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14/12/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 14 de dezembro de 2022                                                  Ano 16 - N° 3.800


Fonterra corta previsão de preço do leite com demanda enfraquecida

A Fonterra Co-operative Group Ltd, da Nova Zelândia, reduziu nesta quinta-feira sua faixa de previsão de preço do leite ao produtor pela segunda vez para a temporada 2022/23 devido aos custos mais altos e à demanda mais fraca por leite em pó integral.
 
O maior exportador de lácteos do mundo agora espera pagar aos produtores entre NZ$ 8,50 e NZ$ 9,50 (US$ 5,41 e 6,05) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,70 e NZ$ 0,78 (US$ 0,45 e US$ 0,50) por quilo de leite], em comparação com NZ$ 8,50 a NZ$ 10,00 (US$ 5,41 e 6,37) por quilo de sólidos do leite [NZ$ 0,70 e NZ$ 0,82 (US$ 0,45 e US$ 0,52)] previsto em agosto.
 
O CEO Miles Hurrell disse que a demanda por leite em pó integral enfraqueceu, principalmente na Grande China, compensada pelo aumento da participação de outras regiões. “Continuamos sentindo o impacto de eventos geopolíticos e macroeconômicos, com custos mais altos em todos os pontos de nossa cadeia de suprimentos”, disse Hurrell.
 
O fornecimento global de leite da Fonterra das principais regiões exportadoras caiu nos 12 meses até setembro, enquanto as coletas de leite da Nova Zelândia caíram 3% no acumulado da temporada.
 
Os lucros do primeiro trimestre da gigante de laticínios da Nova Zelândia antes de juros e impostos subiram para NZ$ 368 milhões (US$ 234 milhões), em comparação com os NZ$ 190 milhões (US$ 121 milhões) do ano anterior.
 
Ele atualizou sua faixa de orientação de ganhos para 50-70 centavos de dólar neozelandês (31,8 a 44,5 centavos de dólar americano) por ação, de 45-60 centavos de dólar neozelandês (28,6 a 38,2 centavos de dólar americano) por ação devido a margens fortes. (As informações são da Reuters, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


Rabobank: queda na demanda gera mercados de lácteos internacionais mais fracos em 2023

A alta inflação dos preços dos alimentos, combinada com uma recuperação modesta na produção de leite, deve enfraquecer os mercados de lácteos e os retornos das commodities à medida que entramos no novo ano, de acordo com o último relatório trimestral do Rabobank.
 
Os orçamentos dos consumidores serão desafiados pela inflação dos preços dos alimentos e pelo aumento das taxas de juros, embora o impacto disso varie de acordo com a região. Nos EUA, a demanda por lácteos tem estado relativamente estável, apesar do aumento dos preços, mas os consumidores europeus já estão começando a sentir o aperto dos preços mais altos no varejo.
 
A demanda na China caiu, influenciada pelas políticas de lockdown que limitam as idas a varejistas e restaurantes. Isso atrasou a redução dos estoques e suprimiu as importações. A expectativa é de que demanda de importação volte a crescer no segundo semestre de 2023, mas isso depende de até que ponto as restrições da Covid na China serão atenuadas.
 
Em regiões mais sensíveis aos preços, os altos preços das commodities impactaram a acessibilidade, reduzindo a demanda de importação. No entanto, observa-se que o dólar americano mais fraco ajudou a impulsionar algumas compras.
 
A produção de leite deverá apresentar algum crescimento na maioria das principais regiões exportadoras, com exceção da Austrália. Os aumentos substanciais do preço do leite em 2022 ajudaram a compensar o aumento dos custos de insumos, e algum crescimento foi registrado nos últimos meses do ano.
 
O Rabobank espera algum crescimento da produção para 2023, embora este deva ser moderado devido às contínuas pressões de custo enfrentadas pelos produtores e pelos preços mais fracos do leite. Para o primeiro semestre do ano, a produção de leite das principais regiões exportadoras deverá aumentar em cerca de 1%.


 
No geral, a previsão é de que o impacto líquido do crescimento da oferta e da redução da demanda no mercado seja negativo. A força de uma desaceleração dependerá da extensão da reabertura da economia chinesa e do fluxo do Hemisfério Norte. (As informações são do Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB), traduzidas pela equipe MilkPoint)

FAO: revisão anual do mercado de lácteos

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou sua revisão anual do mercado de lácteos para 2022.
 
Nela, a FAO diz que a produção mundial de leite em 2022 está prevista em cerca de 930 milhões de toneladas, um aumento de 0,6% em relação a 2021, impulsionada principalmente por expansões de volume na Ásia, com um pequeno ganho na América Central e no Caribe, compensado por um declínio considerável esperado na Europa.
 
A produção na América do Sul, Oceania e África também deve cair moderadamente, enquanto a produção pode permanecer estável na América do Norte.
 
Quanto à demanda global, as compras de importação da China, o maior importador de lácteos do mundo, caíram acentuadamente a partir de abril, especialmente para produtos lácteos e leite em pó devido aos altos estoques, menores vendas de serviços de alimentação, impactados pelos lockdowns do Covid-19 e aumento da produção domestica de leite.
 
As importações também caíram em vários países devido a crises econômicas, altos preços dos lácteos, desvalorizações cambiais em relação ao dólar americano e divisas limitadas, pesando ainda mais nos preços internacionais dos lácteos.
 
Além disso, a menor demanda por suprimentos spot e contratos de médio prazo durante os meses de verão no Hemisfério Norte devido a feriados prolongados, bem como as expectativas de aumento no fornecimento de lácteos na temporada 2022/23 na Oceania, pesaram ainda mais sobre os preços globais dos lácteos.
 
No entanto, a queda nos preços internacionais dos lácteos foi contida até certo ponto pelo aumento da demanda de importação dos principais importadores do Oriente Médio e Leste Asiático, juntamente com a escassez de oferta dos principais produtores, especialmente da União Europeia e da Oceania.
 
No comércio global, o comércio de produtos lácteos foi previsto em 85 milhões de toneladas (em equivalentes de leite), uma queda de 3,4% em relação a 2021, o primeiro declínio em quase duas décadas, sustentado principalmente por uma queda acentuada nas importações da China, com novas quedas previstas para Nigéria, Vietnã e Rússia.
 
Apesar da esperada contração das exportações, o comércio global de manteiga deve aumentar 6,2% a partir de 2021, enquanto as exportações de queijo podem aumentar por uma pequena margem. Por outro lado, o comércio global de leite em pó integral, leite em pó desnatado e soro de leite em pó, os produtos lácteos mais comercializados, deverá cair, respectivamente, 6,4%, 3,5% e 5,6%, principalmente sustentado por possíveis queda nas compras da China. (As informações são do Dairy Industries International)


Jogo Rápido 

Uruguai: exportação de lácteos e os principais destinos
As exportações de lácteos do Uruguai no mês de novembro totalizaram 20.627 toneladas, no valor de US$ 81,3 milhões, tendo como principais destinos Argélia, Brasil e Rússia. A China caiu para seu pior desempenho desde novembro de 2020. O volume total de lácteos exportados no mês passado apresentou queda de 12,6% com relação às 23.604 toneladas exportadas no mesmo mês de 2021. Além disso, o volume exportado foi 15% maior do que o de outubro, que foi de 17.902 toneladas. A China ficou bem abaixo como destino, com apenas 219 toneladas, por US$ 687.648, apresentando uma queda acentuada em relação às 1.144 toneladas exportadas em outubro. Em novembro de 2021, a China liderou a lista dos destinos dos produtos lácteos uruguaios, seguida pela Argélia e pelo Brasil. No acumulado de janeiro a novembro, as exportações de lácteos do Uruguai foram de  214.148 toneladas, por US$ 847,6 milhões. Brasil e Argélia aparecem destacados no topo como destinos e a China em terceiro lugar. O volume exportado no acumulado do ano foi 0,6% maior do que o volume exportado no mesmo período do ano anterior, de 212.833 toneladas. Porém, em valor, o aumento foi de 20%, com relação aos US$ 704,2 milhões registrados no ano anterior. (As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)

 
 
 

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