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06/10/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de outubro de 2023                                                   Ano 17 - N° 4.001


Camex é convocada pela Câmara para falar sobre importações de leite no País
 
As importações de leite no País serão tema de audiência pública da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (10). A Câmara de Comércio Exterior (Camex) foi convocada para o encontro, proposto pelo deputado Heitor Schuch (PSB/RS), para explicar o aumento expressivo na entrada de lácteos no Brasil neste ano, oriundos principalmente do Mercosul. Este é o principal fator apontado para a queda nos preços do leite aos produtores que resultam na maior crise já enfrentada pelo setor.
 
De acordo com o Agrostat, plataforma de dados de comércio exterior do Ministério da Agricultura, a importação de leite em pó da Argentina e do Uruguai aumentou mais de quatro vezes entre janeiro e maio deste ano na comparação com os cinco primeiros meses de 2022. Em junho, foram importadas 72,8 mil toneladas do produto contra 16,9 mil toneladas no mesmo período do ano passado. Em termos de valores, as importações passaram de US$ 62,8 milhões para mais de US$ 282,1 milhões na comparação entre os mesmos períodos (janeiro a maio) de 2022 e 2023.
 
Conforme Schuch, a indústria de laticínios desempenha papel fundamental na economia brasileira, gerando empregos, fomentando o desenvolvimento rural e garantindo o fornecimento de alimento essencial à população. "É urgente, portanto, que sejam debatidos os efeitos dessas importações desenfreadas e suas consequências no mercado interno. E, também, abordar as regulamentações vigentes com objetivo de promover um mercado justo e equilibrado" afirma o deputado.
 
Além da secretária Executiva da Camex, Marcela Carvalho, estarão presentes na audiência representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, O secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul, Darlan Palharini, e o presidente da Frente Agropecuária Gaúcha, deputado Elton Weber (PSB), também participam do encontro.
 
O tema preocupa produtores, indústria, Legislativo e Executivo. Nesta semana, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, sem dar detalhes, que uma medida tributária deverá ser anunciada para aumentar a competitividade da cadeia produtiva do leite no País. O tema foi tratado por representantes do Mapa e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
 
"O governo nunca foi displicente. Nossas equipes trabalharam intensamente durante todo o fim de semana em busca da solução para que possamos dar uma resposta efetiva para este setor tão importante da nossa economia. A minha mensagem é de comprometimento", disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
 
O ministro ponderou que a relação comercial com o Mercosul é muito positiva para o Brasil, mas que todas as ações estão sendo observadas pelo governo, dentro das regras, para que os produtores de leite não sejam mais prejudicados.
 
O assunto é tratado com apreensão no âmbito do Grupo de Trabalho da Proteína Animal da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). O Assessor Executivo da Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (APIL), Osmar Redin, que integra o GT da Federasul, aponta que o setor está em crise desde 2021, e que as baixas do preço do leite chegaram ao limite em setembro de 2023.
 
Segundo ele, por não adotar mecanismos para subsidiar o produto, diferente do que ocorre em outros países, o Brasil sofre reflexos da crise mundial. "Não existem programas governamentais e nem políticas de longo prazo específicas para a atividade leiteira no País", acrescenta.
 
Redin enfatiza que iniciativas precisam ser implementadas com urgência, visando uma reação favorável para o setor leiteiro. "As pequenas indústrias precisam de créditos compatíveis aos seus produtos. As compras governamentais para programas sociais devem ser exclusivamente de produtos nacionais, impulsionando as produções locais. E a Reforma Tributária precisa ser mais clara sobre as leis, decretos, percentuais que possam impactar positivamente ao nosso setor", encerrou.As informações são do Jornal do Comércio


Fenatrigo debate Pecuária Leiteira em fórum
 
Pecuária leiteira - Realizado nesta quarta-feira (04/10), durante a Fenatrigo, em Cruz Alta, o “Fórum da Produção Pecuária: produção de leite no Rio Grande do Sul, cenário, perspectivas e caminhos” reuniu especialistas e produtores rurais para discutir avanços na cadeia produtiva do leite. 
 
O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e à Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), com apoio da Universidade de Cruz Alta, Smart Coop e RTC Rede Técnica Cooperativa. @@O que se sabe, a partir das informações transmitidas durante o Fórum, é que os investimentos por parte do Governo e a iniciativa privada do setor produtivo têm oferta garantida de Crédito Rural, rodoviário e energia elétrica no campo. No entanto, quase a metade dos 33.019 produtores de leite do Rio Grande do Sul se queixam do preço pago pela indústria, da falta de mão de obra, do elevado custo de produção e da falta de sucessores na atividade. Um dos palestrantes do Fórum, o assistente técnico estadual de Leite da Emater/RS-Ascar, zootecnista Jaime Ries, apresentou um estudo realizado neste ano no Estado. O estudo aponta mudanças no sistema de produção, com famílias migrando do sistema de pastagem com suplementação para os sistemas de semiconfinamento e confinamento, com preferência para galpões do tipo free stall e Compost Barn. A automação da ordem teve início em 2019, chegando em 2023 com 0,35% dos produtores utilizando robôs, e 0,05%, o sistema de ordem carrossel. A ordem manual praticamente desapareceu das propriedades rurais, estando presente em 0,49% delas.
 
Quanto à tecnologia para produzir leite, os produtores seguem dando preferência à pastagem anual de inverno e de verão, com interesse crescente pelos volumosos de verão, inseminação artificial, pastoreio rotativo, pastagem perene de verão, ração conforme a produção de leite, controle de leiteiro e aplicação de pastagens.
 
Em resumo, a produção de leite no Rio Grande do Sul tem se mantido relativamente estável, na faixa dos 4 bilhões de litros/ano, oscilando sensivelmente para baixo. Até agosto deste ano, a produção gaúcha de leite era de 3,8 bilhões de litros. O número de famílias na atividade, que em 2015 era 84.199, caiu 60,78%, restando atualmente 33.019 famílias. O rebanho de vacas leiteiras encolheu 34,47%, todavia houve aumento da produtividade. Em 2015, uma vaca produziu, em média, 11,76 litros/dia. Atualmente, a produção média de uma vaca é de 16,34 litros/dia, resultado de investimentos em genética, tecnologia e manejo. 
 
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor nacional de leite, com destaque para as regiões Fronteira Oeste e Vale do Taquari e, ainda, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial e Celeiro.
 
Em Cruz Alta, segundo a extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Larissa dos Reis, 52 famílias produzem anualmente 10.590.475 litros. 

As informações são da EMATER/RS

EMATER/RS - BOVINOCULTURA DE LEITE: Informativo Conjuntural 1783 de 5 de outubro de 2023
 
As persistentes chuvas têm afetado o manejo do rebanho bovino leiteiro, dificultando o pastoreio e a condução dos animais à sala de ordenha e pastagens. Esse cenário favorece o  surgimento de mastites, exigindo atenção especial dos produtores. Além disso, a baixa luminosidade está atrasando o crescimento das pastagens tanto de inverno quanto de verão. O excesso de umidade e a queda da temperatura também têm impactado na preparação adequada do solo para a semeadura de pastagens anuais de verão, como milheto e sudão. Nas áreas baixas, a saturação do solo e a falta de luminosidade afetam ainda mais as forragens. No geral, a sanidade e o estado corporal do gado se mantiveram estáveis e, apesar dos desafios climáticos, a qualidade do leite está adequada.
 
● Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o período foi favorável para os produtores de leite, que aproveitaram os dias sem ocorrência de chuvas para acessar as áreas de pastagens anteriormente isoladas pelo excesso de umidade. No entanto, o acúmulo de barro continua sendo um desafio para a higiene dos animais. 
● Na de Caxias do Sul, a silagem de milho é a principal base forrageira da atividade leiteira, e as condições do tempo adversas, que causam o atraso no plantio tem preocupado os produtores. 
● Na de Erechim, os rebanhos estão em bom estado sanitário. O nível de bem-estar dos animais ficou alto no último período devido às chuvas intermitentes e às temperaturas amenas. 
● Na de Ijuí, as chuvas intensas prejudicaram o manejo dos animais, as pastagens e a higienização durante a ordenha, ocasionando formação excessiva de barro e pisoteio nas pastagens, dificultando as operações. 
● Na de Passo Fundo, os rebanhos mantêm boas condições corporais e produção de leite. Não foram registrados problemas de saúde ou nutrição nos animais. Os produtores continuaram a fornecer alimentos conservados e rações para ajustar as dietas conforme as necessidades nutricionais. 
● Na de Pelotas, as mangueiras pré-ordenha continuam enfrentando problemas de limpeza devido ao barro, e algumas estruturas foram danificadas pelo granizo. O período atual exige esforços na reparação de telhados de galpões e na correção de lonas de silagem. O clima mais estável, com menor volume de chuvas, tem permitido a drenagem das áreas de pastagens e o retorno dos animais, resultando em bom desempenho para o gado no campo. 
● Em Rio Grande, a escassez de alimentação para o gado é preocupante: os estoques de feno estão praticamente esgotados; e há pouca silagem disponível. Além disso, a situação das cheias na região ainda persiste, e as perdas estão estimadas em mais de 30%.
● Na de Porto Alegre, a redução das chuvas melhorou o acesso dos bovinos aos pastos. O estado nutricional do rebanho é satisfatório, e há oferta apropriada de pastagem, refletindo em produção leiteira satisfatória. 
● Na de Santa Maria, a redução nas precipitações foi favorável para as vacas leiteiras, permitindo-lhes acesso a pastagens de melhor qualidade nutricional. O preço médio do litro de leite pago aos produtores continua estável. 
● Na de Santa Rosa, a ocorrência de temperaturas mais altas e poucas geadas beneficiou as pastagens perenes durante o inverno, reduzindo os impactos do vazio forrageiro na primavera. A alimentação dos animais segue suplementada com alimentos conservados, principalmente silagem de milho. Os indicadores de qualidade do leite seguem estáveis, e prevê-se uma melhoria em razão da mudança nas temperaturas. 
● Na de Soledade, o desenvolvimento das lavouras de milho para silagem está atrasado devido à falta de luminosidade e à intensa infestação de cigarrinha. Menos da metade das lavouras planejadas para milho silagem foi implantada, cenário esse distinto em relação ao ano anterior. A semeadura das lavouras está atrasada em função do excesso de chuvas.
 
As informações são da EMATER/RS

Jogo Rápido

Uruguai: queda acentuada no valor das exportações de lácteos
As exportações de lácteos do Uruguai caíram acentuadamente em setembro. Segundo dados publicados na segunda-feira (02/09), pelo Instituto Uruguai XXI, o valor das exportações chegou a US$ 67 milhões, uma queda de 34% em relação ao mesmo mês de 2022. O Brasil se manteve como principal destino, apesar da queda de 56% na comparação anual, passando de US$ 52 milhões em setembro de 2022 para US$ 23 milhões em setembro de 2023. Por produto, as exportações de leite e creme concentrados diminuíram 37%, registrando vendas de US$ 50 milhões em setembro de 2023. As exportações de queijos e requeijões somaram US$ 8 milhões, enquanto as de manteigas somaram US$ 6 milhões. Outros produtos lácteos, como soro de leite e extratos, contribuíram com US$ 3 milhões no total. (As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


 

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