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Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.674

 

Manteiga e requeijão estão de volta ao carrinho dos brasileiros

Depois de muita racionalização, os brasileiros estão aos poucos retomando alguns hábitos de consumo graças à diminuição da inflação e à queda dos índices de desemprego. Itens como manteiga, batata congelada, requeijão e azeite, por exemplo, voltaram para a cesta de compras em 2017 - os dados comparam os 12 meses terminados em novembro de 2017 com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com o levantamento da Kantar Worldpanel, só a manteiga ganhou 3,9 pontos percentuais de penetração nos meses analisados, ou seja, mais de dois milhões de novos lares consumiram o produto. A batata congelada, cujo crescimento foi de 2,7 pontos percentuais, atingiu mais de 1,4 milhões de novos domicílios.

 

Itens como massa fresca, adoçante, água mineral, escova dental e shampoo também registraram índices positivos. Além de novos compradores, essas categorias cresceram em volume e valor, tendo agora pela frente o desafio de aumentar sua frequência. (As informações são da Kantar Worldpanel)

 

Languiru distribui cerca de R$ 2,4 milhões em sobras aos associados - Cooperativa teutoniense também remunera o capital do quadro social e apresenta resultado líquido superior a R$ 17,6 milhões
 
Faturamento bruto de R$ 1,228 bilhão, resultado líquido de R$ 17,6 milhões, patrimônio líquido de R$ 192,4 milhões, sobras de aproximadamente R$ 2,4 milhões a serem distribuídas aos associados e remuneração do capital do quadro social. Essas foram algumas das boas notícias apresentadas pela Cooperativa Languiru na sua Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada no dia 08 de fevereiro, no Salão Social da Associação dos Funcionários da Languiru, com a participação de mais de 200 pessoas, entre associados, colaboradores, autoridades e representantes de entidades parceiras.
Nas boas-vindas, o presidente da Languiru, Dirceu Bayer, ressaltou a importância dos associados na tomada de decisões da cooperativa e iniciou a apresentação do Relatório de Atividades do exercício de 2017, detalhando o desempenho dos diferentes setores, perspectivas e estratégias. O vice-presidente Flávio João Walter proferiu a leitura do edital de convocação da AGO.
 
Aumento da capacidade produtiva
 O gerente executivo de indústrias, Fabiano Leonhardt, apresentou o demonstrativo do desempenho técnico para os setores de aves, suínos, leite e rações. Destaque para a evolução da produção nas indústrias e as dificuldades da cadeia produtiva do leite. "A redução da captação de leite demonstra a situação complicada do setor, com muitos produtores desistindo ou mudando de atividade", explicou Leonhardt, mencionando parcerias da Languiru para a industrialização de leite para terceiros como estratégias para auxiliar na diluição do custo fixo e melhor aproveitamento da capacidade produtiva instalada na Indústria de Laticínios. No que se refere à Fábrica de Rações, enalteceu o expressivo incremento no volume de milho em grão recebido dos associados da cooperativa. "O resumo das indústrias da Languiru apresenta a maior utilização da capacidade produtiva nas quatro unidades", concluiu.
 
Desempenho econômico
 O demonstrativo do desempenho econômico foi apresentado pelo diretor-administrativo da Languiru, Euclides Andrade, e pela gerente executiva de controladoria, Carla Gregory. Destaque para a diversidade de negócios e ranking dos 67 municípios com associados produtores, além das demonstrações financeiras. "A estrutura diversificada e equilibrada da Languiru garante a estabilidade econômica da cooperativa", frisou Andrade.
O faturamento bruto do último exercício foi de R$ 1.228.849.052,92, com resultado líquido de R$ 17.685.331,94 e patrimônio líquido de R$ 192.468.078,99. "O ganho de resultado da Languiru é fruto da produtividade de associados e colaboradores, da otimização da capacidade produtiva das unidades industriais, aliado à redução de custo dos insumos, como milho e farelo de soja, que voltaram a patamares normais", explicou o diretor-administrativo.
Em seguida, auditores da PwC apresentaram o trabalho de auditoria externa independente realizado na análise dos números da Languiru, e o coordenador do Conselho Fiscal, Gilberto Valdir Brune, apresentou parecer quanto às contas do exercício de 2017. "A auditoria auxilia nos processos de gestão, nos dá tranquilidade para trabalhar. Queremos ser auditados e fiscalizados, esse parecer da auditoria externa independente é muito importante", acrescentou Bayer.
Andrade também apresentou orçamento e plano de atividades para 2018, com a perspectiva de ingresso de receitas e crescimento no resultado líquido. "É um novo desafio que temos pela frente, com investimentos que devem totalizar cerca de R$ 20,6 milhões, especialmente nos frigoríficos e nos supermercados", enumerou.
Na votação das contas, os associados aprovaram por unanimidade as peças contábeis.
 
R$ 2,4 milhões em sobras
 Carla detalhou a proposta da direção quanto à destinação das sobras do exercício aos associados da Languiru, que totalizam mais de R$ 2,4 milhões. "No exercício de 2016 a cooperativa não distribuiu sobras ao quadro social, mas remunerou em 12% o capital social. O valor que cada associado tem a receber varia conforme a movimentação de venda de matéria-prima e compra nas unidades da cooperativa. Além do pagamento da Conta Movimento, a Languiru ainda irá remunerar a conta capital em 7%, o que representa mais de R$ 5 milhões. Somando, são mais de R$ 7 milhões que retornam aos associados, reflexo do bom desempenho da Languiru em 2017", explicou Bayer, lembrando que o pagamento da Conta Movimento inicia no mês de março, quando a cooperativa também passa a fornecer o informe de rendimentos para declaração do Imposto de Renda dos associados.
 
Eleição e posse do Conselho Fiscal
 Por fim, a comissão eleitoral conduziu o processo de eleição e posse dos membros do Conselho Fiscal, cuja renovação de dois terços ocorre anualmente. Com o registro de apenas uma chapa eleitoral em tempo hábil, a escolha se deu por aclamação.
O Conselho Fiscal da Languiru para a gestão 2018-2019 conta com os conselheiros efetivos Gilberto Valdir Brune, de Linha Clara, município de Teutônia; Merice Brummelhaus Strate, de Linha Boa Vista, município de Teutônia; e Valmir Antônio Rauber, de Linha Picada, município de Arroio do Meio. Os conselheiros fiscais suplentes são Lário Knebel, de Travessão, município de Paverama; Valmor Planthold, de Linha Catarina, município de Teutônia; e Milton Wahlbrinck, de Linha Progresso, município de Imigrante.
 
Elogios
 A ordem do dia da assembleia ainda abriu espaço para outros assuntos de interesse social sem caráter deliberativo e pronunciamentos de autoridades, convidados e associados. Na ocasião, entre outras falas, o diretor-executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Sérgio Feltraco, enalteceu a evolução dos números apresentados. "A Languiru desenvolve um excelente trabalho, fortalecendo o cooperativismo agropecuário gaúcho. Observando a evolução dos resultados das 35 cooperativas que a Fecoagro tem acompanhado, a Languiru é a que teve o maior crescimento. Mesmo diante de todas as dificuldades, teve capacidade de enfrentamento, entregando aos seus associados, donos da cooperativa, um excelente resultado. Isso engrandece o setor", parabenizou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colinas, Seno Celso Messer, parabenizou a Languiru pelo desempenho no exercício de 2017 e reafirmou o valor das parcerias. "A Languiru está em crescimento e precisa seguir evoluindo para que os associados também possam crescer", disse, mencionando parceria do Sindicato com a cooperativa na venda de insumos e implementos e assistência aos produtores rurais de Colinas.
Encerrando a programação, o presidente Dirceu Bayer ainda falou de parceria com a laticínios Tirol, de Santa Catarina, no envase de leite da empresa catarinense na Indústria de Laticínios da Languiru em Teutônia; parceria com a coirmã Cosuel, de Encantado; e apresentou perspectivas quanto à cadeia produtiva do leite e projetos futuros para o setor de carnes. "Em condições normais, sem que o governo importe volumes absurdos de leite em pó de países como o Uruguai e a Argentina, as perspectivas são favoráveis. Aos que puderam suportar as dificuldades, há sinais de dias melhores. A Languiru inicia uma nova fase depois de período turbulento, novas oportunidades estão por vir, somos uma cooperativa forte e com perspectivas inovadoras. Estamos no caminho certo comemorando bons resultados", concluiu, pregando a união de esforços e a agenda positiva. (Assessoria de Imprensa Languiru)

Falta de chuva na Nova Zelândia eleva preço de lácteos

A falta de chuvas na Nova Zelândia nos últimos meses, refletindo condições climáticas compatíveis com o fenômeno La Niña, afeta a produção de leite no país da Oceania, o que tem influenciado os preços internacionais dos lácteos desde o começo do ano. As cotações desses produtos na plataforma Global Dairy Trade (GDT), que realiza leilões quinzenais com oferta principalmente da Nova Zelândia, sobem desde o início de 2018. Só no último leilão, no dia 6 de fevereiro, o leite em pó integral - o produto mais negociado nesses pregões - subiu 7,6%. No acumulado do ano, o produto teve alta de mais de 17%, considerando que no fim de 2017 estava em US$ 2.755 por tonelada e alcançou US$ 3.226 este mês. Com a falta de chuvas, a produção de leite na Nova Zelândia caiu 4,6% em dezembro passado em comparação com igual mês do ano anterior, considerando os sólidos de leite (soma da proteína total e de gordura). No país, as vacas são criadas de forma extensiva, portanto o regime de chuvas é crucial para as pastagens usadas na alimentação do rebanho. No ano de 2017, a produção acumula alta de 1,4%. "O clima na Nova Zelândia está atrapalhando a produção de leite", diz Valter Galan, analista da consultoria MilkPoint. 

A cooperativa Fonterra, maior produtora de lácteos da Nova Zelândia, registrou uma queda de 6% na captação de leite em dezembro de 2017 na comparação anual. Com isso, estimou um recuo de 3% na captação na safra 2017/18, que termina em 31 de maio. A Fonterra, que é a maior exportadora de lácteos do mundo, é a também principal ofertante nos leilões da plataforma GDT. Segundo Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, a produção de leite deverá seguir em queda na Nova Zelândia até a entressafra (junho e julho). E a seca no país, avalia ele, pode agravar esse recuo na produção da matéria-prima, o que tende a se refletir na oferta de lácteos do país no mercado internacional. Afora a produção menor na Nova Zelândia, a valorização do euro em relação a outras moedas também reduziu a competitividade dos lácteos europeus, o que contribuiu para alta nos leilões internacionais, acrescenta Galan. Para ele, não é possível afirmar que a recente valorização seja uma tendência, uma vez que a oferta de leite cresceu em outras regiões produtoras do mundo. Na Europa, a alta foi de 1,6% entre janeiro e novembro do ano passado e nos EUA, de 1,4% em 2017. "Ainda há 40% da safra da Nova Zelândia por vir", comenta o analista. A safra 2017/18 no país vai até 31 de maio. Do lado da demanda internacional por lácteos, a expectativa é que siga crescendo, segundo Galan. A China, maior importadora global, elevou em 12% as compras de lácteos em 2017, para 1,55 milhão de toneladas. "As previsões indicam que a economia da China vai continuar a crescer como em 2017. Se isso se confirmar, deve aquecer a demanda", afirma o analista. A alta do petróleo também é um fator que estimula a demanda por lácteos por parte de países produtores da commodity, acrescenta. (Valor Econômico) 
 

A empresa suíça de lácteos Emmi teve uma receita líquida de 3,364 bilhões de francos suíços em 2017, alta de 3,2% em comparação com os 3,258 bilhões de francos suíços do ano anterior. Conforme informou, a empresa, que tem participação no mineiro Laticínios Porto Alegre, em termos orgânicos, excluindo os efeitos do câmbio e aquisições, o número corresponde a um crescimento de 0,5%. (Valor Econômico)

 
 

Porto Alegre, 09 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.673

 

Cooperativa Languiru inaugura Secador de Grãos junto à Fábrica de Rações em Estrela

"Este empreendimento simboliza o comprometimento da Cooperativa Languiru com o seu quadro social, na busca pela fidelização, ampliação da área de atuação e consequente fortalecimento da produção e escoamento de grãos." 

Essas palavras constam na placa descerrada por ocasião da inauguração do Secador de Grãos da Cooperativa Languiru, realizada na manhã do dia 07 de fevereiro. A nova estrutura está localizada junto à Fábrica de Rações da Languiru, no município de Estrela.

O Secador de Grãos possui capacidade instalada para secagem de 30 toneladas por hora, possibilitando captação da matéria-prima, na área de atuação da cooperativa, de cerca de 30 mil toneladas de milho por ano. Com investimento de aproximadamente R$ 3,5 milhões, o empreendimento possibilitará à Languiru ampliar a competitividade comercial da Fábrica de Rações, que atende todo o Rio Grande do Sul. Com a diversificação das atividades econômicas, a cooperativa gera renda e desenvolvimento ao seu quadro social e à região do Vale do Taquari como um todo.

Demanda e qualidade
O gerente de negócios da Fábrica de Rações, Joel Girardello, destaca que o Secador de Grãos atende demanda do quadro social e contribui para a qualidade dos produtos de nutrição animal da Languiru. "Procuramos atender bem e suprir as necessidades dos associados da Cooperativa Languiru, além de fornecer produtos de qualidade. Com esse empreendimento, conseguimos a fidelização e o incremento nos volumes de produção", disse durante a solenidade de inauguração.
A estrutura fará a secagem dos grãos, que saem da lavoura com umidade próxima a 20%, sendo que para armazenagem e produção de ração é necessário reduzir essa umidade a 14%, essencial para que se tenha um produto de nutrição animal de qualidade. "O secador tem a finalidade de reduzir a umidade do grão, num processo de secagem moderno, de última geração, finalizando com o processo de armazenagem", explicou.

As ações de planejamento para a construção iniciaram em março de 2017, seguindo com o encaminhamento das licenças ambientais e liberação do início das obras, em setembro, concluindo os trabalhos no final de janeiro de 2018. "Foram cinco meses intensos de construção, com entrega da obra antes do previsto. O novo Secador de Grãos está operando de forma muito satisfatória, a estrutura consegue secar o milho com qualidade muito boa", frisou Girardello, acrescentando que a Languiru estima o incremento da produção de milho na região. "Na última safra, a captação de grãos da Languiru foi de cerca de 22 mil toneladas, mas somente no último mês de janeiro já registramos 15 mil toneladas", afirmou.

Atualmente, o consumo de milho na Fábrica de Rações da Languiru está por volta de 18 mil toneladas ao mês. Ou seja, a captação atende aproximadamente um mês do consumo no ano. Com a nova estrutura, a cooperativa pretende ampliar o recebimento de grãos a nível regional, reduzindo a dependência do milho vindo de outros estados, com elevado custo, principalmente em função da logística. "Esse Secador de Grãos irá secar 30 toneladas/hora, enquanto que o nosso consumo na Fábrica é de aproximadamente 50 toneladas/hora. Mesmo com esse investimento, ainda vamos precisar do milho vindo de outras regiões, mas em menor percentual", elucidou o gerente.

A Fábrica de Rações da Languiru produz 33 mil toneladas de ração ao mês e atende mais de três mil clientes distribuídos em todo Rio Grande do Sul. Para isso, necessita de volume significativo de grãos de milho, soja e outros cereais. "Estávamos enfrentando dificuldades pare receber os grãos. Não conseguíamos receber na velocidade da colheita, apesar do bom serviço prestado e das boas parcerias que possuímos com empresas da região. Agora aumentamos a nossa capacidade de recebimento de grãos durante a safra, sem perda de matéria-prima no campo pelo atraso que ocorria no recebimento do milho", concluiu Girardello. (Assessoria de Imprensa Languiru)

 

 México: importações de leite atingem nível 'sem precedentes'

As importações de leite mexicanas, principalmente dos Estados Unidos, atingiram um nível sem precedentes e já representam 35% do consumo nacional do México. Dados da Câmara Nacional da Indústria do Leite (Canilec), que reúne 130 empresas que processam cerca de 86% de produção no país, indicam que as importações de 2015 e 2016 aumentaram 11% e, de acordo com as previsões, essa tendência continuará.

O consumo teve um avanço muito maior em relação à produção nacional, uma situação que torna o país um deficitário, uma condição que continuará a ser mantida e aumentará devido às limitações que o México tem em recursos naturais, principalmente água.

De acordo com alguns dados, a produção de um litro de leite requer 300 litros de água (bebedouros, instalações de lavagem, irrigação, forragem, etc), se tornando um desafio para a produção nacional devido às condições hidrológicas no país. Sob este cenário, ainda será necessário importar matérias-primas complementares para a produção nacional.

Se estima que até 2025, 14,2 bilhões de litros por ano de leite fresco precisam ser produzidos para abastecer um mercado de 18,2 bilhões de litros por ano em um México de 126 milhões de habitantes.

O crescimento das importações de produtos lácteos tem sido criticado por pequenas empresas agrupadas na Frente Nacional de Produtores e Consumidores de Leite, que acusam o deslocamento de seus produtos. Na última segunda-feira, eles fizeram uma manifestação em 20 estados da República para exigir a revisão da política de preços do leite que eles fornecem para cobrir programas sociais da empresa Liconsa.

Os demandantes pedem que sejam pagos 8 pesos (US$ 0,42) por litro e não os 6,05 pesos (US$ 0,32) que recebem, já que o custo de produção é de 7,30 pesos (US$ 0,38). De acordo com o porta-voz desse grupo, Álvaro González, o produto é comprado internacionalmente a oito pesos, mas é vendido ao consumidor final a 18 pesos (US$ 0,95). (As informações são do Portal Lechero, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

FALTA DE CHUVA AFETA O MILHO

Aos poucos, o quadro real das lavouras começa a aparecer nos levantamentos oficiais sobre a safra de grãos. As estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Estado, divulgadas ontem, indicam que a produção de milho é agora estimada em 4,74 milhões de toneladas. São cerca de 500 mil toneladas a menos do que o esperado há um mês, quando pelas regiões produtoras já eram nítidos os estragos causados pela falta de chuva entre o final de novembro e o início de janeiro. Foi a única cultura com revisão significativa das projeções de colheita.

A produtividade das lavouras de milho, que era projetada em 7,2 toneladas por hectare no início de janeiro, foi reduzida para 6,5 mil toneladas. Mas nada drástico. Afinal, o ciclo anterior, com chuva sempre na hora certa, é que foi fora da curva e fez o Estado alcançar o alto rendimento de 7,5 toneladas por hectare. O agrônomo Carlos Roberto Bestétti, assistente da superintendência da Conab no RS, admite que o próximo levantamento pode mostrar prejuízos ainda maiores.

- O número tende a ser menor - reconhece o agrônomo.
O presidente da Associação de Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho-RS), Ricardo Meneghetti, aposta que os números serão revisados ainda mais para baixo no próximo mês.

- Creio em algo como 300 mil e 400 mil toneladas a menos - avalia Meneghetti.
Para o dirigente, nem será a perda de rendimento pelo clima que fará a colheita do Rio Grande do Sul ser menor. A diferença deve vir da constatação de que a área cultivada, estimada pela Conab em 728,4 mil hectares, é na realidade bem menor, de cerca de 650 mil hectares. O principal indicador é a venda de sementes para a safra atual, diz o dirigente.

A Conab reduziu ainda a projeção para a safra no país, de 92,3 milhões para 88 milhões de toneladas. A menor oferta deve ajudar a recuperação preços, diz Meneghetti. De acordo com a Emater, o preço médio no Estado é de R$ 27. A esperança é de que as cotações se firmem acima dos R$ 32 ainda em fevereiro. (Zero Hora)

 

A demanda chinesa de leite será triplicada até 2050
Leite/China - Se continuar a tendência atual de consumo de leite na China, em 2050 será preciso produzir três a quantidade de leite que foi produzida em 2010. Se a China não mudar sua atual estrutura e exploração e manejo, este aumento de produção resultará no aumento de 35% nas emissões mundiais de gases de efeito estufa das vacas, e aumentará 32% a superfície destinada ao rebanho leiteiro e haverá 48% mais contaminação por nitrogênio, de acordo com Zhaohai Bai, professor associado da Academia de Ciências da China e principal autor de um trabalho sobre o meio ambiente, publicado em Global Change, Biologia. As alternativas óbvias, não são muito atrativas: ao produzir todo leite extra na China, haverá uma grande dependência da importação de alimentos para o gado, ou então importar leite, transferindo o problema para as nações exportadoras. A solução, segundo os pesquisadores, é que a China conseguir o nível de eficiência da produção aos principais países produtores do mundo, com o que conseguiria mitigar o aumento das emissões de gases de efeito estufa e o uso da terra, reduzindo o impacto ambiental. Historicamente a China consome pouco leite (menos de 2 kg por pessoa por ano, em 1961). Com a prosperidade crescente, no entanto, elevou o consumo mais de 25 vezes nas últimas décadas, transformando o país no quarto maior produtor de leite do mundo. Em uma exploração ao norte da China, um rebanho médio tem 650 cabeças e o rendimento médio por vaca é de 30 kg de leite por dia. Os pesquisadores descobriram como as mudanças na nutrição e no manejo animal, assim como melhorias nas tecnologias de produção, podem satisfazer as crescentes demandas de leite em todo o mundo, de forma mais eficiente e sustentável. (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 

Porto Alegre, 08 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.672

 

Importações começam 2018 em queda

As informações da balança comercial de janeiro de 2018 confirmaram as expectativas de queda nas importações lácteas brasileiras. Dados divulgados pela AliceWeb mostram que em janeiro o Brasil importou 65,6 milhões de litros em equivalente leite, queda de 14,6% em relação a dezembro/2017 e de 57% em relação a janeiro/2017 (quase 87 milhões de litros de leite a menos). Em relação à média dos meses de janeiro dos cinco anos anteriores (2013-2017), em 2018 o Brasil importou 31,1% menos leite, conforme mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Importações brasileiras de leite em milhões de litros. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base nos dados da AliceWeb. 
 

Acompanhando o menor volume importado, em janeiro/2018 os gastos do Brasil com importação de leite foram 48% menores em relação a janeiro/2017, fechando em quase US$ 30,6 milhões. Porém, o leite em janeiro/2018 teve um custo aproximado de US$ 0,47/litro, enquanto o mesmo leite há 12 meses possuía um custo de US$ 0,39/litro - uma das justificativas para a redução do volume importado (os preços do mercado brasileiro hoje estão, em média, cotados a US$ 0,35/litro).

Quanto aos produtos comercializados, em janeiro, como de costume, os leites em pó foram o "carro chefe" das importações, representando 53% do volume importado em toneladas (integral 34% e desnatado 18%), seguidos pelos queijos (23%). Seguindo a tendência, na comparação anual, as importações destes produtos foram mais fracas em janeiro/2018 que em janeiro/2017, conforme indica o gráfico 2.

Gráfico 2. Volume importado dos principais produtos. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base nos dados da AliceWeb. 
 

Quanto às exportações, em janeiro/2018 foram embarcados 10,5 milhões de litros em equivalente leite, queda mensal de 17,4% (-2,2 milhões de litros), e de 52,5% em relação a janeiro/2017, gerando uma receita de US$ 5,36 milhões.

Como resultado, o saldo da balança comercial láctea brasileira fechou negativo em cerca de 60 milhões de litros, praticamente metade do que observou-se em janeiro de 2017 (observe a evolução do saldo da balança comercial no gráfico 3).

Gráfico 3. Saldo da balança comercial láctea brasileira. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base nos dados da AliceWeb. 
 

A tabela abaixo mostra como se comportaram as importações e as exportações dos produtos negociados em janeiro/2018, bem como seus respectivos saldos. (MilkPoint)

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.
 

Lendas sobre o leite respondidas pela ciência

Todos os Ministérios da Saúde do mundo situam o leite no topo da pirâmide nutricional. E o fazem porque é um alimento indispensável para crianças e adultos. Todavia, de um tempo para cá o líquido branco encontrou uma multidão de detratores. Essa má fama é devida a uma série de informes não científicos que aparecem constantemente na imprensa e nas redes sociais que difundem falsos mitos sobre esse alimento.

1. O leite é um alimento processado que perde suas propriedades. Em uma fábrica de leite o que se faz é esquentar e esfriar para eliminar qualquer tipo de contaminação microbiológica e favorecer que seu consumo possa ocorrer de forma segura durante um período mais longo de tempo. Não perdem nutrientes. Conforme sejam integrais ou desnatados, podem perder água ou algum índice de gordura no caso dos que subtraem nata (desnatados).

2. Contêm açúcar. É verdade que o leite contém açúcar. Mas leia atentamente antes de levar as mãos à cabeça. Se trata de açúcar natural, não modificado, que se apresenta em forma de lactose que cumpre funções muito relevantes em nosso organismo e é metabolizado de forma diferente do açúcar comum (sacarose). Mas, para os que insistirem na lenda, é fundamental saber que só existe 4% de açúcar (lactose) no leite. E têm mais, todas as autoridades de saúde dos países desenvolvidos são unânimes em afirmar que o leite não influi na diabete tipo 2. Acaba de sair mais um estudo no "European Dairy Association", confirmando a incidência quase nula do leite em diabetes.

3. O leite engorda. É um argumento falso. Em primeiro lugar há de entender que o leite é um ótimo veículo para substâncias lipossolúveis como as vitaminas A, D, E e K. Isso quer dizer que a quantidade dessas substâncias lipossolúveis tão importantes para nosso organismo está diretamente relacionada com a quantidade de gorduras importantes. Mas, para aqueles que se assustam com a possibilidade de engordar com o leite, é importante conhecer que só existe 3,5% de gordura no leite integral. Uma quantidade insignificante. No leite semi-desnatado só há 1,8% de gordura e 0,5% no desnatado. Assim é possível dizer que o leite aporta uma grande quantidade de nutrientes com um conteúdo calórico quase nulo.

4. Posso manter a quantidade de cálcio necessária sem consumir leite. É verdade, mas improvável. Para fazer essa troca terá de ingerir enormes quantidades de tomilho, canela em pó, sardinha, amêndoa, avelã, tofu, espinafre e alguns outros que não fazem parte da alimentação diária do brasileiro.

5. As bebidas vegetais são nutricionalmente melhores. Soja, coco, amêndoa e aveia capitaneiam a lenda de que substituem o leite. Em nenhum caso as bebidas vegetais são nutricionalmente equivalentes ao leite e nem se podem ser consideradas substitutas dele. Elas não compensam a ingestão de nutrientes que se perdem ao deixar de consumir leite e produtos lácteos. Estão induzindo a uma piora na densidade nutricional, especialmente no que se refere a alguns micronutrientes.

Os alimentos com omega 3 que necessitamos ingerir todos os dias.
Eles reduzem o risco de enfermidade coronária entre 6% e 18%. Essa é a principal conclusão do macro-estudo sobre o omega 3 que acaba de ser publicado na revista "Mayo Clinic Proceedings", que inclui mais de 800.000 pessoas em 40 países. Essa é uma pesquisa que praticamente encerra qualquer dúvida que existia sobre os benefícios do omega 3. Há outros estudos de menor vulto, também de menor credibilidade, que apontam que os omegas 3 ajudam a combater a diabetes, a obesidade, protegem do Alzheimer e ajudam no tratamento de alguns tumores, como os de mama e do cólon.

Não só evitam enfermidades coronárias: na infância estão implicados no desenvolvimento nervoso e no da retina. Mas há um grande problema: nosso organismo não consegue sintetizá-lo. Temos de ingerir alguns alimentos que aportarmos sua eficiência. Como regra, não ingerimos o mínimo necessário para obtermos seus bons efeitos.
Quanto temos de tomar? São 150 mg por dia para crianças de 2 a 4 anos, 200 mg por dia entre 6 e 18 anos e 250 mg por dia para adultos. Felizmente, há vários alimentos que facilmente podemos adquirir e ingerir para obtermos as quantidades mínimas necessárias de 

omega 3.
Comecemos com o leite. Basta um copo diários de leite para obtermos 125 mg de omega 3, a metade necessária. Se não quiser o leite, bastam 7 pequenas nozes para ultrapassarmos de longe a quantidade mínima. Assim como 100 gramas de salmão, sardinhas, mariscos ou de anchovas. No mundo vegetal, a recomendação cinge-se apenas ao espinafre, bastam 100 gramas da comida do Popeye para obtermos a metade necessária de omega 3. A carne bovina só conta para o mínimo de omega 3 se a vaca comer pasto.(Edairynews)

Nestlé pagará prêmio a produtor que fornecer leite livre de hormônios

A suíça Nestlé informou hoje que vai pagar um bônus de R$ 0,07 por litro a pecuaristas brasileiros que fornecerem leite produzido por rebanho sem tratamento com hormônios e estimulantes. O programa, denominado Nature, que visa incentivar a produção de "um leite mais próximo possível do natural", segundo a empresa, é uma evolução de um já existente, Boas Práticas na Fazenda (BPF), criado em 2005, com o objetivo de estimular o fornecedor "a produzir um leite de melhor qualidade e com maior segurança e rentabilidade". 

No BPF Nature, serão avaliados na produção de leite fatores como água (medição com hidrômetros), bem-estar animal (mochação com uso de anestesia e analgesia; e suspensão da utilização dos hormônios BST e ocitocina, usados para induzir a lactação) e meio ambiente (correta destinação e tratamento dos dejetos). A partir de março, os fornecedores de leite interessados em se adequar receberão o Manual de Boas Práticas na Fazenda Nature, com as informações necessárias para a implementação. Os que aderirem ao programa serão submetidos a auditoria para verificar se os critérios estão sendo atendidos. 

Hoje, o produtor que participa do programa Boas Práticas recebe R$ 0,03 por litro de leite por adequar sua fazenda nos temas de saúde animal, drogas veterinárias, alimentação animal, ordenha e armazenagem do leite. Se aprovado também no BPF Nature, o produtor passará a receber mais R$ 0,07 por litro de leite, somando um prêmio de R$ 0,10, informa a Nestlé em nota. "Hoje, 98% dos nossos parceiros estão certificados e adotam as práticas estabelecidas pelo programa [BPF]. Entendemos que chegou a hora de evoluir e capacitar ainda mais o nosso produtor sobre a importância de estar inserido nesse contexto de responsabilidade de fornecimento social e sustentável", afirma René Machado, Head de MilkSourcing da Nestlé Brasil, na nota. (Valor Econômico) 

Produtor pede compra no bloco
Após se reunir, ontem, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o deputado Luís Carlos Heinze informou que irá solicitar à Camex uma reunião para discutir a possibilidade de produtores brasileiros adquirirem insumos nos países do Mercosul. A alegação é de que a circulação de produtos como arroz e leite ocorre livremente entre os países do bloco, o que não ocorre com fertilizantes e defensivos, que conforme pesquisa recente da Farsul, são mais baratos no Uruguai e na Argentina. (Correio do Povo)

O prefeito e a vice-prefeita do município de Anta Gorda reuniram-se na manhã desta quarta-feira com o secretário-executivo, Darlan Palharini na sede do sindicato. No encontro, o prefeito Celso Casagrande e a vice-prefeita Madalena Gehlen Zanchin entregaram à diretoria do sindicato o convite da 7ª Festleite, tradicional evento do setor leiteiro que ocorre de 25 a 29 de abril no Parque de Eventos da cidade. A comitiva de Anta Gorda ressaltou a importância da presença e do apoio do Sindilat no evento que todos os anos promove o Simpósio do Leite em sua programação. 

As indústrias gaúchas do setor lácteo redigiram um manifesto de interesse de negociação com países da Ásia. O documento foi entregue, no dia 31 de janeiro, ao secretário da Agricultura, Ernani Polo, que está em missão do governo à Coreia do Sul, Tailândia, Indonésia, Malásia, Emirados Árabes e Catar até o dia 16 de fevereiro. A ideia é que o documento chegue a líderes de Estado e tradings interessadas em produtos alimentícios. O grupo é liderado pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura (Mapa), Eumar Novacki.

A pretensão, explica o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, é fomentar negócios com esses países para viabilizar exportação de lácteos brasileiros a mercados do oriente.
O Sindilat entende que a exportação é o caminho da estabilidade do mercado lácteo interno no Brasil. O setor vive uma de suas piores crises de rentabilidade dos últimos anos, um cenário que foi reportado pela maioria das empresas que participou da primeira reunião de associados no dia 23 de janeiro, no Sindilat, em Porto Alegre.

Foto: istock/GOLFX

 

Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.671

 

Sindilat recebe convite para a 7ª Festleite de Anta Gorda 

O prefeito e a vice-prefeita do município de Anta Gorda se reuniram na manhã desta quarta-feira com o secretário-executivo, Darlan Palharini na sede do sindicato. No encontro, o prefeito Celso Casagrande e a vice-prefeita Madalena Gehlen Zanchin entregaram à diretoria do sindicato o convite da 7ª Festleite, tradicional evento do setor leiteiro que ocorre de 25 a 29 de abril no Parque de Eventos da cidade.  A comitiva de Anta Gorda ressaltou a importância da presença e do apoio do Sindilat no evento que todos os anos promove o Simpósio do Leite em sua programação. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Indústria abre prospecção internacional na Ásia 

As indústrias gaúchas do setor lácteo redigiram um manifesto de interesse de negociação com países da Ásia. O documento foi entregue, no dia 31 de janeiro, ao secretário da Agricultura, Ernani Polo, que está em missão do governo a Coreia do Sul, Tailândia, Indonésia, Malásia, Emirados Árabes e Catar até o dia 16 de fevereiro. A ideia é que o documento chegue a líderes de Estado e tradings interessadas em produtos alimentícios. O grupo é liderado pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura (Mapa), Eumar Novacki.

A pretensão, explica o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, é fomentar negócios com esses países para viabilizar exportação de lácteos brasileiros a mercados do oriente. O Sindilat entende que a exportação é o caminho da estabilidade do mercado lácteo interno no Brasil. O setor vive uma de suas piores crises de rentabilidade dos últimos anos, um cenário que foi reportado pela maioria das empresas que participou da primeira reunião de associados no dia 23 de janeiro, no Sindilat, em Porto Alegre. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

TST adia revisão de súmulas e orientações a partir de reforma

Apesar da expectativa de advogados, trabalhadores e representantes de empresas, será preciso aguardar ao menos três meses para se conhecer a posição do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre pontos controversos da reforma trabalhista. A Corte suspendeu ontem a sessão que decidiria sobre a aplicação da Lei nº 13.467 a processos anteriores à norma e analisaria 34 súmulas e orientações do tribunal. Em contrapartida, foi decido que uma comissão com nove integrantes elaborará uma instrução normativa sobre o assunto. O grupo terá 60 dias para apresentar o texto, que será discutido em sessão do Pleno após um mês, segundo o presidente da Corte, ministro Ives Gandra Martins Filho. O magistrado, que deixa o cargo no dia 26, se disse "frustrado" em terminar o mandato sem oferecer essa segurança jurídica à sociedade. 

As 34 súmulas e orientações jurisprudenciais do TST que seriam analisadas ontem reúnem temas como custas processuais, seguro desemprego, horas de deslocamento, férias, diárias intrajornada, prescrição intercorrente e revelia. As mudanças seriam discutidas a partir de um parecer elaborado pela Comissão de Jurisprudência da Corte. Os ministros decidiram suspender a análise por uma questão de ordem levantada pelo presidente da comissão, ministro Walmir Oliveira da Costa. O magistrado questionou a constitucionalidade de dispositivo da reforma trabalhista que poderia atrapalhar a aplicação da norma. O artigo 702, I, f da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) passou a estabelecer que para mudar súmulas e enunciados é necessário aprovação de ao menos dois terços dos membros do tribunal. Além disso, é necessário que a matéria tenha sido decidida de forma idêntica e por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas, em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma. A votação para mudar as súmulas e orientações na sessão de ontem não seguiria esse rito. Oliveira da Costa afirmou que há outro processo em que esse assunto está sendo examinado e será submetido ao Pleno. Por isso, propôs que a análise da revisão de jurisprudência fosse suspensa para aguardar a manifestação da Corte sobre o artigo 702 da CLT. 

O pedido foi aceito e, na sequência, o presidente da Corte propôs a criação da comissão, com duas subdivisões: uma para estudar a aplicação da reforma trabalhista aos contratos de trabalho antigos e outra para os processos em curso. A análise dos temas, se tivesse ocorrido ontem, não seria fácil e rápida, na opinião de especialistas. O motivo é o fato de a aplicação da reforma trabalhista para contratos e processos anteriores a sua vigência dividir opiniões no TST. O ministro Oliveira da Costa, por exemplo, defende a limitação temporal. Já o ministro Ives Gandra Martins Filho reafirmou sua posição pessoal sobre o tema, de que a reforma trabalhista se aplica a todos os contratos. "Não há direito adquirido à regime jurídico", disse. A comissão presidida por Oliveira da Costa concluiu que a nova lei se aplica aos contratos em curso, desde que não afete o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. "É a Constituição que estabelece quando a lei terá vigência. Não somos nós", afirmou. Para ele, ainda que a Medida Provisória nº 808, de 2017, estabeleça que a lei seria aplicada a todos os contratos de trabalho, o panorama jurídico não poderia ser violado. Mais do que 34 itens, o ministro afirmou que existiriam até 60 que poderiam ser alterados. A participação de entidades sindicais de trabalhadores e patronais, além de entidades de classe e órgãos públicos, como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Advocacia-Geral da União (AGU) estava prevista para a sessão ontem. Cada grupo teria 30 minutos para defesas orais. De acordo com o advogado que falaria pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) na sessão, José Eymard Loguercio, algumas entidades manifestaram ao presidente do TST considerar a discussão pelo tribunal precipitada. Para ele, a suspensão foi bem-vinda. "O que é segurança e o que é insegurança nesse momento? 

O Congresso ainda tem que analisar outros pontos da MP 808, de 2017", afirmou Loguercio. Uma decisão com urgência poderia causar mais inseguranças, de acordo com o advogado. Para o advogado Carlos Eduardo Dantas Costa, do escritório Peixoto e Cury Advogados, o adiamento, no entanto, foi frustrante. "Sei de empresas que aguardavam essa revisão para encaminhar assuntos relacionados aos temas", afirmou. Apesar disso, considera que a criação da comissão foi positiva, desde que ela tenha agilidade. O advogado Luis Marcelo Gois, do escritório BMA Advogados considera que o adiamento não chegou a ser uma surpresa, pois havia a expectativa da questão de ordem, ainda assim não deixa de ser frustrante. "A sociedade estava esperando uma luz sobre como o TST enxerga a temporalidade". (Valor Econômico)

Irã - As exportações atingiram US$ 170 milhões em oito meses
Iogurte iraniano - Nos oito primeiros meses do ano iraniano (21 de março a 21 de novembro de 2017)  87.000 toneladas de iogurte pelo valor de US$ 108 milhões foram exportadas pelo Irã, o que corresponde a queda de 20% em peso, mas 2% de aumento em valor, quando comparado com o ano anterior. Cerca de 64.000 toneladas de iogurte líquido foram exportados pelo valor de US$ 69 milhões, registrando 22% de declínio em volume e 28% de aumento no valor, na comparação anual. De acordo com reportagem do jornal iraniano Financial Tribune o iogurte e o iogurte líquido corresponderam a 20% e 13% das exportações de produtos lácteos do Irã, respectivamente. Os números mostram que os preços do iogurte iraniano e o iogurte líquido aumentaram nos mercados internacionais durante o período.Também conhecido como Ayran, Tan ou Doogh, o iogurte líquido é uma bebida salgada feita do iogurte e pronta para beber. É muito popular no Irã, Turquia, Azerbaijão, Armênia, Cazaquistão, Tajiquistão. (The Dairy Site - Tradução livre: Terra Viva)

Alta tecnologia e inovação no campo serão as bases da 19° edição da Expodireto Cotrijal. Lançada na manhã dessa terça-feira (6/2), em Porto Alegre (RS), o tradicional evento representa um dos maiores do ramo do agronegócio brasileiro, com expressividade internacional. Neste ano, a feira ocorre de 05 a 09/03, em Não-Me-Toque (RS).

Uma das metas da Expodireto é dar visibilidade à agricultura familiar gaúcha, destacou o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, durante café da manhã com a imprensa no Hotel Plaza São Rafael. “Todos sabem que o agronegócio tem sido um dos tentáculos da economia desse país”. Conforme afirmou Mânica, foi o segmento que manteve a inflação baixa no último ano, contribuindo expressivamente para o desenvolvimento do Brasil.

Reiterando o otimismo com o evento, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, comparou a Expodireto com outras grandes feiras do país, como a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), e a Coopavel, em Cascavel (PR). “A Expodireto retrata aquilo que é o nosso Rio Grande: forte e aguerrido, apesar de todas as dificuldades”.

Sartori ainda chamou a atenção dos deputados presentes para o projeto de regime de recuperação fiscal, proposição encaminhada pelo Executivo para a Assembleia Legislativa, mas que nem chegou a entrar em regime de votação apesar da convocação emergencial da semana passada. “O Estado não pode ser de direita nem de esquerda. Ele precisa ser para todos”, afirmou o governador.

Presente no evento, o diretor secretário do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Angelo Sartor, lembrou que o evento se destaca como uma feira muito profissional e uma boa oportunidade para os produtores gaúchos se atualizarem. Para o representante, a cada ano, a Expodireto cresce de uma forma extraordinária. “O segmento do agronegócio está muito bem representado pela Expodireto”, afirmou.

O Sindilat estará presente na exposição, como apoiador do 14º Fórum Estadual do Leite, que ocorrerá no dia 7/03, com início às 8h30min, no Auditório Central da feira.

Foto: Vitorya Paulo

Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.670

 

Clima de otimismo no lançamento da 19ª Expodireto Cotrijal


Credito da foto: Vitorya Paulo

Alta tecnologia e inovação no campo serão as bases da 19° edição da Expodireto Cotrijal. Lançada na manhã dessa terça-feira (6/2), em Porto Alegre (RS), o tradicional evento representa um dos maiores do ramo do agronegócio brasileiro, com expressividade internacional. Neste ano, a feira ocorre de 05 a 09/03, em Não-Me-Toque (RS). 

Uma das metas da Expodireto é dar visibilidade à agricultura familiar gaúcha, destacou o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, durante café da manhã com a imprensa no Hotel Plaza São Rafael. "Todos sabem que o agronegócio tem sido um dos tentáculos da economia desse país". Conforme afirmou Mânica, foi o segmento que manteve a inflação baixa no último ano, contribuindo expressivamente para o desenvolvimento do Brasil. 

Reiterando o otimismo com o evento, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, comparou a Expodireto com outras grandes feiras do país, como a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), e a Coopavel, em Cascavel (PR). "A Expodireto retrata aquilo que é o nosso Rio Grande: forte e aguerrido, apesar de todas as dificuldades". 

Sartori ainda chamou a atenção dos deputados presentes para o projeto de regime de recuperação fiscal, proposição encaminhada pelo Executivo para a Assembleia Legislativa, mas que nem chegou a entrar em regime de votação apesar da convocação emergencial da semana passada. "O Estado não pode ser de direita nem de esquerda. Ele precisa ser para todos", afirmou o governador. 

Presente no evento, o diretor secretário do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Angelo Sartor, lembrou que o evento se destaca como uma feira muito profissional e uma boa oportunidade para os produtores gaúchos se atualizarem. Para o representante, a cada ano, a Expodireto cresce de uma forma extraordinária. "O segmento do agronegócio está muito bem representado pela Expodireto", afirmou. O Sindilat deverá se fazer presente na exposição, como apoiador do 14º Fórum Estadual do Leite, que ocorrerá no dia 7/03, com início às 8h30min, no Auditório Central da feira. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Forte queda no leilão da Fonterra
 
O resultado do GDT de hoje continuou surpreendendo. O Índice fechou em US$ 3.553/tonelada, com a impressionante elevação de 5,9%. Todos os produtos apresentaram desempenhos positivos em todos os períodos. Se, por si só já é uma raridade, duas vezes seguidas, é excepcional. No evento 204 de 16 de janeiro de 2018, também houve recuperação generalizada nos preços.
 
O maior aumento ocorreu com a cotação da manteiga de leite em pó (+8,4%), voltando a superar os US$ 2.000 a tonelada, o que não ocorria desde setembro do ano passado. Os produtos mais negociados na plataforma, e que mais impactam na produção primária, tiveram resultados inesperados: o leite em pó desnatado, mesmo que os elevados estoques da União Europeia continuem pressionando as cotações no mercado internacional; e o leite em pó integral. A manteiga, que vem determinando as tendências dos preços mundiais desde o final de 2016, voltou a ter elevação considerável, recuperando 18% do seu valor nos últimos três leilões.   No ano de 2018, o índice GDT já teve valorização de 13,5%. (globaldairytrade/Terra Viva/GDT)
 
 
Argentina: em momento chave do ano, produtores de leite perdem competitividade novamente
 
Um relatório do analista Marcos Snyder ressalta a evolução dos preços relativos dos principais insumos ligados à produção de leite na Argentina. Isso confirma que, durante janeiro de 2018, a equação produtiva voltou a se desconfigurar seguindo a evolução dos preços relativos de alguns insumos importantes que afetam a atividade de produção de produtos lácteos, como:
 
alimento balanceado (os alimentos representam cerca de 60% dos custos diretos);
a gasolina (impactos em 15% dos custos de produção);
o dólar (60% dos insumos leiteiros são cotados em dólares);
a soja (cujo valor afeta o pagamento de aluguéis que representam uma média de 35 a 40% da terra em produção) e;
o preço do leite.
Observamos neste gráfico - que começa em 2014, ano antes da crise - um resumo das tendências, onde após 2 anos de defasagem, o produtor trabalhou com perdas e o preço do leite se recuperou em relação a quase todos indicadores. Em janeiro de 2018, a equação de produção é novamente desconfigurada com um preço que não cresce, enquanto os principais insumos do negócio de produção de leite aumentam.
 
 
Neste contexto, em seu portal DairyLando, Snyder enfatiza que, para recuperar a competitividade do leite frente ao avanço de preços relativos, a matéria-prima entregue em janeiro de 2018 deve valer 6,50 pesos (US$ 0,33) por litro. O produtor está em plena campanha de silagem e planos de plantio de pastagens, o que afetará a produção. (As informações são do www.todoagro.com.ar, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

O papel dos lácteos em dietas sustentáveis
FIL-IDF - A FIL-IDF [Federação Internacional do Leite] organizou o seminário "O papel dos lácteos em dietas sustentáveis", que foi realizado nos dias 1º e 02 de fevereiro de 2018, em Sevilha, na Espanha. Foram abordados temas como a percepção da população sobre os lácteos, as alegações dos lácteos para a saúde, nutrição e saúde pública, dietas sustentáveis, mitigação dos impactos ambientais e adaptação às mudanças climáticas. Dentre os palestrantes esteve Piercristiano Brazzale, da tradicional família de queijeiros italianos, que iniciaram a produção no final do século XVIII. O tema desenvolvido por Piercristiano, "O impacto ambiental da produção de alimentos", foi apresentado no dia 02 de fevereiro. "As apresentações foram muito interessantes", disse Piercristiano, acrescentando: "Discutimos sobre o valor real dos lácteos na nutrição e sugeri uma abordagem diferente para avaliar o real impacto ambiental na produção de alimentos. Procurei trazer mais clareza para o conceito, dado que existem muitos indicadores e abordagens para caracterizar o impacto ambiental. Isto tende a criar confusão entre os consumidores e nas pessoas envolvidas. Assim apresentei duas diferentes abordagens adotadas na Itália, que estão alinhadas com outros estudos pelo mundo. Nesses estudos, existe uma conexão entre o valor nutricional de cada alimento com o impacto ambiental calculado através de indicadores como a pegada da água e a de carbono. Apresentei uma abordagem holística e uma sugestão de adotar diferentes sistemas no futuro, para demonstrar o real impacto ambiental dos produtos lácteos e melhorar sua imagem. O objetivo final é fazer com o consumidor entenda que o impacto efetivo é menor do que o que se imagina". (Terra Viva)

Porto Alegre, 05 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.669

 

Importação menor reduz o déficit da balança de lácteos

Depois de um ano em que o déficit na balança comercial de lácteos caiu, em que a participação da Venezuela entre os principais mercados para o Brasil despencou e os embarques de queijos ganharam fôlego, o segmento considera que o principal desafio é conseguir elevar as vendas externas de commodities lácteas, como o leite em pó.

No ano que passou, o Brasil importou US$ 561,91 milhões em produtos lácteos, uma queda de quase 15% sobre os US$ 658,37 milhões de 2016, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) compilados pela Viva Lácteos, que reúne empresas do segmento. As exportações brasileiras de lácteos em 2017 também recuaram de forma expressiva, 34%, para US$ 112,58 milhões. Com isso, o déficit da balança ficou em US$ 449 milhões, 7,4% abaixo de 2016.

 

Segundo Marcelo Martins, diretor- executivo da Viva Lácteos, o aumento da produção doméstica de leite em 2017 explica o menor volume importado. As compras de leite em pó, o principal produto importado pelo Brasil, caíram mais de 20% no ano passado, para US$ 332,2 milhões. Em volume, a queda foi de 36%, para 103,4 mil toneladas.

Embora a produção de leite no país tenha crescido 4% no ano passado, o descolamento entre os preços dos mercados doméstico e internacional continuou a afetar as exportações de lácteos. Segundo a Viva Lácteos, em 2017, em média, os preços no mercado interno ficaram 25% acima das cotações internacionais, o que tirou a competitividade dos lácteos brasileiros.
Em novembro, quando o preço do leite em pó nacional estava mais competitivo em relação ao mercado internacional, os embarques do produto ganharam força, segundo a Viva Lácteos. Só naquele mês, foram exportadas 2,3 mil toneladas de leite em pó, ou 42% do total embarcado no ano.

Em 2017, a participação da Venezuela nas importações brasileiras de lácteos caiu ainda mais, conforme a associação. O país ainda é o principal destino, mas comprou só 15% do total em 2017. No ano anterior, responderá por 48% das exportações brasileiras de lácteos.

Outro destaque, segundo ele, foram os embarques de queijos, que cresceram 37% em 2017. Ainda que produtos de maior agregado entusiasmem, Martins afirma que o Brasil precisa ampliar as exportações de commodities para consolidar sua posição no mercado internacional.
A expectativa do executivo é que o déficit na balança de lácteos volte a cair este ano. "Com oferta mais estável, não deve haver grande descolamento de preços. A tendência é que não haja grandes picos de importação", avalia. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 
 

Benefícios do Bolsa Família sustentam 21% da população do país 

Os beneficiários do Bolsa Família representam mais de um terço da população de 11 Estados brasileiros, todos das regiões Norte e Nordeste. No Brasil, 21% da população vive com os benefícios do programa. Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) a pedido do Valor e evidenciam a importância dos recursos para a população daquelas regiões. O Maranhão é o Estado com a maior relação entre a população e quem vive dos valores do Bolsa Família. De acordo com o ministério, 48% da população do Estado recebe os recursos. Piauí e Acre vêm a seguir, ambos com 41%. 

O cálculo chega ao número de beneficiários a partir do tamanho das famílias inscritas no programa. Em seguida, o ministério calcula quanto isso representa na população do município a partir das estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são referentes a dezembro de 2017. Por serem baseados em estimativa do IBGE, o percentual pode diferir da realidade já que o último Censo foi realizado em 2010. Para fazer parte do programa, é necessário ter a renda mensal por pessoa da família de até R$ 185. O Bolsa família repassa entre R$ 39 e R$ 372 para os inscritos no programa, a depender do número de filhos do beneficiário. Os valores repassados, apesar de pequenos, acabam significando parte importante da economia dos municípios mais pobres do Brasil. Os valores repassados pelo programa representam mais de 6% do PIB local para 579 municípios. Aninho Irachande, professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), analisou os dados a pedido da reportagem. "O impacto na vida das cidades é muito grande, quanto mais beneficiários, mais dinamizada é a economia do lugar", disse. Na avaliação dele, os benefícios do programa vão além da pessoa ou família beneficiada. "Cada R$ 1 real produz R$ 1,6 em circulação da economia", afirma Irachande. Segundo o professor, "é um tiro no pé imaginar que o beneficiário é quem mais ganha com o Bolsa Família". Para o secretário-executivo do MDS, Alberto Beltrame, "o programa gera um círculo virtuoso de desenvolvimento na economia local", porque " estimula a economia, melhora a renda e os indicadores sociais como um todo". Os dados do ministério indicam uma taxa de crescimento maior no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para as cidades com mais inscritos no Bolsa Família em relação ao total. 

Entre 2000 e 2010, a taxa média de crescimento no IDH municipal das cidades brasileiras foi de 26%. Nas cidades onde os beneficiários representam menos de metade da população local, o número foi de 22%. Nos municípios em que os beneficiários são mais da metade, a taxa é de 43%, Dentre as cidades onde mais de dois terços vivem do programa, a taxa atinge 58%. Alguns municípios servem de exemplo para o impacto do Bolsa Família na economia local. Em São Raimundo do Doca Bezerra (MA), a 379 quilômetros de São Luís, por exemplo, 99,98% da população de 4,946 mil habitantes é beneficiária do programa, segundo números do ministério. O cálculo leva em conta dados do Cadastro Único e a estimativa de população do IBGE. Dados oficiais reforçam a validade desse número. Não há quem receba o benefício de Prestação Continuada (BPC) na cidade, por exemplo. Não é possível acumular o BPC e o Bolsa Família. "É através desse benefício que as famílias têm o pão na mesa", disse ao Valor o gestor do Bolsa Família na cidade maranhense, Aldeman Dias. Segundo o gestor, "o Maranhão tem poucos recursos naturais e nossa cidade está situada centro do Estado, onde a pobreza prevalece". Dias conta que o Bolsa Família é "praticamente o único recurso que entra na nossa cidade, além da prefeitura. Sem esse benefício, o comércio da cidade cai totalmente, afirmou. Antonio Basilio, dono do mercado Comercial Basilio, em São Raimundo do Doca Bezerra, faz a mesma ponderação. "A renda aqui só o Bolsa Família. Difícil ter algum comércio sem ele." Quando o critério é a participação dos recursos que chegam pelo programa no Produto Interno Bruto (PIB), as dez primeiras colocadas estão no Estado do Maranhão. 

Em Cajari, a 225 quilômetros de São Luís, a relação chega a 13,8%. Irachande ressalta também que a importância econômica que os recursos têm para as pequenas cidades mais pobres do país acaba provocando fraudes. "A maior parte dos recursos vai para consumo de produtos básicos de higiene e alimentação", explicou o professor. Esses produtos, por sua vez, são comprados em pequenos mercados e mercearias que, nessas localidades, costumam pertencer a autoridades locais, que têm interesse em ter o máximo possível de pessoas registradas no programa, mesmo que não atendam a todos os requisitos. Para combater fraudes no programa, o Ministério do Desenvolvimento Social começou a partir de 2016 a realizar uma variedade de cruzamentos em bancos de dados públicos. Antes, ele era feito apenas uma vez por ano com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que agrupa dados do mercado de trabalho brasileiro por ano. Agora, são dez bases de dados, o que permitiu que a fila de espera fosse zerada a partir da retirada do programa de beneficiários que não atendiam mais ao requisito de renda. "Com isso, cancelamos 4,7 milhões de beneficiários com renda superior a R$ 170 per capita. O pente-fino promove justiça social. No mesmo período, 4,2 milhões entraram", disse Beltrame. (Valor Econômico) 

 

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 05/2018 de 01 de fevereiro de 2018

Leite/América do Sul - O Sul do Brasil e outros países do Cone Sul da América, que consiste no Paraguai, Uruguai, Argentina, e Chile, estão sofrendo os efeitos de La Niña com condições climáticas variáveis. Em decorrência disso a produção de leite está sendo afetada de diferentes formas, dependendo da região. 

Em dois dos principais estados produtores de leite, mais especificamente, Minas Gerais e Goiás, a produção continua melhorando. No entanto, as elevadas temperatura e condições severas de seca nas bacias leiteiras da Argentina, como Buenos Aires, Córdoba, e Entre Rios continuam derrubando a produção. No geral, a produção de leite na Argentina e Uruguai tendem para baixo, mas, continuam acima dos níveis do ano passado. Com as escolas de férias, os pedidos de leite engarrafado continuam em baixa, e o volume de leite é suficiente para que as fábricas atendam outras necessidades de processamento como queijo e iogurte. No entanto, dada à sazonalidade, a oferta de creme está menor e a demanda continua forte. A produção de manteiga continua intensa, especialmente no Uruguai, com boa demanda nos mercados domésticos, bem como alguma exportação para a Rússia. De acordo com relatório do governo, em dezembro de 2017, a produção de leite da Argentina caiu 5% em relação ao mês anterior, mas, aumentou 3% em relação a um ano atrás. Em dezembro de 2017, o preço nominal pago aos produtores de leite aumentou 22% em relação a dezembro de 2016.

Enquanto no Brasil, como foi mencionado antes, a produção de leite está em alta. Os pedidos de leite fluido e engarrafado pelos canais de varejo começam a melhor com o retorno às aulas de algumas instituições nesta última semana. Em geral os volumes entregues nas fábricas estão adequados. A produção de queijo continua ativa enquanto a demanda de atacadistas e serviços de alimentação está justa. No entanto, os estoques de queijo, especialmente mozarela, permanecem elevados em muitas fábricas. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

NO RADAR
A Fundação Banco do Brasil investiu R$ 150 mil na construção de nove miniqueijarias nos municípios de Bom Jesus e São José dos Ausentes. A parceria com a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite dos Campos de Cima da Serra (Aprocampos) tenta fomentar negócios sustentáveis com geração de renda para as famílias participantes. (Zero Hora)
 

 

Porto Alegre, 01 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.668

 

65% pessoas não tolera a lactose. Mas pintá-la como vilã é um exagero, e abandonar os laticínios sem necessidade pode ser uma roubada para a sua saúde

A primeira coisa que você provou na sua vida foi leite. Foi leite também a única coisa que você "comeu" até os 6 meses de idade, substituindo qualquer outra comida, bebida e até mesmo a água. É "leite que nunca azeda" o que jorra no paraíso muçulmano e é ele que existe em abundância na terra prometida dos judeus. Cleópatra se banhava em leite para ficar eternamente jovem. 

Segundo a lenda, Rômulo, o irmão de Remo, só fundou Roma porque foi amamentado por uma loba. Hoje, o leite é o segundo alimento mais consumido do planeta - atrás apenas do milho - e nós brasileiros tomamos 60 litros desse líquido milagroso por ano. E ele é milagroso mesmo: um copo de leite de vaca tem os carboidratos de uma fatia de pão, as proteínas de um ovo, o fósforo de uma concha e meia de feijão e o cálcio de 1,4 kg de espinafre.

Recentemente, porém, o leite anda sofrendo de uma estranha má reputação. Cada vez mais pessoas estão se descobrindo intolerantes à lactose - e fazendo cara feia para pães de queijo, pizzas e outras delícias lácteas. A intolerância acontece quando o corpo não consegue metabolizar direito o açúcar do leite, a lactose. Resultado:   gases, diarreia, cólicas, numa intensidade que varia de acordo com o grau da intolerância. Assim como já aconteceu com o glúten, o ovo e a gordura animal, a lactose é o novo vilão da alimentação, e está perdendo lugar nas prateleiras dos supermercados. Segundo a Tetra Pak, o mercado de leite sem lactose cresceu 224% nos últimos três anos no Brasil. Nos EUA, ocupou um nicho de US$ 6,7 bilhões em 2015 - e a expectativa é que chegue a US$ 8,8 bilhões até 2020.

Os efeitos da intolerância não são agradáveis, mas o fenômeno não deveria ser novidade: segundo um estudo da Universidade de Uppsala, na Suécia, apenas 35% da população mundial consegue metabolizar normalmente a lactose. Em alguns países asiáticos e africanos, como a Tailândia e a Namíbia, só 10% dos habitantes digerem leite. No Brasil, segundo uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP1, 57% dos brancos e pardos, 80% dos negros e 100% dos descendentes de japoneses são intolerantes no Brasil. Ou seja, com base nos critérios de cor e raça do IBGE, temos que 60% da população presenta algum grau de intolerância.
Mas, se o intestino de tanta gente não sabe lidar com o leite, como ele ainda é tão popular? E, se ele faz tão mal, por que não é cortado de vez da dieta? Para essas respostas, precisamos entender primeiro nossa longa vida de amor e ódio com esse líquido branco.
 
 

Há 280 milhões de anos, a Terra era um lugar inóspito. A Pangeia - aquele imenso continente único - havia se formado há pouco tempo e a vida longe dos litorais estava cada vez mais quente e seca. Por essa época, caminhava sobre o nosso planeta um estranho tipo de animal. Eles tinham rabos compridos, quatro patas curtas que sustentavam um corpo rechonchudo, e mandíbulas poderosas: se você olhasse hoje, os chamaria de "dinossauros", embora os verdadeiros ainda demorassem 50 milhões de anos para surgir. Esses bichos ancestrais eram os sinapsídeos, e tinham o hábito de ficar sentados sobre seus ovos. As fêmeas chocavam suas crias ainda encapsuladas não só para aquecê-las, mas para hidratá-las. Sim, os ovos desses sinapsídeos ainda não haviam desenvolvido as cascas duras e calcárias que conhecemos hoje em pássaros e répteis: eles eram molengas e cobertos por películas permeáveis, que permitiam a entrada e a saída de líquidos. Como esses bichos viviam em terra firme (e quente), cada vez que uma mãe sinapsídia desse uma voltinha para buscar comida, seus ovos ficavam lá, debaixo do sol, perdendo água. A solução, então, era sentar sobre os filhotes e "suar" em cima deles para que se enchessem de líquido de novo. Ao longo de milhões de anos de evolução, porém, esse "suor" foi ficando mais enriquecido: ganhou açúcares, sais minerais e proteínas - e os poros que secretavam essa água inicial foram se transformando em glândulas mamárias. Sim, esse protodinossauro gorducho era a sua tataravó - e a de todos os mamíferos que existem hoje em dia: os primeiros animais a alimentar a prole com um líquido que jorrava de seu próprio corpo.

Assim como todos os outros mamíferos do mundo - do ornitorrinco à baleia -, excretamos leite: é a maneira com a qual mantemos nossos filhotes vivos nos primeiros meses de vida. Mas, ao contrário de todos os outros mamíferos, somos os únicos que continuam tomando o líquido depois de adultos - isso porque somos os únicos que produzem lactase, a enzima que quebra a lactose, depois da infância. O leite que alimenta todos os filhotes do planeta (menos os de algumas espécies de leão-marinho) contém lactose, o que explica por que é raro haver crianças intolerantes (há crianças alérgicas à proteína do leite, o que é diferente e pode matar). A dificuldade de digerir leite só aparece a partir dos 7 ou 8 anos, à medida que o sistema digestivo se desenvolve - e acomete muita gente, como já vimos. Produzir lactase é uma habilidade recente na história do Homo sapiens. Há 11 mil anos, todos os humanos do planeta eram intolerantes. Nessa época, estávamos apenas começando a desenvolver a agricultura e a domesticar animais, deixando para trás os hábitos caçadores-coletores, na chamada Revolução Neolítica. Foi no Oriente Médio que nossos antepassados aprenderam que era muito mais fácil manter um estábulo do que ficar andando de um lado para o outro para encontrar o almoço. Começamos criando cabras, e logo estávamos amarrando ovelhas, porcos e vacas no quintal. Um pouco depois disso, graças ao excedente de leite gerado pela pecuária, já estávamos também produzindo queijo. Quem descobriu isso foi um grupo de pesquisa internacional chamado Lactase Persistence in the early Cultural History of Europe - ou, espertamente, LeCHE - liderado por Mark Thomas, um geneticista da University College de Londres. O objetivo da equipe era descobrir como os seres humanos começaram a digerir a lactose e de que maneira esse traço se espalhou pela população. Os cientistas encontraram cerâmicas de 8.500 anos de idade repletas de furos minúsculos, na Mesopotâmia, sul do Iraque. Logo surgiu a teoria de que os vasos eram usados para produzir queijo, já que recipientes parecidos são usados até hoje. A certeza final veio quando uma geoquímica britânica descobriu que a parte interna das cerâmicas estava coberta de resquícios de gordura animal, o que provava que os potes eram usados para separar o soro da parte sólida do leite. Ou seja, para fazer queijo. O que é mais difícil de explicar - e o que justifica um pouco da confusão atual sobre a intolerância - é que esses nossos antepassados estavam produzindo queijo antes mesmo de conseguir digerir lactose, o que só aconteceu há 7.500 anos.
 
 

Mutantes com orgulho
O pequeno milagre que fez com que você pudesse comer pizza no domingo à noite é uma mutação que surgiu entre pastores húngaros há sete milênios. É nessa época que viveram os primeiros humanos capazes de produzir lactase em seus intestinos, e que podiam tomar litros de leite sem passar mal depois. Foi uma mutação fulminante para a espécie humana, que gerou aquilo que cientistas chamam de "os genes mais fortes já vistos no genoma". Em pouco tempo, ela tomou o continente europeu. Pudera: um estudo de Harvard calcula que indivíduos que conseguiam digerir leite deixaram descendentes 19% mais férteis3 do que os outros. Essa vantagem evolutiva é consequência direta da composição do leite. Ele era muito melhor do que quase todos os alimentos que havia ao redor.
Graças a ele, o homem passou a não depender apenas da carne para consumir aminoácidos essenciais, aqueles que nosso corpo não fabrica. Sua alta concentração de cálcio desenvolveu ossos que fraturavam menos - e permitiu que habitássemos regiões com menor incidência de sol, como o norte da Europa. Lá, o leite se tornou a principal fonte de vitamina D - não à toa, os escandinavos até hoje são o povo mais tolerante à lactose do mundo. O leite também não dependia do clima e das condições do solo para ser cultivado: mesmo que o inverno fosse rigoroso, o gado seguia sendo ordenhado. E o melhor: o leite é fonte de proteínas e gorduras ao longo de toda a vida do animal - não apenas uma única vez, no abate. Valia muito mais que um bifinho.
 

 
Mas eis aqui o maior mito que cerca a intolerância à lactose: nem todo produto feito de leite contém lactose. É por isso que aqueles homens mesopotâmios já comiam queijo antes de carregarem a mutação. Cientistas acreditam que, antes da mutação, os humanos tenham tentado tomar leite - e corrido para o banheiro depois. Mas também acreditam que alguns tenham tentado tomar um copo de leite depois de deixá-lo parado por um tempo no calor do Oriente Médio, quando já estava meio fermentado. Produtos fermentados, como iogurtes, coalhadas e queijos têm muito menos lactose do que leite fresco, e podem ser ingeridos mesmo por quem é intolerante (ver na página ao lado). No caso do iogurte, por exemplo, as bactérias que são adicionadas ao leite quebram de 25 a 50% do açúcar que havia antes. Queijos duros e curados por muito tempo, então, quase não têm lactose - repasse essa informação até chegar àquela sua tia que paga mais caro pelo parmesão zero lactose. Justamente porque a intolerância não é mortal, a mutação se espalhou de forma irregular pelo planeta - o que explica por que até hoje há tantas pessoas com a condição no mundo. E é assim que chegamos aos intolerantes modernos.
 
 

A era da intolerância
 Desde criança, Flavia Machioni tinha problemas de digestão. Sem um diagnóstico para explicar os constantes enjoos e dores de barriga que sentia, ela seguia uma alimentação normal, cheia de brigadeiros, pizzas e doces. A despreocupação com o que colocava no prato acabou em 2011, quando, numa visita ao médico, descobriu que era intolerante à lactose. A publicitária começou então a procurar alternativas para uma dieta sem leite, mas não encontrou. Assim, Flavia resolveu ela mesma criar um blog de receitas, o Lactose Não. "São seis anos estudando e mudando meus hábitos alimentares. No mercado, você passa a olhar para as prateleiras que nunca olhou", diz ela. Desde 2011, Flavia foi diagnosticada com outras restrições alimentares e se especializou em culinária funcional. Além das receitas, ela dá cursos para pessoas que sofrem quadros parecidos com o dela - sua página no Facebook tem 125 mil seguidores; no Instagram, são 105 mil.
 
 
 
Assim como Flavia, a maior parte dos intolerantes relata sofrer de enjoos, diarreias e dores de barriga depois de consumir leite. Isso porque a lactose é digerida no intestino delgado. É ele que produz a lactase, e a quebra em outras duas partículas menores, a glicose e a galactose, que serão absorvidas pelo sangue. Em uma pessoa intolerante, no entanto, a lactose passa pelo intestino delgado e chega inteira ao intestino grosso. Quando chega inalterada ao cólon, ela é fermentada por bactérias, que fabricam dióxido de carbono, hidrogênio e ácido lático - daí o mal-estar.

 A condição costuma se agravar à medida que as pessoas envelhecem. Imagine o sistema digestivo como um encanamento fino e sensível que absorve os nutrientes úteis para o corpo. Se, ao longo do tempo, passarem muitas substâncias corrosivas por lá, as paredes dos canos vão enferrujar e não conseguirão reter o que é valioso. Essas "ferrugens" são as lesões no intestino que atrapalham a digestão da lactose: elas se agravam com o uso frequente de antibióticos, com infecções repetidas e em quem tem síndrome do intestino irritável, por exemplo. "A forma como nos alimentamos não é mais a mesma. Hoje, com tanta comida industrializada, estamos sempre inflamados, o que dificulta a capacidade de metabolizar alimentos", diz Ana Paula Moschione Castro, imunologista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Ao contrário da alergia à proteína do leite - que atinge apenas 3,5% dos adultos e que, essa sim, pode gerar sintomas perigosos, como choques anafiláticos ou sangue nas fezes - a intolerância não é fatal. É incômoda, mas não perigosa. Por isso, há quem defenda que o leite não deve ser eliminado da dieta sem critério. Justamente por ser um alimento tão rico e insubstituível, cientistas alertam que cortá-lo pode fazer mais mal do que bem. Os benefícios vão além do óbvio. A caseína, a proteína do coalho, transporta vitaminas e sais minerais dentro do sangue, e o soro ajuda a matar bactérias, fungos e vírus. Já as proteínas do leite liberam hormônios que aumentam a massa muscular e saciam a fome - ou seja, até ajudam a controlar o peso. 

"O leite é um alimento que traz mais benefícios que riscos. Até a versão integral traz vantagens: por ter gordura, é uma fonte de vitaminas lipossolúveis, como a A, a D, a E e a K. O leite desnatado tem menos dessas vitaminas", diz Anna Carolina di Creddo Alves, nutricionista do Hospital das Clínicas de São Paulo. 

Mas o maior argumento a favor do leite está no cálcio. Ele é o mineral mais abundante do corpo, e funciona como um combustível para as células. Quem não ingere a quantidade recomendada (1,2 grama/dia) pode sofrer de osteoporose, insuficiência cardíaca, depressão, demência - e 98% dos brasileiros não consomem esse valor. Além disso, o cálcio do leite é quase insubstituível: um prato cheio de  espinafre ou brócolis não tem o mesmo efeito no corpo que tomar um copo de leite, porque enquanto a lactose e as proteínas do leite ajudam na absorção do mineral no intestino, o ácido fítico presente em vegetais a diminui.  Pesquisas comprovam que a grande maioria dos intolerantes pode consumir até 12 gramas de lactose sem consequências graves, o equivalente a um copo de leite ou pouco mais de dois potes de iogurte, sem sintoma algum. A agência de saúde australiana também defende que intolerantes podem consumir até três copos de leite, se a pausa entre eles for de boas horas. Por isso, não é recomendado cortar os laticínios sem aval médico. O diagnóstico só pode ser feito com testes clínicos: exames de sangue, de fezes, de hálito ou biópsias intestinais. O problema é que muita gente acaba se rotulando intolerante mesmo sem fazer os testes - e começa a cortar laticínios por conta própria. 

De fato, um estudo4 feito com 200 voluntários em Milão, na Itália, mostrou que as pessoas não sabem detectar a condição sozinhas: aqueles que achavam que eram intolerantes não necessariamente eram intolerantes. Outra pesquisa5 feita pelo Departamento de Agricultura americano mostrou que pessoas que acreditavam ser intolerantes consumiam menos cálcio (obviamente), e já tinham índices mais altos de diabetes e pressão alta. Isso não quer dizer, é claro, que todo mundo deve tomar leite independente de como se sente depois - mas mostra que é melhor fazer os testes antes de mexer na dieta. "Cada época tem sua vítima. O ovo era demonizado, depois foi o glúten, a carne, agora o leite. E a maioria das pessoas não faz os exames para se certificar de que é o leite que está fazendo mal e deixa de consumir um ótimo alimento. Antes de entrar na onda da indústria zero lactose, é necessário fazer os exames clínicos", diz a diretora da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, Olga Amancio.
 
 

Mercado branco
Quem se dá bem com a moda da lactose zero são as empresas, que não param de lançar produtos "zero lactose". Se fosse hoje, Flavia Machioni não sentiria tanta dificuldade ao passear pelas gôndolas do supermercado: elas agora estão cheias de queijo, sorvete napolitano, iogurte grego de frutas vermelhas, capuccino instantâneo e até doce de leite mineiro sem lactose. No Brasil, o primeiro produto lácteo para intolerantes foi lançado em 2012, e hoje mais de 20 marcas fabricam sem lactose. Desde 2014, as vendas de leite UHT sem lactose cresceram 224% no Brasil, e representam 4% do mercado de laticínios. As versões sem lactose costumam ser mais adocicadas: têm lactase adicionada e a glicose e a galactose já vêm quebradas na caixinha.
 
 

O aumento das vendas de produtos sem lactose também pode explicar a febre da intolerância. Se você vê uma prateleira de mercado lotada de iogurtes zero lactose, é natural que comece a se questionar se você também não precisa tomar um desses no café da manhã. Para Isleide Fontenelle, professora da FGV e autora do livro O Nome da Marca, os produtos sem lactose fazem parte de uma tendência que já conhecemos bem: o consumo responsável. A comida não pode apenas alimentar: ela precisa fazer bem, ter uma história para contar. "O consumo responsável pode ser pelo planeta (ambiental), pelo outro (social) ou por si mesmo (individual). 

No último caso, o consumo precisa ser saudável, algo que forneça um equilíbrio físico e mental para o consumidor", diz. "É uma resposta do mercado diante de uma desconfiança que temos da indústria alimentícia. Aí o mercado inventa um produto novo." Para as empresas, os produtos zero lactose também têm a vantagem de ser 30% mais caros do que os tradicionais - além disso, a margem de lucro sobre mercadorias mais caras costuma ser maior. De fato, não seria de se estranhar se um novo laticínio invadisse o Brasil nos próximos anos: o A2 Milk, que já é sucesso na Nova Zelândia, o maior exportador de leite em pó do mundo. O A2 Milk é um leite de ultranicho: ele tem um tipo específico de caseína que é parecida com a do leite materno, e que não causa reações em algumas pessoas alérgicas à proteína do leite - ou seja, não serve nem para todos os alérgicos. Ainda assim, esse novo leite corresponde a 12% do mercado neozelandês. 

No Brasil, a Embrapa já está selecionando vacas geneticamente para que elas produzam o leite menos alergênico. Ou seja, não será surpreendente se nos próximos anos cada vez mais pessoas descobrirem que são alérgicas à proteína do leite também - e que o A2 Milk vire febre no Brasil. Todo esse malabarismo mercadológico, na verdade, só mostra o óbvio: ninguém quer parar de tomar leite - seja sem gordura, sem proteína, sem lactose. O que faz todo sentido. Sem o leite, não seríamos nada mesmo. Melhor ainda se não precisarmos pagar mais caro por ele. . (Super Interessante/Terra Viva)

 

MISSÃO RUMO AO ORIENTE
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, vai integrar missão comercial organizada pelo governo federal que passará por Coreia do Sul, Singapura, Malásia e Emirados Árabes. A intenção é ampliar o volume de negócios na área de carnes e arroz. A futura retirada da vacina da febre aftosa será um dos argumentos para prospectar exportações na área de proteína animal. A viagem é de 6 a 16 deste mês. (Zero Hora)