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09/06/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre,  09 de junho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.482


IBGE: produção de leite cresce 1,8% no 1T em relação a 2020

O IBGE divulgou nesta terça-feira, 08/06, os dados finais da Pesquisa Trimestral do Leite, referentes à captação no primeiro trimestre de 2021. A prévia, divulgada em maio, apontava uma queda de 3,3% em relação ao quarto trimestre de 2020, mas um aumento de 1,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Com os dados já consolidados, observamos uma queda de 3,5% em relação ao último trimestre de 2020, e um aumento de 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2020. O Gráfico 1 mostra a relação da variação de cada trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Gráfico 1. Captação - Variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.



Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado baseado em dados do IBGE.

A aquisição de leite cru resfriado no 1°T de 2021 foi de 6,5 bilhões de litros. Se comparada ao que foi observado no 1°T de 2020, temos um acréscimo de 114,6 milhões de litros, que podem ser atribuídos ao aumento da aquisição no Rio Grande do Sul, que cresceu 6% (+52 milhões de litros), Santa Catarina com crescimento de 5% (+38,35 milhões de litros), Paraná crescendo 3% (+32,10 milhões de litros) e Goiás com crescimento de 4% (+28,14 milhões de litros).

Comparativamente, estados como São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais tiveram uma queda de aproximadamente 62,9 milhões de litros, sendo que São Paulo captou 3% a menos, Minas Gerais 6% a menos e Mato Grosso captou 10% a menos do que em 2020.
Em uma análise por cada região, tivemos Sul e Sudeste se destacando com as maiores captações, apresentando 2.62 bilhões de litros no Sudeste e 2,57 bilhões de litros no Sul. Mesmo com as quedas apresentadas anteriormente, Minas continua sendo responsável pela produção de 25,3% do leite brasileiro.

Uma variável que nos ajudaria a entender este aumento da captação no primeiro trimestre de 2021 frente ao primeiro trimestre de 2020 é a rentabilidade ao produtor, aferida pelo RMCR. No final de 2020, esta se mostrou 19% mais elevada do que o que era apresentado no início do ano, alavancando a produção leiteira (há uma defasagem entre a elevação da RMCR e seu efeito na captação/produção). Este cenário mudou drasticamente no início de 2021, conforme nos mostra o gráfico 2.

Gráfico 2.  RMCR (R$/vaca/dia) - ano x ano - deflacionado.



Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do DERAL/SEAB/PR e do Cepea – deflacionados pelo IGP-DI.

No primeiro trimestre de 2021, tivemos a influência dos altos preços dos grãos como ponto determinante nos valores observados no Gráfico 2. Com isso, temos o início de 2021 com o RMCR 15% mais baixo comparado ao do final de 2020. O efeito desta queda no RCMR deve ser verificado na produção do 2º tri de 2021. (Milkpoint)


Balança comercial: exportações caem e importações sobem em maio/21

Segundo dados divulgados nessa segunda-feira (07/06) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -41 milhões de litros em equivalente leite no mês de maio, uma queda de 58% quando comparada a abri/21. Quando olhamos para o mesmo período do ano passado, este valor foi 6% ‘menos negativo’. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos.



Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

No mês de maio observamos a instabilidade do dólar frente ao real e os preços internacionais do evento GDT ‘andando de lado’, ou seja, ainda se mantendo  acima dos US$ 4.000/ton. Considerando os resultados do último leilão (US$ 4.062/ton — leite em pó integral) e a média do dólar no mês de maio/21 (R$ 5,29) chegamos ao preço equivalente a um leite importado pago no Brasil de R$ 2,62.

Apesar do valor seguir acima do leite pago ao produtor em maio — fechado na média de R$ 2,03/litro (CEPEA/ESALQ) — o valor é inferior ao spot da primeira quinzena de junho (R$ 2,71 — média Brasil), o que volta nossa atenção a balança de importação e exportação de lácteos para o mês. Ou seja, com os preços internos superiores aos externos, temos uma mudança de cenário para o leite importado. 

As importações brasileiras de lácteos aumentaram 14% em maio em relação a abr/21, com 58 milhões de litros em equivalente leite internalizados. No acumulado do ano (jan/mai) de 2021 em relação a 2020, internalizamos 470 milhões de litros em equivalente leite, 47% acima do mesmo período de 2020.

Os leites em pó seguem sendo os derivados mais importados, representando 50% do total das importações brasileiras. Os queijos também tiveram destaque nas importações, representando 23% do total.  O leite modificado e o doce de leite foram os produtos que apresentaram maior aumento nas importações – um incremento de 1.492% e 509%, respectivamente.

Voltando aos valores do último leilão GDT e o valor médio do dólar no mês de maio, chegamos a um preço interno máximo de R$ 2,39/litro para que as exportações continuem competitivas. Ao compararmos esse valor com a média do preço spot no mesmo mês (R$ 2,40/litro), conclui-se que a venda do leite brasileiro no exterior está deixando de ser viável.

Este fator se comprovou a partir da desaceleração das exportações brasileiras de lácteos neste mês, com um decréscimo de 31% do volume exportado em relação ao mês passado. No total foram 17,4 milhões de litros em equivalente-leite exportados, que representaram um aumento de 210% em relação a mai/20. Já no acumulado do ano (jan/mai), no ano vigente foram exportados 68 milhões de litros em equivalente leite contra apenas 37 milhões de litros em equivalente leite no mesmo período de 2020.

O leite condensado (17%), o leite modificado (13%) e o leite UHT (12%) foram os produtos de maior relevância nas exportações. O leite em pó desnatado teve suas exportações aumentadas em 671% em relação a abr/21, totalizando 239 mil litros equivalentes em mai/21. Em compensação, as exportações do leite em pó integral caíram 42%, indo de 1.996.853 mil litros equivalentes em abr/21, para 1.148.225 mil litros equivalentes em mai/21.

Na tabela 2, é possível observar as movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de maio desse ano.

Tabela 2. Balança comercial láctea em maio de 2021. 



Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.
 
Vale destacar que com o dólar se aproximando dos R$ 5,00 (R$ 5,03 — cotação 08/06/21), o valor do leite importado que chega no Brasil cai para R$ 2,38/litro e o preço interno máximo para que as exportações continuem viáveis vai para R$ 2,26. Assim, como a oferta de leite interna é, em algum grau, influenciada pelo mercado externo, devemos nos manter atentos para as próximas movimentações. (Milkpoint)






Conheça a CPR Verde: título promete dar renda ao produtor pela preservação ambiental

Na CPR Verde, o produto a ser negociado será a floresta e o carbono sequestrado por ela; confira as regras propostas

O Ministério da Economia deve lançar, por meio de um decreto, um novo tipo de cédula de produto rural: a CPR Verde. Esse título, que já é utilizado para financiar safras, passaria a também financiar áreas de preservação ambiental. De acordo com o ministério, essa nova possibilidade de pagamentos por serviços ambientais não excluiria do produtor rural a oportunidade de produzir alimentos na área ocupada por florestas.

Na CPR Verde, o produto a ser negociado será a floresta e o carbono sequestrado por ela, como explica o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Ambientais do Ministério da Economia, Rogério Boueri. “Ao invés de você entregar soja, milho ou qualquer produto rural, você entregaria a floresta em pé. Então,a gente utilizaria esse instrumento que já é difundido na agropecuária brasileira para empresas que quiserem fazer compensação de carbono poderem comprar dos produtores rurais essas CPRs que serviriam para compensação voluntária do carbono e gerando uma renda extra para o produtor rural”, explicou.

A CPR Verde elaborada pelo governo não deve comercializar as áreas de preservação obrigatórias da propriedade rural, como Áreas de Preservação Permanente ou reservas legais. O título poderá servir de fonte de renda para espaços de florestas formados de maneira voluntária e o compromisso do vendedor está em manter essa floresta de pé, seja ela já consolidada ou ainda em formação.

E mesmo que a floresta seja comercializada, o espaço pode ser utilizado em outro momento, caso o proprietário desejar. “Você vende uma CPR Verde para plantar o caca em área desmatada, acaba financiando esse plantio e, quando o cacau tiver brotado, os frutos são seus. A CPR não compromete o produto, ela compromete somente a floresta estar em pé. Então, você não está fazendo uma CPR pro cacau e sim uma CPR prometendo que vai ter o cacaueiro. Então, você pode emendar os negócios e emendar os projetos de forma a sair uma opção bastante interessante com um financiamento relevante para você montar o projeto como um todo”, disse.

Para dar segurança ao negócio, órgãos do governo e o Banco Central debatem a criação de uma conta que receberá o crédito negociado pelo título. “A gente quer colocar parâmetros mínimos. Então, se o produtor rural encontrar uma contraparte que queira comprar dentro das condições que ele tem, ele vai poder fazer negócio. Então, vai ser um acordo entre as partes. O que nós queremos fazer no Conselho Monetário é o estabelecimento de uma conta vinculada para essa operação de forma que quem for comprar a CPR deposite o dinheiro e o produtor vá recebendo esse dinheiro aos poucos, à medida que fosse sendo comprovada a entrega do produto que, neste caso, é a floresta em pé. Então, daqui a um ano, se a floresta estiver em pé, ele saca uma parcela proporcional ao tamanho do contrato”, explicou Boueri.

Para o administrador especialista em financiamento ao agronegócio Jonatas Couri, o acordo livre entre as partes é positivo para a CPR Verde, mas é preciso definir protocolos de medição do sequestro de carbono. “Sem essas opiniões técnicas, sem esses protocolos disseminados, você teria uma certa dificuldade pra quem comprou em utilizar daquilo. Porque quem comprou vai querer fazer o offset de compensação dos créditos de carbono versus o que ele emite. Esta compensação vai precisar de pareceres técnicos. Então, uma coisa é o combinado de preços, na ausência de índices, entre as partes, mas, outra coisa são os pareceres técnicos, protocolos estabelecidos dizendo ‘eu sou proprietário de uma área de preservação permanente e nestas áreas é devido 10 toneladas [de sequestro de carbono] por ano’. Alguém tem que certificar aquilo. Não dá pra ser apenas um acordo bilateral”, contou.

Assim que a proposta da CPR Verde for fechada, ela será enviada para análise da Casa Civil e do presidente Jair Bolsonaro. Couri acredita que os títulos seriam ainda melhores se englobassem as áreas de preservação obrigatórias.

“Por que não nós enxergarmos o que já está aí? A oportunidade de calcular, quantificar o sequestro de carbono que essas áreas efetivamente proporcionam e, através deste sequestro de carbono, precificar uma commodity adicional para o produtor rural onde na sua safra de verão ele tem soja, na safra de inverno ele tem milho, mas ao longo ano com a preservação da sua Área de Preservação Permanente e reserva legal. Ele também sequestra um número ‘x’ de toneladas de carbono que hoje é considerado uma commodity e se torna uma fonte adicional de renda para a manutenção dessas áreas que são de benefício social, de benefício para sociedade”, concluiu. (Canal Rural)

Jogo Rápido  

Vigilância de fronteira e participação do produtor na pauta de evento sobre Febre Aftosa
Depois da certificação de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, pela OIE, o Rio Grande do Sul prossegue na agenda de divulgar ações e intensificar a vigilância agropecuária, para garantir a manutenção do status sanitário. Por isso, nesta quinta-feira (10), será realizado o II Fórum Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa. O evento virtual começa às 14h, 
nos canais do Youtube e Facebook da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Os temas da programação foram escolhidos entre as principais dúvidas do setor produtivo sobre a nova condição que o Rio Grande do Sul alcançou. “Sempre soubemos que a retirada da vacinação significaria uma substituição de ações. Agora partimos para garantir o apoio do produtor na vigilância do seu rebanho e a notificação de qualquer suspeita”, afirma o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS, Rogério Kerber, que também falará no evento. Os crimes transfronteiriços e a vigilância nas regiões de fronteira também estarão na pauta, com a palestra de especialistas da Brigada Militar, da Polícia Federal e da coordenação do Programa Sentinela. A responsabilidade do produtor será tema de palestra de representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e o papel do Fundesa na Emergência Sanitária será abordado pelo presidente Kerber. O evento contará com espaços para perguntas e respostas através do chat das redes sociais. (Fundesa)


 

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