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10/06/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre,  10 de junho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.483


Seminário aborda irrigação em pastagens

Cerca de 400 pessoas assistiram virtualmente nesta quinta-feira (10), ao “Seminário Irrigação em Pastagens”, promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e pela Emater/RS-Ascar. O evento foi transmitido ao vivo e simultaneamente pelo Facebook e pelo Youtube  no Programa Rio Grande Rural da Emater e pode ser conferido clicando aqui.

O coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da SEAPDR, Paulo Lipp João, representando a secretária da Agricultura Silvana Covatti, deu as boas-vindas aos presentes e disse que a irrigação é de fundamental importância, devido às frequentes estiagens que o Rio Grande do Sul vem enfrentando nos últimos anos. “É preciso ampliar a prática de irrigação para minimizar os impactos das estiagens, que são danosas aos agricultores”, sugeriu.

Ele falou sobre o Programa “Mais Água, Mais Renda” da Secretaria, que, desde 2019, implantou mais 13 mil hectares com irrigação no Estado. “O programa duplicou a área irrigada no RS. Hoje são 220 mil hectares”, contou com satisfação. “Mas é preciso ampliar ainda mais”, acrescentou.

Já o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, também saudou os presentes e afirmou que a irrigação é aquilo que se preconiza como sucesso. “É a segurança da produção, que garante o sucesso da atividade”.

O primeiro palestrante foi o extensionista rural e engenheiro agrônomo da Emater de Alecrim, Carlos Olavo Neutzling, que falou sobre “Aspectos que envolvem a decisão de irrigar”. “Normalmente quando somos procurados pelos agricultores para falar sobre irrigação, os mesmos vêm com muitas dúvidas do que é necessário para a implantação de um projeto desses. Então, esclarecemos os diversos aspectos que são necessários ser observados para tomarem a decisão”, contou.

Segundo Neutzling, as pessoas não têm clareza de quanta água seria necessária para irrigar um hectare de pastagem, por exemplo. “Outra situação é a avaliação da disponibilidade de energia elétrica na propriedade e se esta tem condições de movimentar o conjunto motobomba. Uma coisa também que normalmente preocupa os produtores é se eles podem irrigar em qualquer lugar da propriedade, ou seja, a preocupação com a legislação ambiental e com o encaminhamento dos documentos para obter a autorização para o uso da água (outorga)”.

E quais são os benefícios em irrigar? Conforme o engenheiro agrônomo, são os seguintes: melhorar a distribuição da água, aumentar a produtividade das culturas, minimizar o risco dos investimentos, aumentar a eficiência dos fertilizantes utilizados, permitir a introdução de culturas de maior valor, aumentar a sustentabilidade e aumentar o valor das propriedades.

O outro palestrante foi o também extensionista rural e engenheiro agrônomo da Emater de Santa Rosa, Claudemir Gilberto Ames, que abordou “Sistemas de irrigação, custos, análise de viabilidade e manejo”. Ele falou sobre os diferentes sistemas de irrigação utilizados pelos agricultores (gotejamento, micro aspersão, carretel autopropelido, pivô central e aspersão convencional) e destacou a aspersão convencional, o sistema mais utilizado. “De dois mil projetos, 1.200 são de aspersão convencional, sendo cerca de mil em pastagens, devido à importância da atividade leiteira na região, uma das maiores geradoras de renda e presente na maioria das propriedades familiares”.

Ele abordou aspectos como dimensionamento de sistemas de irrigação, custos de implantação e operacionalização, análise de viabilidade econômica, capacidade de produção de pastagens e conversão em leite, além do manejo do sistema de irrigação.

De acordo com Ames, a irrigação tem sido uma das técnicas mais utilizadas na agropecuária visando a incrementos nos índices de produtividade. “Ela deve ser entendida como prática integrada a um sistema de produção e não como um método de combate a estiagem”, alertou.

Em sua opinião, um projeto de irrigação adequado, bem dimensionado e bem manejado não é caro, é a chave para o controle dos meios de produção e garante tranquilidade para a família do produtor.

“Entre as principais vantagens de uma pastagem irrigada em relação à outra cultivada sem irrigação, podemos afirmar que a irrigação aumenta a produção de massa verde, aumentando a relação folha/caule, e, em consequência, melhora o  teor de proteína na planta inteira, com menor teor de fibra, o que configura aumento na quantidade e qualidade do alimento, repercutindo em aumento na produtividade dos animais que consomem a pastagem”.

Estudos indicam que a capacidade de produção de pastagens sob o mesmo manejo, nas mesmas condições de cultivo, passam de 13.500 litros de leite por hectare por ano em áreas cultivadas sem irrigação, para 18.900 litros de leite por hectare em áreas irrigadas. “Um incremento de 40% na produtividade, com  aumento na receita obtida de aproximadamente R$10.000,00 por hectare ao ano,  ante um custo aproximado do sistema de irrigação de R$1.300,00 por hectare ao ano”.

“Estimativas indicam também que o custo da alimentação na produção de leite com base em pastagens é de aproximadamente R$ 0,35/litro, ante R$ 0,95/litro, se for com base em silagem de milho, ou R$ 1,20, se for com base em ração balanceada”, finalizou. (SEAPDR)


México: mais de 10 mil produtores abandonam a atividade leiteira

Mais de dez mil produtores de leite do México deixaram a atividade em virtude da alta dos custos de produção, que chegou a mais de 30%. Esta alta é decorrente dos maiores preços do milho e da soja utilizados na alimentação das vacas e do aumento em fontes de energia, como luz e combustíveis. Atrelado à isso, o preço pago pelo litro de leite não acompanha os elevados custos de produção. 

Segundo o jornal La Razón, Álvaro González Muñoz, presidente da Frente Nacional dos Produtores e Consumidores de Leite, disse que no ano passado dez mil agricultores optaram por se dedicar a outra atividade mais lucrativa que a produção de leite, porque esta deixou de ser um bom negócio.

Ele explicou que no governo federal não há muito interesse no preço dos laticínios, mas para os produtores nacionais de leite a falta de um custo padrão é um problema sério, já que a ração registra preços em alta.

Além disso, disse que o milho, produto mais utilizado na alimentação do gado, custava 4,60 pesos (US$ 0,23; R$ 1,16) no início do ano, mas já registra o valor de 7,80 pesos (US$ 0,39; R$ 1,97); enquanto a soja passou de oito pesos (US$ 0,41; R$ 2,07) por quilo, chegando a cerca de 11 pesos (US$ 0,56; R$ 2,83) hoje, o que afeta seriamente a economia dos produtores de leite.

A informação também cita como fonte o Grupo Consultor de Mercados Agrícolas (GMCA), que indica que a autossuficiência alimentar em grãos básicos é insuficiente, de modo que a cada ano as importações aumentam e nos primeiros quatro meses aumentaram 12,3%, já que a demanda 8,1%, devido ao decréscimo na produção de 2,8% e nas exportações.

Em relação ao preço do milho, no primeiro quadrimestre a produção caiu 1,9% em relação ao preço de um ano atrás, o que por sua vez reduziu o indicador de autossuficiência para 61,2% quando no mesmo período do ano passado era de 64,5%, que em síntese mantém o preço médio daquele grão em 13,1% a partir de abril de 2021.

Álvaro González Muñoz lembra que devido ao alto preço dos grãos, os produtores passaram a vender parte do gado para sustentar o restante, já que os preços do leite não melhoraram.

“Quando um agricultor já se encontra nestas condições, o comprador abusa dele e podemos dizer que 10.000 produtores desapareceram no ano passado e se não houver uma resposta rápida das autoridades, o número de desaparecidos vai continuar crescendo”, avisou González Muñoz em La Razón.

Ele explicou que os produtores de leite acreditaram em Andrés Manuel López Obrador, que lhes prometeu, quando candidato, que o preço dos laticínios seria de 8,20 pesos (US$ 0,42; R$ 2,12) por litro, mas o Liconsa — empresa paraestatal mexicana — é o único que compra o litro a esse preço de poucos produtores.

Ele afirma que de 150 mil produtores de leite, três mil vendem a Liconsa a esse preço e outros sete mil a grandes laticínios “10.000 podem ser protegidos a nível nacional, mas 140 mil são vendidos a um preço médio de 6,80 pesos (US$ 0,34; R$ 1,72) por litro, quando o custo de produção gira em torno de oito pesos (US$ 0,41;  R$ 2,07)”, pelo que buscará dialogar com as autoridades federais do setor para melhorar o preço dos lácteos. (As informações são do Portal Lechero, traduzidas pela Equipe MilkPoint)






Projeto da USP reutiliza caixas de leite para revestir telhados e amenizar temperatura

Alunos da Universidade de São Paulo (USP) do campus de São Carlos (SP) concorrem ao prêmio internacional de sustentabilidade após desenvolverem um projeto que reutiliza caixas de leite para revestir o teto e amenizar o calor em casas da comunidade Capão das Antas no município.

O concurso intitulado como Race for Climate Action, que desafia estudantes do mundo todo a promoverem melhorias sustentáveis e inovadoras dentro e fora da universidade, contou com a inscrição de 174 projetos, sendo que apenas 12 foram selecionados para as fases finais.

Assim, os alunos de engenharia da USP permanecem na disputa, agora pelo top 5, que selecionará os cinco melhores projetos, beneficiando o grande vencedor com o prêmio de 30 mil dólares.

Sobre o projeto domus:
O projeto - que recebe o nome de domus, palavra proveniente do latim e que na tradução significa casa - é desenvolvido pela Enactus da USP São Carlos e foi inspirado em uma técnica amplamente utilizada no Rio Grande do Sul, onde as caixas de leite são acopladas ao teto das casas para impedir a passagem do vento e da friagem, assim mantendo a temperatura interna do ambiente mais confortável.

Os estudantes adaptaram a ideia para situações de aquecimento em excesso, utilizando as caixas para isolar a temperatura e diminuir a sensação térmica dentro das casas.

A comunidade Capão das Antas, em São Carlos, foi escolhida em razão de as construções serem feitas com telhas de fibra ou cimento, antigamente conhecidas como telhas de amianto, que absorvem muito calor e elevam a temperatura ambiente dentro das residências.

Os alunos verificaram que os telhados tiveram uma redução de 20 graus na temperatura após o isolamento térmico a partir das caixas de leite.



Alunos da USP São Carlos desenvolvem teto que isola a temperatura a partir de caixas de leite recicladas — Foto: Nilson Porcel/EPTV

O objetivo do projeto domus é contribuir para o desenvolvimento de ações em prol do meio ambiente, além de proporcionar uma qualidade de vida melhor aos moradores desta comunidade.

“Eu vejo que é uma forma da gente retribuir à sociedade tudo aquilo que ela acrescentou em nossa formação. Já do ponto de vista do aprendizado do aluno, eu vejo que é uma possibilidade de formar jovens que tenham um olhar diferenciado sobre os problemas sociais e ambientais”, contou o professor de engenharia civil da USP São Carlos, Evaldo Luiz Gaeta Espíndola.

O projeto da Enactus está recebendo doações de caixas de leite limpas para a confecção dos revestimentos. Para contribuir, os interessados devem levar as embalagens até o ponto de coleta, localizado na entrada do shopping Passeio São Carlos.



Instruções de como manusear as embalagens que serão destinadas à doação — Foto: Divulgação/USP

Os integrantes também estão incentivando outros alunos da USP a participarem da iniciativa. Os estudantes interessados podem acessar a página do Facebook do projeto domus para obter mais informações. (As informações são do G1, adaptadas pela equipe MilkPoint)

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