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10/08/2021

Newsletter Sindilat_RS

 

Porto Alegre,  10 de agosto de 2021                                                       Ano 15 - N° 3.476


Clube da Terneira: Programa valoriza a criação de terneiras e envolvimento de filhos de associados

Iniciativa da Languiru recebe inscrições até o dia 31 de outubro

Despertar no associado produtor de leite a importância da fase de criação de terneiras e provocar a participação de jovens filhos de associados nas tarefas diárias visando o bem-estar animal, alimentação e manejo adequados. Com esse objetivo, a Languiru lança o Clube da Terneira, cujas inscrições dos participantes e cadastro dos animais devem ser efetuadas até o dia 31 de outubro. Em novembro deste ano ocorre a apresentação dos participantes, com o julgamento final e definição das campeãs em novembro de 2022.

“É uma novidade que trazemos para o segmento leite, uma iniciativa que visa, acima de tudo, estimular os jovens a participarem das atividades na propriedade, além de contribuir para a formação de planteis cada vez mais produtivos, valorizando o processo de criação de terneiras e premiando os melhores desempenhos”, destaca o presidente da Languiru, Dirceu Bayer.

A avaliação considera a identificação da terneira (cadastro) e um checklist com anotações nas fichas entregues aos responsáveis (limpeza, dieta e registros fotográficos), avaliação do Ganho de Peso Diário (GPD), teste genômico, idade e peso do desmame, dieta fornecida nas diferentes fases e calendário sanitário.

Dados do cadastro compõem a pontuação na avaliação, como data de nascimento, número do brinco, nome da terneira, identificação do pai, da mãe e raça; registro fotográfico do participante e do responsável fornecendo colostro, fazendo a cura do umbigo e fornecendo leite, ração, feno e água; acompanhamento em visitas de avaliação; limpeza das mamadeiras, bebedouros, cochos de ração e do local onde vive a terneira; anotação da data das primeiras dosagens dos alimentos e a média de consumo; e o atendimento às orientações técnicas repassadas pelo Setor de Leite ou profissional técnico e veterinário que acompanha a propriedade do associado.

O conceito central do programa é que a criança “adote” uma terneira, se responsabilizando pelo acompanhamento do seu desenvolvimento.
Inscrições:

Os cadastros podem ser realizados junto ao Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru ou com o profissional técnico que atende a propriedade. É pré-requisito o atestado anual negativo para tuberculose e brucelose desde 2020.

É permitida a inscrição de uma terneira por matrícula de associado e, para cada animal inscrito, deve ser informado o nome do responsável (adulto) e da criança participante.

As categorias estão divididas entre crianças de sete a 12 anos; e de 13 a 17 anos completos no ano da inscrição. Poderão ser inscritos animais das raças Holandesa e Jersey, nascidas entre 1º de agosto e 31 de outubro de 2021 (vagas limitadas a 50 terneiras inscritas). (Languiru)
 

Conab prevê produção de grãos em 254 milhões de toneladas, impactada por clima adverso

Queda de produtividade causada pela seca prolongada e pelas baixas temperaturas influenciou na previsão para a safra 2020/2021

As condições climáticas registradas durante o ano safra 2020/2021 impactaram as lavouras e a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a produção brasileira de grãos no período é de 254 milhões de toneladas, volume menor que a safra anterior em 1,2%. Apesar de ter havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da Região Centro-Sul do país.

Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021, divulgado pela Companhia nesta terça-feira (10).

Entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho. A produção total deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra. Apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare. A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal.

Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas.

Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas. Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020, impactada pela seca nas principais regiões produtoras do país.

Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Na atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas, um novo recorde para o país caso confirmada a estimativa. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares.  Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a maior procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal. Caso a estimativa de colheita seja confirmada, esta será a maior produção já registrada no país. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab.

Panorama de mercado 

No âmbito do mercado externo, o algodão em pluma segue com cenário positivo no mercado internacional. Neste levantamento, a Companhia elevou a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/2021 em 4,69%, em relação à estimativa anterior. Por outro lado, foram reduzidas as previsões do volume exportado de milho e de soja.

Para a oleaginosa, mesmo com o aumento da produção, foi observado ao longo do ano baixo percentual comercializado até o momento. Com isso, as exportações anteriormente estimadas em 86,69 milhões de toneladas passaram para 83,42 milhões de toneladas. No caso do cereal, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em 20%, o que corresponde a 23,5 milhões de toneladas ao final da safra. Por outro lado, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas. 

Quanto ao trigo, para esta nova safra a Conab espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,74%. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em nível mais confortável. A previsão é que fechem o ano em 1.793,9 mil toneladas, volume próximo ao observado em safras anteriores a 2019/2020.

Outras informações sobre a produção de grãos no país estão disponíveis na íntegra do Boletim do 11º Levantamento – Safra 2020/21. (MAPA)






Parmesão é novo atrito em acordo UE-Mercosul

Parmesão - O queijo parmesão é mais uma frente de discórdia entre União Europeia e Mercosul para colocar em vigência o acordo de livre comércio fechado entre os dois blocos. 

A divergência técnica se soma agora a outra, de caráter mais político e com forte apelo na opinião pública europeia, que é o desmatamento na Amazônia e a agenda ambiental do governo Jair Bolsonaro.

Na prática, o tratado anunciado em junho de 2019 está em estado de hibernação atualmente. Ele precisa ser assinado e, depois, ratificado. Vários países da UE já deixaram claro que, sem mudanças na política de meio ambiente brasileira e redução do desmatamento na Amazônia, não há clima para pôr o acordo comercial em votação no Parlamento Europeu e aprová-lo no Conselho Europeu.

Enquanto isso, porém, o braço executivo da UE em Bruxelas leva adiante o “legal scrubbing” (revisão jurídica) do texto já negociado. Foi durante esse processo que apareceu, conforme fontes do bloco sul-americano, um novo entrevero: a permissão para que empresas brasileiras e argentinas continuem ostentando - ou não - o selo de “parmesão” em seus queijos.

O acordo de livre comércio abrange, entre seus pontos, um capítulo sobre propriedade intelectual. Isso envolve, por exemplo, toda a parte de indicações geográficas - proteção dada a um produto conhecido por sua origem. Estão nessa lista dezenas de alimentos e bebidas como vinho do Porto, cordeiro patagônico, cachaça brasileira, prosecco italiano, e por aí vai.

Para produtos em que houve reconhecimento da indicação geográfica, os signatários do acordo UE-Mercosul se comprometem a impedir que “imitações” locais sejam vendidas nos supermercados locais com o mesmo nome. O parmesão - ou derivações como queijo “parmigiano” ou “tipo parmesão” - é uma dessas mercadorias.

No entanto, o tratado abre uma exceção: produtores locais que tenham famílias originárias da região produtora, herdando os métodos tradicionais, poderiam continuar usando o termo. É o que acontece com dezenas de produtores, instalados principalmente na Argentina e no Sul do Brasil, com ascendência italiana ou espanhola. Trata-se, no jargão comercial, do que se costuma chamar de princípio do “grandfather” (avô).
Tudo parecia resolvido, mas agora o assunto voltou a opor europeus e sul-americanos. O descontentamento foi explicitado em uma entrevista do secretário de Relações Econômicas Internacionais e principal negociador da Argentina, Jorge Neme, em entrevista à Rádio Colônia, do Uruguai.

“Estava estabelecido, no acordo fechado, que iam ser respeitadas indicações geográficas de empresas do Mercosul que tinham uma devida história e antecedentes”, afirmou Neme na entrevista. “Junto com Brasil, Uruguai e Paraguai, apresentamos um conjunto de empresas, no geral pequenas e médias, que fabricam esses produtos há dezenas de anos. Muitos desses pequenos empresários ainda têm hoje, inclusive, passaporte italiano ou espanhol porque são famílias originárias de lá”, disse.

Neme reclamou da postura europeia em uma reunião que teve com representantes de Bruxelas no fim de junho. “Eles estão absolutamente rígidos e não aceitam a documentação de nossos países sobre esse tema”, completou.

O Valor confirmou a insatisfação com fontes argentinas e brasileiras. Segundo uma autoridade envolvida nas discussões, o Mercosul montou suas listas de empresas que podem continuar usando o rótulo de produtos com denominação de origem - pelo princípio do “grandfather” - baseando-se em declaração juramentada das companhias, ou seja, basta a palavra do produtor.

A UE não aceita isso. Quer uma comprovação de que os fabricantes de parmesão brasileiros e argentinos - e de alguns outros alimentos, como queijo brie - já produziam antes de 2012 ou de 2017, conforme o caso. “Esse é o impasse”, afirma um negociador.
Não se trata de nada incontornável, mas demonstraria, segundo fontes ouvidas pelo Valor, a distância entre discurso e realidade no que diz respeito ao acordo entre os dois blocos. A UE tem insistido, publicamente, em uma declaração adicional que possa ser anexada ao tratado comercial com compromissos na agenda ambiental e contra o desmatamento.

Apesar de falarem da declaração sobre meio ambiente como uma necessidade para acalmar os ânimos de opositores do acordo, a UE não apresentou detalhes ou proposta concreta dos termos a serem negociados. Isso deixa, entre autoridades do Mercosul, uma sensação de que a Europa, na verdade, usa os maus resultados do governo Bolsonaro na área ambiental como desculpa para preservar interesses protecionistas, principalmente no agronegócio.

Nos bastidores, a avaliação corrente agora é que dificilmente o acordo vai ser analisado pelo Conselho Europeu (formado por chefes de governo dos 27 países-membros) e pelo Parlamento Europeu antes de dois eventos-chave na política do bloco: as eleições legislativas da Alemanha, em setembro de 2021 (que definem o sucessor de Angela Merkel), nas quais os verdes estão bem posicionados e podem acabar participando da futura coalizão governista; e as eleições presidenciais na França, em abril de 2022, com Emmanuel Macron buscando o segundo mandato e precisando do voto de setores críticos do tratado com o Mercosul. (Valor Econômico)

Jogo Rápido  

Milho/Cepea: preços alteram entre regiões, mas quedas prevalecem
As vendas de milho estão travadas no mercado interno, e os preços do cereal passaram a apresentar movimentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea – com as quedas predominando. Nas regiões onde o milho se desvalorizou, a pressão veio principalmente da retração de compradores, que se atentam ao avanço da colheita e ao menor ritmo das exportações. Além disso, alguns demandantes aguardam entregas de lotes negociados antecipadamente.  Em São Paulo, especificamente, a menor presença de compradores e a oferta proveniente de outros estados resultaram em desvalorizações em muitas praças do estado. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu 2,2%, fechando a R$ 99,10/sc de 60 kg na sexta-feira, 6.  Já nas praças onde o movimento ainda foi de alta – como Recife (PE), Barreiras (BA), Joaçaba (SC), Ponta Grossa (PR) e Marília (SP) –, a sustentação veio do maior interesse comprador e da resistência de vendedores em negociar novos lotes. No Paraná, os valores foram sustentados especialmente por incertezas quanto à oferta – vale lembrar que este foi um dos estados mais atingidos por adversidades climáticas neste ano. (As informações são do Cepea, adaptadas pela equipe MilkPoint)


 

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