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29/07/2016

Porto Alegre, 29 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.320

 

Senadora e setor leiteiro avaliam impacto de normas trabalhistas

Reunida na tarde desta sexta-feira (29/7) com empresários do setor laticinista gaúcho, a senador Ana Amélia Lemos sugeriu que o segmento aproveite a vinda do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à Expointer para encaminhar pedido de apoio à flexibilização das duras normas regulamentadoras (NR) que regem a atuação trabalhista nas indústrias. "Não queremos que o trabalhador esteja desprotegido, mas essas normas têm que ser adaptadas à realidade brasileira. Precisamos manter os empregos, não terminar com eles", pontuou, lembrando que muitas empresas estão investindo em automação justamente devido aos excessos no regramento trabalhista. Presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Ana Amélia mostrou-se preocupada com os 12 milhões de brasileiros desempregados e para que as ações fiscalizatórias não impactem em elevar ainda mais essa estatística. "Maggi é um aliado importante que não quer só agradar a torcida. Ele trabalha pelo bem do setor e estará com seu gabinete na Expointer", informou.

A senadora ainda criticou duramente a concorrência desleal imposta pelo ingresso de produtos do Mercosul no mercado gaúcho. Livres de ICMS, os lácteos do prata ainda têm um diferencial de custo em relação ao Brasil, principalmente em implementos importados como máquinas agrícolas, que chegam a custar até 60% menos.  Impacto referendado pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que reforçou as dificuldades que o segmento vem enfrentando e o impacto do Custo-Brasil na lucratividade do agronegócio. Mesmo assim, frisou a Ana Amélia, o Rio Grande do Sul é referência em qualidade de solo, genética de pecuária leiteira e no esforço das cooperativas e das indústrias em buscar, incessantemente, a qualidade.

A parlamentar ainda criticou os entraves logísticos que prejudicam a competitividade dos laticínios locais. "O Brasil não tem logística, não tem custo de financiamento adequado, tem concorrência desleal com Uruguai e Argentina e, a cada dia, tem uma novidade em tributação, em normas trabalhistas e fiscais", pontuou. Integrante da Comissão Especial do Impeachment, Ana Amália espera que o relatório final da comissão seja votado até a próxima quinta-feira (4/8). Segundo ela, o processo não deve apresentar surpresas, encaminhando-se para o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Produtores gaúchos começam a preparar área de plantio de milho
Os produtores de milho do Rio Grande do Sul preparam as áreas a serem semeadas, realizando a dessecação das plantas de cobertura, cultivadas para a formação de palhada, em antecedência à cultura do milho. De acordo com a Emater, os bons preços pagos aos produtores e a grande demanda pelo grão, aliada à baixa oferta, além das questões agronômicas, como diversificação e rotação de culturas, são fatores que antecipam uma provável ampliação da área para a próxima safra. Por outro lado, há fatores restritivos, como o alto custo de implantação da lavoura (especialmente o preço da semente) e os possíveis riscos com relação ao clima, devido à previsão do fenômeno La Niña, que, "quando se estabelece, a tendência é a ocorrência de chuvas abaixo das médias históricas, fato que pode provocar déficit hídrico, diminuindo a produtividade", avalia o diretor técnico da Emater, Lino Moura. No trigo, o plantio no Estado foi concluído, e a cultura está com bom desenvolvimento vegetativo. 

Com o clima colaborando, a maioria das lavouras apresenta excelente aspecto fitossanitário e crescimento normal, denotando, até o momento, bom potencial de produção. As lavouras semeadas mais no cedo começam a entrar com mais intensidade na fase reprodutiva (floração). Estima-se que 1% do total cultivado esteja nessa situação. A canola encontra-se nas fases de crescimento, floração (em lavouras implantadas no final de abril e início de maio) e reprodução, com aspecto sanitário satisfatório. Em algumas áreas, como no Planalto, as lavouras foram prejudicadas pelas geadas e queda de granizo. Já na região Centro-Norte (Alto Jacuí, Noroeste Colonial e região Celeiro), as plantações se encontram com excelente desenvolvimento. O rebanho bovino está na fase final de gestação das vacas, com expectativa de altas taxas de prenhez. A parição se iniciou e deve se estender nos próximos meses. (Jornal do Comércio)

Empresários podem se inscrever até 31 de julho para missão à Ásia

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério das Relações Exteriores estão selecionando empresas e instituições representativas do agronegócio para integrar a missão oficial a países da Ásia, de 6 a 21 de setembro. As inscrições podem ser feitas no site do Mapa até 31 de julho. A região é prioritária para o mercado agrícola mundial e uma das principais origens de investimentos internacionais no setor. O crescimento econômico asiático, a taxa de urbanização e o consequente aumento da demanda por alimentos, fibras e energia estão acima da média global, o que reforça a importância da missão organizada pelo governo brasileiro.

A missão, que será chefiada pelo ministro Blairo Maggi, terá agenda em Seul (Coreia do Sul), Hong Kong e Chongqing (China), onde serão realizadas rodadas de negócios. Também haverá compromissos em Bangkok (Tailândia), Yangon (Myanmar), Hanói (Vietnã), Kuala Lumpur (Malásia) e Nova Déli (Índia). A programação da viagem prevê seminários, diálogos empresariais, visitas técnicas e rodadas de negócio com importadores e investidores locais. Os custos com passagens aéreas, hospedagem, alimentação, taxas consulares e outras despesas são de responsabilidade das empresas e entidades participantes, assim como as providências para obtenção de vistos e a escolha dos voos que melhor se adequarem às suas necessidades, no decorrer da missão.

Exportação e investimentos
Há formulários específicos para empresas e para instituições representativas se inscreverem. Os interessados devem responder, por exemplo, que produtos pretendem exportar e se já têm representante, distribuidor, agente, escritório ou joint venture nos países onde ocorrerão os encontros. Quem for em busca de recursos também deve informar que tipo de investimento pretende captar. A seleção levará em conta o grau de maturidade exportadora e a adequação do portfólio de produtos oferecidos pela empresa aos mercados de destino da missão, entre outros critérios. Para participação nas rodadas de negócio na China e na Coreia do Sul é necessário que a empresa já seja habilitada a exportar seus produtos para esses países. (MAPA)

Produção de leite pode melhorar com pastagens adequadas de inverno

Tempo bem frio é sempre motivo de preocupação para o setor agropecuário, principalmente quando as mudanças climáticas fogem daquilo que estava previsto. Em muitas regiões brasileiras - em especial, do Sul; e algumas áreas do Sudeste, como São Paulo; e Centro-Oeste, em Mato Grosso do Sul -, que costumam sentir mais as oscilações das estações do ano, os animais geralmente são os que mais sofrem no inverno.

Para auxiliar na produção da pecuária de leite durante este período, que vai do dia 20 de junho a 22 de setembro, o Sistema de Inteligência Setorial do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SIS/Sebrae), que funciona em Santa Catarina, propõe algumas iniciativas para que o produtor da cadeia de lácteos mantenha um padrão uniforme de qualidade e até eleve sua produtividade nesta estação do ano. De acordo com o documento "Pastagens de inverno: impactos na produção de leite" , as pastagens perenes (grama) do ano todo costumam diminuir no inverno. Por isto, muitos pecuaristas perdem este tipo de vegetação típica da alimentação animal.

"As alterações na vegetação influenciam diretamente na produção do gado, que pode sofrer muitas quedas de produtividade e qualidade do leite, se o produtor não utilizar meios alternativos e suplementares para alimentar os animais, durante o período mais frio do ano", aponta o estudo.

PASTAGEM
Especialista consultado para a produção dos relatórios e/ou boletins do SIS/Sebrae, o médico veterinário Evandro Vansin Forti, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), explica que a maior parte da produção leiteira no País é baseada na utilização de pastagem, principalmente nas pequenas propriedades produtoras de leite, por ser um alimento de baixo custo.

"O uso exclusivo de pastagem não é suficiente para manter a produção leiteira ao longo do período de inverno. Portanto, os produtores, que não estiverem preparados, vão sofrer as consequências nas produtividades. Daí a necessidade de suplementar com forragens conservadas (silagem ou feno), forragens verdes picadas (cana-de-açúcar), culturas leguminosas (como trevos), que são boas opções a serem utilizadas", aponta Forti. Ele destaca que em Santa Catarina, por exemplo, todos os municípios são prejudicados com as mudanças climáticas, principalmente em 2016, porque o frio chegou antes e com fortes geadas, prejudicando as pastagens dos animais. "O alerta é para que os produtores estejam preparados com armazenamentos de alimentos com silagem e pré-secados. Eles também podem utilizar compostos concentrados, para não sofrerem queda de produtividade", orienta o veterinário.

Segundo Forti, o ideal é que o produtor tenha se precavido antes do outono. Mas para quem não tomou certas medidas preventivas, ele sugere: " a alimentação animal deve conter alimentos conservados, como silagem e fenos; concentrados; e sal mineral". "Isto para que possa aproveitar a pastagem que tiver disponível no momento. "O veterinário da Cidasc também avisa: "A pastagem de inverno não supre a necessidade nutricional total do gado. Diante disto, o produtor precisa procurar uma orientação técnica para que possibilite avaliar a qualidade da pastagem e formular uma dieta complementar com concentrados". Evandro Forti "A pastagem de inverno não supre a necessidade nutricional total do gado. Diante disto, o produtor precisa procurar uma orientação técnica para que possibilite avaliar a qualidade da pastagem e formular uma dieta complementar com concentrados", informa o veterinário Evandro Vansin Forti, da Cidasc. Foto: Arquivo pessoal

PLANEJAMENTO FORRAGEIRO
Além da paralisação no crescimento da pastagem, as alterações provocadas pelo inverno também levam à queima nos campos naturais. Conforme o relatório do SIS/Sebrae, "os animais são diretamente influenciados por uma alimentação pobre em proteínas e energia". E os resultados são animais mais magros, com baixa reprodução e alto índice de abortos, entre outros problemas. Por isto, antes do próximo outono, a instituição sugere o planejamento forrageiro. Trata-se de uma "técnica que evita as perdas invernais, incrementa a produtividade e aumenta a rentabilidade pecuária". "Diferentes tecnologias podem ser utilizadas para a implantação das mais variadas pastagens de inverno. A escolha dependerá da região, do solo, do clima, da vegetação natural, da topografia, do relevo e do sistema de produção utilizado", aponta o estudo. O SIS/Sebrae sugere alguns tipos de pastagens, como aveia, azevém e centeio. O primeiro exige um manejo mais cuidados, porque tende a acumular colmos de forma mais rápida e, por isto, costuma ser menos usado ou semeada em conjunto com plantios de azevém. Este, por sua vez, é uma das pastagens mais usadas, principalmente no Sul do Brasil, por ser de mais fácil manejo e implantação, já que se adapta a qualquer tipo de solo.

AÇÕES RECOMENDADAS
Como forma de orientação ao produtor da cadeia de lácteos, o SIS/Sebrae sugere:
Entenda qual a melhor cultura para a sua produção. Pesquise os preços das sementes e informe-se sobre o tempo de semeadura e de crescimento dos grãos.
Planeje o inverno. Para não faltar alimento para os animais durante a estação, é preciso iniciar a semeadura antes de o outono começar.
Pesquise sobre suplementação. Procure um veterinário para saber quais são as opções mais adequadas ao seu rebanho e produção. (Equipe SNA/RJ)

 
O PAPELÃO DA ECONOMIA
Um dos indicadores da economia real mais monitorados pelo mercado atrás de pistas sobre o rumo da economia é a venda de papelão ondulado, por ser usado em embalagens de produtos industriais. Se a comercialização cresce, é porque as fábricas estão ganhando ritmo. Os números finais de junho da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO) indicam alta de 3,02% em junho ante o mesmo mês do ano passado. Ante maio, a alta foi de 1,45%. No acumulado do semestre, porém, o resultado ainda é negativo, o que mostra o papelão da economia brasileira. (Zero Hora)
 

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