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Newsletter Sindilat_RS

 

Porto Alegre,  27 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.465


Conseleite indica valor de referência de R$ 1,7086 em julho e pressão de custos

O valor de referência projetado para o leite no mês de julho é de R$ 1,7086, 1,35% abaixo do consolidado de junho (R$ 1,7319). Os dados apresentados nesta terça-feira (27/07) pelo Conseleite levam em conta os primeiros dez dias do mês e refletem o início da safra aliado a um período de custos elevados no campo e na indústria, o que garantiu estabilidade de preços. Segundo o professor da UPF Marco Antônio Montoya, o cenário de insumos em alta deve segurar os preços em um patamar mais estável durante a safra, garantindo um cenário atípico com dois anos seguidos de valores mais altos (2020 e 2021). “Os gráficos mostram o impacto da pandemia, com valorização do preço do leite puxado pela elevação das commodities no mercado internacionais”, explicou.

Lideranças dos produtores indicam que grãos, silagens, medicamentos e arrendamento de terras tiveram reajustes, prejudicando a margem da atividade leiteira. Situação similar à vivenciada na indústria, com alta de embalagens, insumos, combustíveis e, principalmente, pela necessidade de repasse aos produtores. “Precisamos que os preços do leite ao mercado consumidor permaneçam nesses níveis. Depois de um primeiro semestre operando sem margens na indústria, o setor está no fio da navalha. Não há como voltar ao preço do leite de um ano atrás”, ressaltou o coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra.

As dificuldades de receita fizeram com que muitos criadores deixassem a atividade nos últimos meses o que, de certa forma, deve evitar excedentes demasiados na safra. A opção foi substituir o leite por atividades mais lucrativas, como o cultivo de grãos e oleaginosas.

Enquanto isso, o setor segue o debate na tentativa de enxugar custos.Uma das opções debatidas durante a reunião do Conseleite foi a ampliação do uso de pastagens cultivadas, o que reduziria os desembolsos com grãos e silagem. Apesar da tentativa, os produtores alegam que o desenvolvimento está aquém do esperado em função de fatores climáticos. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Commodities: Ainda não é possível falar em superciclo de commodities, afirmam economistas

Preços deverão recuar, mas para patamares ainda elevados

As altas consistentes nos preços dos produtos agropecuários nos últimos anos ainda não são suficientes para constatar a formação de um novo superciclo das commodities, na opinião de economistas e analistas de mercado que debateram o tema em um seminário virtual da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta segunda-feira.

Mas, segundo eles, como as projeções apontam para uma mudança de patamar nas cotações em relação ao período pré-pandemia, é preciso que o governo adote ações necessárias para transformar o “boom” de grãos e carnes em prosperidade econômica para o país.

O economista Otaviano Canuto, membro sênior do Policy Center for the New South e ex-vice-presidente do Banco Mundial, disse que o Brasil precisa “fazer o dever de casa” e aproveitar a alta de preços das commodities para alavancar o crescimento econômico em geral. “Se não fizermos nada para destravar o péssimo ambiente de negócios e a carência de investimentos em infraestrutura, esse boom de commodities não se traduzirá em prosperidade mais ampla no país”, afirmou. Segundo ele, é cedo para afirmar se o mundo vive ou não um novo superciclo das commodities. (Valor Econômico)

 
 
Pesquisa testa novo método de remoção de lactose do leite

A quantidade de dissacarídeo (lactose) nos alimentos lácteos varia entre os produtos; alguns queijos contêm virtualmente zero, enquanto o leite contém a maior quantidade de lactose de todos os laticínios em aproximadamente 4-5% em peso. Como grande parte da população mundial é intolerante à lactose, há uma demanda crescente por leite sem lactose.

O leite geralmente é delactosado por meio da hidrólise da lactose, via conversão enzimática em galactose e glicose. No entanto, esse processo pode aumentar a doçura e alterar a coloração, e pode diminuir o valor nutricional.

Um grupo de pesquisa liderado por Aaron Morelos-Gomez do Global Aqua Innovation Center da Shinshu University investigou agora a aplicação de membranas de nanofiltração à base de óxido de grafeno para leite.

As membranas de óxido de grafeno podem criar uma camada de incrustação porosa; portanto, seu desempenho de filtração foi considerado capaz de ser mantido melhor do que as membranas poliméricas comerciais.

A estrutura química e laminar da membrana de óxido de grafeno permitiu uma maior permeação de lactose e água, rejeitando gordura, proteínas e alguns minerais. Portanto, a textura, o sabor e o valor nutricional do leite foram preservados melhor do que com as membranas poliméricas comerciais.

A concentração de lactose e fluxo de permeado de lactose foi muito maior do que as membranas de nanofiltração comerciais, devido à camada de incrustação porosa e à estrutura laminar da membrana de óxido de grafeno. A incrustação irreversível foi melhorada usando uma membrana de suporte com tamanho de poro de 1 μm para a membrana de óxido de grafeno. Isso causou a formação de uma camada de incrustação porosa que permitiu uma maior recuperação do fluxo de água após a filtração do leite.

A pesquisa demonstrou que a aplicação de membranas de óxido de grafeno proporcionou boa propriedade anti-incrustante e alta seletividade para lactose, tornando-a particularmente adequada para aplicações na indústria de laticínios.

O método tem alto potencial para remover açúcares de bebidas enquanto preserva outros ingredientes, aumentando seu valor nutricional. A alta propriedade anti-incrustante contra uma solução rica em matéria orgânica, como o leite, o torna potencialmente adequado para outras aplicações, como tratamento de águas residuais e aplicações médicas.

O grupo de pesquisa planeja continuar explorando aplicações de membranas de óxido de grafeno.

Para obter mais informações sobre esta pesquisa, o estudo ‘Membranas de óxido de grafeno para leite sem lactose’ pode ser encontrado na Carbon. (As informações são do Foodprocessing.com.au, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)

 

Jogo Rápido  

No radar
Está autorizada a começar a distribuição das sementes de milho e sorgo do Programa Troca-Troca da Secretaria da Agricultura. Neste momento, as entregas são voltadas a um grupo prioritário de entidades em 125 municípios. A partir da próxima semana, as demais regiões passam a receber. A previsão da secretaria é de que a finalização ocorra dentro de três a quatro semanas. (Zero Hora)


 

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Porto Alegre,  26 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.464


Emater/RS: pastagens de inverno ajudam na redução dos custos de produção

As condições meteorológicas têm contribuído para o desenvolvimento das pastagens cultivadas de inverno, refletindo no aumento de produção. O aumento na oferta de forragens permite reduzir custos de produção, pois diminui a necessidade de suplementação de concentrados.

A redução das chuvas favoreceu o manejo e a manutenção da higiene pela redução dos pontos com acúmulo de barro, resultando em menor incidência de mastites e de contagem bacteriana no leite.

A entrada de novas matrizes lactantes é cada vez maior, permitindo a secagem das que estão em lactação prolongada, o que vem reduzindo a contagem de células somáticas, conforme verificado pelas empresas coletoras do leite. As altas no preço do leite entregue pelos produtores demonstram um momento mais favorável à atividade leiteira.

Na regional de Caxias de Sul, alguns produtores estão adotando a produção de silagem de cereais de inverno, especialmente trigo. As lavouras para confecção de silagem de inverno estão com bom desenvolvimento.

As condições climáticas favoráveis na de Soledade incrementaram o crescimento e desenvolvimento das áreas de cereais de inverno para utilização em alimentos conservados – silagem, pré-secado e feno. Nessas áreas, os produtores fazem o manejo fitossanitário a fim de manter o potencial produtivo e a qualidade das forragens que se constituirão em alimentos conservados.

A produção de silagem de milho sofreu redução por conta de déficit hídrico em alguns períodos da primavera e outono; no entanto, a maioria da silagem estocada apresenta boa relação entre grão e planta inteira.

A volta das chuvas regulares na regional de Frederico Westphalen proporcionou um bom estabelecimento e o desenvolvimento das culturas de inverno, apesar da dificuldade inicial na germinação; tal fator impactou positivamente na produção de leite, já que 98% das propriedades produzem leite à base de pasto com suplementação.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a produção de leite segue aumentando, seguindo curva normal da sazonalidade com pequeno incremente em relação à produção do ano anterior. Nas regionais de Pelotas e Santa Rosa, é reforçada a necessidade da vacinação contra raiva herbívora, não só para evitar perdas nos rebanhos, mas também por se tratar de uma zoonose, devido aos riscos de a doença ser transmitida pelos animais aos humanos.


Brasil:Informe Agroindustrial 2º trimestre 2021 - Lácteos
Brasil/Rabobank – De acordo com o relatório “Brazil Agribusiness Quarterly Q2 2021” do Rabobank, o preço ao produtor se mantém em níveis elevados, e a produção avança lentamente à medida que o clima seco e os altos custos dos concentrados afetam as margens. Uma recuperação econômica mais forte poderá favorecer a demanda na segunda metade do ano.
O crescimento da produção de leite aumentou no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o primeiro trimestre de 2020, em parte devido a base de comparação ter sido fraca, mas também devido ao fato dos agricultores terem começado o ano com os preços relativamente altos em 2021.
A média do preço do leite ao produtor (preço nacional bruto do CEPEA) foi de R$ 1,98/litro no primeiro trimestre de 2021 em comparação com R$ 1,37/litro em 2020, um aumento de 44%.
Segundo dados preliminares do Instituto Brasileiro de Estatísticas (IBGE), a produção aumentou 1,8% em termos de volume na comparação com o primeiro trimestre de 2020. Sem dúvida, os custos continuaram aumentando em 2021, com a soja e o milho mantendo-se em níveis elevados apesar do Real mais forte. Segundo dados do CEPEA, os custos de produção do leite aumentaram 9,1% nos primeiros quatro meses do ano, muito mais rápido do que a inflação, e ajudaram a reduzir as margens para os produtores.
O clima seco também contribui para o aumento dos custos de produção. Com menos forrageiras disponíveis, os produtores se viram obrigados a aumentar a alimentação à base de cereais para complementar as dietas dos rebanhos leiteiros nas regiões do sul e sudeste do Brasil.
As indústrias estão tendo dificuldades com as margens justas da cadeia láctea, já que os altos preços do leite no campo e a inflação geral agregam custos e os preços aos consumidores não aumentaram na mesma proporção. Sem dúvida, dados econômicos recentes sugerem que a atividade econômica está se recuperando a um ritmo mais rápido do que o previsto, o que, além da provável extensão do programa de transferências de renda (ajudas sociais) para três meses mais, poderão ser boas notícias para a demanda na segunda metade de 2021. O forte crescimento mundial e as exportações de matérias primas no auge também ajudaram a sustentar a atividade econômica no Brasil, com um superávit recorde da balança comercial esperado para o ano. O consenso do mercado aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 5% em 2021.
As oportunidades de exportação de lácteos agora são muito limitadas com as recentes valorizações do real, que está sendo negociado abaixo de R$ 5,00/US$ nos últimos dias, depois de alcançar mais de R$ 5,80/US$ no primeiro trimestre. As importações poderão ganhar impulso no segundo semestre, com preços internacionais mais baixos e um Real mais forte.
O que esperar:
- Um Real mais forte significa oportunidades de exportação muito limitadas e importações adicionais no terceiro trimestre.
- O clima seco está agregando pressão aos custos de produção dos produtores na maioria das regiões. A produção poderá perder impulso e fechar o ano com um crescimento marginal. (Fonte: OCLA - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 
Os três pilares de fazendas leiteiras altamente eficientes
Fazendas leiteiras - Seja em momentos de altas de preços em commodities ou não, a atividade leiteira não é diferente de qualquer outro negócio, é necessário ter eficiência para sobreviver.
Segundo Mateus Teixeira, zootecnista e coordenador técnico comercial de bovinos de leite da Cargill Nutrição Animal, o principal segredo para que esta atividade perdure é preciso ter um fluxo de caixa positivo, porém no médio e longo prazos é preciso ter lucro, cobrindo inclusive os custos fixos, como depreciação e a remuneração do capital investido. Para que isso seja possível, é necessário ser eficiente nos três “pilares” do negócio leite: custos de produção, volume diário produzido e receitas.
Segundo Mateus, o produtor deve buscar aumentar suas receitas agindo em todos os pontos que forem possíveis dentro da propriedade. Normalmente a principal receita é o leite vendido, seguida pela venda de animais e por último a venda do excedente de volumosos, com algumas variações nessa ordem dependendo da propriedade.
O preço recebido é fortemente impactado pela qualidade, composição e volume do leite fornecido. Portanto, o produtor deve buscar produzir leite com alto padrão de qualidade, com baixos índices de CCS e CBT (UFC) e com altos teores de proteína e gordura, e lógico, buscar fornecer o leite para laticínios que valorizem essa qualidade. O alto padrão de qualidade indica manejo e sanidade adequados para o rebanho, cenário que contribui para ganhos de eficiência técnica e econômica na fazenda.
No que tange à produção de leite diária, sem dúvidas, quanto maior o volume maior a remuneração. Apesar das importantes mudanças sofridas nos sistemas de pagamentos da maioria dos laticínios nos últimos anos, ainda percebemos que a maior influência no preço advém do volume fornecido. E não é só isso, o aumento na escala de produção contribui também para outro importante pilar, diluindo parte dos custos de produção.
O aumento da escala de produção ou do volume de leite produzido diariamente depende de dois fatores: números de vacas em lactação na propriedade e da produtividade das mesmas. O número de vacas depende da capacidade de suporte da fazenda, de acordo com a sua capacidade de alojar e alimentar seus animais. A referência é conseguir alcançar pelo menos 1 vaca em lactação por hectare na fazenda, considerando áreas de produção de volumosos e reservas ambientais na conta.
A produtividade das vacas, obviamente, quanto maior melhor, desde que respeitemos o bem estar dos animais e que os custos se mantenham equilibrados. Manejo, conforto, alimentação equilibrada e saúde permitirão aos animais expressarem todo o seu potencial produtivo.
A junção de uma boa taxa de lotação, ou seja, pelo menos uma vaca em lactação por hectare e boa produtividade dos animais, aumentarão a produção de leite total diária e também a produtividade por hectare na fazenda. Este indicador, medido em litros/hectare/ano, tem uma alta correlação com a rentabilidade do negócio. Sugere-se em sistemas menos intensivos, pelo menos 5.000 litros/ha/ano e em sistemas mais intensivos pelo menos 10.000 litros/ha/ano. Historicamente, fazendas com altas produtividades por hectare e custos equilibrados, conseguem tornar o negócio leite altamente atrativo, muitas vezes alcançando rentabilidades superiores a 10% ao ano.
O último pilar, o dos custos de produção, é sem dúvidas onde o produtor tem maior capacidade de interferência, mesmo que ele não consiga prever ou evitar que os comportamentos dos custos dos insumos impactem em seu negócio. A eficiência mais uma vez é exigida, pois mais importante do que o quanto se gasta é com o que se gasta.
Atualmente vários projetos e grupos de assistência técnica gerenciam as despesas das propriedades e geram índices de referência que acabam sendo utilizados por todos os produtores. O mais comum é criar uma relação entre as despesas e o percentual da renda comprometido com elas.
"Os principais custos normalmente são o gasto com concentrado, volumoso e a mão de obra. O ideal é que o comprometimento da renda bruta esteja entre 8 e 10% com volumoso, entre 30% e 35% com concentrado e entre 10 e 12% com mão de obra", explica Mateus.
Esses valores são resultados históricos médios de propriedades consideradas economicamente eficientes na atividade, portanto, são possíveis de serem alcançados e contribuem para um resultado econômico satisfatório. Contudo, é necessário ter cuidado com a interpretação desses índices, que acabam se tornando metas.
Os fatores que impactam esses números sofrem muita interferência regional, pelas características específicas da cadeia produtiva na região e por isso mesmo podem distorcer os indicadores. Por exemplo, o custo da ração de dois produtores pode ser o mesmo e um deles comprometer 30% da sua renda com este custo e o outro 35%. Para isso, basta que o preço recebido pelo leite por eles seja diferente. Podemos erroneamente afirmar que a propriedade que compromete 35% da sua renda com ração é menos eficiente para comprar insumos, porém na verdade a sua bacia leiteira é a que tem menor preço pago ao produtor.
Durante a pandemia este quadro ficou ainda mais evidente e complexo, pois os preços do leite subiram muito e os insumos também. As relações entre custos e receitas mudaram e podem estar criando falsas ineficiências nas propriedades. Nesses casos onde a eficiência técnica continuou e os indicadores econômicos fugiram dos valores referência, deve-se ter cautela e lembrar que a atividade leiteira deve ser analisada no longo prazo e não se pode ser conclusivo avaliando curtos períodos com alta instabilidade no mercado. O foco é manter a produção e os bons resultados técnicos para voltar a colher melhores frutos quando o mercado se estabilizar.
Independentemente do cenário de preço e custos não podemos nos esquecer da produtividade dos animais e da produção total de leite. Há muitos anos no Brasil, várias análises estatísticas mostram que o volume de leite produzido por dia nas fazendas é o principal fator de influência para o sucesso econômico da atividade leiteira, sendo que quanto maior o volume diário, maiores as chances de a atividade ser viável e atrativa economicamente.
Se o produtor estiver com o caixa apertado, com os custos acima dos índices ideais, a primeira coisa a se fazer é reduzir despesas em setores que não comprometem a produtividade das vacas, pois a redução da média pode agravar muito a situação. O que o produtor pode fazer é buscar maneiras de tornar todo o sistema mais eficiente.
Uma estrutura que permita uso de menos mão de obra para realizar o manejo facilitando a limpeza dos cochos, bebedouros e currais, reduz custos. Produzir volumoso em quantidade suficiente e com qualidade, investindo em controle de pragas e nutrição das plantas durante a safra, reduz a dependência da ração para suprir boa parte dos nutrientes utilizados pelos animais, baixando custos com concentrado. Reter na propriedade somente a quantidade necessária de bezerras e novilhas para repor o plantel, logicamente em propriedades com rebanhos estabilizados, reduz custos com alimentação e necessidade de estrutura para animais ainda improdutivos. Essas possíveis ações são exemplos de como cortar custos sem reduzir a produtividade das vacas, que são de fato “quem” paga as contas.
Outro ponto muito importante e com grande impacto na redução de custos, é a possibilidade de se usar ingredientes variados na nutrição dos animais, focando nos nutrientes exigidos pela categoria que está sendo alimentada e não no alimento em si. Talvez, hoje este seja o maior paradigma existente na pecuária de leite brasileira. Muitos produtores têm grande resistência em utilizar sorgo, casca de soja, farelo de algodão, ureia dentre outros ingredientes, com o discurso de que não são ingredientes nobres. Na verdade, os animais possuem exigência por energia, aminoácidos, minerais e vitaminas, não interessando a fonte de onde eles vêm.
Para produtores com maior estrutura de armazenamento de insumos, sem dúvidas, vale a pena comprar estrategicamente ingredientes como polpa cítrica, ureia, caroço de algodão, DDGS, casca de soja e farelo de algodão, pois eles atendem bem a demanda nutricional e possibilitam garantir saúde e produtividade aos animais a custos menores. E para produtores sem estruturas preparadas para tantos ingredientes diferentes existe a possibilidade de buscar comprar rações e concentrados direto das fábricas de ração. As fábricas compram grandes volumes de ingredientes e conseguem construir fórmulas eficazes nutricionalmente, com custos menores que as rações de milho e farelo de soja comumente produzidas nas fazendas.
“O produtor de leite eficiente será o produtor do amanhã. Não há mais espaço para amadores com um mercado tão dinâmico e complexo como o que estamos inseridos", finaliza. (AGROLINK & ASSESSORIA)

 

Jogo Rápido  

Alguma margem, apesar dos custos

Integrantes do projeto Campo Futuro, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), estiveram no Rio Grande do Sul para levantar informações sobre os custos de produção da pecuária de corte e de leite. A iniciativa é fruto de parceria com o Senar e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Na pecuária de leite, o levantamento demonstrou que o produtor conseguiu obter uma margem de receita líquida positiva, o que dá a ele um fôlego para a permanência na atividade a médio prazo. Segundo Thiago Rodrigues, assessor técnico da CNA, nas quatro regiões analisadas no Rio Grande do Sul, em três delas o produtor conseguiu cobrir os desembolsos quanto à depreciação e o pró labore. “Apesar do momento favorável de preço que houve no ano passado, esse produtor sofreu e teve um custo que impactou bastante na margem que a atividade gerou para ele”, analisa. O principal gargalo identificado foi a alimentação animal com concentrado, que consome de 28% a 34% da receita da atividade. Já na pecuária de corte a análise demonstrou que o produtor operou com margens positivas no sistema de recria e engorda. O item mão de obra foi responsável por 27,3% dos desembolsos, enquanto que o cultivo de pastagens representou 13%.  Segundo Rodrigues, o nível de produtividade do segmento não está permitindo ao produtor diluir esses custos. “Ele só vai conseguir diluir isso na medida em que for mais produtivo”, acrescenta. (Correio do Povo)


 

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Porto Alegre,  22 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.462


Guedes vê nível histórico de arrecadação no ano
 
Com recorde no 1º semestre, ministro diz que receita não será superada e parte vai virar redução de imposto
 
 
Após a arrecadação federal atingir um valor recorde no primeiro semestre, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que serão superados os “níveis históricos” de receitas neste ano. O ministro afirmou que parte do aumento na arrecadação será transformada em redução de impostos e pediu “moderação” à  Receita Federal no que diz respeito à reforma tributária.

Em junho, a arrecadação teve alta real de 46,77% na comparação com o mesmo mês de 2020 e chegou a R$ 137,169 bilhões, maior valor para o mês desde 2011. O recolhimento no semestre atingiu o maior patamar da série histórica, de R$ 881,996 (valor sem correção), uma elevação real de 24,49% sobre o mesmo período de 2020.
 
Guedes disse que os números mostram a “vigorosa retomada” do crescimento econômico. “Vamos superar o nível do PIB [Produto Interno Bruto] de 2015, quando começou a cair, e, consequentemente, o nível de arrecadação.”
 
Mesmo que o Brasil parasse de crescer daqui para frente, acrescentou, já teríamos esse nível de arrecadação sustentável. “Isso é importante porque muita gente está dizendo: ‘Mas e se no ano que vem não crescer, crescer só 2% ou 3%?’. Ora, o nível de arrecadação, com o regime fiscal que temos hoje, se mantém”, continuou. Com isso, buscou rebater as avaliações de que o crescimento da arrecadação é transitório.
 
Os resultados no semestre são bons em praticamente todos os tributos, disse o secretário especial da Receita, José Tostes. Ele destacou, por exemplo, o recolhimento das empresas. A arrecadação com IRPJ/CSLL somou R$ 190,078 bilhões no primeiro semestre, crescimento real de 34,54% sobre 2020. O desempenho foi impulsionado por pagamentos extraordinários, que somaram R$ 20 bilhões. No caso do PIS/Cofins, houve alta de 39,52%.

Uma diferença importante entre o ano passado e este é a base de comparação. No primeiro semestre de 2020, os diferimentos de tributos impactaram a arrecadação em R$ 77,572 bilhões. No mesmo período deste ano, o efeito foi bem menor, de R$ 5,937 bilhões. Mas excluído esse e outros fatores considerados não-recorrentes, destaca o fisco, as receitas administradas ainda teriam alta de 13,14%. (Valor Econômico)

MAPA quer colher opiniões sobre regulamento técnico para a gordura láctea de uso industrial

Foi publicada no Diário Oficial da União de 06/07/2021, a Portaria MAPA nº 347/2021 que submete à Consulta Pública a proposta de Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) para a Gordura Láctea de Uso Industrial.

Segundo a minuta, a “gordura láctea de uso industrial” é definida como o produto recuperado, por processos tecnologicamente adequados:
 
I – da água de filagem de queijos;
II – do desnate do leite ácido;
III – do soro, obtido da fabricação de queijo;
IV – do leitelho.
 
Importante ressaltar que a gordura láctea tratada na Portaria tem uso exclusivo industrial, sendo vedada sua destinação direta ao consumidor final.
 
A proposta de RTIQ traz requisitos de composição, características sensoriais, parâmetros físico-químicos, de conservação, entre outros. Segundo à minuta, a “gordura láctea de uso industrial” poderá ser adicionada aos seguintes produtos comercializados no Brasil:
 
– bebidas lácteas;
– cream cheese;
– composto lácteo,
– doce de leite;
– leite condensado;
– manteiga comum;
– mistura láctea;
– queijos processados;
– requeijão; e
– sobremesa láctea.
 
O prazo para envio de sugestões a esta Consulta Pública é de 45 dias contados a partir da data da publicação da Portaria, ou seja, encerra-se em 20/08/2021.
 
As contribuições à Consulta Pública deverão ser tecnicamente fundamentadas e encaminhadas ao MAPA via Sistema de Monitoramento de Atos Normativos – SISMAN, por meio do SISMAN, clicando aqui. Acesse aqui à íntegra da Portaria MAPA 347/2021. (Agrolink)
 
 
 

Oferta global cresceu puxada pelos EUA

Produção – A oferta global de leite em maio foi 26 milhões de litros superior à registrada em maio do ano passado, subindo 3,3%.

É o maior crescimento desde novembro de 2017. Nos últimos cinco anos, a oferta global de leite tem subido, em média, 0,8% por ano. O maior aumento mais recente está, portanto, bem à frente do crescimento normal esperado. No entanto, deve-se notar que a comparação entre maio de 2019 e 2020 foi bastante deprimida, fazendo com que a comparação anual de agora seja mais forte.

Em termos percentuais, a Nova Zelândia (+7,6%) e os Estados Unidos da América (+4,6%) apresentaram os maiores ganhos. Maio é relativamente o mês de menor produção na Nova Zelândia e o aumento percentual equivale a 2 milhões de litros extras por dia. A contribuição dos EUA é mais significativa, 12 milhões de litros de leite extra por dia. O aumento estimado para a União Europeia (UE) é de 2,3%, o equivalente a 9 milhões de litros extras por dia. (Fonte: AHDB – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

 

Jogo Rápido  

Tetra Pak é considerada como uma das “50 Líderes em Sustentabilidade e Clima”
A iniciativa da agência TBD Media Group e das Nações Unidas, “50 Líderes em Sustentabilidade e Clima”, integrou a Tetra Pak na lista de liderança a este nível. A empresa de processamento e embalagem de alimentos, em comunicado, afirma que o reconhecimento é fruto do compromisso que assumiu em liderar um futuro sustentável através da descarbonização. Segundo Adolfo Orive, presidente e CEO de Tetra Pak: “A nossa empresa foi fundada com base na filosofia de que a embalagem deve economizar mais do que custa. A sustentabilidade sempre esteve no centro de tudo o que fazemos e agora também é uma componente crítica da nossa estratégia 2030. Estamos orgulhosos de receber o reconhecimento da indústria pelo trabalho feito até agora.” Recorde-se que atualmente 100% das embalagens de cartão da Tetra Pak são certificadas pelo FSC® (Forest Stewardship Council®). (Tetra Pak)


 

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Porto Alegre,  21 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.461


Wilson Sons tem recorde na cabotagem de leite em pó

Empresa registrou no primeiro semestre de 2021 a maior movimentação do produto para outros estados na história do Tecon Rio Grande. Pernambuco, Bahia e Amazonas são os destinos do produto
 
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de leite do Brasil, com aproximadamente 13% de toda a produção nacional, e a comercialização de derivados do lácteo se destaca. A Wilson Sons registrou, no primeiro semestre de 2021, a maior movimentação do produto para outros estados na história do Tecon Rio Grande. O terminal de contêineres alcançou 542 TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados.

Por meio de cabotagem (transporte marítimo dentro da costa do próprio país), os destinos da mercadoria foram Pernambuco, Bahia e Amazonas através dos portos de Suape, Salvador e Manaus, respectivamente. O crescimento foi de 129,6% no semestre em volumes totais, com acréscimo de 306 TEU na comparação ao mesmo período de 2020.
 
Segundo a Emater-RS, o Estado produz 4,5 bilhões de litros de leite/ano. A produção leiteira do Rio Grande do Sul, cada vez mais especializada e moderna, se destaca nacionalmente pelas condições climáticas favoráveis, qualidade genética do rebanho, possibilidade do cultivo forrageiro de inverno e verão de excelente qualidade, além da mão de obra familiar.
 
Para Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande, os resultados de movimentação de leite em pó para estados do Nordeste e Norte do País obtidos pelo terminal são animadores. Conforme Bertinetti, a modalidade de cabotagem adequa-se perfeitamente a este tipo de carga, pois permite que produtores atinjam novos mercados dentro das fronteiras do próprio País, contando com duas saídas semanais do Rio Grande e ligação com os principais portos brasileiros. “A cabotagem é um tipo de operação que leva a carga gaúcha para demais estados do Brasil, e o Tecon Rio Grande concentra todas as condições de estrutura para oportunizar que mais negócios sejam feitos através do nosso terminal”. (Jornal do Comércio)

Impactos da crise da Covid vão ficando menores no RS
 
Boletim do governo aponta variação positiva pela 11ª vez seguida na arrecadação de ICMS. Emissão de notas fiscais cresceu pelo 13° mês
 
Receita Estadual publicou a 40ª edição do Boletim sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS. Os principais indicadores econômico-fiscais seguem demonstrando um cenário de retomada no Rio Grande do Sul. As análises consideram a variação ante períodos equivalentes do ano anterior, de forma que alguns dos resultados são influenciados pela comparação ocorrer frente a um período já afetado pela pandemia, ou seja, junho de 2021 e junho de 2020. A arrecadação de ICMS apontou o 11º mês consecutivo de variações positivas.
 
Em junho o resultado de R$ 3,43 bilhões foi 28,9% (R$ 770 milhões) superior a igual período do ano anterior, impulsionado pela base comparativa deprimida, pela retomada econômica e também por receitas extraordinárias que são resultados, entre outros fatores, de medidas estabelecidas pelo Fisco estadual, conforme destaca a publicação. Com isso a arrecadação acumulada em 2021 é de R$ 21,5 bilhões, aumento de R$ 3,68 bilhões em relação ao período equivalente anterior (20,6%). Na visão dos últimos 12 meses a arrecadação total é de R$ 42,45 bilhões, um ganho real de R$ 4 bilhões (10,4%) frente aos 12 meses imediatamente anteriores.
 
A emissão de notas fiscais também registrou variação positiva pelo 13° mês consecutivo frente a períodos equivalentes do ano anterior. O resultado em junho foi de 33,8%, sendo o terceiro melhor desde o início das análises. O pior resultado do indicador ocorreu em abril de 2020, quando marcava um recuo de 16,7%. No acumulado do período da crise da pandemia, de 16 de março de 2020 a 30 de junho de 2021, o indicador agora aponta ganho de 13,6%.

Na análise das vendas por atividade, a indústria, o atacado e o varejo registraram variações positivas ao longo do mês ante junho do ano passado. Os respectivos desempenhos foram de 35,2%, 38,5% e 25,7%. Com isso, os indicadores acumulados desde o início das medidas de distanciamento agora são de 18,2%, 13,7% e 5,5%. Pela quarta vez as três atividades registram variações positivas acumuladas ao final de um mês. (Correio do Povo)

 
 
Balde Cheio fecha parceria com a COOPAR no RS
 
O projeto em rede Balde Cheio, desenvolvido pela Embrapa por 23 anos, e retomado no RS há dois anos, vai se estendendo a mais cooperativas no Estado. A confirmação de participação nas ações do Projeto veio da Pomerano Alimentos Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul LTDA (COOPAR), do município de São Lourenço do Sul.
 
Nesta última semana, o departamento técnico da organização confirmou a assinatura do contrato entre as duas instituições, com o objetivo de valorizar o seu maior patrimônio, que é atender melhor o seu associado. Além disso, a Cooperativa está num momento de investimento ao capacitar novos técnicos contratados. De três técnicos, o seu Departamento Técnico passa a contar com mais três novos profissionais.
 
Segundo o diretor técnico da COOPAR, Estêvão Kunde, as expectativas no trabalho são positivas pois pretendem envolver quatro técnicos para trabalhar com quatro “propriedades-modelo”, que segundo ele, deseja que se tornem referência em manejo e práticas de produção leiteira para aumento de produtividade, com abrangência na região envolvida pela Cooperativa.
 
Para a pesquisadora Renata Suné Martins da Silva, da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, a estratégia é de divulgar a metodologia do Projeto nas principais bacias leiteiras do Estado, através de palestras, dias de campo, reuniões, publicações, de forma a dar ciência aos interessados no tema, envolvendo as cooperativas, prefeituras, produtores e técnicos da área de bovinocultura de leite. “O nosso planejamento é de ampliar cada vez mais o programa, sem distinção de regiões, número de municípios, produtores ou técnicos envolvidos. Até porque acreditamos que o programa tem o potencial de transformar regiões, sem destaque em termos de volume ou produtividade, e em regiões que avancem em desenvolvimento regional baseado na produção de leite”, explicou.
 
A Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, também faz parte do Projeto, com a atuação do analista Sergio Bender, que se dedica junto à pesquisadora Renata de expandir as ações no Estado. “Nosso papel é de articulação, fazendo com que se amplie o número de técnicos, e mesmo em tempos de pandemia, estamos apresentando a metodologia Balde Cheio e realizando convites ao público de interesse, cumprindo nosso propósito na busca de novos parceiros”, disse Bender.
 
O Projeto está presente no Rio Grande do Sul na região da Fronteira-Oeste, junto a Associação dos Produtores de Leite (Acripleite), contando com a área de produção de leite experimental da Fundação Maronna. Na região da Serra, através da Cooperativa Piá, estão sendo capacitados atualmente os técnicos que assistem os municípios de Barão, Gramado, São Jorge e Soledade, e anteriormente, fizeram parte técnicos e produtores de Nova Petrópolis e Vila Flores. E agora, a equipe passa a desenvolver as atividades junto a região da Metade Sul, centralizado no município de São Lourenço do Sul, através da COOPAR.
 
Os primeiros encontros, serão ainda durante o mês de julho, de forma online, para manter contato com os técnicos e produtores associados envolvidos no Projeto, após acontecem as capacitações bimestrais.
 
Conforme o consultor técnico Juliano Alarcon Fabrício, há possibilidades de realização de encontros presenciais com os produtores e técnicos em setembro ou novembro, e posteriormente, nos meses de janeiro, março e maio, no formato virtual.
 
Estevão Kunde contou que foram escolhidos para se envolver um técnico mais experiente de atendimento da região do município de Canguçu e os demais técnicos são profissionais recentemente contratados pela Cooperativa. Cada técnico assistirá uma propriedade-piloto.
 
A COOPAR possui um quadro de produtores associados de diferentes escalas de produção, tanto pequenos quanto médios, com características de propriedades familiares, entre baixo e altos volumes de leite. “Entre algumas de nossas dificuldades com os produtores estão o estabelecimento de pastagens, com ênfase no planejamento forrageiro para atender primeiramente a necessidade dos animais, o que vai resultar em uma manutenção nutricional, gerando maior produção”, disse Kunde.
 
O técnico ainda destacou que a região possui um solo frágil, arenoso, de baixa matéria orgânica que precisa de orientações de manejo, além de informações para gestão da propriedade como colocar em prática a mensuração de resultados, através de registro de controle de produção e dados zootécnicos do rebanho.
A expectativa da Cooperativa é elevar o conhecimento para os seus técnicos e atender de forma mais qualificada os produtores associados - 4.750 famílias - mudando sua realidade.

A COOPAR atende os municípios de Arroio do Padre, Camaquã, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuvisca, Cristal, Dom Feliciano, Morro Redondo, Pelotas, Piratini, Rio Grande, São Lourenço do Sul e Turuçu. (Embrapa)

 

Jogo Rápido  

Estrela Multifeira terá 1º Concurso Leiteiro
O agronegócio é um dos eixos da Estrela Multifeira, que busca de forma constante inovar e agregar valor ao evento. E uma das novidades da 7ª Estrela Multifeira será o 1º Concurso Leiteiro, apresentado nesta terça-feira (20) a parceiros e técnicos de empresas de laticínios, que serão o elo com os produtores de leite com interesse e potencial de participação. As inscrições podem ser feitas de 26 de julho a 13 de agosto através dos técnicos das empresas envolvidas, cuja confirmação até o momento é da Cooperativa Languiru, Lactalis, Latvida e outros. O concurso é destinado a produtores de leite de Estrela e terá a avaliação feita por uma comissão julgadora diretamente nas propriedades, com critérios de qualidade e produtividade. A divulgação dos vencedores será feita durante a Estrela Multifeira, bem como a entrega de premiação que contemplará o Trio Mais Produtivo, Vaca mais produtiva (período total), Vaca mais produtiva (única ordenha), Propriedade Destaque, Propriedade Destaque Geral, além de homenagens a todas as propriedades, técnicos e empresas participantes. Segundo o coordenador do concurso, o médico veterinário Nelson Souza a ação dará visibilidade à feira e aos produtores. “Será um momento de também compartilhar conhecimento, mostrar ao público como é o processo, os custos envolvidos e valorizar mais esse produto que é uma das bases da nossa alimentação e tem fator econômico muito importante”, destaca. A novidade foi aprovada por quem atua junto ao setor leiteiro. “O concurso tem tudo para ser um sucesso e realmente valorizar o agro. Estrela é um município onde a cadeia leiteira chama a atenção, com muito investimento em tecnologia, alta produtividade e rentabilidade”, observou o gerente de fomento leite da Cooperativa Languiru, Mauro Aschebrock. Estrela tem 290 produtores de leite e uma produção anual de 42 milhões de litros do alimento (2020). Está entre os principais do Rio Grande do Sul neste setor e uma amostra disso poderá ser conhecida na Estrela Multifeira 2021. O 1º Concurso Leiteiro reforça as demais atrações do agronegócio, que são a exposição de animais já conhecida pelo público das edições anteriores, além das empresas de produtos, tecnologia e serviços que dão suporte ao setor. (Rádio Independente)


 

Newsletter Sindilat_RS

 

Porto Alegre,  20 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.460


O desafio da eficiência

Rio Grande do Sul já teve quase 66 mil produtores de leite, que foram desistindo da atividade pelo peso dos custos e das exigências qualitativas bastante elevadas nos últimos anos, segundo observações da Emater/RS-Ascar. No rebanho atual, de quase 1 milhão de vacas leiteiras, as raças predominantes são a Holandesa e a Jersey. A coleta média diária dos atuais 50,4 mil produtores está na faixa dos 150 litros de leite, mas, segundo relatório de 2019 da Emater, pode variar de 50 a 2,5 mil litros por dia, dependendo da propriedade rural. Ainda conforme o levantamento, que será atualizado neste ano, 94,4% das propriedades têm o sistema alimentar baseado em pastagens, 3,7% em semiconfinamento e somente 1,8% em confinamento total. Mesmo que já use o modelo das pastagens, essa maioria tem o desafio de ampliar a produtividade e a qualidade nutricional das forrageiras, até porque tem pouco espaço para expandir o cultivo.

Assistente técnico do escritório municipal da Emater em Venâncio Aires, Diego Barden revela que a alta dos custos tem realmente diminuído o número de produtores no município, estimado hoje em 2 mil, mesmo que o preço do litro de leite pago pela indústria tenha melhorado. De acordo com ele, o estímulo à alimentação com base no pasto é permanente, mas há dificuldades por parte de algumas famílias em melhorar sua performance. “Há uma parcela dos produtores que garantiu a produtividade diária com a silagem, com pequenas áreas para o plantio de milho e até com uso de áreas arrendadas com este fim”, conta Barden. Nestes casos, diz, com a crise recente no preço dos grãos e as estiagens em 2020 e 2021, quem vinha alimentando o gado com base na silagem e na ração concentrada teve mais dificuldades.

“Sempre ressaltamos que a alimentação a pasto era a mais barata e, neste último ano, ela ficou muito mais barata; com isso, muitos começaram a se preocupar em ampliar o uso das forrageiras”, constata o técnico, sem deixar de apontar que alguns, mesmo que quisessem, não teriam como ampliar a área com pastagens que mantêm ao longo dos anos. “Por isso, recomendamos melhorar as áreas existentes apostando, entre outras coisas, na busca pela qualidade do solo e por cultivares mais produtivas”, destaca.

A mais importante orientação, agrega Barden, é que o produtor tenha a certeza de que o gado vai ficar bem nutrido com o pasto e que a suplementação seja só para assegurar a produtividade nos momentos de escassez de forrageiras. Mesmo em momentos como a troca de estações, quando a disponibilidade de pasto fica menor, é possível evitar essa queda de oferta, afirma a técnica da Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Íris Beatriz dos Santos, ao apontar como estratégia a sobressemeadura de espécies forrageiras de inverno em áreas ocupadas por espécies perenes de clima tropical para aproveitar o período em que estas ficam pouco produtivas ou mesmo dormentes.

Íris lembra também que além de preocupar-se com a produção, é preciso que o produtor preste atenção às exigências dos animais em pastoreio. “O planejamento do sistema de produção de forragens é indispensável, pois o objetivo é equilibrar a máxima oferta de alimentos de alta qualidade com a exigência nutricional dos animais e evitar, ou pelo menos reduzir, períodos de déficit forrageiro e a necessidade de suplementação”, pondera. (Correio do Povo)

GDT – Global Dairy Trade

Fonte: Global Dairy Trade – adaptado Sindilat/RS

 

Mais pasto contra o custo


Um novo olhar sobre a forma de alimentar o gado leiteiro pode levar a atividade a um patamar mais sustentável e a um melhor equilíbrio de renda para o produtor. Presente na produção leiteira desde sempre, a alimentação do plantel a pasto vem ganhando protagonismo nos últimos dois anos diante da alta dos preços do milho e da soja, próxima dos 100%, e de duas estiagens sucessivas que prejudicaram a qualidade e a quantidade de milho silagem plantado nas propriedades. A alternativa, entretanto, não é para todos. Para incrementar as pastagens e se beneficiar de uma redução de custos de 50% ou mais, o produtor precisa de área para plantio de forrageiras, recursos para investir em insumos e assistência técnica que o oriente tanto na escolha das plantas quanto na composição de uma dieta balanceada para as vacas.

Considerada uma das maiores cooperativas do Brasil, a CCGL vem conscientizando os seus cerca de 3,5 mil produtores de leite a priorizar o pasto desde 2005. O supervisor técnico da produção de leite na cooperativa, Luis Otávio da Costa Lima, relata que foi um longo processo, o qual passou pela melhoria da qualidade do solo nas propriedades, com novas práticas de adubação, e das formas de manejo. Lima ressalta que a utilização das forragens como fonte principal de nutrição torna o sistema de produção leiteira mais resiliente e menos vulnerável a crises como a vivida hoje, quando a saca de milho ultrapassa os R$ 90,00 e a tonelada do farelo de soja (que compõe a parte proteica das rações) os R$ 2,3 mil. Atualmente, 95% dos produtores que fornecem leite à CCGL, em 170 municípios, de Lagoa Vermelha, no Norte do Estado, a Santa Vitória do Palmar, no Sul, têm as pastagens como alimento principal do rebanho.

Segundo o supervisor, uma vaca come, em média, de 15 a 17 quilos de matéria seca de pasto por dia. Este é o limite máximo de ingestão diária deste tipo de alimento e garante uma média produtiva de 15 a 20 litros de leite por dia, dependendo do animal. Para garantir uma produção considerada regular, de 25 a 30 litros, é preciso acrescentar à dieta da vaca em torno de 5 quilos de suplementação, composta pela silagem de milho e a ração com proteína. Nesta proporção, o produtor gastaria por vaca cerca de R$ 14,75 ao dia.

Quando a base alimentar é a silagem de milho e a ração, usadas nos sistemas de gado semiconfinado e confinado, o custo é maior (a produção também, de 10 a 15 litros a mais), tendo em vista que o quilo do milho silagem com planta inteira oscila de R$ 0,38 a R$ 0,45. “No caso predominante de uso do milho, é preciso plantar, ter quem colha, quem misture o alimento e quem leve até o cocho e isso tudo representa custo”, lembra Lima. No Rio Grande do Sul, conforme dados da Emater/RS-Ascar, 50,4 mil famílias, distribuídas em quase todos os 497 municípios, têm como fonte principal de renda a atividade leiteira. A instituição preconiza o uso de pastagens na produção de leite desde sempre. O gerente técnico e coordenador da área de leite da Emater, Jaime Ries, reconhece, contudo, que o sistema tem realmente limitações, tanto de oferta de pasto, dada a sazonalidade, como de possibilidade de aumento de área para este tipo de cultivo, uma vez que a maioria absoluta dos produtores está nas pequenas propriedades da agricultura familiar.

Ries alerta que as dificuldades em equilibrar custo e renda vêm tirando da atividade, gradativamente, as famílias produtoras. Na próxima Expointer, em setembro, a associação vai divulgar uma atualização do relatório que faz a cada dois anos da produção leiteira gaúcha. “Ainda não temos os números, mas o sentimento que temos indo a campo é de que o número dos produtores segue diminuindo”, diz.

O gerente técnico sustenta que a produção de leite não sofre prejuízos quando a alimentação prioritária dos animais é a pastagem. Ressalta, inclusive, que o inverno é a estação na qual mais se produz no Estado graças à qualidade e disponibilidade das forrageiras – aveia e azevém na maioria dos locais. “Anualmente, a Emater leva ao produtor informações para que faça um bom planejamento forrageiro, indicando as melhores espécies e épocas de plantio, de forma que garanta na sua propriedade a disponibilidade de pastagens”, acrescenta Ries.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), que representa a agricultura familiar e o produtor de leite diretamente, vê na produção leiteira com base a pasto uma excelente alternativa para a diminuição dos custos. “Porém, há uma limitação para os produtores conseguirem implementar esta prática, que é a área de terra que eles possuem”, observa o assessor de Política Agrícola, Kaliton Prestes. Nas pequenas propriedades, na maioria das vezes, a área disponível para plantio de pasto precisa ser semeada com o milho silagem, do qual o produtor também não pode prescindir. (Correio do povo)


 

Jogo Rápido  

E-book Especial Queijos Santa Clara está disponível para download
A tradição e a qualidade de 110 anos dos Queijos Santa Clara podem ser conferidas no e-book Especial Queijos Santa Clara, que traz informações sobre os queijos produzidos pela Cooperativa, dicas, harmonizações e 50 receitas inéditas e deliciosas. O lançamento foi na noite de segunda, 19 de julho, com uma live com participação do diretor da Cooperativa Alexandre Guerra e o chef Gabriel Lourenço, que assina as receitas do e-book. A coletânea está dividida em petiscos, antepasto, primeiro prato, prato principal, acompanhamentos e sobremesa, sempre tendo como destaque o queijo. Para esse momento tão especial que é cozinhar é sugerida uma playlist no Spotify, que pode ser acessada clicando nos ícones nas receitas. Interativo, o material inclui menus clicáveis de categorias e para escolher a receita a partir do queijo preferido. O material contempla 49 tipos de queijos produzidos pela Cooperativa, reunindo desde os frescos Minas e Ricota, passando pelos tradicionais Colonial, Lanche e Samsoe, até os mais intensos como Azul, Gruyère e Parmesão, nas diferentes versões que o consumidor pode encontrar nos pontos de venda: pedaços, fatiados, cunhas ou ralados. No lançamento, o chef ensinou a 50ª receita, uma Scaccia de Queijos Santa Clara. A live está disponível no canal da Santa Clara no Youtube, youtube.com/coopsantaclara, onde também serão publicadas vídeos de algumas das receitas do e-book. O e-book Especial Queijos está disponível para download no site da Santa Clara, clicando aqui. (Cooperativa Santa Clara)


 

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Porto Alegre,  17 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.459


Forrageiras ganham espaço
 
Há 20 anos tendo na atividade leiteira sua principal fonte de renda, o produtor Volnei Schreiner, de Victor Graeff, na Região do Alto Jacuí, diz ter mudado suas estratégias para fazer frente aos custos. Dos 20 hectares da propriedade, onde mantém 32 vacas em lactação, mais da metade são destinados para a produção de alimentos para o rebanho. O produtor, associado à CCGL, consegue uma média diária de 24 litros de leite por vaca, mesmo tendo reduzido a suplementação dos animais de 7 para 4 quilos por dia. “Com boa oferta de pasto, consigo diminuir a parte proteica da ração, de 22% para 18%, o que a barateia”, raciocina. “Mas é bom lembrar que não existe criar gado de leite eliminando a suplementação”, ressalva.
 
Neste ano, foram plantados na fazenda – onde trabalham ainda a mãe e o pai de Volnei, Ernani e Gisela; a esposa, Nêmora; e os filhos gêmeos, Bruno e Gabriel – 9 hectares de pastagens e 6 hectares de milho silagem. “Aumentamos em 3 hectares a área de pasto e em 1 hectare a de milho”, relata o produtor. Schreiner conta que nos últimos dois anos a produção de milho sofreu com a falta de chuva, os estoques de alimento da família para o gado diminuíram e foi preciso voltar a práticas que haviam sido deixadas de lado na propriedade, como o plantio do triticale para a silagem de inverno.
 
Além disso, a propriedade também tem feito estoque de uma mistura de resíduos de aveia, azevém e milheto para oferecer no caso da escassez de milho. “Mas produzir pasto não está fácil”, reclama Schreiner. De acordo com o produtor, os custos de adubação das áreas de pastagens subiram mais de 50% de um ano para o outro. “No ano passado gastei R$ 2,15 mil pela tonelada de adubo e neste ano R$ 3,68 mil”, compara.
 
“Na ureia, o custo subiu de R$ 1,67 mil para R$ 2,99 mil.” Mesmo assim, ele elogia a assistência que recebe da cooperativa. “Os agrônomos e os veterinários nos ajudam muito, indicando as melhores cultivares e mostrando como montar a melhor dieta para os animais”, conclui.
 
APOSTA EM OUTROS GRÃOS E CULTIVARES MAIS NUTRITIVAS
 
Assegurar a produção média de 850 litros de leite por dia diante da alta dos custos com alimentação do rebanho tem sido um desafio para o produtor Jonas Leonardo Fetter, de Augusto Pestana, no Planalto Médio. Seu plantel, predominantemente da raça Holandesa, é composto por 34 vacas em lactação, sete vacas secas e mais 42 novilhas em fase de desenvolvimento. A produtividade das vacas gira em torno dos 25 litros por dia, o que é considerado excelente na alimentação com base no pasto.
 
“Para enfrentar essa crise a gente foi diminuindo gradativamente a ração, em quantidade e em índice de proteína”, explica. Cada animal, que chegava a receber 10 quilos de suplementação por dia, hoje consome de 5 a 6 quilos. O concentrado também teve o índice de proteína diminuído de 22% para 18%. “Fomos ajustando a dieta para fazer a melhor economia e a situação só não fica mais difícil pela quantidade e pela qualidade do nosso pasto”, relata.
 
Fetter explica que na propriedade, no distrito de Linha São João, onde divide as atividades com a esposa, Nadine, são reservados 30 dos 50 hectares para o plantio de forrageiras, entre elas o azevém e as aveias de inverno e verão. As dificuldades para conseguir milho silagem e o preço do milho fizeram com que o produtor optasse por ter o mínimo do cereal na oferta de comida para os animais, investindo em cultivares de pasto mais nutritivas e em outros grãos, como o triticale.

“Com apoio da assistência técnica da Cooperativa Santa Clara, melhoramos a qualidade do nosso pasto investindo em cultivares mais nutritivas, como a aveia ucraniana”, detalha o produtor. Além do alto teor nutricional, a aveia ucraniana tem vantagens produtivas, apresentando o dobro do volume da aveia preta comum, cobertura de solo e capacidade para até oito cortes. Fetter não viu necessidade de ampliar a área plantada e diz que a hora é de ser “cauteloso” para equilibrar o negócio baseado no leite. (Correio do Povo)

Leite A2 já tem mercado de R$ 100 milhões
 
Em meio a um cenário desafiador para a produção de leite — com a alta nos custos de produção e a falta de chuvas que afetam pastagens —, a família Jank, proprietária da Fazenda Agrindus, o quinto maior produtor de leite no Brasil, tem apostado em um tipo de rebanho ainda incipiente no país, que tem trazido ganhos para o negócio: o de vacas a2a2. Com genética diferente da convencional, esses animais produzem leite que o corpo humano possivelmente digere com mais facilidade.
 
A matéria-prima foi descoberta nos anos 1990 e lançada comercialmente na Nova Zelândia, um dos países líderes em produção de leite, em 2003. Depois da queda da patente do produto, em 2015, o leite A2 passou então a ganhar o mundo também pelas mãos de outros produtores.
 
A diferença do A2 para o leite convencional é a proteína beta-caseína A2, a mesma encontrada no leite materno, conta o empresário Roberto Jank Jr., diretor da Agrindus, que vende leite e derivados com a marca Letti A2.
 
Em 2020, o mercado global do leite A2 e seus derivados foi avaliado em US$ 8 bilhões, segundo a empresa canadense Precedence Research. Para 2030, a projeção — “consistente”, avalia o empresário — é de US$ 25 bilhões.
 
O consumo de leite mais facilmente digerível tem crescido em países como a China e os Estados Unidos, que usam a matéria-prima em fórmulas infantis. No Brasil, a Agrindus é a precursora em um segmento ainda bastante restrito — avaliado, por ora, em cerca de R$ 100 milhões anuais, o nicho representa menos de 1% do mercado de leite. São poucos os produtores no país, e a produção ocorre em fazendas verticalizadas, com rastreabilidade sobre a origem.
 
Em resposta a uma solicitação da entidade setorial Abraleite, o Ministério da Agricultura aprovou o leite de vacas com essa genética. Com o sinal verde, a Agrindus passou a vender os produtos, em outubro de 2018.
 
“O ministério forneceu um selo de reconhecimento de produto proveniente de vacas a2a2, mas ainda falta a Anvisa terminar o estudo sobre a capacidade de digestão para que possamos incluir essa informação no rótulo”, disse o empresário.
 
Atualmente, as embalagens informam apenas que o leite é proveniente de animais com essa genética, e a Agrindus investe em comunicação via site e redes sociais, além de trabalhar em uma aproximação com pediatras e nutricionistas. Em outros países, há na rotulagem a identificação de “digestão mais fácil”.
 
Com a aposta, a companhia tem conseguido ganhar cerca de 10% a mais em preço no nicho dos leites A. Isso permitiu-lhe ampliar sua receita no primeiro semestre deste ano em 15% por hectare, para R$ 100 mil por área.
 
De acordo com Jank Jr, a Agrindus quer abraçar consumidores de diferentes classes de renda. Nos municípios de Descalvado e São Carlos, por exemplo, onde, de acordo com o empresário, as pessoas valorizam muito o leite fresco, a bebida é vendida em saquinhos de plástico, com valores mais acessíveis.

“Apostamos em um conceito que é reduzir o máximo possível o processamento”, conta. Jank explicou, ainda, que as genéticas distintas dos animais — tanto a a2a2 quanto a a1a1 das vacas que produzem o leite convencional — nada tem de processos de transgenia. “São adaptações ao ambiente, mudanças naturais que ocorreram nos animais”, pontuou. (As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint)
 
 
 

Quais as oportunidades para os ingredientes lácteos?
 
A nutrição para mulheres grávidas e lactantes é um mercado conhecido, embora pouco explorado e em expansão. O número de lançamentos de produtos está aumentando consistentemente a cada ano. Essa tendência pode ser encontrada em todo o mundo e a Ásia é a região onde a demanda é mais alta.
 
Além dos mercados de nutrição tradicional já em expansão, a nutrição materna parece ser um mercado repleto de oportunidades, no qual os ingredientes lácteos definitivamente têm um lugar.
 
O mercado de nutrição materna está em alta e o número de lançamentos aumentou mais de 40% desde 2013. Embora a demanda seja alta em todas as regiões do globo, a Ásia é o país com demanda maior, sendo responsável por 40% dos lançamentos de produtos.
 
Vários fatores contribuem para essa tendência. Em primeiro lugar, a noção de “1.000 dias” — desde a concepção até o segundo aniversário de uma criança — é cada vez mais reconhecida. Este é um período crucial no desenvolvimento do bebê, onde uma boa alimentação é especialmente importante. Os pais querem o melhor para o seu bebê e isso significa começar cedo, com uma nutrição ideal para a gestante.
 
Além disso, rendimentos mais elevados nas economias emergentes da Ásia (China e Sudeste Asiático em particular) e a redução no número de filhos por família são fatores que motivam as famílias a gastar mais com o cuidado e alimentação dos filhos que têm, bem como as mães deles.
 
Paralelamente ao crescimento da demanda, as expectativas se diversificam e a oferta se amplia. Há maior potencial de inovação agora do que em qualquer outro momento, e para o fornecimento de novas soluções nutricionais que são mais claramente adequadas para as mães durante e após a gravidez.
 
Dada a gama limitada de produtos de saúde materna atualmente no mercado, esses consumidores estão em busca de mais inovação. Anteriormente, as mulheres grávidas e amamentando tinham apenas uma gama limitada de produtos lácteos ou leite em pó à sua disposição. Agora, infusões especiais, barras de cereais e bebidas foram desenvolvidas especificamente para esse alvo.

Os formatos em movimento são cada vez mais oferecidos e uma atenção especial é dada aos produtos naturais. Isso significa bebidas à base de plantas ou sucos enriquecidos com ingredientes funcionais, por exemplo. O sabor também é um foco importante, resultando em produtos como biscoitos enriquecidos com proteínas e minerais ou bebidas de chocolate enriquecidas com proteínas.
 
Por fim, em conjunto com essa tendência crescente, as mães buscam formas de melhorar sua saúde física e mental. A saúde mental é, sem dúvida, um fator significativo na saúde geral das mães durante um período de grandes mudanças. Pode-se pensar em produtos que estimulem a lactação ou que ajudem as mães a lidar com a fase pós-natal.
 
Há maior potencial de inovação agora do que em qualquer outro momento, e para o fornecimento de novas soluções nutricionais que são mais claramente adequadas para as mães durante e após a gravidez.
 
Atualmente, as previsões de crescimento para o mercado de fórmulas infantis preveem uma pequena desaceleração (cerca de 1% de crescimento anual até 2024). Expandir a base de clientes visando os pais de maneira diferente pareceria, portanto, uma jogada inteligente.
 
Além disso, o aleitamento materno é cada vez mais incentivado, e com razão. Além do impacto na demanda por produtos de nutrição infantil, a nutrição das mães provavelmente assumirá um significado totalmente novo, tanto durante a gravidez quanto durante a amamentação.
 
Os fabricantes de nutrição infantil, sujeitos a diretrizes que restringem cada vez mais a promoção de produtos e marcas, perceberão que esse mercado voltado para as mães está, pelo menos por enquanto, menos regulamentado e que a comunicação voltada para a melhoria da nutrição ainda é possível. Estender a mão para mulheres grávidas e amamentando também é uma grande oportunidade para aumentar o reconhecimento e a fidelidade à marca.
 
Um exemplo de produto que atende a esse mercado é o Prolacta, da Lactalis Ingredients, uma proteína natural obtida diretamente do leite por meio de um processo suave que protege as qualidades nutricionais. Rico em aminoácidos essenciais, o Prolacta é de fato mais rico em triptofano do que uma proteína sérica clássica.
 
O triptofano é o precursor da serotonina e da melatonina, neurotransmissores com efeito sedativo no cérebro. Portanto, produzem uma sensação de bem-estar. Contendo até 40% mais triptofano do que uma proteína sérica clássica, o Prolacta é uma fonte de proteína que pode ser incorporada em fórmulas nutricionais. (As informações são da Lactalis Ingredients, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Jogo Rápido  

Análise aponta impacto no RS
Análises feitas em folhas de milho em 97 municípios do Estado comprovaram enfezamento das plantas pela presença da praga cigarrinha-do-milho. De 109 amostras examinadas, 44% deram positivo para enfezamento pálido e 4% para enfezamento vermelho. Os resultados foram fornecidos pelo programa nacional de monitoramento, do Mapa, do qual participam Emater e Seapdr. (Correio do povo)


 

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Porto Alegre,  16 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.458


Decreto prorroga isenção de ICMS sobre fretes no RS

Por meio de decreto publicado nesta sexta-feira (16/7), o governo gaúcho prorrogou a isenção do pagamento do imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (RICMS) até 31 de dezembro de 2021. A medida passa a valer com a publicação do decreto nº 55.998, produzindo efeitos a partir de 1º de agosto. Na prática, os contribuintes gaúchos que realizarem operação de transporte intermunicipal de cargas, que tenha início e término no território do estado, serão isentos do ICMS sobre o valor do frete.

A prorrogação do benefício, segundo Matheus Zomer, advogado e consultor tributário do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), contribui para o fomento da cadeia produtiva e econômica. "A medida é positiva, pois assegura a desoneração da operação de transporte. Caso fosse exigido esse ICMS, seria um custo a mais para as empresas gaúchas. O ideal, contudo, seria que o Estado prorrogasse a isenção por um prazo maior, garantindo assim mais previsibilidade e segurança aos contribuintes", avalia. Confira o decreto clicando aqui. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Emater/RS: produtores investem em pastagens para melhorar manejo nutricional

Ao frio no início da semana, 05 de julho, se seguiram dias com temperaturas amenas e boa luminosidade, aumentando e qualificando a oferta de pastagens de inverno na maior parte das propriedades leiteiras – principalmente nas áreas com azevém – e impactando positivamente a atividade.

Com a elevação dos custos dos alimentos fornecidos no cocho (ração, farelo, silagem, entre outros), os produtores optam por investir em pastagens para melhorar o manejo nutricional, adequando também os sistemas de pastoreio.

Em geral, os animais apresentam boa condição corporal e bom status sanitário. Os rebanhos estão em período de parição, com consequente aumento da produção de leite. As temperaturas de frias a amenas proporcionaram o conforto térmico necessário aos rebanhos e promoveram menor ocorrência de ectoparasitas, como o carrapato e a mosca-do-chifre. Os produtores seguem sendo orientados pelas Inspetorias de Defesa Agropecuária da SEAPDR para realização dos manejos preventivos contra a raiva herbívora.

Na regional de Soledade, a produção de silagem de milho sofreu redução por conta do déficit hídrico em alguns períodos da primavera e outono; no entanto, a maioria da silagem estocada apresenta boa relação de grão por planta inteira. Quanto aos custos de produção, pode-se considerar que houve uma melhora na relação custo x benefício (ração x leite), ou seja, elevou o preço recebido pelo litro do leite e reduziu o preço da ração.

Já na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, os custos dos insumos concentrados utilizados como suplementos alimentares continuam com preços elevados.

A margem operacional segue baixa, exigindo um aumento na escala de produção para viabilizar economicamente a atividade. No entanto, nem todos os bovinocultores estão dispostos a enfrentar esses desafios e acabam saindo da atividade leiteira.

Alguns produtores da regional de Caxias do Sul tiveram que descartar animais com mastite recorrente a fim de amenizar os problemas com contagem de células somáticas (CCS) do leite comercializado.

Na de Porto Alegre, também ocorreram problemas com CCS e casos de mastite. Segue a recomendação de vacinar para prevenção de doenças reprodutivas, diarreia neonatal e raiva herbívora.

Na regional de Bagé, além das pastagens de aveia e azevém disponíveis, aumentou a disponibilidade de trevos e cornichão para pastoreio; contudo, a oferta forrageira ainda não é suficiente para todas as categorias dos rebanhos. (As informações são da Emater/RS, adaptadas pela equipe MilkPoint)




1º semestre tem aporte de R$ 2,1 milhões para pecuária leiteira, diz Fundesa-RS

Conselheiros do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul aprovaram na manhã desta quinta-feira (15) a prestação de contas da entidade para o primeiro semestre de 2021. O saldo do Fundesa é de R$ 99,06 milhões, e os gastos – entre investimentos e indenizações – foram de R$ 3,44 milhões.

O destaque entre os aportes de recursos foi para a cadeia da pecuária leiteira. Do total de saídas no semestre, R$ 1,9 milhão foi destinado à indenização de produtores. No ano passado, no mesmo período, o valor foi de mais de R$ 2,8 milhões. "Esse recuo se deve à redução na atividade de coleta de amostras, devido ao recrudescimento do coronavirus", justifica o presidente do Fundo, Rogério Kerber.

Capacitação de servidores, apoio ao projeto de reestruturação do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária e aquisição de insumos para diagnóstico laboratorial foram outros pontos de investimento do Fundesa no semestre.



Na caixinha, Tetra Pak convida o consumidor a refletir sobre escolhas mais sustentáveis

Consciência ambiental - Em parceria com as marcas, a empresa utiliza as próprias embalagens para estabelecer novos canais de interação e fomentar a consciência ambiental.

Esse é o 4º ano que a companhia adota a ferramenta de Ad on Pack para falar diretamente com o consumidor

Aliando tecnologia e interação, a Tetra Pak estampará em suas embalagens uma nova campanha de Ad on Pack, modalidade na qual utiliza as laterais das caixinhas para levar conteúdos especiais, ampliando o papel estratégico das embalagens também como ferramenta de conscientização. A ação faz parte da campanha global Escolha Natureza, Escolha Caixinha, lançada em abril pela companhia em todos os países em que atua.

Por meio de questionamentos como “E se essa embalagem pudesse se transformar em novos produtos?” “E se você pudesse ajudar a proteger as florestas brasileiras?” ou “E se você pudesse ajudar a criar um futuro melhor?”, a Tetra Pak convoca o consumidor a pensar em seu papel na complexa cadeia da sustentabilidade e conservação do meio ambiente.

Para todos os questionamentos, a Tetra Pak responde por meio de exemplos práticos e ações que a empresa já realiza para tornar a sua embalagem cada vez mais sustentável. A campanha busca o engajamento do consumidor, como um chamado para que participem dessa transformação em busca de escolhas mais conscientes, que auxiliam a reduzir os impactos causados no planeta. Ao escanear o QR Code impresso na caixinha, o consumidor que quiser saber mais é levado ao portal da Tetra Pak, com mais informações sobre a temática.

“Diariamente, estamos nas casas e nas mesas de milhões de pessoas; e sempre percebemos o quão estratégica nossa embalagem pode ser nessa conexão com o consumidor, não só na percepção de proteção do alimento e aspectos tangíveis como sabor, mas um ótimo canal de comunicação, levando até ele um conteúdo de qualidade e, neste caso, estimulando a coparticipação para a busca de um mundo mais sustentável” explica Vivian Leite, diretora de Marketing da Tetra Pak.

A ação de Ad On Pack da Tetra Pak estará presente, já neste mês de julho, em suas embalagens de grandes marcas de leite, sucos, água de coco, entre outros produtos, comercializadas em todas as regiões do país. (Tetra Pak)

 

Jogo Rápido  

Frio e geadas na maior parte do RS para a próxima semana
A próxima semana será fria e com formação de geadas na maior parte do RS, de acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico nº 28/2021, publicado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR). No sábado (17), o tempo seco e frio seguirá prevalecendo na maioria das  regiões, porém o deslocamento de uma frente fria no oceano poderá provocar chuvas fracas e isoladas  na Zona Sul e na faixa Leste. No domingo (18), o ingresso de uma nova massa de ar frio e seco  provocará acentuado declínio das temperaturas, com formação de geadas em diversas áreas do Estado.  Na segunda (19) e terça-feira (20), a presença do ar frio manterá as temperaturas baixas, com valores negativos e formação de geadas na maioria das regiões. Na quarta-feira (21), o tempo firme  seguirá predominando, o ar frio perderá intensidade e as temperaturas estarão mais amenas com valores acima de 20°C durante o dia. O boletim que pode ser acessado clicando aqui. (SEAPDR)


 

DEC 55.998 - prorrogação isenção icms frete (1)

Newsletter Sindilat_RS

 

Porto Alegre,  15 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.457


Santa Clara lança e-book completo sobre queijos com dicas, harmonizações e receitas

A Cooperativa Santa Clara é reconhecida pela qualidade de seus produtos, em especial dos queijos. Para reforçar essa liderança da categoria e oferecer uma parte do conhecimento dos seus 110 anos de tradição, a Santa Clara elaborou o e-book Especial Queijos, recheado de informações sobre as variedades, dicas, harmonizações e receitas deliciosas.

Para o material foram escolhidos 49 tipos de queijos, contemplando os frescos Minas e Ricota, passando pelos tradicionais Colonial, Lanche e Samsoe, até os intensos como Azul, Gruyère e Parmesão, nas diferentes versões que o consumidor pode encontrar nos pontos de venda: pedaços, fatiados, cunhas ou ralados.
 
“Desenvolvemos produtos de altíssima qualidade. Para isso, trabalhamos intensamente desde a propriedade do nosso associado até chegar à mesa do consumidor. O e-book apresenta para o apreciador de queijos várias possibilidades de degustá-lo”, explica o diretor Administrativo e Financeiro, Alexandre Guerra.
 
Além das informações próprias sobre origem, harmonização e dicas, cada queijo escolhido ganhou uma receita inédita assinada pelo chef Gabriel Lourenço. A coletânea está dividida em petiscos, antepasto, primeiro prato, prato principal, acompanhamentos e sobremesa, sempre tendo como destaque o queijo. Além disso, para tornar o ato de cozinhar mais prazeroso é sugerida uma trilha sonora.
 
O lançamento ocorre na próxima segunda-feira, 19 de julho, às 19h30, no canal da Santa Clara no Youtube clique aqui. Durante a transmissão, o chef Gabriel irá ensinar a 50ª receita que integra o e-book, uma Scaccia de Queijos Santa Clara. O e-book ficará disponível para download no site da Santa Clara.

Sobre a Cooperativa Santa Clara: Em 2021, a Santa Clara completou 109 anos de história, o que a faz a mais antiga cooperativa de laticínios em atividade no Brasil. A sua sede está localizada no município de Carlos Barbosa e está presente, através de seus mais de 5 mil associados, em mais de 135 municípios gaúchos, atuando nos ramos de Laticínios, Frigorífico, Fábrica de Rações, Cozinha Industrial, Farmácias e 27 unidades de varejo, entre supermercados e mercados agropecuários, nos municípios onde possui associados. (Santa Clara)

RS: quem disse que Alegrete não produz leite?

Produção/RS- O Rio Grande do Sul produz 4,5 bilhões de litros por ano. O município de Alegrete colabora com cerca de 14,4 milhões de litros por ano - 1,2 milhão por mês.

Os números podem parecer modestos, mas só para quem não conheceu a jornada que, em 20 anos, transformou a cidade - conhecida pelo fornecimento de carne, arroz e soja - num promissor polo de produção leiteira.

Essa transformação teve a participação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-RS) que, em 2000, passou a realizar dias de campo e cursos de capacitação para um pequeno grupo de produtores que insistiam em produzir leite. É o caso de Alberto Ramos Niemeyer e Dirce Sueli Silveira Antunes. No começo do século 21, eles migraram da produção de gado de corte para gado leiteiro para poder pagar a faculdade do filho mais velho.

“A gente precisava formar o filho. Então vendia um lote de gado de corte e pagava a faculdade. No outro mês, tinha a mensalidade também, mas não tinha o corte para vender. Daí a gente passou para o leite, a única atividade rural que dá dinheiro todo o mês”, lembra Dirce.
 
“Quando eu comecei no leite, me chamaram de louco. Diziam que a gente ia deixar de ser fazendeiro para ser ‘leiteiro’. O pessoal tinha vergonha”, completa Alberto.
 
O casal recorda que entre 2000 e 2005, o caminhãozinho de uma empresa de leite viajava 135 quilômetros de Uruguaiana a Alegrete e, após rodar mais 100 quilômetros dentro da cidade, não recolhia mais do que 6 mil litros de leite por dia. A produtividade começou a acontecer quando os produtores começaram a aprender e a colocar em prática o que aprendiam nos cursos do SENAR-RS.
 
“Lá por 2000, fui convidado por um técnico da Emater para falar para alguns produtores de leite sobre o que o SENAR tinha para oferecer na pecuária leiteira. Eram os mais variados cursos na área do leite, e eles foram fazendo.Esse grupo foi se especializando, e com o tempo, cresceu, chegou a 100 produtores, entre pequenos, médios e grandes. Aí, começou-se a capacitar essa turma toda para a produção leiteira”, conta Hermenegildo de Freitas Uberti, coordenador regional do Senar-RS.
 
Em 2007, com o lançamento do programa Desenvolvimento Regional Sustentável, do Banco do Brasil, que facilita crédito em projetos rurais, a maior parte do grupo pode financiar melhorias para as propriedades e a quantidade e a produtividade do leite atraíram outras duas indústrias para comprar o leite produzido em Alegrete.
 
Quatro anos depois, esse grupo de produtores-aprendizes deu origem a Associação de Criadores de Gado Leiteiro e Produtores de Leite de Alegrete (Acripeleite).
 
“Muita gente desistiu, mas aqueles que realmente acreditaram, que viram que assistência técnica, que conhecimento eram fundamentais para a atividade permaneceram e hoje são grandes produtores”, comenta Sueli Macedo, ex-presidente da Acripeleite.
 
Em 2017, o SENAR-RS lançou o programa Leitec, uma capacitação em 11 módulos que abrangia diversas temáticas que envolviam a produção leiteira, como forrageiras, genética, sanidade etc. Em todo o Estado, foram criados 10 grupos para formação. Metade deles foi em Alegrete, tendo a participação de 50 produtores.
 
Para atender a necessidade de maior profissionalização dessas empresas rurais, em 2019, o programa Juntos Para Competir passou a atuar junto aos produtores. Formada por Farsul, SENAR e SEBRAE, a iniciativa visa organizar e desenvolver as principais cadeias produtivas do Estado, através da capacitação e de uma maior integração do setor, melhorando a qualidade dos produtos e agregando valor à produção agropecuária.
 
“É a primeira vez que o JPC tem um projeto de leite na região de Campanha e Fronteira. Sabia-se dessa demanda. O SENAR sempre levantou essa questão e as potencialidades de Alegrete. Hoje, os 410 produtores participantes recebem consultorias gerenciais do SEBRAE”, conta Cibele Bolzan Scherer, Analista de projetos no agronegócio do Sebrae.
 
Dentro do espectro do Juntos para Competir, este ano o SENAR-RS começou a oferecer consultorias técnicas individuais (CTIs) voltadas à higiene e qualidade do leite.
 
“A falta de higiene afeta a produção de qualquer tambo. Isso é medido de duas formas: com a contagem de células somáticas (CCS) e contagem bacteriana total (CBT). Há um limite para a presença desses microrganismos no leite. Quanto mais baixa, mais vale o litro”, explica Hermenegildo.
 
Na CTI de higiene e qualidade do leite, um veterinário vai à propriedade, acompanha a ordenha e vai indicando erros e acertos. Como o modo de higienizar úberes, ordenhadeiras e resfriadores, por exemplo. Ele também fará uma análise da qualidade do produto, que depois servirá de termo de comparação com os boletins emitidos pela indústria a cada compra. Até o fim de 2021, deve ser oferecida a CTI de Manejo de Pastagens.
 
“Há áreas do Estado que, por falta de área de pasto, as vacas ficam praticamente em confinamento. Aqui, com um tambo em área maior, dá para usar mais pastagem e gastar menos com ração. Mas para ter sucesso nisso, o produtor tem de saber manejar, fazer uma escala de pastagens que dure o ano inteiro”, comenta Hermenegildo.
 
O casal Dirce e Alberto garantem que não vão perder nenhum curso de formação que venha a ser oferecido pelo SENAR-RS.
 
“A gente foi fazendo curso e tomando gosto pela coisa, porque começou a ver resultado. Tudo o que um técnico diz e você coloca no papel e pratica, vai dar resultado. Pode não dar 100%, mas 80% dá. No momento em que tu faz a coisa certa e trabalha como empresa, aí a coisa rende. Nós só temos a agradecer por tudo o que a gente aprendeu”, diz Dirce.
 
Hermenegildo Uberti projeta um futuro em que a produção na Fronteira será uma referência na bacia leiteira gaúcha.
 
“Essa região tem muito a agregar. Aprimorando esse pessoal cada vez mais, quem sabe, um dia, faremos uma ‘região do leite do pampa’, criado a pasto, para um público mais exigente?”, imagina. (Padrinho/ASCOM Senar-RS)
 
 
 
 
Lácteos reduzem inflamação e ajudam na cicatrização de feridas

Os produtos lácteos contribuem para a redução da inflamação, regeneração e cicatrização de feridas, ação que pode ser de grande ajuda no tratamento de pacientes com lesões cutâneas crônicas, como diabéticos, pessoas com úlceras venosas e pacientes prostrados.

Esta informação foi compartilhada no webinar organizado pelo Departamento de Nutrição da Universidade Autônoma do Chile e o programa Graças ao Leite do Consórcio do Leite.

Nesta atividade, alunos e professores participaram na apresentação do livro “Lácteos: Nutrición y Salud”, editado pelo Dr. Rodrigo Valenzuela, uma publicação que reafirma através de evidências científicas os benefícios dos laticínios em cada fase da vida.
 
"Em 6 seções e 30 capítulos, os 54 autores trazem as informações mais recentes sobre a contribuição do consumo de laticínios na gestante e no desenvolvimento fetal, por meio do desenvolvimento das crianças, bem como sua contribuição para a nutrição e saúde dos adultos e dos idosos. Reveja os benefícios em diversos temas como obesidade, saúde cardiovascular, óssea e muscular, além do controle da hipertensão, como a proteção contra o câncer”, destaca o pesquisador e professor da Universidade do Chile.
 
Christine Kreindl, nutricionista da Universidade Autônoma do Chile, participou do livro, no qual abordou o efeito positivo que os laticínios podem ter em pacientes com feridas crônicas na pele. A inflamação permanente complicará a cura dos pacientes.
 
“A fase inflamatória se sustenta com o tempo e em pessoas com feridas crônicas. Aqui, os laticínios têm efeito anti-inflamatório, que foi estudado por meio do uso de suplementos para consumo oral, além de fornecer proteína”, explicou.
 
Por exemplo, Kreindl — que participa da National Wound Institute Foundation — comentou que a pesquisa citada no livro analisou o efeito da ingestão de iogurte e produtos lácteos fermentados, que mostraram diminuição na expressão de genes associados a citocinas inflamatórias. “O efeito é anti-inflamatório e com isso é possível contribuir para a regeneração e proliferação celular, o que já foi visto em várias pesquisas tanto in vivo quanto in vitro”.
 
“O leite e seus derivados geram efeitos anti-inflamatórios, junto com a formação de novas células (processo denominado angiogênese), além de apresentarem efeitos bactericidas, que contribuem para a cicatrização mais rápida das feridas”, disse Christine Kreindl.
 
Eles contribuem para a regulação dos genes e para uma melhor regeneração e cura. “Os produtos lácteos e derivados são produtos facilmente acessíveis à população e que têm um aporte de proteínas e, ao mesmo tempo, podemos recomendá-los em pacientes com feridas crônicas ou em pacientes nos quais queremos promover a regeneração. Também passamos a contar com esses efeitos anti-inflamatórios que promovem a angiogênese. Além disso, com propriedades bactericidas os lácteos auxiliam na cicatrização mais rápida, principalmente nesses pacientes com longa permanência com feridas abertas que geram efeitos negativos em sua qualidade de vida. Estes pacientes podem se beneficiar com este tipo de produtos que, aparentemente, surtem um efeito positivo”, concluiu a especialista.
 
Finalmente, para o editor do livro “Lácteos: Nutrición y Salud”, Dr. Rodrigo Valenzuela, este capítulo apresentado no webinar fornece informações e evidências recentes sobre a contribuição dos produtos lácteos.

“Destaca que, ao contrário do que se afirma erroneamente nas redes sociais, os lácteos têm efeito anti-inflamatório, principalmente os lácteos fermentados. Isso pode ser muito útil no tratamento de lesões cutâneas e contribuir, como afirma o autor do capítulo, para uma melhor regeneração e cicatrização.” (As informações são do Mundo Agropecuário, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Jogo Rápido  

Salário será integral e em dia até dezembro

O governador Eduardo Leite informou que o Executivo fará o pagamento integral dos salários dos servidores ao menos até o final de dezembro. Em um vídeo exibido no início da noite de ontem, atribuiu às reformas feitas por seu governo os compromissos em dia. Leite também afirmou serem falsas as notícias sobre utilização de recursos da União para pagar a folha. “A crise está ficando para trás”, celebrou o governador, que ainda projetou investimentos no Estado por meio do programa Avançar. “Com as contas mais ajustadas, além de cumprir a nossa obrigação com os servidores, podemos e vamos ampliar investimentos e qualificar o serviço público”, assinalou na publicação feita em sua página no Twitter. O Piratini ficou quase cinco anos parcelando salários no período entre 2015 e 2020. Os vencimentos voltaram a ser depositados integralmente em novembro do ano passado. (Correio do Povo)


 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre,  14 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.456


Conseleite/MG

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 14 de Julho de 2021, atendendo os
dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Maio/2021 a ser pago em Junho/2021.

b) os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Junho/2021 a ser pago em Julho/2021.

c) os valores de referência do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Junho/2021 a ser pago em Julho/2021 e valores de referência projetados do leite padrão maior e menor valor de referência para o produto entregue em Julho/2021 a ser pago em Agosto/2021.



Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural. (Conseleite/MG)
 

Vaca produz 190 mil kg de leite e se torna a maior produtora vitalícia da América Latina

Produtora vitalícia - Rhoelandt 372. Esse é o nome da vaca da raça holandesa que produziu mais de 190 mil quilos de leite na sua vida produtiva durante 17 anos e que conquistou, mesmo após a sua morte em abril deste ano, o prêmio de maior produção histórica vitalícia do Brasil e América Latina.

Os dados foram reconhecidos pelo Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros do Paraná, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Ronald Rabbers, proprietário do animal e da fazenda Rhoelandt, localizada em Castro (PR), se orgulha do patamar atingido pelo animal. “Foi uma vaca fantástica e que já veio de uma família produtiva tão incrível quanto e carregou isso em sua genética. Sua mãe, a vaca Rhoelandt 089 LEDA Victor Doc, produziu em cinco lactações 131 mil kg de leite. Em vida, ela representou tudo o que buscamos em nossas vacas: altas produções, excelente conformação e vida produtiva”, diz ele.

Com o privilégio de uma linhagem de alta produtividade, Rabbers conta que o manejo com a vaca não precisava ser o mais caro, tão pouco o mais especial em relação aos outros animais. “A alimentação era como as das demais vacas, sem ração especial ou algo do tipo. Mas apostamos em conforto, então sempre buscamos deixá-la em uma baía separada e mais confortável, com isso conseguimos manter a produtividade em alta.”

Nos anos anteriores, Rhoelandt 372 também conquistou títulos como Troféu Maior Produção Vitalícia de Leite e Segunda maior Produção de Sólidos em 2019, assim como em 2020.

Além de ser fantástica em Produção e Sólidos, o animal obteve na Avaliação Linear de Conformação, 90 pontos, entrando para a classe das vacas Excelentes (EX 90), demonstrando excelente sistema mamário, pernas e pés, força leiteira e garupa.

Premiação: Na quinta-feira, 8 de julho, aconteceu na propriedade do criador uma cerimônia de homenagem para marcar um importante momento da raça.

O diretor-presidente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), Hans Jan Groenwold, que abriu oficialmente a cerimônia, declarou a importância da homenagem. “Hoje é um dia especial, queremos nesta data fazer a justa homenagem para os criadores Ronald Rabbers e Henrieta Rabbers e sua família”.  (Canal Rural)



Emater elabora projetos para acesso aos recursos do Plano Safra 2020/2021

A Emater/RS-Ascar informa que elabora projetos para acesso aos recursos do Plano Safra 2021/2022, que entrou em vigor em 1º de julho e prevê o investimento de R$ 251,2 bilhões em áreas como custeio, comercialização, industrialização e investimento. 

Os recursos podem ser acessados por pequenos e médios produtores, agricultores empresariais, cooperativas, empresas agrícolas e agroindústrias. Para acessar o Plano Safra o agricultor deve procurar a sua agência financeira para ver a disponibilidade de recurso e atualizar os seus dados cadastrais. 

Em seguida, o produtor deve procurar um técnico para a elaboração do projeto. “Nesse sentido, os escritórios da Emater, presentes em todos os municípios gaúchos, e as equipes técnicas estão à disposição para fazer os projetos e orientar os agricultores quanto aos procedimentos para garantir uma boa safra e também nas orientações para o agricultor não perder o seguro agrícola ou o Proagro”, destaca o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Olívio Pedro Faccin. 

Entre as principais linhas de crédito disponíveis constam o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com recursos disponíveis no valor de R$ 39,3 bilhões para projetos de custeio e investimento, com juros que variam de 3% a 4,5% ao ano de acordo com as atividades financiadas; o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) com juros nos projetos de custeio de 5,5% ao ano e em projetos de investimento de 6,5% ao ano. Para os demais produtores os juros no custeio de 7,5% ao ano e para investimentos taxas de 7,5% a 8% ao ano. “Os limites do Pronaf continuam os mesmos para o custeio. Não houve alterações”, observa Faccin. (Correio do Povo)

 

Jogo Rápido  

Senar oferece curso técnico
As inscrições para o processo seletivo do curso Técnico em Agronegócio, oferecido pelo Senar-RS, vão até 16 de julho. O cadastro deve ser feito no site clicando aqui. O edital está disponível clicando aqui. A formação, que capacita em procedimentos de gestão e de comercialização do agronegócio, está prevista para este semestre, na modalidade semipresencial. Há 60 vagas, divididas entre os polos de Cruz Alta e São Sepé. Podem participar jovens e adultos que já tenham concluído o ensino médio, com prioridade para produtores rurais e familiares ou trabalhadores do campo. A lista preliminar dos selecionados será divulgada em 20 de julho e a classificação final três dias depois, após o prazo de recursos. (Correio do Povo)