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28/07/2016

Porto Alegre, 28 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.319

 

Produtores gaúchos visitam Embrapa

O motivo da viagem foi interagir com os pesquisadores a respeito do GEPLeite - Programa de Gestão Eficiente da Propriedade Leiteira. "A ideia da viagem surgiu em função do GEPLeite. Conhecemos o Programa há pouco mais de um ano. Já temos 36 produtores utilizando essa ferramenta de gestão e queremos expandir o seu uso", afirma Gelsi Thums, vice-presidente da cooperativa, que acompanhou o grupo na viajem. O GEPLeite é uma ferramenta experimental desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite, que conta com a parceria da CCPR/Itambé e da Santa Clara, atendendo seus cooperados com a supervisão dos técnicos. O princípio básico da ferramenta é levar a filosofia contábil dos grandes empreendimentos urbanos para a produção de leite.  "Trata-se de uma visão diferente dos custos de produção de leite, com uma escrituração muito mais abrangente", explica o analista da Embrapa, Alziro Carneiro. Para oferecer um diagnóstico anual ou mensal da propriedade, o GEPLeite trabalha com os seguintes indicadores:

- Indicadores financeiros: São considerados a Receita Operacional Líquida (ROL = receita total, menos impostos sobre vendas); os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA); o retorno sobre o investimento (ROI = percentual de lucro em relação a bens e direitos da propriedade) e o valor econômico acrescido ou reduzido do patrimônio após remuneração de todos os fatores de produção, inclusive capital próprio (EVA).
- Custos de produção: Custo operacional efetivo (COE = a soma de todos os custos, variáveis e fixos, exceto depreciação e mão de obra familiar); custo operacional total (COT = a soma do COE com a depreciação e a mão de obra familiar).
- Indicadores de eficiência: produção (litros/dia); percentual de vacas em lactação em relação ao rebanho; produtividade dos fatores: vaca (litros/dia/vacas em lactação e litros/ano/total de vacas), mão-de-obra (litros/dia/homem), terra (litros/ano/hectare); investimento por produção (R$/litro); ROL por área (R$/ha); concentrado/ROL (%); mão-de-obra/ROL (%).
- Indicadores de Qualidade: Contagem bacteriana (CBT= mil ufc/ml); mastite (CCS = mil células somática/ml); matéria gorda (%); proteína (%); bonificação (R$/l) e preço bruto do leite (R$/l).

Todos esses indicadores são apresentados em uma única folha impressa, frente e verso, onde o produtor tem uma compreensão global do negócio por meio de gráficos que retratam a situação do empreendimento a cada mês e sua evolução anual. A expectativa da Embrapa é que, nos próximos meses, o modelo de planilhas seja convertido em um software, tornando o processo de escrituração mais amigável para o produtor. Foi justamente a evolução tecnológica do processo de escrituração que definiu a composição do grupo que participou da excursão. "Trouxemos para a Embrapa os nossos jovens cooperados e filhos de cooperados, que lidam melhor com a tecnologia", diz o vice-presidente da Santa Clara. "Se quisermos manter os jovens na pecuária de leite, precisamos trabalhar com as novas tecnologias", reforça.

Para a Embrapa, esse modelo de parceria com as cooperativas é relevante.  "Trata-se de uma parceria público privada, na qual as cooperativas financiam o desenvolvimento dos estudos e nós entramos com o trabalho dos analistas e pesquisadores da Embrapa", explica Carneiro. Segundo o pesquisador, os dados escriturados pelos produtores retornam à Embrapa, fomentando a pesquisa. "Com o acúmulo das informações teremos condições de apontar sistemas mais rentáveis para as características de cada negócio", ressalta Carneiro.(Embrapa) 

 
 
Comissão pede vigilância sobre uso de antibióticos na cadeia de alimentos

Os 20 países da Comissão Pan-Americana de Inocuidade dos Alimentos (COPAIA) anunciaram na semana passada (20) seu apoio à vigilância, prevenção e controle do uso de antibióticos na cadeia de produção de alimentos, durante reunião realizada em Assunção, no Paraguai. A COPAIA foi criada por ministros de saúde e da Agricultura de diversos países das Américas durante a Reunião Interamericana Ministerial em Saúde e Agricultura (RIMSA 12) em 2001 com o objetivo de enfrentar o aumento das doenças por transmissão alimentar, promover a ampliação do comércio mundial de alimentos e os avanços nas tecnologias de processamento.

Os países da comissão indicaram seu compromisso em facilitar a coordenação nacional intersetorial e interdisciplinar no tema, promover políticas de uso prudente dos antibióticos e melhorar sua capacidade de vigilância. Também se comprometeram a continuar conscientizando todos os interessados diretos no assunto. As recomendações foram consideradas pelos ministros da Saúde e Agricultura que participaram da 17ª Reunião Interamericana Ministerial em Saúde e Agricultura (RIMSA 17) que ocorreu em Assunção na semana passada. Entre os participantes do evento estavam ministros da Saúde e Agricultura da região, assim como representantes de consumidores e produtores.

Outras linhas de ação incluem o fortalecimento dos sistemas de inocuidade dos alimentos, a formulação de políticas dirigidas para a modernização da inspeção de alimentos, além da promoção dos sistemas integrados para a vigilância das doenças transmitidas por alimentos. O Centro Pan-Americano para a Febre Aftosa (PANAFTOSA) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) está encarregado de organizar a COPAIA 7. Na semana passada, a OPAS fez um apelo aos Estados-membros para que regulamentem o uso de antibióticos na pecuária. O objetivo é evitar que micróbios e bactérias desenvolvam resistência aos medicamentos -- o que pode colocar em risco a saúde das pessoas.

A chefe da OPAS, Carissa F. Etienne, destacou na ocasião que combater o uso indiscriminado dessas substâncias pode trazer benefícios sociais e econômicos, "à medida que nossa região se transforme em sinônimo de produção de alimentos saudáveis". De acordo com a dirigente, muitos países já têm se interessado em promover essa imagem, estimulando o cultivo orgânico e a alimentação do gado bovino com pastagem natural. (Informações são da Organização das Nações Unidas)

Entidades do setor lácteo pedem melhores preços à Conaprole

Conaprole - Dirigentes de várias entidades do setor lácteo reuniram-se na terça-feira com a diretoria da Conaprole para solicitar melhoria no preço do leite ao produtor. Ressaltaram que a cooperativa está fazendo todos os esforços possíveis para transferir para os produtores o melhor preço. Alejandro Pacheco da Sociedad de Productores de Leche de Florida, destacou a importância do encontro, diante da difícil situação que atravessam os produtores. O preço em torno de 1 peso por litro é fundamental para cobrir os compromissos dos produtores. "Temos de estar conscientes, por exemplo, de que é preciso cobrir os custos das máquinas para plantio de pastagens para a próxima temporada. O plantio precisa ser feito pelo produtor". A Conaprole conseguiu, excepcionalmente, bonificar com 0,773 pesos o litro de leite entregue em maio e junho. Os dirigentes esperam que seja efetuado um aumento fixo em torno de 1 peso por litro para que o setor consiga cobrir os custos. Os diretores da Conaprole afirmaram que compreendem a situação, mas que também não está fácil para a cooperativa e o reajuste deve ser trabalhado com muito critério, deixando claro que precisam receber e pagar todo o leite capitado dos produtores. Pacheco disse que há muito desânimo entre os produtores, "muitos deles estão angustiados, principalmente os médios produtores que são os que possuem o mais alto grau de investimento e muita mão de obra". (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)

 
 
Estudo mostra que levar rapidamente o leite a baixa temperatura aumenta o shelf life

Um estudo realizado na Universidade de Purdue observou que o rápido aquecimento e resfriamento do leite reduz significativamente a quantidade de bactérias nocivas presentes no leite e pode aumentar a vida de prateleira para sete semanas. Tratamento térmico, como pasteurização, é um método padrão para prolongar a vida de prateleiras dos produtos lácteos. No entanto, o emprego de altas temperaturas (70-120ºC) danifica e/ou provoca modificações estruturais nas proteínas, levando a alterações sensoriais consideráveis. O estudo observou processos de redução de temperatura, por pouco tempo (Low Temperature, Short Time - LTST) para pasteurização, combinando baixa temperatura e pressões variadas para ajudar na pasteurização do leite. O professor associado de Purdue do departamento de ciência da alimentação, Bruce Applegate, PH.D., e colaboradores da Universidade Purdue e da Universidade do Tennessee publicaram suas descobertas na revista SpringerPlus, onde eles mostram que o aumento da temperatura do leite em 10ºC por menos que um segundo elimina em mais de 99% as bactérias deixadas pela pasteurização. "É um processo adicional à pasteurização que pode prolongar a vida útil do leite refrigerado por mais cinco, seis ou sete semanas", disse Applegate.

Baixa temperatura + baixa pressão = aumento do shelf life
Para utilizar o método LTST, os cientistas pulverizaram gotículas de leite pasteurizado, inoculadas com Lactobacillus e bactéria Pseudomonas, através de uma câmara aquecida e sob pressão. Enquanto na câmara, a temperatura era elevada e baixada em 10ºC, mas abaixo do limite de 70º C necessário para a pasteurização. O tratamento reduziu os níveis das bactérias L. fermentum e P. fluorescens Migula, abaixo dos limites de detecção e elevou a vida de prateleira do leite para 63 dias. "Com o tratamento, elimina-se quase tudo", diz Applegate. "O que sobreviver é em nível tão baixo que leva muito mais tempo para se multiplicar a ponto de alterar a qualidade do leite".

Sem alteração sensorial
Cem julgadores avaliaram as alterações sensoriais das duas amostras: leite pasteurizado tradicionalmente e uma segunda amostra usando a pasteurização LTST. Nenhum deles detectou qualquer diferença de cor, aroma, sabor, ou a alteração posterior do gosto entre os produtos e em alguns casos preferiram a amostra do leite com a pasteurização LTST. O método de pasteurização também é importante do ponto de vista do consumo de energia. Philip Myer, professor assistente de ciência animal da Universidade do Tennessee e co-autor do trabalho, disse que "o processo reduz significativamente a quantidade de bactéria, sem exigir quantidades extras de energia". Myer também disse que a tecnologia tem potencial para reduzir o desperdício e permitirá que o leite chegue a lugares distantes dado o aumento da vida de prateleira pelo processo LTST.

Não está completamente pronto para aplicações na indústria
Enquanto o processo de pasteurização LTST demonstrou a redução da carga microbiana, prolongando a vida de prateleira, com o mínimo de perdas nas qualidades sensoriais, existem ainda diversos parâmetros do processo que precisam ser examinados, alerta o estudo. Por exemplo, os autores procuram usar modelos térmicos de microorganismos mais consistentes para melhor avaliar a eficácia do processo. "Um trabalho sistemático para melhorar os limites de contaminação do produto, além dos parâmetros tecnológicos, facilitaria as últimas alterações para aplicação do processo LTST na indústria", diz o estudo. Atualmente, os regulamentos do FDA exigem a pasteurização do leite cru. Assim sendo, a unidade do Método Short Time (MST) pode ser adaptado à linha de pasteurização tradicional para aumentar a vida de prateleira do produto, através da redução da colônia de organismos. (Dairy Reporter - Tradução livre: Terra Viva)

 
Empresas do setor lácteo procuram expansão na África
2015 provou ter sido um ano difícil para a maioria das indústrias, enfrentando um dólar forte, e volatilidade cambial, junto com queda nos preços das commodities, o que reduziu o lucro de muitas companhias. Fusões e aquisições continuaram em ritmos acelerado, e as empresas continuaram procurando adicionar valor nos mercados domésticos e novas oportunidades em outros lugares. De acordo com o estrategista do setor lácteo do Rabobank, Kevin Bellamy, "O grande fato na lista das 20 maiores companhias de laticínios deste ano, com base no volume de negócios - foi a redução do tamanho do bolo. O baixo preço das commodities lácteas e os movimentos cambiais provocaram um efeito dramático no faturamento das empresas". Em dólares, o faturamento combinado das 20 maiores empresas, US$ 194 bilhões, em 2015, representou queda de 13% em relação ao ano anterior. E para se ter uma ideia de quanto o euro caiu em relação ao dólar norte-americano em 2015, o faturamento conjunto das 20 maiores empresas aumentou 4% em relação ao ano anterior, quando avaliado em euros. Com a desaceleração do crescimento da China, as maiores empresas de laticínios do mundo começaram a olhar novos horizontes. A África agora, entra, definitivamente, no mapa dos laticínios. Em 2016, foram 14 ofertas de negócios na África, quatro a mais que no ano passado. Em todo o ano de 2014 ocorreram apenas três transações. (The Dairy Site - Tradução Livre: Terra Viva)
 

 

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