Porto Alegre, 10 de outubro de 2022 Ano 16 - N° 3.759
Rotulagem de alimentos tem nova regra no País
Entram em vigor neste domingo as novas regras sobre a rotulagem de alimentos. O objetivo é melhorar a clareza das informações e, assim, auxiliar o consumidor a fazer escolhas mais conscientes sobre os produtos. Entre as principais mudanças está a adoção do detalhamento nutricional frontal, além de alterações nas tabelas e alegações nutricionais nas embalagens. Caroline Freitas, que trabalha como responsável técnica e consultora de alimentos no setor varejista, avalia que a rotulagem é um item de extrema importância, pois é a comunicação direta da marca com o consumidor. “Quando o rótulo não apresenta informações corretas e de boa qualidade, o consumidor fica com dificuldades em exercer o seu direito de melhor escolha, e o alimento não cumpre com plenitude o seu papel de nutrir”, orienta.
A profissional lembra que a rotulagem nutricional está à disposição do consumidor brasileiro desde 1998 e vem sendo aprimorada com base na ciência. Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu publicidade a problemas recorrentes em relação a aplicação e uso dos atuais critérios, como, por exemplo, baixo nível de educação e conhecimento nutricional dos consumidores. Com as mudanças aplicadas, alimentos que contenham elevada quantidade de açúcares adicionado, gordura saturada e sódio deverão apresentar rotulagem nutricional frontal. “Outra mudança importante ocorre na tabela de informação nutricional, que deve ser desenvolvida de forma padronizada, em suas cores, fontes, tamanho de letra. Passa a ser obrigatória a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100g ou 100 ml”, explica Caroline.
Os comerciantes poderão escolher de forma mais clara os alimentos que melhor atendam ao seu nicho de clientes. Para as marcas, abre a possibilidade de reformular ou desenvolver novos produtos, inclusive, tornando-os mais saudáveis e nutritivos. O fato, conforme especialistas, pode ser visto como um adjuvante na promoção da saúde pública, já que auxilia na prevenção de doenças como hipertensão e diabetes. As marcas devem estar atentas aos prazos para adequações e formas de aplicação das normas. O não cumprimento pode acarretar em multas ou recolhimento do produto nos pontos de venda. Júlia Tischer, responsável técnica do Laboratório de Físico-Química do Unianálises, alerta que a adaptação às novas regras requer que sejam feitas análises laboratoriais dos produtos para conhecimento do teor dos nutrientes obrigatórios a serem declarados.
“A partir dessas informações, é necessário realizar o enquadramento do produto nas regras de informação nutricional frontal e de alegações nutricionais”, esclarece. Para ela, a novidade permite informar com maior clareza e auxiliar o consumidor a fazer comparações na prateleira. “Essas mudanças facilitarão a compreensão sobre o conteúdo de ingredientes prejudiciais à saúde e auxiliarão o consumidor a fazer escolhas mais conscientes, especialmente aos que estão buscando uma dieta mais saudável e equilibrada.”
Calendário de adaptação
As novas regras para rotulagem de alimentos entram em vigor no dia 9 de outubro, portanto é importante que as empresas estejam atentas ao prazo de adequação. Novos produtos lançados a partir da data já devem estar com os rótulos adequados às novas regras. Para os produtos que já estão no mercado até a data, os prazos para adequação são:
• até 9 de outubro de 2023 (12 meses da data de vigência da norma) para os alimentos em geral;
• até 9 de outubro de 2024 (24 meses da data de vigência da norma) para os alimentos fabricados por agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, empreendimento econômico solidário, microempreendedor individual, agroindústria de pequeno porte, agroindústria artesanal e alimentos produzidos de forma artesanal;
• até 9 de outubro de 2025 (36 meses da data de vigência da norma) para as bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis, observando o processo gradual de substituição dos rótulos. (Jornal do Comércio)
País fechará contas no azul
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que as contas públicas atingiram saldo positivo de R$ 13,5 bilhões após revisão. Se confirmadas as projeções, será a primeira vez em oito anos que o país fechará as contas no azul. Até então o rombo era calculado em R$ 59,3 bilhões. A melhora, detalhou o ministro, representa R$ 72,9 bilhões em relação à projeção anterior.
O motivo da mudança dos resultados para o campo positivo, explicou Guedes, se deve a fatores como o aumento de arrecadação de impostos e a contenção de despesas. “Se confirmada a projeção para o resultado primário, será a melhor em oito anos. Desde 2014 o Brasil apresentava saldo negativo nas contas públicas”, assinalou o ministro em suas redes sociais.
Em 2022 o governo central, formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, deverá obter um superávit primário de R$ 13,5 bilhões. Além de as despesas caírem, o governo aumentou projeções de receitas. A estimativa com os novos números está no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas enviado no último dia 22 de setembro ao Congresso. A versão anterior do documento, divulgada em julho, previa um déficit primário de R$ 59,3 bilhões. Desde 2014, ano a ano, o país vem registrando déficit primário. (Correio do Povo)
FAO: Índice de preços dos alimentos permanece caindo; lácteos tem terceira queda consecutiva
O Índice de Preços de Alimentos da FAO, agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, alcançou 136,3 pontos em setembro, queda de 1,5 ponto (1,1%) em relação a agosto, em seu sexto declínio mensal consecutivo.
O recuo é resultado da forte queda dos preços internacionais de óleos vegetais e de baixas moderadas de açúcar, carnes e laticínios. Esses movimentos mais do que compensaram a recuperação observada no indicador de cereais. Apesar da nova variação negativa, o indicador da FAO manteve-se 7,2 pontos (5,5%) acima do registrado em setembro de 2021.
Lácteos
Os lácteos tiveram a terceira queda mensal consecutiva e atingiu 142,5 pontos em setembro, 0,8 ponto (0,6%) abaixo de agosto, refletindo em grande parte o impacto do euro mais fraco que o dólar.
Carnes
As carnes também caíram pelo terceiro mês seguido, para 121,4 pontos em setembro, queda de 0,6 ponto (0,5%) em relação a agosto. Conforme a FAO, câmbio influenciou os preços da carne ovina, enquanto a carne bovina recuou com o aumento das exportações do Brasil. Os preços da carne de aves caíram marginalmente, uma vez que as compras mundiais permaneceram moderadas.
Cereais
Por fim, contrariando o que ocorreu com a maioria dos grupos de produtos, os preços dos cereais subiram 2,2 pontos (1,5%) em relação a agosto, e o grupo chegou a 147,8 pontos. “Os preços internacionais do trigo se recuperaram 2,2%, sustentados pela maior incerteza sobre a continuação da Iniciativa de Grãos do Mar Negro”, diz a FAO.
Além disso, as preocupações com as condições de seca na Argentina e nos EUA, bem como o ritmo acelerado das exportações da União Europeia - além da maior demanda interna do bloco em meio à oferta mais apertada de milho -, forneceram mais o suporte aos preços dos cereais. (As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint)
Jogo Rápido
Em setembro, a cesta básica em Porto Alegre registrou queda de 0,55%, em relação ao mês anterior, passando a custar R$ 743,94. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o recuo foi puxado pela baixa no preço do leite (-15,99%). (Jornal do Comércio)