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Porto Alegre, 02 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.322

 

A um clic do aprendizado

Qualificação não é uma questão de opção para o setor agropecuário. Produzir mais, com qualidade e a custos racionalizados desafiam produtores a aplicarem as tecnologias avançadas, a profissionalizarem a gestão e a buscarem a excelência em todas as etapas de produção. A adoção de critérios rigorosos abrange desde a busca por matérias-primas, passando pelo manejo correto, até conhecimentos de marketing e comercialização. Custos de transporte, hospedagem, falta de tempo e a distância das propriedades até os centros urbanos, onde se concentram as universidades, dificultam a educação formal, ao mesmo tempo em que abrem espaço para a modalidade à distância.

Estudar pela internet é uma modalidade que vem crescendo de forma significativa no Brasil e não apenas na área rural. Para se ter uma ideia, o número de alunos matriculados na modalidade EaD na graduação cresceu 44% de 2010 a 2014, passando de 930 mil para 1,340 milhão alunos no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação. Para atender a essa demanda e explorar um novo nicho de mercado, empresas e associações vêm investindo no ensino à distância voltado ao agronegócio, seja por meio de cursos, workshops ou eventos.

O 1º Congresso Brasileiro Online de Agricultura começa no próximo domingo e é promovido pelo Portal Ciência do Solo, plataforma de educação à distância voltada ao setor produtivo. Durante uma semana, moradores de diversas cidades brasileiras poderão assistir, ao mesmo tempo, 33 palestras, em que serão apresentados temas como economia, tecnologia, sustentabilidade, manejo e inovação.

Luiz Tadeu Jordão, engenheiro agrônomo e diretor de pesquisa e desenvolvimento do Portal Ciência do Solo, explica que o objetivo é tornar a informação acessível para o maior número de pessoas.

- Ao realizar ações como um dia de campo, percebemos que havia interesse no conhecimento, mas que a grande barreira era a distância. Então, por que não levar e utilizar a tecnologia para disseminar o conhecimento? - questiona Jordão, que está fazendo doutorado nos Estados Unidos.

Em duas semanas, 15 mil pessoas já se inscreveram para participar do evento, que é gratuito e tem vagas limitadas. As escolhas de temas e horários consideraram a realidade do produtor, que não pode parar todo o trabalho para assistir às explanações dos especialistas. De acordo com Jordão, a grade das palestras foi planejada para começar mais tarde para que o agricultor pudesse aproveitar o conteúdo, sem perder um dia inteiro de trabalho.

- Aqui nos Estados Unidos é comum esse tipo de evento, pois há uma diminuição nos custos e basta que a pessoa tenha internet para ter acesso - explica Jordão, destacando que, após o resultado desta primeira edição, deverão ser promovidos outros cursos com esses mesmos moldes. (Zero Hora)

 
 
UE deve aumentar produção de leite em mais de 1% em 2016

A maior oferta global de lácteos e os estoques privados acumulados deverão pesar no mercado e pode levar vários meses para que os preços do leite na União Europeia (UE) se recuperem de forma significativa. Entretanto, o pico de produção sazonal já passou e o volume produzido já começou a cair em junho, com impacto positivo nos preços. Além disso, na Nova Zelândia e na Austrália, a produção de leite está menor que no ano passado (em respectivamente -1,6% e -1,2% até agora). Entretanto, nos Estados Unidos a produção continua seu crescimento, à medida que as margens não estão tão baixas quanto na Oceania ou na UE. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera um aumento de 1,9% na oferta em 2016.

Na UE, a produção de leite poderá crescer em mais de 1% em 2016 (acima de 2 milhões de toneladas). Isso é devido ao forte aumento nos primeiros quatro meses do ano (+5,5%), que será seguido por uma desaceleração, provavelmente levando à produção na segunda metade do ano a ficar abaixo da do ano passado. Os dados no primeiro trimestre se comparam com o do mesmo período do ano passado, quando vários Estados Membros reduziram sua produção de leite para não terem que pagar multas devido ao sistema de cotas, que ainda estava em funcionamento até 1 de abril. Em contraste, alguns ajustes de redução na oferta estão atualmente sendo feitos. Além disso, o clima também terá um papel importante.

As reduções no preço do leite desde o começo do ano, junto com um aumento nos preços dos alimentos animais, notavelmente o farelo de soja, pressionou mais as margens dos produtores. Embora por vários meses, muitos produtores tenham mantido suas vacas e continuaram produzindo para manter as receitas (e pagar os empréstimos), alguns produtores agora começaram a abater mais vacas.

De acordo com estatísticas disponíveis, os abates de vacas estão aumentando de forma significativa em importantes países produtores de leite: Espanha, Dinamarca, Polônia, Reino Unido, República Tcheca, Holanda, Bélgica e Alemanha. Esse indicador é apenas parcial, porque não distingue entre vacas leiteiras e de corte, embora novilhas leiteiras prontas para produzir possam ser mais numerosas. Além disso, o efeito na oferta pode ser mitigado por ganhos na produtividade: na Polônia, a produção de leite aumentou em 8% até abril, apesar do forte aumento no número de vacas abatidas (+11%).

Há outros fatores influenciando, como os operadores na França aplicando várias medidas de gestão da oferta, como os sistemas de preço A/B/C3, multas se as entregas passarem dos volumes contratados, incentivos para reduzir a produção de leite, etc. O sistema de diferenciação de preços (A/B) se aplica também em várias companhias inglesas e espanholas.

O clima também é outro importante fator. A produtividade das pastagens na Irlanda e no Reino Unido, por exemplo, estão próximas à média, ou seja, abaixo da do ano anterior. Após um começo frio, as temperaturas em maio foram maiores do que o normal. A previsão para junho dependerá principalmente das temperaturas, à medida que a umidade do solo está atualmente alta e pode suportar níveis altos de produção de biomassa. Além dos efeitos no preço, esse atraso no crescimento das pastagens afetou a captação de leite nas duas ilhas e, na Irlanda, a captação de leite foi 4% menor do que no ano passado em abril. Na Polônia, as condições das pastagens estão mais afetadas pelas condições secas. Em outros locais, a produtividade das pastagens está acima da média e poderá apoiar a produção de leite.

Os dados disponíveis mostram uma redução na captação de leite comparado com o ano passado em França, Reino Unido, Espanha, Portugal, Eslováquia, Dinamarca e Irlanda. Em outros Estados Membros, Holanda, Polônia e Itália, o aumento comparado com o ano passado caiu, mas permanece forte. Na Holanda, os produtores tentam aumentar a produção o máximo que podem, dado que até 1 de janeiro de 2017, precisarão cumprir com a legislação que será votada em breve restringindo as emissões de fostato. Em Hungria, Luxemburgo e Estônia, a captação de leite continua aumentando firmemente comparado com o ano passado. (Informações são da Comissão Europeia, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Irlanda visa se tornar líder mundial em sustentabilidade por meio do programa Origin Green

Apesar dos baixos preços do leite ao produtor, a indústria de lácteos da Irlanda, com seus 18.000 produtores de leite, é vista como líder mundial, graças em parte ao seu programa Origin Green. Com a população global devendo aumentar em 2,4 bilhões até 2050, o mundo precisará produzir até duas vezes mais alimentos a partir de recursos cada vez mais limitados.

Para suprir esses desafios envolvidos, em 2012 o Irish Food Board, o Bord Bia, lançou o Origin Green, primeiro programa nacional de sustentabilidade desse tipo. O governo da Irlanda divulgou uma estratégia para a indústria de alimentos globalmente focada por meio do Food Harvest 2020. O elemento chave do pilar de sustentabilidade dessa estratégia é o Origin Green, que visa ter todas as fazendas e negócios de processamento de alimentos na Irlanda trabalhando para reduzir suas pegadas de carbono anualmente, enquanto têm um papel proativo no bem-estar de seu meio ambiente local.

Independentemente verificado em todos os estágios, o programa voluntário vê os processadores de alimentos desenvolverem um plano que define objetivos claros em áreas chaves de sustentabilidade, como origem da matéria-prima, emissões, energia, dejetos, água, biodiversidade e sustentabilidade social.

Desde quando as cotas foram removidas em 1 de abril de 2015, a indústria de lácteos da Irlanda enfrentará um nível sem precedentes de expansão ao longo dos próximos cinco anos. Com mais de €1 bilhão (US$ 1,09 bilhão) sendo investido nas fazendas leiteiras e mais de €600 milhões (US$ 659,88 milhões) em capacidade de mercado e processamento, o Bord Bia disse que a indústria irlandesa terá o mais rápido crescimento no setor de lácteos do mundo nos próximos cinco anos.

Entretanto, o Bord Bia está confiante que essa expansão ocorrerá de uma maneira sustentável, graças à implementação do programa Origin Green, e à introdução de um novo padrão nacional de fazendas leiterias, o Esquema de Garantia de Lácteos Sustentáveis (SDAS), em 2013. O SDAS engloba garantia de qualidade e sustentabilidade que mede as pegadas de carbono de cada fazenda leiteira individual. Atualmente, 80% das fazendas estão participando desse esquema.

Mais de 100 auditores independentes visitam fazendas todos os dias para medir os impactos ambientais de cada sistema de produção usando a ferramenta Carbon Navigator em um processo de medição, feedback e melhora contínua. A nível de fazenda, o Bord Bia fez mais de 100.000 avaliações de pegadas de carbono em escala nacional. Cada fazenda é avaliada com relação a seis medidas de eficiência com o objetivo de reduzir os impactos ambientais da fazenda, mas também, fornecendo maiores margens de lucros para o produtor.

Como parte do Origin Green, os prazos e metas das companhias são capturados dentro dos planos de sustentabilidade que são verificados a um padrão independente. Para se tornar um membro do programa Origin Green, os produtores precisam passar por um processo de verificação. Cada membro verificado precisa enviar um relatório anual de progresso que avalia o impacto e o progresso da companhia individual.

Joe Hayden, que tem uma fazenda leiteira com 160 vacas próximo a Tinahely, em County Wicklow, acompanha o progresso por meio de reuniões regulares com outros produtores e trabalha para garantir que seu relatório mostre progressos positivos em uma base anual. Hayden disse que os produtores em todo o mundo precisam lidar com burocracia e que com o Origin Green não é diferente, mas os resultados falam por si só.

"O programa Origin Green é diferente já que relaciona diretamente rentabilidade com a redução de pegadas de carbono. No Carbon Navigator temos uma ferramenta que nos permite usar questões básicas de manejo, como dias no pasto, eficiência de energia e índice econômico de reprodução das vacas, para realmente aumentar a rentabilidade da fazenda".

Com relação à reprodução de vacas, Hayden disse que eles estão tentando criar animais que são mais eficientes em transformar pastagem em sólidos do leite. "Nessa fazenda, há seis anos, a média de gordura do leite era de 3,8% e a média de proteína era de 3,25. Em 2015, esses dados foram para 4,1% de gordura e 3,5% de proteína. Isso em termos econômicos equivalem a €20.000 (US$ 21.996,2) em vendas de leite na fazenda. Esses são assuntos econômicos que podem beneficiar a fazenda. Não estamos focados apenas o tempo todo no preço do leite fora da fazenda", completou.

Hayden disse que os grupos de discussão sobre lácteos - reuniões mensais que são realizadas com outros produtores locais - têm sido inestimáveis. "Temos um facilitador profissional do Teagasc, que é uma autoridade em pesquisa e treinamento na agricultura aqui na Irlanda e essa pessoa se responsabiliza por obter as últimas informações referentes à eficiência de produção. Além disso, ela ajuda a otimizar as eficiências do nosso negócio e transferir essa informação de volta ao grupo. Esse tem sido um sistema muito eficaz para nos ajudar a crescer e desenvolver as eficiências de nossos negócios". 

Em 28/07/16 - 1 Euro = US$ 1,09981
0,90912 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (Informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Milho deve crescer mais que a soja na safra atual 
A safra 2016/17 de grãos será marcada pelo aumento no plantio tanto de soja quanto de milho, previu ontem a Céleres, em seu primeiro levantamento sobre a nova temporada. O avanço do milho, contudo, tende a ser mais vigoroso que o da oleaginosa, devido à perspectiva de melhor rentabilidade do cereal. De acordo com a consultoria, a área com soja no Brasil crescerá 2,6% no ciclo 2016/17 (que começa a ser semeado em setembro), para 33,8 milhões de hectares. A produção está estimada em 102,9 milhões de toneladas, alta de 5,3%. Já o milho deve cobrir 6,4 milhões de hectares no verão e 11,3 milhões no inverno (safrinha), incremento de 13% e 8,5%, respectivamente. A produção do grão é projetada em 35,1 milhões e 63,9 milhões de toneladas, alta de 22% e 29,1%, na mesma comparação. Apoiada nas elevadas cotações do milho, a margem operacional média dos produtores do grão no Centro¬Sul deve praticamente dobrar em 2016/17, a R$ 1.470 por hectare, calcula a Céleres. Já a margem média da soja cairá cerca de 8%, para R$ 1.108 por hectare. Ainda conforme a consultoria, a queda nos preços do milho esperada para o segundo semestre de 2017 deve diminuir a pressão sobre os custos da indústria de aves e suínos. Contudo, é provável que as cotações se mantenham "elevadas e descoladas do mercado internacional" no 1º trimestre de 2017. (Valor Econômico)
 

Porto Alegre, 01 de agosto de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.321

 

Leite tem nova alta recorde no país

Pelo segundo mês consecutivo, o preço médio do leite pago ao produtor brasileiro teve alta recorde, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. Em julho, a cotação ao produtor subiu 6% sobre o mês anterior, para R$ 1,174 por litro. A valorização mensal é a maior já registrada na série histórica da Scot, iniciada em março de 1998. O preço pago pelos laticínios em julho se refere ao produto entregue no mês anterior pelos pecuaristas. A oferta escassa de leite no mercado ¬ reflexo de problemas climáticos e da alta do custo de produção ¬ e a concorrência entre os laticínios pela matéria-prima continuam sendo a principal razão para a forte alta, de acordo com Juliana Pila, analista da Scot. 
 

Houve aumento das cotações ao produtor nos 17 Estados pesquisados pela Scot. E altas expressivas mesmo nos Estados do Sul, onde é período de safra do leite. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o preço subiu 8,77% em julho sobre o mês anterior. "Apesar de ser safra no Sul, o volume é menor do que no mesmo período do ano passado", afirmou a analista. A oferta menor se deve a problemas climáticos que afetaram as pastagens de inverno na região. De acordo com a parcial do índice de captação de leite da Scot, houve queda de 5% na captação nacional de leite em julho sobre o mesmo mês do ano passado. O levantamento da Scot ainda mostra alta nos preços no spot (negociação entre empresas), mas eles já começam a subir menos, conforme a analista. Na segunda quinzena de julho, a média no spot em São Paulo ficou em R$ 2,108 por litro, ante R$ 1,839 em igual intervalo de junho. "Isso é um sinalizador de que a alta do preço ao produtor deve desacelerar", disse. Isso porque a produção já começa a crescer em áreas produtoras do Sudeste e em Goiás. Como resultado, a expectativa da Scot é de que os preços do leite longa vida tendam à estabilidade no atacado e no varejo. Entre junho e julho ainda houve alta de R$ 0,10 no atacado paulista, para R$ 3,43 por litro. No casa do varejo, o leite saiu de R$ 3,52 em junho para R$ 3,85 em julho, segundo a Scot. (Valor Econômico) 
 
 
SAFRA PARA CRESCER

Após colher a menor área de milho da história, e ver os preços dobrarem em menos de um ano, os produtores gaúchos começam a plantar a safra em que a cultura deverá voltar a ganhar espaço nas lavouras do Rio Grande do Sul. O estímulo vem da valorização do preço do cereal e também da possibilidade de fazer uma safrinha de soja no mesmo ciclo.

- A segunda safra crescerá novamente, os produtores tiveram bons resultados nos últimos anos - estima Claudio de Jesus, presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho). A entidade estima que cerca de 200 mil hectares de soja tenham sido plantados após a colheita do milho, em janeiro. Para o próximo ciclo, a expectativa é de uma área de safrinha até 20% maior. O mesmo percentual é estimado para o aumento da área do milho no Estado.

Para aproveitar a janela de plantio, agricultores da Região Noroeste têm adiantado a semeadura da cultura, começando os trabalhos ainda em julho (foto). Tradicionalmente, o plantio se intensifica em agosto e vai até a primeira quinzena de setembro. Como pontos negativos em torno da cultura, estão o alto custo de implantação da lavoura, especialmente por conta do preço da semente, e os possíveis riscos em relação ao clima em ano de La Niña, alerta o diretor técnico da Emater, Lino Moura. (Zero Hora) 

Agricultura será tema de congresso on-line

Entre os dias 7 e 13 de agosto acontece o 1º Congresso Brasileiro On-line de Agricultura (Cboa). Organizado pelo Portal Ciência do Solo, plataforma de educação a distância voltado ao setor produtivo, o evento contará com palestras de grandes nomes da agricultura brasileira, entre pesquisadores, consultores e economistas. Com o tema "Bem-vindo à agricultura do futuro", o congresso vai analisar cenários econômicos, tecnologia, sustentabilidade, manejo, pesquisa e inovação, logística e tendências de mercado. Ao todo, serão 33 palestras em vídeo, com datas, horários e temas programados. A inscrição é gratuita, mas as vagas são limitadas. 

Para participar, é preciso apenar cadastrar um e-mail válido e aguardar uma mensagem da organização confirmando a inscrição. O e-mail funcionará como login do usuário para assistir as palestras. A programação completa está disponível no site do Congresso (www.cboa.com.br). Em cada dia do congresso, os participantes receberão mensagens com aviso do horário e tema a ser abordado. "São muitas as vantagens em organizar um evento desse porte e formato: primeiro, não precisa de espaço físico. Isso significa que não tem dificuldade em escolher a cidade para a realização nem ter de se preocupar com deslocamento de palestrantes, por exemplo. Para o público, também tem a vantagem de poder comparecer estando em casa ou no local de trabalho, desde que tenha acesso à internet", explica Luiz Tadeu Jordão, engenheiro agrônomo e diretor de pesquisa e desenvolvimento do Portal Ciência do Solo. (Jornal do Comércio)

 
 
Envelhecimento eleva custos em US$200bi

Na avaliação dos especialistas em contas públicas, para funcionar, a reforma da Previdência precisa ser ampla, geral e irrestrita. Mas há uma razão para o governo interino ter escolhido a discussão da idade mínima para a aposentadoria como a bandeira inicial: o Brasil está envelhecendo e vivendo mais -- é preciso deter o aumento da despesa. Frear o ingresso de novos beneficiários no sistema é a melhor alternativa. Segundo um novo levantamento sobre os custos com aposentadorias e pensões, se as regras atuais de aposentadoria não forem alteradas, apenas o ingresso de novos beneficiários no sistema vai gerar, a valores de hoje, um gasto médio adicional de R$ 5 bilhões por ano. O valor somado vai a R$ 210 bilhões em 2060. O aumento acompanha claramente o envelhecimento da população. 

Hoje, as pessoas com 60 anos ou mais, que têm direito a já estarem aposentadas pelas regras atuais, representam cerca de 12% da população. Em 2060, praticamente um terço dos brasileiros terão mais de 60 anos. Para se ter uma ideia da pressão que esse envelhecimento vai provocar sobre o sistema previdenciário, basta olhar o avanço dos números. De 2000 a 2009, ou seja, ao longo de toda a década passada, foram concedidos quase 15 milhões de benefícios. Estima-se que de 2010 para cá -- em seis anos --, serão mais 13 milhões. A projeção é que, no balanço da década em curso, o sistema receba mais de 21 milhões de novos benefícios. Muitos serão, digamos, dobrados, porque as mulheres, além de receberem as suas próprias aposentadorias, têm direito a pensões dos maridos que vierem a falecer.(Correio do Povo)
 
Expointer começa a ser montada
Os portões do Parque Assis Brasil, em Esteio, serão abertos hoje para a montagem da 39ª Expointer, que começa no dia 27 de agosto. Até lá, cerca de 3 mil pessoas irão trabalhar nas estruturas dos estandes e na organização do parque. Entre as obras iniciadas e que deverão ser concluídas até o início da feira, estão a reforma do pavilhão do gado leiteiro e do deck do boulevard, onde ficam os restaurantes das associações. - Boa parte das obras estão sendo executadas em parceria com entidades privadas - destaca Sérgio Bandoca, subsecretário do parque Assis Brasil. O novo lavadouro de equinos, no portão 7, já foi concluído, com recurso de R$ 248 mil. Uma das obras mais expressivas, em andamento, é de uma capela ecumênica. A estrutura, na praça central, recebeu investimento de R$ 300 mil. (Zero Hora)
 
 

 

Reunida na tarde desta sexta-feira (29/7) com empresários do setor laticinista gaúcho, a senador Ana Amélia Lemos sugeriu que o segmento aproveite a vinda do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à Expointer para encaminhar pedido de apoio à flexibilização das duras normas regulamentadoras (NR) que regem a atuação trabalhista nas indústrias. “Não queremos que o trabalhador esteja desprotegido, mas essas normas têm que ser adaptadas à realidade brasileira. Precisamos manter os empregos, não terminar com eles”, pontuou, lembrando que muitas empresas estão investindo em automação justamente devido aos excessos no regramento trabalhista. Presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Ana Amélia mostrou-se preocupada com os 12 milhões de brasileiros desempregados e para que as ações fiscalizatórias não impactem em elevar ainda mais essa estatística. “Maggi é um aliado importante que não quer só agradar a torcida. Ele trabalha pelo bem do setor e estará com seu gabinete na Expointer”, informou.

 

A senadora ainda criticou duramente a concorrência desleal imposta pelo ingresso de produtos do Mercosul no mercado gaúcho. Livres de ICMS, os lácteos do prata ainda têm um diferencial de custo em relação ao Brasil, principalmente em implementos importados como máquinas agrícolas, que chegam a custar até 60% menos. Impacto referendado pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que reforçou as dificuldades que o segmento vem enfrentando e o impacto do Custo-Brasil na lucratividade do agronegócio. Mesmo assim, frisou a Ana Amélia, o Rio Grande do Sul é referência em qualidade de solo, genética de pecuária leiteira e no esforço das cooperativas e das indústrias em buscar, incessantemente, a qualidade.

 

A parlamentar ainda criticou os entraves logísticos que prejudicam a competitividade dos laticínios locais. “O Brasil não tem logística, não tem custo de financiamento adequado, tem concorrência desleal com Uruguai e Argentina e, a cada dia, tem uma novidade em tributação, em normas trabalhistas e fiscais”, pontuou. Integrante da Comissão Especial do Impeachment, Ana Amália espera que o relatório final da comissão seja votado até a próxima quinta-feira (4/8). Segundo ela, o processo não deve apresentar surpresas, encaminhando-se para o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff.

Porto Alegre, 29 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.320

 

Senadora e setor leiteiro avaliam impacto de normas trabalhistas

Reunida na tarde desta sexta-feira (29/7) com empresários do setor laticinista gaúcho, a senador Ana Amélia Lemos sugeriu que o segmento aproveite a vinda do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à Expointer para encaminhar pedido de apoio à flexibilização das duras normas regulamentadoras (NR) que regem a atuação trabalhista nas indústrias. "Não queremos que o trabalhador esteja desprotegido, mas essas normas têm que ser adaptadas à realidade brasileira. Precisamos manter os empregos, não terminar com eles", pontuou, lembrando que muitas empresas estão investindo em automação justamente devido aos excessos no regramento trabalhista. Presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Ana Amélia mostrou-se preocupada com os 12 milhões de brasileiros desempregados e para que as ações fiscalizatórias não impactem em elevar ainda mais essa estatística. "Maggi é um aliado importante que não quer só agradar a torcida. Ele trabalha pelo bem do setor e estará com seu gabinete na Expointer", informou.

A senadora ainda criticou duramente a concorrência desleal imposta pelo ingresso de produtos do Mercosul no mercado gaúcho. Livres de ICMS, os lácteos do prata ainda têm um diferencial de custo em relação ao Brasil, principalmente em implementos importados como máquinas agrícolas, que chegam a custar até 60% menos.  Impacto referendado pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que reforçou as dificuldades que o segmento vem enfrentando e o impacto do Custo-Brasil na lucratividade do agronegócio. Mesmo assim, frisou a Ana Amélia, o Rio Grande do Sul é referência em qualidade de solo, genética de pecuária leiteira e no esforço das cooperativas e das indústrias em buscar, incessantemente, a qualidade.

A parlamentar ainda criticou os entraves logísticos que prejudicam a competitividade dos laticínios locais. "O Brasil não tem logística, não tem custo de financiamento adequado, tem concorrência desleal com Uruguai e Argentina e, a cada dia, tem uma novidade em tributação, em normas trabalhistas e fiscais", pontuou. Integrante da Comissão Especial do Impeachment, Ana Amália espera que o relatório final da comissão seja votado até a próxima quinta-feira (4/8). Segundo ela, o processo não deve apresentar surpresas, encaminhando-se para o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Produtores gaúchos começam a preparar área de plantio de milho
Os produtores de milho do Rio Grande do Sul preparam as áreas a serem semeadas, realizando a dessecação das plantas de cobertura, cultivadas para a formação de palhada, em antecedência à cultura do milho. De acordo com a Emater, os bons preços pagos aos produtores e a grande demanda pelo grão, aliada à baixa oferta, além das questões agronômicas, como diversificação e rotação de culturas, são fatores que antecipam uma provável ampliação da área para a próxima safra. Por outro lado, há fatores restritivos, como o alto custo de implantação da lavoura (especialmente o preço da semente) e os possíveis riscos com relação ao clima, devido à previsão do fenômeno La Niña, que, "quando se estabelece, a tendência é a ocorrência de chuvas abaixo das médias históricas, fato que pode provocar déficit hídrico, diminuindo a produtividade", avalia o diretor técnico da Emater, Lino Moura. No trigo, o plantio no Estado foi concluído, e a cultura está com bom desenvolvimento vegetativo. 

Com o clima colaborando, a maioria das lavouras apresenta excelente aspecto fitossanitário e crescimento normal, denotando, até o momento, bom potencial de produção. As lavouras semeadas mais no cedo começam a entrar com mais intensidade na fase reprodutiva (floração). Estima-se que 1% do total cultivado esteja nessa situação. A canola encontra-se nas fases de crescimento, floração (em lavouras implantadas no final de abril e início de maio) e reprodução, com aspecto sanitário satisfatório. Em algumas áreas, como no Planalto, as lavouras foram prejudicadas pelas geadas e queda de granizo. Já na região Centro-Norte (Alto Jacuí, Noroeste Colonial e região Celeiro), as plantações se encontram com excelente desenvolvimento. O rebanho bovino está na fase final de gestação das vacas, com expectativa de altas taxas de prenhez. A parição se iniciou e deve se estender nos próximos meses. (Jornal do Comércio)

Empresários podem se inscrever até 31 de julho para missão à Ásia

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério das Relações Exteriores estão selecionando empresas e instituições representativas do agronegócio para integrar a missão oficial a países da Ásia, de 6 a 21 de setembro. As inscrições podem ser feitas no site do Mapa até 31 de julho. A região é prioritária para o mercado agrícola mundial e uma das principais origens de investimentos internacionais no setor. O crescimento econômico asiático, a taxa de urbanização e o consequente aumento da demanda por alimentos, fibras e energia estão acima da média global, o que reforça a importância da missão organizada pelo governo brasileiro.

A missão, que será chefiada pelo ministro Blairo Maggi, terá agenda em Seul (Coreia do Sul), Hong Kong e Chongqing (China), onde serão realizadas rodadas de negócios. Também haverá compromissos em Bangkok (Tailândia), Yangon (Myanmar), Hanói (Vietnã), Kuala Lumpur (Malásia) e Nova Déli (Índia). A programação da viagem prevê seminários, diálogos empresariais, visitas técnicas e rodadas de negócio com importadores e investidores locais. Os custos com passagens aéreas, hospedagem, alimentação, taxas consulares e outras despesas são de responsabilidade das empresas e entidades participantes, assim como as providências para obtenção de vistos e a escolha dos voos que melhor se adequarem às suas necessidades, no decorrer da missão.

Exportação e investimentos
Há formulários específicos para empresas e para instituições representativas se inscreverem. Os interessados devem responder, por exemplo, que produtos pretendem exportar e se já têm representante, distribuidor, agente, escritório ou joint venture nos países onde ocorrerão os encontros. Quem for em busca de recursos também deve informar que tipo de investimento pretende captar. A seleção levará em conta o grau de maturidade exportadora e a adequação do portfólio de produtos oferecidos pela empresa aos mercados de destino da missão, entre outros critérios. Para participação nas rodadas de negócio na China e na Coreia do Sul é necessário que a empresa já seja habilitada a exportar seus produtos para esses países. (MAPA)

Produção de leite pode melhorar com pastagens adequadas de inverno

Tempo bem frio é sempre motivo de preocupação para o setor agropecuário, principalmente quando as mudanças climáticas fogem daquilo que estava previsto. Em muitas regiões brasileiras - em especial, do Sul; e algumas áreas do Sudeste, como São Paulo; e Centro-Oeste, em Mato Grosso do Sul -, que costumam sentir mais as oscilações das estações do ano, os animais geralmente são os que mais sofrem no inverno.

Para auxiliar na produção da pecuária de leite durante este período, que vai do dia 20 de junho a 22 de setembro, o Sistema de Inteligência Setorial do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SIS/Sebrae), que funciona em Santa Catarina, propõe algumas iniciativas para que o produtor da cadeia de lácteos mantenha um padrão uniforme de qualidade e até eleve sua produtividade nesta estação do ano. De acordo com o documento "Pastagens de inverno: impactos na produção de leite" , as pastagens perenes (grama) do ano todo costumam diminuir no inverno. Por isto, muitos pecuaristas perdem este tipo de vegetação típica da alimentação animal.

"As alterações na vegetação influenciam diretamente na produção do gado, que pode sofrer muitas quedas de produtividade e qualidade do leite, se o produtor não utilizar meios alternativos e suplementares para alimentar os animais, durante o período mais frio do ano", aponta o estudo.

PASTAGEM
Especialista consultado para a produção dos relatórios e/ou boletins do SIS/Sebrae, o médico veterinário Evandro Vansin Forti, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), explica que a maior parte da produção leiteira no País é baseada na utilização de pastagem, principalmente nas pequenas propriedades produtoras de leite, por ser um alimento de baixo custo.

"O uso exclusivo de pastagem não é suficiente para manter a produção leiteira ao longo do período de inverno. Portanto, os produtores, que não estiverem preparados, vão sofrer as consequências nas produtividades. Daí a necessidade de suplementar com forragens conservadas (silagem ou feno), forragens verdes picadas (cana-de-açúcar), culturas leguminosas (como trevos), que são boas opções a serem utilizadas", aponta Forti. Ele destaca que em Santa Catarina, por exemplo, todos os municípios são prejudicados com as mudanças climáticas, principalmente em 2016, porque o frio chegou antes e com fortes geadas, prejudicando as pastagens dos animais. "O alerta é para que os produtores estejam preparados com armazenamentos de alimentos com silagem e pré-secados. Eles também podem utilizar compostos concentrados, para não sofrerem queda de produtividade", orienta o veterinário.

Segundo Forti, o ideal é que o produtor tenha se precavido antes do outono. Mas para quem não tomou certas medidas preventivas, ele sugere: " a alimentação animal deve conter alimentos conservados, como silagem e fenos; concentrados; e sal mineral". "Isto para que possa aproveitar a pastagem que tiver disponível no momento. "O veterinário da Cidasc também avisa: "A pastagem de inverno não supre a necessidade nutricional total do gado. Diante disto, o produtor precisa procurar uma orientação técnica para que possibilite avaliar a qualidade da pastagem e formular uma dieta complementar com concentrados". Evandro Forti "A pastagem de inverno não supre a necessidade nutricional total do gado. Diante disto, o produtor precisa procurar uma orientação técnica para que possibilite avaliar a qualidade da pastagem e formular uma dieta complementar com concentrados", informa o veterinário Evandro Vansin Forti, da Cidasc. Foto: Arquivo pessoal

PLANEJAMENTO FORRAGEIRO
Além da paralisação no crescimento da pastagem, as alterações provocadas pelo inverno também levam à queima nos campos naturais. Conforme o relatório do SIS/Sebrae, "os animais são diretamente influenciados por uma alimentação pobre em proteínas e energia". E os resultados são animais mais magros, com baixa reprodução e alto índice de abortos, entre outros problemas. Por isto, antes do próximo outono, a instituição sugere o planejamento forrageiro. Trata-se de uma "técnica que evita as perdas invernais, incrementa a produtividade e aumenta a rentabilidade pecuária". "Diferentes tecnologias podem ser utilizadas para a implantação das mais variadas pastagens de inverno. A escolha dependerá da região, do solo, do clima, da vegetação natural, da topografia, do relevo e do sistema de produção utilizado", aponta o estudo. O SIS/Sebrae sugere alguns tipos de pastagens, como aveia, azevém e centeio. O primeiro exige um manejo mais cuidados, porque tende a acumular colmos de forma mais rápida e, por isto, costuma ser menos usado ou semeada em conjunto com plantios de azevém. Este, por sua vez, é uma das pastagens mais usadas, principalmente no Sul do Brasil, por ser de mais fácil manejo e implantação, já que se adapta a qualquer tipo de solo.

AÇÕES RECOMENDADAS
Como forma de orientação ao produtor da cadeia de lácteos, o SIS/Sebrae sugere:
Entenda qual a melhor cultura para a sua produção. Pesquise os preços das sementes e informe-se sobre o tempo de semeadura e de crescimento dos grãos.
Planeje o inverno. Para não faltar alimento para os animais durante a estação, é preciso iniciar a semeadura antes de o outono começar.
Pesquise sobre suplementação. Procure um veterinário para saber quais são as opções mais adequadas ao seu rebanho e produção. (Equipe SNA/RJ)

 
O PAPELÃO DA ECONOMIA
Um dos indicadores da economia real mais monitorados pelo mercado atrás de pistas sobre o rumo da economia é a venda de papelão ondulado, por ser usado em embalagens de produtos industriais. Se a comercialização cresce, é porque as fábricas estão ganhando ritmo. Os números finais de junho da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO) indicam alta de 3,02% em junho ante o mesmo mês do ano passado. Ante maio, a alta foi de 1,45%. No acumulado do semestre, porém, o resultado ainda é negativo, o que mostra o papelão da economia brasileira. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 28 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.319

 

Produtores gaúchos visitam Embrapa

O motivo da viagem foi interagir com os pesquisadores a respeito do GEPLeite - Programa de Gestão Eficiente da Propriedade Leiteira. "A ideia da viagem surgiu em função do GEPLeite. Conhecemos o Programa há pouco mais de um ano. Já temos 36 produtores utilizando essa ferramenta de gestão e queremos expandir o seu uso", afirma Gelsi Thums, vice-presidente da cooperativa, que acompanhou o grupo na viajem. O GEPLeite é uma ferramenta experimental desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite, que conta com a parceria da CCPR/Itambé e da Santa Clara, atendendo seus cooperados com a supervisão dos técnicos. O princípio básico da ferramenta é levar a filosofia contábil dos grandes empreendimentos urbanos para a produção de leite.  "Trata-se de uma visão diferente dos custos de produção de leite, com uma escrituração muito mais abrangente", explica o analista da Embrapa, Alziro Carneiro. Para oferecer um diagnóstico anual ou mensal da propriedade, o GEPLeite trabalha com os seguintes indicadores:

- Indicadores financeiros: São considerados a Receita Operacional Líquida (ROL = receita total, menos impostos sobre vendas); os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA); o retorno sobre o investimento (ROI = percentual de lucro em relação a bens e direitos da propriedade) e o valor econômico acrescido ou reduzido do patrimônio após remuneração de todos os fatores de produção, inclusive capital próprio (EVA).
- Custos de produção: Custo operacional efetivo (COE = a soma de todos os custos, variáveis e fixos, exceto depreciação e mão de obra familiar); custo operacional total (COT = a soma do COE com a depreciação e a mão de obra familiar).
- Indicadores de eficiência: produção (litros/dia); percentual de vacas em lactação em relação ao rebanho; produtividade dos fatores: vaca (litros/dia/vacas em lactação e litros/ano/total de vacas), mão-de-obra (litros/dia/homem), terra (litros/ano/hectare); investimento por produção (R$/litro); ROL por área (R$/ha); concentrado/ROL (%); mão-de-obra/ROL (%).
- Indicadores de Qualidade: Contagem bacteriana (CBT= mil ufc/ml); mastite (CCS = mil células somática/ml); matéria gorda (%); proteína (%); bonificação (R$/l) e preço bruto do leite (R$/l).

Todos esses indicadores são apresentados em uma única folha impressa, frente e verso, onde o produtor tem uma compreensão global do negócio por meio de gráficos que retratam a situação do empreendimento a cada mês e sua evolução anual. A expectativa da Embrapa é que, nos próximos meses, o modelo de planilhas seja convertido em um software, tornando o processo de escrituração mais amigável para o produtor. Foi justamente a evolução tecnológica do processo de escrituração que definiu a composição do grupo que participou da excursão. "Trouxemos para a Embrapa os nossos jovens cooperados e filhos de cooperados, que lidam melhor com a tecnologia", diz o vice-presidente da Santa Clara. "Se quisermos manter os jovens na pecuária de leite, precisamos trabalhar com as novas tecnologias", reforça.

Para a Embrapa, esse modelo de parceria com as cooperativas é relevante.  "Trata-se de uma parceria público privada, na qual as cooperativas financiam o desenvolvimento dos estudos e nós entramos com o trabalho dos analistas e pesquisadores da Embrapa", explica Carneiro. Segundo o pesquisador, os dados escriturados pelos produtores retornam à Embrapa, fomentando a pesquisa. "Com o acúmulo das informações teremos condições de apontar sistemas mais rentáveis para as características de cada negócio", ressalta Carneiro.(Embrapa) 

 
 
Comissão pede vigilância sobre uso de antibióticos na cadeia de alimentos

Os 20 países da Comissão Pan-Americana de Inocuidade dos Alimentos (COPAIA) anunciaram na semana passada (20) seu apoio à vigilância, prevenção e controle do uso de antibióticos na cadeia de produção de alimentos, durante reunião realizada em Assunção, no Paraguai. A COPAIA foi criada por ministros de saúde e da Agricultura de diversos países das Américas durante a Reunião Interamericana Ministerial em Saúde e Agricultura (RIMSA 12) em 2001 com o objetivo de enfrentar o aumento das doenças por transmissão alimentar, promover a ampliação do comércio mundial de alimentos e os avanços nas tecnologias de processamento.

Os países da comissão indicaram seu compromisso em facilitar a coordenação nacional intersetorial e interdisciplinar no tema, promover políticas de uso prudente dos antibióticos e melhorar sua capacidade de vigilância. Também se comprometeram a continuar conscientizando todos os interessados diretos no assunto. As recomendações foram consideradas pelos ministros da Saúde e Agricultura que participaram da 17ª Reunião Interamericana Ministerial em Saúde e Agricultura (RIMSA 17) que ocorreu em Assunção na semana passada. Entre os participantes do evento estavam ministros da Saúde e Agricultura da região, assim como representantes de consumidores e produtores.

Outras linhas de ação incluem o fortalecimento dos sistemas de inocuidade dos alimentos, a formulação de políticas dirigidas para a modernização da inspeção de alimentos, além da promoção dos sistemas integrados para a vigilância das doenças transmitidas por alimentos. O Centro Pan-Americano para a Febre Aftosa (PANAFTOSA) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) está encarregado de organizar a COPAIA 7. Na semana passada, a OPAS fez um apelo aos Estados-membros para que regulamentem o uso de antibióticos na pecuária. O objetivo é evitar que micróbios e bactérias desenvolvam resistência aos medicamentos -- o que pode colocar em risco a saúde das pessoas.

A chefe da OPAS, Carissa F. Etienne, destacou na ocasião que combater o uso indiscriminado dessas substâncias pode trazer benefícios sociais e econômicos, "à medida que nossa região se transforme em sinônimo de produção de alimentos saudáveis". De acordo com a dirigente, muitos países já têm se interessado em promover essa imagem, estimulando o cultivo orgânico e a alimentação do gado bovino com pastagem natural. (Informações são da Organização das Nações Unidas)

Entidades do setor lácteo pedem melhores preços à Conaprole

Conaprole - Dirigentes de várias entidades do setor lácteo reuniram-se na terça-feira com a diretoria da Conaprole para solicitar melhoria no preço do leite ao produtor. Ressaltaram que a cooperativa está fazendo todos os esforços possíveis para transferir para os produtores o melhor preço. Alejandro Pacheco da Sociedad de Productores de Leche de Florida, destacou a importância do encontro, diante da difícil situação que atravessam os produtores. O preço em torno de 1 peso por litro é fundamental para cobrir os compromissos dos produtores. "Temos de estar conscientes, por exemplo, de que é preciso cobrir os custos das máquinas para plantio de pastagens para a próxima temporada. O plantio precisa ser feito pelo produtor". A Conaprole conseguiu, excepcionalmente, bonificar com 0,773 pesos o litro de leite entregue em maio e junho. Os dirigentes esperam que seja efetuado um aumento fixo em torno de 1 peso por litro para que o setor consiga cobrir os custos. Os diretores da Conaprole afirmaram que compreendem a situação, mas que também não está fácil para a cooperativa e o reajuste deve ser trabalhado com muito critério, deixando claro que precisam receber e pagar todo o leite capitado dos produtores. Pacheco disse que há muito desânimo entre os produtores, "muitos deles estão angustiados, principalmente os médios produtores que são os que possuem o mais alto grau de investimento e muita mão de obra". (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

 
 
Estudo mostra que levar rapidamente o leite a baixa temperatura aumenta o shelf life

Um estudo realizado na Universidade de Purdue observou que o rápido aquecimento e resfriamento do leite reduz significativamente a quantidade de bactérias nocivas presentes no leite e pode aumentar a vida de prateleira para sete semanas. Tratamento térmico, como pasteurização, é um método padrão para prolongar a vida de prateleiras dos produtos lácteos. No entanto, o emprego de altas temperaturas (70-120ºC) danifica e/ou provoca modificações estruturais nas proteínas, levando a alterações sensoriais consideráveis. O estudo observou processos de redução de temperatura, por pouco tempo (Low Temperature, Short Time - LTST) para pasteurização, combinando baixa temperatura e pressões variadas para ajudar na pasteurização do leite. O professor associado de Purdue do departamento de ciência da alimentação, Bruce Applegate, PH.D., e colaboradores da Universidade Purdue e da Universidade do Tennessee publicaram suas descobertas na revista SpringerPlus, onde eles mostram que o aumento da temperatura do leite em 10ºC por menos que um segundo elimina em mais de 99% as bactérias deixadas pela pasteurização. "É um processo adicional à pasteurização que pode prolongar a vida útil do leite refrigerado por mais cinco, seis ou sete semanas", disse Applegate.

Baixa temperatura + baixa pressão = aumento do shelf life
Para utilizar o método LTST, os cientistas pulverizaram gotículas de leite pasteurizado, inoculadas com Lactobacillus e bactéria Pseudomonas, através de uma câmara aquecida e sob pressão. Enquanto na câmara, a temperatura era elevada e baixada em 10ºC, mas abaixo do limite de 70º C necessário para a pasteurização. O tratamento reduziu os níveis das bactérias L. fermentum e P. fluorescens Migula, abaixo dos limites de detecção e elevou a vida de prateleira do leite para 63 dias. "Com o tratamento, elimina-se quase tudo", diz Applegate. "O que sobreviver é em nível tão baixo que leva muito mais tempo para se multiplicar a ponto de alterar a qualidade do leite".

Sem alteração sensorial
Cem julgadores avaliaram as alterações sensoriais das duas amostras: leite pasteurizado tradicionalmente e uma segunda amostra usando a pasteurização LTST. Nenhum deles detectou qualquer diferença de cor, aroma, sabor, ou a alteração posterior do gosto entre os produtos e em alguns casos preferiram a amostra do leite com a pasteurização LTST. O método de pasteurização também é importante do ponto de vista do consumo de energia. Philip Myer, professor assistente de ciência animal da Universidade do Tennessee e co-autor do trabalho, disse que "o processo reduz significativamente a quantidade de bactéria, sem exigir quantidades extras de energia". Myer também disse que a tecnologia tem potencial para reduzir o desperdício e permitirá que o leite chegue a lugares distantes dado o aumento da vida de prateleira pelo processo LTST.

Não está completamente pronto para aplicações na indústria
Enquanto o processo de pasteurização LTST demonstrou a redução da carga microbiana, prolongando a vida de prateleira, com o mínimo de perdas nas qualidades sensoriais, existem ainda diversos parâmetros do processo que precisam ser examinados, alerta o estudo. Por exemplo, os autores procuram usar modelos térmicos de microorganismos mais consistentes para melhor avaliar a eficácia do processo. "Um trabalho sistemático para melhorar os limites de contaminação do produto, além dos parâmetros tecnológicos, facilitaria as últimas alterações para aplicação do processo LTST na indústria", diz o estudo. Atualmente, os regulamentos do FDA exigem a pasteurização do leite cru. Assim sendo, a unidade do Método Short Time (MST) pode ser adaptado à linha de pasteurização tradicional para aumentar a vida de prateleira do produto, através da redução da colônia de organismos. (Dairy Reporter - Tradução livre: Terra Viva)

 
Empresas do setor lácteo procuram expansão na África
2015 provou ter sido um ano difícil para a maioria das indústrias, enfrentando um dólar forte, e volatilidade cambial, junto com queda nos preços das commodities, o que reduziu o lucro de muitas companhias. Fusões e aquisições continuaram em ritmos acelerado, e as empresas continuaram procurando adicionar valor nos mercados domésticos e novas oportunidades em outros lugares. De acordo com o estrategista do setor lácteo do Rabobank, Kevin Bellamy, "O grande fato na lista das 20 maiores companhias de laticínios deste ano, com base no volume de negócios - foi a redução do tamanho do bolo. O baixo preço das commodities lácteas e os movimentos cambiais provocaram um efeito dramático no faturamento das empresas". Em dólares, o faturamento combinado das 20 maiores empresas, US$ 194 bilhões, em 2015, representou queda de 13% em relação ao ano anterior. E para se ter uma ideia de quanto o euro caiu em relação ao dólar norte-americano em 2015, o faturamento conjunto das 20 maiores empresas aumentou 4% em relação ao ano anterior, quando avaliado em euros. Com a desaceleração do crescimento da China, as maiores empresas de laticínios do mundo começaram a olhar novos horizontes. A África agora, entra, definitivamente, no mapa dos laticínios. Em 2016, foram 14 ofertas de negócios na África, quatro a mais que no ano passado. Em todo o ano de 2014 ocorreram apenas três transações. (The Dairy Site - Tradução Livre: Terra Viva)
 

 

 

O Ministério da Agricultura (Mapa) deu início ao processo de desburocratização dos regulamentos internos, entre eles questões relativas à inspeção. Reunido com lideranças do setor leiteiro em Brasília nesta quarta-feira (27/7), o ministro Interino da Agricultura, Eumar Novacki, informou que, já na primeira quinzena de agosto, o Mapa deve apresentar soluções para o projeto com vista à redução de portarias, instruções normativas e ofícios que regem as operações do setor agropecuário. Uma segunda leva de simplificação de processos deve vir na primeira quinzena de setembro, sinalizou o dirigente.

A medida atende a pedido do setor leiteiro que, há anos, trabalha o assunto junto ao governo federal. A alegação é que diferentes processos, normativas e regulamentações travam e complicam o processo industrial e produtivo, burocratizando as ações dos laticínios. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que representou a indústria gaúcha no encontro em Brasília, a sensação é que a solução está próxima. “O Ministério da Agricultura está com uma política mais célere para encaminhar as demandas dos setores produtivos”.

No encontro, Palharini pontuou a relevância de revisar a questão da Portaria 05/1983, que trata, entre outros pontos, do leite com baixa acidez. Atualmente, os laticínios não podem recolher o leite com acidez inferior a 14°D ou superior a 18°D. Contudo, a portaria permite o uso dessa matéria-prima para fabricação de alguns produtos. Pelo regramento atual, por exemplo, cargas acima de 20°D podem ser utilizadas para fabricação de leite em pó industrial. Outra questão importante, alerta, é que a definição do termo “fisiologicamente anormal”, que limita o processamentos do leite conforme a portaria 5, tenha uma definição clara de forma a munir a indústria de informações precisas sobre o que está ou não está previsto no novo regramento.

O dirigente ainda pediu que o Ministério da Agricultura ajude a viabilizar o acesso do setor industrial aos dados compilados pela Rede Brasileira de Laboratórios. As informações, destacou Palharini, são essenciais para auxiliar no desenvolvimento e melhoria constante dos processos produtivos. "O Rio Grande do Sul tem o leite mais fiscalizado do país. Precisamos mostrar isso ao consumidor", frisou.

Crédito foto: Noaldo Santos

Empresários senegaleses apresentaram proposta de parceria com a indústria leiteira gaúcha, nesta terça-feira (26/7), na sede do Sindicato da Indústria de Laticínio do RS (Sindilat). Visando a troca de tecnologia, informação e experiência, os representantes da comitiva relataram os principais problemas daquele país no setor, como a falta de produção e tecnologia precária, e manifestaram grande interesse em aprender sobre produção com os gaúchos.

A reunião teve como assunto principal as oportunidades de negócios. Os senegaleses questionaram como poderia ser feita uma cooperação entre a indústria leiteira gaúcha e senegalesa e quais os produtos poderiam ser exportados para lá. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, afirmou que todo mercado interessa à indústria gaúcha, já que somos um estado exportador. Quanto ao intercâmbio tecnológico, lembrou que é necessário, primeiro, construir o convênio com o governo do Estado para, após, averiguar de que modo seria formatada essa cooperação. Guerra colocou o Sindilat à disposição dos empresários para esclarecimentos.

A proposta tem incentivo do governo senegalês, que propõe a ida de profissionais brasileiros para o país africano para realizar esse intercâmbio de estudos, pesquisa, tecnologia, produção e comercialização. Na reunião, a ideia debatida foi a de firmar, primeiramente, um acordo entre os governos, para que assim, em um passo adiante, possa ser fechada parceria com as indústrias do Estado.

Estavam presentes no encontro o diretor da Seapi, Antonio Ferreira; o diretor geral da Seapi, André Pedtry: a gerente comercial da CCGL, Michele Selbach; o gerente industrial da Cooperativa Languiru, Lauri Reinheimer; o diretor da GTR, Abdou Lahad Lo; o coordenador da GTR, Mawadou Ndiaye, e o presidente da Associação dos Senegal, Mor Ndiaye.

Texto e Foto: Isadora Osório

 

Porto Alegre, 27 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.318

 

Mapa confirma desburocratização de normas e regulamentos
 
Crédito: Noaldo Santos
O Ministério da Agricultura (Mapa) deu início ao processo de desburocratização dos regulamentos internos, entre eles questões relativas à inspeção. Reunido com lideranças do setor leiteiro em Brasília nesta quarta-feira (27/7), o ministro Interino da Agricultura, Eumar Novacki, informou que, já na primeira quinzena de agosto, o Mapa deve apresentar soluções para o projeto com vista à redução de portarias, instruções normativas e ofícios que regem as operações do setor agropecuário. Uma segunda leva de simplificação de processos deve vir na primeira quinzena de setembro, sinalizou o dirigente.
A medida atende a pedido do setor leiteiro que, há anos, trabalha o assunto junto ao governo federal. A alegação é que diferentes processos, normativas e regulamentações travam e complicam o processo industrial e produtivo, burocratizando as ações dos laticínios. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que representou a indústria gaúcha no encontro em Brasília, a sensação é que a solução está próxima. "O Ministério da Agricultura está com uma política mais célere para encaminhar as demandas dos setores produtivos".
No encontro, Palharini pontuou a relevância de revisar a questão da Portaria 05/1983, que trata, entre outros pontos, do leite com baixa acidez. Atualmente, os laticínios não podem recolher o leite com acidez inferior a 14°D ou superior a 18°D. Contudo,  a portaria permite o uso dessa matéria-prima para fabricação de alguns produtos. Pelo regramento atual, por exemplo, cargas acima de 20°D podem ser utilizadas para fabricação de leite em pó industrial. Outra questão importante, alerta, é que a definição do termo "fisiologicamente anormal", que limita o processamentos do leite conforme a portaria 5, tenha uma definição clara de forma a munir a indústria de informações precisas sobre o que está ou não está previsto no novo regramento. 
O dirigente ainda pediu que o Ministério da Agricultura ajude a viabilizar o acesso do setor industrial aos dados compilados pela Rede Brasileira de Laboratórios. As informações, destacou Palharini, são essenciais para auxiliar no desenvolvimento e melhoria constante dos processos produtivos. "O Rio Grande do Sul tem o leite mais fiscalizado do país. Precisamos mostrar isso ao consumidor", frisou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Empresários senegaleses prospectam parceria com indústria gaúcha
 

 Crédito: Isadora Osório
Empresários senegaleses apresentaram proposta de parceria com a indústria leiteira gaúcha, nesta terça-feira (26/7), na sede do Sindicato da Indústria de Laticínio do RS (Sindilat). Visando a troca de tecnologia, informação e experiência, os representantes da comitiva relataram os principais problemas daquele país no setor, como a falta de produção e tecnologia precária, e manifestaram grande interesse em aprender sobre produção com os gaúchos.
 
A reunião teve como assunto principal as oportunidades de negócios. Os senegaleses questionaram como poderia ser feita uma cooperação entre a indústria leiteira gaúcha e senegalesa e quais os produtos poderiam ser exportados para lá. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, afirmou que todo mercado  interessa à indústria gaúcha, já que somos um estado exportador. Quanto ao intercâmbio tecnológico, lembrou que é necessário, primeiro, construir o convênio com o governo do  Estado  para, após, averiguar de que modo seria formatada essa cooperação. Guerra colocou o Sindilat à disposição dos empresários para esclarecimentos.
 
A proposta tem incentivo do governo senegalês, que propõe a ida de profissionais brasileiros para o país africano para realizar esse intercâmbio de estudos, pesquisa, tecnologia, produção e comercialização. Na reunião, a ideia debatida foi a de firmar, primeiramente, um acordo entre os governos, para que assim, em um passo adiante, possa ser fechada parceria com as indústrias do Estado. 
 
Estavam presentes no encontro o diretor da Seapi, Antonio Ferreira; o diretor geral da Seapi, André Pedtry: a gerente comercial da CCGL, Michele Selbach; o gerente industrial da Cooperativa Languiru, Lauri Reinheimer; o diretor da GTR, Abdou Lahad Lo; o coordenador da GTR, Mawadou Ndiaye, e o presidente da Associação dos Senegal, Mor Ndiaye. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
LCA ganha peso na estratégia de crédito do governo federal

Com a situação fiscal ainda crítica, uma taxa básica de juros elevada e margem de manobra cada vez menor para arcar com subsídios, o governo aposta todas as fichas nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) como fonte de recursos complementares para financiar o agronegócio. Sem alternativas capazes de gerar resultados no curto prazo, a ideia é facilitar e ampliar o uso desses títulos e tirar um pouco do peso das tradicionais fontes que alimentam o crédito rural no país ¬ depósitos à vista e poupança rural, que já dão mostras de estrangulamento. Num mundo ideal, diz uma autoridade graduada da equipe econômica, a Selic seria baixa o suficiente para desidratar de vez a dependência dos agropecuaristas do crédito rural com juros subsidiados ¬ fixados, em média, em 9,5% nesta safra 2016/17, que começou em 1º de julho. Mas com a taxa básica ainda em 14,25% e distante de um nível mais palatável até onde a vista alcança, não restam muitas opções a não ser perseguir mudanças nas regras de direcionamento das LCAs e torná-las logo mais populares e acessíveis não só entre os grandes produtores. De acordo com dados do BC, o saldo da poupança rural em junho caiu 1,6% em relação à posição de dezembro, para R$ 145 bilhões. Já os depósitos à vista diminuíram 16%, na comparação, para R$ 24 bilhões. "Corremos o risco de, em algum momento, a agricultura ficar muito maior que essas duas fontes", alerta a fonte da equipe econômica do presidente interino Michel Temer. 

No ano-safra 2015/16, que terminou em 30 de junho, as LCAs, mesmo tendo rendido para o crédito rural bem menos que os R$ 30 bilhões projetados, já chamaram bem mais atenção no mercado. Os desembolsos atrelados à emissão desses títulos alcançaram R$ 15,1 bilhões, acima dos R$ 15 bilhões com juros controlados do BNDES. Assim, passarem a ocupar a terceira posição no ranking de funding rural, atrás dos depósitos à vista e da poupança (ver infográfico). Para isso, o governo promoveu alterações nas regras de direcionamento dos recursos provenientes das letras. Determinou, por exemplo, que 50% do valor das emissões pelos bancos com lastro em outras operações de crédito a juros controlados fosse destinado a financiamentos agrícolas. A ideia era elevar o percentual para 100% em 2016/17, mas nem tudo correu como o governo gostaria e houve problemas de operacionalização que prejudicaram a demanda pelos recursos. 
 

Assim, ficou definido que para a safra 2016/17 35% das captações dos bancos com esses títulos teriam que alimentar o crédito rural, e que 14 pontos percentuais desses 35% seriam ofertados com juros de 12,75% ao ano. Com as mudanças, o BC estima que as emissões de LCAs resultarão em cerca de R$ 10 bilhões ao setor do agronegócio. Um passo atrás para que dois passos adiante possam ser dados, lembrando que o título foi criado em 2004 justamente com a pretensão de torná-lo a principal fonte de financiamento da produção agropecuária brasileira no longo prazo. Na carteira do Banco do Brasil, que lidera os desembolsos de crédito rural no país, as LCAs emitidas nos últimos anos representam R$ 135 bilhões, e o título já é, desde 2012, a segunda maior fonte de recursos para o campo. O BB avalia que os financiamentos a partir das LCAs com taxas de 12,75% deverão atingir R$ 6 bilhões em 2016/17 e que a base de produtores atendidos vai se pulverizar e crescer. "Temos grandes expectativas de alocar um volume bem significativo, e o governo também está de olho em novas regulamentações", afirma o diretor de Agronegócios do banco, José Carlos Reis. Mas há ressalvas. "A ideia de direcionar as LCAs faz sentido, mas a capacidade de oferecer crédito a juros controlados a partir dessa fonte é pequena", adverte André Nassar, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura na gestão de Kátia Abreu, que entregou o cargo quando a presidente Dilma foi afastada. Mas ele concorda que o governo não tem margem para incrementar o crédito disponível, até porque os percentuais de exigibilidade dos depósitos à vista (34%) e da poupança rural (74%), origens dos recursos para o crédito rural, já são muito altos. Por outro lado, a pressão fiscal é intensa e o governo não tem espaço para aumentar as subvenções. 

Nesse contexto, a Câmara Setorial do Crédito Rural do Ministério da Agricultura já traçou um plano para cobrar do governo regulamentações e políticas de fomento a novas fontes de financiamento ao setor, inclusive subsídios aos prêmios de contratos de opção. Ivan Wedekin, que também já foi secretário de Política Agrícola da Pasta e preside a câmara, afirma que, apesar de o Plano Safra continuar cumprindo seu papel, os desembolsos de crédito rural já "bateram no teto" e não conseguem superar a barreira dos R$ 166 bilhões registrados na safra 2015/16. Além da ampliação das apostas nas LCAs, Wedekin defende a desburocratização de títulos como o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócios (CDCA), que pode ser emitido por empresas e cooperativas e que atualmente gera apenas R$ 2 bilhões. Outra ideia que já amadureceu, segundo ele, é permitir que investidores estrangeiros apliquem seus recursos em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) referenciados em dólar. As discussões estão sendo acompanhadas pelo ministro Blairo Maggi ¬ que, no entanto, tem outras prioridades no momento. "A diversificação de fontes está no meu radar, mas acho que se tivermos uma saída pelo seguro rural de renda primeiro, vamos resolver o problema do financiamento", disse ele antes de viajar aos EUA para acertar a liberação do comércio bilateral de carne bovina in natura. (Valor Econômico)
 

Capitação de leite pelas indústrias caiu 13,9% no primeiro semestre
No primeiro semestre, a captação chegou a 762,71 milhões de litros, quando, em igual período do ano passado totalizou 885,41 milhões de litros. Em junho, a produção das fazendas que chegou às fábricas alcançou 129,8 milhões de litros, enquanto, um ano atrás, o volume foi de 162,14 milhões de litros. Na comparação mensal, apenas em janeiro, o volume mensal capitado este ano superou o volume do mesmo mês de 2015. A queda na produção de leite começou em 2014, quando foi registrado 0,2% menos que no ano anterior. Em 2015, a redução foi de 2%, segundo dados do Inale. O Inale também divulgou o preço do leite ao produtor, que chegou à média de 8,06 pesos/litro no mês de junho passado. Em maio, o preço médio foi de 8,11 pesos/litro, e em junho de 2015 o preço foi de 7,90 pesos/litro. Em dólares, o preço médio pago ao produtor foi de US$ 0,262/litro, com o câmbio a 30,78 pesos/US$. Um ano atrás, o preço médio ao produtor foi de US$ 0,29/litro, com a cotação média do dólar em 26,85 pesos. A comparação com o mês de junho do ano passado, mostra aumento de 2% no preço médio em pesos, mas, queda de 11% em dólares, segundo o Inale. (El Observador - Tradução Terra Viva)
 

Porto Alegre, 26 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.317

 

 Adaptação à nova lei a pleno vapor

De mocinho a vilão, o leite está na berlinda. Depois de 11 edições da Operação Leite Compensado e quatro da Operação Queijo Compensado, realizadas pelo Ministério Público Estadual, o setor é desafiado a se adequar até o final do ano à legislação criada para qualificar a produção e coibir fraudes. Sancionada no começo do ano, e regulamentada em junho, a Lei nº 14.835 instituiu o programa de qualidade na produção, transporte e comercialização de leite no Rio Grande do Sul.

- A legislação está na vanguarda e estimulará a profissionalização e qualificação do setor, desde o produtor até chegar ao consumidor - opina Letícia de Albuquerque Vieira Cappiello, consultora de qualidade do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat).

Na prática, todos os integrantes da cadeia passarão a atuar de forma integrada. Tanto o produtor quanto o transportador terão vínculo com a indústria e deverão preencher cadastro junto ao Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura. O decreto de regulamentação, assinado pelo governador José Ivo Sartori no dia 27 de junho, estabelece prazo de 180 dias, passando a vigorar em 25 de dezembro. O presidente do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Gilberto Piccinini, destaca que antes mesmo do decreto, as indústrias e cooperativas já estavam se adaptando às novas normas. Porém, ressalta que nem todos produtores e empresas conseguirão se adequar no prazo.

- Embora algumas enfrentem dificuldades, a maioria das indústrias e dos produtores e transportadores já estão atuando conforme a nova legislação - estima Piccinini.

CADASTRO DE FORNECEDORES
A principal questão se refere ao cadastro de produtores e na área logística. No caso do transporte, os laticínios deverão qualificar os profissionais. Esta situação fará com que equipes sejam realocadas e profissionais contratados para fazer os cadastros e acompanhar virtualmente os processos e os trajetos dos caminhões.

- O custo não será elevado. Nas grandes os procedimentos já são feitos, nas pequenas haverá a necessidade de organizar a equipe ou contratar um profissional para se dedicar a essa etapa do processo - detalha Letícia.

O investimento das indústrias não será repassado para o consumidor, pois não impactará significativamente na produção, estima Piccinini:

- As medidas irão tornar a cadeia mais profissionalizada. Esse é o início do processo que almejamos - relata.

Karla Prestes Pivato Oliz, fiscal estadual agropecuária da Secretaria da Agricultura, diz que haverá mais fiscalização:

- A partir da nova lei será possível conhecer o tamanho da propriedade, o volume de produção e acompanhar todas as etapas da cadeia.

A legislação visa a estimular novos investimento no setor de leite. Segundo Pedro Signori, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), 40 mil produtores abandonaram a atividade desde o início da Operação Leite Compen$ado, em 2013. Ele argumenta que, com a ação do Ministério Público, muitas empresas fecharam e provocaram efeito cascata. (Zero Hora)

 

 
Empresas de lácteos encolheram, diz Rabobank

O dólar forte e a volatilidade cambial, aliados aos preços baixos das commodities lácteas no mercado internacional, afetaram de forma dramática o faturamento da maior parte das companhias do segmento no mundo em 2015, de acordo com o banco holandês Rabobank. O último levantamento "Global Dairy Top 20", realizado pelo banco e divulgado ontem, mostra que a suíça Nestlé se manteve na liderança do ranking das 20 maiores do segmento em 2015, considerando o faturamento. Mas as receitas em dólar da empresa caíram, saindo de US$ 27,8 bilhões em 2014 para US$ 25 bilhões ano passado. 

A francesa Lactalis se consolidou na segunda posição da lista, mas também perdeu faturamento. Suas receitas haviam alcançado US$ 19,5 bilhões em 2014 e caíram para US$ 18,3 bilhões em 2015. Em terceiro no ranking, a francesa Danone também registrou queda nas receitas, que saíram de US$ 19,5 bilhões em 2014 para US$ 16,7 bilhões ano passado. O ano de 2015 foi "difícil para a maioria das empresas do setor", avalia o banco holandês. Isso estimulou fusões e aquisições, uma vez que as empresas buscam valor adicional em seus mercados domésticos e novas oportunidades em outros locais, destaca o banco em relatório. Como reflexo desse ambiente difícil, o faturamento somado das 20 maiores empresas de lácteos encolheu 13% em 2015, para US$ 194 milhões, calcula o Rabobank. O banco destaca ainda que a neozelandesa Fonterra perdeu a quarta colocação no ranking para a americana Dairy Farmers of America (DFA). A DFA subiu na lista após adquirir o controle da DairiConcepts, joint venture que operava anteriormente com a Fonterra (ver gráfico).

 
 

Segundo o banco, uma série de fatores explica a queda da Fonterra. A cooperativa sofreu mais que a maioria das empresas do ramo devido ao recuo dos preços dos lácteos. E, além de ter saído da DairiConcepts, vendeu seu negócio de iogurtes e sobremesas lácteas na Austrália à Lactalis. O banco também ressalta que, de uma maneira geral, as empresas chinesas, que vinham se destacando no ranking, cresceram a uma taxa menos acelerada em 2015. Nesse caso, o faturamento foi impactado pela desvalorização do yuan. Mas uma dessas companhias, a Yili, registrou crescimento de 8% e conseguiu subir da 10ª posição em 2014 para o oitavo lugar ano passado. Segundo o banco, o segmento registrou 96 operações de fusões e aquisições em 2015 ¬ haviam sido 98 em 2014. E as três maiores companhias do ranking se movimentaram para ampliar suas receitas.

O relatório destaca também a entrada de uma nova empresa no "Global Dairy Top 20": a canadense Agropur, após a compra da Davisco em 2014 e uma "sólida performance" no ano. A chegada da Agropur à 20ª posição tirou a americana Land O'Lakes da lista. Outra conclusão do levantamento do Rabobank é que a desaceleração da China tem levado as companhias globais do segmento a buscar novos mercados para se desenvolver. Um efeito disso foi que a África entrou no mapa mundial dos lácteos. A Danone, por exemplo, fez quatro negócios no continente de junho de 2015 até agora. Segundo o banco, em 2015, houve 14 negócios envolvendo o segmento na África, e mais quatro até agora este ano. Em 2014, haviam ocorrido apenas três operações no continente. (Valor Econômico)

Universidade Brasileira do Leite vai capacitar técnicos para a indústria

A capacitação e a formação de profissionais de qualquer área sempre foram uma preocupação no mundo empresarial. E entre os desafios a serem superados estão a disponibilidade de tempo e a distância. Como resposta, a Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G100) criou uma plataforma de ensino voltada aos temas mais relevantes do setor lácteo.
 
A Universidade Brasileira do Leite é um projeto de educação corporativa, desenvolvido pelo G100 com o objetivo de construir uma ponte entre o desenvolvimento de pessoas (competências humanas) e dos negócios (competências empresariais). Serão disponibilizados cursos modulares à distância, de curta duração, máximo de 36horas, interativos, que buscam atualizar e capacitar profissionais da indústria de laticínios em temas relativos à sua área de atividade. 
 
Segundo o diretor executivo do G100, Wilson Massote, normalmente os laticínios se encontram em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde está a maior oferta de treinamento e capacitação técnica. Destaca que com a revolução que a era da informática e da web estão trazendo, os cursos virtuais tornaram-se possíveis. O acesso à tecnologia possibilitou o desenvolvimento e a implantação de plataformas de ensino de alta performance, devido também a facilidade de aquisição de computadores pessoais e conexão à internet. 
 
Massote lembra que as grandes empresas ainda fazem de alguma forma esse trabalho de capacitação interna, mas com a Universidade Brasileira do Leite vão poder aderir à modalidade de capacitação virtual. "Os microempresários precisam desse apoio. Já as pequenas e médias cooperativas e empresas de laticínios é indispensável qualificar e capacitar seus técnicos, e criar a sua massa crítica", garante.
 
O consumidor ao adquirir produtos lácteos também compra a qualidade dos serviços que neles foram utilizados, portanto, quanto mais especializados e treinados forem os técnicos que participam dos processos produtivos da cadeia do leite, mais garantia de o setor estar ofertando maior qualidade segurança do alimento. "Esse esforço desenvolvido pelo G100 visa atender a todos, consumidores e indústria, da forma mais qualificada possível", sinaliza Massote.
 
A Universidade Brasileira do Leite é dirigida aos profissionais da área de laticínios de empresas associadas ou não ao G100. Os cursos serão ministrados por especialistas da área, em módulos abordando os principais temas relativos à indústria de laticínios. Total de no máximo 36 horas por módulo, divididas em atividades distribuídas no espaço de 30 a 40 dias. Os participantes receberão inicialmente informações para estudo preparatório para que haja alinhamento de conhecimentos. Na sequência, haverá o envio escalonado do conteúdo didático para estudo, avaliação contínua e esclarecimento de dúvidas. O processo é interativo. Haverá três ou quatro aulas ao vivo, online, de duas horas de duração, aos sábados.
 
A iniciativa tem como parceira a Americas Academic Center (AAC), que está no Brasil desde 2008, já formou mais de 30 mil alunos em seus programas "online" e mantém convênio formal com universidades brasileiras, como USP e UNESP, assim como também com universidades americanas. O primeiro curso será sobre qualidade do leite  e deverá iniciar a partir da segunda quinzena de setembro, as inscrições iniciam na próxima semana e  ocorrerão através do site do G100 , pelo endereço www.g100.org.br será possível obter a partir da próxima semana todas as informações. (Agrolink com informações de assessoria)

 
 
Sete empresas homologadas
Mais seis frigoríficos e um laticínio com inspeção estadual tiveram indicação homologada para o Sistema Brasileiro de Inspeção de produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Com a medida, as indústrias poderão comercializar seus produtos em todo o país. Receberam o certificado de equivalência ao Sistema de Inspeção Federal (SIF) o laticínio Sans Souci, de Eldorado do Sul; e os frigoríficos Charque Paladar, de Arvorezinha; Boa Esperança, de Santo Antônio da Patrulha; Coqueiro, de São Lourenço do Sul; Borrússia, de Osório; Paverama, de Paverama; e entreposto Alles, de Dois Irmãos. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 25 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.316

 

RS: sustentabilidade ambiental em propriedades produtoras de leite é tema de pesquisa na Univates

Lajeado/RS
A sustentabilidade das propriedades rurais é uma necessidade cada vez mais discutida tanto pela população quanto pelos órgãos governamentais. Vários produtores buscam se adequar a novas formas de produzir que sejam menos agressivas ao meio ambiente. Pensando nisso, o projeto de pesquisa "Sustentabilidade Ambiental em Propriedades Produtoras de Leite do Vale do Taquari" é desenvolvido nos Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (Ppgad) e em Sistemas Ambientais Sustentáveis (Ppgsas), com coordenação da professora doutora Claudete Rempel e colaboração dos docentes Dr. Claus Haetinger e Dra. Mônica Jachetti Maciel. Os objetivos do projeto são elaborar um diagnóstico e propostas de soluções e inovação em metodologia a partir da transferência efetiva de conhecimento para a gestão da propriedade rural, com vistas à melhoria de processos e sistemas, e interagir com os órgãos de assistência técnica, extensão rural e produtores rurais para adequar o processo produtivo às exigências legais ambientais e práticas de produção sustentáveis.

Para isso, estão sendo analisadas e acompanhadas 124 propriedades dos 36 municípios do Vale do Taquari, sendo o número de propriedades proporcional à produção de leite de cada município. A pesquisa está sendo realizada com produtores indicados pela Emater e pelas Secretarias de Agricultura dos municípios contemplados. Nas propriedades analisadas há o total de 5.242 animais, com produção média entre 15 e 25 litros de leite por dia."Em cada propriedade analisamos nove parâmetros, conforme apresentado no gráfico. Para cada parâmetro e subparâmetro foi atribuída uma pontuação, de acordo com o desempenho da propriedade, e o conceito que ela atinge - de péssimo a excelente. A maioria das propriedades atingiu um nível bom nos pontos pesquisados, o que corresponde a 53,2%. Porém, o número de propriedades regulares é muito próximo, com 43,5%, o que mostra oportunidade de melhorias nesses locais. Apenas 1,6% das propriedades apresentou sustentabilidade ambiental considerada ruim", afirma Claudete.

O pior indicador da pesquisa se deu em relação ao uso da terra. "Com isso, os produtores ficam sujeitos a quaisquer intempéries. As áreas de preservação permanente (APPs) existem, porém, são utilizadas até a borda, o que é um problema em uma região com enchente como a nossa", analisa a pesquisadora. O melhor desempenho geral foi no indicador de Reserva Legal.Quanto aos fertilizantes e agrotóxicos, o maior fator de preocupação não está no armazenamento, mas no grande uso. "Verificamos que há sobrecarga de uso de agrotóxicos, o que é incorporado por nós, pelo animal e pela água", avalia a professora. A água também foi um fator analisado, e o principal apontamento está em relação ao cloro, detectado em níveis inadequados. "Além disso, na análise de coliformes totais termotolerantes, tivemos níveis de bactérias acima do indicado para consumo humano e animal, o que pede atenção", alerta Claudete.

Para cada propriedade analisada, os pesquisadores elaboraram um mapa de uso apropriado das APPs. "Um diferencial do estudo é que conseguimos mapear as espécies arbóreas presentes, que são mais de 136 até o momento. A diversidade é alta quando comparada com outros estudos já realizados",esclarece Claudete. Os produtores e as Secretarias de Agricultura dos municípios também recebem retorno sobre o diagnóstico. "Diante da visualização dos pontos positivos e negativos da propriedade, os produtores rurais podem gerenciar sua atividade e suas práticas agrícolas consorciadas de forma sustentável", sugere a pesquisadora. O triênio de coleta de dados da pesquisa teve início em 2013. A partir disso, o grupo da pesquisa trabalha na análise dos dados e das amostras para dar devolutivas sobre o impacto dos fatores analisados no leite. A pesquisa teve financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas pelos e-mails ppgad@univates.br ou ppgsas@univates.br.

Parâmetros pesquisados
Dejetos
Água
APP
Reserva Legal
Agrotóxicos e Fertilizantes
Declividade
Erosão
Queimadas
Uso da Terra (Univates)
 
 
Crescem aplicações do BNDES para investimentos no campo 
Na contramão da tendência geral observada na safra 2015/16, as aplicações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em programas e linhas de crédito rural voltadas a investimentos aumentaram mais de 10% e, a partir de uma esperada melhora no cenário econômico, tendem a registrar um novo salto na temporada 2016/17, que teve início no dia 1º de julho. Como adiantou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, as aplicações do BNDES somaram R$ 15 bilhões no ciclo passado, 10,4% a mais do que em 2014/15 (R$ 13,6 bilhões). Com isso, de uma safra para outra cresceu de 35,5% para 55,6% a participação do banco de fomento nos desembolsos totais de crédito rural para investimentos no Brasil. Segundo dados do Banco Central compilados pelo Ministério da Agricultura, os desembolsos de crédito rural do Plano Safra para investimentos, incluindo todas as fontes, caíram de R$ 38,3 bilhões, em 2014/15, para R$ 27 bilhões em 2015/16. 

Esse encolhimento geral foi creditado por especialistas às incertezas políticas e econômicas que marcaram o ano-¬safra encerrado em 30 de junho e limitaram a demanda de crédito rural a juros livres, superiores à taxa Selic. "No nosso caso, o aumento das aplicações não foi uma surpresa, já que trabalhamos com linhas [com taxas de juros] equalizadas. E é sempre importante realizarmos tudo o que nos propusemos a realizar", afirmou Ricardo Ramos, diretor da área de Operações Indiretas do BNDES, ao Valor. 

 
 
Segundo ele, o orçamento para esta safra 2016/17 prevê a aplicação de R$ 17,4 bilhões. Se todo o montante for desembolsado, o incremento em relação a 2016/17 será de 16%. Entre os programas e linhas que contam com recursos do BNDES (ver infográfico acima), o que liderou as aplicações do banco foi, mais uma vez, o Moderfrota, voltado à aquisição de maquinário. Nessa frente, o montante atingiu R$ 4,1 bilhões em 2015/16, 5% mais que em 2014/15, e esse aumento foi garantido pela aceleração das contratações por parte dos produtores do país em maio. No início daquele mês, a presidente afastada Dilma Rousseff e Kátia Abreu, então ministra da Agricultura, anunciaram o Plano Safra 2016/17 e confirmaram que os juros para a tomada de crédito rural subiriam no ciclo. No caso do Moderfrota, a alta foi de entre 7,5% e 9% para entre 8,5% e 10,5%. 
Daí a corrida dos produtores aos bancos, que só não rendeu frutos ainda mais polpudos porque os recursos acabaram em maio mesmo. O orçamento do BNDES prevê a aplicação de R$ 4,7 bilhões no Moderfrota em 2016/17, e Ramos acredita que a demanda poderá ser maior. "Mas não são só os investimentos em máquinas que estão indo bem. Isso está acontecendo no conjunto das operações agrícolas. Temos registrado muita demanda para investimentos em inovação, agricultura de baixo carbono e em outros programas e linhas que confirmam o compromisso dos produtores ¬ familiares, médios e grandes ¬ com a evolução da produtividade", disse o diretor. Ricardo Ramos destacou que foram realizadas cerca de 100 mil operações de crédito rural com os recursos do BNDES para investimentos no campo na safra 2015/16. Esse total foi liberado por 34 agentes financeiros, incluindo bancos públicos e privados e cooperativas de crédito, e o Banco do Brasil foi o maior repassador, com uma participação de 15% no valor total registrado. (Valor Econômico)

Bactéria da caatinga pode ser solução para doença bovina 

Composto produzido a partir de actinobactérias do gênero Streptomyces, comuns em solos de diversas regiões, inclusive na caatinga, mostrou em estudo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (Ffclrp) da USP ter ação antimicrobiana contra os principais agentes causadores da mastite bovina - doença caracterizada pela inflamação aguda ou crônica das mamas. "As actinobactérias agem na inibição do crescimento de patógenos responsáveis pela inflamação", diz a pesquisadora Ana Paula Ferranti Peti, do Departamento de Química da Ffclrp. Foram avaliadas aproximadamente 120 actinobactérias e cerca de 60% delas apresentaram algum tipo de ação antimicrobiana. "As actinobactérias são os procariontes, ou seja, organismos que não possuem material genético envolto por membrana, mais economicamente e biotecnologicamente viáveis, e mantêm uma posição de destaque devido a sua diversidade e capacidade comprovada para produzir novos compostos com atividade biológica", afirma Ana Paula. Após os testes, as actinobactérias ativas foram cultivadas em condições específicas de temperatura, agitação e composição. 

Após o desenvolvimento das actinobactérias nesse ambiente controlado, os compostos produzidos foram extraídos, o chamado extrato bruto. Em seguida, estes extratos foram colocados em contato com as bactérias causadoras da mastite para a avaliação da atividade antimicrobiana. Segundo a pesquisadora, a próxima etapa do trabalho será a avaliação da eficácia dos compostos antimicrobianos produzidos pelas actinobactérias nos estudos in vivo, ou seja, serão aplicados em vacas infectadas com mastite clínica ou subclínica. 

Além disso, "o estudo desenvolvido é a etapa inicial para encontrar possíveis moléculas modelo para o desenvolvimento de fármacos que possam ser aplicados no controle da mastite bovina". As bactérias isoladas do leite provenientes de vacas com mastite clínica foram cedidas pelo professor e coordenador do laboratório Qualileite, Marcos Veigas dos Santos, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (Fmvz) da USP, em Pirassununga, e as actinobactérias do solo da caatinga foram isoladas pelo pesquisador Itamar Soares de Melo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio Ambiente) de Jaguariúna. A tese Identificação de agentes antimicrobianos produzidos por actinobactérias de solo para o controle da mastite bovina foi defendida em maio deste ano no Programa de Pós- -Graduação em Química da Ffclrp. (Jornal da USP). (Jornal do Comércio)

 
 
Fonterra revisa números e diz que produção em junho caiu 1,4%, e não 10,4%
A cooperativa de produtos lácteos Fonterra, da Nova Zelândia, revisou sua produção de leite do mês junho. De acordo com a associação, a queda no mês passado foi de 1,4%, e não de 10,4% como havia sido inicialmente reportado.
O novo número, contudo, tende a ter pouco impacto sobre o mercado, porque junho geralmente é um período de menor produção - o ano agrícola da cooperativa vai de 1º de junho a 31 de maio. (O Estado de São Paulo)