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05/04/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 05 de abril de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.120


Setor leiteiro pede ajuda ao governo estadual

Clamor por medidas protetivas adotadas em outros estados marca o lançamento da Fenasul Expoleite, que se realiza de 15 a 19 de maio, no Parque Assis Brasil, em Esteio

O lançamento da 8ª Fenasul/45ª Expoleite, que ocorrerá de 15 a 19 de maio, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, foi palco para novos apelos em defesa do setor leiteiro. Reunidos na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em Porto Alegre, os produtores pediram que o governo do Estado adote medidas protetivas à produção de leite do Rio Grande do Sul, como ocorreu em outras unidades da federação.

Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando) e da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Marcos Tang, as ações já foram anunciadas em Minas Gerais, Goiás, Pernambuco e Paraná, onde o segmento igualmente amarga prejuízos decorrentes da alta nas importações de lácteos do Mercosul.O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, lembrou que o número de produtores de leite no RS despencou 60,78% em quase uma década, recuando de 84 mil, em 2015, para 33 mil, em 2023, conforme a Emater/RS-Ascar.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, citou que o setor arrozeiro gaúcho resolveu problemas apostando nas exportações e indicou o exemplo ao setor produtivo leiteiro. Pereira também informou que a crise do setor é alvo de análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).O resultado deve basear novos pleitos ao governo federal. “Enquanto isso não acontece, temos que criar alguma coisa em nível de Estado para proteger o nosso produtor”, reforçou o dirigente.

O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, presente no lançamento da Fenasul Expoleite, afirmou que o Estado respeita e valoriza a produção agropecuária. E se comprometeu em levar os pedidos ao governador Eduardo Leite e para a Secretaria da Fazenda.

A Fenasul Expoleite 2024 contará com julgamentos e concursos das raças de gado de leite, Multifeira da Prefeitura de Esteio, provas de equinos, como uma das classificatórias ao Freio de Ouro e o rodeio da Fenasul, exposição de animais e seminários. Entre os destaques também está a exposição das agroindústrias familiares, a qual, para Carlos Joel da Silva, “está caindo no gosto popular”. Marcos Tang citou a participação da Associação Gaúcha de Professores do Ensino Técnico Agrícola (Agptea) e confirmou a realização de um projeto pedagógico organizado pela entidade na mostra, voltado a estudantes e chamado de "Fazendinha".

SERVIÇO:
O que: 8ª Fenasul/45ª Expoleite 2024 - exposição de raças leiteiras, búfalos, caprinos, cavalos, pequenos animais, multifeira e agroindústria familiar. A feira terá a Classificatória Regional Gaúcha Sul, organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulo (ABCCC). A Associação Gaúcha de Professores do Ensino Técnico Agrícola (Agptea) desenvolverá atividades técnicas científicas e terá um projeto pedagógico para estudantes, chamado de “Fazendinha”.
Quando: de 15 e 19 de maio
Onde: Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio
Organizadores: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando), Federação da Agricultura do RS (Farsul), Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS) e prefeitura de Esteio. (Correio do Povo)


GDT: abril inicia com recuperação nos preços 

Durante o primeiro leilão de lácteos da plataforma GDT do mês de abril, realizado no dia 02/04, os preços internacionais dos principais derivados lácteos apresentaram uma recuperação. Com uma variação de 2,8% em relação ao evento anterior, o preço médio das negociações ficou em US$ 3.558/tonelada, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Neste último leilão, ao contrário do que foi observado anteriormente, todas as categorias acompanhadas apresentaram avanços em seus preços médios.

O queijo, que havia apresentado uma desvalorização, registrou um importante avanço de 4,1% em seu preço médio, de US$ 4.340/tonelada, atingindo o maior patamar dos últimos quatro eventos.

Os leites em pó também apresentaram valorizações. O leite em pó integral atingiu o preço médio de US$ 3.246/tonelada, com um avanço de 3,4% em relação ao evento anterior, enquanto o avanço registrado para o leite em pó desnatado foi de 1,4%, sendo negociado na média de US$ 2.550/tonelada.

Já a manteiga também apresentou uma valorização e atingiu o maior patamar registrado nos eventos desde maio de 2022, sendo negociada em torno de US$ 6.592/tonelada, uma alta de 3,1% em relação ao evento anterior.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 02/04/2024.
 

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Sobre o volume negociado no evento não houve nenhuma novidade, com mais um recuo sendo registrado. Com um total de 18.737 toneladas sendo negociadas, pôde ser observada uma queda de 4,7% em relação ao volume negociado no evento anterior, renovando o menor patamar registrado nos eventos desde junho de 2020, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.


 
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

No mercado futuro da Bolsa de Valores da Nova Zelândia para o leite em pó integral, ainda é possível observar uma continuidade na tendência de queda, como pode ser observado no gráfico 3.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).


 
Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.

No mercado internacional, a oferta global dos principais exportadores ainda se encontra em baixos patamares. Incluindo o nosso principal fornecedor, a Argentina, que vem registrando fortes quedas em sua produção, em decorrência de um cenário bastante complicado para os produtores de leite no último ano, com queda nos preços recebidos pelo leite e aumento nos custos. Somado a isso, o mercado interno no país apresenta também um intenso recuo no consumo, sem expectativas de melhora no curto prazo.

Em relação a balança comercial do país, segundo informações da Direção Nacional de Lácteos da Argentina, as exportações argentinas apresentaram um avanço de 11% em seu volume nos primeiros dois meses de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, com o leite em pó sendo o principal produto exportado. Como consequência, também foi registrada uma queda em seu estoque interno de leite em pó, em cerca de 19% em fevereiro deste ano em relação a fevereiro de 2023.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.

Apesar do avanço nos preços internacionais dos lácteos neste último leilão GDT, a disponibilidade de leite nos principais fornecedores brasileiros, principalmente a Argentina, seguirão sendo um dos principais fatores determinantes para a competitividade dos produtos lácteos importados no Brasil. Sendo necessário acompanhar tanto a produção de leite no país como seu consumo interno. (Milkpoint)

Argentina – Caíram fortemente as vendas de produtos lácteos no mercado interno

Consumo/AR – A deterioração do salário da população argentina nos últimos tempos ficou demonstrada nos dados recém publicados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA). As vendas de produtos lácteos caíram fortemente no mercado interno.

De acordo com o boletim publicado pelos analistas, as vendas apresentaram, no mês de fevereiro de 2024, um volume 4,8% inferior ao mês passado e em litros equivalente leite caíram 5,1% na comparação mensal.

Na comparação interanual (fev/24 vs fev/23) houve diminuição de -16,8% em volume e de -13% em litros equivalente leite.

No acumulado do primeiro bimestre do ano o volume de produtos vendidos diminuiu 17,3% e 12,7% em litros equivalente leite, em relação ao primeiro bimestre de 2023.

Analisando por grupo de produtos, a redução foi grande em todos os itens, exceto, queijos, que caiu apenas 3,7% em litros equivalente leite.

Os produtos de maior valor agregado e unitário como queijos frescos, queijos ralados ou leites aromatizados, iogurtes, flans e sobremesas, apresentaram uma grande queda associada à elevação dos preços e defasagem do poder aquisitivo dos assalariados argentinos.

A informação foi retirada do Painel das Indústrias Lácteas estabelecido a partir da Resolução 230/16 e informações históricas da Resolução 7/14 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca.

O Balanço Lácteo, que computa dados sobre produção, estoques, importações e exportações, calcula a diferença de consumo. Para o 1º bimestre de 2024 foi apurada queda de 10,9% do consumo total e, de 11,7% do consumo per capita, sempre medidos em litros equivalente leite.  

De acordo com o OCLA, produtos como leites aromatizados ou achocolatados, que apresentaram alta taxa de crescimento no ano de 2022 (+27%), e que não tiveram um desempenho tão bom no ano passado, quando cresceram 8,8%, agora em 2024, despencaram 45,1%. Situação muito similar à apresentada pelos Postres lácteos y flanes.

“O que fica contundente é que as vendas e por consequência o consumo, apresentam uma tendência de baixa nos últimos anos, e uma primarização dos mesmos (produtos mais básicos: leites fluidos não refrigerados, queijos em pedaços de segundas e terceira marcas e iogurtes líquidos de litro, mais econômicos) em detrimento dos produtos de maior valor agregado” explica o Observatório.  

O quadro é consequência da “forte deterioração dos níveis de renda real, especialmente nos segmentos médios, cuja margem de reduzir o volume de consumo, afeta o valor do mix de vendas fazendo com que se fature menos com as vendas internas”.

“Os controles de preço agravaram o processo de menor arrecadação da cadeia, assim como os direitos de exportação e a defasagem cambial”, destacou o OCLA.

“Em função deste novo cenário da política econômica, com liberdade de preços no mercado interno,  sem direitos de exportação e câmbio competitivo, a estrutura comercial do leite foi alterada significativamente (relação exportação e consumo interno). O maior poder de compra do leite ao produtor por parte da indústria ocorre quando o destino é o mercado externo. A inflação generalizada e a deterioração do poder de compra da população (em particular da camada intermediária que define os níveis de consumo mais elevados) abrem uma grande questão sobre o comportamento do consumo interno, notadamente a validação dos significativos aumentos de preços”. (Fonte: Dairy Global – Tradução livre: www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

Estado terá chuvas volumosas pelos próximos dias
A previsão indica chuvas com grandes volumes para os próximos sete dias no Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 14/2024, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga.Na sexta-feira (5/4), um sistema frontal se deslocará na direção nordeste, resultando em pancadas de chuva em todo o Estado. No sábado (6/4), uma massa de ar frio atuará sobre o Rio Grande do Sul, mantendo o tempo firme e reduzindo as temperaturas em todo o Estado. No domingo (7/4), uma área de baixa pressão associada a um cavado em médios níveis atmosféricos favorecerá a formação de condições de tempo severo sobre o Estado, com possibilidade de intensos acumulados de chuva em grande parte do território gaúcho. Na segunda (8/4), o sistema de instabilidade se deslocará em direção ao oceano, o que poderá resultar em pancadas de chuvas isoladas no norte do Estado na terça-feira (9/4) e quarta-feira (10/4). Os volumes de chuva mais expressivos para os próximos dias são esperados para o Litoral Norte, Campos de Cima da Serra e Vale do Taquari, de 50 a 150 mm. No Alto Uruguai, Fronteira Oeste e Região Sul, os acumulados ficarão entre 30 e 100 mm. Na Região da Campanha, ficarão de 20 a 100 mm. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)


 

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