Pular para o conteúdo

 

Porto Alegre, 25 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.763

  Leite/Oceania 

As expectativas para a próxima temporada dos lácteos na Austrália são positivas. A forte demanda, particularmente da China, por leite em pó é tida como a impulsionadora do setor. 

O Japão se apresenta como um grande comprador de queijos e manteiga. Mesmo assim as condições climáticas atuais são preocupantes, e devem provocar aumento no custo de produção. O outono, atipicamente quente e seco, afetou a produção de feno e grãos, elevando o preço dos insumos. A seca é uma preocupação constante, especialmente em New South Wales. Se não houver forma de remediar o atraso no plantio de feno, a disponibilidade de feno será reduzida nesta próxima safra.

Na Nova Zelândia são divulgados os dados de maio, mostrando que 2017/18 produziu praticamente o mesmo volume de leite e de sólidos em relação a 2016/2017. De junho de 2017 a maio de 2018, a produção de sólidos de leite caiu 0,64% em relação à temporada anterior, enquanto o volume de leite subiu 0,15%. A produção de leite em maio de 2018 na Nova Zelândia foi de 6,2% superior à de maio de 2017, enquanto os sólidos do leite subiram 5,7%, de acordo com a DCANZ.

Observadores da Nova Zelândia percebem o mercado de lácteos em crise, com pouca possiblidade de alteração nas expectativas nas próximas semanas. A produção está em seu menor volume sazonal e isso mantém em baixa a atividade das fábricas em relação aos outros meses do ano. A temporada encerrada em 31 de maio foi muito irregular em termos de desafios para os produtores de leite. No início da estação, fora de qualquer expectativa as condições úmidas da primavera prejudicaram o crescimento das pastagens. Em seguida veio muita seca. No finalzinho da temporada as condições climáticas foram mais propícias, havendo recuperação na produção de leite nos meses de abril e maio. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
 
 
 

Blairo Maggi determina processo de troca no comando da Embrapa

Após determinação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o Conselho de Administração da Embrapa decidiu ontem abrir o processo de troca na Presidência da estatal, que é comandada desde 2012 pelo pesquisador de carreira da empresa, Maurício Lopes. O mandato de Lopes se encerra em outubro, porém ele ainda tinha direito de ser reconduzido à frente do cargo. Para Maggi, "cada um tem seu tempo" e a mudança no posto se encontra dentro da normalidade, já que Lopes já havia sido reconduzido à Presidência uma vez nos últimos anos.

O atual presidente da Embrapa vem acumulando recentes desgastes como a demissão no início deste ano do pesquisador Zander Navarro - que foi revertida pela Justiça - e críticas de servidores por um grande processo de reestruturação em curso desde o fim de 2017 que pretende enxugar gastos e remodelar unidades e centros de pesquisa da empresa.

O ministro foge de qualquer possível polêmica e diz que pediu pessoalmente a Lopes que tocasse o processo de reestruturação para que a empresa seja mais eficiente e enfrente a falta de recursos orçamentários.

"Esses dias o convidei para conversar junto com a diretoria da Embrapa e pedi para iniciar o processo de escolha do novo presidente, dentro da Lei das Estatais e do estatuto da empresa que prevê uma seleção bastante grande", disse o ministro ao Valor por telefone da África do Sul, onde participa de um encontro dos Brics. "Vencendo o mandato dele, é seguir o jogo, não tem nada de anormal, pelo contrário, gosto muito do Maurício. Mas, assim como o meu tempo chegará ao final, o dele está chegando".

Conforme o estatuto da Embrapa, podem se inscrever para o cargo de presidente tanto servidores da estatal quanto profissionais de fora da empresa. No entanto, o processo de seleção impõe regras rígidas de currículo e histórico profissional, que geralmente impedem "forasteiros" no comando. Funcionários da empresa pública dão conta de apenas um caso de presidente com indicação política que não tinha trajetória na área científica, mas que durou meses no posto, no fim da década de 1980.

O Valor apurou que os candidatos naturais para substituir Maurício Lopes são os diretores da estatal, Cléber Soares, da área de Inovação e Tecnologia, e Celso Luiz Moretti, de Pesquisa e Desenvolvimento. (As informações são do jornal Valor Econômico)

FrieslandCampina: leite a pasto é produzido por 80% das fazendas fornecedoras

A FrieslandCampina disse que a proporção de suas fazendas que estão utilizando pastagens ao ar livre cresceu pelo quarto ano consecutivo, ultrapassando a marca de 80%. O percentual de fazendas com pastos ao ar livre subiu para 81%, acima dos 77,9% em 2015. A cooperativa holandesa de lácteos pretende restaurar esse número para 81,2% - o mesmo nível de 2012 - o que significa que está no caminho certo para alcançar seus objetivos de gado criado em pastagem.

A popularidade dos produtos lácteos orgânicos e produzidos ao ar livre está crescendo, com os consumidores cada vez mais interessados no lado ético dos alimentos e bebidas que consomem.

Frans Keurentjes, presidente do conselho da cooperativa FrieslandCampina, disse: "é uma notícia extremamente positiva que mais produtores de leite queiram fazer um esforço para manter as vacas nos campos. Com este esforço, o setor lácteo permanece visível para as pessoas e as características da paisagem holandesa".

O marco significa que a proporção de fazendas da FrieslandCampina utilizando pastagens ao ar livre cresceu continuamente nos últimos quatro anos: o número foi de 77,9% em 2015, aumentando para 78,2% em 2016, 79,4% no ano passado e agora 81% em 2018.

A FrieslandCampina se aproximou de membros que não usam pastagens ao ar livre para suas vacas durante os últimos meses. Centenas deles receberam conselhos feitos sob medida ou participaram de uma reunião especial sobre pastagem, que resultou em 303 fazendas-membro extras que escolheram ter suas vacas pastando esse ano. O efeito preciso do aumento dos números será conhecido até o final do ano, disse a FrieslandCampina.

Seus produtores receberão um prêmio referente à pastagem de € 1,50 (US$ 1,73) por 100 kg de leite produzido quando suas vacas leiteiras pastam nos campos pelo menos 120 dias por ano por um mínimo de seis horas por dia. Os produtores que possuem apenas algumas de suas vacas em pastagem durante esse tempo receberão um prêmio parcial de € 0,46 (US$ 0,53) por 100 kg de leite, portanto, enquanto o progresso é recompensado em uma escala móvel, há um claro incentivo para os produtores colocarem mais vacas no pasto.

Atualmente, cerca de 8,6% das fazendas recebem o prêmio parcial de pastagem ao ar livre, disse a FrieslandCampina.

Em 21/06/18 - 1 Euro = US$ 1,15862
0,86310 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do FoodBev.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

IFCN projeta crescimento mundial de 35% na produção de leite até 2030 com ajuda da tecnologia

A rede de pesquisa de lácteos, IFCN, disse que, entre agora e 2030, a demanda mundial por leite e produtos lácteos será três vezes maior do que a atual produção de leite dos EUA. Essa foi uma das principais descobertas da mais recente publicação da IFCN discutida na 19ª Conferência de Lácteos da IFCN, que foi realizada recentemente na Teagasc em Cork, Irlanda.
Hoje, cerca de 876 milhões de toneladas de leite são produzidas em todo o mundo, e o Dr. Torsten Hemme, diretor da IFCN, disse que o aumento da demanda não se deve apenas a mais pessoas vivendo no mundo, mas também porque o consumo per capita aumentará devido à prosperidade crescente e investimentos mundiais no desenvolvimento de produtos lácteos.

Aumento da demanda
O fundador da IFCN acrescentou que o aumento da demanda será coberto pela maior oferta global de leite. A dinâmica das mudanças estruturais das fazendas leiteiras a nível internacional continuará e as fazendas intensificarão seus sistemas agrícolas. Hemme disse que, até 2030, a IFCN prevê um aumento na produção e demanda de leite no total de 35%.

Trevor Donnellan, chefe do departamento de economia agrícola e pesquisas agrícolas da Teagasc, disse que a conferência permitiu que pesquisadores internacionais entendessem melhor como a recente expansão da produção irlandesa de leite foi alcançada. "Os visitantes ficaram particularmente impressionados com a maneira pela qual a expansão dos lácteos foi alcançada a um custo relativamente modesto", disse Donnellan. Os participantes da conferência incluíram pesquisadores e representantes de empresas de lácteos. Um tópico chave para discussão foi o futuro papel das novas tecnologias na produção de leite.

 

Novas tecnologias
Os desenvolvimentos mais significativos esperados no futuro são em biotecnologia e big data. Robert Walker, da Alltech Company, disse: "novas tecnologias virão da capacidade de coletar mais dados. Pense em drones, blockchains, análise de imagens. Uma melhor tecnologia também ajudará a interpretar os dados para tornar a produção mais eficiente e ajudar a proteger os recursos".

Georg Kaufman, da DSM, acrescentou que novas tecnologias também serão importantes na redução das emissões de gases de efeito estufa do setor de lácteos.

A perspectiva de curto prazo do IFCN aponta para um aumento contínuo da oferta de leite em todo o mundo. Em 2017, a produção mundial de leite cresceu quase 4%, significativamente superior ao nível de crescimento em 2016. No entanto, o crescimento começou a desacelerar significativamente em 2018. Fatores-chave no crescimento mais lento em 2018 são anomalias climáticas na Nova Zelândia, UE e Argentina e uma situação econômica desafiadora para os produtores de leite nos EUA.

Para o segundo semestre de 2018, a IFCN espera que o crescimento da oferta e da demanda esteja mais alinhado, com um nível mundial de preço do leite esperado de US$ 35-37 por 100 kg. (As informações são do Dairy Reporter e da IFCN, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

6º Fórum Itinerante do Leite
Especialistas, produtores, autoridades e líderes de entidades do setor discutem a importância da mão de obra e os desafios da cadeia leiteira em uma série de painéis e oficinas em Santa Rosa. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, diz que é preciso união para qualificar a mão de obra disponível no campo e elevar o treinamento das equipes aos novos padrões de qualidade exigidos do produtor e da indústria com o uso da tecnologia. "O Fórum é uma oportunidade de integrar representantes da indústria, do setor de produção e da área acadêmica para trabalharem em busca de novas oportunidades para o setor", afirma. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 22 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.762

  Impacto da greve eleva preço do leite no Rio Grande do Sul 

Como resultado da redução de captação durante a greve dos caminheiros no final de maio, o preço do leite registrou alta de 6,76% no Rio Grande do Sul. Segundo dados dos primeiros 10 dias de junho, divulgados pelo Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite) nesta quinta-feira, o valor de referência projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio (R$ 1,1035). 

O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%. O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo muçarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). A tendência é que os valores se mantenham nesse novo patamar motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Além disso, explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat), Alexandre Guerra, muitas vacas que estavam em fase de lactação foram “secas” propositadamente no período da greve, impactando no volume desta temporada. 

Levantamento do Conseleite indica que as indústrias gaúchas comercializaram um volume equivalente a 108 milhões de litros em maio de 2018, 16,7% menos do que os 126 milhões de litros de leite de abril. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, acrescentou que a greve agravou a crise no campo. “Foi uma pá de cal em muitos produtores que já estavam com dificuldades por inúmeros outros fatores como estradas precárias, falta de energia e incentivo.” 

Apesar da alta no valor do leite em junho, Guerra destacou que os valores acumulados no Rio Grande do Sul ainda estão abaixo dos de 2017. Segundo levantamento semestral apresentado pelo Conseleite nesta quinta-feira, de janeiro a junho de 2018, 10 dos 13 produtos avaliados estão com valores abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior: leite UHT (-5,48%), leite pasteurizado (-5,87%), leite em pó (-7,73%), leite condensa¬do (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo muçarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017. (Jornal do Comércio)
 
 

Perspectivas do mercado lácteo – América do Sul 

Na América do Sul, especialmente no Cone Sul, as chuvas estão melhorando a umidade para o plantio de trigo e outras culturas em áreas de plantação. No entanto, em termos de produção de leite, o clima úmido tem um impacto mínimo nas principais bacias leiteiras, exceto no Paraguai e Uruguai. Nesses dois países, muitos produtores relataram que a umidade e a lama, dificultam o manejo do rebanho, e impacta negativamente na produtividade.

Na Argentina, as temperaturas mais baixas do inverno que se aproxima melhoram o conforto animal, e aumenta a produtividade. A expectativa é de que a produção de leite continue a crescer na maior parte do inverno. No momento, o fornecimento de leite e creme é suficiente para atender as necessidades das fábricas do país. No Uruguai, a produção de leite vem sendo instável, diante das dificuldades de manejo que muitos produtores encontram pela quantidade de lama e umidade. Os produtores que não enfrentam as adversidades climáticas relatam melhora no rendimento. No entanto, de um modo geral, a produção de leite deve melhorar durante o inverno. A fabricação de queijo e manteiga continua, relativamente, forte, e as exportações para o Brasil, Argélia e Rússia continuam ativas.

O governo uruguaio procura novas oportunidades de negócios através do Instituto Nacional do Leite (INALE) que avalia a elaboração de um Tratado de Livre Comércio (TLC) com a China, especialmente para o envio de lácteos.

Com o fim da greve de 10 dias dos caminhoneiros no Brasil, devido ao alto custo do diesel, o transporte de leite começa a retornar ao normal. A entrega de leite cru para as indústrias se normaliza aos poucos. O varejo vai novamente ocupando as suas prateleiras, principalmente com produtos de alto consumo, como o leite UHT/leite fluido e queijo. A expectativa é de que as indústrias de laticínios no Brasil voltem ao normal nas próximas semanas. As importações de lácteos pelo Brasil continuam aumentando, mas, em nível menor do que o verificado no ano anterior. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

  

Perspectivas do mercado lácteo – Europa

O calor no início de junho na Alemanha e em outras partes da Europa Ocidental resultou em queda significativa da produção de leite. A estimativa é de que a produção da Alemanha tenha ficado 1% abaixo da de um ano antes. 

Os componentes do leite também foram prejudicados. Na última semana de maio a coleta de leite foi 1,6% menor do que a realizada na semana anterior, de acordo com a Central de leite GmbH. De um modo mais amplo, os analistas projetaram aumento de 1,5% na produção de leite europeia até o final do ano em relação a 2017. Entretanto, conforme informação do site CLAL, de janeiro a abril a produção de leite europeia acumulada ficou 0,6% abaixo do período anterior.

Os estoques de queijos na Europa Ocidental, especialmente na Alemanha e na França, são frágeis. É forte a demanda de varejistas, grandes consumidores, consumidores individuais e exportações. As indústrias estão com as entregas atrasadas. Os queijos para cura também estão com estoques abaixo do nível aceitável. Não existe expectativa de que a oferta fique mais equilibrada no curto prazo. A mozarela já está em falta. As exportações de queijos pela União Europeia (UE) de janeiro a abril é apenas 0,1% maior do que a verificada no mesmo período do último ano. As maiores remessas foram para os Estados Unidos, o Japão e a Suíça, de acordo com a CLAL.

Organismos Geneticamente Modificados (OGM) tomaram um outro rumo na semana passada, na UE. O regulamento atual da UE não exige a informação no rótulo de que o produto lácteo provém de leite produzido por vacas que não comem OGM. No entanto, a França estaria elaborando uma proposta a ser apreciada por toda a UE, exigindo a identificação no rótulo dos animais que são alimentados com OGM. Atualmente, a legislação francesa permite informar no rótulo os alimentos elaborados sem componentes OGM. A nova proposta deverá ser analisada pelo Senado francês no dia 26 de junho.   

EUROPA ORIENTAL
A Rússia parece ter reduzido a importação de lácteos este ano. De janeiro a abril, declinaram as compras de queijo, manteiga, leite em pó, tanto desnatado como integral, de acordo com a Eucolait. A Bielorrússia é um fornecedor importante de produtos lácteos para a Rússia. No entanto, no início de junho, a agência russa de controle da qualidade de alimentos, o Rosselkhoznadzor, introduziu restrições temporárias à importação de certos lácteos da Bielorrússia. A questão resultou em uma resolução submetida à Comissão Econômica da Eurásia (EEC), buscando resolver a situação. A análise do assunto foi retirada da pauta da EEC no dia 19 de junho, para que sejam reconsiderados os termos da resolução. A Eucolait informou que a produção de leite da Rússia aumentou 3% em 2017, o que pode ser um fator determinante para a redução das importações de lácteos. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Remuneração no agro cresce mais que a da média brasileira

Entre 2012 e 2018, o salário médio pago ao trabalhador do agronegócio cresceu mais que o recebido pela média da economia brasileira como um todo, segundo cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em informações da PNAD Contínua.

Considerando-se as pessoas empregadas, para o agronegócio, o crescimento da remuneração foi de 10% de 2012 para 2018, enquanto que, para o Brasil, de 6,36%. Pesquisadores do Cepea destacam que, diante dessa dinâmica, a diferença entre os salários do setor (tipicamente menores) e os da média brasileira tem diminuído a cada ano. Esse aumento na média salarial do agronegócio, por sua vez, pode estar atrelado aos aumentos de rendimentos para indivíduos isoladamente e também a mudanças no perfil do indivíduo que trabalha nesse setor.

Segundo pesquisadores do Cepea, entre 2012 e 2018, caiu em 4,6 p.p. o peso do segmento primário, que tipicamente paga menores salários, no total de ocupados no agronegócio. Já para o segmento de agrosserviços, a participação nesse mesmo período aumentou em 3,8 p.p. Em relação ao nível de instrução, de 2012 para 2018, houve diminuição de 10,3 p.p. na participação da mão de obra com escolaridade inferior ao ensino médio no total de ocupados no agronegócio, enquanto que a participação dos indivíduos com ensino superior (completo ou incompleto) aumentou em 4,2 p.p. (As informações são do Cepea)

 
 

Mais de sete mil famílias do Rio Grande do Sul recebem leite em pó adquirido por meio do PAA
Um total de 88 toneladas de leite em pó foram doadas na última semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional no Rio Grande do Sul. O produto foi adquirido de 31 cooperativas por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade de Compra Direta da Agricultura Familiar. Este lote de produtos foi destinado à Mitra Diocesana de Porto Alegre, sendo o estoque distribuído entre 77 paróquias que atendem a 7.400 famílias dos municípios de Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Guaíba, Eldorado do Sul, Charqueadas, Alvorada, Nova Santa Rita e Butiá. Executado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o PAA oferece a agricultores familiares, por meio de suas cooperativas ou associações, a garantia de compra de sua produção por preços remuneradores, gerando renda e inclusão social no meio rural. Somente em 2018, a Conab já doou no Rio Grande do Sul aproximadamente 900 toneladas de leite em pó. Outras doações estão previstas para ocorrer até o final desse ano. (As informações são da Assessoria de Imprensa Conab)
 

Porto Alegre, 21 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.761

Impacto da greve eleva preço do leite no RS
 
Como resultado da redução de captação durante a greve dos caminheiros no final de maio, o preço do leite registrou alta de 6,76% no Rio Grande do Sul. Segundo dados dos primeiros dez dias de junho, divulgados pelo Conseleite nesta quinta-feira (21/06), na sede da Farsul, em Porto Alegre (RS), o valor de referência projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio, que ficou em R$ 1,1035. O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%. O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo mussarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). A tendência é que os valores se mantenham nesse novo patamar motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Além disso, explica o vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, muitas vacas que estavam em fase de lactação foram "secas" propositadamente no período da greve, impactando no volume desta temporada de outono.
 
O professor da UPF Eduardo Finamore explica que houve queda expressiva na quantidade produzida pelas indústrias em função da greve, algo que não há como ser recuperado. Levantamento do Conseleite indica que as indústrias gaúchas comercializaram um volume equivalente a 108 milhões de litros em maio de 2018, 16,7% menos do que os 126 milhões de litros de leite de abril. "Não se pode considerar que a valorização dos produtos foi boa porque, ao mesmo tempo, houve redução de produção com a greve. O prejuízo foi diferente de empresa para empresa, mas a queda de quantidade trouxe impacto direto no lucro das indústrias", pontuou Finamore. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, acrescentou que a greve agravou a crise no campo. "Foi uma pá de cal em muitos produtores que já estavam com dificuldades por inúmeros outros fatores como estradas precárias, falta de energia e incentivo".
 
Apesar da alta no valor do leite em junho, Guerra destacou que os valores acumulados no Rio Grande do Sul ainda estão abaixo dos de 2017. Segundo levantamento semestral apresentado pelo Conseleite nesta quinta-feira, de janeiro a junho de 2018, dez dos 13 produtos avaliados estão com valores abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior: leite UHT (-5,48%), leite pasteurizado (-5,87%), leite em pó (-7,73%), leite condensado (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo mussarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017.  
IN 62 - Durante a reunião, representantes dos produtores e indústria ainda debateram o texto que está em consulta pública e propõe mudanças na IN 62, que regula os padrões de qualidade e produção no setor lácteo. O prazo para sugestões termina na segunda-feira (25/6), mas as lideranças do segmento entendem que há muito a ser debatido e ajustado. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou, ponto a ponto, as principais dificuldades que o setor terá para adaptar-se ao que está sendo proposto e as alterações que estão sendo sugeridas pelo Sindilat, como ajustes na temperatura de leite na plataforma e no monitoramento de unidades formadoras de colônia. "O novo texto limpa inúmeras legislações que hoje regem o setor e concentra em apenas duas INs o regramento. A proposta desburocratiza o setor, mas precisa de ajustes", salientou Palharini. 
 
O produtor e diretor da Farsul Jorge Rodrigues questionou o alto rigor das medidas propostas, o que, segundo ele, é inviável de ser cumprido neste momento. "Essas regras foram feitas dentro de um gabinete, sem avaliar a realidade do campo. Há muitas coisas aqui que não poderão ser cumpridas e precisarão ser revistas daqui a dois anos", criticou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)  

Foto: Carolina Jardine
 

Fórum Itinerante do Leite debate desafios da mão de obra em Santa Rosa

O 6º Fórum Itinerante do Leite, que será realizado na terça-feira (26/6), reunirá especialistas, produtores, autoridades e líderes de entidades do setor para debater a importância da mão de obra e os desafios da cadeia leiteira. Através de painéis, os palestrantes convidados mostrarão que uma produção em boas mãos pode gerar ótimos resultados. O evento, que também contará com oficinas, terá transmissão ao vivo pelo Canal Rural, das 9h às 12h, diretamente do Ginásio do Instituto Federal Farroupilha (UFFar) - Campus de Santa Rosa. O Fórum será apresentado pela jornalista Kellen Severo, do Canal Rural.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, é preciso união para qualificar a mão de obra disponível no campo e elevar o treinamento das equipes aos novos padrões de qualidade exigidos do produtor e da indústria, como o uso de tecnologia. "O fórum é uma oportunidade de integrar representantes da indústria, do setor de produção e da área acadêmica para trabalharem em busca de novas oportunidades para o setor", afirma. Guerra ressalta que, neste momento, é importante que as pessoas mantenham a atividade produtiva, porque o agronegócio é o futuro da economia brasileira. 

Na ocasião, serão realizados dois painéis técnicos. O primeiro enfocará a sucessão familiar, cooperação e terceirização de mão de obra. Já o segundo painel analisará gerenciamento, inovação e automação da ordenha. Os debates terão a participação do secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Pedrinho Signori; do coordenador da Comissão de Leite da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Jorge Rodrigues, e do presidente do Sindilat. À tarde, ocorrerão oficinas técnicas sobre gestão da atividade leiteira, produção orgânica e bem-estar das vacas. Também está agendada uma reunião técnica sobre tuberculose e brucelose. Cada participante poderá optar por uma das quatro oficinas.

O Fórum é uma realização do Sindilat/RS, do Canal Rural, do Fundesa, do Sistema Farsul e da Fetag-RS. O evento tem apoio técnico do Instituto Federal Farroupilha - Campus de Santa Rosa, da Emater-RS e da Embrapa. O apoio institucional reúne AGL, AMGSR, APL, Apil, Gadolando, Jersey-RS, Coopermil, Cotrimaio, Fahor, Famurs, Fecoagro, Fema, Instituto Senai, Ministério da Agricultura, Ocergs- Sescoop, Prefeitura de Santa Rosa, Secretarias Estaduais da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) e Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Setrem, Sicredi e Unijuí. 

As inscrições podem ser realizadas gratuitamente no site do Canal Rural. Durante o Fórum, os palestrantes irão responder ao público presente no evento e aos que o assistem, através do WhatsApp (11) 98524-0073 e/ou do Facebook do Canal Rural.

AGENDA DO EVENTO

8h - Credenciamento e welcome milk
8h30min - Saudações - Participação de representantes da prefeitura de Santa Rosa, da Famurs, da Embrapa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Emater-RS e da Secretaria do Desenvolvimento Rural-RS.
9h - Abertura do 6ª Fórum Itinerante do Leite: Desafios da mão de obra - Quando a produção está em boas mãos, os resultados aparecem (transmissão ao vivo pelo Canal Rural) 
Renata Rotta, diretora-geral do Campus Santa Rosa do Instituto Federal Farroupilha (IFFar)  
Rogério Kerber, presidente do Fundesa -  Ações desenvolvidas pelo Fundesa
9h20min - Painel: Sucessão familiar, cooperação e terceirização
Ivar José Kreutz, assistente técnico regional em Criações da Emater-RS - Importância da mão de obra e desafios a serem enfrentados na atividade leiteira
Mariane Moz, médica veterinária e produtora de leite em Tuparendi, RS - Investindo na atividade leiteira para garantir a sucessão familiar 
Marjori Ghellar, gestora financeira e produtora de leite em Tuparendi, RS - Terceirização de atividades e cooperação entre produtores para viabilizar a produção de leite
Participação de debatedores: representantes da Fetag-RS, da Farsul e do Sindilat-RS
10h15min - Perguntas 
10h45min - Painel: gerenciamento, inovação e automação
Paulo Tadatoshi Hiroki, médico veterinário e coordenador da Macrorregião Norte da Emater-PR - Planejando o parto das vacas para garantir férias para os produtores de leite 
Ezequiel Nólio, administrador do Tambo Nólio, Paraí, RS - Porque investimos em robotização da ordenha (primeiro robô de ordenha do RS)
Participação de debatedores: representantes da Fetag-RS, da Farsul e do Sindilat-RS
11h30min - Perguntas 
12h - Encerramento do fórum ao vivo
12h15min - Almoço no local
12h35min - Programa Mercado & Cia ao vivo pelo Canal Rural
14h - Oficinas:

Oficina 1 - A atividade leiteira sob o olhar das mulheres
Local: Ginásio do IFFar Santa Rosa
Vanessa Matraszek Gnoatto, da Emater-RS, moderadora 
Adriana Deak, produtora de leite em Santa Rosa, RS
Sandra Dal Pai Gnatta, produtora de leite em Porto Mauá, RS
Maria Sivert, produtora de leite em Senador Salgado Filho, RS
Aline Traesel Angst, produtora de leite em Santo Cristo, RS

Oficina 2 - Produção orgânica de leite e laticínios
Local: Auditório do IFFar Santa Rosa
Edna Nunes Gonçalves, do Instituto Federal Farroupilha, moderadora
Michele de Castro Iza, Ministério da Agricultura - RS  
Eliseu Pelenz, produtor de leite em fase de transição para a produção orgânica em Santo Cristo,RS
Cleber Jonas Weschenfelder e Eliezer Augusto Werner, produtores de leite orgânico e diretores da Cooperflor, Guarujá do Sul, SC
Agaciel Fiorentin, especialista de região leiteira Nestlé, São Paulo e Paraná

Oficina 3 - O clima e o bem-estar das vacas leiteiras
Local: Sala 212 do IFFar Santa Rosa
Joney Cristian Braun, da Emater-RS, moderador
Vanderley Porfírio da Silva - Embrapa Florestas, Colombo, PR
Carlos Bondan, UPF, Passo Fundo, RS
Jandir Konzen, produtor de leite em Campina das Missões, RS
Adolar Kessler, produtor de leite em São Paulo das Missões, RS

Oficina 4 - Reunião técnica sobre tuberculose e brucelose
Local: Sala 213 do IFFar Santa Rosa
Gustavo Groff, prefeitura municipal de Senador Salgado Filho, RS, moderador
Ana Cláudia Groff, Seapi-RS
Rodrigo Pereira, Ministério da Agricultura
Roberto Lucena, Ministério da Agricultura
Rogério Kerber, Fundesa
Jair da Silva Mello, CCGL
16h - Encerramento da programação (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

CONSELEITE - SANTA CATARINA

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Junho de 2018 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Maio de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Junho de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.

Nesta reunião o Conselho aprovou os resultados dos estudos da Câmara Técnica relativos aos custos de produção de produtores e indústrias que resultam em novos valores de referência para os derivados lácteos considerados no modelo. Foram alterados os parâmetros de qualidade do Leite Padrão de acordo com a legislação e as estatísticas relativas ao leite recebido pelas empresas participantes do Conseleite-Santa Catarina. Foram alteradas também as escalas de ágios e deságios para os parâmetros de qualidade e volume. (Faesc)

Fazendas brasileiras se preparam para produzir leite orgânico

Leite orgânico - Propriedades rurais de várias regiões do país estão se estruturando para produzir leite orgânico e algumas procuraram a Embrapa em busca de conhecimento técnico. O curso de Pecuária Leiteira Orgânica, que teve seu primeiro módulo realizado nos dias 15 e 16 de junho em Serra Negra (SP), recebeu produtores e técnicos do Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, Alagoas e Ceará. O grupo volta a se encontrar para o segundo módulo nos dias 27 e 28 de julho, na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos.

Tecnologias serão detalhadas durante os cinco módulos, que vão até outubro. Mas a intenção é que os inscritos terminem a capacitação sabendo fazer a gestão das tecnologias mais adequadas para cada propriedade a partir de uma visão sistêmica. "Algumas técnicas estão sendo recomendadas a produtores de leite sem necessidade", disse o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste e líder do projeto Balde Cheio em Rede, André Novo.Segundo ele, é difícil analisar números frios da pecuária leiteira. "Um produtor que tirava 200 litros de leite e seis anos depois continua tirando 200 litros é um exemplo de fracasso? Nem sempre. Ele diversificou a propriedade? Produzia em 50 hectares e agora produz em 5 ha? Protegeu áreas de preservação permanente?", questionou. Ou seja, as condições de produção precisam ser conhecidas. Para isso, a anotação de dados zootécnicos e econômicos é fundamental.

André disse que há três pilares para se mudar uma propriedade que produz leite e que concentram a maioria dos problemas: alimentação (quantidade e qualidade), manejo (sombra, água, ordenha, período seco) e sanidade (verminose, esquema de vacinação). Além dessas dimensões fundamentais, o produtor de leite precisa estar muito atento à administração (controle e planejamento), estrutura do rebanho e melhoramento (reprodução e persistência).
 
DECISÃO
Na fazenda que recebeu o grupo, a Nata da Serra, o proprietário Ricardo Schiavinato contou sua história com os orgânicos. Ele aderiu ao modelo de produção por necessidade, e não por ideologia. "Foi meu último suspiro. Se não desse certo, teria que mudar de vida", afirmou. A propriedade vinha enfrentando dificuldades quando o pai de Ricardo, que é dentista, percebeu que o filho não permitia que a família consumisse a própria produção. "Tem alguma coisa muito errada. Você não come o que produz?", quis saber.
Ricardo começou a conversão para orgânicos em 1997, com hortaliças. O sucesso com os vegetais foi visível - "produzia com altíssima qualidade e produtividade" - mas a produção de leite permanecia no modelo convencional. No entanto, Ricardo havia percebido que o mercado demandava um leite diferenciado. Foi quando ele procurou a Embrapa em busca de conhecimento técnico. Isso aconteceu em 2007. Na primeira visita à fazenda Nata da Serra, André Novo ficou impressionado com a qualidade do morango e do tomate que Ricardo produzia. "Mas o leite realmente era ruim", lembra André. Como o centro de pesquisa de São Carlos não tinha experiência com pecuária leiteira orgânica, eles começaram naquela época a desenvolver uma experiência de aprendizado conjunto. Tecnologias foram testadas na propriedade e agora todo o conhecimento acumulado nesses 11 anos está sendo compartilhado no curso.

Nesse primeiro módulo, foram abordados temas conceituais da pecuária leiteira orgânica. Além de André e Ricardo, também fizeram palestras Carlos Armênio Khatounian, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), e Sérgio Homma, da Fundação Mokiti Okada. Armênio fez um relato da agricultura desde a pré-história até a atualidade e Homma falou, entre outros assuntos, das diretrizes da natureza para criar e manter a fertilidade do sistema. Em seguida, o anfitrião levou os convidados para um breve passeio pela propriedade. Todos puderam ver a recuperação de mata ciliar, piquetes com diferentes tipos de forrageiras, diversificação de culturas, animais com qualidade genética, sistema de irrigação, silagem de capim, bebedouros e cochos, entre outras estruturas.

As 40 vagas foram esgotadas e já existe fila de espera para uma próxima capacitação. O curso foi articulado pela Secretaria de Inovação e Negócios, da Embrapa, e está sendo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste e Fazenda Nata da Serra. As empresas Nestlé e Socil, do Grupo Neovia, são patrocinadoras. Esalq, Fundação Mokiti Okada, Gold Seeds Agronegócio e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apoiam o evento. As fotos do primeiro módulo podem ser conferidas aqui. (Embrapa)

 
 

Produção, consumo e importações de lácteos cresceram na China
Leite/China - A produção de leite chinesa subiu perto de 2% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com o último relatório do Rabobank, com a expectativa de que suba 2,5% no segundo semestre de 2018. O principal impulsionador foi o aumento da rentabilidade animal, uma vez que o número de vacas se mantém relativamente, estável entre 2017/2018. Além disso, grandes investimentos na cadeia de frio e melhoria na capacidade de armazenamento no verão incentivaram o crescimento da produção. O consumo permanece com crescimento forte acompanhando 2017, com a confiança do consumidor atingindo o maior nível dos últimos dez anos, no primeiro trimestre de 2018. Algumas processadoras nacionais registraram crescimento de 14% no lucro anual. Assim sendo, a demanda doméstica por leite fluido, queijo, manteiga e leite em pó desnatado deverá continuar aumentando. Com a demanda doméstica aumentando continuamente acima do crescimento da produção, o volume das importações líquidas também subiram 11% no primeiro trimestre de 2018 e a expectativa é de que atinjam níveis recordes similares aos observados em 2017. Enquanto as perspectivas de curto prazo para o mercado de lácteos chinês continuam melhorando, as tensões comerciais elevam o grau de incertezas para as previsões. A disputa comercial latente com os Estados Unidos poderá ter impactos negativos sobre o crescimento econômico, as taxas de câmbio e a demanda doméstica. (AHDB - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)
 
 

Porto Alegre, 20 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.760

   Para Cade, tabela do frete contraria "interesse dos consumidores"

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal se colocando contra a proposta de tabelamento do preço do frete rodoviário, resultado de acordo entre governo e caminhoneiros após dez dias de paralisação. "Existem muitas evidências de que o que esta sendo proposto como tabelamento do preço do frete é claramente contrário ao interesse dos consumidores e dos próprios caminhoneiros, pois irá aumentar os preços dos bens finais no curto prazo e gerar graves distorções na dinâmica concorrencial do transporte rodoviário de cargas no médio e longo prazos", afirma o parecer assinado pelo presidente do Cade, Alexandre Barreto, pelo superintendente-geral do órgão, Alexandre Cordeiro, e pelo procurador da autarquia, Walter Agra. 

Segundo documento, o "tabelamento de preços mínimos acaba gerando, ao final, o resultado semelhante ao de uma cartelização, ou seja, a uniformização dos preços de agentes que deveriam concorrer no mercado por meio da oferta de melhores serviços". O parecer afirma que "embora seja a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a agência que regula o preço mínimo do frete, tem-se que o processo de fixação dos preços mínimos contará, de agora em diante, com a participação de diversos concorrentes do setor, aumentando, assim, preocupações de caráter concorrencial derivadas de tais tabelas mínimas de preço". Para o Cade, "concorrentes sentando à mesa para debater custos setoriais comuns representa uma afronta ao princípio da livre concorrência, expresso na Constituição". 

O órgão reconhece que em determinadas situações, outros interesses da sociedade podem se sobrepor ao de livre concorrência, mas que esse não seria o caso nos fretes. Em Assunção, onde participou de reunião de cúpula do Mercosul, o presidente Michel Temer disse ontem não acreditar que o acordo alcançado com os caminhoneiros esteja ameaçado por causa da posição do Cade. Temer afirmou que a medida está sob análise da Justiça e que obedecerá ao que determinar o STF sobre o caso. "Acho que [o parecer do Cade] não [atrapalha uma solução definitiva para a crise]" disse Temer. "Nós fizemos uma grande composição com os caminhoneiros. [...] Agora, se o Supremo decidir de outra maneira, evidentemente vamos obedecer ao Supremo." (Valor Econômico)
 
 

GDT: índice de preços cai 1,2% com destaque para os queijos

Nesta terça-feira (19/06), ocorreu o 214º evento GDT (Global Dairy Trade), cujo índice de preços apresentou queda de 1,2%, fechando em US$ 3.481/tonelada. No leilão, foram negociadas 21.634 mil toneladas de lácteos, aumento de 0,3% ao compararmos com as 21.580 mil toneladas do leilão anterior. Também, houve aumento de 2,2% na comparação com as 21.171 mil toneladas negociadas no segundo leilão do mês de junho de 2017.

O motivo principal pela queda de preços neste evento é a variação negativa de um conjunto de produtos em relação ao leilão anterior. Podemos destacar os leites em pó, com o integral a US$ 3.189/tonelada (-1,0%) e o desnatado, a US$ 2.003/tonelada (-1,1%). Vale destacar que o leite em pó desnatado apresentou valorização de preços nos últimos quatro leilões. A alta demanda internacional por manteiga culminou em um excesso de oferta de leite em pó – principalmente o desnatado - fato que contribuiu para a pressionada nos preços.

O AMF (Anhydrous Milk Fat) foi negociado a US$ 6.060/tonelada (-2,5%) e os queijos, a US$ 3.847/tonelada, com estes, ‘carimbando’ a maior variação negativa de todo o leilão (-3,6%). Ao contrário desses produtos, a manteiga (com um preço médio de US$ 5.611/tonelada) e a lactose (com um preço médio de US$769/tonelada), apresentaram variações positivas em relação ao leilão anterior, de 0,8% e 8,2% respectivamente. (Milpoint)

Leite UHT 

Após três meses de altas consecutivas no mercado atacadista de São Paulo, o preço do leite UHT recuou 0,38% entre abril e maio, fechando a R$ 2,3986/litro, em média, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de maio/18) – frente a maio de 2017, a baixa é de 10,77%. 

Os dados foram levantados por meio das pesquisas diárias realizadas pela equipe do Cepea com o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). De acordo com colaboradores do Cepea, na primeira quinzena de maio, os preços começaram a recuar, devido à baixa demanda pelo leite longa vida. Assim, a prática de promoções ganhou força e a concorrência entre empresas aumentou. Na segunda quinzena, os preços continuaram em queda, devido à paralisação dos caminhoneiros, que comprometeu tanto o fornecimento de matéria-prima quanto o transporte de derivados nos canais de distribuição, travando as negociações. 

Quanto ao queijo muçarela, o preço permaneceu em alta pelo terceiro mês consecutivo, fechando a R$ 16,88/kg, em média, em valores reais, elevação de 6,97% quando comparada ao valor de abril/18 e de 3,69% frente a maio/17. A baixa oferta de matéria-prima no campo e a procura aquecida levou ao cenário de aumento nas cotações. A pesquisa quinzenal de derivados lácteos também verificou a valorização dos queijos em maio, com aumento de 2,81% no preço da muçarela e 2,25% no do queijo prato, em relação ao mês anterior, fechando a R$ 16,09/kg e R$ 16,59/kg, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de maio/18), respectivamente - considerando-se a média nacional (inclui GO, MG, PR, RS e SP). Para os outros derivados, houve variações menores que 1%. (Cepea)

  

Exportação de lácteos 

Em maio, o volume de lácteos vendido pelo Brasil ao mercado internacional chegou ao menor patamar desde 2010, totalizando 2,4 milhões de litros em equivalente leite. Entre abril e maio, a baixa é de 55,1% e, frente a maio de 2017, de 65,4%. Os embarques mais baixos são resultado da menor produção brasileira de leite, intensificada pelo início da entressafra, além do desestímulo de produtores frente aos baixos preços no início de 2018. Os lácteos mais exportados pelo Brasil foram os queijos, com 52,8% de participação no total, seguidos do leite condensado, com 41,1%. 

Os principais destinos dos produtos brasileiros foram o Chile, Paraguai e Rússia, com participações de 22,3%, 20,1% e 13,8%, respectivamente. Em contrapartida, a Argentina, que normalmente está entre os principais compradores de lácteos do Brasil, ficou em nono lugar em maio, com apenas 3,8%. Quanto às importações, o Brasil adquiriu 102 milhões de litros em equivalente leite em maio, 13,8% maior do que em abril, mas 14,9% menor do que em maio de 2017. Os principais produtos importados continuaram sendo o leite em pó, com 75,5% de participação no total e os queijos, com 22,3%. A Argentina e o Uruguai continuaram liderando as vendas de lácteos ao Brasil, com 50,3% e 40,7% de representação no total, respectivamente. 

A importação de leite em pó aumentou 15,1% se comparado a abril, mas recuou 8,5% frente a maio do ano passado. As compras brasileiras de queijos, por sua vez, foram 10,3% maiores em relação às do mês anterior; porém, estiveram 31,5% menores em relação a maio de 2017. Assim, considerando-se as importações de lácteos em geral, houve queda de 35,3% no volume total acumulado de janeiro a maio de 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Com o aumento das importações e a diminuição das exportações, a balança comercial se manteve negativa em 99,4 milhões de litros de leite, ou 42,1 milhões de dólares. (Cepea)

 

PIB/AR
O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina subiu 3,6% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado ficou acima das estimativas da Trading Economics, que previam crescimento de 3,4%. Em termos dessazonalizados, o crescimento na passagem do quarto trimestre de 2017 para o primeiro trimestre deste ano foi de 1,1%. (Estadão)
 
 

Porto Alegre, 19 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.759

   Mão de obra é tema do 6º Fórum Itinerante do Leite

O 6º Fórum Itinerante do Leite, que será realizado nos dias 25 e 26 de junho, em Santa Rosa (RS), no Instituto Federal Farroupilha, reunirá representantes da cadeia leiteira para debater os desafios da mão de obra no setor. Na noite da próxima segunda-feira, lideranças da região vão apresentar as políticas municipais para a produção de leite. A abertura oficial do evento, promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), ocorrerá no dia 26 de junho, às 8h30min, quando estão previstos painéis e oficinas para discutir as dificuldades das equipes que atuam nos tambos. 
 
De acordo com o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o Fórum Itinerante do Leite é uma oportunidade de compartilhar informações para construir o futuro da cadeira leiteira gaúcha. "Diante do atual cenário, é essencial discutir os pontos que nos preocupam no setor. A escassez da mão de obra para a atividade é uma das dificuldades enfrentadas pelos produtores", pontou. A manhã do dia 26 de junho será marcada por painéis técnicos. Na tarde, serão realizadas quatro oficinas: A atividade leiteira sob o olhar das mulheres; Produção orgânica de leite e laticínios; O clima e o bem-estar das vacas leiteiras; e Técnica sobre tuberculose e brucelose. O 6º Fórum Itinerante do Leite conta com o apoio do Ministério da Agricultura (Mapa), prefeituras e diversas outras entidades do setor primário do Estado. (Jornal do Comércio)
 
Preços no Leilão GDT  
 
Realizado no dia 19/06/2018, o 214º leilão GDT (Global Dairy Trade) marcou um recuo de 1,2% em seu índice de preços, chegando ao valor médio de US$3.481/tonelada. (GDT)
 

Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 19 de Junho de 2018 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matériaprima leite realizados em Maio de 2018 e a projeção dos valores de referência para o mês de Junho 2018, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Junho de 2018 é de R$ 2,4423/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

Produção/AR

“Se os custos locais não estiverem sob controle, será muito difícil para a Argentina ser rentável, inclusive com um tipo de câmbio em torno de AR$25/US$”, estima o Rabobank. O informe, traduzido e publicado pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA) destacou que a seca no começo do ano teve um impacto significativo no desenvolvimento das plantações de grãos, e , como o clima mudou rapidamente para chuva forte, a qualidade da colheita de soja e milho se deteriorou ainda mais. O resultado é que os custos para os agricultores aumentaram significativamente, afetamento a rentabilidade. O Rabobank projeta queda na produção de leite em torno de 1% no 3º e no 4º trimestre de 2018, depois de um forte crescimento no 1º semestre de 2018. Com o peso argentino depreciando-se ainda mais, a pressão sobre os preços do grão nacional seria significativo para o resto do ano, já que os preços em dólares se manterão em níveis elevados.

“A inflação continua sendo obstinadamente alta apesar das contínuas elevações dos juros, e o governo encontra dificuldades para manter os preços moderados. Isto pressiona o poder aquisitivo do consumidor”, mostra o Rabobank, e como resultado, que a demanda cresça somente 1% no 2º semestre de 2018.

Em termos de intercâmbio, assinalam que é provável que o país aumente as exportações nos próximos meses, - já que está criando estoques de leite em pó – e uma economia mais desvalorizada tornará ainda mais interessante a exportação. (CampoLitoral – Tradução livre: www.terraviva.com.br)  

Vacina chega a 94% do rebanho
A primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul, encerrada na sexta-feira, dia 15, imunizou pelo menos 94% das 13,4 milhões de cabeças do rebanho bovino do Estado. Segundo a veterinária do Programa de Combate à Febre Aftosa da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Lucila Carboneiro dos Santos, a contagem ainda é parcial, pois os registros de vacinação podem ser digitados pelos criadores até o dia 29 deste mês. O resultado final deve ser divulgado no início de julho. Desde ontem, a Seapi trabalha para identificar quais os produtores que não aplicaram a vacina dentro do prazo. O inadimplente está sujeito a uma multa geral inicial de 60 UPFs (R$ 1.128) e mais uma UPF (R$ 18,80) por animal não imunizado. (Correio do Povo)
 

Porto Alegre, 18 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.758

 

   Conseleite/MS

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 15 de junho de 2018, atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de maio de 2018 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de junho de 2018.  Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor.  (Famasul)
 
 
 
Campo Responde - Por que a indústria cobra tão caro o creme de leite, uma caixa tão pequenina? Elci Ilário Potter, de Porto Alegre

Resposta: Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat)

O creme de leite é um produto de alto valor nutricional, rico em gordura láctea, um composto natural capaz de conferir sabor diferenciado aos alimentos. Sua composição é basicamente a soma de gordura e leite. É empregado em diversos pratos da culinária brasileira, como molhos brancos, no tradicional estrogonofe e na receita de sobremesas. Para entender a formação de preço, é preciso avaliar sua composição.

Em cada caixinha de 200g do produto há aproximadamente 40 gramas de gordura. Um litro de leite UHT, por exemplo, tem 30 gramas de gordura. Desta forma, se considerarmos que um litro de leite custa R$ 2,80 e que para produzir 200g de creme de leite é necessário o equivalente a R$ 1,33 litro, qualquer produto adquirido próximo ao valor de R$ 3,70 estaria dentro do valor de mercado.

É importante avaliar a composição do produto para mensurar seu preço. Os cremes de leite oscilam entre R$ 2,80 e R$ 3,00, bem abaixo do valor referencial de composição de gordura se usarmos o leite UHT. Além disso, é um produto de uso eventual na culinária, diferentemente do leite, que está diariamente na mesa dos brasileiros. (Zero Hora)

Impasse no transporte gera novas incertezas

O impasse sobre a adoção da tabela de preços mínimos para o transporte rodoviário de cargas traz novas nuvens de incertezas para o agronegócio, que já estava impactado com os 11 dias de greve dos caminhoneiros. A interferência do governo Michel Temer, que adotou a medida para encerrar a paralisação dos caminhoneiros enfureceu o setor produtivo do país, da agricultura, passando por serviços e até a indústria.

- É uma afronta para a livre negociação. Estão tentando extinguir a lei da oferta e da procura. E não funciona, na questão do frete, há muitos caminhões para pouca carga. É preciso adequar a oferta à demanda - diz Nestor Freiberger, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Os segmentos que dependem de novos carregamentos - incluindo o mercado de grãos - simplesmente paralisaram. Em outras categorias, compras e entregas de produtos, como insumos, foram afetadas. Apenas quem possui frota própria ou já tinha acordos acertados anteriormente está conseguindo passar ileso.

Novos carregamentos estão comprometidos
A atual situação atinge diretamente a atividade de empresários ligados à Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs).

- Há dificuldade enorme. Teremos problemas para garantir o fertilizante, que é o que volta do porto. E estamos há um mês sem transportar soja, arroz, milho e trigo - alerta Vicente Barbiero, presidente da Acergs.

Na produção de leite, as entregas não cessaram, mas há dificuldade com novos contratos, relata Alexandre Guerra, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat).

- O acerto com o transportador é mensal e estamos tentando administrar - detalha o dirigente.
Com o impasse, a indicação é não contratar frete pelos valores definidos pela medida provisória.

- Estamos orientando os associados a não aceitarem a tabela pela dificuldade em repassar aumento de preços - ressalta o presidente da Asgav.

Sem uma solução, as entidades aguardam a Justiça, onde o número de ações se multiplica de Norte a Sul, incluindo a da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), que alega interferência na livre negociação, mesma justificativa usada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux havia dado prazo de 48 horas para o governo se manifestar sobre o tema. Na quinta-feira, Fux havia suspendido todas as ações que contestavam a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). (Zero Hora)

Preços/AR

O Departamento de Laticínios do Ministério da Agroindústria divulgou o relatório mensal com os dados correspondentes à produção de leite em maio. O quadro foi bom: aumento de 3% em relação a abril de 2% em comparação com o mesmo mês do ano passado, acumulando crescimento de 7,8% nos primeiros 5 meses de 2018.
Ainda assim são muitas vozes que advertem sobre um cenário crítico para a atividade e os números mostram que é um dos setores com maior dificuldade para acompanhar a inflação e a desvalorização cambial. 

Dados
De acordo com o boletim do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (Ocla), entre maio de 2014 e o último mês, o preço do leite pago ao produtor aumentou 115,6%, quando a inflação foi de 179,8%, e o dólar subiu 194,3%. Isto quer dizer que, em quatro anos, o custo de vida aumentou 55,5% a mais e que o dólar subiu 68% acima do valor recebido pelo produtor.

Os produtores são os mais prejudicados dentro da cadeia láctea, que, em geral, fica sempre atrás dos preços e do dólar: os lácteos subiram 168,4% no período mencionado, enquanto que o valor do Litro Equivalente Leite(faturamento total ao consumidor final no mercado interno, dividido pelo total de litros de leite cru utilizado para elaborar esses produtos) cresceu 136,5%. “A defasagem fica mais evidente para o setor primário já que o leite teve, para maio um preço de 6,41 pesos ou US$ 0,271/litro. Em maio de 2014 esses valores foram (em termos reais) 8,32 pesos por litro e US$ 0,37/litro, respectivamente”, concluiu o Ocla. (Agrovoz – Tradução livre: Terra Viva)

 

Após greve, oferta de leite no Brasil deve recuar 9%, diz Rabobank
A oferta de leite no Brasil deve recuar 9% no segundo trimestre de 2018, ante igual período de 2017, como consequência da greve dos caminhoneiros de maio, afirma o Rabobank, em relatório sobre o setor divulgado na última sexta-feira, dia 15. O banco estima que a captação tenha encolhido 20% apenas em maio durante a paralisação dos motoristas. "A produção vai levar um tempo para se recuperar e provavelmente vai cair 6% no terceiro trimestre, na comparação anual". A avaliação é de que preços do leite pagos ao produtor deverão ter um pico no terceiro trimestre de 2018. "Tanto os agricultores quanto os processadores terão de absorver perdas de uma redução na renda durante maio e será difícil para o setor, já que ele vem de um período de 12 meses de baixa rentabilidade", diz. Em relação às importações, o Rabobank afirma que as compras diminuíram 35% em volume, de janeiro a abril, porque os preços internos foram menores do que no ano passado. Além disso, a demanda doméstica continua fraca e deverá permanecer assim até o terceiro trimestre de 2018, diz o banco, devido à estagnação da economia e consumidores cautelosos antes das eleições presidenciais em outubro. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)
 

Porto Alegre, 15 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.757

 

   IBGE: Sul do país segue sustentando o crescimento da produção de leite

Nesta quinta-feira (14/06) o IBGE divulgou os dados de captação formal de leite para o 1º trimestre de 2018. Nessa pesquisa, o instituto apontou volume aproximado de 6 bilhões de litros adquiridos pela indústria no período, 2,4% superior ao 1º trimestre de 2017. Apesar dessa recuperação, nota-se que o ritmo de retomada da produção vem diminuindo desde o 2º semestre do ano passado (vide gráfico 1), ainda refletindo as quedas nos preços do leite a partir de meados de 2017 e o forte aumento nos custos do concentrado.  

Gráfico 1. Captação formal de leite: variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint, com base em dados do IBGE. 
 
 

Nessa recuperação apresentada no início de 2018, o destaque fica por conta da Região Sul, que apresentou alta de 6,2% na captação em relação ao 1º trimestre de 2017; a Região Sudeste registrou aumento de 0,8% no mesmo período e o Centro-Oeste foi na “contramão” dessa movimentação, tendo queda de 2% na captação de leite. 

Detalhando a análise (e como mostra o gráfico 2), 90% do crescimento verificado no volume de captação de leite no país teve origem nos três estados da Região Sul. No Paraná, onde foi verificado o maior crescimento em relação ao primeiro trimestre de 2017, de 55 milhões de litros; a captação cresceu 50 milhões de litros em Santa Catarina e 22 milhões de litros no Rio Grande do Sul. Somadas, as captações de leite em Goiás e São Paulo perderam cerca de 14 milhões de litros no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2017.

Gráfico 2. Variação do volume de leite 1º trimestre (2018 vs. 2017). Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado, com base em dados do IBGE. 
 

 
Agora, a valorização nos preços ao produtor vista ao longo de 2018, os preços de concentrado e os impactos da paralisação dos caminhoneiros em maio devem ser determinantes para o ritmo na recuperação da captação formal de leite ao longo do restante de 2018. (Milpoint)
 
 
Preços/Espanha

A entidade que representa os produtores rurais da Espanha, Unión de Uniones de Agricultores y Ganaderos, depois de analisarem o preço do leite ao produtor, o Índice de Preços do leite e dos Produtos Lácteos aos Consumidores, e os valores na Europa, denunciam mais uma vez a situação de desequilíbrio que ocorre na Espanha e pede ao novo ministro que encontre um mecanismo para solucionar o problema do produtor de leite.

A Unión de Uniones, que já denunciara em distintas ocasiões a crise setorial, destaca que foram fechadas 900 fazendas de produção de leite no último ano, conforme dados do mês de abril de 2018 levantados pela Federação Espanhola Agrária (FEGA), o que mostra que está havendo concentração em grandes propriedades e afastando os modelos sustentáveis e socialmente justos que a União Europeia diz defender.

 
 
A Unión de Uniones insiste que se não forem tomadas medidas que equilibrem a cadeia, as pequenas propriedades continuarão perdendo rentabilidade e os agricultores, consequentemente, abandonarão sua atividade, com a consequente destruição de empregos e riqueza no meio rural; além disso os consumidores pagarão cada vez mais caro os produtos lácteos.

A Unión de Uniones lembra também que o preço na origem caiu 13,82% em relação a quatro anos atrás, quando era em torno de 0,369 €/litro, um valor que não faz sentido em um país que é deficitário na produção de leite, como a Espanha; já que tanto o preço ao consumidor do leite como o de produtos lácteos é mantido com muito maior estabilidade.

Destaca que o mercado lácteo tem um comportamento anormal, diante de regras de oferta e demanda. Comparando os preços aos produtores nos países europeus, a Espanha se situa também entre os países com os menores valores, 30,87 €/100 kg e abaixo da média do bloco europeu que em abril de 2018 era de 32,44 €/100 kg, segundo  Observatório do Mercado Lácteo da União Europeia. Mesmo em países com excedentes de leite pagam melhor que a Espanha, onde existe a necessidade de importar para cobrir o consumo.

Essa situação sugere que deveria ser reeditada a mesma medida de tempos atrás, quando as autoridades espanholas multaram as indústrias de laticínios por violarem as normas de uma boa concorrência. “Ainda que as multas impostas tenham sido pequenas em comparação com o lucro das indústrias, e seus impactos, a organização considera que esta é uma situação que mereceria investigação por parte dos órgãos de controle da Concorrência”, afirmam os membros da Unión de Uniones.

A organização ressalta que o novo ministro deve revisar o regulamento da cadeia alimentar e introduzir mecanismos eficazes que evitem a posição dominante que as indústrias exercem sobre os produtores, o elo mais fraco da cadeia de valor e que atualmente vende sua produção abaixo do preço de custo. “Esta situação de crise já dura há quatro anos, desde o fim das quotas de leite e a solução está longe de ser resolvida, porque falta vontade política” – diz a Unión de Uniones.

A organização insiste que este desequilíbrio é o reflexo do que existe em toda a cadeia alimentar, mas, mais acentuado em alguns segmentos, como a do leite, do azeite ou frutas, e confia que o novo ministro irá revisar o quanto antes a Ley de Melhora da Cadeia Alimentar e estabeleça bases para seu correto funcionamento. (Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

CNA e Embrapa avaliam parceria a fim de impulsionar a exportação de lácteos

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, se reuniu com o chefe-geral da Embrapa Gado de leite, Paulo do Carmo Martins, para discutir possibilidades de parcerias técnicas entre as duas entidades. O encontro aconteceu nesta quarta-feira (13), na sede da CNA, em Brasília. O leite é uma das prioridades da gestão atual da CNA, que pretende transformar o Brasil em um grande exportador de produtos lácteos nos próximos anos. Segundo João Martins, a ideia é iniciar um projeto piloto na região Sul do País e depois expandir para os demais estados. 

“Vamos pegar uma parte do Brasil onde a pecuária de leite apresenta os maiores indicadores de crescimento e expandir para o resto do País, trabalhando com o foco na exportação. Inicialmente queremos exportar 5% da produção brasileira para equilibrar o mercado interno”, disse João Martins.

A CNA pretende construir um Projeto que contemple aspectos importantes para desenvolver a cadeia produtiva, passando pela produção, processamento, marcos legais e abertura de novos mercados. O grupo também deverá contar com a participação de representantes da produção, indústria e Governo.

Na opinião do chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, a instituição pode contribuir muito com o objetivo da CNA. Ele citou o sistema de monitoramento de qualidade do leite desenvolvido pela Embrapa e os cursos de capacitação para técnicos que a entidade já promove em Juiz de Fora (MG). “Hoje nós temos condições de, com inteligência, discutir qualidade do leite e não estamos fazendo isso a contento. Sabemos da decisão da CNA de priorizar o leite e atuar em termos de exportação, então temos algumas ações que poderemos trabalhar juntos”, afirmou Paulo Martins.

A reunião também contou com a presença dos vice-presidentes da CNA Júlio da Silva Rocha e Mário Borba, do diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, e do superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi. (As informações são da CNA)

Produção/Uruguai 

A produção de leite continua subindo e refletiu no salto de 17% na captação da Conaprole em maio, quando quando comparada com o mesmo mês do ano passado. Nos primeiros cinco meses do a captação subiu 12% em relação ao mesmo período de 2017. Nos doze meses encerrados em maio o incremento foi de 6,4%, em relação ao período anterior idêntico, destacou à Conexión Agropecuaria Alejandro Pérez Viazzi, vice-presidente da Conaprole. Nos primeiros 10 de junho a produção foi 12% maior em relação ao mesmo período do ano passado, ainda que tenha apresentado uma queda que foi associada ao volume de chuvas. Mais na frente “o crescimento poderá ser significativo porque o gado está bem, assim como as pastagens”, acrescentou Pérez Viazzi. O que ocorre com o clima mais na frente será fundamental. Se o clima acompanhar, é possível que a produção seja superior a 2016, e bem próxima à de 2015. (Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Setor leiteiro mostra sinais de recuperação na Argentina

O setor leiteiro da Argentina mostrou sinais de recuperação nos primeiros quatro meses do ano crescendo em produção, exportações e consumo, segundo dados oficiais que foram analisados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA). A produção de leite teve um auge de 9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando os 3,21 bilhões de litros. "A princípios de 2017, vale lembrar que houveram fortes chuvas nas principais bacias leiteiras que trouxeram complicações para o produtor. Neste ano, contudo, as condições climáticas foram mais favoráveis, apesar da seca", destacou Jorge Giraudo, diretor geral da OCLA, ao Clarín Rural. Além disso, houve um aumento no final do ano passado no preço da matéria prima para os produtores de leite, principalmente na soja e no milho, componentes estratégicos para a dieta dos animais, que, a partir de agora, serão sentidos de maneira forte.

Durante o primeiro quadrimestre, foram registrados negócios de 524 milhões de litros exportados, 21,9% a mais do que no ano anterior. Este número representa 16,3% da produção total de leite. O Brasil continua sendo o principal comprador, recebendo 50% do total que o país exporta. (Fonte: Clarín/Tradução: Izadora Pimenta)

Especialistas debatem estratégias para ampliar exportação do agronegócio

Até 2022, a meta é conquistar a fatia de 10% do mercado mundial do agronegócio estimado hoje em 1 trilhão e 460 bilhões de dólares, o que representa o incremento de 146 bilhões de dólares para a balança comercial brasileira. No cronograma de trabalhos para alcançar esse resultado, instalou-se em Brasília nesta quarta-feira (13) a Comissão de Especialistas de Estratégias do Agro, liderada por Odilson Ribeiro e Silva, secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O planejamento estratégico da ampliação e abertura de mercados para o agronegócio foi estabelecido na portaria 1564 do Ministério da Agricultura publicada no Diário Oficial da União em junho de 2017. Representantes dos ministérios da Agricultura, Relações Exteriores e Fazenda, da Embrapa e Conab participaram da primeira versão do documento preparada pela Secretaria de Relações Internacionais contendo listas de produtos, séries históricas, projeções de exportação e oportunidades de mercado.

“É a metodologia de trabalho que estamos propondo na instalação desta comissão de especialistas”, explicou o secretário de Relações Internacionais. “Estamos abertos a sugestões. Uma vez consolidado o planejamento estratégico com a meta para 2022, vamos apresentá-lo a todo o setor privado do agronegócio". A partir das primeiras contribuições coletadas nesta primeira reunião da comissão, o Secretário Ribeiro e Silva apresentará o documento na Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) nesta sexta-feira (15). (As informações são do Mapa)
 

Projeto na Unijuí pesquisa composição do leite no Rio Grande do Sul
A Unijuí desenvolve projeto de pesquisa para estudar e caracterizar a composição do leite no Estado. A iniciativa é intitulada “Composição do leite de vacas de tanques de resfriamento em diferentes estações do ano”, sendo desenvolvida pelo Departamento de Estudos Agrários. O projeto vai até 2019. A pesquisa pretende contribuir para esclarecer a influência da dieta dos animais sobre a composição do produto na região noroeste, além de inovar na apresentação de dados, que validem os parâmetros de cobrança pela legislação. (As informações são da Rádio Progresso de Ijuí)
 
 

Porto Alegre, 14 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.756

 

   Sem acordo no frete, não há negócio no agro

Enquanto segue o impasse da tabela de preços mínimos de frete no país, que paralisou o mercado de grãos e afetou o transporte de diversos produtos, líderes do agronegócio orientam indústrias e produtores a não fecharem novos contratos.  

– É uma afronta para a livre negociação. Estão tentando extinguir a lei de oferta e da procura, isso não existe no mercado – argumenta Nestor Freiberger, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). 

No setor de aves, por enquanto a maior parte das entregasestá mantida em razão de contratos antigos e por empresas que têm frota própria. O mesmo ocorre nas indústrias de laticínios, que têm conseguido fazer as coletas diárias nas propriedades. Em relação a novas contratações de frete, o entendimento dos dirigentes é de que não existe espaço para repassar o aumento de custos ao consumidor.

– Não há como absorver um preço mínimo do frete. Se for assim, vamos pedir que o governo regule o preço de outros produtos também – diz Alexandre Guerra, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat). 

No mercado de grãos, parado há quase um mês, desde o início da greve dos caminhoneiros, a direção também é para que não se feche novos contratos com a tabela publicada no dia 30 de maio – uma das medidas que colocou fim à paralisação dos caminhoneiros no país.

– Se vendermos o grão ao preço atual do frete teremos prejuízo – garante Vicente Barbiero, presidente da Associação de Empresas Cerealistas do Estado (Acergs).

O dirigente exemplifica que o valor da tonelada de soja transportada do norte do Estado ao porto de Rio Grande aumentou cerca de 40% com a nova tabela. No caso dos fertilizantes, que aproveitam o frete de retorno dos caminhões, a alta é de 90%.

Nesta quarta-feira (13), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48 horas para que o governo se manifeste sobre a medida provisória que estabeleceu o preço mínimo dos fretes no país. (Zero Hora)
 
 
Uruguai: "parar de vacinar contra a febre aftosa requer o compromisso de todos"
 
Uma posição firme foi expressa pelo presidente do Centro Médico Veterinário de Paysandú, Lauro Artia Almirón, durante a inauguração da 46ª Conferência Uruguaia de Buiatria que ocorreu recentemente. Lauro expôs que - sem o compromisso de todas as partes envolvidas - é arriscado comprometer o plano de luta contra a febre aftosa.

Ele disse estar convencido de que para uma campanha de saúde funcionar bem, além dos aspectos técnicos, é necessário o compromisso e a participação dos produtores, médicos veterinários, indústria e autoridades sanitárias. Também, destacou que - neste caso da campanha da febre aftosa - tanto a nível nacional como a nível de países vizinhos, “há várias opiniões contrárias para a retirada da vacina, em nome de importantes representantes e de diferentes setores".

“Atualmente, o mercado japonês para a nossa carne está prestes a abrir, um dos mercados com maior poder de compra, graças ao fato de que conseguimos manter um status sanitário privilegiado, com o esforço de todos os envolvidos na cadeia”, acrescentou o profissional. Esse status foi revalidado recentemente na 86ª sessão da OIE, onde o Uruguai ratificou a condição de Risco Insignificante para Encefalopatia Espongiforme Bovina, Livre de Febre Aftosa com Vacinação de peste bovina e equina e se declarou pela primeira vez livre da peste nos pequenos ruminantes.

Por outro lado, Artia destacou como um desenvolvimento positivo a criação de um grupo de trabalho para redefinir objetivos e estratégias dentro da Direção Geral de Serviços de Pecuária (DGSG), que articulará as atividades das divisões de Saúde Animal (DSA), Indústria Animal (DIA) e Laboratórios Veterinários (Dilave) nas campanhas de brucelose e tuberculose. O profissional disse ainda que um aspecto importante a melhorar são as dificuldades administrativas para a execução dos pagamentos de indenização do Fundo para Doenças Prevalentes, aspecto fundamental da campanha, que também deve ser articulado. (As informações são do El Observador, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Manteiga 

A demanda por manteiga de leite continuará crescendo e a produção não poderá acompanhar. Esta foi a mensagem principal de Christophe Lafougère, Diretor da consultoria GIRA na conferência da Eucolait (Associação Europeia dos Comerciantes de Lácteos) que foi realizada no início de junho. 

Segundo a GIRA, a produção de matéria gorda do leite aumentou em média 1,94% ao ano, entre 2006 e 2016. A partir dessa data, a produção continuou aumentando, mas, de forma mais moderada. Espera-se que os aumentos sejam de 1,53% ao ano, entre 2017 e 2022. A GIRA analisou as tendências de consumo nos principais países do mundo, incluindo a China, Rússia, Estados Unidos e a própria União Europeia (UE). A demanda dessas regiões deve crescer 1,8%, deixando o resto do mundo lutando por um aumento mais modesto, de 1% ao ano. Na UE, o uso da matéria gorda extra (339.000 toneladas entre 2017 e 2022) irá para o maior consumo de manteiga (42%), creme (21%), e queijo (32%). Nos últimos 10 anos o resto do mundo precisou de 2,4% de matéria gorda adicional por ano para satisfazer a demanda. Como resultado, é improvável que o 1% disponível satisfaça as necessidades, mantendo uma pressão de alta sobre os preços da matéria gorda.

Também é esperado que cresça a demanda por proteínas, principalmente através do crescimento do consumo de leite em pó desnatado. No entanto, a oferta deverá ser capaz de atender o aumento da demanda. (Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

China busca fortalecer a sua produção própria de lácteos

Embora as exportações para a China pareçam ser o grande prêmio para muitas empresas de lácteos ocidentais, o caminho pode ficar um pouco mais difícil à medida que o país busca fortalecer sua própria produção de lácteos. O governo chinês diz que para revitalizar a indústria nacional de leite e melhorar a qualidade de seus próprios produtos lácteos, o Conselho de Estado lançou uma circular para orientar o desenvolvimento do setor.

O governo espera que a indústria aumente sua capacidade de produção por meio de inovação tecnológica, reforma do sistema em gestão e redução de custos, enquanto aumenta a eficiência. O desenvolvimento da indústria também deve ser coordenado com o desenvolvimento ecológico.

Indústria modernizada
O documento diz que até 2020, o progresso deve ser feito na construção de uma indústria de leite modernizada, com mais de 99% dos produtos se qualificando e a taxa de reutilização de resíduos na pecuária atingindo mais de 75%. A indústria de leite integral deve ser revitalizada até 2025, disse, "com bases de fontes de leite, processamento de produtos, qualidade e indústria atingindo os níveis mais altos do mundo".

Para melhorar as bases de fontes de leite, o governo está pedindo esforços para consolidar as bases atuais no norte, enquanto expande novas áreas no sul. O governo visa o desenvolvimento de métodos de criação de gado padronizados, melhorando a qualidade das vacas de leite por meio de plataformas de dados e de avaliação online, e produzindo forragem de alta qualidade para ashttp://www.trofeuagroleite.com.br/indicacao vacas.

De acordo com a circular, o Conselho de Estado incentiva a integração de empresas de lácteos, empresas de promoção e varejistas de e-commerce, a fim de reduzir custos e aumentar a eficiência para aumentar a competitividade das empresas de lácteos.

Supervisão aumentada
Regulamentos e regras sobre produtos lácteos também serão melhorados, com supervisão reforçada através de todo o processo de produção de produtos lácteos. Serão tomadas medidas mais rigorosas para garantir a qualidade do leite em pó para lactentes e ações ilegais como: misturar ingredientes não comestíveis e o uso excessivo de aditivos alimentares será estritamente proibido. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Produção Trimestral/IBGE 

O abate de bovinos teve aumento de 4,4%, o de suínos teve alta de 2,3% e o de frangos teve queda de 1,2% no 1º trimestre de 2018 frente ao 1º trimestre de 2017. Na comparação entre o 1º tri de 2018 e o 4º trimestre de 2017, o abate de bovinos caiu 4,2%, e o de suínos 3,1%, enquanto que o de frangos cresceu 3,5%, chegando a 1,48 bilhão de cabeças. A aquisição de leite atingiu 6,0 bilhões de litros, primeiro aumento, entre os primeiros trimestres, depois de três anos de quedas consecutivas. Houve alta de 2,4% em relação ao 1º tri de 2017 e redução de 8,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A aquisição de peças de couro cresceu 2,7% frente ao 1º tri de 2017 e recuou 2,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Já a produção de ovos subiu 7,1% comparado ao 1º tri de 2017, totalizando 846,75 milhões de dúzias, e recuou 1,3% em relação ao trimestre anterior. (IBGE/Terra Viva)

 
 

Soro do leite 
A falta de regulamentação para o comércio do soro do leite pode estar escondendo um rentável mercado para o produtor brasileiro. No Rio Grande do Sul, pelo menos um milhão de litros de soro são descartados diariamente e, por isso, o setor pede ao estado uma regulamentação específica sobre isso. Para assistir ao vídeo, CLIQUE AQUI. (Canal Rural)
 
 

Porto Alegre, 13 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.755

 

  Leite/América do Sul 

A produção de leite ao nível das fazendas continua melhorando na argentina, com as temperaturas amenas, que aumentam o conforto animal. No entanto o clima está úmido ultimamente nas principais bacias leiteiras, afetando apenas, marginalmente a produção de leite. No entanto, fortes chuvas causaram interrupção nos trabalhos de campo com o milho.

Conforme relatos setoriais, os componentes do leite - matéria gorda e proteína - estão próximos aos maiores níveis do ano. Consequentemente, o volume de creme ofertado ao mercado tem sido substancial, em comparação com alguns meses atrás. O preço do leite pago aos produtores está relativamente elevado, incentivando os agricultores a produzirem mais. De acordo com relatos das indústrias, grandes produtores de leite com capacidade de economia de escala, continuam adquirindo pequenas e médias operações. Enquanto isso, ao nível industrial, a produção de queijo, leite engarrafado, iogurte e leite condensado continua muito ativa em todo o país.

As fortes chuvas no Uruguai, particularmente ao Sul de Rio Negro, estão afetando a produção de leite em muitas fazendas. O excesso de chuva e a lama complicam a saúde do rebanho leiteiro, e muitos produtores relatam inúmeros casos de mastites. Enquanto isso, os produtores de leite continuam esperando a liberação do Fundo de Garanti de Dívidas, para aliviar o endividamento do setor.

A produção de leite no Brasil, de um modo geral continua baixa. A oferta de leite e creme não atende as necessidades de processamento, exceto para o leite engarrafado, leite UHT e queijo. Dada a baixa produção, os preços do leite ao produtor estão relativamente elevados, com o aumento dos custos das indústrias. A demanda por lácteos está boa em todo o país. Assim sendo, é esperado que as importações de lácteos procedentes de países vizinhos sejam firmes, e devem continuar por todo o outono/inverno. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)
 
 
 
Ritmo de retomada do varejo está mais forte

Após avançarem 1,1% no mês de março, as vendas do varejo voltaram a crescer 1% em abril, de acordo com dados do IBGE. Para Isabella Nunes, gerente de coordenação de serviços e comércio do instituto, os resultados mostram melhora no ritmo de retomada do varejo e um desempenho menos errático do setor. "Tínhamos meses de alta do varejo seguidos de meses de queda ou pouco crescimento. Era um dado mais volátil. Foi o primeiro par de meses que o varejo se mantém em um ritmo de recuperação", avalia Isabella.

As perdas acumuladas em 2015 e 2016, no entanto, não foram totalmente recuperadas. "O varejo ainda está 6% abaixo do ponto mais alto da série histórica, de outubro de 2014. Mas essa distância está diminuindo e no caminho para eliminar as perdas passadas", completa. Na avaliação do IBGE, o desempenho positivo em março e abril tem relação com o comportamento benigno da inflação e o crédito mais barato. 

Para entender quais foram os impactos da greve dos caminhoneiros no desempenho geral do setor varejista, será preciso aguardar a divulgação pelo IBGE dos resultados de maio. (As informações são do jornal Valor Econômico)

Euromonitor: consumo de alimentos sem glúten e lactose cresce no Brasil

O brasileiro está cada vez mais interessado em produtos sem glúten e lactose. Essa é a principal tendência identificada pela Euromonitor em um estudo sobre alimentação saudável apresentado na feira de produtos orgânicos Bio Brazil Fair, realizada no dia 8 de junho. Entre todas as categorias de alimentos funcionais, naturais ou de perfil saudável, como os orgânicos, diet e light, os produtos sem glúten têm a maior previsão de crescimento no país até 2022, com aumento nas vendas estimado entre 35% e 40% ao ano.

Hoje, o consumo anual de pães sem glúten está em pouco mais de US$ 1 dólar per capita no Brasil. Já bolos e massas sem o componente têm o consumo ainda abaixo de US$ 0,50 per capita. Outra tendência de aumento do consumo no país é o leite sem lactose, com alta anual estimada entre 10% e 15% nos próximos cinco anos. O produto mantém uma alta taxa de crescimento, mesmo já tendo um consumo significativo no Brasil — as vendas superam os US$ 300 milhões e US$ 2 per capita anuais.

De forma geral, os alimentos industrializados “livres de”, em que o fabricante tira de sua composição algum dos nutrientes que podem causar mal-estar ao consumidor, cresceram a um ritmo de 8% ao ano entre 2012 e 2017 na América Latina, aponta a Euromonitor.

Uma mudança de hábito contribui para esse cenário, segundo Maria Mascaraque, consultora de alimentos e nutrição da Euromonitor: buscar produtos totalmente naturais é a principal tendência na compra de alimentos saudáveis tanto no Brasil quanto globalmente. “Ser natural é a prioridade número um dos consumidores, o que ajuda a explicar porque os alimentos industrializados ‘free from’ e os orgânicos continuam a liderar o segmento de produtos saudáveis. Os consumidores buscam funcionalidade nos alimentos que consomem, mas somente se forem obtidos por meio de ingredientes naturais”, diz.

Soja em queda
Por outro lado, as bebidas à base de soja estão em queda no mercado brasileiro. Leite e suco que utilizam o grão devem ter o consumo reduzido em 10% ao ano até 2022, aponta o levantamento. Outros tipos de leites “alternativos” sem lactose, como o de coco e amêndoa, aparecem como uma opção crescente às bebidas com soja. Embora ainda representem menos da metade do valor de mercado destas, deverão ter um avanço anual próximo de 25% nos próximos cinco anos, segundo os autores da pesquisa. (As informações são da Época Negócios)

Leite em pó/AR 

Boa notícia: a partir deste mês de junho estão liberadas completamente as exportações de leite em pó da Argentina com destino ao Brasil. Não tão boa notícia: as vendas da commodity caíram em decorrência da crise política e econômica que está atravessando o principal sócio do MERCOSUL.

No dia 14 de agosto de 2017 representantes do Centro da Indústria Leiteira (CIL) da Argentina, ao terminar a cota de 51.600 toneladas correspondente ao ciclo comercial 2016/17, renegociaram em Brasília a prorrogação do mesmo até maio de 2018, com volumes mensais máximo de 5.000 toneladas. E obtiveram o compromisso, por parte do governo brasileiro, de que a partir de junho deste ano a restrição seria suspensa. Mas o novo cenário liberado não tem (e provavelmente não terá) efeito algum sobre a cadeia de valor dos lácteos da Argentina devido a queda da demanda brasileira. Nos primeiros quatro meses de 2018, segundo dados da alfândega do Brasil, as importações de leite em pó totalizaram 23.226 toneladas pelo valor total de US$ 67,7 milhões. No mesmo período de 2017 haviam sido 44.435 toneladas, ao custo de US$ 143 milhões.

No que se refere às vendas argentinas, entre janeiro e maio deste ano foram enviadas para o Brasil 11.603 toneladas pelo valor médio de US$ 2.911 a tonelada, enquanto no mesmo período de 2017 foram exportadas 16.582 toneladas, com o preço médio de US$ 3.255 a tonelada.

O Uruguai teve pior sorte: nos primeiros quatro meses deste ano enviaram 8.312 toneladas de leite em pó integral para o Brasil ao preço médio de US$ 3.054 a tonelada, quando no ano passado foram embarcadas 23.666 toneladas pela cotação média de US$ 3.255 a tonelada.

Como a cota de leite em pó violava as normas estabelecidas pelo MERCOSUL, o acordo se apresentava como um “acordo privado de auto-regulamentação” gerenciado pelo CIL e pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). (valorsoja - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)
 

Mapa é autorizado a contratar 300 médicos veterinários concursados
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já pode contratar 300 médicos veterinários aprovados em concurso público para desempenhar a função de auditores fiscais federais agropecuários (AFFA). Nesta segunda-feira (11), o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG) aprovou as contratações (Portaria nº 155). As nomeações serão realizadas a partir de julho. O salário inicial destes servidores será de R$ 14.584,71 e, a jornada de trabalho, de 40 horas semanais flexíveis, conforme a necessidade do cargo. Entre as atribuições estão a inspeção e a fiscalização dos produtos de origem vegetal e animal. Das 300 vagas, 285 serão ocupadas por livre concorrência e 15 destinadas a pessoas com deficiência (PCD). Os municípios que oferecem maior número de vagas são Itapiranga e Videira, em Santa Catarina, com quatro vagas cada. Entre as PCDs, Brasília fará o maior número de contratações: cinco pessoas. O Mapa solicitou ao Ministério do Planejamento a possibilidade de serem chamadas mais 150 profissionais aprovados no mesmo concurso. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, a contratação resulta do esforço do ministro Blairo Maggi para reforçar a defesa agropecuária, reafirmando o compromisso internacional de garantir produtos com segurança alimentar. (As informações são do Mapa)
 

 
 

Porto Alegre, 12 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.754

 

  Leite/Europa 

Recente relatório da União Europeia (UE) mostrou dados do aumento da produção de leite pelo menos até março. A oferta de queijo e manteiga está apertada. As indústrias europeias agradecem o leite extra. No entanto, isto é apenas parte da verdade. Existem limites em termos de capacidade em várias fábricas, dependendo do país, ou mesmo em regiões de cada país.

O leite fluido pode transitar livremente pelos países da UE, no entanto, por questões de economia, tempo, custos de transporte e outros fatores podem resultar em algumas fábricas tendo muito, ou às vezes pouco leite. Assim, o crescimento mencionado, não é uniforme e nem o processamento, para utilizar todo o leite disponível. Às vezes pode ser, mas, nem sempre. A UE se esforça para cumprir as obrigações assumidas com as exportações e nova capacidade de produção é um trabalho para ajudar a manter dominância nas exportações. O certo é que no caso dos queijos isto é verdade. Em prol da produção e venda de queijos, um esforço está sendo realizado na Holanda para produzir mais leite nos padrões alemães para obter um certificado de leite produzido por vacas que se alimentam de grãos livres de modificações genéticas, e pastagens. Isto é vital para produzir não apenas mais queijos holandeses para o mercado alemão, mas também para consumidores do mercado mundial preocupados com este tipo de certificação.

As exportações de queijo comunitárias de janeiro a março de 2018 aumentaram 1,3% em relação ao mesmo período de 2017. Os três maiores compradores de 2018 em percentuais, em relação a 2017 são: Estados Unidos (-11,29%); Japão (-6,53%), e Suíça (+5,35%). Os dados são do site CLAL.

A Comissão Europeia divulgou no dia 1º de junho a proposta de revisão da Política Agrícola Comum (PAC). A proposta limitaria o pagamento em € 100.000 por fazenda. Isto é um aumento em relação ao limite anteriormente sugerido de € 60.000 por fazenda. Mesmo com uma proposta maior, vozes das grandes fazendas se opõem. Os apoiadores da proposta lembram que o orçamento para o exercício financeiro plurianual (MFF) de 2021-2017, que financia o PAC, será melhor depois do Brexit. Há também a preocupação de alguns membros de que a flexibilidade excessiva concedidas aos Estados Membros pode levar a resultados não satisfatórios para todos. Surgem tensões Leste-Oeste. Alguns agricultores que são beneficiários tradicionais, como França e Dinamarca, expressaram preocupações de que a nova estrutura estaria deslocando recursos para fazendas da Polônia e países Bálticos. As discussões devem perdurar por algum tempo ainda, pois serão dois anos de prazo, até que a decisão final seja tomada.

Representantes do governo da Bielorrússia se encontram com seus homólogos da Mongólia com o objetivo de estabelecer um cluster lácteo na Mongólia. A Bielorrússia propõe compartilhar modernas tecnologias de armazenamento, processamento e produção agrícola com a Mongólia. A Bielorrússia acredita que este é um passo no desenvolvimento de relações comerciais com outros países da região Ásia-Pacífico. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)
 
 
 
Leite/Oceania

Este é período do ano em que a produção de leite na Austrália está no menor patamar. É uma oportunidade para fazer manutenção das fábricas sem a interferência do fluxo de leite. O inverno vem chegando, e trouxe chuvas substanciais para o Sudeste da Austrália e que são muito bem vindas

Mesmo que as chuvas sejam bem vindas por trazerem umidade para o solo seco, a persistência delas atualmente traz preocupações em relação ao mofo e fungos que podem atingir os fardos de feno armazenados. A demanda por feno é forte na região, e a ameaça de perda foi tão preocupante a ponto de esgotar os estoques rapidamente. O norte da Austrália também enfrenta escassez na oferta de feno. Alguns analistas acreditam que a demanda irá superar a oferta nos próximos meses. Na Austrália Ocidental existe um intenso comércio de exportação de feno. Este negócio tende a impactar no preço doméstico do feno de qualidade. A meta para agora é a estreia de um índice de preços do leite elaborado pelo governo australiano. Este foi um debate eleitoral. O índice pretende informar os produtores sobre o mercado, indexando as cotações das commodities lácteas, projetando expectativas de preços no ano, identificando preços regionais do leite ao produtor, e fazendo análises diversas.

Nova Zelândia
Historicamente, a temporada começa no dia 1º de junho na Nova Zelândia, e esse dia é chamado do dia em movimento. Tipicamente, em grande velocidade, vacas de leite e famílias mudam de pastagens e de casas. Houve alguns debates sobre a necessidade de cancelar o dia em movimento deste ano em decorrência das preocupações com o mycoplasma bovis (m.bovis). A Nova Zelândia começa o processo de sacrificar vacas de rebanhos afetados. Fazendas contaminadas com m.bovis não poderão movimentar seu rebanho no dia 1º de junho, ou mesmo nunca, a não ser para abate.

No entanto, foi decidido que, para as fazendas e rebanhos não afetados, o movimento das vacas poderá ser realizado com rastreamento, para evitar a propagação de m.bovis. O cancelamento da movimentação tradicional seria inaceitável, especialmente porque o rastreamento é suficiente para prevenir a disseminação de doenças. Outros fatores também estão associados ao movimento dos animais, incluindo o bem-estar animal, uma vez que poderão faltar alimentos em determinados lugares, enquanto haverá degradação de pastagens em outros, durante o inverno.  

Fazendas que perderam seus rebanhos de leite em decorrência da M.Bovis deverão ficar um tempo sem retornar a produção. Depois da remoção das vacas haverá um período inicial de 60 dias. Esse intervalo de tempo será utilizado para limpar e desinfetar a propriedade. Formar um novo rebanho levará um tempo, e observadores consideram que reconstruir a partir do zero é um processo complicado. Um banco acredita que essa reposição levará a um processo inflacionário regional. Os produtores afetados perderão seus programas de melhoramento genético. Portanto, além de perderem em número, também perderão em qualidade. Já o impacto na produção de leite da Nova Zelândia será apenas marginal. Mas, em algumas regiões localizadas o impacto será substancial e difícil. Para os produtores altamente endividados haverá um estresse adicional. Haverá uma competição visível entre os processadores. Acredita-se que a grande cooperativa da Nova Zelândia esteja procurando fornecedores entre os produtores contratados por indústrias concorrentes. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

 


 
Exportações/Uruguai 

Nos primeiros cinco meses do ano o valor das exportações do setor lácteo foi 7% superior ao verificado no mesmo período de 2017, totalizando US$ 245,7 milhões, informou o Instituto Nacional do Leite (Inale).

Os principais aumentos ocorreram nas vendas de leite em pó integral e de manteiga. O Brasil é o principal destino (30% do total exportado), seguido pela Argélia (20%), China e Cuba (8%, cada) e México (7%). O Inale informou que no acumulado até maio, os produtos que aumentaram seu faturamento foram a manteiga US$ 26 milhões (38% mais que no mesmo período de 2017), e o leite em pó integral, com US$ 147 milhões (16% a mais). No mesmo período caiu o leite em pó desnatado e o queijo.
 
 

Ao comparar os preços médios dos produtos exportados, observa-se um incremento de 17% na manteiga e de 5% nos queijos, enquanto caem os preços de leite em pó, tanto desnatado como integral. Em maio os preços dos queijos exportados pelo Uruguai se mantiveram em relação a abril e foram negociados com a média de US$ 4.206 por tonelada, acrescenta o Inale. Melhoraram as remessas de leite em pó integral (+26%), atingindo 47.901 toneladas, e manteiga, (+18%), 4.888 toneladas.

Os principais destinos
Por produto, a Argélia é o principal destino do leite em pó integral, (34%) e em segundo lugar se encontra o Brasil (31%). O leite em pó desnatado vai preferencialmente para o Brasil (58%), seguido pelo México (11%). Os queijos, o primeiro lugar é para o Brasil (31%), depois México (22%). E, por último a manteiga vai em primeiro lugar para a Rússia (33%), e em segundo lugar para o Irã (18%). (TodoElCampo - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

 

Censo Agropecuário terá primeiros resultados divulgados em julho, diz IBGE
 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará no fim de julho os primeiros dados do Censo Agropecuário. Os 26 mil recenseadores contratados para o levantamento coletaram informações de 5,3 milhões de estabelecimentos, em 7 milhões de visitas a endereços espalhados por todo o País. Alguns estabelecimentos precisarão ser visitados novamente para verificação de dados, mas os resultados da primeira divulgação não serão afetados, disse Roberto Olinto, presidente do IBGE. “A taxa de resposta foi muito alta. O rescaldo foi pequeno, muito localizado, mas tem que fazer. Tanto que não afeta dados da divulgação preliminar”, explicou Olinto. Os dados que necessitam de tabulação mais elaborada, que dão panorama sobre a agricultura familiar, por exemplo, serão divulgados adiante, com outros desdobramentos da pesquisa, contou Olinto. O último Censo Agropecuário foi realizado em 2006/2007. O levantamento deveria ocorrer a cada cinco anos, mas o IBGE não conseguiu o orçamento necessário. O Censo realizado agora tinha orçamento previsto de 1,6 bilhão, com a contratação de 80 mil profissionais, mas teve que ser reduzido para caber na verba aprovada de R$ 550 milhões e contratação de 29 mil funcionários temporários. “Esse censo foi reprogramado com orçamento muito menor”, reconheceu Olinto. “Diminuir projeto é diminuir propaganda e publicidade, não é cortar medições técnicas”, defendeu. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)