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08/02/2018

 
 

Porto Alegre, 08 de fevereiro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.672

 

Importações começam 2018 em queda

As informações da balança comercial de janeiro de 2018 confirmaram as expectativas de queda nas importações lácteas brasileiras. Dados divulgados pela AliceWeb mostram que em janeiro o Brasil importou 65,6 milhões de litros em equivalente leite, queda de 14,6% em relação a dezembro/2017 e de 57% em relação a janeiro/2017 (quase 87 milhões de litros de leite a menos). Em relação à média dos meses de janeiro dos cinco anos anteriores (2013-2017), em 2018 o Brasil importou 31,1% menos leite, conforme mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Importações brasileiras de leite em milhões de litros. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base nos dados da AliceWeb. 
 

Acompanhando o menor volume importado, em janeiro/2018 os gastos do Brasil com importação de leite foram 48% menores em relação a janeiro/2017, fechando em quase US$ 30,6 milhões. Porém, o leite em janeiro/2018 teve um custo aproximado de US$ 0,47/litro, enquanto o mesmo leite há 12 meses possuía um custo de US$ 0,39/litro - uma das justificativas para a redução do volume importado (os preços do mercado brasileiro hoje estão, em média, cotados a US$ 0,35/litro).

Quanto aos produtos comercializados, em janeiro, como de costume, os leites em pó foram o "carro chefe" das importações, representando 53% do volume importado em toneladas (integral 34% e desnatado 18%), seguidos pelos queijos (23%). Seguindo a tendência, na comparação anual, as importações destes produtos foram mais fracas em janeiro/2018 que em janeiro/2017, conforme indica o gráfico 2.

Gráfico 2. Volume importado dos principais produtos. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base nos dados da AliceWeb. 
 

Quanto às exportações, em janeiro/2018 foram embarcados 10,5 milhões de litros em equivalente leite, queda mensal de 17,4% (-2,2 milhões de litros), e de 52,5% em relação a janeiro/2017, gerando uma receita de US$ 5,36 milhões.

Como resultado, o saldo da balança comercial láctea brasileira fechou negativo em cerca de 60 milhões de litros, praticamente metade do que observou-se em janeiro de 2017 (observe a evolução do saldo da balança comercial no gráfico 3).

Gráfico 3. Saldo da balança comercial láctea brasileira. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base nos dados da AliceWeb. 
 

A tabela abaixo mostra como se comportaram as importações e as exportações dos produtos negociados em janeiro/2018, bem como seus respectivos saldos. (MilkPoint)

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.
 

Lendas sobre o leite respondidas pela ciência

Todos os Ministérios da Saúde do mundo situam o leite no topo da pirâmide nutricional. E o fazem porque é um alimento indispensável para crianças e adultos. Todavia, de um tempo para cá o líquido branco encontrou uma multidão de detratores. Essa má fama é devida a uma série de informes não científicos que aparecem constantemente na imprensa e nas redes sociais que difundem falsos mitos sobre esse alimento.

1. O leite é um alimento processado que perde suas propriedades. Em uma fábrica de leite o que se faz é esquentar e esfriar para eliminar qualquer tipo de contaminação microbiológica e favorecer que seu consumo possa ocorrer de forma segura durante um período mais longo de tempo. Não perdem nutrientes. Conforme sejam integrais ou desnatados, podem perder água ou algum índice de gordura no caso dos que subtraem nata (desnatados).

2. Contêm açúcar. É verdade que o leite contém açúcar. Mas leia atentamente antes de levar as mãos à cabeça. Se trata de açúcar natural, não modificado, que se apresenta em forma de lactose que cumpre funções muito relevantes em nosso organismo e é metabolizado de forma diferente do açúcar comum (sacarose). Mas, para os que insistirem na lenda, é fundamental saber que só existe 4% de açúcar (lactose) no leite. E têm mais, todas as autoridades de saúde dos países desenvolvidos são unânimes em afirmar que o leite não influi na diabete tipo 2. Acaba de sair mais um estudo no "European Dairy Association", confirmando a incidência quase nula do leite em diabetes.

3. O leite engorda. É um argumento falso. Em primeiro lugar há de entender que o leite é um ótimo veículo para substâncias lipossolúveis como as vitaminas A, D, E e K. Isso quer dizer que a quantidade dessas substâncias lipossolúveis tão importantes para nosso organismo está diretamente relacionada com a quantidade de gorduras importantes. Mas, para aqueles que se assustam com a possibilidade de engordar com o leite, é importante conhecer que só existe 3,5% de gordura no leite integral. Uma quantidade insignificante. No leite semi-desnatado só há 1,8% de gordura e 0,5% no desnatado. Assim é possível dizer que o leite aporta uma grande quantidade de nutrientes com um conteúdo calórico quase nulo.

4. Posso manter a quantidade de cálcio necessária sem consumir leite. É verdade, mas improvável. Para fazer essa troca terá de ingerir enormes quantidades de tomilho, canela em pó, sardinha, amêndoa, avelã, tofu, espinafre e alguns outros que não fazem parte da alimentação diária do brasileiro.

5. As bebidas vegetais são nutricionalmente melhores. Soja, coco, amêndoa e aveia capitaneiam a lenda de que substituem o leite. Em nenhum caso as bebidas vegetais são nutricionalmente equivalentes ao leite e nem se podem ser consideradas substitutas dele. Elas não compensam a ingestão de nutrientes que se perdem ao deixar de consumir leite e produtos lácteos. Estão induzindo a uma piora na densidade nutricional, especialmente no que se refere a alguns micronutrientes.

Os alimentos com omega 3 que necessitamos ingerir todos os dias.
Eles reduzem o risco de enfermidade coronária entre 6% e 18%. Essa é a principal conclusão do macro-estudo sobre o omega 3 que acaba de ser publicado na revista "Mayo Clinic Proceedings", que inclui mais de 800.000 pessoas em 40 países. Essa é uma pesquisa que praticamente encerra qualquer dúvida que existia sobre os benefícios do omega 3. Há outros estudos de menor vulto, também de menor credibilidade, que apontam que os omegas 3 ajudam a combater a diabetes, a obesidade, protegem do Alzheimer e ajudam no tratamento de alguns tumores, como os de mama e do cólon.

Não só evitam enfermidades coronárias: na infância estão implicados no desenvolvimento nervoso e no da retina. Mas há um grande problema: nosso organismo não consegue sintetizá-lo. Temos de ingerir alguns alimentos que aportarmos sua eficiência. Como regra, não ingerimos o mínimo necessário para obtermos seus bons efeitos.
Quanto temos de tomar? São 150 mg por dia para crianças de 2 a 4 anos, 200 mg por dia entre 6 e 18 anos e 250 mg por dia para adultos. Felizmente, há vários alimentos que facilmente podemos adquirir e ingerir para obtermos as quantidades mínimas necessárias de 

omega 3.
Comecemos com o leite. Basta um copo diários de leite para obtermos 125 mg de omega 3, a metade necessária. Se não quiser o leite, bastam 7 pequenas nozes para ultrapassarmos de longe a quantidade mínima. Assim como 100 gramas de salmão, sardinhas, mariscos ou de anchovas. No mundo vegetal, a recomendação cinge-se apenas ao espinafre, bastam 100 gramas da comida do Popeye para obtermos a metade necessária de omega 3. A carne bovina só conta para o mínimo de omega 3 se a vaca comer pasto.(Edairynews)

Nestlé pagará prêmio a produtor que fornecer leite livre de hormônios

A suíça Nestlé informou hoje que vai pagar um bônus de R$ 0,07 por litro a pecuaristas brasileiros que fornecerem leite produzido por rebanho sem tratamento com hormônios e estimulantes. O programa, denominado Nature, que visa incentivar a produção de "um leite mais próximo possível do natural", segundo a empresa, é uma evolução de um já existente, Boas Práticas na Fazenda (BPF), criado em 2005, com o objetivo de estimular o fornecedor "a produzir um leite de melhor qualidade e com maior segurança e rentabilidade". 

No BPF Nature, serão avaliados na produção de leite fatores como água (medição com hidrômetros), bem-estar animal (mochação com uso de anestesia e analgesia; e suspensão da utilização dos hormônios BST e ocitocina, usados para induzir a lactação) e meio ambiente (correta destinação e tratamento dos dejetos). A partir de março, os fornecedores de leite interessados em se adequar receberão o Manual de Boas Práticas na Fazenda Nature, com as informações necessárias para a implementação. Os que aderirem ao programa serão submetidos a auditoria para verificar se os critérios estão sendo atendidos. 

Hoje, o produtor que participa do programa Boas Práticas recebe R$ 0,03 por litro de leite por adequar sua fazenda nos temas de saúde animal, drogas veterinárias, alimentação animal, ordenha e armazenagem do leite. Se aprovado também no BPF Nature, o produtor passará a receber mais R$ 0,07 por litro de leite, somando um prêmio de R$ 0,10, informa a Nestlé em nota. "Hoje, 98% dos nossos parceiros estão certificados e adotam as práticas estabelecidas pelo programa [BPF]. Entendemos que chegou a hora de evoluir e capacitar ainda mais o nosso produtor sobre a importância de estar inserido nesse contexto de responsabilidade de fornecimento social e sustentável", afirma René Machado, Head de MilkSourcing da Nestlé Brasil, na nota. (Valor Econômico) 

Produtor pede compra no bloco
Após se reunir, ontem, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o deputado Luís Carlos Heinze informou que irá solicitar à Camex uma reunião para discutir a possibilidade de produtores brasileiros adquirirem insumos nos países do Mercosul. A alegação é de que a circulação de produtos como arroz e leite ocorre livremente entre os países do bloco, o que não ocorre com fertilizantes e defensivos, que conforme pesquisa recente da Farsul, são mais baratos no Uruguai e na Argentina. (Correio do Povo)

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