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03/10/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.754


Crescimento do setor lácteo na próxima década
 
O ano de 2022 não vem sendo fácil para o setor lácteo. Custos altos, problemas com fertilizantes e baixas margens de lucro foram alguns dos problemas enfrentados pelos produtores. Apesar desse cenário ruim, as previsões apontam para um futuro promissor desse mercado. 
 
Segundo a Tetra Pak, maior produtora mundial de embalagens para o setor lácteo, a demanda global por alimentos lácteos deve crescer 36% na próxima década, impulsionada pelo aumento da população mundial e pela elevação do poder de compra nos países da Ásia, África e América Latina. 
 
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) segue a mesma linha e afirma que a produção mundial de leite irá crescer em todo o planeta (clique aqui para saber mais sobre o tema).
Além disso, especialistas do Centro de Inteligência do Leite (CILEITE) concordam que há muito mercado para a cadeia produtiva do leite brasileira crescer. O aumento da demanda mundial deve fazer com que o agronegócio do leite nacional venha a investir, cada vez mais, na exportação. 
 
Aumentar a produtividade total dos fatores de produção, buscar assessoria técnica profissional especializada, dar suporte aos esforços de exportação, melhorar a governança da cadeia, otimizar a logística e reduzir custos de produção e investir no aumento da qualidade da matéria-prima e dos produtos lácteos são alguns elementos indispensáveis nesse processo de crescimento. 
 
As previsões são boas e o mercado vai exigir preparação, planejamento e execução adequada dos produtores, além claro de políticas públicas que ofereçam suporte para o setor. (Elaboração Terra Viva)


China: importações de lácteos desaceleram junto com a economia

As importações de lácteos da China desaceleraram em meio aos lockdowns pelo Covid e a uma economia enfraquecida que fez muitos analistas reduzirem suas estimativas de crescimento econômico para 2022 e 2023 para o país.
 
O Goldman Sachs, por exemplo, recentemente cortou sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2023 de 5,3% para 4,5%. O PIB deste ano para a China está previsto em 4,4%, bem abaixo da meta percentual de 5,5 do país.
 
“Por enquanto, a China continua casada com sua estratégia de zero Covid, que resultou em bloqueios abrangentes nos principais centros metropolitanos, e isso prejudicou a recuperação econômica”, disse Monica Ganley, analista do Daily Dairy Report e diretora da Quarterra, uma consultoria agrícola em Buenos Aires. “O enfraquecimento da economia da China, juntamente com grandes estoques suspeitos de leite em pó, provavelmente continuarão desacelerando as importações de lácteos.”
 
As importações de lácteos da China permaneceram fracas em agosto na maioria das categorias, de acordo com dados do Trade Data Monitor. As importações de leite em pó caíram com relação ao ano anterior em todos os meses desde fevereiro na China, e agosto não foi exceção. No entanto, a queda foi mais severa para o leite em pó integral, a maior parte proveniente da Nova Zelândia.
 
As importações de leite em pó integral caíram em 59,5% para 30 milhões de quilos em relação ao mesmo mês do ano passado. As importações de leite em pó desnatado caíram 2,4%, mais modestos, mas subiram 20,4% em relação ao mês anterior. As importações de leite fluido e creme e queijo também caíram 40,1% e 10%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
 
No entanto, nem todas as importações de lácteos da China caíram em agosto. O país importou 63 milhões de quilos de soro de leite, um salto de 1,2% em relação às compras de agosto de 2021. O ganho foi o primeiro aumento ano a ano desde setembro de 2021, observou Ganley, e provavelmente refletiu uma recuperação no setor de carne suína da China.
 
“À medida que as margens do produtor de suínos melhoraram e o rebanho suíno cresceu, a demanda por ingredientes para rações, como soro doce desidratado e permeado, aumentou”, disse ela. “O crescimento tem sido um benefício especial para os fornecedores dos EUA, que conquistaram uma participação cada vez maior desse mercado.”
 
As importações de gordura da China também aumentaram, com manteiga e gordura do leite anidra aumentando 32% e 8,8%, respectivamente. As importações de fórmula infantil também subiram, 23,1% com relação ao ano anterior.
 
“Além da recuperação lenta da China, os analistas acreditam que os estoques de produtos lácteos do país cresceram nos últimos anos, uma crença que foi reforçada pelas fracas importações de leite em pó integral”, disse Ganley. “Assim, parece provável que a demanda por laticínios na China permaneça precária nos próximos meses. (As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)

 
Argentina: produção de leite teve leve recuperação em agosto

As fazendas leiteiras argentinas produziram 1,062 bilhão de litros de leite em agosto, o que significa 7,3% a mais que em julho e 0,6% a mais que no mesmo mês do ano passado, segundo o relatório mensal elaborado pela Direção Nacional de Laticínios.
 
Dessa forma, eles cortaram uma sequência negativa de dois meses com uma redução ano a ano na ordenha, como pode ser visto neste gráfico elaborado pelo Observatório da Cadeia Leiteira da Argentina (OCLA).
 
Essa leve recuperação só confirma o complicado cenário que as fazendas leiteiras estão vivendo devido à menor oferta de pastagens para alimentação das vacas, em função do período de estiagem.
 
“Evidentemente, os efeitos da importante seca que afeta a maior parte das bacias leiteiras e a incidência de altos custos de produção (concentrados, entre outros insumos ligados à alimentação do rebanho) afetaram a produção em agosto de 2022”, destacou a OCLA.
 

Em relação aos custos, vale ressaltar que a incidência negativa pode ser maior no atual mês, devido à vigência do “dólar da soja” e seu impacto nas dietas fornecidas pelos produtores de leite.
 
Acumulado com incerteza
Dessa forma, até agora neste ano, a produção de leite acumula um crescimento de 0,7%, em linha com a expansão de 0,6% projetada pelas empresas consultadas pela OCLA no início do ano.
 
No entanto, qual será o número final de 2022 parece ser muito difícil de projetar, segundo a análise do Observatório.
 
“Uma desaceleração no crescimento da produção com relação ao ano anterior é evidente desde maio. Os próximos quatro meses se apresentam com um panorama incerto dos aspectos meteorológicos, custos de produção e preços no mercado interno e externo (preços controlados, menor consumo, queda dos preços internacionais, atraso cambial e tarifas de exportação), o que dificulta projetar um possível comportamento da produção”, destacou a OCLA. (As informações são do Infocampo, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


Jogo Rápido 

Cepea registra queda de 14,7%
O preço do leite captado em agosto e pago aos produtores em setembro registrou queda de 14,7% (R$ 0,52 o litro) frente ao mês anterior, chegando a R$ 3,0476/litro na “Média Brasil” líquida do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Conforme divulgou o A diminuição ocorre em função do enfraquecimento da demanda em agosto e ao aumento das importações nos últimos meses. Conforme a Secex, em agosto, as compras externas do produto subiram quase 64%.  (Correio do Povo)


 
 

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