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17/10/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de outubro de 2023                                                   Ano 17 - N° 4.005


Estudo reafirma a ‘tropicalização’ de cálculos sobre emissões no agro

Estudo do Observatório da Bioeconomia da FGV recomenda que o Brasil apresente suas métricas de emissão da agropecuária para se posicionar como líder da agricultura sustentável

Um touro criado no Brasil emite 72 quilos de metano anualmente. Um boi com mais de dois anos de idade, não confinado, emite entre 63 kg a 72 kg de metano anuais, dependendo do Estado da Federação em que está sendo criado.

Um bezerro emite 34 kg se tiver menos de um ano, mas serão 52 kg aos dois anos. Vaca de leite, depende — se for de baixa produção, entre 81 e 93 quilos, e a de alta produção, entre 60 a 96 quilos. Essas informações demonstram que padrões de emissão da agropecuária brasileira foram tropicalizados há anos e são diferentes dos preconizados por organismos internacionais.

Os dados fazem parte de uma acurada análise de pesquisadores do Observatório de Bioeconomia do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV. O estudo organiza métricas de emissões de gases-estufa na agropecuária brasileira e derruba argumentos do setor para ter reivindicado sua exclusão do Projeto de Lei 412/2022, que regulamenta o mercado de carbono no Brasil e avançou no Senado há dez dias.

Na introdução de suas 85 páginas, o estudo “Quantificação das emissões de GEE no setor agropecuário: Fatores de emissão, métricas e metodologias” faz uma apresentação de como funciona o sistema do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU, mostra as disparidades com o sistema nacional e indica os gargalos e desafios para que o inventário de emissões do país avance.

“O debate sobre o mercado de carbono explodiu, e começaram a falar coisas equivocadas sobre as emissões brasileiras do agro”, afirma Eduardo Assad, pesquisador do Observatório da Bioeconomia e coordenador do estudo.

“Disseram que os fatores de emissão no Brasil não são tropicalizados, mas isso ocorre há mais de 20 anos. Falaram que as métricas que usamos não são corretas e que têm que estar de acordo com as metodologias internacionais”, continua Assad, arquiteto do Plano ABC, da Agricultura de Baixo Carbono. “Ou que não é possível medir quanto emitem as vacas, o que é mentira”.

“A primeira mensagem do estudo é que os fatores de emissão do Brasil estão tropicalizados há muito tempo. A segunda, que temos ferramentas importantes que permitem calcular as pegadas de carbono e emissões em qualquer setor da agropecuária brasileira sem precisar recorrer a mecanismos e calculadoras estrangeiras”, diz.

Assad foi o coordenador técnico do último inventário nacional das emissões de gases-estufa, de 2020, um compromisso que o Brasil assumiu na Convenção da Mudança do Clima da ONU. “Foi um trabalho enorme, que embasou a 4ª Comunicação Nacional do Brasil à ONU e envolveu 300 pesquisadores”, lembra.

O estudo de agora retoma as informações do inventário e as relaciona com métricas internacionais. “É uma espécie de freio de arrumação. É preciso colocar equilíbrio na discussão. Prejudica o mercado não existir validação desses dados e métricas, que têm robustez científica”, diz Assad.

O estudo indica discrepâncias no uso de réguas internacionais de medição em relação às nacionais. O IPCC, por exemplo, considera que os bois emitem 56 quilos de metano por animal ao ano, “do Oiapoque ao Chuí, enquanto nós trabalhamos com boi de mais de 2 anos, boi até 2 anos, bezerros. E vamos criando categorias para demonstrar quanto realmente a pecuária emite no Brasil”, continua. O índice do IPCC é único para toda a produção na América Latina.

“O estudo mostra como é complexo mensurar um sistema que é tão heterogêneo”, diz a bióloga Camila Genaro Estevam, também pesquisadora do Observatório e autora do estudo. “Criar um boi no Pará é diferente de criar um boi no Rio Grande do Sul. Mas o IPCC tem um número de fator de emissão para fermentação entérica que é único para todas as classes de bovinos”, explica.

“Nós, contudo, observamos raças diferentes, que terão alimentação diferente, estarão em sistemas produtivos diferentes. Podem estar em uma pastagem bem manejada ou em uma degradada, ter um tipo de alimentação com aditivo alimentar, como no Rio Grande do Sul, ou ser um boi que se alimenta exclusivamente de pasto, como no Pará. Isso dá diferença nas emissões”, afirma.

Outra distorção, observa Camila Estevam, está no cálculo das emissões da soja. As métricas do IPCC podem estimar emissões três vezes superiores aos cálculos dos valores nacionais. O ponto da discórdia é o uso de nitrogênio, fertilizante de alta emissão. “Os cálculos do IPCC consideram que usamos nitrogênio, mas a soja brasileira usa fixação biológica de nitrogênio, que é prática sustentável, assim como o plantio direto”, esclarece Assad.

A terceira mensagem do estudo é pressionar órgãos internacionais a reconhecerem as métricas e práticas adaptadas à realidade tropical. “O Brasil deve se posicionar como líder da agricultura sustentável, apresentando um conjunto claro de critérios e métricas de emissão”, recomenda o estudo. (Globo Rural via Valor)


Gdt - Global Dairy Trade

Fonte: Gdt - Global Dairy Trade adaptado pelo SINDILAT/RS

 

CONSUMO DE LEITE | LEITE: IMPORTANTE EM TODAS AS FASES DA VIDA, MAS NA INFÂNCIA É ESSENCIAL

 

Nutricionista explica como o baixo consumo desse alimento pode comprometer o desenvolvimento da criança e empresário, que atua no mercado leiteiro há 40 anos, fala sobre a evolução deste produto.

 

Uma proteína barata, de fácil acesso e fonte de importantes substâncias essenciais ao organismo humano como vitamina A, vitaminas B1 e B2, cálcio e fósforo.

Esse é o leite, um alimento rico e que acompanha a grande maioria das pessoas da infância à melhor idade. Mas é quando somos crianças que essa bebida tão consumida no mundo se torna mais importante ainda.

 

De acordo com a nutricionista Marinna Reis, o leite, incluindo o de vaca que é o mais consumido no mundo, traz vários benefícios à saúde e ao desenvolvimento infantil. “É uma proteína que ajuda principalmente no fortalecimento muscular e no crescimento da criança.

 

Além disso, o leite é uma excelente fonte de micronutrientes como a vitamina A, que na fase da infância é extremamente relevante, porque é um nutriente que está ligado a funções importantes do corpo, como os sentidos (a visão em especial), ao crescimento de órgãos e tecidos e ao fortalecimento da imunidade”, explica a nutricionista.

 

Marinna alerta que a falta do leite na infância, pode causar alguns atrasos no desenvolvimento da criança. “A falta do leite nesta fase da vida prejudica muito, principalmente se a criança não tiver uma alimentação equilibrada. Sem ele, temos que pensar em uma fórmula para suprir todos os nutrientes que o leite traz, como: uma boa quantidade de vitamina D, Vitamina A, cálcio e outros”, enfatiza.

 

Evolução

Mas o leite para ser consumido em larga escala como é hoje passou por um longo processo de evolução. O que o diga quem hoje é responsável pela produção deste alimento, como o empresário e industrial André Luiz Rodrigues Junqueira, presidente do grupo Marajoara Laticínios.

 

Ele explica que por ser um alimento de origem animal, o leite de vaca e seus derivados precisam atender a um extenso e rigoroso conjunto de normas sanitárias.

 

“Da ordenha até seu envase na fábrica e também o seu transporte e armazenamento. De fato, são muitos cuidados que precisam ser tomados, mas essenciais para que o leite chegue pronto e seguro para consumo de todos, inclusive das crianças”, afirma o empresário, cuja família há mais de 40 anos atua no mercado leiteiro.

 

Segundo André Luiz Rodrigues, o leite chegou ao alto padrão de segurança alimentar que tem hoje graças à modernização dos seus processos industriais de beneficiamento. “É um produto que passou a ser totalmente seguro para o consumo quando começou a ser produzido em escala industrial, pois dessa forma é possível acompanhar o padrão de qualidade exigido pelas normas sanitárias que temos no país”,

ressalta.

 

André explica que essa evolução do leite como produto está presente especialmente nos métodos de conservação. “Hoje, os modernos processos de pasteurização e de esterilização, por meio do método UHT [da sigla em inglês para Ultra High Temperature], garantem um produto estéril de quaisquer microorganismos nocivos à saúde e, ao mesmo tempo mantêm as características essenciais de nutrição e sabor”, esclarece o industrial.

 

O executivo do Grupo Marajoara ressalta ainda que o leite é ainda um dos poucos alimentos produzidos em larga escala que é 100% natural.

 

Ele explica que a legislação sanitária brasileira não permite a adição de nenhum tipo de conservante ao leite, o que faz do alimento uma opção ainda mais saudável, tanto para adultos quanto para crianças. “É um alimento completo, de alto valor nutricional, totalmente seguro para o consumo, desde que passe por todas as etapas de processamento, e altamente acessível à população”, destaca André Luiz. (Compre Rural)


Jogo Rápido

Prêmio Sindilat de Jornalismo recebe inscrições até 01/11
Está chegando ao fim o prazo para a inscrição de trabalhos na 9ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. As criações que abordem a temática do leite podem ser enviadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) até o dia 1 de novembro. São três as categorias em disputa: Impresso, Eletrônico e On-line. Os primeiros lugares receberão como prêmio um troféu e um celular Iphone. Os segundos e terceiros classificados receberão um troféu de colocação. Para se inscrever é necessário enviar cópia da matéria, além de documento de identidade, registro profissional e ficha de inscrição preenchida e assinada ao e-mail imprensasindilat@gmail.com. O link está disponível abaixo, juntamente com o de acesso ao Regulamento completo. Realizada anualmente, a distinção irá premiar os melhores trabalhos que tenham sido produzidos no prazo entre 02/11/22 e 01/11/23. Não há limite de número de publicações a serem inscritas pelos candidatos e cada uma deve ser protocolada separadamente. A divulgação dos finalistas está prevista para acontecer até o dia 25 de novembro. Regulamento aqui. Ficha de inscrição aqui. (SINDILAT/RS)


 

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