Pular para o conteúdo

 

Porto Alegre, 31 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.850

Sindilat participa do 1° Seminário de Brucelose e Tuberculose na Bovinocultura do Leite
 

Investir na sanidade animal para prevenir zoonoses como brucelose e tuberculose no rebanho leiteiro é fundamental para viabilizar a manutenção do mercado interno e para a ampliar a exportação de produtos lácteos brasileiros e a segurança dos produtores da cadeia. Para debater os principais desafios no controle e erradicação das duas doenças, a Universidade de Passo Fundo (UFP) promoveu, nesta quarta-feira (31/10), o 1° Seminário de Brucelose e Tuberculose na Bovinocultura do Leite. 

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, abriu o ciclo de palestras do evento, com o tema 'Impacto da brucelose e tuberculose na comercialização dos produtos lácteos', durante o painel titulado "Cenário atual no controle de Brucelose e Tuberculose na bovinocultura de leite". A tônica da apresentação foi a garantia de que os processos de pasteurização realizados nas indústrias de laticínios e o serviço de inspeção com o selo e requisitos de exigências sanitárias da matéria-prima junto aos produtores de leite garantem a qualidade e garantia de excelência ao consumidor final de produtos lácteos. "A certificação das produção livre de brucelose e tuberculose é um diferencial na comercialização quando se trata de abertura e manutenção de mercados", ressaltou Guerra. 

Para ilustrar essa condição sanitária, o presidente citou a União Europeia. Para que as indústrias brasileiras conquistem espaço nos países integrantes do bloco é necessária a apresentação de documentos que comprovem a certificação da matéria-prima quanto a tuberculose e brucelose. De acordo com Guerra, o Sindilat incentiva o debate do tema e, por meio da Aliança Láctea Sul-Brasileira, estuda a possibilidade da criação de um programa para ampliar a conscientização dos produtores dos três estados do Sul do país, vislumbrando a manutenção do mercado interno e aplicação do externo. "O objetivo é ter as propriedades controladas e posteriormente certificas das doenças. É um passo de cada vez", destacou.

Além do painel que discutiu o cenário atual de controle das doenças, o evento promoveu outros três painéis: Desafios no controle das doenças na produção animal e na saúde humana; Responsabilidade dos médicos veterinários PNCEBT e as dificuldades enfrentadas na execução dos testes para as zoonoses e Incentivos oficiais para a cerificação da brucelose e tuberculose. 

Segundo o coordenador do evento, Fernando Pilotto, o seminário foi pensando para conscientizar os produtores, a indústria e profissionais da área sobre a urgência na prevenção e na certificação das propriedades livres de zoonoses .  (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito da foto: Alessandra Pasinato
 

A Captação de leite na UE caiu pela primeira vez em 18 meses

Produção/UE - A captação de leite na União Europeia (UE), em agosto, foi ligeiramente inferior à de agosto de 2017 (-0,1%), o que resultou em 19.000 toneladas a menos de leite. 

Este foi o primeiro mês com queda da produção de leite na UE, desde fevereiro de 2017. Portanto, é a primeira redução na captação de leite, depois de estarem subindo por 18 meses consecutivos. A captação de leite em agosto diminui 9,9% na Lituânia, seguido pela Letônia (-7,9%) e Estônia (-7,6%), como consequência da seca. No total, 14 estados membros reduziram a produção. As maiores quedas em termos absolutos são Itália, e Holanda com volumes menores em 40.000 e 35.000 toneladas.

Os maiores aumentos em volume foram detectados na Irlanda e Dinamarca, enquanto, em percentuais foram verificados na Romênia (+9,7%). Na Espanha houve crescimento de 1,5% na captação de leite. No acumulado de janeiro a agosto, a captação de leite na UE cresceu 1,5%, em relação ao mesmo período de 2017.
 
Como mostra o gráfico, nos oito primeiros meses do ano, a captação acumulada diminuiu basicamente nos países do leste europeu. Na UE-15, a captação acumulada aumentou, embora, no Reino Unido e Irlanda, grandes produtores de leite, o percentual de crescimento tenha sido muito pequeno.

No acumulado de 2018 a produção de produtos variaram assim: manteiga (+1,8%); queijo (+a,8%); leite fermentado (+1,1%); leite concentrado (-12,1%); Leite em pó integral (-2,7%); leite fluido (-1,3%); creme de leite (-1,2%); e leite em pó desnatado (-0,4%). (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 

China: com consumo de lácteos ainda baixo, pesquisa aponta possibilidade de expansão do mercado

Um novo relatório classificou os chineses como pouco conhecedores do consumo de leite e sugeriu que - se houver maior discernimento do assunto - há um potencial de crescimento significativo para a indústria de lácteos no país. Com base em uma pesquisa com 4 mil entrevistados de mais de 20 cidades chinesas, o relatório Chinese Milk Quotient descobriu que o quociente de leite dos consumidores é de 60,6 dos 100 pontos, quase abaixo do padrão.

Os trabalhos da pesquisa começaram no início deste ano e o relatório foi publicado pela Associação da Indústria de Laticínios da China e pela holandesa Royal FrieslandCampina em setembro, em Pequim. "Os consumidores chineses têm consciência de que o leite é bom para sua saúde, mas o público não sabe como consumir corretamente os produtos lácteos e, mais importante, eles não têm o hábito. A tarefa de melhorar a alfabetização nacional da saúde ainda é árdua, disse o diretor geral do CDIA, Wu Qiulin.

Os adultos chineses devem consumir 300 gramas de leite ou a mesma quantidade de produtos lácteos diariamente, de acordo com as Diretrizes Dietéticas Chinesas, mas muitas pessoas não estão cientes dessa informação.

O relatório mostrou que apenas 43% dos consumidores pesquisados conheciam a diretriz e mais de 22% conseguiram atingir o padrão. Mais de 50 milhões nunca bebem leite porque não gostam do sabor e não estão acostumados a beber, segundo o relatório, que apontou também que a maioria consome leite e iogurte, com pouquíssimos consumidores de queijos e manteiga. "A atualização contínua do consumo no país exigiu maiores exigências para o setor lácteo", afirmou o presidente do Comitê Nacional Chinês de Federação Internacional de Laticínios, Song Kungang.

"Alguns fabricantes de laticínios introduziram produtos diferenciados, como o leite sem lactose na China nos últimos anos, para atender à demanda de chineses intolerantes à lactose. Este é um movimento altamente benéfico. Iremos incentivar as empresas de lácteos a desenvolver produtos mais diversificados e enriquecer tipos de produtos", completou. Este ano, as vendas de produtos lácteos na China devem subir 6,4%, para 399 bilhões de yuans (US$ 57,44 bilhões), segundo a Euromonitor International.

Estima-se que as vendas anuais de produtos lácteos na China cresçam 16,8% para 480 bilhões de yuans (US$ 69,10 bilhões) até 2023. Atualmente, a o país é o segundo maior mercado mundial de laticínios, depois dos Estados Unidos. Neste ano, as vendas totais de produtos lácteos devem chegar a US$ 65 bilhões nos EUA, apurou a Euromonitor.

Na China, o consumo anual e total per capita de produtos lácteos é de cerca de 36 quilos por ano, enquanto o valor é de 50 quilos nos países vizinhos como Japão e Coreia do Sul. Especialistas do setor disseram que o mercado de laticínios da China deve continuar crescendo.

Nas principais cidades chinesas, o mercado de lácteos tende a empreender algumas mudanças estruturais. "As vendas de leite puro de alta qualidade continuarão a crescer, e as vendas de iogurte e queijo estão crescendo", explicou Zhang Liebing, professor associado da Universidade Agrícola da China. (As informações são do China Daily, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Preço da Arla Foods para novembro não altera
Arla/Preço - O preço do leite convencional da Arla Foods não sofrerá alteração em novembro de 2018, permanecendo em 32,47 pence, [R$ 1,51/litro]. "Não percebemos ainda qualquer impacto da seca de verão e enquanto a oferta global de leite se mantiver estável, haverá significativa redução nos preços das commodities manteiga e creme", disse Johnnie Russel, diretor do Conselho da Arla Foods. (The Dairy Site - Tradução livre: Terra Viva)

 

Porto Alegre, 30 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.849

Sindilat prestigia lançamento da obra que marca o cinquentenário da Cooperativa Piá

Livro 50 Anos de Histórias - Crédito Miron Neto

A Cooperativa Piá lançou na terça-feira (29) o livro "50 anos de histórias", obra que aborda a trajetória da cooperativa desde a sua fundação - 1967-2017, data de cinquentenário. Assinado pela jornalista Maria Lúcia Badejo, o livro mostra o ciclo de crescimento da Piá, com prefácio de Werno Neumann, primeiro presidente da cooperativa.

O lançamento da obra que remete ao cinquentenário foi realizado em cerimônia na Sociedade de Vila Olinda, em Nova Petrópolis, e contou com a presença de associados fundadores, familiares e representas do setor lácteo. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, participou da festividade.  Na ocasião, os associados fundadores foram presenteados com o livro e um certificado. 

O presidente da cooperativa, Jeferson Smaniotto, destaca que o livro é um importante resgate histórico do legado da cooperativa, e também uma homenagem aos colaboradores "pelo ato de bravura e de coragem em acreditar no processo de organização de uma sociedade em cooperativa". Para Smaniotto, a obra encoraja os novos investidores a darem continuidade ao trabalho dos antepassados. 

Fundada com 213 associados, a Cooperativa Agropecuária Petrópolis alcançou 20,7 mil associados no ano passado.  Hoje, a marca está entre as líderes de mercado de iogurtes da Região Sul, e recebendo 131,5 milhões de litros de leite anualmente.  A cooperativa possui 17 unidades de supermercados e agropecuárias. (Assessoria de Imprensa Piá)

Produtores de leite de Cruzaltense garantem resultados pela profissionalização
 

Produção/RS - Numa propriedade, uma família garante uma sobra de até R$ 0,75 por litro de leite que produz e na outra, a família conseguiu um patrimônio de mais de R$ 700 mil só com a produção de leite.  

O segredo está na profissionalização das pessoas que trabalham na atividade e na escolha da estratégia certa para produzir com custos baixos e numa escala que garanta uma média de rentabilidade para evitar cair no vermelho. Na comunidade de Nossa Senhora de Lourdes, o agricultor Neri Bampi e a esposa produzem sete mil litros de leite por mês com 14 animais em lactação. Na propriedade são 27 animais no total e a própria família cria as novilhas. Atualmente a família recebe R$ 1,27 por litro e garante um lucro de quase 60%, ou seja, o custo de produção e o frete representam menos que a metade do eu recebem. Isso acontece porque a família produz leite exclusivamente à pasto. A única alimentação adicional vem da silagem de milho plantada em três hectares da propriedade. A silagem garante alimento quando a pastagem não dá conta. "Para quem tem pouca terra como nós, o leite é um excelente negócio. Para produzir grãos e ter a mesma renda, teríamos que ter mais terra", raciocina Neri. Ele tem auxílio da prefeitura de Cruzaltense para fazer a silagem.  A Secretaria da Agricultura fornece as máquinas a preço subsidiado para os produtores de leite. "É uma boa ajuda, principalmente porque falta mão de obra na agricultura. Quando vem a máquina também vem junto o operador", avalia o agricultor.

Na propriedade de Ildo Schmidt, os únicos insumos que vem de fora são o sal mineral e o farelo de soja, componentes da ração que a própria família produz. A fábrica de rações foi o último investimento, com o objetivo de dar autonomia para a atividade. A aveia, cevada e o milho vem da propriedade, assim como a silagem. Desta forma o custo de produção da família Schmidt é mais alto: chega a 62%, mas o que perde no custo, a família ganha na escala. Com 32 vacas produzindo a propriedade garante uma média de 850 a 1.000 litros de leite por dia, confirmando a projeção feita há oito anos.

Outra característica da propriedade é o manejo. Todos os piquetes tem água e árvores que foram plantadas para garantir sombra para o rebanho, porque Schmidt considera que o bem estar dos animais vem em primeiro lugar. O planejamento e o controle financeiro são outra característica marcante do produtor. Ele tem o controle de todos os custos, todas as metas e todas as necessidades de investimento, que são feitas de forma escalonada. Primeiro, a família comprou as ordenhadeiras, depois, investiu em irrigação de pastagens, em seguida foram instalados os silos e agora, a fábrica de rações. Sei Ildo calcula que a estrutura instalada dobrou o valor da propriedade. "100% do resultado que nós atingimos vem da gestão, nós fazemos todos os cursos que estão disponíveis, aprendemos a calcular a expectativa de retorno, os investimentos necessários e cruzando estas informações chegamos à conclusão de que a atividade é viável, por isso investimos e trabalhamos com segurança", diz o agricultor. Ele calcula que em média a produção de leite rende quatro vezes mais do que a produção de soja, mas em anos de baixa valorização do cereal, chega a ser sete vezes mais rentável.   

O secretário de agricultura do município, Moacir Rochemback, destaca o profissionalismo das duas famílias. "Eles atendem a todas as normas de sanidade e higiene, estão prontos para os novos desafios que a indústria e a legislação impõem, ou seja, são profissionais na sua atividade". Ildo Schmidt já visualiza um incremento de 25% na produção, a partir da análise feita pelo instrutor do último curso que ele participou e a projeção da Emater, que acompanha a atividade leiteira no município. Bampi, que sempre produziu leite, pretende manter a produção como principal atividade da propriedade. (Jornal Bom Dia)

CEPEA: com retorno das chuvas e lenta recuperação econômica, preço do leite recua

O preço do leite entregue em setembro e recebido pelo produtor em outubro registrou queda pelo segundo mês consecutivo. Segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a "Média Brasil" líquida¹ de outubro foi de R$ 1,4401/litro, recuo de 3 centavos ou de 2,4% em relação ao mês anterior. Ainda assim, a média de outubro ficou 37,6% acima da do mesmo mês de 2017. No acumulado de janeiro a outubro, o preço ao produtor registra alta de 39,3%, em termos reais².

A diminuição das cotações em outubro continuou atrelada ao consumo enfraquecido de lácteos, que, por sua vez, esteve associado à lenta recuperação econômica e aos elevados patamares de preços. Segundo agentes consultados pelo Cepea, indústrias e atacados ainda precisam praticar promoções para assegurar liquidez.

O leite UHT negociado entre indústria e mercado atacadista do estado de São Paulo se desvalorizou 4% entre setembro e outubro (a média deste mês considera até o dia 29). Apesar das vendas fracas, colaboradores relatam que os estoques estão baixos, o que limitou o movimento de queda neste mês - vale lembrar que, de agosto para setembro, o recuo foi de 6,6%.

Além disso, com o retorno das chuvas, a disponibilidade de pastagens se elevou e favoreceu a produção em muitas bacias leiteiras - o que também pressionou as cotações no campo. Apesar do crescimento do volume disponível, a oferta ainda segue enxuta, sem excedentes consideráveis para "inundar" o mercado. Por esse motivo, a competição entre as indústrias de laticínios impediu quedas mais intensas de preços neste mês. O Índice de Captação Leiteira do Cepea (ICAP-L) registrou alta de 2,8% na "Média Brasil". Ressalta-se, contudo, que o aumento da captação para algumas empresas apenas refletiu o maior poder de mercado.

1 - A "Média Brasil" considera os estados de BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS. Os preços líquidos não incluem frete e impostos.
2 - Os dados desta análise estão deflacionados pelo IPCA de setembro.

E o que esperar daqui para frente?
Para agentes do setor, a perspectiva é de que o movimento de desvalorização continue nos próximos meses. O aumento da oferta deve pesar mais no processo de formação de preços já em novembro (captação de outubro), com a consolidação do período de chuvas e melhoria das pastagens. Assim, colaboradores do Cepea esperam maior intensidade na queda das cotações para novembro e dezembro, podendo chegar aos patamares registrados em 2016, em termos reais.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em outubro/18 referentes ao leite entregue em setembro/18 nos estados que compõem a "Média Brasil". Fonte: Cepea-Esalq/USP. Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.


 
Tabela 2. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em outubro/18 referentes ao leite entregue em setembro/18 nos estados que não estão incluídos na "Média Brasil" - RJ, MS, ES e CE. Fonte: Cepea-Esalq/USP. Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%. (Por Natália Grigol, do CEPEA/ESALQ-USP)
 

 

Aumento da produtividade na cadeia do leite
Produtividade - Alimentação balanceada para produzir mais leite. As 40 vacas aumentaram de 750 para 1.100 litros por dia. Vídeo (Negócios da Terra)

Porto Alegre, 29 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.848

Preço garantido da FrieslandCampina - novembro de 2018

FrieslandCampina - O preço garantido do leite cru da FrieslandCampina para o mês de novembro de 2018 é de € 37,25/100 kg de leite, [R$ 1,60/litro]. Representou queda de € 0,75 em relação ao mês anterior que foi de € 38/100 quilos de leite, [R$ 1,63/litro]. 

Convertido em reais, o preço da FrielsandCampina caiu R$ 0,15/litro em decorrência de variações cambiais. A redução do preço de novembro foi decorrente da pressão sobre as cotações dos lácteos, ainda que esteja incluída uma correção de € 0,27 correspondente a estimativas feitas a menor no preço do leite em meses recentes. O valor é 12% menor do que o preço garantido em novembro de 2017.

O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores que entreguem acima de 800.000 quilos de leite por ano. Até 2016 o volume era de 600.000 quilos. A alteração do volume base de bonificação e o esquema da sazonalidade foi, então, descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina - Tradução livre: Terra Viva)

COM A FORÇA dos robôs

Robotização na produção de leite reduz dependência de mão de obra na ordenha e melhora condições de trabalho nas propriedades.

Geralmente associado à ordenha, o uso de robôs nas propriedades de leite fornece um arsenal de informações que ajuda o produtor a gerenciar a propriedade. Os dados servem, por exemplo, para o aprimoramento genético. Como o sistema gera relatórios em tempo real e armazena o histórico de produção, é possível identificar quais são os animais com melhores resultados e até qual é o momento mais adequado para a reprodução.

A tecnologia permite ainda detectar problemas de saúde e controlar melhor a alimentação. Isso porque a ração é fornecida pelo próprio robô, que libera alimento no momento da ordenha e de acordo com o rendimento da vaca, estimulando a produtividade.

Esses ganhos podem abrir oportunidades para a indústria, com maior qualidade dos produtos. O resultado, porém, deve ser sentido a longo prazo pelo consumidor, segundo Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS):

- No Rio Grande do Sul, há espaço para melhoramento genético. E, trazendo o robô para as propriedades, é possível aumentar o índice de sólidos no leite, o que gera uma conversão industrial maior em alguns produtos, como queijos.

ANIMAIS MAIS SAUDÁVEIS E PRODUTIVIDADE MAIOR
Matéria-prima dos queijos finos, o leite produzido por meio da ordenha robotizada na Granja Cichelero já resultou em ganhos nos sólidos, com incremento de gordura e proteína. Os R$ 1,4 milhão investidos na aquisição de dois robôs de ordenha e em melhorias estruturais também diminuíram a necessidade de mão de obra na empresa de Carlos Barbosa, na Serra.

- Conseguimos aumentar em 5% a produtividade do rebanho, mas o principal incremento é na qualidade do leite. Reduzimos em 60% a contagem de células somáticas desde que implantamos robôs (quanto menos células, mais saudável está o animal) - afirma o produtor Daniel Cichelero.

Escala de produção das cooperativas ajuda a disseminar tecnologia
As cooperativas devem ter papel importante na disseminação dos robôs de ordenha. Isso porque o investimento é alto e necessita de escala de produção para gerar retorno. O valor para adotar a tecnologia pode passar de R$ 1 milhão, incluindo reforma e custo do robô, que sozinho, fica a partir de R$ 600 mil.

Nos últimos anos, a Dália Alimentos investiu na estruturação de quatro granjas equipadas com três máquinas cada. Os chamados condomínios leiteiros estão em Arroio do Meio, Candelária, Nova Bréscia e Roca Sales e envolvem mais de 50 famílias associadas.

- Cada condomínio tem em torno de 210 vacas, atingindo produção de 6,3 mil litros por dia - destaca Igor Weingartner, gerente da divisão de produção agropecuária da Dália.

Já a Santa Clara, de Carlos Barbosa, foi a primeira cooperativa a ter um produtor com ordenha robotizada. Ezequiel Nólio segue como único que produz com a ajuda de robôs, mas outros associados pretendem adotar a tecnologia.

- É um caminho sem volta porque melhora a vida do produtor e ajuda a manter a atividade nas propriedades - afirma Maurício Bonafé, gerente do departamento de política leiteira da Santa Clara.

PROCESSO MAIS EFICIENTE SEM INTERFERÊNCIA HUMANA
Cheias de leite no úbere, as vacas se aproximam sozinhas da sala de ordenha. Assim que um animal se acomoda dentro da estrutura, um braço robótico começa a atuar. Em questão de segundos, a máquina encaixa as teteiras, por onde passará o leite com destino ao tanque resfriador. Todo o processo ocorre sem interferência humana. Há três anos, essa cena ocorre durante 24 horas por dia no Tambo Nólio, em Paraí. Aos poucos, a situação começa a se tornar comum também em outras localidades do Rio Grande do Sul.

A família Nólio foi pioneira na robotização da ordenha no Estado. Em 2015, o produtor Ezequiel Nólio e seus pais investiram mais de R$ 900 mil na aquisição de um robô e em melhorias estruturais para a adaptação ao sistema. Foi instalado um software, que gera relatórios em tempo real sobre a produtividade e a saúde dos animais. A opção pela tecnologia mudou radicalmente a rotina na produção.

- A prioridade não é mais fazer a ordenha, mas sim tomar decisões em cima dos dados gerados pela própria máquina. Hoje, dá para gerir melhor a propriedade e decidir, por exemplo, qual vaca fica e qual é descartada - relata Ezequiel Nólio, responsável por gerenciar o tambo.

O produtor salienta que o único arrependimento foi não ter adotado a tecnologia há mais tempo. Ele aponta como maior vantagem a melhora na qualidade de vida. Hoje, não precisa acordar às 5h para ordenhar as vacas, que agora "escolhem" o horário que desejam fornecer leite. O produtor trabalha pela manhã e tem as tardes livres. Além disso, não é mais necessária mão de obra na ordenha, que antes ocupava três funcionários.

No local, as mais de 60 vacas do rebanho geram em torno de 2,3 mil litros de leite por dia, que são entregues à cooperativa Santa Clara. Antes do robô, era produzida a mesma quantidade da bebida, mas a partir de 80 animais.

A adoção do sistema fez o Tambo Nólio virar atração turística em Paraí. Por mês, em torno de 500 pessoas, entre estudantes, pecuaristas e profissionais de diferentes áreas, vão conhecer de perto como opera o robô na ordenha. 

Cenário econômico impede maior expansão
Plantel de gado leiteiro com maior produtividade do país, o Rio Grande do Sul também é líder na robotização da ordenha. Em solo gaúcho, a tecnologia começou a ser utilizada em 2015 e hoje está presente em 16 propriedades. Essa expansão poderia ter sido mais rápida, não fosse a crise enfrentada pelo setor leiteiro, sobretudo no ano passado, com a queda da remuneração dos profissionais da atividade.

Mais recentemente, outro fator se tornou obstáculo para o avanço do sistema: a desvalorização do real frente ao dólar e ao euro. Atualmente, três fabricantes atuam no país e importam os equipamentos de Alemanha, Holanda e Suécia. E, por isso, o preço no mercado nacional acaba acompanhando a oscilação do câmbio.

- A crise no setor e a alta do dólar impactaram um pouco a procura pelos robôs, mas vemos tendência de aumento da robotização - aposta Valdair Kliks, representante comercial da holandesa Lely no Brasil.

Como o investimento é significativo, empresas começam a oferecer aluguel do equipamento. É o caso da sueca DeLaval, que já tem boa parte da demanda vinda desta modalidade.

- O custo do aluguel sai em torno de R$ 5,5 mil mensais, e a procura está muito forte. Devemos instalar 33 robôs até o final do ano, a maioria por aluguel - menciona Márcio Gato, gerente comercial da DeLaval no Rio Grande do Sul.

Custos à parte, a adoção dos equipamentos de ordenha passa pela melhora na qualidade de vida do produtor, que não precisa mais madrugar para tirar leite, e pela redução da necessidade de funcionários.

- O robô permite a flexibilização de horários. No modelo tradicional, o produtor fica preso sete dias da semana - compara Pedro Hepp, representante comercial da alemã GEA.

SISTEMA AJUDA NO BEM-ESTAR ANIMAL
Com o robô, os animais são ordenhados três vezes ou mais ao dia. Segundo criadores que já adotaram o sistema, a ordenha realizada em diferentes períodos melhora o bem-estar dos animais e diminui problemas de saúde, como a mastite (inflamação das glândulas mamárias).
No Rio Grande do Sul, o sistema está presente em 14 municípios, sendo sete na Serra. Apesar do avanço do modelo, a tecnologia é restrita a um grupo pequeno de produtores, em razão do custo do investimento.

Jaime Ries, assistente técnico da Emater-RS, avalia que é preciso alta produção ao dia - em torno de 2 mil litros de leite - para justificar o valor aplicado na tecnologia.
O Estado conta com cerca de 65 mil produtores de leite, mas no máximo mil teriam potencial para automatizar a ordenha, reforça o presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), Ernesto Krug. Mesmo assim, ele explica que a adoção do sistema é tendência mundial por ser mais eficiente do que a mão de obra humana e gerar ganhos de rendimento:

- Com o robô, a vaca vai à sala no horário que prefere, o que aumenta o conforto do animal e gera incremento médio de 10% na produtividade - avalia.

O dirigente destaca que a robotização é vantajosa para propriedades com mais de 60 animais e que adotam o sistema de confinamento. Mas ressalta a necessidade de análise individual para saber se o investimento efetivamente compensa. (Zero Hora)

Pecuária leiteira: revolução tecnológica acontece agora
Revolução tecnológica - "Essa revolução está acontecendo silenciosamente no Brasil. Nós conseguimos juntar as empresas de tecnologias de informação, as chamadas chics, juntar 25 universidades com a Embrapa e todas as entidades que apoiam o setor produtivo vinculado ao leite. Isso criou um ecossistema fundamental para que jovens descubram que é possível ganhar dinheiro criando soluções e fazendo com que o leite esteja no ambiente digital, no smartphone. O que não cabe no celular não cabe mais no mundo. Temos o ideas for milk, que já levamos para o Vale do Silício, para mostrar o que o Brasil está fazendo. Temos hoje startups, jovens de 22 anos, que estão vendendo tecnologia para empresas no exterior e aqui também. Tem uma coisa silenciosa que está acontecendo, muito forte, que está vindo com o leite e vai fazer com que tenhamos outra perspectiva: produção de leite com eficiência, inteligência, custo de produção menor e qualidade melhor. Isso não é para daqui a uns anos. Já está acontecendo. As empresas estão acordando e descobrindo que não é preciso vender só produto e sim serviço. Leite exige muita tomada de decisão no dia a dia. Facilita a vida do produtor e a vida do consumidor, que terá produto mais barato e melhor. Semana passada tivemos oportunidade de apresentar projeto pro BNDES que envolve empresas que produzem robôs. Pelo menos três já estão atuando. Envolve as startups, sensores na vaca que medem temperatura e sinalizam o cio dos animais". (Compre Rural
)

 

Porto Alegre, 26 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.847

Relação de troca piora com queda no preço do leite e alta nos custos

Preços do leite - As quedas de preços do leite na indústria e no mercado consumidor iniciadas em agosto refletiram no preço pago ao produtor nesse último mês. Em setembro, os produtores receberam R$1,59 por litro de leite, redução de 4,4% em relação a agosto, na média nacional. 

Apesar desse valor estar acima dos preços reais pagos no mesmo mês do ano passado, na média de janeiro a setembro, os preços de 2018 estão 6% abaixo dos valores de 2017. Entretanto, a expectativa é que as esperadas quedas no preço do leite até o final deste ano, devido ao fim da entressafra, sejam em menor magnitude que no ano anterior. Além dos fatores já citados na Nota de Conjuntura de Setembro (oferta interna estável, menor volume de importação e custos de produção em alta), o leite UHT no atacado no mercado de São Paulo já reduziu a intensidade de queda dos preços. Após cair 13% na média diária de agosto, em setembro os preços recuaram 6%, enquanto nas duas semanas de outubro os preços caíram 1,5%, em relação ao mês anterior.

 

O custo de produção de leite continua em alta. O ICPLeite, medido pela Embrapa, registrou aumento de 0,68% em setembro. O grupo que conteve uma maior alta do índice foi o concentrado, que registrou deflação no mês devido à redução no preço do milho. Por outro lado, o grupo de produção de volumosos foi o principal responsável pela alta no custo, com a valorização do dólar impactando os insumos para produção de silagem (sementes, defensivos e adubos). Nesse cenário, a relação de troca ao produtor de leite, medida pela quantidade de leite necessária para aquisição de 60kg de concentrado voltou a subir, encerrando setembro em 34,4 litros, contra 32,95 litros registrados em agosto. Considerando que essa relação foi de 45 litros em março desse ano, a situação atual do produtor está mais favorável que no início de 2018, mas ainda acima dos valores registrados nos meses de setembro de 2016 (32 litros) e de 2017 (32,5 litros). No mercado de grãos, a safra 2017/2018 foi finalizada com expressiva queda na produção de milho (- 17%) e novo recorde na soja (+ 5%). Mesmo com essa queda na produção de milho, a relação estoque/consumo interno está em nível satisfatório (22%). 

Nesse contexto, o preço do grão caiu quase 12% nos últimos 60 dias, chegando a R$37,11 a saca de 60Kg no último dia 11 (Cepea). A preocupação maior no momento é com a disponibilidade de soja no mercado interno. A relação estoque/consumo está em críticos 1% para o grão e 5% para o farelo, devido principalmente ao elevado fluxo de exportações, fazendo que com os preços internos estejam mais firmes, atingindo a cotação de R$1.445,64 por tonelada do farelo no dia 11/10 no Paraná (Deral-PR). As importações de leite em pó, apesar de registrarem volumes maiores nos últimos três meses, em relação aos mesmos meses do ano anterior, estão ainda 27% menores no acumulado do ano. Enquanto a média de janeiro a setembro de 2017 foi de 9,6 mil toneladas de leite em pó internalizadas, em 2018 esse valor é de 7,0 mil toneladas. Com a redução nos preços internos do leite, a competitividade do produto importado deve continuar reduzida, mesmo com a recente valorização do real de 11% nos últimos 30 dias. Por fim, vale mencionar os dados da Pesquisa Pecuária Municipal divulgados recentemente pelo IBGE que registraram queda de 0,5% na produção total de leite

em 2017. Como a produção inspecionada cresceu 5% no mesmo período, tem-se que a produção de leite informal reduziu quase 13% no ano passado, ficando em 27% do total de leite produzido no País. O número de vacas ordenhadas caiu expressivos 13,3%. A produtividade média por vaca aumentou 14,7%, atingindo quase 2 mil litros/vaca/ano, na média nacional. Destaque para a região Sul, que registrou produtividade média de 3.285 litros / vaca em 2017. (Embrapa)

 

Leite: preço médio no RS atinge o maior valor da série histórica

O preço médio do leite pago ao produtor gaúcho em 2018 é o maior da série histórica do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite). De janeiro a outubro, com valores mensais corrigidos pela inflação, a média é de R$ 1,13. O comentarista Benedito Rosa analisa o atual cenário da pecuária leiteira no Brasil e projeta tendências para as cotações em 2019. Assista a reportagem na íntegra (Canal Rural) 

Tetra Pak foca em embalagens sustentáveis, energia renovável e sustentabilidade

A fabricante de embalagens e processamento Tetra Pak lançou seu 20º relatório anual de sustentabilidade que oferece uma visão abrangente da empresa e como ela protege "alimentos, pessoas e futuros" nesse âmbito. As 'bolsas Tetra Pak' são um método líder de embalagens ecológicas para produtos lácteos e outras bebidas. A empresa prioriza os esforços de sustentabilidade e trabalha constantemente para melhorar suas atividades de desenvolvimento, fornecimento, fabricação e transporte.

 

Comprometimento com 100% de energia renovável
Em 2017, a Tetra Pak disse que reduziu o impacto climático geral em 13%, apesar do aumento de 19% nas embalagens vendidas. A empresa também teve suas metas de redução do impacto climático aprovadas pela iniciativa Science Based Targets (SBT) em 2016, tornando-se a primeira empresa em embalagens de alimentos a obter essa aprovação. Sob o SBT, a Tetra Pak se comprometeu a reduzir suas emissões operacionais de gases de efeito estufa em 42% até 2030 e em 58% até 2040, a partir de seus níveis de 2015.

"As metas baseadas na ciência nos permitiram alinhar nossos objetivos climáticos ao nível de descarbonização necessário para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C, olhar além de nossos compromissos existentes e definir um curso de ação até 2040".  As fábricas da Tetra Pak na Suécia, Dinamarca, Finlândia e África do Sul atingiram 100% de energia renovável em 2017, resultando em cerca de 20% dos principais locais da empresa agora com 100% de energia renovável.

Mario Abreu, vice-presidente de sustentabilidade da Tetra Pak, também analisou o recente movimento de proibição de plásticos e viu grandes empresas como a Starbucks e a McDonald's eliminarem canudos descartáveis de plástico e substituí-los por opções mais ecológicas.

"Sabemos que devemos fazer parte dessa conversa porque, embora seja uma quantia pequena, utilizamos o plástico em nossos produtos", disse Abreu. "Embora ainda estejamos trabalhando em como exatamente a Tetra Pak contribuirá para resolver esse problema a longo prazo, já garantimos nosso apoio à nova estratégia de plásticos da UE e assumimos o compromisso de desenvolver um canudo de papel até o final de 2018". Vantagens da energia renovável e bebidas longa vida
A estratégia de redução de carbono depende da energia renovável, comprovada em 2016, quando a Tetra Pak se comprometeu com o RE100 a fornecer 100% de eletricidade renovável até 2030. O relatório revela que a empresa já atingiu 50% de eletricidade renovável nos dois anos seguintes.

Para isso, a Tetra Pak adquiriu Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-RECs), que é "um padrão internacional para emissão, rastreamento e resgate de certificados de energia renovável (RECs) em países onde os sistemas de rastreamento para RECs ainda não existem". Eles também investem em energia solar e têm sete instalações de painéis solares em instalações em todo o mundo, e compartilharam que, até 2019, toda a eletricidade da empresa consumida nos EUA será de fontes renováveis.

A Tetra Evero, a primeira garrafa cartonada asséptica do mundo, foi lançada na América do Norte em 2017 como uma solução de embalagem para bebidas longa vida que podem ser armazenadas por até um ano sem refrigeração. Elimina a necessidade de transporte refrigerado e é a embalagem ideal para bebidas enviadas para ajudar no alívio de desastres naturais. O relatório detalhou seu sucesso em parcerias com seus clientes de bebidas para ajudar vítimas de furacões nos EUA desde o seu lançamento. Dennis Jonsson, presidente e CEO da Tetra Pak, disse: "os alimentos em uma embalagem da Tetra Pak podem ser transportados e armazenados por vários meses, sem a necessidade de refrigeração ou conservantes. Isso melhora significativamente o acesso a alimentos para pessoas em todo o mundo e agimos para garantir que esse potencial seja cumprido". (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Começa em novembro etapa de vacinação contra febre aftosa 
No próximo dia 1 de novembro, a maior parte dos estados brasileiros vai iniciar a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Desta vez, serão imunizados os animais com até 24 meses. Apenas o Acre, Espírito Santo, Paraná e parte de Roraima (reservas indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos) vacinarão todo o rebanho (jovens e adultos). (Jornal do Comércio) 

 

Porto Alegre, 25 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.846

"Leite é a Perfeição" hoje e para a próxima geração

WDS 2018 FIL/IDF - O principal orador da FIL/IDF Cúpula Mundial de Leite 2018 (WDS-2018) deu o tom para os cinco dias do evento quando declarou que "Leite é a Perfeição", ecoando as palavras de Hipócrates, o pai da medicina moderna.

O ex-Secretário Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon que abriu o encontro anual WDS-2018 em Daejeon, na Coreia do Sul, no dia 15 de outubro insistiu que o leite é um importante alimento em termos nutricionais quando se dirigiu à audiência de mais de 700 pessoas. "Desde a antiguidade as pessoas entendiam o valor nutricional do leite e, hoje, é um alimento básico para a população mundial de mais de 7 bilhões de pessoas", disse Ban. Ele também observou que o setor lácteo "tem um papel de liderança nos esforços internacionais para atingir os objetivos do Desenvolvimento Sustentável para erradicar a pobreza e a fome, e construir um mundo sustentável onde a humanidade possa desfrutar de melhor educação, saúde e igualdade".

Também foi gratificante ver a mensagem gravada pelo Secretário Geral da Organização Internacional para Padronização (ISO), Sergio Mujica, reconhecendo o papel essencial da FIL/IDF na promoção dos padrões ISO entre seus membros em todo o mundo, além de contribuições pertinentes na formulação de padrões internacionais e estabelecimento de diretrizes para o setor lácteo. Ele disse: "Essa estreita colaboração entre a FIL/IDF e a ISO é mantida através do desenvolvimento de padrões únicos para métodos de análise e amostras para produtos lácteos, unificando experiência e normas que melhoram a conformidade na segurança e qualidade dos alimentos". Também vieram os elogios do Secretário do CODEX, Tom Heilandt ao ressaltar que a FIL/IDF é como "um consultor técnico essencial em todas as questões relacionadas ao leite e produtos lácteos". Ele enfatizou a necessidade de continuar a harmonização global de normais para facilitar os negócios.

"Há muito o que fazer para conseguir alimento bom e seguro em todas as casas, o tempo todo. Precisamos de parceiros para distribuir estrategicamente as tarefas. Para leite e produtos lácteos, será a FIL/IDF". Com cerca de 120 palestrantes de todo o mundo, distribuídas em mais 40 conferências durante toda a WDS-2018, muito foi ganho em conhecimento. Palestrantes e delegados debateram o papel dos laticínios em dietas sustentáveis bem como a contribuição do leite e produtos lácteos para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, particularmente no que se refere à Fome Zero, eliminação da pobreza, saúde e bem-estar, igualdade de gênero e meios de subsistência.

Houve conferência especial para Programa Leite nas Escolas; Nutrição e Saúde; Segurança Alimentar; Meio Ambiente; Gestão Agrícola; Saúde e Bem-Estar Animal; Políticas e Economia Leiteira; e Marketing, que atraíram muitos interessados. As palestras ampliaram o conhecimento e a compreensão sobre cada assunto, com abordagens provocantes e estímulos aos espíritos inovadores. Finda Daejeon, a expectativa agora é a WDS-2019 em Istambul, que será realizada entre os dias 23 e 26 de setembro de 2019. Esse foi o documento da Diretora Geral da FIL/IDF, Caroline Emond, encerrando a WDS-2018. (FIL/IDF - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Além dos lácteos

Independentemente de quem assumir o comando do Brasil em 2019, a economia vai se recuperar. Este ao menos tem sido o mantra que a Laticínios Bela Vista, dona da marca Piracanjuba, entoa desde o início do ano. Luiz Cláudio Lorenzo, diretor comercial da companhia, explica que a empresa esperou 2018 para destravar os investimentos, os quais ele prefere não revelar em todas as suas cifras. "Em 2018, mudamos o perfil, temos sinalização desde o início do ano de crescimento mais forte neste ano, apostando em maior recuperação da economia em 2019", afirma.

A empresa guardou todas as novidades em 2017 para apresentá-las ao mercado apenas neste ano. Desde janeiro, a Bela Vista fez nada menos que 18 lançamentos de produtos, a maioria pela marca Piracanjuba e Leite Bom. "No ano de 2017, a gente foi mais prudente com os investimentos, um ano de muita dificuldade, de muita restrição no consumo", explica o executivo, há dez anos na companhia, alçado neste ano a porta-voz para representar os proprietários, os irmãos Marcos e Cesar Helou.

A empresa, criada em 1955, em Piracanjuba (GO), registrou receita líquida no ano passado de R$ 2,9 bilhões, um aumento de 8% em relação a 2016. Esse resultado ajudou o laticínio a passar da quinta posição no ranking dos maiores produtores de leite em 2016, de acordo com a Associação dos Produtores de Leite (Leite Brasil), para a quarta posição em 2017. E a expectativa para 2018 é crescer 25% em receita líquida, impulsionada pelos novos produtos e pela ampliação da captação de leite nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. "Vamos chegar à terceira posição", aposta Luiz Cláudio.

Com esse investimento em ampliação, a empresa vai elevar em 15% a captação de leite em 2018. No ano passado, a Bela Vista chegou a processar 1 bilhão de litros do produto, fornecido por 7 mil fazendeiros do país.

 


 
Segundo Luiz Cláudio, esses criadores passam por uma rigorosa avaliação de qualidade. A companhia possui um projeto chamado Pró-Campo, de aperfeiçoamento e estímulo aos seus produtores de leite. Até o fim do ano, esse programa será levado a Governador Valadares, em Minas Gerais, onde a empresa produz, desde 2014, leite longa vida integral, desnatado, semidesnatado, creme de leite e bebidas lácteas. Luiz Cláudio explica que essa iniciativa contribui para a melhoria da qualidade da matéria-prima por meio de treinamentos dos criadores para o melhor manejo dos animais. "É preciso recuperar a produção de leite da região de Governador Valadares. Ao longo do tempo, a produção de lácteos dessa área foi ficando um pouco mal assistida pelas indústrias que estavam lá. E entendemos que precisamos restabelecer a confiança dos produtores."

Que o leite é a principal matéria-prima da companhia, disso não há dúvidas. Mas há sempre espaço para novidades. Entre os lançamentos feitos pela companhia neste ano, Luiz Cláudio destaca produtos que não são lácteos, com o intuito de mostrar que a diversificação é boa para todo negócio. "Somos um dos três maiores players em leite longa vida, leite condensado, creme de leite e bebidas lácteas, e podemos ser maiores", diz. Porém, avalia, há um novo mercado em ebulição: pela marca Viva Bem, a Bela Vista apresentou um chá-mate pronto para beber e, em parceria com a Blue Diamond Growers, empresa californiana líder na venda de amêndoas, lançou a Almond Breeze, bebida feita com base nesse fruto.

 

"A gente entende que esse é um mercado em evolução, em crescimento. É um nicho de mercado, sem dúvida. Mas vem crescendo nos últimos anos, uma bebida alternativa ao leite", diz o diretor. "Há interesse por pessoas que são intolerantes à lactose e pelos veganos. E, claro, é uma bebida de cereais, com baixa caloria." Ambas as bebidas são produzidas na unidade da companhia em Bela Vista de Goiás (GO). A empresa atua também com unidades fabris em Doutor Maurício Cardoso (RS), Maravilha (SC) e Sulina (PR). Há uma fábrica em Imperatriz, no Maranhão, que está no radar da Bela Vista para ser arrendada há mais de um ano, mas problemas judiciais relativos ao antigo dono tornam esse movimento imprevisível. Em 2019, a companhia deverá terminar a reforma na fábrica de queijo muçarela em Sulina. A unidade, que processava 50.000 litros de leite por dia, terá sua capacidade triplicada. O valor do investimento, isso o executivo goiano não revela. "O valor desse investimento, e dos investimentos totais, não informamos para não despertar os concorrentes. O sentido é que este ano voltamos a investir um pouco mais, acreditando na estabilização da economia independentemente de quem será o presidente do país."

A companhia também passou por mudanças em sua sede. Em setembro, o escritório central mudou de Bela Vista para Goiânia. A maioria dos 300 funcionários mora na capital e precisava se deslocar todo dia 45 quilômetros entre as duas cidades. A empresa ainda tem planos futuros de se internacionalizar. "Hoje, a Bela Vista já é grande, mas podemos ser ainda maiores." (Globo Rural) 

 

Propriedade de Bossoroca destaca-se pela gestão na atividade leiteira
Dia de Campo - A forma como é conduzida a gestão da propriedade Agrofan, de Ademar, Nair e Ezequiel Fanzlau, em Bossoroca, chamou a atenção do público que participou de um dia de campo na última sexta-feira (19/10). A propriedade é uma unidade de referência tecnológica em bovinocultura de leite assistida pelo Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar (PGSAF), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) e executado pela Emater/RS-Ascar. Além do leite, a família também tem como fonte de renda o cultivo de grãos. Durante o diagnóstico realizado no início das atividades do PGSAF observou-se que os solos explorados apresentavam altos índices de degradação e a produtividade da soja era baixa. Diante deste quadro iniciaram-se diversas atividades para reverter a situação, como a produção de forragens para as matrizes leiteiras. A progressão e resultados da família assessorada no PGSAF nas atividades de bovinocultura leiteira e grãos, principalmente soja; as providências tomadas em relação ao manejo, conservação e o uso do solo e os respectivos resultados obtidos; produção para autoconsumo, com valoração monetária da produção de alimentos da propriedade; agricultura de base ecológica, com orientações sobre compostagem e aproveitamento de resíduo orgânico originário das matrizes leiteiras; e energia fotovoltaica, abordando análise de custos e benefícios puderam ser conhecidos pelos participantes do Dia de Campo. Assim, o público presente, pode observar, avaliar e comprovar as estratégias e ações que se desenvolveram, bem como os resultados obtidos. Um dos destaques nesta propriedade é o contexto de sucessão familiar que foi estabelecido. Aos 24 anos o filho Ezequiel já se apresentava como sucessor e um dos responsáveis pelas anotações, controles e análises dos custos das atividades. O acompanhamento da gestão recebe assessoria da Emater/RS-Ascar. O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar e SDR, com apoio da Secretaria Municipal da Agricultura e Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Dentre as autoridades presentes estiveram o prefeito de Bossoroca, José Moacir Fabrício Dutra, vereadores Paulo Sodré e Ruth Veloso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, João Iraí Lunardi Sodré, vice-presidente da Cermissões, Diomedes Reck, secretário municipal da Agricultura, Enerton Souza Oliveira, gerente da agência local do Banco do Brasil Ciro e supervisor da Emater/RS-Ascar, Joney Braun. (Emater/RS)

 

Porto Alegre, 24 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.845

Exportações e Importações brasileiras de lácteos - 2018

Comércio exterior - O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) atualizou o site de estatísticas, causando interrupção no fornecimento dos dados da forma como vinha sendo feita desde 1996. 

Diante disso foi preciso alterar a forma de trabalhar os números, causando atraso com adaptações aos novos formatos. Uma vez concluída a migração de dados, o site Terra Viva volta a divulgar regularmente as estatísticas. É importante observar que pode haver alteração entre dados divulgados anteriormente pela Terra Viva e os atuais, resultado de alterações na forma de arredondamento realizadas nos dados primários, mas, nenhum valor que seja significativo estatisticamente.

As exportações brasileiras de produtos NCM 04 nesses primeiros 9 meses do ano são bem inferiores às importações, tanto em valores, volumes ou equivalente leite. Em equivalente leite exportamos apenas 9% do que importamos, mantendo o Brasil como um importador líquido de leite, embora esteja entre os cinco maiores produtores mundiais.   

Os itens mais importados são leite em pó e queijo, que juntos respondem por mais de 80% dos gastos com exportações. Argentina e Uruguai dominam 72% do mercado brasileiro de importação de lácteos, seguidos pelos Estados Unidos (2,4%) e Holanda (1,9%). O primeiro vem se tornando um grande fornecedor de queijos, e a Holanda, além de vender queijos, também fornece leite em pó.

Embora no acumulado do ano as importações brasileiras tenham caído em relação ao mesmo período de 2017, setembro de 2018 superou em 1,4%, tanto em valores como em volumes, as compras realizadas em setembro de 2017. (MDIC - Elaboração Terra Viva)

Preço do leite ao produtor no Estado diminui 2,44%

O valor de referência do leite projetado para outubro no Rio Grande do Sul é de R$ 1,1410 por litro, 2,44% abaixo do consolidado de setembro, que fechou em R$ 1,1696. O indicador, divulgado pelo Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite-RS) ontem, sinaliza um movimento de estabilização do mercado uma vez que a redução do litro no mês anterior foi menor do que o esperado inicialmente (R$ 1,1480). Segundo o professor Eduardo Finamore, da Universidade de Passo Fundo (UPF), o movimento de estabilidade tende a seguir até dezembro, e o aquecimento do mercado só deve vir no início de 2019. 

O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, informou que a indústria enfrenta aumento de custos pela variação cambial e a expectativa é pelo ingresso da safra de Minas Gerais e Goiás no mercado. Segundo Guerra, com o avanço de outubro, já se observam ajuste de preços. Além disso, segundo o dirigente, setembro foi um mês de vendas difíceis devido aos sucessivos feriados. 

Os dados de outubro do Conseleite refletem movimento do leite UHT, que caiu 2,24% no mês, e a mudança no mix de produção no Rio Grande do Sul, que expandiu o processamento de leite em pó a partir da segunda metade de setembro. "Mesmo assim, os preços neste ano ainda estão bem acima do padrão de 2017", informou Finamore. 

Em termos nominais (com correção da inflação), o economista indica que o valor médio pago em 2018 (média dos valores mensais entre janeiro e outubro de 2018 corrigida pelo IPCA) é o maior da série histórica do Conseleite: R$ 1,1310. "É preciso considerar que os preços melhores também vieram acompanhados de aumento dos custos de 5,14% no acumulado do ano de 2018", indicou Finamore. 

Durante reunião do Conseleite na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em Porto Alegre, representantes dos produtores e da indústria debateram o potencial competitivo para exportação. O diretor da Farsul, Jorge Rodrigues, ressaltou os desafios à frente. "Ainda temos um mercado muito grande dentro do Brasil, principalmente em nichos de alto valor agregado. Precisamos nos preparar para exportar, mas para trabalhar com produtos de valor agregado. Esse é o nosso futuro", salientou. Guerra completou, lembrando que ampliar a presença do Brasil no exterior passa por ganhar competitividade. (Jornal do Comércio) 

LEITE/CEPEA: baixos consumo e liquidez pressionam derivados

Leite UHT - Os preços dos produtos lácteos estão em queda, conforme indicam pesquisas do Cepea. A média do leite UHT fechou a R$ 2,4968/litro, e a do queijo muçarela, a R$ 18,57/kg, baixas de 2,31% e 0,05% respectivamente, de 15 a 19 de outubro. 

Segundo agentes consultados pelo Cepea, com o baixo consumo e o volume pequeno de negociações, os estoques começaram a subir e, com isso, optaram por reduzir a produção. Para os próximos dias, agentes afirmam que os preços desses derivados devem seguir em queda. (Cepea) 

Braço de lácteos da Kirin atrai grande marca chinesa

Lácteos da Kirin - A venda da unidade de lácteos australiana da Kirin Holdings atraiu o interesse da maior produtora de leite da China e da rival canadense Saputo, disseram pessoas a par do assunto.

A Inner Mongolia Yili Industrial Group, a maior empresa de lácteos da China, e a Saputo conversaram com bancos de investimento sobre a possibilidade de analisar ofertas potenciais pela divisão Lion Dairy & Drinks, disseram as pessoas. A Kirin pediu ofertas para uma primeira rodada até o fim de novembro, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as informações são privadas.

A unidade da fabricante de cerveja japonesa poderia alcançar cerca de 2 bilhões de dólares australianos (US$ 1,4 bilhão), disseram as pessoas. A Lion Dairy, que produz o leite "Big M" e o café gelado "Dare", pode atrair interesse também de outras empresas de bebidas, como a australiana Coca-Cola Amatil, segundo as pessoas.

A segunda maior fabricante de cervejas do Japão vem reduzindo o escopo de seus negócios para melhorar a lucratividade em meio à queda do consumo de cerveja em seu mercado interno, onde também busca atrair consumidores com cervejas artesanais de maior margem. A Kirin iniciou o processo de venda da Lion Dairy após um mês de análise estratégica, informou em comunicado, em 10 de outubro.

A Saputo concluiu a aquisição da produtora de lácteos australiana Murray Goulburn Co-operative em abril. As deliberações a respeito de possíveis ofertas estão em estágio inicial e as empresas podem decidir não apresentar ofertas, disseram as pessoas.

Representantes da Kirin, da Saputo e da Coca-Cola Amatil preferiram não comentar e um representante da Yili não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A Kirin comprou a divisão de lácteos e bebidas em 2007 por um valor de empresa de cerca de US$ 2,6 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. A unidade compra cerca de 1 bilhão de litros de leite por ano de mais de 550 produtores de lácteos australianos e esmaga cerca de 75.000 toneladas de frutas de pomares de todo o país, segundo seu website. (Economia UOL)

Leite: saiba como manter produção durante o horário de verão
Horário de verão - O horário de verão começa no dia 4 de novembro em dez estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mas nesta segunda-feira, dia 22, muita gente pelo Brasil foi surpreendido com computadores e celulares com uma hora adiantados. A confusão aconteceu porque, tradicionalmente, o horário de verão começa na terceira semana de outubro. Mas neste ano a troca foi adiada para primeira semana de novembro, depois de uma determinação do presidente Michel Temer, tomada ainda no ano passado. Vídeo Com os relógios adiantados, o gado leiteiro é o primeiro sentir a mudança. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite Luiz Gustavo Siqueira conta quais são os impactos e qual manejo deve ser adotado para evitar prejuízos. (Canal Rural)

 

Porto Alegre, 23 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.844

Sindilat prepara Fórum Itinerante do Leite em Teutônia

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) apresentou, nesta terça-feira (23/10), durante a reunião de associados em Porto Alegre (RS), a 7ª edição do Fórum Itinerante do Leite, que será realizada em Teutônia. O evento ocorrerá no dia 22 de novembro no Ginásio da Sociedade Esportiva e Recreativa (SER) Gaúcho. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a ideia é levar informação de ponta ao produtor rural e explorar as potencialidades da região, uma das bacias leiteiras mais expressivas do Estado.  O 7ª Fórum Itinerante do Leite é uma promoção do Sindilat, Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura, Emater, Fundesa, Fetag, Farsul e Colégio Teutônia. 

Entre os destaques da programação estão painéis sobre o uso de novas tecnologias para qualificar o dia a dia no campo e ferramentas de inteligência para profissionalizar a gestão dos tambos. A agenda ainda apresentará aos produtores da região o trabalho realizado pelo Conseleite, painel em que se pretende explicar a metodologia de cálculo do valor de referência divulgado todos os meses no Rio Grande do Sul. "Queremos mostrar aos produtores como utilizar as informações disponíveis para profissionalizar seus sistemas de produção, elevar renda e competitividade", acrescentou Palharini. 

À tarde, o fórum contará com quatro oficinas técnicas: Eficiência Energética e Energia Alternativa Aplicada na Propriedade; Panorama da Tuberculose e Brucelose no Vale do Taquari; Balanceamento de Dietas para Vacas Leiteiras em Lactação e Reprodução e Controle de Doenças Reprodutivas. Para finalizar a agenda, haverá happy hour com degustação de produtos lácteos e Concurso de Leite em Metro, disputa tradicional na região que premia os amantes do leite. 

Durante a reunião de associados desta terça-feira, coordenada pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, também foi debatido o atual cenário do setor lácteo no Rio Grande do Sul. Unanimidade entre as empresas foi a dificuldade enfrentada pelas indústrias nos meses de setembro e outubro. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 


Crédito: Carolina Jardine

 

Conseleite indica referência do leite em R$ 1,1410 no RS


Foto: Carolina Jardine
Na foto: Jorge Rodrigues, Pedrinho Signori e Alexandre Guerra

O valor de referência do leite projetado para outubro no Rio Grande do Sul é de R$ 1,1410, 2,44% abaixo do consolidado de setembro, que fechou em R$ 1,1696. O indicador, divulgado pelo Conseleite nesta terça-feira (23/10) na sede da Farsul, de Porto Alegre (RS), sinaliza um movimento de estabilização do mercado uma vez que a redução do litro no mês anterior foi menor do que o esperado inicialmente (R$ 1,1480). Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, o movimento de estabilidade tende a seguir até dezembro, e o aquecimento do mercado só deve vir no início de 2019.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, informou que a indústria enfrenta aumento de custos pela variação cambial e a expectativa é pelo ingresso da safra de Minas Gerais e Goiás no mercado. Segundo ele, com o avanço de outubro, já de observa ajuste de preços. E completou: setembro foi um mês de vendas difíceis devido aos sucessivos feriados.

Os dados de outubro do Conseleite refletem movimento do leite UHT, que caiu 2,24% no mês, e a mudança no mix de produção no Rio Grande do Sul, que expandiu o processamento de leite em pó a partir da segunda metade de setembro. "Mesmo assim, os preços neste ano ainda estão bem acima do padrão de 2017", informou Finamore. Em termos nominais (com correção da inflação), o economista indica que o valor médio pago em 2018 (média dos valores mensais entre janeiro e outubro de 2018 corrigida pelo IPCA) é o maior da série histórica do Conseleite: R$ 1,1310. "É preciso considerar que os preços melhores também vieram acompanhados de aumento dos custos de 5,14% no acumulado do ano de 2018", indicou Finamore.

Durante a reunião presidida por Pedrinho Signori, representantes dos produtores e da indústria debateram o potencial competitivo para exportação. O diretor da Farsul, Jorge Rodrigues, ressaltou os desafios à frente. "Ainda temos um mercado muito grande dentro do Brasil, principalmente em nichos de alto valor agregado. Precisamos nos preparar para exportar, mas para trabalhar com produtos de valor agregado. Esse é o nosso futuro", salientou. Guerra completou, lembrando que ampliar a presença do Brasil no exterior passa por ganhar competitividade. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

Sulleite é novo associado do Sindilat

A Cooperativa Sulleite, de Santa Vitória do Palmar (RS), é a nova associada do Sindilat. Com 21 anos de atuação na região Sul do estado e 48 produtores associados, é conhecida pela qualidade do doce de leite que fabrica na região. A cooperativa é representada na reunião de associados por seu executivo Raul Amaral. 
A filiação ao Sindilat é parte de um movimento de expansão da Sulleite, que, há três meses, obteve o Cispoa, o que, segundo ele, deve abrir novas portas aos produtos da cooperativa que trabalha com 18 mil litros por dia e tem parceria com a Coopar e a Cosulati. "A empresa vem crescendo focada no desenvolvimento do associado e no ganho de produtividade", pontuou.
Entre as metas para os próximos três anos está a implementação de uma etapa de produção de queijo e a retomada da fabricação de bebidas lácteas. No horizonte, a empresa também projeta ingressar em novas linhas lácteas. "Queremos captar 40 mil litros a cada dois dias e processar todo esse volume na indústria. A Sulleite é uma cooperativa pequena, mas que está dando passos sólidos", projetou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

SANIDADE COM A AJUDA DO CELULAR
Estudos recentes mostram que há cada vez mais adeptos às tecnologias no meio rural. Atentos a essa realidade, a Secretaria de Agricultura e o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) criaram novas ferramentas de comunicação. Além de telefone e e-mail, canal via WhatsApp permitirá troca de informações. Será possível enviar fotos, áudios e vídeos. Se forem identificados problemas, inspetores regionais da secretaria serão mobilizados para que medidas sejam tomadas. A ação tem aporte de R$ 100 mil do Fundesa e inclui distribuição de materiais educativos para conscientizar produtores do papel na prevenção, controle e erradicação de doenças. O material educativo está disponível no site agricultura.rs.gov.br. e o número de WhatsApp é o (51) 98445-2033. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 22 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.844

Conseleite/MS

Preço/MS - A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 19 de outubro de 2018, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de setembro de 2018 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de outubro de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor.  (Famasul)

 
 

Estudo mostra diferença entre os custos de produção e os preços ao produtor na Europa

De acordo com o último estudo do Bureau for Rural Sociology and Agriculture (BAL) - Qual é o custo de produção de leite? - o custo médio de produção de leite durante cinco anos em seis países europeus foi entre 41 e 46 centavos de dólar por quilo de leite. Entretanto, os preços ao produtor durante o mesmo período situaram-se em média entre 32 e um máximo de 35 centavos por quilo de leite. A autora do estudo, Karin Jürgens, disse que os produtores europeus de leite estão todos os meses no vermelho. "Se esse dilema não for resolvido, será cada vez mais difícil para os produtores de leite continuarem produzindo leite na Europa".

Segundo o European Milk Board (EMB), em 2017, os custos de produção em todos os seis países, incluindo remuneração e investimentos líquidos médios, foram significativamente mais elevados do que os preços do leite e situaram-se entre 43,39 centavos/kg (Alemanha) e 48,89 centavos/kg (Luxemburgo). E mesmo sem levar em conta os investimentos líquidos necessários, o déficit de custo médio ao longo de cinco anos é significativo e entre 14% (Dinamarca) e 27% (Bélgica e França).

 


 
Erwin Schöpges, produtor de leite da cidade de Amel, situada no leste da Bélgica, e presidente da EMB, contou que os números confirmam a situação tensa nas fazendas. "Nós, produtores de leite, nem sequer recuperamos nossos custos de produção - esquecemos a remuneração pelo nosso trabalho. Só podemos manter nossas fazendas vivas graças à renda complementar de atividades fora da agricultura", explicou o produtor. Os produtores europeus de leite também esperam que os custos aumentem no próximo inverno devido à escassez de alimentos induzida pela seca.

O estudo dos custos de produção foi recentemente apresentado aos especialistas do Observatório do Mercado do Leite da Comissão Europeia (MMO). "Eles tomaram nota dos números vermelhos em nossos balanços de produção de leite, mas não houve reclamações sobre o desequilíbrio na cadeia de fornecimento de alimentos", disse Schöpges, acrescentando que ficou desapontado com a falta de reação dos participantes.

O estudo BAL baseia-se em dados comparáveis e representativos a nível da UE compilados pela Comissão Europeia (dados da Rede de Informação Contabilística Agrícola - RICA e índices de preços agrícolas). Os custos de mão de obra são calculados com base nos padrões acordados para o respectivo país. Eles também consideram o nível de treinamento e qualificação do trabalhador, bem como os acordos salariais específicos do país para gerentes de fazenda. Nos cálculos de custos, os subsídios são deduzidos dos custos totais e os investimentos líquidos (média de 10 anos) também são mostrados. 

 

De acordo com o EMB, os valores dos custos trimestrais para a Alemanha mostram que apenas 80% dos custos de produção foram cobertos em julho de 2018, enquanto em abril foi de 78% e 88% em janeiro. Os custos de produção em julho foram de 43,28 centavos; no entanto, os produtores receberam apenas 34,56 centavos pelo produto.

Johannes Pfaller, produtor de leite do sul da Alemanha e membro do comitê executivo da EMB, também não vê qualquer convergência entre os preços do leite na fazenda e os custos de produção no médio prazo. "Os preços do leite estão longe de cobrir nossos custos de produção. Além disso, os custos da alimentação animal aumentarão no próximo inverno devido a falhas nas safras induzidas pela seca", disse Pfaller, acrescentando que agora é ainda mais importante estabelecer as condições para um mercado de leite estável como parte da Reforma da Política Agrícola Comum. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 

Governo de Portugal intercederá na UE para destravar comércio com Brasil

O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, reuniu-se na sexta-feira (19) com o secretário da Agricultura e Alimentação de Portugal, Luís Viera, em Lisboa, e apresentou pleitos do Brasil junto à União Europeia para agilizar a exportação de produtos da agropecuária brasileira.

Os principais itens da negociação brasileira com a União Europeia são carne bovina, rastreabilidade bovina, regionalização da carne bovina termoprocessada, a ractopamina da carne suína, retomada de pré-listing a reabertura do mercado da União Europeia para o pescado brasileiro.

Na reunião, Vieira disse que Portugal intercederá junto à União Europeia na tentativa de destravar o comércio, oferecendo apoio ao Brasil nas negociações com o bloco europeu. Em contrapartida, o secretário português mostrou interesse em aumentar as exportações para o Brasil de limão, lácteos e pescados. E disse que Portugal também busca ampliar as vendas para o Brasil de queijos, vinhos, azeite, conservas e bacalhau, além de solicitar habilitação de plantas de pequenos produtores de suínos. Novacki reclamou da atual dinâmica do bloco europeu, onde o Brasil entrega seus pleitos diretamente aos países, mas que são encaminhados para análise pela União Europeia.

Neste sábado, 20, Novacki, assessores do Mapa e empresários brasileiros realizam visitas técnicas a estabelecimentos de produção de lácteos e a vinícolas na região do Dan, com a participação do ex-ministro português Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho, que já foi ministro da Administração Interna, ministro do Equipamento Social, da Previdência e primeiro ministro adjunto.

Brasil e Portugal possuem uma balança comercial equilibrada, com corrente de comércio bilateral entre as duas economias de 320 milhões de euros. De forma mais abrangente, a intenção do Brasil é consolidar e diversificar a pauta de exportação destinada à União Europeia.

No ano passado, as exportações do agronegócio brasileiro para a União Europeia somaram US$ 13,46 bilhões. Os principais produtos embarcados para os países europeus foram itens do complexo soja (34,35%), café (18,73%), carnes (12,15%), sucos (9,67%), fumo (5,95%), cereais (5,65%), frutas (4,82%) e outros (8,69%). Em 2017, o Brasil importou US$ 1,989 bilhão em itens do agronegócio europeu, sendo a maior parte formada por produtos industrializados. (As informações são do Mapa)

Uruguai - Medido em pesos ou em dólares, o produtor recebeu menos em setembro
Leite/Uruguai - Em setembro o preço médio pago aos produtores de leite chegaram em 9,83 pesos por litro, registrando queda de 1,4% em relação a agosto. Em dólares, o preço foi de US$ 0,30/litro caindo 6% em relação ao mês anterior. O teor de matéria de gorda de 3,74% e de proteína 3,39%, levou o valor dos sólidos totais a 137,9 pesos por quilo, nesse caso é um valor similar em agosto. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve aumento de 1,8%, em pesos, e 10,5% inferior, quando comparado em dólares. Os dados foram fornecidos a El Observador pelo Instituto Nacional do Leite (Inale), que elaborou sua análise com base em declarações das indústrias. (El Observador - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

 

Porto Alegre, 19 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.843

Reprodução de bovinos reunirá time de especialistas durante simpósio em Porto Alegre

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) promove na sexta-feira (26) o V Simpósio de Reprodução de Bovinos com a presença de palestrantes renomados do Brasil e do exterior. Além de temas importantes ligados à reprodução bovina - de raças de leite e de corte - o evento vai ampliar a discussão sobre outros aspectos que integram à produção de qualidade, como nutrição e sanidade animal.

De acordo com o professor da disciplina Grandes Ruminantes da Faculdade de Medicina Veterinária da UFRGS André Dalto, a expectativa é reunir cerca de 250 pessoas, especialmente veterinários, estudantes e, em menor número, produtores rurais.  "O evento propõe uma atualização do que está sendo feito em termos de pesquisa sobre reprodução bovina de leite e de corte, a troca de conhecimentos, o fortalecimento das relações entre os profissionais e, ainda, a prospecção de novos projetos e parcerias na área", elenca Dalto, que juntamente com os professores João Batista Borges (UFRGS) e Rodrigo Gonçalves (Ulbra) coordena o simpósio.

O V Simpósio de Reprodução de Bovinos acontece em Porto Alegre, no Auditório Informática - Campus do Vale da UFRGS. Entre os palestrantes confirmados para o evento estão Milo Wiltbank (Universidade de Wisconsin), Alejo Menchaca (Fundação URAUy), Pietro Baruselli (USP), Thiago Gallina (Unipampa), Hélio Rezende (ABS) e Felipe Moura (Pasto On Line). O evento começa às 8h e se estende até às 19h. Informações podem ser obtidas no e-mail simposiodebovinos@gmail.com ( Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Fila de petições de registro de alimentos está zerada

Registro de alimentos - A quantidade de petições para registro de alimentos que aguardavam na fila da Anvisa para avaliação da área técnica caiu de 640, em setembro de 2017, para apenas três, em setembro deste ano. O resultado representa uma queda de 99,5%, o que, tecnicamente, significa que a fila está zerada.

No mesmo período avaliado, os pedidos relacionados a alterações pós-registro de alimentos caíram de 391 para 35. Isso equivale a uma redução de 91%, o que também demonstra uma diminuição muito importante no número de pedidos que aguardavam na fila.

Melhorias
Segundo a titular da Gerência Geral de Alimentos da Anvisa, Thalita Lima, a redução drástica das filas de registro e pós-registro é resultado do esforço da equipe de gestores e servidores da área, bem como da melhoria de processos e gestão, com foco em resultados.

"Nossa estratégia começou a ser implantada em 2016, com uma reestruturação interna, separando os processos de análise de registro, pós-registro e avaliação de segurança e eficácia de ingredientes, permitindo melhor gestão e aprofundamento das especificidades da avaliação de cada tipo de petição", afirma Thalita.

"Trabalhamos intensamente na metrificação dessas análises, o que permitiu à área adotar o teletrabalho, que prevê um aumento de produtividade de, pelo menos, 20%", explica o gerente de Registro de Alimentos da Agência, Nélio Aquino. "Também revisamos os check lists de documentos, detalhando de forma clara e específica como deveriam ser instruídos e analisados os processos. Por último, fizemos o desmembramento das filas de petições, conforme a complexidade das análises", completa Aquino.

Suplementos
A conclusão da estratégia da Anvisa foi concretizada com a publicação do marco normativo de Suplementos Alimentares, por meio de cinco resoluções da Diretoria Colegiada (RDCs), além de uma instrução normativa (IN), aprovadas pela Dicol em julho de 2018.

"Estabelecemos as listas dos ingredientes permitidos, os respectivos limites mínimos e máximos, bem como as listas das alegações autorizadas para uso. As listas dão transparência ao que está aprovado, auxiliando na fiscalização e tornando dispensável a análise prévia dos produtos", diz a gerente de Pós-Registro de Alimentos da Agência, Ângela Castro.

Ela explica que, mesmo mantendo seis categorias de alimentos sob registro obrigatório, a meta da área para o próximo ano é de que a primeira manifestação em relação às petições de registro e pós-registro seja feita no prazo de 60 dias, conforme estabelece o Decreto-Lei 986, de 1969.

Novo paradigma
A redução das filas, aliada ao rigor técnico da norma de suplementos alimentares, insere a área de Alimentos da Anvisa em um novo paradigma regulatório, em sintonia com o modelo adotado por países europeus, pelos Estados Unidos e pelo Canadá. Isso porque, agora, o foco transcende o registro e passa a ser a avaliação de segurança e eficácia de novos ingredientes.

A Anvisa vem se estruturando e aprimorando seus processos para enfrentar esse desafio. "As análises de segurança e eficácia são mais complexas e, consequentemente, requerem maior tempo de análise em relação às petições de registro e pós-registro. Para otimizarmos nossa atuação, trabalhamos no mapeamento de fluxos, na parametrização das análises e na padronização dos pareceres técnicos", explica a gerente de Avaliação de Riscos e Eficácia da Agência, Lígia Schreiner.

Essas mudanças trazem novos desafios à Agência. Por isso, para o próximo ano, três processos de trabalho serão o foco da atuação área:

1.    Avaliação de segurança e eficácia: aprimoramento dos elementos da análise técnica, em alinhamento contínuo com as referências internacionais; revisão dos check lists de documentos, formulários internos de análise e pareceres técnicos; metrificação e inserção das modalidades de teletrabalho e dispensa de controle de assiduidade (DCA) na área; adoção de estratégias de organização das filas de petições, além da capacitação constante da equipe técnica.
2.    Agenda regulatória: fortalecimento da análise de impacto regulatório, da simplificação, da previsibilidade e da racionalização do estoque regulatório, executada dentro de uma dinâmica fluída e articulada, com vistas à proposição de medidas regulatórias efetivas, proporcionais e construídas com transparência e participação social.
3.    Comunicação com os atores externos: aprimoramento do diálogo com o setor produtivo e com os consumidores, aperfeiçoando os canais de comunicação, e reforço ao reconhecimento da Agência enquanto fonte relevante, confiável e útil de informações.

Recursos
Ganhos importantes de eficiência já haviam sido alcançados pela área nos recursos de alimentos. "No ano passado, já havíamos reduzido drasticamente a fila de recursos. A publicação da Lei 13.411, de 2016, aliada a forças-tarefas e à padronização de procedimentos internos, permitiram a redução da fila de 58 para 10 recursos aguardando análise, quantidade compatível com a capacidade de saída da área técnica, o que tem mantido essa fila em níveis baixos e estáveis", explica a chefe da Coordenação de Análise e Instrução de Recursos de Alimentos (Corea), Ana Paula Peretti. Os dados citados por ela são referentes ao período de janeiro de 2017 a setembro deste ano. Confira os dados completos do levantamento da Anvisa. (Anvisa)

 

IN que internaliza a qualidade do leite e pó e outros regulamentos é publicada no DOU

No último dia 16/10 foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a Instrução Normativa n° 53/2018 que internaliza o Regulamento Técnico Mercosul de Identidade e Qualidade do Leite em Pó. Segundo fontes seguras, essa foi a última etapa de uma longa negociação. Dentre os padrões estabelecidos, alterou-se o teor mínimo de proteína do leite em pó de 36% para 34%. Também, foi definida a lista de ingredientes para padronização. O principal objetivo do anexo é "fixar a identidade e as características mínimas de qualidade que deverão ser cumpridas para o leite em pó e o leite em pó instantâneo destinados ao consumo humano, com exceção do leite destinado às formulações para lactantes e farmacêuticas". Sobre a descrição apontada no documento, "entende-se por leite em pó o produto que se obtém por desidratação do leite de vaca, integral, desnatado ou parcialmente desnatado e apto para a alimentação humana, mediante processos tecnologicamente adequados. O teor de gordura e/ou proteínas poder ajustar-se unicamente para cumprir os requisitos de composição estipulados na Seção 4 do presente RTM, mediante adição e/ou extração dos constituintes do leite, de maneira que não se modifique a proporção entre a proteína do soro e a caseína do leite utilizada como matéria-prima".

Com relação à composição, para ajustar o teor de proteínas do leite de vaca, "poderão ser utilizados os seguintes produtos lácteos: Retentado de leite > o retentado de leite é o produto que se obtém da concentração da proteína do leite mediante ultrafiltração do leite integral, leite parcialmente desnatado ou leite desnatado; Permeado de leite > o permeado de leite é o produto que se obtém da extração da proteína e da gordura do leite mediante ultrafiltração do leite integral, leite parcialmente desnatado ou leite desnatado; Lactose > constituinte natural do leite, que se obtém usualmente do soro, com um teor de lactose anidra não inferior a 99,0% m/m na base seca. Pode ser anidra ou conter uma molécula de água de cristalização ou constituir uma mistura de ambas as formas".

Para a entrada em vigor deste RTIQ (Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade), a ANVISA também teve que editar a Resolução RDC nº 244/2018, que dispõe sobre os aditivos alimentares e os coadjuvantes de tecnologia autorizados para uso em leite em pó. Confira abaixo a publicação na íntegra. (MilkPoint)

A produção de leite na UE em 2018 pode subir somente 0,8%
Produção/UE - Nos sete primeiros meses de 2018 a captação de leite na União Europeia (UE) aumentou 2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A previsão para o segundo semestre é de que haja queda 0,3% na mesma comparação, o que limitaria o crescimento anual a apenas 0,8%, de acordo com as últimas estimativas da Comissão Europeia (CE). Para 2019, as previsões comunitárias apontam para uma captação similar à de 2018, ou seja, aumento em torno de 0,9%. Em relação ao rebanho a projeção é que o desempenho seja similar em 2018 (com queda de 0,3%) e em 2019 (-0,4%). O motivo da queda na captação deste ano foi a forte seca que afetou os países do norte e centro da Europa e que impactaram fortemente na produção de pastagens e volumosos. O clima excepcionalmente quente e seco no centro e norte da Alemanha, Benelux e noroeste da França afetaram o crescimento das pastagens. Estima-se que a produtividade nesses países tenha sido a menor em 20 anos. Entre janeiro e julho, a Itália foi a que teve maior aumento da captação acumulada (+7,2%), seguida pela Alemanha (+3,2%), Polônia (+2,7%) e a Espanha (+2,4%), de acordo com a Eurostat. Dentre os grandes produtores, somente houve redução no nível de entregas nos sete primeiros meses de 2018, na Holanda (-1,4%) e Irlanda (_0,5%). De acordo com as previsões da CE, a captação de leite conjunta de 2018 da Alemanha, Bélgica, Itália, Polônia e Espanha serão maiores que as de 2017, e a variação estará entre 2 e 3%. Mas, serão menores na Irlanda (pela seca) e na Holanda (pela obrigação de reduzir o fosfato). Quanto às previsões de preço, é possível que na segunda metade do ano, os preços aumentem ligeiramente, mas, isto não significaria crescimento das margens do pecuarista porque houve incremento dos custos de produção (não somente a alimentação animal, mas, também a energia). (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Porto Alegre, 18 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.842

Conseleite SC 

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 18 de outubro de 2018 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Setembro de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Outubro de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (Conseleite SC) 

 
 
 

Uruguai investe em novas tecnologias na produção leiteira

Na quarta-feira passada (10), foi inaugurado na cidade de Paysandú um novo projeto de última geração na Rede Setorial Tecnológica (RTS) por meio de um investimento de cerca de US$ 700 mil que aposta em uma cadeia leiteira de futuro no Uruguai. Com grande participação do público, a RTS inaugurou sua plataforma de pesquisa na unidade de laticínios da Estação Experimental Mário A. Cassinoni, da Faculdade de Agronomia.

A Rede Setorial de Inovação cumpre o objetivo de fornecer respostas sólidas, baseadas em informações científicas geradas nos sistemas de produção e estações experimentais, trabalhando em conjunto com profissionais, produtores e instituições públicas e privadas envolvidas na rede. A proposta implica em uma interação associativa de atores do setor para realizar conjuntamente funções em pesquisa, desenvolvimento e comunicação.

Este projeto, além de ser um importante investimento econômico público/privado do país, constitui um esforço humano que se comunica com valores muito típicos do setor leiteiro: intenso trabalho, solidariedade, generosidade, trocas, questionamentos, debates, acordos, entre outros. 

Por que uma RTS?
A RTS é um acordo entre UdelaR, Conaprole, INALE, CRI, INIA, LATU e ANII para fortalecer a pesquisa, a inovação, o desenvolvimento e a formação de capital humano em na cadeia láctea uruguaia. O acordo inicial baseou-se em um projeto chamado "Sistemas de produção de leite competitivos, simples e sustentáveis: o desafio da leiteria uruguaia" (outubro de 2015 a setembro de 2019).

O processo de intensificação da produção de laticínios uruguaia nos últimos 10 anos resultou em sistemas leiteiros com maiores níveis de produtividade, com aumento de carga animal e produção individual, melhores resultados econômicos, custos mais altos, maiores exigências de investimento, níveis aumento da complexidade (maior demanda de capital humano) e maior pressão sobre os recursos naturais. Além disso, os sistemas que estão na fronteira produtiva não têm respostas claras do ponto de vista tecnológico.

A Rede Setorial de Inovação está em conformidade com o objetivo de fornecer respostas sólidas, baseadas em informações científicas provenientes de informações nacionais e regionais, dos sistemas de produção e das estações experimentais, trabalhando em conjunto com os profissionais que oferecem serviços em nível comercial, os produtores que controlam suas fazendas leiteiras e as instituições públicas e privadas envolvidas na RTS. A proposta implica uma mudança metodológica de interação associativa de atores do setor para realizar funções em pesquisa e extensão em conjunto.

Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Escala Comercial na EEMAC
Exemplo > para estimar o impacto do ambiente, construiu-se um estábulo para o grupo controle que será usado para visualizar diferentes estratégias de manejo que estão sendo realizadas no país e outras alternativas tecnológicas de baixo custo.

Os cochos estão disponíveis com sensores que permitem determinar o consumo individual das 64 vacas. Uma nova fazenda leiteira com equipamentos de ordenha de última geração foi construída com registro automático dos eventos mais importantes e que estão associados ao processo. Essas pesquisas são importantes porque contribuem para que o país responda aos desafios de crescimento e competitividade no setor lácteo. (As informações são do Tardáguila Agromercados, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Secretário Geral da ISO destaca o papel das normas internacionais de segurança alimentar

WDS 2018 - A Federação Internacional do Leite (FIL) desempenhou um papel fundamental na promoção de padrões ISO entre seus membros em todo o mundo e contribuiu para a formulação de normas e diretrizes internacionais para o setor lácteo. O Secretário Geral da Organização Internacional de Normatização (ISO), Sergio Mujica, disse isso em mensagem gravada em vídeo para a Conferência de Segurança Alimentar da IDF World Dairy Summit 2018 (WDS-2018) em Daejeon na Coreia do Sul, realizada em 17 de outubro de 2018.

"Essa forte colaboração entre a FIL e a ISO continua através do desenvolvimento conjunto de padrões para métodos de análise e amostragem de produtos lácteos, que reúnem conhecimento e padrões em laticínios para aperfeiçoamento de conformidades em segurança e qualidade de alimentos", disse Mujica. 

"Esta conferência internacional é uma plataforma útil para reunir especialistas e participantes globais do setor lácteo para fortalecer a colaboração em segurança, sanidade e sustentabilidade de alimentos com padrões internacionais. O compartilhamento de experiências e ideias inovadores pode trazer um bem maior para a comunidade no mundo todo".

A eficiência no uso circular de recursos pode levar ao desperdício zero
A mudança de paradigma que está ocorrendo no século XXI sai da eficiência linear de produção em direção à eficiência circular no uso de recursos, o que pode levar à meta de desperdício zero, disse o Dr. Martin Scholten da Universidade de Wageningen da Holanda. Ele explicou que isso envolve a otimização no uso eficiente de recursos do sistema agroalimentar, onde a biomassa, incluindo resíduos agrícolas, resíduos alimentares, e estercos sejam usados como fertilizantes orgânicos para produzir cultivos de alimentos.

O recurso circular ajuda na sustentabilidade do planeta, dos lucros, e das pessoas, afirmou Dr. Scholten, quando falava sobre O Futuro do Leite: Desafios e Perspectivas, dentro da programação do dia 16 de outubro do WDS-2018 em Daejeon.

"Os alimentos circulares respeitam o clima ao usar com inteligência os recursos para cultivar a terra, sem produzir com a utilização de uma ração específica, melhor usa das terras agrícolas, redução das emissões agrícolas, uso inteligente de adubo, adubação orgânica de base biológica e mais sequestros de carbono", disse Dr. Scholten.

Leite na Escola sustenta saúde, educação, e o futuro das crianças
Os programas Leite nas Escolas fornecem às crianças do mundo nutrientes chaves que irão ajuda-las a crescer e desenvolver de forma saudável. Além disso incentivam a formação de bons hábitos alimentares que permanecerão por toda a vida, disse a presidente da FIL, Judith Bryans, ao fazer a palestra sobre Contribuição do Leite nas Escolas para a Nutrição Infantil Mundial, no segundo dia da WDS-2018.

"Se você não está com a sua fome saciada, com alimentos saudáveis e nutritivos, é difícil se concentrar na educação, e aproveitar ao máximo da escola. Devemos garantir que as crianças estejam bem nutridas. Todas as crianças do mundo, sejam elas ricas ou pobres, merecem ter acesso a comida suficiente para não passarem fome. Eles também merecem ter alimentos que sejam nutritivos, culturalmente aceitáveis e acessíveis", declarou Bryans.  

"O leite fornece às crianças uma série de nutrientes, incluindo cálcio, proteína de boa qualidade, uma variedade de vitaminas e sais minerais necessários para o crescimento. Devemos também reconhecer que os nutrientes do leite vêm como um pacote conhecido como matriz do leite. Essa matriz funciona como uma orquestra sinfônica de nutrientes. Possuem um elevado grau de sinergia para proporcionar benefícios à saúde", afirmou Bryans. Salientou ainda que os produtos lácteos feitos a partir do leite, como iogurte e queijo, são veículos importantes de suprimento nutricional às crianças. Para entender melhor o status dos programas Leite na Escola em todo o mundo, o Comitê Permanente de Nutrição e Saúde da FIL/IDF vai realizar uma nova pesquisa em 2018/19 cujos resultados serão apresentados na WDS-2019, em Istambul, na Turquia.

A Drª Bryans disse que o programa Leite na Escola tem um impacto sobre os agricultores no alívio à pobreza e sustentabilidade. Também é um apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ao reduzir a pobreza, promover saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, trabalho digno e crescimento econômico.

O representante da Organização de Promoção da Produção de Leite, Narongrit Wongsuwan, da Tailândia compartilhou dados sobre os esforços que o governo de seu país está fazendo para melhorar a qualidade do leite para beneficiar o programa Leite na Escolas. Rafael Fabrega, da Tetra Laval Food for Development, disse que a nova pesquisa sobre Leite na Escola fornecerá dados úteis para justificar o financiamento continuado de governos na manutenção desses programas que são benéficos para as crianças. (FIL/IDF - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Novas normas para o comércio
Um conjunto de normas assinadas ontem pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vai facilitar o comércio agropecuário no Mercosul. Uma das medidas dispensa o Certificado Fitossanitário para importações em Áreas de Controle Integrado (ACI), o que deve, segundo o ministério, desburocratizar a fiscalização e agilizar o fluxo de cargas em fronteiras como Foz do Iguaçu e Santa Helena, no Paraná; Uruguaiana e São Borja, no Rio Grande do Sul; e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. (Correio do Povo)