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21/07/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 21 de julho de 2023                                                           Ano 17 - N° 3.949


Burocracia afeta parâmetro do leite

O caminho para que a cadeia produtiva do leite volte a ter um serviço de cálculo do preço mensal de referência tem sido percorrido há nove meses na burocracia do governo do Rio Grande do Sul. Nesse período, o processo licitatório teve idas e vindas na estrutura estatal e, conforme informou o governo nesta quinta-feira, a questão deverá ser resolvida em agosto. Além de trabalhar sem ter parâmetro de valor para o leite desde janeiro, produtores e indústrias vivem um cenário agravado pela perda de competitividade, causada pela importação massiva de lácteos do Mercosul, e de prejuízos decorrentes de três estiagens seguidas. “A nossa indignação é com a demora”, afirma o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Eugênio Zanetti, referindo-se ao travamento de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite). “São três anos já que o setor está sem poder acessar esses recursos, pela morosidade e burocracia”, destaca. Zanetti lembra que o uso de recursos do Fundoleite para pagar o serviço de referência de preço mensal foi um projeto apresentado e aprovado. “Esperamos que isso seja desenrolado nos próximos dias, porque os desafios da cadeia leiteira são gigantes. Temos um setor pedindo socorro e não podemos ficar parados por causa da burocracia”, destacou. 

A última divulgação do preço de referência pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS) ocorreu em janeiro. O uso de recursos do Fundoleite para financiar os serviços técnicos de cálculo do preço de referência aos produtores (que até o ano passado era feito pela Universidade de Passo Fundo-UPF) motivou abertura de processo, em 26 de outubro de 2022, pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Conforme a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, depois de aberto na Seapi, o processo para a licitação teve movimentação somente em 10 de maio de 2023, quando foi enviado à Subsecretaria da Administração Central de Licitações (Celic). 

O processo retornou, em 18 de maio, para ajustes na Seapi, que o reenviou à Celic em 30 de maio. No dia 23 de junho, o processo foi devolvido novamente para mais ajustes da Seapi, que o reencaminhou à Celic em 17 de julho. O assessor da presidência da Farsul, Rodrigo Rizzo, lembra que era uma reivindicação da Farsul ter o Fundoleite custeando as despesas para o cálculo do valor de referência. À época, a UPF realizava o trabalho e a previsão era de que o processo licitatório poderia ser feito em cerca de três meses. “Sabemos que tem empenho muito forte do secretário da Agricultura para que isso aconteça, mas estamos no aguardo”, diz Rizzo. “Para a Farsul é muito importante ter o valor de referência porque, assim como para vender soja tem a bolsa de Chicago e no boi tem um referencial, é prejudicial não termos um com relação à cadeia do leite”, acrescenta. 

A Celic e a Seapi se manifestaram ontem sobre a tramitação. Segundo assessoria dos órgãos, a publicação do edital da licitação para contratação de empresa para calcular o preço mensal de referência do leite está prevista para a primeira quinzena de agosto. Ainda conforme a assessoria, a estimativa para realização do certame, na modalidade pregão eletrônico, é a segunda quinzena de agosto. Sobre a morosidade do processo, a informação é que, “para atendimento de questões técnicas apontadas pela Celic e pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage), o processo passou por ajustes, trâmite habitual de diálogo entre o órgão demandante e o órgão que realiza as licitações”. (Correio do Povo)


Uruguai: exportação de leite em pó integral cresce no primeiro semestre

As exportações de leite em pó integral (LPE) do Uruguai somaram US$ 294,2 milhões no período janeiro-junho e cresceram 25% em dólares correntes na comparação interanual. Assim, o principal produto de exportação da indústria láctea uruguaia representou 2/3 (66%) do total exportado no semestre em toda a gama de produtos, que totalizou US$ 445 milhões (+7%). De acordo com o relatório mensal elaborado pelo Inale, com base em dados da alfândega, a receita cambial no semestre aumentou 14%, para US$ 59,8 milhões, devido à colocação de queijos.

Por outro lado, as exportações de leite em pó desnatado (LPD) caíram 57%, para US$ 22,1 milhões, enquanto as de manteiga caíram 41%, para US$ 27 milhões. Até agora em 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior, as colocações de LPE em volume físico aumentaram 31% (77.837 toneladas), enquanto as de LPD, manteiga e queijo caíram (-57%, -42% e -3%, respectivamente). Se compararmos o preço recebido em junho de 2023 com o de dezembro de 2022, houve melhora no preço do LPE (5%, para US$ 3.904/ton), queijos (5%, para US$ 5.578/ton) e LPD (3%, US$/tonelada 3.894). No caso da manteiga, foi registrada queda (-4%, para US$ 5.117/ton).

Na média dos últimos 12 meses, o Brasil foi responsável por 52% das compras de leite em pó integral, 73% no caso do desnatado e 21% nos queijos. Na pauta total exportada, o sócio Mercosul foi responsável por 44% do total das compras, bem acima dos 15% da Argélia e 6% da China. (As informações são do Tardáguila Agromercados, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Produção de leite deverá crescer nos próximos 10 anos

A produção de leite deverá crescer nos próximos 10 anos a uma taxa entre 1,7 e 2,7%. Essas taxas correspondem a passar de uma produção de 34,1 bilhões de litros em 2023 para 40,5 bilhões no final do período das projeções. O crescimento de oferta será principalmente baseado em melhorias na gestão das fazendas e na produtividade dos animais e menos no número de vacas em lactação.

Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).



Segundo técnicos da Embrapa os números de longo prazo estão coerentes.

O leite está passando por grandes mudanças e um processo acelerado de tecnificação e consolidação. As fazendas maiores seguem crescendo, enquanto as médias e pequenas estão com maior dificuldade de expansão e muitos têm deixado a atividade. O forte aumento de custos após o início da pandemia da Covid-19 acabou agravando a situação e vem exigindo melhores práticas de gestão, investimentos em automação e muita eficiência produtiva. Neste sentido, acredita-se que o crescimento médio fique abaixo dos 2% ao ano.

Movimento de longo prazo: concentração setorial e ganhos de eficiência serão os principais drivers. Isso não implica que todos os produtores menores irão sair. Os excluídos serão aqueles que não se adaptarem a nova realidade de adoção tecnológica, melhorias na gestão e maior eficiência técnica e econômica. Irão permanecer os produtores eficientes. Mas como existe uma diferenciação de preço por volume, haverá sim, uma pressão por aumento de escala. (As informações são do relatório Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, que você consegue acessar através do link https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/producao-de-graos-brasileira-devera-chegar-a-390-milhoes-de-toneladas-nos-proximos-dez-anos/ProjeesdoAgronegcio20232033.pdf /Fonte: Milkpoint)


Jogo Rápido

A próxima semana terá pouca chuva e temperaturas amenas no RS
Na quinta-feira (20), o ingresso de ar quente e úmido favorecerá a formação de mais nebulosidade e provocará a elevação das temperaturas, com possibilidade de chuvas isoladas em todo Estado. Entre a sexta-feira (21) e domingo (23), a presença de uma massa de ar seco manterá o tempo firme e grande amplitude térmica, com máximas acima de 25°C na maioria das regiões e próximas de 30°C na Fronteira Oeste, Missões e Alto Uruguai. Na segunda (24), a propagação de uma frente fria vai provocar chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados. Na terça (25) e quarta-feira (26), o tempo frio e úmido vai predominar, com possibilidade de pancadas isoladas de chuva e temperaturas baixas, com máximas em torno de 15°C na maioria das regiões. Os totais esperados deverão oscilar entre 20 e 50 mm na maioria das regiões. Na Zona Sul e Serra do Sudeste os volumes previstos deverão variar entre 60 e 80 mm. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)


 
 
 

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