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15/12/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 15 de dezembro de 2022                                                  Ano 16 - N° 3.801


Compra de marcas da Nestlé alimenta meta da Lactalis de dobrar participação no Brasil
 
O mercado brasileiro de leite ganhou uma nova configuração nesta semana com a aquisição da joint venture DPA, da Nestlé e da Fonterra, pela francesa Lactalis. O valor do negócio não foi divulgado, mas extraoficialmente a cifra apontada é de R$ 700 milhões. Com o movimento, a companhia que entrou no país em 2013, reforça a posição como a maior captadora e mira a meta de dobrar a sua fatia de participação de mercado. Em entrevista à coluna, o presidente da marca para o Brasil e para o Cone Sul, Patrick Sauvageot, falou sobre o movimento. 
 
Leia trechos da entrevista abaixo:
 
O que a Lactalis tem a ganhar com essa aquisição da DPA?
Faz parte da realização de um planejamento para ser a número 1 na aquisição de leite do Brasil. Em setores como o de frango, a produção está bastante organizada e concentrada. No leite, é muito baixo. Hoje, a Lactalis, sendo a número 1, tem menos de 12% de participação no mercado. Se somarmos as quatro primeiras empresas, são menos de 35%. Em países com a cadeia mais organizada, é cerca de 50%. Queremos fazer um trabalho para melhorar o setor, na qualidade do leite cru e no custo de produção, que é alto. Isso faz com que ninguém ganhe dinheiro. O produtor trabalha duro e não tem remuneração suficiente para poder motivar os filhos.
 
Para esses produtores que são fornecedores, o que essa compra pode trazer de benefícios? Nós explicamos aos nossos produtores que nós nunca vamos conseguir construir uma empresa forte e responsável no Brasil sem o apoio deles. Uma das principais preocupações nossas é como acompanhar o produtor no crescimento da sua produção e na melhoria da qualidade e da rentabilidade da fazenda. O primeiro compromisso com o nosso produtor é de tomar todo o leite que eles produzem, até em momento de pico de sazonalidade. Nós estamos interessados em desenvolver um relacionamento com o produtor a longo prazo. 
 
O senhor pontua ter maior concentração é a ponte para o fortalecimento do setor. Como fica a concorrência?
O consumidor tem razão de se preocupar quando se tem um ator que sozinho tem mais de 50%, 60% do mercado. Em um país como o Brasil, que precisa fazer investimentos para acompanhar os produtores, se você não tem atores grandes suficientes, não se faz esse investimento. E o setor não tem competitividade, e quando isso ocorre, o mercado deixa entrar produtos com custos mais competitivos e qualidade de leite melhor. E esse não pode ser um trabalho feito só por uma empresa. 
 
Por que fazia sentido ter essa aquisição específica e não outra?
Hoje, temos 12% do mercado, mas achamos que para ser um ator de progresso, temos de chegar entre 20% e 25%. Queremos duplicar nosso negócio. E dentro das aquisições possíveis, escolhemos essa joint venture por ser uma empresa de alta qualidade, com marcas fortes e produtos com história.
 
Tem novas aquisições a curto prazo no radar?
Temos um apetite razoável, mas vários pratos ao mesmo tempo não é saudável. Agora o nosso foco é ter a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Depois, preservar pontos fortes da empresa a ser integrada, a cultura, as marcas, mas também progressivamente integrar as pessoas dentro da cultura da Lactalis. Depois disso, depende muito das oportunidades. 
 
A ideia é manter as marcas conhecidas, como Chandelle e Chamyto?
Manter e continuar desenvolvendo. (Zero Hora)


RS busca neutralidade de carbono
 
O Rio Grande do Sul intensifica ações rumo à neutralidade de carbono. O objetivo é a implantação de um projeto para mensuração de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) via satélite, que vem sendo tratada pelo Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul). Chamada de STARSS (Sensoriamento Remoto de Estados e Regiões, na sigla em inglês), a iniciativa é conduzida pela rede global de governos Under2 Coalition em parceria com a plataforma Climate TRACE, que usa inteligência artificial para interpretar dados de mais de 300 satélites e de 11 mil sensores em terra e mar pelo planeta. A titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, explica que a tecnologia foi discutida durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), realizada em novembro, no Egito. 
 
No evento, o governo gaúcho assinou um protocolo de intenções para possibilitar a execução de planos que contemplem ações de enfrentamento às mudanças climáticas. “E o Projeto STARSS se enquadra perfeitamente nesse protocolo”, diz. Atualmente, a falta de dados precisos sobre emissões e captura de carbono constitui um dos gargalos na execução de planos ambientais, segundo a secretária. “O STARSS é um projeto experimental que usa as imagens de satélite para mensurar as emissões de cada tipo de uso do solo. Há outras tecnologias que são mais utilizadas e aceitas, mas a imagem de satélite nos daria uma resposta mais rápida”, destaca Marjorie. As fontes de financiamento para o projeto devem ser debatidas na primeira quinzena de janeiro de 2023, na próxima reunião do Codesul, que inclui os estados do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso do Sul, do Paraná e de Santa Catarina. 
 
A secretária lembra que o programa Avançar Sustentabilidade prevê a destinação de R$ 193 milhões do Tesouro a projetos de sustentabilidade, dos quais R$ 115,3 milhões se referem a ações relacionadas ao clima. Mas o uso de recursos próprios não é a única alternativa. “O intuito da Under2 Coalition é usar fundos de investimento internacionais que precisam ser colocados nessas ações climáticas. Então temos uma forte perspectiva de fazer esse estudo sem custo inicial para os estados”, afirma Marjorie. Por essa razão, a discussão articulada no Codesul é considerada estratégica. “Isso faz com que tenhamos capacidade maior de captar recursos e nos torna mais interessantes para esses projetos, ainda em escala pequena e experimentais”, observa a secretária. (Correio do Povo)
 
 
UE – O setor lácteo da UE está cada vez mais intensivo

Ao longo dos anos, a produção de leite União Europeia (UE) foi se intensificando e especializando muito. Em 2020, 80% do leite da UE foi produzido em sistemas intensivos (mais de 1,4 cabeça animal por hectare), enquanto que mais de 93% vieram de fazendas especializadas, com uma proporção menor em países do Leste europeu, como por exemplo República Checa 64%, Eslováquia 67%, Hungria 76% e Polônia 88%), de acordo com o boletim de previsões de médio prazo dos setores agrários da Comissão Europeia.
 
Esta transformação foi acentuada ainda mais, pela disponibilidade de investimento de capital, a dependência de alimentos comprados (em média, mais de 30% dos custos totais das fazendas leiteiras), menor demanda de mão de obra contratada devido a processos mais automatizados e empregados cada vez mais especializados.
 
Paralelamente, as propriedades leiteiras da UE se tornaram maiores (58 vacas por fazenda em 2020, em comparação com 38 vacas em 2010), dependendo mais de alimentos compostos e que se caracterizam por condições de produção mais controladas (por exemplo, alimentação computadorizada, robôs de ordenha, medição do rendimento de cada vaca e controle da saúde animal).
 
Toda esta evolução levou à maior produtividade. Em 2020-2022, o rendimento médio na UE foi de 7.500 kg/vaca (20% acima de 2010-2012). Ao mesmo tempo, a lacuna entre os países da UE Ocidental e Oriental foi reduzida, assim como também houve redução do rebanho comunitário.
 
Em 2020, a produção de leite orgânico foi de 4% e a produção em sistemas extensivos de 20%.
 
De um modo geral, o aumento dos rendimentos pode não mais compensar a redução do rebanho leiteiro, levando a produção de leite da UE a ter queda anual de 0,2% até 2032.
 
É provável que esta queda seja impulsionada pelos países da UE-14 (6 milhões de toneladas), enquanto que o resto da UE pode compensar a metade.
 
O que acontecerá na próxima década?
De acordo com as previsões do relatório, é provável que as restrições ambientais reduzam ainda mais, o rebanho leiteiro (-10% em comparação com 2020-2022), principalmente em sistemas intensivos, enquanto os sistemas alternativos podem crescer. Quanto aos rendimentos, se prevê um aumento, mas será somente a metade do que foi no passado (0,9%). (Fonte: Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido 

 Legislação - Inovação mais perto do campo
 O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei aprovado na Câmara e no Senado, que institui a Política Nacional de Incentivo à Agricultura e Pecuária de Precisão. De autoria do deputado Heitor Schuch (PSB/RS), a Lei 14.475 tem como principais diretrizes o apoio à inovação em todas as etapas de produção; a sustentabilidade ambiental e socioeconômica; o desenvolvimento tecnológico e sua difusão; e a ampliação de rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação do setor. “É uma lei que construímos com as entidades do RS e do Brasil para que a nossa agricultura familiar tivesse condições de ter essas tecnologias”, destaca Schuch, para quem a lei também facilita atualização tecnológica do maquinário agrícola. (Correio do Povo)

 
 

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