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Depois de meses de alta, o preço de referência do leite no Rio Grande do Sul registrou queda em agosto. Segundo dados divulgados pelo Conseleite nesta terça-feira (21/8), o valor projetado com base nos primeiros dez dias do mês de agosto é de R$ 1,2210 por litro, 5,71% abaixo do consolidado de julho que fechou em R$ 1,2949. O professor da UPF Eduardo Finamore explica que a redução foi puxada pelo preço do leite UHT, que caiu 10% no mês. No entanto, alerta ele, no acumulado de janeiro a agosto de 2018, o UHT está 5,69% acima do preço praticado no mesmo período de 2017. No mês, também tiveram redução o queijo mussarella (-5,59%) e o leite pasteurizado (-3,13%).

O encontro mensal, presidido por Pedrinho Signori, reuniu representantes dos laticínios e produtores na sede da Fetag, em Porto Alegre (RS). “O momento para o produtor é de cautela com investimentos. Cada um deve avaliar seu sistema de produção, considerando que o preço ao produtor está bom no momento, mas, sem esquecer de atentar aos custos de produção”, pontuou Signori.

Segundo presidente do Sindilat e vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, o que preocupa é que a produção no campo não está crescendo como em anos anteriores e, mesmo assim, o preço no mercado demonstrou queda. “A produção no campo está menor do que na mesma época do ano passado”, constatou, lembrando que os meses de agosto e setembro são pico de produção no Rio Grande do Sul, patamar 30% acima da captação de abril (pico da entressafra). O que explica o cenário, aponta o executivo, é a política de promoções praticada no varejo, que gerencia seus estoques de forma a garantir compras de leite sempre mais vantajosas, espremendo as margens da indústria. Como a produção não está se expandindo como a média histórica, estima ele, a tendência é que a estabilidade de preços chegue mais rápido.

Foto: Carolina Jardine

Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência 1, em R$ – Julho de 2018.

Matéria-prima Valores Projetados Julho /18 Valores Finais

Julho /18

Diferença

(Final – projetado)

I – Maior valor de referência 1,5043 1,4892 -0,0151
II – Valor de referência IN 621 1,3080 1,2949 -0,0131
III – Menor valor de referência 1,1772 1,1654 -0,0118

(1)    Valor para o leite “posto na propriedade” o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência IN 62 está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural

Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1 IN 62, em R$ – Agosto de 2018.

Matéria-prima Agosto*/18
I – Maior valor de referência 1,4041
II – Valor de referência IN 62 1,2210
III – Menor valor de referência 1,0989

Representantes do setor lácteo deram continuidade às discussões que visam fomentar as exportações de leite em pó. O encontro, realizado na sede do Sindilat, contou com a participação da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de integrantes da Aliança Láctea Sul-Brasileira. A ideia é avançar em um projeto-piloto para as indústrias de laticínios do país ganharem mercado internacional.

Na oportunidade, o consultor Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, apresentou o projeto CNA/Aliança Láctea: Exportação de Leite em Pó, plano que sugere a ação que deve ser adotada pelas indústrias para ganhar mercado, as adequações necessárias e o preço ideal para competir lá fora. De acordo com Barral, para se tornar competitivo é preciso comercializar o produto brasileiro com preço 7% inferior ao praticado na Oceania, por exemplo. O documento inclui também mecanismos de financiamento de exportação, além dos cálculos de lucros, nos casos em que as operações forem efetuadas.

A aplicabilidade do plano suscitou dúvidas entre os participantes do encontro, tendo em vista que o processo de exportação exige inúmeras modificações processuais por parte da indústria e dos produtores, pois envolve – e exige – desde treinamento de pessoas até adequação às normas sanitárias dos países para os quais as indústrias desejam exportar.

Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a reunião foi um marco e representou a unificação do setor em prol de um objetivo comum. “A pauta de exportação faz parte do planejamento da nossa gestão, essas reuniões são preparatórias para que nossas empresas possam iniciar o processo e entender o mercado externo”, ressaltou.

De acordo com o presidente da câmara setorial do leite da CNA, Rodrigo Alvim, a região Sul foi escolhida para encabeçar o projeto por apresentar o maior potencial produtivo do país. Dados da Aliança Láctea apontam que os três estados do Sul, unidos, totalizam 38% da produção láctea do Brasil, percentual que pode chegar a 50% até 2025. Entretanto, a região concentra apenas 15% da população brasileira, o que leva a uma preocupação em função do alto estoque que pode ser gerado nos próximos anos. “Teremos, sim, de escoar tanta produção para o mercado lá fora, caso contrário, haverá muita exclusão no setor. Teremos de escolher quem fica e quem sai da atividade”, frisa o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies. O ideal, segundo ele, é que, em 2025, 10% da produção do Brasil seja exportada.

O próximo passo, de acordo com o presidente do Sindilat, é apresentar o projeto- piloto aos associados, prospectando, assim, indústrias interessadas em ingressar no projeto. “É o primeiro passo para a exportação, e as indústrias terão de buscar maneiras de vender excedentes de forma a manter o nosso mercado equilibrado”, afirmou.

Uma das principais pautas levantadas pelos participantes foi a necessidade de adequação ao Certificado Sanitário Internacional (CSI), já que países como a Argentina possuem certificações sanitárias específicas. Ou seja, para ingressar naquele mercado, além de obedecer às normas vigentes do Brasil, é necessário atentar para a CSI argentina. De acordo com o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, discutir a adequação a essas normas é um dos principais fatores a serem trabalhados nos processos de exportação. O encontro também contou com representantes dos sindicatos das indústrias lácteas de Santa Catarina e do Paraná.

Crédito: Camila Silva 

IN 38 – Manifestações extraídas da consulta pública da IN 38, que trata dos regulamentos técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade exigidas para o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite tipo A, foram apresentadas pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. Segundo ele, os retornos não estão adequados à realidade do setor no Brasil. Ele citou como exemplo a exigência para o leite cru refrigerado, que, pela IN 38, deve apresentar limite máximo para Contagem Padrão em Placas de até 900.000 UFC/mL. “Não somos contra as exigências, mas elas ainda não são compatíveis com a nossa realidade, precisamos de tempo e de escala para chegarmos lá”, disse Guerra.

O presidente do Sindilat considerou necessário um debate mais aprofundado com a área técnica do Ministério da Agricultura para rever o que pede a instrução normativa. “A ideia é que o setor possa aprofundar suas argumentações sobre as novas normas e deixar claro que não somos contra melhorias, mas nossa estrutura atual é que não consegue cumprir o que diz ali”, afirmou. Guerra lembrou que o setor não conhece estatísticas de contagem bacteriana, pois as planilhas não são liberadas pelo Mapa. “Temos acesso apenas a amostras individuais repassadas pelos associados”, disse. “Se não sei onde estou, como vou saber para onde quero ir”, questionou, sobre as exigências da área técnica em torno da IN 38

O presidente da Aliança Láctea, Ronei Volpi, acredita que o tema precisa ser aprofundado em reunião da Câmara Setorial do ministério, em Brasília, para saber se as instituições de defesa acham “factível” o cumprimento da INS 38. Antes disso, no entanto, o grupo pretende formatar uma posição em reunião no dia 21 de agosto, às 10h, na sede da Faesc, em Florianópolis.

A região Sul do Brasil é líder no controle de tuberculose no país. Entre 2012 e 2017, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina sanearam 1.104, 1.519 e 769 focos, respectivamente. Os casos são resultado de uma ação rigorosa que inclui uma média anual de  240 mil testes no Rio Grande do Sul, 828 mil no Paraná e 165 mil em Santa Catarina. Infelizmente, o rigor do Sul não se reflete no resto do Brasil. O tema foi alvo de reunião da Aliança Láctea realizada nesta quinta-feira (9/8), na sede da Farsul, em Porto Alegre (RS). Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o controle traz um diferencial para a Região Sul na busca por mercado externo para os produtos lácteos.

“Isso não quer dizer que estamos infestados da doença. Mas que aqui se faz um controle que não existe em outras regiões”, reforçou o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Inácio Kroetz.  Segundo ele, só os três estados do Sul utilizam mais testes do que todos o restante do território nacional. Além disso, entende-se que os exames realizados no Sul são mais rigorosos. Frente a essa realidade, os estados debatem estratégias de enfrentamento conjunto, que passam, inclusive, por reavaliar a vacinação dos rebanhos.

Reunião da Aliança Láctea - Inácio Kroetz / Foto: Carolina Jardine

Segundo o gerente de saúde animal da Agência de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura do Paraná, Rafael Dias, o Programa Nacional de Controle de Tuberculose enfrenta dificuldades para avançar no Brasil, principalmente pela baixa testagem em outras regiões do país. Um dos agravantes para esse quadro é o déficit da produção de antígenos para os exames. “O programa vive um momento crítico no país”, reforçou. 

O assunto é de alta importância para a indústria láctea nacional, reforça Guerra. Ao lado de seus associados, o Sindilat desenvolve projeto intenso nos rebanhos leiteiros. “O controle da tuberculose e brucelose é essencial para assegurar a qualidade da nossa produção. E é prioridade para as indústrias”, disse. 

FRETE - Durante a reunião da Aliança Láctea, o presidente do Sindilat ainda pontuou a importância de o grupo seguir debatendo a implementação de tabela de preços mínimos para o frete no país. “Temos que seguir discutindo esses projetos, que só criam insegurança para nossas indústrias. Não podemos desistir de lutar contra esse projeto”, reforçou. 

As indústrias lácteas gaúchas uniram-se para levar um espaço de aconchego e sabores inusitados para a Expointer 2018. É a Leiteiria Sindilat, um projeto que chega ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, para oferecer aos visitantes da exposição um conceito diferenciado de alimentação, composto por lanches rápidos e saborosos com uma proposta que se assemelha a uma pâtisserie. No local, além do delicioso e tradicional leite com café, haverá um mix diferenciado de cappuccinos, cafés especiais, salgados e doces à base de leite e derivados. O espaço (localizado na Boulevard Quadra 46) vem complementar o projeto do PUB do Queijo, inaugurado em 2017 e que volta a Expointer este ano. A área do Sindilat também foi ampliada e agora conta com espaço vip, Palco  para Eventos e uma varanda para acomodar os visitantes na área externa.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a Leiteira foi uma forma de ampliar a gama de produtos lácteos apresentados durante a Expointer. “Essa ação surgiu da demanda dos próprios associados do Sindilat que queriam ampliar o espectro do projeto. A Leiteria soma-se ao Pub para atrair ainda mais público e demonstrar todas as potencialidades que os lácteos têm na gastronomia”, pontua. No local, as famílias ainda terão a opção de adquirir produtos diretamente da indústria com destaque para queijos diferenciados e produtos de consumo rápido, como iogurtes, bebidas lácteas e achocolatados. 

Diferente de 2017 quando o ingresso no PUB era cobrado em preço único, neste ano, o visitante tem livre acesso ao espaço, podendo escolher entre um lanche rápido ou o tradicional menu de degustação do PUB, que inclui mais de 50 tipos de queijos, embutidos, pães e pratos quentes. A operação ficará a cargo do Mule Bule e tem a assinatura da Storia Eventos.

Projeto Sustentável
Mais do que um espaço de gastronomia, a Leiteira Sindilat também é sinônimo de sustentabilidade. O local foi equipado com móveis de madeira reaproveitada e materiais recicláveis, dentro da lógica de responsabilidade do setor com ações de logística reversa, que prevê responsabilidade da indústria sobre os resíduos gerados após o consumo. A nova varanda será coberta por placas de energia solar para garantir abastecimento ao prédio sem custo ambiental, com um pergolado e estrutura sustentável. O conceito de reciclagem também está na decoração dos espaços, que será feita em pallets e madeira sustentável. As caixas de leite fornecidas pelos associados do Sindilat serão peças decorativas e de interação para as crianças no espaço Kids. “É um projeto que integra alimentação consciente, responsabilidade ambiental e conforto para bem receber quem visita a Expointer”, reforça o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini.
 
Foto: Leonardo Fouchard
 
 

Seguindo o slogan “Nossa gente, Nossa força”, a 41ª Expointer foi lançada na tarde desta segunda-feira (6/08) com direito a show de dança, música, poesia e apresentação do Grupo de Cordas da Ospa acompanhado pelo gaiteiro e músico tradicionalista gaúcho Renato Borghetti. Durante o evento, o secretário da Agricultura, Odacir Klein, reforçou a importância de valorização do agronegócio, setor que é essencial para assegurar o “direito à vida, à segurança e à liberdade”. Dizendo-se emocionado, Klein agradeceu o apoio da iniciativa privada que, ao lado do governo do Estado, faz da Expointer o evento grandioso que é. Em sua manifestação, o secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, lembrou que a feira marcará a inauguração do novo pavilhão da Agroindústria Familiar, em espaço ampliado em 2018.

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) esteve representado pelo seu secretário-executivo, Darlan Palharini, e pela consultora de qualidade Leticia Vieira. Mais uma vez na Expointer, o Sindilat está finalizando sua agenda de eventos e mostras gastronômicas. A programação será divulgada em breve.

Foto: Carolina Jardine

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e seus associados expressam suas mais sinceras condolências pelo falecimento de Antonio Silva de Freitas, 97 anos, pai de Adalberto Martins de Freitas, integrante do Conselho Fiscal da entidade. Antonio faleceu no dia 31 de julho e foi sepultado no Parque Memorial de Goiânia (GO).

Black awareness ribbon on gray background. Mourning symbol, copy space.

 

Os laticínios gaúchos estão preocupados com o reflexo que a nova tabela de frete trará ao preço do leite ao consumidor e seu impacto sobre a inflação no Brasil. O assunto foi alvo de reunião de indústrias associadas ao Sindilat na tarde desta terça-feira (24/7), em Porto Alegre (RS). Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a tabela ora divulgada mexe sensivelmente nos custos da produção e distribuição do leite no Rio Grande do Sul, com elevação que oscila entre 20% e 100% no preço do frete de acordo com a região do Estado. “O setor do leite trabalha exclusivamente com transporte rodoviário e não tem alternativa. Desta forma, o impacto será mais expressivo no produto”, pontua. O dirigente defende a livre negociação entre os players do mercado brasileiro. “Não existe hoje espaço para a adoção de tabelas de valores mínimos. Este custo quem irá pagar é o consumidor”, ressaltou. A expectativa, alerta ele, é que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare a medida inconstitucional.

Para driblar a elevação nos custos de frete, algumas empresas do setor estudam absorver a atividade de transporte ou, ao menos, parte dela. O grande dilema está na distribuição do produto acabado, uma vez que exige maior capilaridade. “A captação do leite no campo já é realizada por algumas empresas”, informa. O risco, alerta o presidente do Sindilat, é que o encarecimento do frete acabe resultando na revisão de algumas rotas de coleta de leite o que, em último caso, acarretaria em abandono de áreas de pouco volume. “A indústria não quer excluir nenhum produtor, mas a elevação do frete pode tornar algumas operações inviáveis tanto no que se refere à captação quanto à comercialização”, completou Guerra.

Além disso, o dirigente ainda prevê o efeito cascata da alta do frente nos insumos do setor lácteo. “Temos que pensar que o frente da madeira, do papel, das embalagens e insumos também sofrerá impacto, o que cria efeito cascata sobre a indústria e no produto que chega ao consumidor”.

Foto: Carolina Jardine

O frio severo das últimas semanas contribuiu para um maior consumo do leite no Rio Grande do Sul e, consequentemente, para a elevação do valor de referência auferido pelo Conseleite. Segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira (24/07), na sede do Sindilat em Porto Alegre (RS), o valor de referência do litro projetado para julho é de R$ 1,3080, 5,9% acima do resultado consolidado de junho, que fechou em R$ 1,2350. O levantamento considera apenas os dez primeiros dias do mês. Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, a tendência é uma realidade nacional, e os dados ainda carregam reflexo da greve dos caminhoneiros que interrompeu coleta e abastecimento em diversas praças do país no final de maio. “O frio está ajudando o produtor neste momento”, pontuou o presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, lembrando que a questão cambial também conteve as importações de leite.

O vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, pontuou que os números do Conseleite refletem a lei da oferta de da procura. Ele explica que as pastagens de inverno em 2018 estão mais atrasadas do que em 2017, o que vem freando o aumento da captação típico desta época. “A produção não está crescendo tanto quanto se esperava. Além disso, as chuvas alagaram algumas áreas e prejudicaram o pastejo, impactando na produção dos animais”, avaliou.

De acordo com dados do Conseleite, no mês de julho, o queijo prato liderou a alta com reajuste de 24,79%, seguindo do UHT (7,12%). Finamore ainda pontuou que, considerando a correção inflacionária pelo IPCA, o preço de referência real do leite no Rio Grande do Sul está no maior nível desde 2013. “Isso nos mostra que a atividade está trazendo remuneração ao produtor, mas é claro que a viabilidade de cada propriedade depende sempre do grau de investimento de cada tambo”, ressaltou Finamore, citando que os cálculos do Conseleite consideram custos como insumos e depreciação de maquinário, por exemplo.

Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ – Junho de 2018.

(1) Valor para o leite “posto na propriedade” o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência IN 62 está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural

Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1 IN 62, em R$ – Julho de 2018.

Texto e foto: Carolina Jardine

 

 

A 7ª reunião do Conselho da Agroindústria (Conagro) da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), realizada nesta terça-feira (17/07), na Fiergs, debateu o possível impacto das mudanças na rotulagem nutricional de alimentos sobre o setor. As novas regras para embalagens, ainda em discussão na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são criticadas pela indústria alimentícia, que defende um modelo próprio com informações mais completas sobre a composição dos produtos.

No dia 21 de maio, a Anvisa aprovou um relatório preliminar para que sejam incluídos nos rótulos dos alimentos alertas sobre altos teores de açúcar, gordura e sódio. Dessa forma, as embalagens apresentariam um símbolo de advertência quando o produto tivesse excesso de um desses componentes. A agência, então, abriu um período de consulta pública sobre o tema, que se encerra em 20 de julho. “A Anvisa está adotando um modelo que já foi usado em outros países, com prejuízos para o setor produtivo, e que não traz informações suficientes ao consumidor, contribuindo para assustá-lo e ‘demonizar’ os produtos”, avalia o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que participou da reunião.

Como alternativa, a indústria propõe a adoção de um semáforo nutricional nos rótulos, que indicaria altos, médios ou baixos teores por meio das cores vermelha, amarela e verde com maior destaque. Esse modelo é adotado no Reino Unido, na Coreia do Sul e no Equador Sri, por exemplo, e está sendo discutido na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, explica Darlan. “O descontentamento do setor, manifestado pelas entidades empresariais no processo de consulta pública, é com o fato de modelo defendido pela Anvisa vir a ser adotado sem uma discussão maior”, diz o secretário executivo do Sindilat.

O dirigente cita os dados de uma pesquisa do IBOPE encomendada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios brasileiros no final de 2017. De acordo com o levantamento, 67% das pessoas preferem o semáforo nutricional; 89% dos entrevistados afirmaram que o semáforo cumpre os requisitos para auxiliar escolhas mais saudáveis e nutritivas; 64% apontaram o semáforo como o modelo mais útil para controlar o consumo diário de calorias, açúcares e gorduras saturadas e sódio, e 66% o consideraram o modelo que mais facilita a comparação entre produtos. “A pesquisa comprova a preferência pelo semáforo, mas não foi sequer considerada pela Anvisa”, critica Darlan.

Segundo o dirigente, a reunião do Conagro reforçou o posicionamento do setor no sentido de que a rotulagem nutricional é importante para que os consumidores tenham informações padronizadas, claras e completas sobre os produtos e façam escolhas baseadas nas recomendações nutricionais e nas suas necessidades de saúde. “A discussão sobre rotulagem de alimentos é essencial, e o processo regulatório deve ser realizado respeitando todas as etapas necessárias para que o novo modelo beneficie toda a sociedade”, afirma o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que também participou da reunião.

Foto: Tania C. Sette

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) será parceiro na realização do 2º Simpósio Internacional de Governança Corporativa, Cooperativa e Territorial. Promovido pela Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unijuí), o evento acontece nos dias 22 e 23 de agosto, no Centro de Eventos Unijuí (rua do Comércio, 3000, bairro Universitário).

Composto por um ciclo de palestras e mesas de discussão, o objetivo é fomentar o desenvolvimento de atividades voltadas à investigação e análise dessas governanças em um ambiente científico multi-institucional de âmbito internacional que permitam, em longo prazo, divulgar e debater estudos, pesquisas experiências sobre o assunto.

Entre os palestrantes estarão o doutor em contabilidade Daniel Knebel Baggio, que falará sobre o sistema de governança no ramo do crédito, e a médica oftalmologista Ana Regina Cruz Vlainich, vinculada à Universidade de São Paulo, que ministrará palestra sobre a governança em cooperativas do ramo cooperativista da saúde. Além do ciclo de palestras, a atividade contará com o lançamento do livro “Governança Corporativa, Cooperativa e Territorial, editado pelo Sistema OCERGS/SESCOOP/RS. No total, o evento vai receber 14 palestrantes que darão suas contribuições sobre os temas ligados à governança.

A participação no simpósio é gratuita e pode ser realizada por meio do e-mail ppgdes@unijui.edu.br ou pelo telefone (55) 33320598 do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Desenvolvimento Regional da Unijuí até o dia 15/08/2018.