Segundo Paulon, o excedente produzido pela indústria deve ser colocado no exterior, já que a alta do dólar vem favorecendo essa ação. "A Argentina está se abrindo para novos mercados como o Oriente Médio, África, Argélia e China. Eu acho que se melhorarmos a competitividade com um negócio razoável, o volume virá sozinho. Atualmente, o retorno econômico está sendo provido pelo mercado de gorduras no exterior", disse Paulon. Ele disse que esse ano gerou 9% a mais de processamento do que no ano anterior. Segundo ele, o aumento da produção responde em grande parte à mudança que muitos produtores implementaram em suas propriedades. No entanto, ele esclareceu que os produtores de pequeno e médio porte estão enfrentando problemas críticos na produção."Os mesmos produtores que foram afetados extensivamente pela seca, são os que implementaram sistemas de produção diferentes. A realidade marca que é necessário ajudá-los, já que eles não passam por um bom período". (As informações são da Revista Chacra, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
 

Porto Alegre, 10 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.732

 

Interleite Sul 2018: "o leite está cheio de bons problemas. E por que? Porque temos soluções
"O setor leiteiro é o que passa pela maior transformação no agronegócio brasileiro e essa é a proposta de discussão do Interleite Sul 2018". Foi assim que Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, iniciou a abertura do evento nesta quarta-feira (09), em Chapecó/SC, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes. O evento ocorre até hoje (10) e se destaca pelos temas dos painéis e palestrantes de renome. 

A mesa de abertura contou com Airton Spies, Secretário de Estado de Agricultura e Pesca de Santa Catarina; Luciano José Buligon, Prefeito de Chapecó; Valdir Crestani, Secretário de Desenvolvimento Rural na Prefeitura de Chapecó; Ronei Volpi, Presidente da Aliança Sul Láctea; Ricardo Lunardi, Presidente do Sindicato Rural de Chapecó; Enori Barbieri, Vice-presidente da FAESC; Amilkar Gassen, Gerente da LacLélo e José Baldoino, Gerente da Política Leiteira da Piracanjuba. Segundo Spies, o Interleite Sul é um 'nivelamento para cima' de tudo o que precisa ser discutido sobre o leite no Sul do país. "Sempre enxerguei no Brasil um enorme potencial e fizemos grandes avanços nos últimos anos, porém, não podemos esquecer do dever de casa. Mesmo caminhando a passos largos, é necessário transformarmos o leite em uma das estrelas do agro.  Para continuar crescendo neste ritmo, precisamos preparar a nossa matéria-prima para a exportação e esse é um dos principais objetivos da Aliança Sul Láctea. Tenho certeza que todos sairão do Interleite Sul inspirados, pois nossa atividade ainda incorporará novas tecnologias e no final, criaremos mais empregos, geraremos mais renda e assim, mais qualidade de vida. O leite está cheio de bons problemas. E por que isso? Porque temos soluções".

Para José Baldoino, a região sulista é fundamental para o leite no país. "Tanto é que a Piracanjuba elegeu o Sul como a principal região para os seus investimentos nos últimos sete anos. Isso contribuiu para o nosso crescimento, tanto que na APAS Show 2018, que também está ocorrendo nesta semana, a Piracanjuba lançará 18 novos produtos. Nós esperamos contribuir com o setor ao longo dos anos", completou.

O primeiro painel do evento, moderado por Valter Galan, sócio do MilkPoint Inteligência, abordou o tema "Mercado e Organização da Cadeia do Leite". Glauco Rodrigues Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, apontou que de 1974 até 2016, a produção leiteira brasileira cresceu 374% e que alguns fatores contribuíram com isso, como a expansão da população no Brasil - que sustenta o consumo - e o constante lançamento de novos produtos no mercado. "Além disso e não mesmo importante, temos uma área agriculturável gigantesca e precisamos aprender a usá-la de maneira mais racional. Também, temos condições de trabalhar com pastejo, diferente de vários países do mundo, e nossas produção de grãos é bastante competitiva. Vale ressaltar que busca pela gestão e todo o seu aprimoramento devem ser constantes e eternos, não esquecendo da escala de produção. Esses dois fatores impactam consideravelmente na eficiência do negócio".

Na sequência, Craig Bell, Diretor da Leitíssimo (Fazenda Leite Verde, na Bahia) e da Delicari, abordou as "As oportunidades que o Brasil tem para ser competitivo e não aproveita como deveria". "Os produtores de leite no Brasil precisam parar de colocar a culpa dos problemas nas importações de leite, pois esse não é o caminho. Em alguns casos, ela acontece porque não temos a qualidade necessária para a elaboração de alguns produtos. O problema de verdade que nos atrapalha é a falta de produtividade, que não nos permite competir no ponto baixo do ciclo".

Craig reforça que é essencial uma agenda positiva e com relação à qualidade, já passou da hora de evoluirmos. "Nossos níveis de CCS (Contagem de Células Somáticas) ainda não são compatíveis com os do mercado internacional. Também, fica complicado fabricar um bom produto nessas condições. Precisamos dar um basta em quem trata a produção de leite como amadorismo. A mensagem final que deixo é: o jogo precisa de regras claras que sejam respeitadas, por todos, e as instituições deveriam focar as suas pesquisas em produtividade". Marcelo Martins, Diretor Executivo da Viva Lácteos, salientou em sua palestra que atualmente é muito importante gerarmos demanda no mercado consumidor, melhorar o saldo da balança comercial e ampliar o consumo no mercado interno. "Tivemos algumas dificuldades para avançar com as exportações em 2017 e tínhamos uma dependência da Venezuela, que reduziu as compras e era a principal compradora. Porém, estamos buscando outros caminhos, o que é essencial se realmente queremos ser grandes exportadores de lácteos".

Ele comentou que hoje há uma grande demanda por manteiga, mas, que infelizmente o produto nacional não vem atendendo nem mesmo a população interna. "O queijo - um produto de valor agregado - tem sido o nosso principal item de evolução nas exportações. Ainda não resolve o nosso trabalho, visto que precisamos expandir significativamente, mas seguiremos em frente e apresentando os derivados lácteos brasileiros em eventos e feira no mundo todo. Há países que nem sabem que somos o 4º maior produtor do mundo e concluímos que é imprescindível a melhoria da imagem do nosso setor. Destaco que a eliminação da brucelose e tuberculose deve ser perseguida se estamos querendo ser conhecidos no mundo".
Marcelo finalizou a sua apresentação pontuando que a chave é melhoria da nossa competitividade e, para continuar crescendo em produção de leite, precisamos exportar mais ou aumentar significativamente o consumo. "O ideal seria que essas duas coisas andassem juntas. Não é ideal continuarmos expandindo a produção se não temos como escoar isso, até porque, para os produtores, o preço recebido também é bastante afetado quando há excesso de oferta".

O quarto palestrante do painel, Ronei Volpi, Presidente da Aliança Sul Láctea (ALSB), explanou que o objetivo da entidade é ser um fórum público-privado permanente para buscar o desenvolvimento harmônico do setor lácteo dos três estados do Sul por meio da implementação de políticas e iniciativas conjuntas. "Criamos ALSB porque os três estados de assemelham na produção, têm entraves e oportunidades comuns, relevância sócio econômica; agricultura familiar/empresarial, 170 mil produtores envolvidos na atividade e a maior produtividade nacional, de 2.950 kg/vaca/ano". Volpi apresentou ao público presente a evolução da produção na região e a meta única da Aliança, que é: tornar a região Sul do Brasil exportadora de produtos lácteos.

"Para alcançar isso, é fundamental um maior envolvimento da indústria e mitigação da capacidade ociosa, harmonização de protocolos sanitários, convergência nas políticas de tributação, eficiência logística de escoamento, incremento na qualidade do leite (IN 62) e organização da produção. Sempre queremos o melhor preço, mas para isso, a única saída é sermos competitivos".

Finalizando a primeira bateria de palestras, Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, questionou e instigou os participantes com a seguinte questão: É possível termos uma relação melhor coordenada entre produtores e indústria? De acordo com Marcelo, historicamente a relação entre a indústria e produtor é conflituosa devido à desconfiança mútua, falta de transparência/fidelização e o foco no curto prazo. "Há exceções e a relação está mudando, porém, os problemas são os mesmos. Os contratos por exemplo ainda são raros. Historicamente, também temos baixo incentivo da indústria para desenvolver os produtores ("leite é tudo igual"), o que resulta em uma baixa razão para a fidelização. Em resumo, os próprios fundamentos de mercado empurraram o setor para um relacionamento mais oportunista do que cooperativo e, nesse cenário, em que há baixa colaboração entre as partes, a variável que realmente importa é o preço recebido, a cada mês. Há uma dificuldade natural de se quantificar os benefícios de serviços, segurança, entre outros e o preço recebido". Segundo ele, cabe ao elo forte mudar a relação e, normalmente, os fatores externos catalisam as mudanças. "Podemos citar aqui a regulamentação (que não é o nosso caso), um concorrente que passa a fazer diferente (e dá certo) e as pressões do consumidor, pois a maneira pela qual o leite é produzido (e por quem) será cada vez mais relevante. Assim, as demandas do consumidor representam uma externalidade. Precisamos de uma maior transparência e reduzir a assimetria das informações de mercado, minimizando as situações que geram conflito. Também, posso citar clubes de compra de insumos, serviços de apoio ao produtor e os contratos de fornecimento com critérios claros". Finalizando, Carvalho ponderou que a indústria ganha mais quando o produtor também ganha (e vice-versa), fato que minimiza o conflito criado e reduz a distância entre os elos. "É uma jornada longa, mas precisamos começar". (MilkPoint)

 
 
Euromonitor: ainda há espaço para produtos lácteos 'sofisticados' na América Latina

A América Latina consome grandes quantidades de produtos lácteos artesanais não embalados, mas as marcas podem inovar e sofisticar o consumo para captar novos negócios e o sucesso do queijo, que é um bom ponto de inspiração, segundo a Euromonitor International. Em 2017, o mercado de lácteos da América Latina gerou US$ 63,6 bilhões em receitas - pouco menos de 15% de todo o mercado mundial de lácteos de US$ 430 bilhões, segundo dados da Euromonitor International. E, embora o desempenho do Brasil tenha sido baixo, com a queda do consumo de leite e iogurte, Argentina, México, Chile e Peru registraram crescimento positivo nas vendas.

Escrevendo no recente relatório da Euromonitor International chamado Dairy in Latin America, Leonardo Freitas, analista de pesquisa sênior, disse que embora produtos lácteos como leite, iogurte, queijo e pastas tenham sido amplamente consumidos na América Latina, o consumo per capita em termos de valor permaneceu mais baixo do que em mercados desenvolvidos e os formatos de consumo eram muito diferentes. "Enquanto os consumidores locais gastam menos da metade do que os consumidores norte-americanos e europeus na categoria gastam, grande parte do consumo ainda vem de produtos artesanais não embalados", escreveu Freitas.
Isso, disse ele, deixou muitas oportunidades para os fabricantes de lácteos "sofisticarem o consumo de lácteos da América Latina", e o queijo era uma categoria com a qual os fabricantes poderiam aprender, dado seu contínuo sucesso. Em 2017, o queijo foi o produto lácteo que mais cresceu em toda a América Latina, apresentando crescimento em todos os mercados, de acordo com dados da Euromonitor International.

"Com forte produção local e anos de experiência, os fabricantes de queijo conseguiram alavancar suas vendas para consumidores com maior poder de compra, além de diversificar categorias e produzir tipos de queijos internacionalmente conhecidos, como brie e parmesão, à medida que seus certificados de origem estão protegidos", escreveu Freitas.

Valor em dinheiro versus dietas balanceadas
No entanto, ele disse que para garantir o crescimento do mercado de lácteos diversificado e altamente fragmentado da América Latina, é vital entender os fatores que impulsionam as compras e as tendências em evolução. O valor dos produtos em dinheiro, por exemplo, foi um fator-chave na maior parte da região, devido à alta disparidade de renda e a uma grande lacuna social, além de movimentos inflacionários, disse ele. Nos próximos anos, porém, à medida que os estilos de vida se tornaram mais agitados nas grandes cidades e os consumidores seguiram dietas mais equilibradas, Freitas disse que poderia haver espaço para desenvolver categorias como alternativas ao leite, bebidas à base de soja, leite desnatado e queijo sem lactose.

Onde a situação econômica de médio prazo deveria ser mais estável, ele disse que uma "maior sofisticação" no consumo é esperada. Isso, segundo ele, proporcionou uma premissa ainda maior para os fabricantes investirem em novas linhas de produtos, como novos sabores de iogurte, embalagens elaboradas e novos tipos de queijos. O Brasil, por exemplo, viu uma mudança na demanda de lácteos com os consumidores cada vez mais interessados na funcionalidade dos produtos graças a mais informações sobre produtos alternativos. Como resultado, ele afirmou que os produtos livres de lactose devem se tornar "mais relevantes" no mercado e que continuará a haver uma mudança do leite em pó para o leite fresco/UHT, impulsionando o desenvolvimento de valor na categoria. Freitas disse que o Brasil é o mercado de lácteos ao qual deve-se ficar de olho na América Latina porque é o maior - gerando 37% das receitas totais de produtos lácteos na região.

"O Brasil é sempre um membro fundamental e seu desempenho continuará a influenciar o mercado global de lácteos na América Latina", escreveu ele. E embora o mercado de lácteos tenha sofrido nos últimos anos como resultado de questões cambiais e uma queda no poder de compra entre os estratos socioeconômicos mais baixos, o mercado ainda tinha "potencial de crescimento".

Mais importante ainda, ele disse que o Brasil tinha um dos maiores rebanhos do mundo, o que daria ao país uma "base positiva" para o mercado de lácteos a ser desenvolvido. As previsões da Euromonitor International sugerem que o Brasil deve ter um forte crescimento anual até 2022, ao lado da Argentina e do Equador. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Cotações/NZ - Demanda desencadeia aumento do preço do leite em pó desnatado
Os preços do leite em pó integral (WMP) ficaram mais brandos no último GDT, levando o preço médio a cair 1,5%, para US$ 3.231/tonelada, enquanto o índice geral de preços caiu 1,1%, diz a analista Emma Higgins. Isso coincide com o anúncio da revisão feita pela Fonterra sobre a produção desta temporada, que saiu de -3% e foi para -2%. Embora as cotações das commodities na Nova Zelândia tendam a cair à medida que o foco se volta para a produção do hemisfério norte, o final da primavera mantém a demanda por leite em pó desnatado (SMP), diz Higgins.O SMP subiu 3,6% no último leilão da Fonterra e o produto está sendo vendido com melhores preços na Nova Zelândia do que o similar europeu. Nathan Penny, do banco ASB, diz que a queda do preço do WMP contrariou as expectativas. Contudo o movimento agudo de desvalorização do dólar kiwi mais que compensou a queda. Desde o último leilão, o dólar neozelandês caiu 4,5% diante do dólar norte-americano. O efeito final é que os preços globais do leilão subiram 3% em termos de dólar da Nova Zelândia, e é o que efetivamente importa para os produtores de leite. O último relatório da Fonterra diz que as exportações de lácteos da Nova Zelândia, em fevereiro, aumentaram 4% (11.000 toneladas) em relação ao mesmo mês do ano passado. O crescimento foi novamente impulsionado pelo WMP, pelos fluidos e produtos lácteos frescos, um aumento combinado de 12% (16.000 toneladas) no mês, compensando ligeiramente as quedas nas vendas de queijo, lactose e manteiga anidra. As exportações nos 12 meses encerrados em fevereiro ficaram estáveis em comparação com o período anterior. As exportações de produtos lácteos líquidos e frescos e WMP, juntos, totalizaram 117.000 toneladas (+7%). Este desempenho foi anulado parcialmente pela queda na maioria das outras categorias. (Rural News - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 
 

Porto Alegre, 09 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.731

 

Aliança Láctea Sul Brasileira define plano de exportação de leite
Na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, que ocorreu nesta terça-feira (8/5), em Chapecó (SC), foi apresentado um plano para ampliar a competitividade para o setor lácteo do país. A iniciativa trabalha com a meta de que o Brasil passe a exportar 5% do volume produzido. De acordo com o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, o plano foi endossado pelo presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins da Silva Júnior. Segundo Palharini, o projeto voltado ao mercado externo foi apresentado pelo consultor Welber Barral, ex-secretário do Comércio Exterior. "Para Barral, a Região Sul é que reúne as melhores condições para alcançar este objetivo", relatou o representante da indústria gaúcha presente no encontro. Diante das considerações feitas por um dos maiores especialistas em defesa comercial e negociações internacionais, a CNA encampou a ideia e decidiu apoiar uma pesquisa de mercado e levantamento de regras para que as empresas do Sul possam participar do estudo. 

"A Região Sul tem no mínimo 10 plantas de leite em pó que possam ser inseridas neste grupo de trabalho", afirmou Palharini, destacando a observação de Barral de que o produto em pó é o mais transacionado no mercado internacional. Palharini ressalta a importância de também focar em alternativas para equilibrar o mercado, entre elas o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e as compras governamentais. Segundo o secretário executivo, é necessário uma ação positiva tanto do governo federal quanto do estadual, pois a solução não está somente nas mãos da indústria e produtores, já que temos mais de 1,1 milhão de produtores de leite no Brasil. O presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Ronei Volpi, reforçou que o trabalho será organizado a partir da estrutura industrial dos estados do Sul do país, que possuem linhas de produção de leite em pó. Por meio de um esforço conjunto do setor, a expectativa é atingir a meta de exportar 5% da produção brasileira mas sem descuidar do mercado interno, no prazo de três a cinco anos. O objetivo é enviar lácteos para países da América Latina e Caribe, como Chile, Colômbia, México e Peru, mas também a países da Ásia, África e Rússia.

Na opinião do presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, para alcançar o volume mínimo de 5% da produção para exportação - que praticamente representa a produção do Uruguai -  é preciso antes se credenciar ao mercado externo. "Ou seja, deve-se antes de tudo buscar uma normatização e um programa de qualidade que possam ser auditado externamente. Precisamos ter a capacidade de cumprir normas e exigências dos compradores internacionais", afirmou. Como resultado da exposição realizada em Chapecó, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, encaminhou ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pedido para que seja realizada a regulamentação do PEP para produtos derivados do leite cru, especialmente leite em pó, UHT e queijos. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
EUA: FDA avalia rotulagem de produtos vegetais que usam a palavra 'leite' e outros derivados
O comissário da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), Scott Gottlieb, disse que sua agência está dando uma "nova olhada" em como lidar com a rotulagem errada de produtos que imitam os lácteos, com produtos vegetais usando termos como "leite", "iogurte" e "queijo". Gottlieb recentemente disse que a FDA anunciou um requerimento buscando informações adicionais sobre a abordagem geral da agência. Em resposta às perguntas da senadora Tammy Baldwin durante uma audiência do Comitê de Apropriações do Senado, Gottlieb confirmou que os estatutos da FDA afirmam que "o leite é um produto definido como proveniente de um animal em lactação". Ele concorda com Baldwin que o termo está sendo usado em produtos "derivados de matérias-primas que não são de um animal em lactação".

No entanto, como a FDA não entrou em ação para evitar a rotulagem incorreta, agora há muita atividade comercial ocorrendo. Baldwin argumentou que isso poderia ser resolvido imediatamente se a FDA emitisse orientações para a indústria e declarasse sua intenção de aplicar os regulamentos existentes.Gottlieb disse que a agência decidiu que seria mais prudente desenvolver um registro administrativo cuidadoso, uma vez que a FDA tem exercido o poder de aplicação da lei até este ponto. "Para nós, reverter nossa postura atual pode exigir mais do que apenas a emissão de orientação", disse Gottlieb, acrescentando que a intenção do recente pedido de informações adicionais das partes interessadas é informar um registro administrativo substancial que poderia sustentar uma revisão.

Segundo ele, em relação à saúde pública, especificamente, a agência está interessada em saber se os consumidores estão confusos sobre o estado nutricional ou a qualidade do leite devido à forma como certos produtos são rotulados. "Para o registro, eu não acredito que seja necessária uma revisão ou estudo adicional. O que precisamos é que a FDA aja e emita orientações sobre a aplicação dos padrões lácteos existentes sobre identidade", observou Baldwin. No ano passado, Baldwin apresentou o DAIRY PRIDE Act, que exigiu que a FDA publicasse uma orientação sobre a aplicação nacional de rotulagem incorreta de produtos que imitam os lácteos em 90 dias. Também, demandou que a FDA reportasse ao Congresso dois anos após a promulgação para responsabilizar a agência por essa atualização nas obrigações de fiscalização.

Mais recentemente, o projeto de lei de despesas coletivas aprovado pelo Congresso no mês passado contém linguagem que expressa a preocupação de que os padrões de rotulagem de lácteos precisem ser devidamente cumpridos. O presidente e diretor executivo da Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF), Jim Mulhern, disse que a FDA "deve parar de fechar os olhos para as violações das leis de rotulagem de alimentos. A agência precisa usar mais fiscalização e menos discrição, pois dezenas de marcas violam flagrantemente os requerimentos do governo".

A NMPF tem repetidamente solicitado aos reguladores federais a aplicarem as leis norte-americanas de rotulagem de alimentos, que excluem a possibilidade de alimentos derivados de plantas usarem termos lácteos. Mulhern agradeceu a Baldwin "por responsabilizar a FDA por sua falta de ação sobre esse assunto e implorar à FDA que faça seu trabalho".
Baldwin disse que os produtores de leite enfrentam tempos difíceis devido aos baixos preços do leite, às ferramentas de gestão de risco que não funcionam tão bem quanto esperavam, às negociações comerciais criando incerteza nos mercados de exportação e aos preços do Canadá de certas classes de leite, que acrescentam mais desafios. "Eu não estou dizendo que este é o único problema", disse Baldwin sobre a rotulagem errada. "Eu estou dizendo que há uma tempestade perfeita de desafios para a indústria de lácteos agora". (As informações são da Feedstuffs, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Itamaraty mira a Ásia em busca de acordos 

Os países do Mercosul anunciam no dia 25, em reunião dos ministros de Comércio e de Relações Exteriores em Seul, a abertura de negociações para um acordo comercial com a Coreia. Ainda não está definido se o objetivo vai ser um tratado de livre comércio ou um acerto mais simples, de preferências tarifárias, em que se reduzem mutuamente as alíquotas de importação para um leque mais restrito de produtos. No ano passado, Mercosul e Coreia finalizaram com sucesso um "diálogo exploratório". Foi um mapeamento inicial sobre os interesses de cada lado para saber se existe viabilidade em uma negociação efetiva. A percepção foi de que as discussões podem prosperar e as duas partes passaram, então, a buscar um mandato negociador. No caso brasileiro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) deu o sinal verde. A iniciativa do bloco sul-americano com a Coreia insere-se em um contexto maior, de aproximação com a Ásia, que o Itamaraty resolveu priorizar. 

Trata-se, segundo fontes diplomáticas, praticamente de uma necessidade diante da importância cada vez maior do continente e da mudança no eixo do crescimento global para a região do Pacífico. Esse é o pano de fundo de um giro iniciado nesta semana pelo chanceler Aloysio Nunes a sete nações asiáticas, com 18 dias de duração, depois que o presidente Michel Temer suspendeu pela segunda vez sua visita oficial. Foi uma forma de mostrar relevância. Na primeira escala do périplo, em Cingapura, foi assinado um acordo bilateral para evitar a dupla tributação. A cidade-país tem estoque de investimentos de US$ 1,4 bilhão no Brasil. Construção naval e administração aeroportuária - a Changi controla o Galeão (RJ) - são os destaques. Em sua passagem pela China, onde está sediado o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Aloysio firmará o acordo de instalação da unidade regional do Banco dos Brics no Brasil. O escritório deve ser inaugurado no segundo semestre. 

O ministro promoverá ainda uma reunião com todos os embaixadores e chefes do departamento de promoção comercial de postos brasileiros na Ásia. A mensagem é de buscar estreitamento econômico e comercial. 09/05/2018 Itamaraty mira a Ásia em busca de acordos No âmbito político, mecanismos de consultas bilaterais que estavam parados há anos foram reativados recentemente. Algumas embaixadas do país na região, como Jacarta (Indonésia) e Seul, tiveram um reforço de equipe na atual gestão. Há ainda uma "dança das cadeiras" nos principais postos diplomáticos: a embaixada em Pequim será assumida por Paulo Estivallet; Eduardo Saboia vai para Tóquio; André Corrêa do Lago está sendo deslocado para Nova Délhi. (Valor Econômico)

 

Compra online de itens de supermercado ainda é tímida
 Apenas dois a cada cem consumidores brasileiros têm o hábito de fazer compras online de produtos de supermercado, conforme detectou pesquisa realizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em conjunto com o Ibope. Embora a quantidade de pessoas que aderem ao e-commerce tenha dobrado nos últimos quatro anos, o número ainda é considerado pouco representativo pelo setor no país. De acordo com o responsável pela área de Gestão Corporativa da Apas, Rodrigo Mariano, hoje as vendas por internet representam cerca de 3% do faturamento total do setor. O varejo de supermercados faturou ao todo R$ 352 bilhões em 2017, o que significa que o e-commerce no setor chega a cerca de R$ 10 bilhões. Embora ainda seja pouco representativo para o faturamento, o e-commerce é um ponto de atenção para as empresas, na visão do presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto. "Dados internacionais mostram que o crescimento do e-commerce acontece como um tsunami, de forma muito rápida", diz. "Na medida em que a geração mais jovem entra no mercado de consumo, esse crescimento vai se acelerando e é uma oportunidade para a qual o setor tem se atentado". Pesquisa apresentada nesta segunda-feira (07/05) pela Apas durante evento que inaugurou uma feira do setor de supermercados em São Paulo indica ainda que a ida de consumidores aos pontos de venda tem aumentado. Segundo Mariano, a crise nos anos de 2015 e 2016 trouxe uma queda no número de vezes que consumidores vão às lojas, fazendo com que a maioria dos consumidores frequentasse somente uma vez por mês as lojas. Hoje, consumidores, em especial das classes A e B, já voltaram a frequentar as lojas pelo menos uma vez por semana. Entre as classes de renda mais alta, 44% vão semanalmente às compras. A recuperação é mais lenta, porém, entre os consumidores de classe C e D: entre eles, apenas 23% vão às lojas uma vez por semana. (TerraViva)

 
 

Porto Alegre, 08 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.730

 

Sul discute a padronização
A consulta pública que está em andamento para revisar a instrução normativa (IN) 62, que estabelece os padrões de qualidade do leite cru produzido no país, e a padronização de procedimentos nos três Estados do Sul para controle da brucelose e tuberculose bovina são dois dos temas que estarão em pauta na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, hoje, em Chapecó (SC). O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, diz que a ideia é que os três Estados do Sul unifiquem ações para aprimorar o status sanitário regional. Ele exemplifica que Santa Catarina não vacina mais o rebanho contra brucelose, diferentemente do Rio Grande do Sul e Paraná, que defende a manutenção da vacinação. (Correio do Povo)
 
O ano da Expoleite e da Fenasul possíveis

Os organizadores bem que tentam manter o otimismo em relação à 41ª Expoleite e à 14ª Fenasul, vitrines do setor leiteiro do Estado e que ocorrem na próxima semana, de 16 a 20, no parque Assis Brasil, em Esteio. A Gadolando projeta a participação de 150 animais, acima do ano passado. Mas na cerimônia de lançamento, ontem, ficou evidente que os eventos estão um pouco órfãos. Falta aquele abraço generoso que é dado à Expointer e que se ensaiou na edição do ano passado, quando o foco foi o público urbano. Sem a participação da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e com recursos escassos, as feiras ficaram um tanto quanto esvaziadas e chegaram a correr o risco de não sair. A demora na confirmação também inviabilizou atrações, como o Pub do Queijo, inovação de 2017. O alto custo dos produtores - estimado entre R$ 800 e R$ 1,2 mil por animal - para participar da exposição é outro obstáculo a ser superado. São necessários R$ 240 mil para a realização dos eventos. Até o momento, o patrocínio de Badesul, BRDE e Banrisul soma R$ 100 mil.

- Os produtores estão estrangulados. E vir para a feira significa custos - argumenta Jorge Fonseca da Silva, presidente da Gadolando, organizadora da Expoleite/Fenasul, com o governo do RS.

Isso em meio a grave crise que, nos últimos anos, teria feito 25 mil produtores de leite abandonarem a atividade. A Farsul, que em 2017 coordenou comissão executiva do evento, neste ano decidiu não participar, após apresentar proposta declinada pela Gadolando. E a dificuldade em obter terneiros também fez o tradicional remate da federação ser cancelado.
É um mero simbolismo, mas até o lançamento da Expoleite/Fenasul, que costumava ganhar espaço no Palácio Piratini, foi feito dentro do gabinete da Secretaria da Agricultura. (Zero Hora)

 
 
Em 2017 o queijo foi o produto de crescimento mais rápido na América Latina

Queijo - Segundo dados do Euromonitor Internacional, em 2017 o queijo foi o produto lácteo de mais rápido crescimento na América Latina, registrando crescimento em todos os mercados. Neste mesmo ano, o mercado de produtos lácteos da América Latina gerou divisas de US$ 63,6 bilhões, perto de 15% de todo o mercado mundial de lácteos de US$ 430 bilhões. O Brasil teve baixo crescimento, enquanto Argentina, México, Chile e Peru apresentaram boas performances de vendas em todos os âmbitos. 

 
No relatório do Euromonitor Internacional dos Lácteos na América Latina, o analista Leonardo Freitas comenta que enquanto os mercados de leite, iogurte e queijo cresceram amplamente na América Latina, o consumo per capita continua sendo mais baixo do que nos mercados desenvolvimentos, conforme informou o site web especializado em lácteos DairyReporter.com. "Com uma sólida produção local e anos de experiência, os fabricantes de queijos aproveitaram para vender aos  consumidores com mais poder aquisitivo, assim como diversificar categorias e produzir tipos de queijos internacionalmente conhecidos localmente como Brie e Parmesão, que vendem como tipos inspirados, já que são protegidos pelos seus certificados de origem", escreveu. Freitas também estima que poderá haver espaço para desenvolver categorias alternativas como leite com baixo teor de matéria gorda e queijo sem lactose.

Brasil, um mercado para ser observado
Freitas escreveu que o Brasil é um mercado de produtos lácteos a ser observado na América Latina porque é o maior e responde por 37% do faturamento total de produtos lácteos na região. "O Brasil sempre é um jogador chave e seu desempenho continuará influindo no mercado lácteo em geral na América Latina", escreveu.

O Euromonitor Internacional sugere que o Brasil deverá experimentar um sólido crescimento interanual até 2022, junto com Argentina e Equador. (Todo El Campo - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 
França proíbe rotulagem de produtos vegetais usando termos como "carne" e "leite"

Os alimentos veganos e vegetarianos não podem mais ser rotulados com termos específicos de carne ou lácteos, como "hambúrguer" ou "leite" na França. Uma emenda aprovada pelo parlamento francês tornou ilegal aos processadores de alimentos rotular alimentos vegetarianos e veganos com a terminologia comumente usada para carne e produtos lácteos. Isso inclui produtos originários de animais como bife, queijo, linguiça ou qualquer outro termo usado para carnes e lácteos tradicionais. De acordo com a British Broadcasting Company, uma violação da nova lei pode resultar em multas de até 300.000 euros (US$ 363.156). A emenda foi proposta por Jean Baptiste Moreau, agricultor e membro do Parlamento da França, e aprovada em 19 de abril em um projeto de lei agrícola. Moreau também é membro do partido político do presidente Emmanuel Macron, La République En Marche.

"É importante combater falsas alegações. Nossos produtos devem ser designados corretamente: os termos 'cheese' ou 'steak' serão reservados para produtos de origem animal", disse Moreau em um tweet.

Moreau argumentou que os rótulos de lácteos ou carne em comida vegana e vegetariana eram enganosos para os consumidores. Um processo judicial de 2017 pelo Tribunal de Justiça Europeu serviu de precedente, porque esse caso determinou que os alimentos de origem vegetal não podiam mais usar termos como leite, manteiga e queijo para rotular produtos na União Europeia. (As informações são da Drovers, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Negócios vão a R$ 4,5milhões
A 11ª Exposição de Gado Leiteiro, Máquinas e Produtos (Expoclara) recebeu um público de 36 mil pessoas durante quatro dias (3 a 6 de maio) de atividades no Parque da Fenachamp, em Garibaldi. A exposição contou com 229 animais das raças Jersey e Holandês, de propriedade de associados da Cooperativa Santa Clara, organizadora do evento. Também participaram 108 expositores de máquinas e equipamentos. Os negócios fechados por expositores e produtores associados à cooperativa chegaram a R$ 4,5 milhões. (Correio do Povo) 

 
 

Porto Alegre, 07 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.729

 

Fenasul reflete dificuldades, mas projeta superação
 

Foto: Carolina Jardine 
A Fenasul 2018, de 16 a 20 de maio, deve marcar um movimento de união do setor laticinista para enfrentar as dificuldades que vêm corroendo a rentabilidade de toda cadeia produtiva.  A tônica foi destaca nos discursos de autoridades presentes no lançamento da exposição, realizado na manhã desta segunda-feira (7/5) no Gabinete da Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre. Confiante, o secretário da Agricultura, Odacir Klein, disse que a exposição terá muito sucesso porque, além de diversos patrocinadores, terá esforço expressivo do setor e do governo do Estado, que garantiu infraestrutura e serviços. O evento também contou com a presença do deputado e ex-secretário Ernani Polo, que deu início às tratativas para realização da mostra ao fim de seu mandato.  "Apesar da crise, será um evento excelente com bons resultados", frisou Klein.

Neste ano, a Fenasul e a Expoleite ocorrerão em paralelo a evento da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC), a Copa do Mundo do Cavalo Crioulo. A ideia é reunir forças e levar público ao Parque de Exposições Assis Brasil. Ação essa que deve contar com o apoio da Prefeitura de Esteio. 

A exposição também espera ter aumento na participação de animais. Segundo o presidente da Gadolando, Jorge Fonseca da Silva, a previsão é ter de 30 a 40 produtores e cerca de 200 exemplares da raça Holandês, bem acima dos 136 inscritos em 2017. "Os produtores estão estrangulados e trazer um animal para Esteio custa entre R$ 800 e 1200. Se tivermos recursos para subsidiar a vinda de produtores, podemos chegar a 250 inscritos", prevê, lembrando que o prazo para cadastrar bovinos da raça terminar no final desta semana.  Com o objetivo de enxugar despesas, a organização da feira estuda cortar o uso de pistas cobertas, um conforto implementado apenas nos últimos anos. Além do gado Holandês e do Crioulo, a Fenasul ainda deve contar com provas do cavalo Árabe e aguarda-se confirmação de exposição de aves. Presente no lançamento, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, anunciou apoio ao evento com cota de patrocínio. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Indústria, comércio e agricultura fundam a Câmara de Comércio Brasil-Argentina

Foto: Dudu Leal / Assessoria de Comunicação do Sistema FIERGS 
 
Com a finalidade de promover e incentivar o desenvolvimento das relações comerciais e econômicas entre a Argentina e o Estado do Rio Grande do Sul, foi fundada nesta segunda-feira (7/5) em Porto Alegre, a Câmara Empresarial Argentino-Brasileira do Rio Grande do Sul (CEAB-RS). A solenidade, que ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), contou com a participação do embaixador do país no Brasil, Carlos Magariños.  A nova entidade terá Fiergs, Fecomercio e Farsul são associados honorários. Os demais associados, pessoas físicas e jurídicas, terão seis meses de carência para contribuir. A presidência da CEAB-RS será exercida de forma rotativa entre os representantes dos três setores - indústria, comércio e agricultura. 

O secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, participou da cerimônia e destacou a importância desta parceria estratégica para o setor lácteo. "Vamos fazer conversações e troca de experiências em busca de novos mercados por meio de ações conjuntas entre os dois países", comentou Palharini. A Argentina tem 10 mil produtores de leite e produz 10 bilhões de litros por ano. Entre as atividades já programadas pela CEAB-RS para 2018 está uma missão comercial do setor de alimentos com visita de empresas argentinas ao Rio Grande do Sul; uma missão comercial, organizada pela Fiergs, de empresas brasileiras à Argentina; e a participação da CEAB-RS na Federação de Câmaras de Comércio Brasil-Argentina. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Importação de leite sobe 40% em abril

De acordo com os dados mais recentes da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em abril, o Brasil importou 39,9% a mais de leite em relação a março, sendo internalizados 91,2 milhões de litros em equivalente leite. Mesmo assim, com as importações mais "tímidas" no começo do ano, o acumulado dos quatro primeiros meses de 2018 é inferior ao volume importado no mesmo período tanto de 2017 quanto de 2016 (-39,7% e -29,6% respectivamente), como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Evolução das importações brasileiras em equivalente leite nos 4 primeiros meses do ano. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.

 
Em abril, o destaque fica o para o leite em pó integral. No mês, foram importadas 6,5 mil toneladas, 111% de aumento em relação a março, mas ainda 13,5% menor quando comparadas às 7,6 mil toneladas importadas em abril/2017. A explicação para essa quantidade importada - mesmo com o dólar em franca valorização em abril - é o fato de esse leite em pó entregue em abril ter sido negociado em meados de fevereiro e em março, quando o dólar estava em torno de R$ 0,20 mais baixo, e o mercado interno vivenciava um momento de demanda de leite em pó integral aquecida e preços em alta.
Entre outros destaques, o leite em pó desnatado (1,2 mil toneladas importadas) teve queda mensal de 14,7% nas importações, com a demanda interna fraca e mercado bem abastecido. Nos queijos, as 2,1 mil toneladas importadas representaram queda mensal de 6,3%. Já a manteiga, ainda por reflexo dos preços internos altos, oferta escassa de gorduras e demanda mais ativa, teve um aumento de 13,4% em seu volume importado, chegando a 669,9 toneladas em abril. Confira na tabela 1 o saldo dos produtos lácteos negociados internacionalmente em abril pelo Brasil.
Tabela 1. Balança comercial láctea em março de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.
 
Com uma maior importação em relação a março e queda de 18,8% nas exportações, o saldo da balança comercial teve nova queda, chegando a -83 milhões de litros de leite, como mostra o gráfico 3.

Gráfico 3. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.  (MilkPoint)
 

 
 
Queda de preços do leite longa vida pressionou os resultados da Jussara

Depois de ter registrado um resultado recorde em 2016, a Usina de Laticínios Jussara viu seu lucro recuar 97%, saindo de R$ 45,047 milhões para R$ 1,263 milhão no ano passado, de acordo com o balanço publicado pela companhia. A receita líquida da Jussara, que tem sede em Patrocínio Paulista (SP), também diminuiu, a despeito do aumento de 5% nos volumes comercializados, refletindo, sobretudo, a queda dos preços do leite longa vida no mercado. As vendas líquidas da empresa somaram R$ 794,333 milhões, retração de 4,65% em comparação com os R$ 833,042 milhões de 2016. 

 
 
Assim como outras empresas do setor de lácteos, a Jussara foi afetada por um mercado desaquecido e com maior oferta em 2017. A produção inspecionada de leite para processamento cresceu no ano passado, o que fez os preços ao produtor caírem 6% na média no pais, de acordo com Odorico Alexandre Barbosa, diretor-superintendente da Jussara. A disponibilidade de leite longa vida também aumentou em função da maior quantidade de matéria-prima. Os preços do longa vida da indústria ao varejo, no entanto, caíram de forma mais acentuada, 16%, afirmou. "Houve excedente de oferta de matéria-prima e retração no consumo", disse o empresário. Nesse ambiente, as margens da Jussara foram bastante pressionadas, saindo de "atípicos" 12% em 2016 para apenas 1,7% em 2017. Apesar do último ano difícil, Barbosa mostra otimismo e espera um 2018 com melhores resultados. Até em função do próprio ciclo do setor de leite, que intercala períodos de oferta mais elevada de matéria-prima com os de menor disponibilidade, o diretor da Jussara avalia que 2018 "tende a ser melhor que no ano passado". Segundo ele, "o primeiro trimestre ainda está lento", mas as margens "estão mais razoáveis", num cenário de preços "mais comportados" do leite ao produtor. Apostando na melhora do mercado, Barbosa acredita que a Jussara conseguirá alcançar um faturamento bruto entre R$ 1,050 bilhão e R$ 1,080 bilhão este ano. A empresa esperava atingir a marca de R$ 1 bilhão em 2017, mas a queda nos preços do leite longa vida num mercado desaquecido a impediu de bater a meta. A Jussara encerrou o último ano com receita bruta de R$ 929 milhões, abaixo dos R$ 947 milhões registrados no ano anterior. (Valor Econômico)
 
 

Leite/Espanha - Captação recorde de leite na Espanha em março
Em março passado, a captação de leite na Espanha continuou subindo em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas, de forma menos intensa em comparação com os dois primeiros meses de 2018. O incremento em março foi de 1,6%.  Em fevereiro havia sido de 3,7%, e em janeiro de 5,2%. Os pecuaristas espanhóis produziram 627.322 toneladas de leite em março, de acordo com os últimos dados publicados. É um volume mensal recorde.  No primeiro trimestre de 2018 foram captadas 1,8 milhões de toneladas de leite, representando aumento de 3,5% em relação ao mesmo período de 2018. O preço médio recebido pago foi de 32,4 centavos/litro, caindo 0,5 centavos quando comparado com fevereiro. Ainda assim este preço é 1 centavo maior que o valor pago um ano atrás, e 2 centavos mais que o pago há dois anos. É semelhante ao preço de 2015, mas, fica 6,7 centavos abaixo do valor recebido pelos produtores em 2014. O preço na Espanha está bem abaixo da média da UE-15. O preço calculado pela LTO Nederland em março foi de 33,58 centavos/kg, ou 34,61 centavos/litro, portanto 2,2 centavos/litro acima do preço espanhol. (Agrodigital - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

 
 

Porto Alegre, 04 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.728

 

  Sindilat participa do 2°seminário de Bovinocultura de Leite do Alto Uruguai Gaúcho

A segunda edição do Seminário de Bovinocultura de Leite do Alto Uruguai Gaúcho, que ocorreu na quinta-feira (3/5), em Erechim, contou com a presença de 600 produtores de leite da região Norte do Rio Grande do Sul para debater os desafios do setor lácteo. Na ocasião, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, apresentou dados e alternativas para o mercado. Ele também abordou a conjuntura atual e as perspectivas da atividade leiteira. "Se não tivermos o escoamento da produção, corremos o risco que o preço do leite não tenha uma recuperação das margens necessárias ao produtor. A indústria precisa trabalhar com resultado positivo nas suas atividades. Por isso, acreditamos que a alternativa seja a regulamentação do PEP (Prêmio de Escoamento do Produto)", pontou, ressaltando que o setor também necessita que o governo trabalhe a simetria de custos de produção dos países do Mercosul e a compras Governamentais. 

De acordo com o chefe do escritório municipal da Emater de Erechim, Walmor José Gasparin, o foco principal do seminário foi discutir ações tecnológicas na cadeia produtiva do leite, visando prestar esclarecimentos, principalmente, para os produtores da indústria. Além do debate sobre o cenário geral do setor, os produtores que passaram pelo evento puderam participar de quatro palestras que trataram de assuntos específicos da cadeia produtiva. Segundo Gasparin, os assuntos discutidos vão ao encontro às principais demandas do mercado. “Só irão seguir no setor os produtores que assumirem postura de empresários do leite. Além disso, é preciso aplicar a gestão na produção”, destacou. 

A nutrição da vaca leiteira de alta produção foi o tema da primeira atividade do evento, ministrada pelo mestre em zootecnia, Jorge Schafhãuser Junior. Doutor em Agrossistemas da UFSC, Vilmar Fruscalso ministrou palestra a respeito das bezerras de leite lactante. Por sua vez, Marcos Schwarzer, especialista em automação e robótica, apresentou aos produtores como funciona a produção de leite com ordenha robótica. Jorge Lemainski, mestre em Ciências Agrárias (UB), encerrou o evento abordando a fertilidade, manejo, conservação do solo para alta produção de forragem e para produtores de alimentos conversados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
Crédito: Darlan Palharini
 
 
Sindilat marca presença no 8º Seminário Técnico Dairy Quality Day

Troca de informações e atualização profissional proporcionada pelo conhecimento técnico/científico de renomados especialistas na área da cadeia de produção de leite. Assim, foi a quinta-feira (3/5) em mais uma edição do 8º Seminário Técnico Dairy Quality Day – Qualidade em Leite, evento realizado pela CapLab, empresa fornecedora de equipamentos e insumos para laboratórios, em Passo Fundo (RS). Segundo o diretor comercial da CapLab, Vinicius Capeleto, a proposta do evento é estar mais próximo da indústria para promover a troca de conhecimentos. Capeleto destacou a participação de mais de 200 representantes de laticínios. O seminário é itinerante e, a cada ano, ocorre em um estado diferente.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Darlan Palharini, apresentou o cenário lácteo na visão da indústria e ponderou que o grande desafio é que 99% da produção de leite e derivados é destinada ao mercado interno. "Temos produto com qualidade para exportar, mas o grande entrave é o nosso custo de produção que tem duas variáveis determinantes, que é a produtividade baixa por propriedade rural e alguns insumos na produção de leite no Brasil são mais caros do que na Argentina, Uruguai e Nova Zelândia, por exemplo", pontou. Neste sentido, é que que o Sindilat está trabalhando para ter acesso a esses custos e apresentar a demanda aos governos estaduais e federais.

A consultora do Sindilat, Letícia Vieira, acompanhou as palestras que destacaram temas de grande interesse da cadeia, com uma extensa programação que abordou, de forma geral, o controle de qualidade na indústria de lácteos. Segundo Letícia, o evento aprofundou temas de interesse do setor. Tradicionalmente, os encontros promovidos pela CapLab colaboram para a adoção de melhorias que resultem na maior qualidade do leite e seus derivados produzido nas indústrias.

Para Letícia, eventos com esse perfil, ou seja, 100% focados em questões técnicas e científicas de interesse da cadeia produtiva, são importantes para levantar quais são os erros e acertos que vêm sendo praticados pelas indústrias nos seus processos de fabricação. “O Sindicato precisa estar junto nessas ocasiões, pois além de uma integração com todos os elos da cadeia, é uma oportunidade para conhecer as demandas das empresas sobre questões de qualidade. Consideramos fundamental saber que tipo de conhecimento estão gerando e qual experiência ainda estão precisando”, destacou Letícia.

Entre os palestrantes da edição de Passo Fundo estiveram Carlos Boldan (professor na Universidade de Passo Fundo e orientador do Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária da UPF), que falou sobre a qualidade do leite no Rio Grande do Sul; Antônio Carvalho (especialista em Microbiologia e coordenador do Inovaleite), mostrou uma abordagem diferenciada em relação à microbiologia do leite; Múcio Furtado (técnico em laticínios da DuPont), que abordou os defeitos de fabricação em queijos; Paulo Henrique Fonseca da Silva (técnico em laticínios e mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos), que mostrou como escolher a melhor destinação para o leite (UHT, em pó ou queijos); Maria Cristina Mosquim (Associação Brasileira das Indústrias de Queijo - ABIQ) sobre pontos importantes da revisão da IN 51 e 62; e por último, Alexandre Leal (médico veterinário e auditor fiscal federal do MAPA) e Ivone Suffert (auditora fiscal federal do MAPA), que informou como o Ministério da Agricultura está abordando o controle de resíduos biológicos e antibióticos na cadeia láctea. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Letícia Vieira

Pacote Agrícola vai estar disponível aos produtores rurais na segunda-feira 

Um dos programas responsáveis por incentivar os produtores rurais a permanecerem no campo e a sucessão familiar nas propriedades, o Pacote Agrícola estará disponível a partir de segunda-feira, dia 7. Alterações na redação que autoriza a concessão do subsídio foram aprovadas pela câmara de vereadores no dia 26 de abril. O início do pagamento estava inicialmente previsto para abril, mas foi necessário adequar a redação da lei. Com a alteração, o pagamento do Pacote Agrícola terá como base os dados consolidados do valor adicionado de 2016 para o enquadramento da faixa de subsídio a ser concedido.

Outra novidade do Pacote Agrícola 2018 é que o incentivo contempla, também, o Programa Troca-Troca de Sementes. A inclusão do Troca-Troca no Pacote Agrícola foi necessária devido a não renovação do contrato do governo do Estado com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Teutônia. Conforme a sub-secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Nara Regina Nichterwitz, o valor de R$ 150 mil, que antes era liberado ao STR para repassar sementes aos produtores, agora estará disponível na secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente, incluso no Pacote Agrícola. Para receber o benefício, o produtor poderá apresentar o comprovante do pagamento emitido pelo STR de Teutônia. “Assim, a garantia da soma do valor orçado dos dois programas será mantido em favor dos agricultores do município de Teutônia e será concedido por meio do Pacote Agrícola”, salienta. 

Para o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Gilson Hollmann, o subsídio é um importante incentivo para que os produtores rurais permaneçam e invistam em suas propriedades. “Sabemos da importância desses programas, na função social deles em manter o homem no campo, bem como oportunizar a sucessão familiar na propriedade. Por isso nos esforçamos ao máximo para mantermos e ampliarmos estes incentivos. Sentimo-nos gratificados em oferecer aos nossos produtores o Pacote Agrícola e os inúmeros outros programas, que tornam o setor agrícola de Teutônia cada vez mais forte”, destaca. 

Os produtores rurais que desejam participar do Programa Pacote Agrícola deverão comparecer na secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente, sala 38 da prefeitura, munidos do talão de produtor, comprovantes de aplicação do recurso e conta bancária para efetuar o depósito. O subsídio estará disponível até o dia 28 de setembro. Todas as alterações na legislação do Pacote Agrícola também foram aprovadas pelo Conselho Municipal de Agricultura de Teutônia, em reuniões realizadas nos dias 13 de março e 10 de abril. (Jornal do Comércio)

Maggi pede harmonização das leis de insumos agrícolas no Conselho Agropecuário do Sul

Ministros da Agricultura que integram o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) assinaram nesta quinta-feira (3), em Assunção (Paraguai), três documentos relativos ao trabalho de 15 anos desenvolvido pelo organismo, aos efeitos das mudanças climáticas sobre o agro e sobre a adaptação do setor às propostas do Acordo de Paris.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, defendeu que as reuniões do CAS tomem decisões no sentido de harmonizar as legislações entre os países participantes, como as que se referem ao uso de insumos agrícolas. Ele lembrou que existem substâncias permitidas no Paraguai e proibidas no Brasil. “São pontos que precisam ser mais debatidos pelos ministros do conselho”, enfatizou. Maggi sugeriu também durante seu discurso que sejam incluídas nas discussões do conselho as negociações em curso relacionadas ao agronegócio para o fechamento de acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A entidade é composta por ministros do Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile e Bolívia.

No documento do balanço das atividades do conselho foram lembrados esforços conjuntos para a sanidade animal e vegetal na região, para a sustentabilidade agropecuária, adaptações às mudanças do clima e discutidas a importância da região como abastecedora de alimentos para o mundo e a agricultura familiar.

A constituição do CAS está ligada, como foi lembrado, a ocorrência de febre aftosa na região no ano de 2002 e as implicações econômicas e sanitárias que poderiam ter ocorrido sem a articulação e a coordenação que houve entre os países membros da entidade. Um dos pontos em documento assinado pelos ministros destaca que a agricultura é um dos setores mais vulneráveis ao impacto das alterações climáticas, “que podem afetar a produção de alimentos e os meios de vida da população rural”. Daí, a importância de avançar em questões como o acesso ao Fundo Verde para o Clima, de acordo com o texto.

Essas preocupações estão sendo apresentadas pelo CAS na 48ª reunião dos órgãos subsidiários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece até o próximo dia 10, em Bonn, na Alemanha. (MAPA)

 
 
 

Otimismo
A confiança voltou a subir entre empresários do setor de supermercados, conforme medição da Associação Paulista de Supermercados (Apas). De acordo com a pesquisa, 36% dos empresários se diziam otimistas em março, um aumento de 4,5 pontos porcentuais na comparação com fevereiro. A maioria, 42% dos empresários, diz ter uma posição de neutralidade, mas esse indicador recuou 2 pontos desde fevereiro. A Apas chama atenção para o fato de que tem aumentado a confiança dos empresários com relação à possibilidade de criação de novas vagas de emprego no setor no futuro. Em março, 43% dos empresários se diziam otimistas com relação às expectativas futuras para empregos em seu negócio. Em fevereiro, essa parcela era de apenas 11%. (Diário do Comércio/SP)

 
 

Porto Alegre, 03 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.727

 

Baixo preço do leite ao produtor está atrelado à redução do consumo
Preço do leite - Entre o final de 2016 e durante todo o ano de 2017, e ainda nos primeiros meses de 2018, houve uma redução substancial no preço pago ao produtor. Neste mesmo período, houve um aumento médio de 4,5% de produtividade por produtor no Brasil e uma redução de 4% no consumo de todos os produtos lácteos. 

E esta diminuição resultou numa sobra de 10% de leite, o que refletiu diretamente no preço pago ao produtor. A principal redução foi no leite UHT, iogurtes e leite em pó, com aumento de 2% somente no consumo na manteiga. 'Esta sobra de leite puxou o preço para baixo, pois ninguém colocou o produto fora', salientou Darlan Palharini, representante do Sindicato das Indústrias do Leite do Rio Grande do Sul (Sindilat), durante o 18º Encontro do Grupo de Leite de Venâncio Aires, realizado na quinta-feira, 26, pela manhã, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR). Na ocasião, ele abordou o tema ´Mercado futuro do leite`.

Em agosto e setembro de 2016, o preço pago ao produtor atingiu o pico máximo chegando a R$ 1,596. Em dezembro do mesmo ano e durante o ano de 2017, houve uma acentuada redução e não foi superior a R$ 1 e em 2018, está em torno de R$ 1,002. 'O mercado já começa a dar notícias da redução no consumo de leite UHT e do leite em pó a partir de maio de 2018', alertou Palharini. Segundo ele, um dos fatores é o alto número de desempregados no Brasil, que deixam de consumir leite. A classe econômica que mais consome estes produtos são a B, C, D e E e são justamente as mais afetadas com a questão do desemprego. 'Como não há um canal de exportação e não temos outras alternativas, somos muito dependentes do mercado interno, que hoje está freado.'

Palharini frisou que a economia brasileira está em recuperação, porém, muito lenta. A expectativa do setor de lácteos do estado é que 2018 seja melhor que 2017, mas ele acredita que a recuperação maior deverá ocorrer nos próximos anos. A interrogação é se a recuperação da economia vai influenciar no aumento do consumo e, na atividade leiteira, fechar as contas está complicado. 'Se tivermos vacas leiteiras que produzem no mínimo 20 litros por dia, a conta não fecha e praticamente é quase impossível o produtor não ter prejuízo. O leite não pode somente depender do mercado interno brasileiro. Precisamos ter alternativas para o escoamento da produção', referiu.

Para tanto, o Sindilat buscou o apoio do governo brasileiro, que já acenou que não tem como ajudar por falta de recursos. 'O principal instrumento que precisamos agora é o programa de escoamento da produção, caso contrário, o País vai se afogar no leite. É urgente e necessário que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reajuste o preço do leite em pó.'
Novos mercados
Palharini referiu ainda que o Sindilat tem se empenhado muito na busca de novos mercados de comercialização e que o setor depende muito de compra governamental ou do mercado interno. Entre as dificuldades enfrentadas pelo setor, ele aponta que o Rio Grande do Sul consome somente 40% do total que produz e o restante é exportado para outros estados brasileiros, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. O Rio Grande do Sul é hoje o estado maior produtor de leite do Brasil, envolvendo 65 mil produtores. Aumento de produtores soma 25%, o aumento de produtividade soma 7% por produtor e o setor contabilizou uma redução de 22% de produtores no último ano. 

'Nunca o setor enfrentou uma redução tão acentuada no consumo como nos últimos anos.'
DARLAN PALHARINI, representante do Sindilat. (Folha do Mate)

 
 
Pico de vacas e de leite, sem capital levou a Fonterra a um dilema

Dilema/NZ - Keith Woodford explica como o pico de animais, e de leite, mas, sem capital, levou a Fonterra a ficar em uma posição difícil. A Nova Zelândia atingiu seu pico de vacas, 5,02 milhões em 2014/15 e desde então os números declinam lentamente. O pico de leite também foi atingido no mesmo ano, com a produção de 1,9 bilhão de quilos de sólidos do leite (kgMS), e desde então fica alguns percentuais abaixo. O dilema da Fonterra é que seus planos de negócios está baseado na necessidade crescer mais que 30% nos próximos sete anos. Esta foi a mensagem principal da Fonterra apresentada aos seus investidores em dezembro de 2017, pelo presidente Theo Spierings, que ressaltou várias vezes "a liderança pela eficiência de escala", e concluindo que "A Fonterra tem uma forte oportunidade de investimentos". É notável que a Fonterra está vendo o futuro do mundo bem diferente da visão do atual Governo da Nova Zelândia. O Governo diz que o futuro deve estar ligado mais sobre atividades de maior valor agregado. A perspectiva da Fonterra concorda em parte com o crescimento do valor agregado, mas, sem abrir mão do aumento da produção.

Para detectar as especificidades do que a Fonterra projeta para o futuro, é preciso analisar em detalhes o que ela vem apresentando aos investidores que não são produtores de leite. Os investidores profissionais são instituições e investidores diversos que focam no preço das ações. E são também a principal fonte potencial de capital adicional. Eles não possuem votos, e não aparecem nas Assembleias, que são destinadas aos produtores associados, e as mensagens do dia refletem essa situação. A última apresentação feita pela Fonterra a investidores profissionais foi no dia 7 de dezembro de 2017, durou seis horas, com intervalo de uma hora para almoço. Todos os diretores da Fonterra estavam presentes, com a liderança do presidente Theo Spierings. Comparada com as assembleias de acionistas as apresentações com os investidores possuem mais substância e menos rodadas de cunho profissional. A diretoria da Fonterra disse aos investidores que a Cooperativa tem uma posição admirável mas, que, é necessário crescer muito mais. A meta para 2025 é ter 30 bilhões de litros equivalente leite (LME). Em 2017 a Fonterra supriu o mercado global com 22,4 bilhões de LME. O termo LME não é familiar para a maioria dos neozelandeses, mas, tornou-se uma unidade padrão internacional para comparar as diferentes composições do leite. Um litro da Nova Zelândia é aproximadamente igual a 1,15 LME, com alguma variação sazonal em decorrência da produção de sólidos do leite em cada estação do ano. E, 1 kg de sólidos do leite (matéria gorda e proteína), kgMS, corresponde a 13 LME Assim, a Fonterra quer outros 570 milhões de kgMS a cada ano em todo o mundo. A Fonterra estima que poderá aumentar a oferta de leite na Nova Zelândia à taxa de 1,5% ao ano, o que resultaria em 170 milhões de kgMS por ano até 2025. No entanto, isso parece muito otimista. Alguns classificam mesmo de irrealista.Olhando para o futuro, há fortes ventos contrários em relação à produção de leite da Nova Zelândia.  

Em primeiro lugar, há a questão das penalidades aos produtores de leite que alimentarem seus animais com alta ingestão de PKE (torta de palma). Essas penalidades começam na próxima primavera. Em segundo lugar, cerca de 23.000 hectares de terra foram retirados da produção de leite nos últimos dois anos, e outras ainda serão aposentadas, seguindo a tendência de mudança da produção leiteira de pequenas fazendas, para a criação de gado de corte. Terceiro, a crescente pressão para que haja resposta em relação a questões de conformidade de nutrientes. Quarto, que as políticas ambientais estão gerando desconfiança juntos aos agricultores. E, quinto, todo mundo está preocupado com o surto de Mycoplasma.
A Fonterra tem uma preocupação adicional que é estar perdendo Market share para outras companhias, saindo de 96% de participação no ano 2000, para cerca de 82% este ano, e que certamente será menor nos próximos dois anos, com a chegada de novos concorrentes com capacidade adicional de processamento. Independentemente de a Fonterra obter ou não algum crescimento na Nova Zelândia, ou, se de fato, ocorrerá queda significativa, fica claro que os volumes sobre os quais a Fonterra está falando só podem vir de grandes investimentos no exterior.

As recentes discussões a respeito da compra da SanCor na Argentina faziam parte dessa estratégia global. No entanto, nas últimas semanas a Fonterra perdeu a disputa para um comprador local. A Fonterra também se interessou pela compra da Murray Goulburn (MG) na Austrália. Outra vez, as negociações da Fonterra não deram em nada, e a Saputo do Canadá está próxima de se tornar o comprador. Uma alternativa será a Fonterra trabalhar forte para manter sua oferta atual de leite no exterior. Na Austrália, a Fonterra se beneficiou muito nos últimos dois anos diante do comportamento autodestrutivo da MG. No entanto, com a Saputo no controle da MG ocorrerá grande competição para o fornecimento de leite das fazendas australianas. A razão pela qual a Fonterra acha que precisa de mais leite é principalmente, mas não apenas por causa da China. A Fonterra vê a capacidade do aumento de oferta de leite chinês bastante limitada, enquanto a demanda dos consumidores deverá crescer oito bilhões de LME até 2025. Preencher essa lacuna, se ocorrer, exigirá que as importações chinesas aumentem em mais de 75% neste período de tempo. A Fonterra vê muitas oportunidades na China, com manteiga e creme na vanguarda, mas, que não serão os únicos lácteos. Fora da categoria manteiga, onde a Fonterra é claramente a número 1, o desafio não declarado é se a Fonterra terá ou não sistemas e capacidade de aproveitar as oportunidades emergentes de agregação de valor. O registro histórico sugere que isso não acontece. O que ficou óbvio para os participantes do seminário com os investidores profissionais, mas, não foi dito, era que a Fonterra não tem recursos para financiar sua própria transformação. A combinação de grande crescimento em volumes, combinado com transformação em valor agregado implica um grande volume de capital.   As empresas têm três maneiras de financiar seu crescimento. A primeira é pelos lucros acumulados. No entanto, a Fonterra está sob considerável pressão de seus agricultores de que a maior parte dos lucros deve ser devolvida à produção, e é essa prática atual. De fato, este ano parece que não haverá lucros para distribuir e os dividendos prometidos virão do balanço patrimonial. 

A segunda opção de financiamento é assumir mais dívidas. No entanto, a Fonterra não está em posição de assumir muito mais dívidas se deseja manter seus atuais ratings financeiros (que determinam as taxas de juros). A terceira opção é assumir mais capital. O desafio para a Fonterra é que apenas os agricultores que produzem leite podem ser acionistas. Uma das formas de contornar isso seria a Fonterra assumir mais acionistas, abrindo filiais para os agricultores australianos. Fala-se sobre isso, mas, é uma ponte muito longa. O outro caminho seria vender unidades dentro do chamado Fundo de Acionistas da Fonterra. Na realidade, isso significa vender unidades para investidores profissionais, que compartilham dos lucros apesar não terem um voto forma em relação à política da empresa. A desvantagem é que um investimento adicional substancial por parte desses investidores externos causaria considerável protesto entre os acionistas. A preocupação é que seja um passo grande demais para os princípios cooperativos e a perda do controle de fato.

Talvez o primeiro passo seja a Fonterra reduzir suas ambições e se concentrar em trabalhar com o leite que possui na Nova Zelândia. Ainda continuará a ser o maior fornecedor de produtos lácteos do mercado internacional. Estabelecer sistemas para maximizar o lucro desse leite e encontrar o capital necessário para financiar essa transformação deve ser mais do que suficiente para manter o negócio robusto. De qualquer ângulo que se olhe, a Fonterra está preso em uma pedra fincada em um lugar difícil. Não pode culpar ninguém, além de si mesma. ( interest.co.nz - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 A digitalização mudará o jogo no campo

A digitalização irá transformar a forma como se faz agricultura no mundo, e da mesma forma -- impiedosa, para os despreparados -- como atingiu outras indústrias. Segundo André Savino, diretor de Marketing da Syngenta para o Brasil, isso significa mudar do jogo. "Como a Netflix fez com a Blockbuster", afirmou o executivo, referindo-se ao impacto que o streaming de filmes teve sobre o mercado de DVDs. Aniquilou toda uma indústria de entretenimento que não se adaptou. No campo, a situação não é diferente. A adaptação para a digitalização determinará quem manterá a competitividade e quem desaparecerá.

Esse migração digital ficou mais evidente em 26 de março, quando a multinacional suíça, agora controlada por chineses, anunciou a aquisição da mineira Strider. Foi o primeiro negócio fechado no país com uma empresa de agricultura digital. O valor não foi revelado. "A digitalização trará um ganho de eficiência sem precedentes", disse ele.  Sediada em Belo Horizonte, a Strider é uma jovem empresa digital focada em soluções para o agronegócio que conseguiu superar as estatísticas que apontam para uma curta vida de dois anos de existência para startups. Criada em 2013, conseguiu ganhar musculatura nacional. Está posicionada de Norte a Sul do país, com um time de 60 funcionários que entregaram mais de 3 milhões de hectares e 2 mil fazendas produtoras de grãos e cana- de-açúcar monitorados.

Com a aquisição, tornou-se também a primeira "agtech" 100% brasileira a passar para as mãos de uma multinacional. "Vemos muito potencial ainda a ser explorado no Brasil. Pretendemos aumentar a densidade - ter mais clientes por cidade", diz Luiz Tangari, CEO da Strider. A Syngenta vinha trabalhando até então apenas com parcerias no Brasil. Ainda tem meia dúzia delas, mas para "ser relevante para o agricultor", diz Savino, era preciso evoluir do ambiente de colaboração para trazer a agenda digital para dentro da multinacional. No exterior, a companhia adquiriu a Ag Connections e, mais recentemente, a empresa de sensoriamento remoto Farmshots.

Parceiras desde praticamente a fundação da Strider, o namoro virou noivado há cerca de seis meses, quando a Syngenta fez a primeira abordagem de compra à Strider. Na semana passada, o casamento foi sacramentado pelo Cade. Como todo o setor, de agroquímicos à maquinário, o agronegócio passa por uma corrida tecnológica que faça frente aos desafios de plantio e controle de pragas com a mudança em curso no clima e de saturação da inovação aos moldes antigos -- a descoberta de novas moléculas, em processos longos e caros. O uso preciso de insumos traz racionalidade ao uso de recursos naturais, como a água e solo, reduz os custos do agricultor e eleva a produtividade na lavoura.
Segundo a Strider, "só acertando o timing foi possível reduzir em 20% a população de pragas" em fazendas que adotaram suas tecnologias. Com a aquisição, Tangari passa a reportar diretamente à área de digital da Syngenta no Brasil, sob a diretoria de André Savino, e a Dan Burdett, líder digital global. (As informações são do jornal Valor Econômico)

 
 

Uruguai - Captação da indústria aumentou 4%
Produção/Uruguai - O volume de leite enviado para as indústrias no primeiro trimestre deste ano aumentou 4%, mostrando uma contínua recuperação da produção, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Leite (Inale). As remessas no mês de março acumularam uma produção de 133 milhões de litros, o que significou aumento de 4,5% em relação a igual mês do ano passado. Por outro lado, os envios acumulados nos três primeiros meses de 2018 totalizaram 415,3 milhões de litros de leite, representando 4% de aumento, na comparação com o mesmo período de 2017. Nos últimos 12 meses encerrados em março, a captação total da indústria chegou a 1.898 milhões de litros, representando 6,5% de aumento em relação ao período imediatamente anterior. O preço médio recebido pelo produtor em março, foi de 10,11 pesos por litro, [R$ 1,25/litro], ou US$ 0,36, representando aumento de 5% em ambas as moedas, em relação a fevereiro. (El Observador - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Porto Alegre, 02 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.726

 

GDT 
Na última terça-feira (01/05/2018) ocorreu o 211º evento do GDT (Global Dairy Trade), no qual o índice de preços fechou em leve queda de 1,1%, com o preço médio a US$ 3.465/tonelada. Neste leilão, foram negociadas 19.508 toneladas, número próximo ao volume negociado no último leilão, mas 13,8% abaixo em relação às 22.633 toneladas negociadas no evento correspondente há um ano (02/05/2017). Em março, o volume de leite captado pela Fonterra na Nova Zelândia (maior cooperativa do país) foi 3% menor em relação a março de 2017, enquanto o acumulado da safra até o momento aponta para captação 2,1% menor em relação à safra passada. Por outro lado, a sinalização de aumento de produção em outros mercados importantes, como União Europeia e Estados Unidos, faz um contraponto à situação da produção neozelandesa.

Nas gorduras, após uma forte recuperação nos preços no leilão passado, o índice de preços do AMF caiu 1,9%, e a média fechou a US$ 6.032/tonelada com expectativas de novas quedas, uma vez que os contratos futuros apresentam desvalorização em quase todos os meses negociados. Ao mesmo tempo, a manteiga manteve-se estável (após duas altas consecutivas), fechando a US$ 5.647/tonelada - com boa competitividade quando comparada com a manteiga da Europa, atualmente em torno de US$1.400/tonelada mais cara. O queijo cheddar teve sua quarta alta consecutiva (+3,1% no índice de preços), atingindo 4.024/tonelada, o maior valor desde outubro/2017. Nos leites em pó, ocorreram movimentos distintos entre o desnatado (alta) e o integral (baixa) neste leilão. No leite em pó desnatado, depois de fortes quedas nos preços em março, os números positivos de importação da China neste início de ano (+10,9% no acumulado de jan-mar em relação ao volume importado no mesmo período de 2017), e o aumento nos embarques da Nova Zelândia com destino à América do Sul e o Oriente Médio ajudaram na recuperação dos preços, e a média fechou US$1.999/tonelada, com uma alta de 3,6% no índice. Já no leite em pó integral, as elevações recentes de preços diminuíram a competividade do produto da Oceania frente ao fornecido pela Europa, ajudando a justificar a queda de 1,5% no índice de preços, que fechou em US$ 3.231/tonelada. (MilkPoint / GDT)


 
CAMPO DE TRABALHO
Os 6.094 postos de trabalho na agropecuária criados no primeiro trimestre no Rio Grande do Sul colocam o Estado com o segundo melhor desempenho em vagas formais no ano, atrás apenas de Goiás. Boa parte, claro, pela sazonalidade, como a colheita da maçã. Vacaria, por exemplo, foi o município brasileiro com o melhor saldo no campo, de janeiro a março. Bom Jesus ficou em sexto no ranking nacional. Confira ao lado os 10 primeiros no Estado e o número de empregos rurais criados com carteira assinada. (Zero Hora)

Impostos/EUAO que gera a cadeia láctea.

Enquanto os norte-americanos apresentam suas declarações ao imposto de renda, eles devem agradecer a indústria de laticínios dos Estados Unidos por gerar US$ 64 bilhões de impostos, de acordo com o "Dairy Delivers". O aplicativo também examina o efeito cascata da indústria de laticínios em outros setores da economia norte-americana e conclui que a cadeia láctea é responsável por US$ 24,9 bilhões de impostos estaduais e municipais e outros US$ 39,5 bilhões em impostos federais. Abaixo está um dos muitos relatórios de uma página que a ferramenta pode gerar. (Usdec - Tradução livre: Terra Viva)
 
 
 

Vacinação contra a aftosa segue até o dia 31 de maio
A primeira etapa da vacinação contra a febre aftosa foi iniciada on¬tem e se estende até dia 31 de maio. A homologação da vacina por parte dos proprietários deverá ser informada nas inspetorias de defesa agropecuária até o dia 7 de junho, cinco dias úteis após o término. O ato oficial que marca a cam¬panha de imunização do rebanho gaúcho contra a febre aftosa acontecerá hoje, no município de Barra do Ribeiro e contará com a presença do secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Odacir Klein, sendo realizado às 11h, na fazenda de propriedade de Selito Carboni, junto a BR-116, cerca de 800 metros após o trevo de entrada ao município. É importante ressaltar que os produtores devem adquirir as doses nas agropecuárias credenciadas, atentando para as condições de conservação (que deve ser entre dois e oito graus) e a aplicação da mesma. A expectativa para 2018, de acordo com a área técnica da Secretaria da Agricultura, é de vacinar 13.736 milhões de animais, entre bovinos e bubalinos. A meta de imunização é de ao menos 90% deste total. Em maio de 2017, a cobertura foi de 98,93% e, em no¬vembro, de 97,48%. (Jornal do Comércio)

 

Porto Alegre, 30 de abril de 2018                                              Ano 12 - N° 2.725

 

Sindilat debate o cenário lácteo com produtores de Venâncio Aires

Foto: Diego Barden dos Santos/Emater

O mercado futuro do leite e os desafios da cadeia foram os principais assuntos abordados durante a 18ª Reunião Grupo do Leite de Venâncio Aires, que ocorreu na quinta-feira (26/4), no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município. Segundo o engenheiro agrícola Diego Barden dos Santos, da Emater de Venâncio Aires, havia uma demanda dos produtores para falar sobre este tema. O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) participou do encontro para esclarecer como funciona a comercialização e a formação de preços.

"Falamos sobre o cenário lácteo e as iniciativas do sindicato para defender o setor. Um dos problemas é o excesso de oferta. Precisamos de alternativas para escoar a produção", comentou o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, citando como exemplo as compras governamentais e o PEP - Prêmio para o Escoamento de Produto, instrumento muito utilizado pelo setor de arroz, por exemplo. Entretanto, no caso do PEP, é preciso que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) "regre" este ferramenta para que possa ser utilizado também pelo setor lácteo, em leilões para leite em pó, queijos e leite UHT. 

Na ocasião, Palharini falou sobre estas e outras ferramentas de incentivo, além de abordar a necessidade de equalização de alguns custos de produção com o Mercosul. "Mas isso requer que os produtores também pressionem os governos, para que demandas como estas sejam atendidas", ressaltou. Mais de 70 produtores participaram da reunião.

Criado em 2015, o Grupo do Leite de Venâncio Aires realiza encontros periodicamente, em geral a cada dois meses. O espaço foi constituído com o objetivo de ser um fórum de discussão da cadeia no município, que tem 176 produtores de leite. Juntos, eles produzem, em média, 8,7 milhões de litros de leite por ano. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

   
 
EEX será a primeira bolsa a oferecer o comércio futuro de leite líquido

A Bolsa Europeia de Energia (EEX) expandirá o comércio de produtos lácteos com o futuro de leite líquido - Liquid Milk Future - a partir de 15 de agosto de 2018. A EEX se tornará a primeira bolsa da Europa a oferecer esse produto. Até agora, a EEX oferece negociações com futuros de manteiga, leite em pó desnatado e soro de leite em pó.

O volume do contrato é de 25.000 kg. Para a liquidação financeira do novo produto, a EEX utiliza o índice EEX European Liquid Milk, que é igualmente composto pelos preços do leite da Alemanha, dos Países Baixos, da Dinamarca e da Irlanda. Os preços baseiam-se no "Observatório do Mercado do Leite" da Comissão Europeia, de acordo com o Artigo 12 (a) do Regulamento (UE) No. 2017/1185 - Anexo II.4 (a).

Atendendo às necessidades do mercado
Sascha Siegel, chefe de commodities agrícolas da EEX, disse que com a expansão da linha de produtos, a EEX está atendendo às necessidades dos mercados de lácteos europeus e permitindo que os clientes se protejam contra os riscos de preços com precisão ainda maior.
"O desenvolvimento dos preços da manteiga, leite desnatado e soro de leite em pó nos últimos anos mostrou que os mercados europeus de lácteos estão sujeitos a tensões significativas nos preços. Estamos convencidos de que o novo produto é um complemento atraente para a gestão de risco nos mercados agrícolas", disse Siegel.

A EEX oferece a comercialização de produtos agrícolas desde maio de 2015. Em 2017, 137.820 toneladas de equivalentes de commodities foram negociadas no mercado de derivativos de leite da EEX. Como resultado, o volume aumentou 68% em relação ao ano anterior (2016: 82.050 toneladas de equivalente de commodity). A EEX desenvolve, opera e conecta mercados seguros, líquidos e transparentes para energia e produtos relacionados. A EEX faz parte do Grupo Deutsche Börse. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Leite em pó/UE

A Comissão Europeia estuda a possiblidade de fazer leilões quinzenais de leite em pó, em lugar de mensais, como ocorre atualmente, com o objetivo de reduzir os estoques, que em março totalizaram 375.701 toneladas. Em relação à negociação União Europeia (UE) x México que se transformou no Tratado de Livre Comércio União Europeia México (TLCUEM) o bloco europeu conseguiu proteção para todas as denominações de origem que propôs.

A última venda de leite em pó feita pela Comissão Europeia, realizada no dia 19 de abril teve um êxito singular, já que conseguiu vender mais que todas as outras rodadas realizadas desde dezembro de 2016. Na oportunidade foram ofertadas 91.855 toneladas, e foram aceitas 24.066 toneladas pelo valor mínimo de 1.050 €/toneladas, quase € 650 menos do que o preço de intervenção. No conjunto, as 18 ofertas anteriores, venderam, juntas, 10.248 toneladas. A próxima venda será realizada no dia 15 de março, disponibilizando 115.112 toneladas.

UE consegue proteção para todas as denominações de origem propostas
Na negociação do Tratado de Livre Comércio entre o Mercosul e a UE, um dos grandes desafios é chegar a um acordo em relação à denominação de alguns produtos como os queijos. Essa situação também ocorreu nas negociações que a UE faz com o México para assinar o TLCUEM. Nessa negociação a UE conseguiu proteger todas as denominações de origem que propôs. "O acordo garantirá a proteção contra a imitação de 340 alimentos e bebidas europeias pelo México, as denominações de Indicações Geográficas", afirma o bloco europeu em um comunicado oficial.

Dentre essas proteções estão o queijo Comte da França, o queijo São Jorge de Portugal, o salame Szegedi da Hungria e a geléia Topoloveni Magiun da Romênia. O bloco europeu propôs ao México uma lista de 340 produtos que deveriam ser reconhecidos e protegidos, dentre os quais 67 tiveram oposição por parte do setor privado mexicano. Ainda continua sem definir a denominação do queijo "manchego". UE entende que o termo deve ser aplicado somente ao queijo de ovelha do centro da Espanha, mas, o México tem seu próprio "manchego" feito com leite de vaca. Para a UE a denominação de origem permite aos consumidores saber que são artigos genuínos e que os produtores europeus ganham um prêmio pela qualidade de seus produtos, uma vez que sua fabricação seja proibida no exterior. Os produtos incluem queijos, vinhos, presuntos, manteiga, cerveja, entre outros.

Durante as negociações, A Câmara Nacional das Indústrias de leite (Canilec) do México argumentou que não deveria impedir a utilização do nome "manchego" nos queijos mexicanos, porque são fabricados com leite de vaca e não são tão curados, enquanto que o da Espanha é elaborado com leite de ovelha, tem cura prolongada e custa muito mais caro. (TodoElCampo - Tradução livre: Terra Viva)
 

 

Expoclara reúne novidade em tecnologia e genética para o leite
Para a produção de bom leite são necessárias boas vacas, mas também tecnologia. A 11ª edição da Expoclara reúne mais de 200 desses animais, das raças Holan¬desa e Jersey; traz inovações nas técnicas de melhoramento genéti¬co, maquinário agrícola de ponta e os produtos derivados do leite que, por fim, chegam a casa do consu¬midor. Com o tema "Onde o campo e a cidade se encontram", a expo¬sição busca fazer bons negócios na Fenachamp, em Garibaldi, entre os dias 3 e 6 de maio. Esta edição irá contar com balcões de negócios no lugar de leilões. Todos os produtores que expõem na feira, associados da Cooperativa Santa Clara, poderão fechar vendas a qualquer momen¬to. "Foi uma demanda que recebe¬mos dos expositores de gado leitei¬ro para esta edição. Uma forma de compor a renda familiar durante a feira", diz o diretor da Expoclara 2018, José Dotta. A Expoclara também terá o Campo Tecnológico Sustentável, desenvolvido em parceria com Emater-RS e Embrapa. A atração apresenta energias alternativas viáveis para a produção no campo, formas mais econômicas de irriga¬ção e fruticultura, além de apre¬sentar as etapas do circuito do leite para os visitantes. O Programa de Melhoramento Genético da Coo¬perativa também é um dos pontos altos no quesito tecnologia, prática que pode definir a longevidade e produção do animal a partir do sê¬men. "A margem de lucro do leite não é muito grande, então os asso¬ciados têm que investir em produ¬tividade. No caso da Santa Clara, é a boa genética que consegue asse¬gurar uma maior escala de produ¬ção", diz Rogerio Bruno Sauthier, presidente da Cooperativa Santa Clara. Esta edição marca os 21 anos da feira e os 106 anos da cooperati¬va formada por 5,5 mil associados. (Jornal do Comércio) 

 

Porto Alegre, 27 de abril de 2018                                              Ano 12 - N° 2.724

 

   Presidente do Sindilat pede alteração em regra do RIISPOA
 
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, em conjunto com os presidentes dos sindicatos representativos dos estados de Mato Grosso, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Ceará, entregou na quinta-feira (26/4) ao diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura (Mapa), José Luis Vargas, ofício relatando as dificuldades das indústrias em se adequar às exigência contidas no novo Regulamento e Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), em vigor desde março de 2017.

O artigo 258 do Decreto 9.013/2017 (RIISPOA) prevê que os estabelecimentos devem manter permanentemente o leite sob temperatura de 4°C. Com base na realidade do setor, as entidades sugerem que a temperatura determinada para conservação e estocagem do leite passe a ser de 6ºC. Embora as indústrias de laticínios estejam trabalhando para se adequar à determinação, algumas dificuldades impedem que o regulamento seja colocado em prática, independentemente do porte do estabelecimento.

Entre os gargalos apontados pelos dirigentes está o fato de que as fábricas foram dimensionadas para atender às regras da Instrução Normativa 62 (IN 62), que prevê o resfriamento do leite a 4°C sem a necessidade de manter a essa temperatura; a forte demanda na aquisição de equipamentos para o frio para atender a um mercado formado por cerca de 3 mil fábricas; o alto valor do investimento em equipamentos em um período de queda significativa do consumo; o aumento do fluxo de entrega do produto, associado às altas temperaturas externas que impedem a manutenção da temperatura exigida; além da escassa oferta energética, dependendo da região onde o laticínio está localizado.

De acordo com o ofício assinado pelo presidente do Sindilat gaúcho e pelos demais estados, existem trabalhos publicados no Brasil e também no exterior que mostram que a manutenção do leite a 6°C por 48 horas não altera as contagens de psicrotróficos (micro-organismos) quando comparados a 4ºC.

O documento foi entregue dentro da programação do 4º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria da Alimentação e de Laticínios, realizado nos dias 26 e 27 de abril, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. O evento, que reuniu 22 presidentes de sindicatos e contou com a representação de 16 estados brasileiros, além de trocas de experiências também abriu espaço para debater questões sindicais e de oportunidades para o setor.

De acordo com Guerra, a agenda incluiu conversa com representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) durante a reunião na CNI e visita ao Ministério da Agricultura (Mapa). "Abordamos o tema relativo ao Impacto Regulatório, e fomos informados de que a Anvisa está criando um novo fluxo de execução para permitir uma construção mais efetiva dessa regulação", salientou o presidente do Sindilat. Segundo ele, o setor terá a oportunidade de falar sobre os prazos necessários para implantação das mudanças.  "A reestruturação da agenda vai minimizar os impactos com gastos devido às constantes mudanças de embalagens, por temas definidos na Anvisa", destacou o dirigente.

No Ministério da Agricultura, a comitiva de representantes da indústria conheceu o funcionamento do SISMAN - Sistema de Monitoramento de Atos Normativos, ferramenta da Agricultura que até o próximo ano permitirá que pessoas físicas e jurídicas deem sugestões em processos de consultas públicas. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 
Foto: Miguel Ângelo/CNI
 
 
Lideranças debatem escoamento da produção em audiência pública na Festileite

As alternativas para escoar a produção e aumentar a competitividade do setor lácteo foram debatidas em audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (27/4) em Anta Gorda, durante a 7ª Festileite. Na ocasião, o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, contribuiu com relato sobre os desafios para conquistar novos mercados. "Ainda esbarramos no custo de produção, que é bem mais alto em relação a outros países", comentou, ressaltando a importância de ter instrumentos, como as compras governamentais e o PEP - Prêmio para o Escoamento de Produto, para acessar mercados internacionais. Certa de 250 pessoas, entre estudantes, produtores de leite e autoridades participaram do encontro, que ocorreu na Sociedade Cultural e Recreativa Carlos Gomes. 

O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, doutor em Economia dos Recursos Naturais, mestre em Ciências Agrícolas e considerado umas das referências no setor lácteo nacional, participou do debate. Para o deputado Alceu Moreira, proponente da audiência pública, o debate "não poderia ter sido melhor". Segundo o parlamentar, o amplo conhecimento técnico de Spies possibilita uma discussão que mostra quais são as possibilidades sem trabalhar com "coitadismos". Moreira se comprometeu a alguns encaminhamentos para debater em Brasília: a simetria com o Mercosul - possibilidade de livre comércio para insumos entre os países e o preço mínimo para o leite. 

Também estavam presentes na audiência pública o diretor da Laticinios Domilac, Rodrigo Pohlo, o assessor da Fetag Márcio Langer, o veterinário Fernando Groff, da Secretaria Estadual da Agricultura (Seapi), e o fiscal federal agropecuário da superintendência do Ministério da Agricultura no RS, Roberto Lucena, responsável pelo Programa Mais Leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Receita do leite longa vida despencou em 2017
 
Num ano em que o consumo de leite longa vida no país superou as expectativas da indústria e cresceu 2,8%, batendo recorde, a receita do segmento caiu mais de R$ 2 bilhões, afetando a rentabilidade das empresas. Em 2017, a produção nacional ultrapassou os 7 bilhões de litros, de acordo com estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida (ABLV). No ano anterior, havia somado 6,830 bilhões de litros.

O crescimento no longa vida, segundo o presidente da ABLV, Laércio Barbosa, foi estimulado sobretudo pela maior oferta de matéria-prima no ano passado, quando a produção brasileira de leite inspecionada avançou 4,1%, para 24,1 bilhões de litros. Mas a maior oferta - num mercado patinando - derrubou os preços do leite longa vida comercializado pela indústria, o que fez a receita do segmento recuar 13%, saindo de R$ 17 bilhões em 2016 para R$ 14,750 bilhões no ano passado, estima o presidente da ABLV.

"O crescimento da produção ficou acima da expectativa. Como houve aumento grande de produção de leite no ano passado, a maior parte da oferta adicional foi direcionada para o longa vida, que é um produto de giro mais rápido", afirma Barbosa. E o crescimento da produção doméstica de matéria-prima também desestimulou a importação de lácteos em 2017 (ver quadro) pelo país, diferentemente do ano anterior.


 
Embora tenha havido uma recuperação do consumo de leite longa vida no segundo semestre do ano passado - graças justamente aos preços mais baixos -, a rentabilidade da indústria nacional seguiu pressionada. A razão é que as cotações do produto vendido pelas empresas caíram mais do que as da matéria-prima.

Segundo o dirigente, os preços médios de venda do leite longa vida no atacado recuaram quase 16% entre 2016 e 2017, para R$ 2,10 o litro. As cotações do leite ao produtor no país também recuaram na mesma comparação, mas de forma menos acentuada - 8,8%, para R$ 1,14 o litro.

Ainda que o mercado de leite longa vida esteja apresentando um comportamento instável desde o início do ano, a expectativa da ABLV é de novo crescimento do consumo no país em 2018, até maior do que o do ano passado. "Se a economia do país crescer 2,5%, o segmento pode avançar além disso", diz Barbosa. Segundo ele, a recuperação ainda não é firme, e o mercado de bens de consumo, como o leite, tem refletido fatores que antes não pesavam tanto, como menor disponibilidade de dinheiro em determinados meses do ano.

Mesmo assim, Barbosa é otimista e também prevê recuperação dos preços do leite longa vida após a forte queda do ano passado. Entre fevereiro e março deste ano, os preços do produto já subiram. O cenário já reflete os sinais de que a oferta de matéria-prima este ano deve crescer com menos ímpeto no país. Para a ABLV, o maior custos dos grãos usados na ração do rebanho leiteiro este ano e a acomodação dos preços ao produtor - no primeiro trimestre já houve queda de 10% em relação a igual período de 2017 - devem segurar o crescimento da oferta de leite. A previsão é de avanço de 2% a 3%. Com quase 30 associados, a ABLV ampliou sua atuação e abriga agora também, além do leite, outros lácteos longa vida, como leite condensado, creme de leite e bebidas lácteas. (As informações são do jornal Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint)

Leite/Europa 

Na Europa, e particularmente na Alemanha, a produção de leite continua elevada, mas, no período gelado, entre fevereiro e março o crescimento diminuiu. No total, existe menos leite do que o planejado pelas indústrias de laticínios. 

Assim a oferta de produtos lácteos na Europa Ocidental está mais apertada do que o desejável, pressionando os preços em todos os mercados, mas, especialmente para a manteiga e creme. Os produtores de leite são beneficiados porque a tendência de preços firmes no mercado estabiliza o valor pago pelo leite cru. É possível o retorno dos preços da manteiga. A produção de leite na União Europeia (UE) nos últimos doze meses, março de 2017 a fevereiro de 2018, comparado com o período anterior, aumentou 2,9% de acordo com a Eurostat. A variação percentual dos volumes nos principais países produtores da UE são: Alemanha, 32,2 milhões de toneladas, +1,6%; França, 24,7 milhões de toneladas, +2%; Reino Unido, 15,2 milhões de toneladas, +4,6%; Holanda, 14,3 milhões de toneladas, -0,1%; e Itália, 12,1 milhões de toneladas, +4,8%. No primeiro bimestre de 2018 a produção de leite da UE acumulou crescimento de 3,4% em relação ao mesmo período de 2017, divulgou o site CLAL.

A produção de queijo na UE nos últimos doze meses encerrados em fevereiro de 2018, comparada com o período anterior, cresceu 2,7% de acordo com a Eurostat. As variações entre os maiores produtores foram: Alemanha, 2%; França, -0,3%; Itália, 5,3%; Holanda, -1,6%; e Polônia, 5%. E no primeiro bimestre de 2018 a produção de queijo subiu 3,4% em relação ao primeiro bimestre de 2017.
Na Europa Oriental, a produção de leite na Polônia nos últimos doze meses encerrados em fevereiro de 2018, comparado com a produção de março de 2016 a fevereiro de 2017, aumentou 4,8% de acordo com a Eurostat. Enquanto que a produção de leite acumulada de janeiro e fevereiro de 2018 subiu 3,3% quando comparada com os primeiros dois meses de 2017. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 
 

Rentabilidade/AR 
Um boletim divulgado pelo Observatório da Cadeia Láctea (OCLA) com dados do INTA mostra que a rentabilidade foi negativa em fevereiro e março de 2018. Segundo cálculos do Instituto de Economia do INTA publicados pelo OCLA, a rentabilidade média ponderada de todas as regiões produtoras de leite foi em fevereiro e março -0,1% e -0,2%, respectivamente, contra +2,4% e +2,5% nos mesmos meses de 2017.  No mês de março o preço médio do litro de leite foi 5,94 pesos, [R$ 1,02/litro], de acordo com a informação de 286 empresas, o que representa um aumento mensal de 3%, e interanual de 15%. A produção de leite em "tambo" constante subiu 14% em relação a março de 2017, mas, houve queda de 2% em relação a fevereiro de 2018. Os preços, pesos/por litro, por províncias foram: Buenos Aires, 6,09; Córdoba, 5,84; Entre Ríos, 5,89; La Pampa, 5,81; Santa Fe, 5,93; Santiago Del Estero, 5,88; San Luis, 5,89; Salta, 6,27. A bonificação por sólidos totais foi de 85,68 pesos/quilo. As exportações apresentaram crescimento de 6% em volume e houve variação de 5% no preço do leite em pó integral. As vendas para o mercado interno registraram queda de 4% para o leite fluido, e de 1% em outros produtos. Mesmo assim houve alta de 15% no preço do leite em pó. (Infortambo - Tradução livre: Terra Viva)