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05/10/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 05 de outubro de 2023                                                   Ano 17 - N° 4.000


Leite A2A2: fazenda de Farroupilha inova com linha de produtos de fácil digestão

Empreendimento espera atingir parte da população que deixou de consumir lácteos por questão de desconfortoPioneira na fabricação de leite tipo A no Rio Grande do Sul, a Fazenda Trevisan, de Farroupilha, inaugura um novo ciclo com a produção de A2A2, obtido de vacas apenas com esse genótipo. Foram oito anos de estudos e seleção genética para alcançar o rebanho 100% A2A2. A grande vantagem é um produto de fácil digestão para pessoas que sentem algum tipo de incômodo ao ingerir leite. — A gente espera conseguir atingir parte da população que deixou de consumir lácteos por questão de ter desconforto. O nosso objetivo maior é agregar aquele consumidor que não consome mais lácteos, e não dividir o mercado de laticínios. É um produto muito bom e que pode trazer mais consumidores — diz Christiano Trevisan, um dos diretores da fazenda e filho dos proprietários, Osmar e Carmen Trevisan. Com o investimento apenas em vacas A2A2, as demais foram vendidas. Houve uma pequena perda de produção, já que os animais A1A1 tem maior rendimento, mas isso não é um problema para a gestão da fazenda que aposta em qualidade ao invés de quantidade.LEIA MAIS
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— O que a gente busca não é ter vacas com a maior produção de leite possível, mas sim com a melhor produção. Por isso que a gente busca leite de vacas A2A2 — frisa Christiano. A novidade foi apresentada durante evento nesta quarta-feira na propriedade, localizada na Vila Jansen. Segundo Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados), presente na cerimônia, a Trevisan é a primeira fazenda do Estado a produzir, em escala industrial, produtos A2A2: 

— Sempre fui um entusiasta desse tipo de leite e essa tecnologia é muito importante para o Rio Grande do Sul. 

A Fazenda Trevisan tem, atualmente, 700 vacas, sendo 350 em produção. O volume produzido por dia é de 12,5 mil litros de leite. Além de leite, produz creme de leite e iogurtes, todos A2A2. 

Entendendo melhor
Entre as proteínas presentes no leite, estão as beta-caseínas que possuem as variantes A1 e A2. O leite produzido por vacas de genótipo A2A2 tem apenas beta-caseínas do tipo A2 enquanto o leite de vacas com genótipos A1A2 e A1A1 tem também beta-caseína do tipo A1. 

A beta-caseína A1 favorece a formação de betacasomorfina-7 (BCM-7) durante a digestão, o que pode causar desconforto para algumas pessoas. Na digestão da A2, a BCM-7 é inexistente ou quase nula. Ou seja, o leite A2A é uma alternativa para quem é sensível à betacasomorfina-7. 

— Para algumas pessoas isso dá bastante diferença. Para as pessoas que não têm nenhum desconforto intestinal isso não vai alterar. Gostaria de deixar isso bem claro — destaca Christiano. 

— Mas não tem nada a ver com a lactose. As pessoas que têm intolerância à lactose seguem com o consumo de produtos sem lactose — acrescenta Jean Carlos Trevisan, irmão de Christiano. 

Ampliação em 2024
A partir de janeiro, a fazenda estará em obras. A família projeta ampliação da área para a possibilidade de 650 animais em lactação. O aumento no rebanho será gradativo e deve levar de três a quatro anos para alcançar esse número. O crescimento se dará aos poucos porque pais e filhos fazem questão de ter o controle da produção do começo ao fim.  

— A gente procura não adquirir animais. A gente tem como objetivo fazer toda a parte de criação interna, criar os bezerrinhos aqui até virarem vacas — explica Jean. 

Rebanho holandês
A Trevisan exerce produção leiteira há mais de 10 anos e desde 2018 produz e envasa leite tipo A. Os estudos para a produção A2A2 começaram há cerca de oito anos para agregar valor à matéria-prima e não ficar dependente das oscilações das indústrias. O rebanho é formado 100% por vacas da raça holandesa. 

Conforme o médico veterinário e gestor na fazenda, Átila Cado Soares, as vacas em produção têm média de 43,5 litros. 

— O mercado demanda por um produto diferenciado, de alta qualidade, seguro, que promova o bem-estar animal e que seja ambientalmente sustentável para oferecer para seus clientes e consumidores, e produzido aqui dentro do RS. Todos os nossos produtos são produzidos com leite tipo A e têm o plus de ser também feitos exclusivamente com leite A2A2 — destaca. (Zero Hora)


Argentina – Já é oficial: as exportações de lácteos, sem retenções até o final do ano

Retenções/AR – O Poder Executivo nacional colocou em vigor a partir desta quarta-feira a eliminação das retenções por 90 dias para as exportações de lácteos, medida anunciada há algumas semanas pelo ministro da Economia, Sergio Massa, mas que não havia sido formalizada.

O decreto 506/2023 foi publicado no Diário Oficial e estabelece a suspensão até 31 de dezembro das alíquotas denominadas direitos de exportação para 50 produtos que a indústria de laticínios vende para o exterior e que, até essa data, será aplicada uma alíquota 0%.

O objetivo da decisão é aumentar a capacidade das indústrias de laticínios de melhorarem o pagamento do leite aos produtores que tiveram forte aumento de custos, em agosto, decorrentes da desvalorização cambial, representando, em média, mais de 20 pesos por litro de leite produzido.

Sem retenção aos lácteos

Quando a medida foi anunciada, em 20 de setembro, depois de receber uma dura carta de entidades que representam os produtores e a indústria, Massa estimou que esta medida significaria um custo fiscal para o Governo de 10 bilhões de pesos.

E anunciou outras questões que ainda não foram formalizadas: disse que esta política teria como contrapartida o aumento, pelas indústrias de laticínios, dos produtos lácteos nas gôndolas do varejo, mas o decreto publicado hoje não faz referência a isso.

Também foi destacado que os subsídios concedidos através do Programa Impulso Tambero, aos estabelecimentos que ordenham menos de 7 mil litros por dia, iam aumentar em 20%, mas ainda não existem ações concretas sobre isso.

Os fundamentos da medida

Nas considerações do decreto, o governo explica que “a queda dos preços internacionais dos produtos produtos lácteos registrada no segundo semestre deste ano, gera menor capacidade de pagamento do leite ao produtor pelas indústrias de laticínios”.

O problema, acrescenta a Casa Rosada, é que neste contexto de baixos preços internacionais e a debilidade da demanda do principal consumidor mundial, se alia uma produção nacional que está em pleno crescimento sazonal de primavera, o que significa que aumentará a oferta de leite, e por consequência, o preço não terá incentivos para subir.

Por isso, “para melhorar o nível da renda dos produtores e da indústria, promover o desenvolvimento e incentivo à produção e ao valor agregado nacional, impulsionar as vendas nos mercados externos, melhorar a competitividade da cadeia e fortalecer a permanência da população rural em cada região do nosso país, torna-se necessário suspender, temporariamente, até 31 de dezembro de 2023, inclusive, os direitos de exportação correspondentes a certos produtos lácteos e seus derivados”, afirma o governo.

Os produtos beneficiados

No anexo do decreto são listados 50 produtos mencionados em sua Nomenclatura Comum do Mercosul.

Por grandes categorias estão: leite em pó, tanto integral como desnatado e nata; iogurte; lactosoro; manteiga; queijos; lactose; doce de leite; sorvetes; bebidas a base de leite; caseínas (caseinato de cálcio para uso da indústria de alimentos, embalado para venda direta ao público, elaborado com leite bovino, caseinato de potássio elaborado com leite bovino e lactoalbumina”. (Fonte:  infocampo – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Bancada agro cobra ações ‘mais rápidas’ do governo para socorrer produtores de leite

FPA cobrou intervenção no Mercosul, com a criação de barreira para limitar entrada de produtos

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que o setor leiteiro nacional, que enfrenta uma crise por conta da alta nas importações de lácteos, precisa de uma ação "mais rápida" do governo. O congressista criticou as medidas anunciadas até agora e cobrou uma intervenção no Mercosul, com a criação de alguma barreira para limitar a entrada de produtos de Argentina, Uruguai e Paraguai.

"A única solução é uma barreira no Mercosul. Usar o parágrafo 1º do acordo, que já foi usado pela Argentina no caso do açúcar. Eles não tinham condição de produzir açúcar de cana, produzem de beterraba, e foi usada a taxa compensatória. Tínhamos todas as condições de fazer isso para o leite também porque a concorrência é desleal", disse Lupion em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (4/10).

Lupion disse que as medidas anunciadas e planejadas pelo governo não têm efeito imediato e geram preocupação. Ele disse que a compra de R$ 100 milhões de leite em pó pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por exemplo, não é capaz de rastrear o produto.

"Não há comprovação nenhuma, pois não consegue rastrear o leite, se ele não é importado também, já há esse risco", disse. O parlamentar também afirmou que o governo não tem condições de dar subsídio aos produtores de leite como a Argentina faz.

"Eles [argentinos] têm a produção de leite que se resume a alguns milhares de pessoas, uma produção em alta escala, com baixíssimo custo. Aqui temos 1,2 milhão produtores, grande parte da agricultura familiar, que não conseguem dissipar os custos de produção", completou.

Lupion reconheceu o aumento na fiscalização das importações de leite. Segundo ele, o prazo para desembaraço de cargas nas fronteiras passou de um dia para uma semana, o que já gerou reclamação dos exportadores uruguaios.

"Precisamos proteger nossos produtores. Tem muita gente abandonando a atividade porque não cobre minimamente os custos. Então, precisa de uma ação mais rápida do governo", concluiu.

Protesto
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultoras e Agricultores Familiares (Contag) convocaram um protesto para o dia 11 de outubro. A mobilização é chamada de Dia Nacional em Defesa dos Produtores e da Cadeia Produtiva do Leite.

Serão organizadas mobilizações em diversos Estados. No Rio Grande do Sul, o protesto será feito em Jaguarão. Em paralelo, uma comissão de lideranças das entidades estará em Brasília para pressionar o governo federal e o Congresso Nacional em busca de novas medidas em prol do setor, disse a Fetag-RS, em nota.

A entidade reclama de "incontáveis reuniões" e da falta de medidas efetivas de socorro a esta cadeia. "As importações desenfreadas de leite dos países do Mercosul estão levando a cadeia leiteira nacional ao colapso e os governos dos Estados e a União, além dos parlamentares, precisam se conscientizar de que cabe a eles tomar as medidas que salvem a produção interna urgentemente. Chega de reunião. Queremos solução", completa a nota da federação. (Globo Rural)


Jogo Rápido

Uruguai: queda acentuada no valor das exportações de lácteos
As exportações de lácteos do Uruguai caíram acentuadamente em setembro. Segundo dados publicados na segunda-feira (02/09), pelo Instituto Uruguai XXI, o valor das exportações chegou a US$ 67 milhões, uma queda de 34% em relação ao mesmo mês de 2022. O Brasil se manteve como principal destino, apesar da queda de 56% na comparação anual, passando de US$ 52 milhões em setembro de 2022 para US$ 23 milhões em setembro de 2023. Por produto, as exportações de leite e creme concentrados diminuíram 37%, registrando vendas de US$ 50 milhões em setembro de 2023. As exportações de queijos e requeijões somaram US$ 8 milhões, enquanto as de manteigas somaram US$ 6 milhões. Outros produtos lácteos, como soro de leite e extratos, contribuíram com US$ 3 milhões no total. (As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


 

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